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Copom — Comitê de Política Monetária do Banco Central

O Copom foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de estabelecer as diretrizes da


política monetária e definir a taxa de juros. Desde 1996, o Regulamento do Copom sofreu uma
série de alterações no que se refere ao seu objetivo, periodicidade das reuniões, composição e
atribuições e competências de seus integrantes. Destaca-se a adoção, pelo Decreto nº 3.088 em
21 de junho de 1999, da sistemática de "metas para a inflação" como diretriz de política
monetária. Desde então, as decisões do Copom passaram a ter como objetivo cumprir as metas
para a inflação definidas pelo Conselho Monetário Nacional.

A atual sistemática de política monetária é baseada na chamada meta de inflação. Este regime
de política monetária foi implantado no Brasil pelo Decreto nº 3.088 em 21 de junho de 1999,
e está em vigor até hoje. A partir daquele momento, o Conselho Monetário Nacional passou a
ter a atribuição de estabelecer a meta de inflação anual para o período subsequente. Quem tem
a missão de "fazer" política monetária (ou, no jargão oficial, de implementar a política
monetária) é o Banco Central — mas o Bacen na sua atuação de política monetária terá como
objetivo essencial garantir o cumprimento da meta de inflação, ou seja, assegurar que a inflação
anual fique dentro do limite definido pelo CMN.

Atualmente, a meta de inflação definida é de 4,5% ao ano, com um intervalo de tolerância


de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Ou seja, se a inflação do ano medida pelo
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado, calculado pelo IBGE) ficar entre 2,5% e
6,5% no ano, a meta será considerada atingida. Segundo o mesmo Decreto 3.088/99, se a meta
não for atingida (por exemplo, se a inflação superar 6,5% no ano) cabe ao Presidente do Banco
Central divulgar, em carta aberta ao Ministro da Fazenda, os motivos do descumprimento, bem
como as providências e prazo para o retorno da taxa de inflação aos limites estabelecidos.

Formalmente, os objetivos do Copom são "implementar a política monetária, definir a meta da


taxa Selic e seu eventual viés, e analisar o Relatório de Inflação". A taxa de juros fixada na
reunião do Copom é a meta para a taxa Selic (taxa média dos financiamentos diários, com lastro
em títulos federais, apurados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - Selic), a qual
vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do Comitê.

O Copom também pode definir o viés, que é a prerrogativa dada ao presidente do Banco Central
para alterar a meta para a taxa Selic a qualquer momento entre as reuniões ordinárias.

São três as possibilidades: viés de alta, viés de baixa e viés neutro (ou sem viés). Ou seja, se
o Copom definir viés de alta, o presidente do Bacen estará autorizado a aumentar a meta da taxa
Selic antes da próxima reunião do Copom; se o Comitê definir viés de baixa, o presidente do
Bacen estará autorizado a baixá-la. Sendo definido viés neutro ou sem viés, não há autorização
alguma e a taxa estabelecida vigorará até a próxima reunião do Copom.

As reuniões ordinárias do Copom ocorrem em dois dias: a primeira sessão, às terças-feiras, e a


segunda, às quartas-feiras. Mensais desde 2000, o número de reuniões ordinárias foi reduzido
para oito ao ano a partir de 2006, com intervalo de aproximadamente 45 dias, sendo o calendário
anual divulgado até o fim de outubro do ano anterior.

O Copom é composto pelos oito membros da Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil,
com direito a voto, sendo presidido pelo presidente do Banco Central, que tem o voto de
qualidade. Também integram o Copom os chefes dos seguintes departamentos: Departamento
Económico (Depec), Departamento de Operações das Reservas Internacionais (Depin),
Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban), Departamento de
Operações do Mercado Aberto (Demab) e Departamento de Estudos e Pesquisas (Deep). Os
chefes de departamento, ou seus eventuais substitutos, participam apenas do primeiro dia de
reuniões, sem direito a voto. Na segunda sessão das reuniões ordinárias, além dos membros do
Copom, participa, sem direito a voto, o Chefe do Depep.

