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Estatuto da Criança e do Adolescente – Analista Judiciário – TJ/PA

Aula 00
Prof. Marcos Girão

Aula 00 - Estatuto da Criança e do Adolescente - Parte I

Olá, futuros Analistas!

Primeiramente, gostaria de compartilhar minha alegria e privilégio em tê-


los como meus futuros alunos nessa jornada preparatória para o concurso do
TRibunal de Justiça do Pará, cargos de Analista Judiciário -
Especialidade Direito e de Oficial de Justiça Avaliador.

Falando um pouco sobre mim, sou, com muito orgulho, Técnico do


Departamento de Comunicação do Banco e trabalho na sede, em Brasília.
Atualmente, exerço a função de Coordenador da Televisão Corporativa do meu
querido órgão, depois de ter vivido a experiência de 04 anos no Departamento
de Segurança da casa.

Dentre as mais diversas atividades já exercidas, tive a alegria de


participar de um importante Grupo de Trabalho que desenvolveu a Política de
Segurança do Banco Central e o Plano Diretor de Segurança do Banco para o
biênio 2012-2014. Além disso, fui convidado pela Cesgranrio para ministrar
disciplinas de Segurança Institucional no Procap (Programa de Capacitação)
do grupo de técnicos nomeados em junho de 2012. E mais: sou o
representante do Departamento de Segurança para a ministração das palestras
“Cultura de Segurança” e “Proteção do Conhecimento” para os novos
servidores, terceirizados e menores aprendizes.

Minha formação acadêmica é em Gestão Pública, pela FATEC – Curitiba,


e sou pós-graduando em Segurança Pública pela Faculdade Darcy Ribeiro.

Minha experiência no ensino para concursos públicos começou em 2009,


ministrando aulas presenciais de Legislação de Trânsito, fruto de experiência
como estudante dessa disciplina durante os dois anos anteriores.

Ainda no ano de 2010, concorrendo a um dos concursos mais disputados


do país, logrei aprovação para o cargo de Técnico do Banco Central do Brasil
(área de segurança). Aí, amigos, não perdi tempo!!! A partir também das
muitas horas dedicadas de estudo nas disciplinas relativas à Segurança
Corporativa, dos variados cursos oferecidos pelo Banco nos quais participei,
iniciei o desenvolvimento de mais um projeto de ensino: Segurança
Corporativa para Concursos.

Nos últimos dois anos, mesclando as áreas de TRÂNSITO e SEGURANÇA,


ministrei, modéstia a parte, com enorme sucesso, cursos presenciais e cursos
on-line em Fortaleza-CE e em Brasília-DF voltados para os concursos:

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 TRF 1ª Região, TRT-RJ, TRT-RS: Técnico Judiciário Espec. Segurança

 Tribunal de Justiça Rio Grande do Sul - Guarda de Segurança

 – DETRAN/DF - Agente de Policiamento e Fiscalização de Trânsito

 Polícia Rodoviária Federal – Agente de Polícia (2011)

 Senado Federal: Policial Legislativo

 Polícia Federal – Agente, Papiloscopista e Escrivão (2012)

 TRF 2ª Região: Técnico de Segurança e Transportes

 TRT 6ª Região: Técnico de Segurança e Transportes

 TST: Técnico de Segurança e Transportes

 TST: Técnico de Segurança e Transportes

 Polícia Rodoviária Federal – Agente Administrativo (2012)

 Polícia Militar do DF: Soldado Combatente

 Polícia Federal – Agente, Papiloscopista e Escrivão (2013)

 Polícia Civil do DF: Agente e Escrivão

 Polícia Rodoviária Federal – Agente de Polícia (2013)

 Banco Central - Técnico Área 02 - Segurança

 STF - Técnico Judiciário - Área Segurança

 Câmara dos Deputados – Polícia Legislativa – Turmas I, II e III (2013)

Nestes certames, tive e estou tendo a honra de compartilhar inúmeras


aprovações de vários de meus alunos! Nos últimos concursos 2012/2013 para
carreiras na área jurídica, tive a alegria de receber vários e-mails de
agradecimentos pelo nosso material, o que muito me orgulhou e me encheu de
maior responsabilidade em continuar dando o meu melhor!

Então vem a sua pergunta: mas qual mesmo é sua experiência em


concursos públicos, professor?

Bom, vamos a elas:


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• Banco Central do Brasil 2013 – Analista

• Secretaria do Tesouro Nacional 2013 – Analista de Finanças e Controle

• Tribunal Regional do Trabalho 10ª Região 2013 – Analista Judiciário

• Banco Central do Brasil 2010 – Técnico Área Segurança

• Ministério do Trabalho e Emprego 2008 – Agente Administrativo

• Ministério de Desenvolvimento Agrário 2009 – Agente Administrativo

• Autarquia Municipal de Transito e Cidadania de Fortaleza – 2008 –


Agente De Transito E Cidadania

• Ministério da Justiça 2009 – Agente Administrativo

• Fundação Nacional do Índio 2010 – Agente De Indigenismo

Como vocês podem ver, foram vários anos na luta, fechando agora o
ciclo com a recente realização de meu maior sonho: a aprovação pra o cargo
de Analista do meu querido órgão, o Banco Central do Brasil!

Bom, mas vamos voltar ao que de fato interessa!

Nosso presente curso une, em um formato simples, sistemático e


analítico, o estudo do Estatuto da Criança e do Adolescente, cobrado na
parte de Conhecimentos Específicos do conteúdo programático do Edital
TJ/PA 2014 para o cargo de Analista Judiciário - Especialidade Direito e de
Oficial de Justiça Avaliador.

O concurso TJ/PA 2014, com previsão de vagas imediatas e de


cadastro reserva, classificará, em cada polo, um grande número de candidatos
para a segunda etapa do certame: a correção das provas de redação (ver
item 10 do Edital).

Vejam só quantas chances!

É preciso então se garantir na prova objetiva e eis aqui mais uma


ferramenta para a sua caminhada! Estão esperando o quê?!

A ideia é trazer em nossas aulas uma visão prática de um concurseiro,


alguém acostumado à vivência de inúmeras provas e que possa, dentro da

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dinâmica do curso, trazer dicas, macetes e bizus de como obter sucesso com o
“jeito de ser” da banca Vunesp.

E sobre a Vunesp, não há muito o que falar. Ela aplica a metodologia de


múltipla escolha e, infelizmente, tem um ínfimo histórico de questões sobre os
temas que aqui estudaremos.

E o que fazer então, professor??

Fiquem tranquilos, pois a nossa metodologia é a de trabalhar com um


mix de muitas questões das maiores bancas de nosso país, principalmente as
do Cespe/UNB: a campeã em questões sobre tais assuntos!

Apesar de utilizar metodologia diferente (Certo/Errado), as questões


Cespe são muito inteligentes e excelentes para deixá-los bem preparados.
Assim, garanto que vocês, meus alunos do Ponto, estarão afiadíssimos e
prontos para enfrentar qualquer questão da Vunesp ao final de nossa jornada.

Sempre que o contexto estudado permitir, trarei, é claro, questões no


formato de múltipla escolha também. Podem ficar tranquilos, pois fiz esse
método em vários outros cursos por mim ministrados, cujas bancas eram de
múltipla escolha (bancas também não tão conhecidas), e o feedback recebido
dos alunos foi muito bom!

O objetivo será o de fornecer a vocês, caros alunos, um expressivo


quantitativo de questões de concursos recentes as quais lhes proporcionarão
uma excelente preparação para o certame TJ/PA 2014.

Ah, e quando for necessário ou o número de questões sobre o tema não


for tão vasto, contrataremos os serviços da mais nova organizadora do
pedaço: a banca “Ponto e Marcos Girão”.

De um jeito ou de outro, todas serão comentadas no decorrer das


explanações e estarão, ao final, disponibilizadas em forma de lista.

A finalidade é que no fim do curso vocês estejam treinados em alto nível


e, com isso, aptos a lhe dar com qualquer questão sobre os assuntos aqui
estudados. É permitir-lhes a possibilidade real de gabaritar essa parte da prova
que, diga-se de passagem, terá grande peso na sua nota final!

O CURSO

O nosso curso é composto de 05 aulas teóricas semanais com todos


os seus exercícios comentados, sendo 01 (uma) delas esta de apresentação.

O conteúdo programático será, portanto, o seguinte:

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Aula Conteúdo Programático Data

- Antecedentes históricos; inserção constitucional;


princípio da prevenção especial.

- Estatuto da Criança e do Adolescente: disposições


preliminares; família natural e família substituta;
guarda; tutela; adoção; colocação em família
00 substituta.
- Direitos fundamentais da criança e do adolescente:
direito à vida e à saúde; direito à liberdade, ao
respeito e à dignidade; direito à convivência familiar e
comunitária; direito à educação, à cultura, ao esporte
e ao lazer; e direito à profissionalização do trabalho.

- Conselho Tutelar: disposições gerais; atribuições;


competência; escolha dos conselheiros e
impedimentos.

01 - Política e organização do atendimento: linhas de


ação e da política de atendimento; linhas de ação e
diretrizes; municipalização e descentralização;
participação da cidadania e conselhos dos direitos;
entidades e programas de atendimento.

- A Justiça da infância e da juventude: princípios


gerais; competência; serviços auxiliares.

- Medidas de proteção: disposições gerais; medidas


02 específicas de proteção.

- Medidas pertinentes aos pais ou responsável.

- Procedimentos: disposições gerais; perda e


suspensão do poder familiar; destituição da tutela.

- Prática do ato infracional: a questão


socioeducativa; conceito e tempo do ato infracional;
03 inimputabilidade; direitos individuais; garantias
processuais; medidas socioeducativas; remissão;
acesso à Justiça; apuração de ato infracional
atribuído ao adolescente.

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- O advogado e o Defensor Público.

- Ministério Público.

- Apuração de irregularidade em entidade de


atendimento.

- Recursos.

04 - Proteção judicial dos interesses individuais, difusos


e coletivos das crianças e dos adolescentes.

- Crimes e infrações administrativas.

- Apuração de infração administrativa às normas de


proteção à criança e ao adolescente.

Vamos então ao que interessa e repetir com vocês o sucesso de


aprovações dos nossos últimos alunos!

Nesta aula serão estudados os seguintes dispositivos:

- Antecedentes históricos; inserção constitucional; princípio da prevenção


especial. (CF/ 88, arts. 227 e 228);

- Estatuto da Criança e do Adolescente: disposições preliminares; família


natural e família substituta; guarda; tutela; adoção; colocação em família
substituta. (ECA, arts. 19 ao 52-D);

- Direitos fundamentais da criança e do adolescente: direito à vida e à


saúde; direito à liberdade, ao respeito e à dignidade; direito à convivência
familiar e comunitária; direito à educação, à cultura, ao esporte e ao
lazer; e direito à profissionalização do trabalho. (ECA, arts. 1º ao 18 e 53
a 69);

Comecemos, pois, nossa caminhada!

Bons estudos!

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Sumário

I – ECA – CONCEITOS INICIAIS .............................................................................................................. 8


1.1. A Criança e o Adolescente ........................................................................................................ 8
1.2. A Família NATURAL ................................................................................................................. 15
1.3. A Família EXTENSA ou AMPLIADA ........................................................................................... 16
1.4. A Família SUBSTITUTA ............................................................................................................. 17
1.4.1. A Guarda.......................................................................................................................... 19
1.4.2. A Tutela ........................................................................................................................... 23
1.4.3. A Adoção ......................................................................................................................... 25
II – OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ............................................... 31
2.1. Do Direito à Vida e à Saúde..................................................................................................... 31
2.1.1. A Gestante ...................................................................................................................... 32
2.1.2. A Criança e o Adolescente .............................................................................................. 32
2.2. Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade ................................................................ 34
2.3. Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária ................................................................... 36
2.4. Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer ........................................................ 37
2.5. Do Direito à Profissionalização Do Trabalho ........................................................................... 51
2.5.1. O Trabalho e a Criança e o Adolescente ......................................................................... 52
2.5.2 A Formação Técnico-Profissional do Adolescente ........................................................... 55

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I – ECA – CONCEITOS INICIAIS

1.1. A Criança e o Adolescente

Vamos combinar o seguinte para nossa aula: chamaremos o Estatuto da


Criança e do Adolescente pelo seu mais conhecido apelido – ECA, pois você há
de concordar comigo que, assim, as citações a ele ficarão bem mais fáceis.

Pois bem, a Lei nº 8.069/90, que instituiu o ECA, nos diz que ela dispõe
sobre a proteção integral à CRIANÇA e ao ADOLESCENTE.

Então pergunto: quem o ECA considera como criança? E qual a definição


por ele dada de adolescente? Vamos às definições:

 CRIANÇA  Pessoa ATÉ OS 12 ANOS DE IDADE INCOMPLETOS.

 ADOLESCENTE  Pessoa entre 12 e 18 ANOS DE IDADE.

 Nos casos expressos em lei, aplica-se EXCEPCIONALMENTE o


Estatuto às pessoas entre 18 e 21 anos de idade.

Dito isso, perceba no quadro acima outra informação muito relevante: as


disposições do ECA não são exclusivas para pessoas até 18 anos de idade.
Em casos excepcionais, os maiores de 18 e menores de 21 anos poderão ser
contemplados com disposições desse Estatuto.

Além da proteção integral, a criança e o adolescente gozam de todos


os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana (em obediência
irrestrita aos fundamentos de nossa Constituição).

A eles deve ser assegurado, seja por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social.

Tudo em condições de liberdade e de dignidade!!


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É de fundamental importância saber que não só é dever da família, mas


também da comunidade, da sociedade em geral, e do poder público,
assegurar, com absoluta prioridade a efetivação dos direitos fundamentais
da criança e do adolescente.

Você então me pergunta: o que significa essa garantia de prioridade


absoluta? E que direitos fundamentais são esses?

A garantia de prioridade absoluta compreende o que chamamos de 4 Ps:

 Primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;

 Precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância


pública;

 Preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;

 Privilégio na destinação de recursos públicos nas áreas relacionadas com


a proteção à infância e à juventude.

Acabei de responder sobre a garantia de prioridade (nunca se esqueça de


que ela é absoluta!). Falta responder-lhes sobre os tais direitos fundamentais
da criança e do adolescente. São eles os direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

É importante que você, caro aluno, não se esqueça também desses


direitos, pois versa ainda o ECA que nenhuma criança ou adolescente será
objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou
omissão, aos seus direitos fundamentais.

Quem desrespeita tal regra certamente será responsabilizado nos termos


do Estatuto. Quando estudarmos sobre os crimes previstos no ECA,
conheceremos esses termos e como se dá a responsabilização dos agentes
infratores.

Nosso intuito não será o de detalhar letra por letra o que o ECA
regulamenta sobre cada um dos direitos acima citados. Entretanto, vou falar
um pouco mais sobre eles, pois sem o conhecimento de suas linhas gerais, fica
mais difícil fazermos links futuros com os atos infracionais, as infrações
administrativas e os crimes previstos no Estatuto.

Vamos começar a ver como isso tem sido cobrado em provas:


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01. [CESPE – DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – 2012] A doutrina da


situação irregular vigorou no ordenamento pátrio até a promulgação do ECA.

Comentário:

Caro aluno, a doutrina da situação irregular foi adotada antes do


estabelecimento do atual Estatuto da Criança e do Adolescente. Ela foi
sustentada pelo antigo Código de Menores (Lei 6697/79), que admitia
situações absurdas de não proteção à criança e ao adolescente.

Naquele ínterim, os menores infratores eram afastados da sociedade,


sendo segregados, de forma generalizada, em estabelecimentos como a
FEBEM, desrespeitada a dignidade da pessoa humana e o termo “menor”,
inclusive, passando a ser usado pejorativamente.

Depois de muitas críticas ao tratamento rígido dos menores, pode-se


dizer, hodiernamente, que essa doutrina da situação irregular já foi
totalmente superada. Atualmente, são favorecidas as medidas de inclusão da
criança e do adolescente e que auxiliem no desenvolvimento biológico e
psicológico.

A doutrina vigente é a da Proteção Integral. Ela parte da concepção de


que as normas que tratam de crianças e de adolescentes, além de concebê-los
como cidadãos plenos, devem reconhecer que estão sujeitos à proteção
prioritária, uma vez que estão em desenvolvimento biológico, social, físico,
psicológico e moral. No quadro a seguir, você pode checar melhor a diferença
entre a doutrina da situação irregular e a da Proteção Intergral:

Proteção Integral Situação Irregular


- proteção à todas as crianças e - tem como alvo os “menores” em
adolescentes (sistema de garantia de situação irregular;
direitos);

- crianças e adolescentes como - CRs e ADs como simples objetos de


sujeitos de direitos especiais frente à intervenção do mundo adulto;
família, sociedade e ao Estado;

- medidas de proteção; - medidas de assistência e proteção;

- é a família, a sociedade ou o Poder - enfoque exclusivo na CR ou AD em


Público que se encontram situação situação irregular;
irregular.

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Acontece que a doutrina da Proteção Integral não surge apenas com a


promulgação do ECA em 1990. Esse direito já havia sido previsto como direito
fundamental da criança pela Constituição Federal de 1988!

Erra, portanto, a assertiva ao afirmar que a doutrina da situação


irregular vigorou no ordenamento pátrio até a promulgação do ECA. Vigorou
até a promulgação da CF/88!

Gabarito: Errado

02. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL – PREF. SÃO JOSÉ PINHAIS/PR –


2013] O Estatuto da Criança e do Adolescente é uma lei que dispõe
sobre

(A) determinados direitos da criança e do adolescente.

(B) a garantia de atendimento social da criança.

(C) a proteção integral da criança.

(D) a proteção parcial da criança e do adolescente.

(E) a proteção integral à criança e ao adolescente.

Comentário:

A Lei nº 8.069/90, que instituiu o ECA, estabelece, em seu art. 1º, que
disporá sobre a PROTEÇÃO INTEGRAL à CRIANÇA e ao ADOLESCENTE. Já
temos então a resposta!

Só para relembrar, o princípio da Proteção Integral, como acabamos de


ver, parte da concepção de que as normas que tratam de crianças e de
adolescentes, além de concebê-los como cidadãos plenos, devem reconhecer
que estão sujeitos à proteção prioritária, uma vez que estão em
desenvolvimento biológico, social, físico, psicológico e moral.

Gabarito: Letra "E"

03. [FCC – AGENTE PENITENCIÁRIO- SJDH/BA – 2010] O Estatuto da


Criança e do Adolescente aplica-se, apenas, a pessoas

(A) entre 12 e 18 anos.

(B) até 16 anos e, nos casos expressos em lei, até 18 anos.

(C) até 12 anos incompletos.

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(D) até 18 anos e, nos casos expressos em lei, até 21 anos.

(E) entre 12 e 16 anos.

Comentário:

Quem é considerada criança pelo ECA? E qual a definição de


adolescentes de acordo com esta norma? Vamos relembrar as definições dadas
pelo art. 2º:

Lembre-se de outra informação muito relevante: as disposições do ECA


não são exclusivas para pessoas até 18 anos de idade. Em casos
excepcionais, os maiores de 18 e menores de 21 anos poderão ser
contemplados com disposições desse Estatuto.

A questão usa a expressão “apenas a pessoas de 12 a 18 anos de


idade”. Repetindo: essa regra não é absoluta! O próprio Estatuto versa que ele
poderá ser aplicado, em casos excepcionais, a pessoas com idade entre 18 e
21 anos de idade.

Gabarito: Letra "D"

04. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL – PREF. SÃO JOSÉ PINHAIS/PR –


2013] Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente a pessoa com
idade até doze anos de idade incompletos é considerada

(A) um adolescente.

(B) um adulto.

(C) um jovem

(D) uma criança.

(E) um idoso.

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Comentário:

Essa é para não esquecer do nosso quadro-destaque:

Gabarito: Letra "D"


05. [CESPE – DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – 2012] Em face da
aprovação do novo Código Civil, segundo o qual a maioridade civil é obtida aos
dezoito anos de idade, não se aplica mais, no ordenamento brasileiro, a
denominação jovem adulto, presente no ECA, sendo considerada criança a
pessoa com até catorze anos de idade e adolescente, a que tenha entre quinze
e dezoito anos de idade.