As decisões emanadas do Copom são divulgadas por meio de Comunicado assinado pelo
Diretor de Política Monetária, comunicado este divulgado na data da segunda sessão da reunião
ordinária, após as 18:00. As atas em português das reuniões do Copom são divulgadas às 8h30
da quinta-feira da semana posterior a cada reunião, dentro do prazo regulamentar de seis dias
úteis, sendo publicadas na página do Banco Central na Internet e para a imprensa. A pergunta
que sempre surge é: por que a definição da taxa básica de juros — a Meta da Taxa Selic
- é um instrumento tão importante de política monetária, vale dizer, de controle da
inflação?

A resposta a esta pergunta envolve 3 aspectos da taxa básica de juros:

1º) ser o piso dos juros do crédito;


2º) ser referência de rentabilidade das aplicações financeiras;
3º) ser o custo de oportunidade de toda decisão financeira.

Vamos aprofundar cada um destes aspectos da taxa básica de juros.


— O primeiro aspecto — ser o piso dos juros do crédito — decorre do caráter soberano dos
títulos públicos, ou seja, quem adquire título público federal, tem certeza do recebimento do
valor rentabilizado no vencimento do título. Vale dizer, títulos públicos federais brasileiros não
oferecem risco de crédito aos investidores.
Risco de crédito é a probabilidade de que um devedor em uma operação de crédito não
honre o compromisso contratado.

Quando os bancos adquirem títulos públicos federais, na verdade eles estão emprestando
dinheiro ao governo. Sim, porque o título público é um título da dívida pública e o adquirente
deste título é um credor.

Ora, os bancos recebem a Taxa Selic pela rentabilidade dos títulos públicos federais. Vale dizer,
o governo — que é o melhor cliente do banco, pois não oferece risco de crédito — paga a Taxa
Selic para pegar emprestado junto aos bancos. Ora, se o banco recebe a Taxa Selic do seu
melhor cliente, para qualquer outro tomador... o banco cobrará um juro maior! Por isso que a
taxa básica de juros torna-se o piso dos juros do crédito.

As consequências deste fato são muito importantes. Isto significa que, quando o Copom
aumenta ou reduz a Meta da Taxa Selic, os juros do crédito bancário tendem a acompanhar este
movimento.

No primeiro caso, quando o Copom aumenta a Meta da Taxa Selic, os juros do crédito bancário
ficarão maiores. Com isso, os tomadores ficarão mais temerosos de endividar-se, e os bancos
também ficarão mais rigorosos na concessão - até porque poderão preferir emprestar mais para
o governo e menos para as pessoas físicas e jurídicas, para reduzir o risco do calote. Ou seja:
quando a taxa básica de juros aumenta, o crédito torna-se mais caro e mais escasso. Com isso,
o volume dos meios de pagamento aumentará menos (lembra do que comentamos na primeira
aula de que "o crédito aumenta o volume dos meios de pagamento"?). Como já dissemos acima,
o princípio fundamental da política monetária é que o controle e a limitação da quantidade de
dinheiro em circulação no País é uma condição necessária para que ele mantenha o seu valor.

No segundo caso, quando o Copom reduz a Meta da Taxa Selic, os juros do crédito bancário
ficarão menores. Com isso, os tomadores ficarão mais estimulados a endividar-se, e os bancos
também ficarão mais propensos a conceder para as pessoas físicas e jurídicas — até porque
emprestar para o governo passa a ser menos rentável. Com isso, aumenta o volume dos meios
de pagamento na economia.

Acabamos de dar a mesma explicação de mais acima com outras palavras. Dissemos antes que
se há necessidade de enxugar a liquidez do mercado (em outras palavras, reduzir o volume dos
meios de pagamento) o Bacen vende títulos do Governo Federal; se, por outro lado, o mercado
está com carência de liquidez, o Bacen pode irrigar o mercado de recursos, comprando títulos
em poder das instituições financeiras (aumentando o volume dos meios de pagamento). Quando
a taxa básica de juros aumenta, os bancos vão preferir adquirir títulos públicos a emprestar;
quando a taxa básica é reduzida, os bancos preferirão vender títulos e direcionar os recursos
para o crédito.