Comentário:

De jeito nenhum! Mesmo com a aprovação do novo Código Civil, as


disposições presentes no ECA sobre os limites de idade para crianças e
adolescentes não foram revogadas. Muito pelo contrário!

A criança continua sendo pessoa até os 12 anos de idade incompletos


e o adolescente é aquela entre 12 e 18 anos de idade. (art. 2º, caput)

E mais: nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente o


estatuto às pessoas entre 18 e 21 anos de idade, o chamado jovem
adulto. (art. 2º, parágrafo único)

Gabarito: Errado

06. [CEC – EDUCADOR SOCIAL I – PREF. PALMEIRA/SC – 2012] O ECA


estabelece que é dever exclusivo do poder público assegurar, com absoluta
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação,
à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária das crianças e
adolescentes.

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Comentário:

É de fundamental importância saber que não só é dever da família, mas


também da comunidade, da sociedade em geral, e do poder público,
assegurar, com absoluta prioridade a efetivação dos direitos fundamentais da
criança e do adolescente.

Logo, não é só do poder público o dever de assegurar com absoluta


prioridade a efetivação dos direitos fundamentais da criança e do adolescente.
É também da família, da comunidade e da sociedade em geral.

Gabarito: Errado

07. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL – PREF. SÃO JOSÉ PINHAIS/PR –


2013] De acordo com o artigo 6º do ECA quando da interpretação
dessa deve-se levar em conta os fins sociais a que ela se dirige, as
exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e
coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como

(A) pessoas sem autonomia.

(B) pessoas humanas.

(C) pessoas com fragilidades.

(D) pessoas em desenvolvimento.

(E) pessoas oprimidas.

Comentário:

O art. 6º do Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que na


interpretação desta Lei deverão ser levados em conta os fins sociais a que
ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres
individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do
adolescente como pessoas em desenvolvimento.

Segundo entendimento exarado pelo STF no julgamento do HC nº


88945/SP sobre o referido dispositivo:

"O Estatuto da Criança e do Adolescente há de ser interpretado


dando-se ênfase ao objetivo visado, ou seja, a proteção e a
integração do menor no convívio familiar e comunitário,
preservando-se-lhe, tanto quanto possível, a liberdade."

Gabarito: Letra "D"

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Antes de adentrarmos na seara dos direitos fundamentais, faz-se


necessário que você conheça alguns conceitos extremamente importantes
regulamentados pelo Estatuto. Conhecidos tais conceitos, estudaremos com
mais propriedade os direitos fundamentais da criança e do adolescente.

1.2. A Família NATURAL

O conceito é simples: família natural é a comunidade formada


pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.

Os descendentes são aqueles que nascem da pessoa e a sucedem na


escala familiar, como por exemplo, filhos e netos. A família natural de uma
criança ou adolescente, portanto, é aquela formada pelos seus pais (ou pai ou
mãe sozinhos) e seus irmãos (ou outro descendente de seus pais, se houver).

A Constituição Federal, em seu art. 226, nos ensina que para efeito da
proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher
como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

Mas ela não para por aí quanto ao conceito de entidade familiar e nos
ensina ainda que também se entende como entidade familiar a comunidade
formada por qualquer dos pais e seus descendentes.

Perceba que o ECA corrobora com a definição constitucional!! E mais:

 Deve ser dada preferência à permanência da criança ou adolescente


em sua família natural, sendo sua transferência para uma família
substituta (veremos já também esse conceito), medida de caráter
EXCEPCIONAL.

É daí que se deriva o poder familiar!

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De acordo com o Estatuto, o poder familiar será exercido, em igualdade


de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação
civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância,
recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência.

Agora pergunto: e os filhos havidos fora do casamento?

O ECA estabelece que os filhos havidos fora do casamento poderão ser


reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de
nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro documento público,
qualquer que seja a origem da filiação.

Logo em breve trataremos do procedimento administrativo para e perda


ou a suspensão do poder familiar. Segura aí!

1.3. A Família EXTENSA ou AMPLIADA

Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende


para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por
parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém
vínculos de afinidade e afetividade.

Para que seja realmente considerada família extensa, veja que não basta
tal família ser formada por parentes próximos. Além dessa prerrogativa, outras
duas precisam ser cumpridas cumulativamente:

 A criança ou adolescente deve nela CONVIVER e;

 Deve nela manter dois VÍNCULOS: o de afinidade e o de afetividade.

Ter afinidade significa ter uma relação de simpatia, de aproximação. Ter


afetividade significa ter sentimentos mais profundos de emoção, amor e
carinho.

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 A família extensa terá PREFERÊNCIA no acolhimento familiar de


criança ou adolescente que, por qualquer razão, não possa
permanecer (ainda que temporariamente) na companhia de sua
família natural.

1.4. A Família SUBSTITUTA

Entende-se como família substituta aquela na qual a criança ou o


adolescente foi ou estão inseridos mediante guarda, tutela ou adoção,
independentemente de situação jurídica, nos termos do Estatuto.

Importante não perder de vista, no entanto, que a colocação de criança


ou adolescente em família substituta é medida de proteção que visa
beneficiar a estes e não aos adultos que eventualmente a pleiteiem.

 A família substituta possui também um caráter EXCEPCIONAL,


pois a preocupação precípua, inclusive em respeito ao disposto no art.
226 da CF, deve ser a manutenção da criança ou adolescente em sua
família de origem.

 A colocação em família substituta estrangeira constitui medida


ainda mais excepcional, somente admissível na modalidade de
ADOÇÃO.

É exatamente por seu caráter excepcional, que a criança ou o


adolescente que for colocado em família substituta será, sempre que possível,
previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio
de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e
terá sua opinião devidamente considerada.
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 Tratando-se de MAIOR DE 12 ANOS de idade, será necessário seu


consentimento, colhido em audiência.

Bom, ainda sobre a colocação em família substituta, o ECA prevê que,


em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de
comunidade remanescente de quilombo, é obrigatório:

 que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e


cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas
instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos
fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição
Federal;

 que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua


comunidade ou junto a membros da mesma etnia;

 a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal


responsável pela política indigenista, no caso de crianças e
adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe
interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso.

Vamos ver como esses conceitos foram cobrados:

08. [CESPE – DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – 2012] O conceito de


família extensa não abrange a figura da madrasta ou do padrasto.

Comentário:

Errada! O conceito de família extensa não abrange a figura da madrasta


ou do padrasto . Pode abranger sim, desde que respeitados os pressupostos
acima estudados, e que estão elencados no art. 25, caput e parágrafo único,
do ECA.!

Gabarito: Errado

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09. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] Na colocação da criança


ou do adolescente em família substituta, somente este, cuja opinião deve ser
devidamente considerada, deve ser previamente ouvido por equipe
interprofissional, respeitado o seu grau de compreensão sobre as implicações
dessa medida.

Comentário:

Preste bem atenção no pequeno e maldoso deslize que a banca comete


nessa assertiva. Ela afirma que na colocação da criança ou do adolescente em
família substituta, somente este, ou seja, somente o adolescente, terá que ser
previamente ouvido e sua opinião devidamente considerada. De jeito nenhum!
E a criança não deve ser ouvida não é? Claro que sim, e da mesma forma que
o adolescente! (art. 28, § 1º)

Gabarito: Errado

10. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/ES – 2011] A criança ou o


adolescente devem ser ouvidos por equipe interprofissional, respeitados seu
estágio de desenvolvimento e grau de compreensão, antes da colocação em
família substituta.

Comentário:

Observe que essas duas últimas questões foram elaboradas para cargos
de juízes, aplicadas no mesmo ano e abordaram praticamente a mesma coisa!

Nessa, a banca acertou direitinho, estando em conformidade com o que


já discutimos e com o que dispõe o art. 28, § 1º, do ECA.

Gabarito: Certo

Ao conceituar FAMÍLIA SUBSTITUTA, faz-se relevante estudar em


detalhes os conceitos de guarda, tutela e adoção conforme dispõe o Estatuto
da Criança e do Adolescente.

1.4.1. A Guarda

O ECA conceitua a guarda como a obrigação da prestação de assistência


material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu
detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.

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A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida,


liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no
de adoção por estrangeiros. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável
prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, mediante
termo nos autos.

Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário da


autoridade judiciária competente, ou quando a medida for aplicada em
preparação para adoção, o deferimento da guarda de criança ou adolescente a
terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim
como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação
específica, a pedido do interessado ou do Ministério Público.

Dá-se o nome de guardião àquele a quem é deferida a guarda da criança


ou do adolescente. A guarda pode coexistir com o poder familiar e não confere
o direito de representação do guardião em relação ao guardado.

Cabe ressaltar que o fato de o guardião ser obrigado a prestar


assistência material à criança não desobriga os pais deste mesmo dever
podendo ser os mesmos demandados a prestar alimentos ao filho que estiver
sob a guarda de terceiro, contribuindo com sua manutenção, atendendo aos
critérios de necessidades do alimentado/ possibilidades do alimentante.

 A guarda confere à criança ou adolescente a condição de


DEPENDENTE, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive
previdenciários.

 A guarda poderá ser revogada A QUALQUER TEMPO, mediante


ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público.

Por fim, o Estatuto estabelece ainda que o poder público estimulará, por
meio de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a
forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do convívio familiar.

Vamos exercitar!!

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11. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – STF – 2008] A


guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à
criança ou ao adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a
terceiros, inclusive aos pais, além de conferir à criança ou ao adolescente a
condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive
previdenciários.

Comentário:

Veja como uma questão de nível superior copiou exatamente a


literalidade da Lei!

A assertiva em tela está corretíssima e representa o que acabamos de


ver e o que nos ensinam as disposições do art. 33 caput e § 3º do ECA.

Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e


educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o
direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.

§3º. A guarda confere à criança ou adolescente a condição de


dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive
previdenciários.

Gabarito: Certo

12. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] Salvo expressa e


fundamentada determinação judicial em contrário, ou se a medida for aplicada
em preparação para adoção, o deferimento da guarda de criança ou
adolescente a terceiros não impede que os pais exerçam o seu direito de visita
nem que cumpram o dever de lhe prestar alimentos.

Comentário:

Perfeito! Essa é uma das determinações do ECA por nós estudadas,


disposta no seu art. 33, § 4º.

Gabarito: Certo

13. [CESPE – DEFENSOR PÚBLICO - DPE/RR – 2012] A respeito da


guarda e adoção de criança ou adolescente, assinale a alternativa
correta.

(A) A condição de dependente, como decorrência da guarda, para todos os fins


e efeitos de direito, inclusive previdenciários, somente terá eficácia com a
guarda definitiva e após o trânsito em julgado da decisão que a tenha
concedido.
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(B) A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à


criança ou ao adolescente, podendo ser deferida, de forma excepcional, fora
dos casos de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a
falta eventual dos pais ou responsável.

(C) A guarda, quando deferida como medida preparatória para adoção, confere
a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais, e obsta o
direito de visita destes.

(D) É vedada a efetivação da guarda por meio de procuração, ante a


necessidade de convivência prévia para a concessão da medida, conforme
preceito expresso da norma de regência.

(E) A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida,


liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, incluindo-se
os realizados por estrangeiros.

Comentário:

Item A - (Errado)

Vimos que a guarda confere à criança ou adolescente a condição de


dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários,
mas essa medida não terá eficácia somente com a guarda definitiva e após o
trânsito em julgado da decisão que a tenha concedido.

A guarda pode ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos


procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros. Ao
assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compromisso de bem e
fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos autos (art. 33, §§1º e
3º).

Item B - (Certo)

A guarda é entendida como a obrigação da prestação de assistência


material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu
detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.

E como a assertiva tão bem afirma, a guarda poderá excepcionalmente


ser deferida, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a situações
peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser
deferido o direito de representação para a prática de atos determinados. (art.
33, caput e §2º).

Item C - (Errado)

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Muito cuidado com a leitura rápida!

A guarda confere a seu detentor o direito de opor-se a terceiros,


inclusive aos pais. Entretanto, salvo expressa e fundamentada determinação em
contrário da autoridade judiciária competente, ou quando a medida for
aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda de criança ou
adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos
pais, assim como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de
regulamentação específica, a pedido do interessado ou do Ministério Público
(art. 33, §4º).

Item D - (Errado)

Não, não! O ECA não fala a respeito de vedação de guarda por


procuração!

Se não fala, é porque poderá ser possível a guarda por procuração!

A adoção, veremos logo em seguida, é que não pode ser realizada por
procuração. E mais: vamos ver que é também a adoção (e não a guarda) a
medida que pede a necessidade de convivência prévia para a sua concessão.

Item E - (Errado)

O item tentou enrolar o candidato trazendo de forma equivocada a


literalidade de dispositivo do Estatuto!

Vou repetir: a guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo


ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e
adoção, exceto no de adoção por estrangeiros (art. 33, §1º).

Gabarito: Letra "B"

1.4.2. A Tutela

A tutela é o instituto que a primeira vista tende a proporcionar ao menor


em situação de desamparo, decorrente da ausência do poder familiar, proteção
pessoal e a administração de seus bens, por nomeação judicial de pessoa
capaz, objetivando atender o melhor do menor.

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 O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação DA PERDA OU


SUSPENSÃO do poder familiar e implica NECESSARIAMENTE o
dever de GUARDA.

 O ECA regulamenta que a tutela será deferida, nos termos do Código


Civil Brasileiro, a pessoa DE ATÉ 18 ANOS INCOMPLETOS.

O objetivo precípuo da tutela (e seu maior diferencial em relação à


guarda), é o de conferir um representante legal à criança ou adolescente que
não o possui, valendo lembrar que a simples guarda, embora atribua ao
guardião a condição de responsável legal pela criança ou adolescente, não lhe
confere o direito de representá-la na prática dos atos da vida civil.

Quando o tutelado atinge a idade da plena capacidade civil ou é


emancipado, a tutela cessa.

Perceba que ao contrário do que ocorre com a guarda, a tutela não


pode coexistir com o poder familiar, tendo assim por pressuposto a prévia
suspensão, destituição ou extinção deste.

 É imprescindível, portanto, que a criança ou adolescente resida com


o tutor nomeado, que deverá prestar-lhe toda assistência
MATERIAL, MORAL e EDUCACIONAL e representá-lo ou assisti-lo na
prática dos atos da vida civil.

Quando tratarmos mais na frente do procedimento administrativo para e


perda ou a suspensão do poder familiar, falaremos também sobre a destitiução
da tutela.

Veja como foi cobrado:

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14. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/ES – 2011] A tutela é uma medida


precária, deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até dezoito anos de
idade completos.

Comentário:

Temos dois erros na questão: o primeiro está em afirmar que a tutela é


uma medida precária. Ora, se ela só pode ser destituída judicialmente, é claro
que não pode ser revogada a qualquer tempo e, por isso, não se constitui em
medida precária. O segundo erro está em dizer que a tutela será deferida, nos
termos da lei civil, a pessoa de até dezoito anos de idade completos quando na
verdade é de até dezoito anos incompletos. É o que nos afirma o art. 36 do
ECA!

Gabarito: Errado

15. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] O deferimento da tutela


do menor a pessoa maior de dezoito anos incompletos pressupõe prévia
decretação da perda ou suspensão do poder familiar e não implica dever de
guarda, o que só se efetiva após os dezoito anos completos.

Comentário:

Veja bem: de fato, o deferimento da tutela pressupõe sim prévia


decretação da perda ou suspensão do poder familiar, mas implica
necessariamente o dever de guarda (art. 36, parágrafo único).

E outra: Não há o que se falar em dever de guarda depois que o menor


atinge os 18 anos completos, pois a tutela cessa quando o tutelado atinge a
idade da plena capacidade civil ou quando é emancipado.

Gabarito: Errado

1.4.3. A Adoção

O processo de adoção de criança e de adolescente, em nosso país, é todo


regido pelo ECA. E é exatamente ele que nos traz o conceito de adoção.

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A adoção atribui a condição de filho ao adotado com os mesmos


direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com
os pais e os parentes originais, salvo os impedimentos matrimoniais.

Uma vez consumada a adoção, a relação de parentesco original é


extinta e, de forma concomitante, uma nova relação de parentesco é
estabelecida, passando o adotado, a partir daí, a ter os mesmos direitos e
obrigações que os filhos biológicos em relação a seus pais e parentes adotivos.

Saiba que, conforme o Estatuto, a adoção é medida excepcional à


qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da
criança ou adolescente na família natural ou extensa e será deferida quando
apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos
legítimos.

A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante


legal do adotando. No entanto, o consentimento será dispensado em relação à
criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido
destituídos do poder familiar.

 A adoção é medida irrevogável e o adotando deve contar com, NO


MÁXIMO, 18 ANOS À DATA DO PEDIDO, salvo se já estiver sob a
guarda ou tutela dos adotantes.

 Para a sua adoção, em se tratando de adotando MAIOR DE 12


ANOS de idade, será também NECESSÁRIO o seu consentimento.

E aí você me pergunta: ok, professor, mas quem pode adotar uma


criança ou um adolescente? Existem pré-requisitos para a adoção? Se sim,
quase são??

Ufa, calma! Vamos às respostas:

O ECA regulamenta que podem adotar os maiores de 18 anos,


independentemente do estado civil, desde que esses adotantes não sejam
ascendentes ou irmãos do adotando. Nesses casos a adoção é PROIBIDA!!

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Qualquer pessoa maior de 18 (dezoito) anos, mesmo que seja solteira,


pode adotar, devendo, no entanto, se submeter ao procedimento de
habilitação previsto no próprio Estatuto e demonstrar, em qualquer caso, que
possui maturidade e preparo para adoção. Vale também mencionar que,
apesar de prever uma idade mínima para adoção, não há, no Direito Brasileiro,
a previsão de uma idade máxima, tal qual ocorre em outros países.

Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam


casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade
da família.

 O adotante há de ser, PELO MENOS, 16 ANOS MAIS VELHO do


que o adotando.

 É VEDADA a adoção POR PROCURAÇÃO.

 A morte dos adotantes NÃO RESTABELECE o poder familiar dos pais


naturais.

A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou


adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciária fixar, observadas as
peculiaridades do caso. O estágio de convivência será acompanhado pela
equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da
política de garantia do direito à convivência familiar.

O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver


sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que
seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo.

 Em caso de adoção por pessoa ou casal RESIDENTE ou


DOMICILIADO FORA DO PAÍS, o estágio de convivência, cumprido
no território nacional, será de, no mínimo, 30 (trinta) dias.

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Preenchidos todos os requisitos, como então será efetivamente


constituída a adoção?

O vínculo da adoção constitui-se por SENTENÇA JUDICIAL, que será


inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
Tal inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome
de seus ascendentes, ou seja, dos seus “novos” avós. O mandado judicial, que
será arquivado, cancelará o registro original do adotado.

 E mais: nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar


nas certidões do registro!!

E se o adotante falecer no curso do procedimento antes de prolatada a


sentença judicial que concederá a adoção? O processo é extinto e a criança ou
o adolescente deixará de ser adotado?

De jeito nenhum!! Ainda assim a adoção poderá ser deferida ao


adotante!!

Para finalizarmos os principais aspectos sobre a adoção, é preciso


salientar também que o adotado tem direito de conhecer sua origem biológica,
bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi
aplicada e seus eventuais incidentes. Entretanto, ele só goza desse direito
após completar 18 (dezoito) anos!!

Há casos em que o acesso ao processo de adoção poderá ser também


deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada
orientação e assistência jurídica e psicológica.

Mais questões para exercitarmos:

16. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] A adoção, medida


excepcional e irrevogável, concedida apenas quando esgotados os recursos de
manutenção da criança ou do adolescente na família natural ou extensa, pode
ser realizada mediante procuração.

Comentário:

A assertiva até que acerta quando afirma que a adoção é medida


excepcional e irrevogável, concedida apenas quando esgotados os recursos de
manutenção da criança ou do adolescente na família natural ou extensa.

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Entretanto, erra ao firmar que a adoção pode ser realizada mediante


procuração. O ECA, já vimos, estabelece que é vedada (não esqueça!!) a
adoção por procuração (art. 39, §2º).

Gabarito: Errado

17. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA MILITAR/ES – 2009] O


direito de saber a verdade sobre sua paternidade é decorrência jurídica do
direito à filiação, que visa assegurar à criança e ao adolescente a dignidade e o
direito à convivência familiar.