O raciocínio que acabamos de desenvolver também nos ajuda a entender o segundo aspecto da
Meta da Taxa Selic — a referência de rentabilidade das aplicações financeiras. Para isso,
vamos aclarar o conceito de benchmark.

Benchmark é o indicador de mercado usado para medir a performance de uma aplicação


financeira. Da mesma forma que os bancos não aceitariam receber uma taxa de juros por
empréstimo inferior à taxa básica de juros, os aplicadores financeiros também não - inclusive
porque qualquer investidor pode adquirir títulos públicos do Tesouro. Então, quando a taxa
básica de juros aumenta, as aplicações financeiras passam a render mais; de modo oposto,
quando o Copom reduz a meta da Taxa Selic, as aplicações financeiras reduzirão sua
rentabilidade. A consequência deste movimento é que, com rentabilidade das aplicações maior,
as pessoas preferirão investir a consumir, guardando recursos e, portanto, reduzindo o volume
dos meios de pagamento na economia; por outro lado, com a redução da taxa básica, há menor
estímulo ao investimento financeiro e as pessoas guardarão menos dinheiro, consumindo mais.

Esta relação que acabamos de apresentar é, na essência, a ideia de custo de oportunidade. Custo
de oportunidade é um conceito de Economia, que representa um "custo económico": não é um
gasto, é a perda de um ganho possível e está vinculado à escolha do que fazer com seu dinheiro.
Simplificadamente, entre duas opções (a) e (b) de utilizar recursos financeiros, o custo de
oportunidade da opção (a) é o que você não ganhou porque não escolheu a opção (b).

Vamos aclarar mais este conceito com um exemplo típico de 1º semestre de faculdade de
ciências econômicas.

Suponha que alguém possui R$50,00 e duas alternativas: ou aplica na poupança que rende
aproximadamente 0,5% ao mês, ou vai ao cinema e faz um lanche. Pergunta: se esta pessoa
decidir ir ao cinema e lanchar, qual o custo de oportunidade desta decisão?

Resposta quase óbvia: 0,5%, porque não-poupou. Mas convenhamos: 0,5% de R$50,00... são
vinte e cinco centavos em um mês — é muito pouco pra abrir mão do lazer. Mas... se a poupança
rendesse 10% ao mês, a conta talvez fosse diferente: talvez valesse a pena esperar dois meses,
ir ao cinema e lanchar com mais de R$60,00 no bolso.

O importante deste conceito de custo de oportunidade em nosso estudo é perceber que a taxa
básica de juros é o custo de oportunidade de qualquer decisão que qualquer pessoa (física ou
jurídica) tome em relação ao que fazer com seus recursos financeiros — porque esta taxa é
quanto o governo te paga pra você ganhar dinheiro com seu dinheiro sem correr risco nenhum!

Portanto, quando o Copom altera a Meta da Taxa Selic ele está alterando o custo de
oportunidade de toda a economia — e isso faz uma enorme diferença. Não apenas para as
pessoas físicas do ponto de vista do consumo, mas também para as empresas do ponto de vista
do investimento. Sim, porque quando o empresário pretende investir em seu negócio, ele
também precisa projetar a rentabilidade esperada deste investimento e comparar com o custo
de oportunidade. Por isso que taxas básicas de juros excessivamente elevadas inibem o
investimento: se a taxa básica de juros torna-se maior do que o retorno esperado do investimento
em seu negócio, o empresário vai preferir fazer uma aplicação financeira — ganhará mais com
menos esforço e menor risco.

Resumidamente, a compra e venda de títulos públicos federais é o instrumento que o Bacen


utiliza para calibrar a taxa básica de juros da economia. Se há ameaça de subida da inflação, o
Bacen eleva a Meta da Taxa Selic e com isso diminui a liquidez da economia; se a Inflação está
controlada e a atividade econômica necessita ser estimulada, o Bacen reduz a taxa básica de
juros e aumenta a liquidez da economia.

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