Comentário:

Vimos que o adotado tem o direito de conhecer sua origem biológica,


bem como o de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi
aplicada. O normal é que ele goze desse direito só após completar 18 (dezoito)
anos, porém vimos também que há casos em que o acesso ao processo de
adoção poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 anos. Isso
tudo, obviamente, decorre sim do direito à filiação!!

Você encontra essa regra no art. 48, caput e parágrafo único.

Gabarito: Certo

18. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – STF – 2008] A


adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou
adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciária fixar, não podendo tal
estágio ser dispensado.

Comentário:

A adoção, de fato, será precedida de estágio de convivência com a


criança ou adolescente pelo prazo que a autoridade judiciária fixar. No entanto,
já vimos aqui tal estágio poderá sim ser dispensado se o adotando já
estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para
que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo (art. 46,
§1º).

Gabarito: Errado

19. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – STJ – 2012]


Considere que Joseph e Lucy, cidadãos ingleses que vivem em Londres,
tenham iniciado processo de adoção de Fernanda, criança órfã brasileira de um
ano de idade. Nessa situação, os ingleses devem permanecer com Fernanda no
Brasil por, no mínimo, quinze dias, para cumprir o estágio de convivência.

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Comentário:

Acabamos de estudar que em caso de adoção por pessoa ou casal


residente ou domiciliado fora do país, o estágio de convivência, cumprido no
território nacional, será de, no mínimo, 30 dias, não foi mesmo?

Conclui-se então que a questão erra ao afirmar que eles devam


permanecer com Fernanda no Brasil para cumprir o estágio de convivência por,
no mínimo, 15 dias.

Gabarito: Errado

[CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PI – 2012] Com referência ao


instituto da adoção, julgue os itens a seguir.

20. Com o falecimento dos adotantes, restabelece-se o poder familiar dos pais
naturais.

21. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do


adotando, não se exigindo forma específica para a permissão.

22. Tanto a adoção quanto a tutela visam suprir a carência de representação


legal.

Comentário 20:

Se o adotante falecer no curso do procedimento antes de prolatada a


sentença judicial que concederá a adoção ainda assim a adoção poderá ser
deferida ao adotante. A morte dos adotantes não restabelece o poder
familiar dos pais naturais! (ECA, arts. 42, §6º, e 49)

Gabarito: Errado

Comentário 21:

De fato, a adoção depende do consentimento dos pais ou do


representante legal do adotando. Só que há forma específica para permissão:

O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente


cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar.
E mais: em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será
também necessário o seu consentimento (art. 45, §§ 1º e 2º).

Gabarito: Errado

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Comentário 22:

A GUARDA confere à criança ou adolescente a condição de dependente,


para todos os fins e efeitos de direito. A guarda não tem o objetivo de suprir a
carência de representação legal.

Já a TUTELA sim! Tem o objetivo precípuo de conferir um representante


legal à criança ou adolescente que não o possui. Vale lembrar que a simples
guarda, embora atribua ao guardião a condição de responsável legal pela
criança ou adolescente, não lhe confere o direito de representá-la na prática
dos atos da vida civil.

Gabarito: Errado

II – OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA E DO


ADOLESCENTE

Aqueles que por ação ou omissão desrespeitarem os direitos


fundamentais da criança e do adolescente expressos no Estatuto, fatalmente
incorrerão em prática de infração administrativa ou, a depender da gravidade,
até mesmo de crime tipificado no Estatuto. Assim, reitero que é de
fundamental importância que você, aluno, antes de estudar as infrações e os
crimes, conheça as linhas mestras desses direitos fundamentais. Vamos a elas!

2.1. Do Direito à Vida e à Saúde

Versa o Estatuto que a criança e o adolescente têm direito a proteção à


vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em
condições dignas de existência.

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2.1.1. A Gestante

À gestante é assegurado, através do Sistema Único de Saúde, o


atendimento pré e perinatal (pouco depois do nascimento). A parturiente
será atendida preferencialmente pelo mesmo médico que a acompanhou
na fase pré-natal (não é uma obrigação, mas uma recomendação!!)
incubindo também ao poder público propiciar apoio alimentar à gestante e à
nutriz (aquela que amamenta) que dele necessitem.

O poder público deve proporcionar ainda assistência psicológica à


gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de
prevenir ou minorar as consequências do estado pós-parto. Esse tipo de
assistência deve ser prestado inclusive a gestantes ou a mães que
manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção.

As gestantes ou as mães que manifestem interesse em entregar seus


filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas à Justiça da
Infância e da Juventude.

Ainda quanto às gestantes, o ECA regulamenta deveres especiais a


serem exigidos dos hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de
gestantes, sejam eles públicos ou particulares. Revisaremos tais deveres
quando estudarmos um dos crimes previstos no Estatuto. Aguarde!!

Cabe destacar também que o poder público, as instituições e os


empregadores propiciarão condições adequadas para o aleitamento
materno, inclusive aos filhos de mães submetidas à medida privativa de
liberdade.

2.1.2. A Criança e o Adolescente

É assegurado atendimento integral à saúde da criança e do


adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, garantido o acesso
universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e
recuperação da saúde. A criança e o adolescente portadores de deficiência
devem receber atendimento especializado.

O poder público tem o dever de fornecer gratuitamente àqueles que


necessitarem os medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao
tratamento, habilitação ou reabilitação e os estabelecimentos de atendimento
à saúde deverão proporcionar condições para a permanência em tempo
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integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de


criança ou adolescente.

Aos trabalhos:

[CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/ES – 2011] Acerca dos direitos


fundamentais inerentes à criança e ao adolescente, julgue os itens a
seguir.

23. Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e


à mãe no pré e no pós-natal, desde que a mãe não manifeste interesse em
entregar seus filhos para adoção.

24. Não há previsão legal de atendimento preferencial da parturiente, no SUS,


pelo médico que a tenha acompanhado no período pré-natal.

Comentário 23:

O poder público deve proporcionar ainda assistência psicológica à


gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de
prevenir ou minorar as consequências do estado pós-parto. Esse tipo de
assistência deve ser prestado inclusive a gestantes ou a mães que
manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção. (art. 8º, §5º)

A questão equivoca-se ao afirmar o contrário: que essa assistência será


dada apenas quando a mãe não manifeste interesse em entregar seus filhos
para adoção.

Gabarito: Errado

Comentário 24:

Simples, não é verdade?? Nem dá para acreditar que foi questão para
cargo de Juiz! É claro que o ECA prevê sim atendimento preferencial da
parturiente, no SUS, pelo médico que a tenha acompanhado no período pré-
natal (art. 7º, §2º). Acabamos de ver isso!

Gabarito: Errado

25. [CESPE – DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – 2012] É assegurado à


gestante, por meio do Sistema Único de Saúde, o atendimento pré-natal,
devendo a parturiente ser obrigatoriamente atendida pelo médico que a tenha
acompanhado durante o período pré-natal.

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Comentário:

Vamos repetir: à gestante é assegurado, através do Sistema Único de


Saúde, o atendimento pré e perinatal (pouco depois do nascimento).

A parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo médico que


a acompanhou na fase pré-natal (não é uma obrigação, mas uma
recomendação!).

Gabarito: Errado

2.2. Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à


dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como
sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas
leis.

O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

 ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários,


ressalvadas as restrições legais;

 opinião e expressão;

 crença e culto religioso;

 brincar, praticar esportes e divertir-se;

 participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;

 participar da vida política, na forma da lei;

 buscar refúgio, auxílio e orientação.

O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física,


psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação:
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 da imagem;

 da identidade;

 da autonomia;

 dos valores, ideias e crenças;

 dos espaços e objetos pessoais.

O direito à dignidade da criança e do adolescente é dever de TODOS,


pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante,
vexatório ou constrangedor.

Muitos dos crimes contra crianças adolescentes, previstos no Eca e que


estudaremos mais adiante, têm intrínseca relação com o desrespeito a esses
três direitos aqui relatados, principalmente, o desrespeito à DIGNIDADE da
criança e do adolescente.

26. [CESPE – DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – 2012] O direito à


liberdade conferido à criança e ao adolescente pelo ECA compreende o de
buscar refúgio, sendo a eles garantido o acesso às diversões e espetáculos
públicos classificados como adequados à sua faixa etária; crianças menores de
dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação
ou exibição de espetáculos quando acompanhadas dos pais ou responsáveis.

Comentário:

O item nos trouxe a literalidade fiel de dois dispositivos do ECA: os arts.


16, inciso VII, e art. 75. Confira:

ECA:

Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

(...)

VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.

Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e


espetáculos públicos classificados como adequados à sua faixa
etária.

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Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão


ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição
quando acompanhadas dos pais ou responsável.

Aproveitando o ensejo, cabe destacar que o art. 75 acima mencionado


faz parte do conjunto de dispositivo do ECA que representam outro princípio
fundamental do ECA, cobrado com destaque no conteúdo programático do
nosso curso: o princípio da prevenção especial!

O que você precisa saber sobre este princípio? Que o Poder Público
regulará, através de órgãos competentes, as diversões e espetáculos públicos
no que diz respeito ao acesso a eles por criança e adolescentes. Como vimos,
a questão está corretinha!

Gabarito: Certo

2.3. Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária

Já tratamos muito desse direito quando estudamos os conceitos de


família natural, família ampliada ou extensa e família substituta. Entretanto,
vamos aqui dar uma reforçada em outros aspectos trazidos pelo ECA.

Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio


da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a
convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de
pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.

Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de


acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo,
a cada 06 meses, devendo a autoridade judiciária competente, com base em
relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de
forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou colocação
em família substituta, seja por guarda, tutela ou adoção.

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 A permanência da criança e do adolescente em programa de


acolhimento institucional não se prolongará por mais de 02 anos,
salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse,
devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.

 A manutenção ou reintegração de criança ou adolescente à sua família


terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso
em que será esta incluída em programas de orientação e auxílio.

 Novidade de 2014: será garantida a convivência da criança e do


adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de
visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de
acolhimento institucional, pela entidade responsável,
independentemente de autorização judicial. (Incluído pela Lei nº
12.962, de 2014)

Ainda sobre esse direito, o ECA estabelece que aos pais incumbe o
dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes
ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as
determinações judiciais.

E ainda mais: os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por


adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer
designações discriminatórias relativas à filiação.

2.4. Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao


Lazer

Segundo o que versa o nosso ECA, o direito à educação tem o objetivo


precípuo de promover o pleno desenvolvimento da criança e do adolescente, o
seu preparo para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho.

O estatuto nos ensina que esse direto deve assegurar à criança e ao


adolescente:

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 Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

O direito à permanência na escola (assim como os demais relacionados à


educação) é assegurado tanto aos alunos da rede pública quanto particular de
ensino, não mais sendo admissível a aplicação da “expulsão” do aluno a título
de sanção disciplinar.

O desligamento do aluno por inadimplência somente poderá ocorrer ao


final do ano letivo ou, no ensino superior, ao final do semestre letivo quando a
instituição adotar o regime didático semestral. Quando a lei fala em igualdade
de condições para o acesso e permanência, está também implícita a
necessidade de uma “adaptação” da metodologia de ensino aos novos tempos,
de modo que a educação atenda as “necessidades pedagógicas” específicas do
alunado.

 Direito de ser respeitado por seus educadores;

O direito ao respeito já é expressamente assegurado pelos arts. 15 e 17


do ECA, sendo ademais um “direito natural” inerente à pessoa humana. É
absolutamente inconcebível se falar em “educação” sem que haja “respeito”.

O sentido da norma é enfatizar a necessidade de que toda e qualquer


intervenção pedagógica realizada junto a crianças e adolescentes, por qualquer
que seja o agente ou educador, deve ser centrada na ideia do respeito:
respeito aos direitos fundamentais assegurados pela lei e pela Constituição
Federal, respeito à individualidade de cada educando e às diferenças
encontradas e, é claro, respeito à peculiar condição da criança e do
adolescente como pessoas em desenvolvimento que precisam ser
adequadamente orientadas, amparadas e preparadas para que possam
alcançar e exercer, em toda plenitude, sua cidadania.

A violação deste direito pode importar na prática, por parte do educador,


do crime previsto no art. 232, do ECA.

 Direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às


instâncias escolares superiores;

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É fundamental que os regimentos escolares estabeleçam a forma como


esse direito será exercido, de preferência com a assistência dos pais ou
responsável, que precisam participar do processo educativo de seus filhos ou
pupilos em todos os seus aspectos.

 Direito de organização e participação em entidades estudantis e;

O “preparo para o exercício da cidadania”, a que se refere esse direito,


sem dúvida importa na devida informação quanto a seus direitos e deveres,
assim como, na formação (e conscientização) política, no sentido mais puro da
palavra.

Essa é a razão pela qual os Sistemas de Ensino devem estimular a


criação de entidades estudantis, através das quais os jovens aprenderão a se
organizar e reivindicar seus direitos, inclusive o de uma educação de qualidade
para todos.

 Acesso à escola PÚBLICA e GRATUITA próxima de sua residência.

Trata-se aqui de um verdadeiro princípio, que o quanto possível deve ser


respeitados pelas autoridades educacionais. Como alternativa, o art. 54, inciso
VII, do ECA, a exemplo do previsto no art. 208, inciso VII, da CF preveem a
obrigatoriedade do fornecimento do transporte escolar gratuito àqueles que
tiverem de ser matriculados longe de suas residências.

 É DIREITO dos PAIS ou RESPONSÁVEIS ter ciência do


processo pedagógico, bem como participar da definição das
propostas educacionais.

A regra acima decorre também da CF/88 (arts. 205 e 227 caput) os


quais que preconizam o imprescindível (e indelegável) papel da família
no processo de educação, formação e preparo para cidadania de crianças e
adolescentes.

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Se o dever de educar é também (e principalmente) de responsabilidade


da família, nada mais adequado do que o chamamento dos pais ou responsável
para definição das propostas educacionais, o que abrange o processo de
elaboração do próprio regimento escolar. A propósito, mais uma vez se
destaca a necessidade de que os regimentos escolares estabeleçam a forma
como os pais ou responsável poderão exercer tal direito/dever.

OK, professor, entendi... Mas onde entra de fato o papel do Estado para
assegurar à criança e ao adolescente tais direitos?

O Estado em todas as suas instâncias é o agente que tem papel


fundamental para a promoção desse direito. O Estatuto, em seu art. 54, traz
os deveres do Estado relacionados à promoção da educação para as crianças e
adolescente.

O quadro a seguir nos traz os principais (e os mais cobrados em provas)


deveres a serem garantidos pelo Estado. Estão relacionados especificamente
ao ensino.

Vamos começar por eles:

CRIANÇA de 0 a 06 anos  atendimento em creche e pré-escola;

ENSINO FUNDAMENTAL  deve ser obrigatório e gratuito


(inclusive para os que a ele não tiveram acesso à idade própria);

ENSINO MÉDIO  progressiva extensão da obrigatoriedade e


gratuidade;

ENSINO NOTURNO REGULAR  oferta adequada às condições do


adolescente trabalhador;

PORTADORES DE DEFICIÊNCIA  atendimento especializado


preferencialmente na rede regular de ensino.

Já sei que você vai me perguntar: professor, você acabou de me dizer


que o ECA estabelece que é dever do Estado assegurar à criança e ao
adolescente o atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis
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anos de idade. Mas isso não vai de encontro ao que diz a nossa Lei Maior, a
Constituição Federal?

Em seu art. 208, inciso IV, ela estabelece que o dever do Estado com a
educação será efetivado mediante a garantia de educação infantil, em creche e
pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade. Como faço agora para a
minha prova?

Bom, quando se estuda a hierarquia normativa brasileira, é indubitável


que a Constituição Federal sempre prevalecerá frente às demais normas
infraconstitucionais. No entanto, perceba que o inciso IV do art. 54 não foi
revogado na letra da lei nem muito menos está escrito nele qualquer
observação do tipo "vide Constituição Federal".

Para efeitos de prova (nosso foco central), é um risco enorme para as


bancas inserirem questões dando como gabarito correta o limite de idade de 0
a 06 anos indicado pelo ECA. No entanto, perceba que, por não estar
revogado, mesmo com o respeito à hierarquia de normas, nada impede a
organizadora considerar a afirmativa como certa se no enunciado ela
especificar que quer a "resposta correta segundo o disposto no Estatuto da
Criança e do Adolescente, ou na Lei nº 8.069/90". Se assim o fizer, ela poderá
considerar o disposto nesse inciso e só nos restará tentar os velhos recursos.

Como já vi cada coisa vindo dessas bancas, o mais correto, portanto, é


ficar em alerta e prestar atenção no enunciado da questão. Se a afirmação do
item ou da questão for a única correta, a menos errada ou se o gabarito não
fechar direitinho, marque-a como certa sem medo de ser feliz!! Se na questão
houver as duas opções (e o enunciado não for claro) marque a disposição
constitucional.

Continuando, versa também o Estatuto que o Estado deve garantir o


acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,
segundo a capacidade de cada um e que deverão ser respeitados, no processo
educacional, os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto
social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da
criação e o acesso às fontes de cultura.

Outra garantia é o atendimento no ensino fundamental por meio de


programas suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde.

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 O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é DIREITO PÚBLICO


SUBJETIVO.

 O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou


sua oferta irregular importa RESPONSABILIDADE da autoridade
competente.

O direito público subjetivo é o direito intrínseco da pessoa, ou seja,


pertence ao indivíduo a manifestação de postular ou reivindicar um direito a
um serviço, atendimento, reclamação de conduta e outros feitos negativos
cometidos por representantes do Poder Público.

Assim, dada a amplitude do disposto no art. 205, da CF, que estabelece


ser a educação “... direito de todos e dever do Estado...”, é de se considerar
que o acesso a todos os níveis de ensino é um direito público subjetivo,
servindo o presente dispositivo apenas para realçar a preocupação do
legislador com o ensino fundamental.

Para isso, estabelece o art. 57 do ECA que o poder público estimulará


pesquisas, experiências e novas propostas relativas a calendário, seriação,
currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças
e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.

Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e


facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais,
esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.

Compete ainda ao poder público recensear os educandos no ensino


fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável,
pela frequência à escola.

E por falar nos PAIS ou RESPONSÁVEIS? Quais os seus direitos e


deveres no que tange à educação?

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Os pais ou o responsável têm como dever a obrigação de matricular


seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino e como direito o de ter
ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das
propostas educacionais.

Pronto, para finalizamos sobre esse direito só nos falta falar dos deveres
dos dirigentes de ensino fundamental. O ECA não os esqueceu e, por isso,
também não escaparam de terem suas obrigações regulamentadas!!

No âmbito do ensino fundamental, os dirigentes de estabelecimentos de


ensino fundamental também têm algumas obrigações. Eles devem comunicar
ao Conselho Tutelar:

 os casos de maus-tratos envolvendo seus alunos;

 a reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados


os recursos escolares; e

 os elevados níveis de repetência.

 No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais,


artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do
adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às
fontes de cultura.

Finalizado o estudo desse direito, vamos agora resolver recentíssimas


questões sobre o assunto:

27. [VUNESP – AGENTE EDUCADOR- PREF. SÃO JOSE CAMPOS/SP –


2012] As mães dos alunos do quinto ano do ensino fundamental de
uma escola pública se reúnem na porta da escola e decidem procurar o
diretor para exigir a expulsão de um aluno da turma que sempre foi
muito agressivo, que frequentemente provoca briga e bate nos
colegas. Nesse caso, após ouvir as mães, o diretor deve, com base no
Estatuto da Criança e do Adolescente

(A) encaminhar a criança ao Conselho Tutelar para que tome as providências


necessárias.
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(B) explicar que a criança tem o direito à educação, o acesso e permanência


na escola.

(C) acolher a solicitação das mães e expulsar o aluno da escola.

(D) convocar uma reunião entre as mães, os pais da criança e a própria


criança, para decidirem o que será feito.

(E) compor uma comissão de mães para ouvir a criança e seus colegas para
elaborar um relatório a ser encaminhado à Secretaria de Educação.

Comentário:

O Estatuto regulamenta, em seu art. 57, que, no âmbito do ensino


fundamental, os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental
também têm algumas obrigações. Eles devem comunicar ao Conselho Tutelar:

 os casos de maus-tratos envolvendo seus alunos;

 a reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados


os recursos escolares; e

 os elevados níveis de repetência.

Perceba que não há entre as obrigações acima a de encaminhar, logo de


cara, a criança ao Conselho Tutelar só porque as mães assim exigiram. Seria
uma conduta demasiadamente exagerada. É preciso que o diretor procure no
mínimo conhecer os fatos e tentar buscar meios para ajudar a criança.

A melhor opção de resposta é que sugere que o direto explique às mães


que a criança tem o direito à educação, o acesso e permanência na escola.

Gabarito: Letra "B"

28. [FUNDEP – EDUCADOR CUIDADOR SOCIAL - PREF.


PATROCÍNIO/MG – 2012] O Estatuto da Criança e do Adolescente
assegura o direito à educação, à criança e ao adolescente. Essa
educação visa, segundo o artigo 53 da Lei n. 8.069, de 13 de julho de
1990, aos seguintes objetivos, EXCETO

(A) desenvolvimento de suas habilidades espirituais e esportivas.

(B) pleno desenvolvimento de sua pessoa.

(C) preparo para o exercício da cidadania.


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(D) qualificação para o trabalho.

Comentário:

O caput do art. 53 do ECA nos ensina que o direito à educação tem o


objetivo precípuo de promover:

 o pleno desenvolvimento da criança e do adolescente;

 o seu preparo para o exercício da cidadania e;

 a sua qualificação para o trabalho.

Com essa informação já podemos ver que o item "A" tem um errinho
bobo! De fato, fato o pleno desenvolvimento da criança e do adolescente é um
objetivo, mas não de suas habilidades espirituais e esportivas.

Os demais itens estão corretos!

Gabarito: Letra "A"

29. [FAUEL – EDUCADOR DE BASE – PREF. MARINGÁ/PR – 2012] A


criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania
e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:

I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.

II - Direito de ser respeitado por seus educadores e direito de organização e


participação em entidades estudantis.

III - Direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias


escolares superiores.

IV - Acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.

Assinale a alternativa correta:

(A) Somente as afirmativas I e II estão corretas.

(B) Somente as afirmativas I e III estão corretas.

(C) Todas as afirmativas estão corretas.

(D) Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.


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Comentário:

Na questão anterior, vimos que o direito à educação tem objetivos


importantes. A pergunta agora é: e o que deve ser assegurado à criança e ao
adolescente para que esses objetivos sejam cumpridos?

A resposta encontramos também no art. 53 do ECA, só que agora em


seus incisos. Para que os objetivos do direito à educação sejam cumpridos
deve ser assegurado à criança e ao adolescente:

 igualdade de condições para o acesso e permanência na escola


(item I);

 direito de ser respeitado por seus educadores (item II);

 direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às


instâncias escolares superiores (Item III);

 direito de organização e participação em entidades estudantis


(item II) e;

 acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência (item


IV).

Conclui-se que assim que todas as afirmativas estão corretas!

Gabarito: Letra "C"

30. [EXATUS – EDUCADOR INFANTIL – PREF. COLOMBO/PR – 2012]


Com base no que dispõe a Lei no. 8.069/90, assinale a alternativa
INCORRETA:

(A) é direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem
como participar da definição das propostas educacionais.

(B) é dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente, ensino


fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram
acesso na idade própria.

(C) o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público objetivo.

(D) o não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta
irregular importa responsabilidade da autoridade competente.
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Comentário:

Aos itens:

Item A - (Certo)

Isso mesmo! É exatamente o que regulamenta ao art. 53, parágrafo


único, do ECA. Segundo esse dispositivo, é direito dos pais ou responsáveis ter
ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das
propostas educacionais.

A regra acima decorre também da CF/88 (arts. 205 e 227 caput) os


quais preconizam o imprescindível (e indelegável) papel da família no processo
de educação, formação e preparo para cidadania de crianças e adolescentes.

Item B - (Certo)

De fato, é dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente, ensino


fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram
acesso na idade própria.

Item C - (Errado)

Cuidado com essa pegadinha!!

O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. O


não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta
irregular importa responsabilidade da autoridade competente.

O direito público subjetivo é o direito intrínseco da pessoa, ou seja,


pertence ao indivíduo a manifestação de postular ou reivindicar um direito a
um serviço, atendimento, reclamação de conduta e outros feitos negativos
cometidos por representantes do Poder Público.

Item D - (Certo)

Acabamos de citar essa regra no comentário do item anterior! Não tenha


dúvidas: o não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua
oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente. É o
que regulamenta o art. 54, § 2º.

Gabarito: Letra "C"


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31. [CONSULPLAN – EDUCADOR SOCIAL – PREF. PORTO VELHO/RO –


2012] O direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa e o preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o
trabalho, é assegurado no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A partir desse direito fundamental, é correto afirmar que

(A) os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental devem comunicar


ao Conselho Tutelar os casos de indisciplina em sala de aula.

(B) o acesso ao ensino obrigatório e gratuito não é direito público subjetivo.

(C) o não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta
irregular importa responsabilidade da autoridade competente.

(D) não é função do poder público estimular pesquisas, experiências e novas


propostas relativas a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e
avaliação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do
ensino fundamental obrigatório.

(E) no processo educacional, extingue-se a necessidade de respeito aos


valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e
do adolescente.

Comentário:

Item A - (Errado)

O Estatuto regulamenta, em seu art. 57, que, no âmbito do ensino


fundamental, os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental
também têm algumas obrigações. Eles devem comunicar ao Conselho
Tutelar:

 os casos de maus-tratos envolvendo seus alunos;

 a reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados


os recursos escolares; e

 os elevados níveis de repetência.

Não há, dentre as obrigações dos dirigentes acima descritas, a de


comunicar ao Conselho Tutelar os casos de indisciplina em sala de aula.

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Item B - (Errado)

O direito público subjetivo é o direito intrínseco da pessoa, ou seja,


pertence ao indivíduo a manifestação de postular ou reivindicar um direito a
um serviço, atendimento, reclamação de conduta e outros feitos negativos
cometidos por representantes do Poder Público.

O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.


O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta
irregular importa responsabilidade da autoridade competente.

Item C - (Certo)

Perfeito! Foi o que vimos no comentário da questão anterior e é o que


regulamenta o art. 54, §2º do ECA: o não oferecimento do ensino obrigatório
pelo poder público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da
autoridade competente.

Item D - (Errado)

É claro que é sim função do poder público estimular pesquisas,


experiências e novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo,
metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e
adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório (art. 57).

Item E - (Errado)

Caramba, essa foi demais!

No processo educacional, exige-se extingue-se a necessidade de


respeito aos valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social
da criança e do adolescente (art. 58)

Gabarito: Letra "C"

32. [VUNESP – EDUCADOR SOCIAL – PREF. SUZANO/SP – 2012] Uma


criança de 8 anos nunca foi matriculada e tampouco frequentou o
ensino fundamental. À luz dos direitos da criança (ECA–Lei Federal n.o
8.069/90), esse caso

(A) fere o direito da criança, à qual não foi dado acesso à escola.

(B) não fere o direito da criança, se ocorreu por opção dos pais.

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(C) fere os direitos da criança apenas quando a escola, procurada pelos pais,
não matricula a criança.

(D) não fere o direito da criança, se os pais deixarem de matricular o filho


porque não há escola perto da residência.

(E) é visto apenas como descaso da família com o filho.

Comentário:

Bom, se uma criança de 8 anos nunca foi matriculada em escola e


tampouco frequentou o ensino fundamental, temos um caso grave de
desrespeito tanto à Constituição, quanto ao disposto no ECA, mais
especialmente no seu famoso art. 53. Veja:

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando


ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício
da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na


escola;

II - direito de ser respeitado por seus educadores;

III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às


instâncias escolares superiores;

IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;

V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua


residência.

Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do


processo pedagógico, bem como participar da definição das
propostas educacionais.

Sem dúvidas, esse caso fere de qualquer forma o direito da criança, à


qual não foi dado o direito à escola.

Gabarito: Letra "A"

33. [UFPR – EDUCADOR – PREF. CURITIBA/PR – 2012] Atendimento


preferencial às crianças com 5 e 6 anos de idade e atendimento universal para
as crianças de 0 a 3 anos de idade e proporcional à demanda para aquelas com
4 a 6 anos de idade fazem parte do conjunto de responsabilidades do Estado
para com a Educação Infantil.
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Comentário:

Aqui temos uma boa oportunidade para revisarmos não só o art. 53 do


Estatuto como também o nosso quadro-resumo que traz as principais
disposições trazido pelo ECA a respeito do ensino. Vamos lá:

Bom, como você pode ver, a nossa assertiva traz dois erros; não há essa
regra de atendimento preferencial às crianças com 5 e 6 anos de idade em
canto nenhum no ECA. Quem deve ter o atendimento preferencial é o
portador de deficiência.

Atendimento universal para as crianças de 0 a 3 anos de idade e


proporcional à demanda para aquelas com 4 a 6 anos de idade é outra
invenção da banca! Também não há no ECA nenhum dispositivo que traga tal
regra.

Gabarito: Errado

2.5. Do Direito à Profissionalização Do Trabalho

O Estatuto estabelece que o adolescente tem direito à


profissionalização e à proteção no trabalho, observados o respeito à
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento e a capacitação profissional
adequada ao mercado de trabalho.

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Vamos ver em que termos o ECA trata sobre a profissionalização do


adolescente falando um pouco sobre a condição de aprendiz e sobre com se dá
a sua formação técnico-profissional.

2.5.1. O Trabalho e a Criança e o Adolescente

O Estatuto estabelece que o adolescente tem direito à


profissionalização e à proteção no trabalho, observados o respeito à
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento e a capacitação profissional
adequada ao mercado de trabalho.

Vamos ver em que termos o ECA trata sobre a profissionalização do


adolescente falando um pouco sobre a condição de aprendiz e sobre com se dá
a sua formação técnico-profissional.

Caro aluno, se você baixar a versão mais recente do ECA em qualquer


site oficial, que você observará que o art. 60 dessa norma está assim escrito:

ECA – Lei 8.069/90

Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos


de idade, salvo na condição de aprendiz. (Vide Constituição
Federal)

Ao ler esse artigo, você é levado a constatar que o trabalho de menores


de 14 anos é proibido. Até aí, tudo bem! Entretanto, continuando a leitura,
você percebe que há uma ressalva: salvo na condição de aprendiz. Isso nos
leva a crer que quem for menor de 14 anos, ou seja, até mesmo uma criança,
poderá trabalhar desde que na condição de aprendiz.

Essa interpretação há muito está EQUIVOCADA!! Em vermelho está a


remissão que o próprio art. 60 faz à Constituição Federal. O link nos remete
diretamente ao art. 7º, inciso XXXIII da nossa Carta Magna, in verbis:

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CF/88

Art. 7º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o


trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção
à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição.

(...)

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a


menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de
dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, A PARTIR de
quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)

Ora, de acordo com essa redação, não é permitido o trabalho nem na


condição de aprendiz aos menores de 14 anos! Poderemos traduzir a
redação do dispositivo constitucional supracitado da seguinte forma:

 ATÉ 14 anos  trabalho proibido sob qualquer hipótese.

 MAIOR de 14 até os 16 anos  trabalho permitido somente na


condição de aprendiz.

Trabalho noturno, perigoso ou insalubre  proibido.

 MAIOR de 16 até 18 anos  permitido qualquer trabalho com


exceção do trabalho noturno,
perigoso ou insalubre

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 MAIOR de 18 anos  permitido qualquer trabalho inclusive o


noturno, o perigoso ou o insalubre.

Perceba que essa redação vai completamente de encontro ao que versa o


ECA. Aí você me pergunta: mais por que professor? Em qual delas devo me
basear diante de uma questão da minha prova?

Nesse caso, posso garantir-lhe com toda tranquilidade: você deverá


basear sua resposta na disposição constitucional!!

Dê uma lida novamente no inciso VIII acima mencionado e veja que ele
teve nova redação a partir da Emenda Constitucional de nº 20 de 1998,
emenda essa aprovada 08 anos após a publicação do ECA. Pelo princípio da
hierarquia de normas, os dispositivos constitucionais estão no topo da pirâmide
e, por isso, são eles que devem ser respeitados.

Como não houve ainda outra lei ordinária para dar nova redação ao
dispositivo, não houve ainda uma mudança na redação no art. 60 do ECA.
Tanto é que, ao acessar a redação do art. 60, há um link direto para o art. 7º,
inciso VIII da CF, obrigando o leitor a respeitar o que ali está estabelecido.

Vou repetir: o trabalho só é permitido para pessoas a partir de 14 anos


e na condição de aprendiz!!

Corroborando com a CF/88, o Estatuto da Criança e do Adolescente


estabelece que para o adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar
de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou
não governamental, é vedado o trabalho:

 noturno, realizado entre as 22hs de um dia e as 05hs do dia


seguinte;

 perigoso, insalubre ou penoso;

 realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu


desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;

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 realizado em horários e locais que não permitam a frequência


à escola.

O ECA assegura ao adolescente aprendiz os direitos trabalhistas e


previdenciários além do trabalho protegido ao adolescente portador de
deficiência.

2.5.2 A Formação Técnico-Profissional do Adolescente

Versa a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT - que a formação


técnico-profissional caracteriza-se por atividades teóricas e práticas,
metodicamente organizadas em tarefas de complexidade progressiva
desenvolvidas no ambiente de trabalho.

Pois bem, a formação técnico-profissional, ministrada segundo as


diretrizes e bases da legislação de educação em vigor, é considerada pelo
Estatuto como aprendizagem e deve obedecer aos seguintes princípios:

 Garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular;

 Atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;

 Horário especial para o exercício das atividades.

 Ao adolescente APRENDIZ, maior de 14 anos, são


assegurados os direitos TRABALHISTAS e
PREVIDENCIÁRIOS.

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Caro aluno, é preciso chamar sua atenção para o art. 64 do Estatuto,


abaixo transcrito:

Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de


idade é assegurada bolsa de aprendizagem.

Apesar de não haver nele a expressão “vide Constituição Federal”, não


quer dizer que essa regra está valendo. O dispositivo em questão foi
tacitamente revogado pelo art. 7º, inciso XXXIII, da CF, com a nova redação
que lhe deu a Emenda Constitucional nº 20/1998.

Tenho certeza que você não terá nenhuma dificuldade em concordar com
essa revogação, pois há pouco vimos que atualmente não mais é permitido o
trabalho de adolescentes com idade inferior a 14 (quatorze) anos na condição
de aprendiz. Acabamos de estudar que somente após esta idade é possível
firmar contrato de aprendizagem.

O Estatuto estabelece ainda que a proteção ao trabalho dos adolescentes


é regulada por legislação especial, sem prejuízo do que nele está disposto.

Apenas a título de informação, esta legislação especial não é outra senão


a própria CLT (arts. 402 a 441), à qual se agregam outras normas, dentre
elas, a Lei nº 10.097/2000, que alterou diversos dos dispositivos da CLT e
passou a disciplinar a aprendizagem, a Lei nº 11.180/2005, que alterou os
arts. 428 e 433 da CLT e a Portaria nº 20/2001, da SIT/MTE, que relaciona as
atividades consideradas perigosas ou insalubres, onde é proibido o trabalho de
adolescentes.

O ECA estabelece em seu art. 68 que o programa social que tenha por
base o trabalho educativo, sob responsabilidade de entidade governamental
ou não governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente
que dele participe condições de capacitação para o exercício de atividade
regular remunerada.

Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as


exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do
educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.

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 A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado


ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho não
desfigura o caráter educativo.

Para falar bem a verdade, os dispositivos acima ainda não entraram em


vigor, posto que o chamado “trabalho educativo” nunca foi devidamente
regulamentado. Pode-se dizer, contudo, que grande parte desta lacuna foi
sanada pelas disposições contidas na Lei nº 10.097/2000, que permitiu às
entidades não governamentais, sem fins lucrativos, o desenvolvimento de
programas de aprendizagem.

Bom, finalizamos o nosso estudo sobre o Estatuto da Criança e do


Adolescente naquilo que exige o seu concurso.

Para fecharmos com chave de ouro, vamos resolver as nossas últimas


questões:

34. [CONSULPLAN – EDUCADOR SOCIAL – PREF. PORTO VELHO/RO –


2012] No Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estão
estabelecidas garantias em relação ao direito à profissionalização e à
proteção no trabalho. Considerando tais garantias, assinale a
alternativa correta.

(A) Os menores de dezesseis anos de idade não podem trabalhar em hipótese


alguma.

(B) A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada, exclusivamente, pelo


Estatuto da Criança e do Adolescente, não cabendo nenhuma legislação
especial.

(C) São assegurados direitos trabalhistas e previdenciários ao adolescente


aprendiz, maior de quatorze anos.

(D) Nenhum adolescente pode receber bolsa de aprendizagem.

(E) A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a


participação na venda dos produtos de seu trabalho descaracteriza o caráter
educativo.

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Comentário:

Item A - (Errado)

Podemos resumir o trabalho do adolescente da seguinte forma:

Como se pode constatar, o item erra ao afirmar que os menores de


dezesseis anos de idade não podem trabalhar em hipótese alguma.

Item B - (Errado)

De forma alguma! O art. 61 do ECA estabelece que outras normas


podem legislar sobre a proteção ao trabalho dos adolescentes. Essa não é uma
exclusividade do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Item C - (Certo)

O item traz a literalidade perfeita do art. 65 do ECA. Segundo esse


dispositivo, é assegurado ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, os
direitos trabalhistas e previdenciários, além do trabalho protegido ao
adolescente portador de deficiência.

Item D - (Errado)

O item pede a literalidade do art. 64 do ECA, considerando-o portanto


errado à luz do que está escrito na letra do ECA. No entanto, como você já
sabe, apesar de não estar expressamente revogada na letra do Estatuto, tal
disposição foi tacitamente revogada pela Constituição Federal. Atualmente, de
fato, apenas os adolescentes maiores de quatorze anos podem receber bolsa
de aprendizagem. Ainda assim o item continua errado.

Item E - (Errado)

Não é bem isso que determina o art. 68, § 2º, do ECA!

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A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a


participação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter
educativo.

Gabarito: Letra "C" (para a banca)

35. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL – PREF. CARIACICA/ES – 2012]


Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao direito à
profissionalização e à proteção no trabalho da criança e do
adolescente.

(A) Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada


segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.

(B) É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade.

(C) A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios:


garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular; atividade
compatível com o desenvolvimento do adolescente; horário especial para o
exercício das atividades.

(D) Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de


aprendizagem.

(E) Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os


direitos trabalhistas e previdenciários.

Comentário:

Item A - (Certo)

O item traz a pura e fiel literalidade do art. 62 do ECA: considera-se


aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes
e bases da legislação de educação em vigor.

Item B - (Certo)

E para você não se esquecer do nosso esqueminha:

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Item C - (Certo)

Perfeitinho! Aqui temos a literalidade do art. 63 do ECA. Lembre-se:

A formação técnico-profissional, ministrada segundo as diretrizes e bases


da legislação de educação em vigor, é considerada pelo Estatuto como
aprendizagem e deve obedecer aos seguintes princípios:

 Garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular;

 Atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;

 Horário especial para o exercício das atividades.

Item D - (Errado)

Sempre a mesma tentativa de pegar o candidato... Você já está cansado


de saber: atualmente, apenas aos adolescentes maiores de quatorze anos é
assegurada bolsa de aprendizagem.

Item E - (Certo)

É o que nos ensina o art. 65: ao adolescente aprendiz, maior de quatorze


anos, são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.

Gabarito: Letra "D"

36. [PONTO E MARCOS GIRÃO – DP/DF – 2014] Em conformidade com


o disposto no Capítulo V do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
federal n. 8.690/1990) que trata do direito da criança e do
adolescente à profissionalização e à proteção no trabalho, assinale a
alternativa correta.

(A) Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que o aspecto


produtivo prevalece sobre as exigências pedagógicas relativas ao
desenvolvimento pessoal e social do educando.

(B) O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob
responsabilidade apenas de entidade governamental, deverá assegurar ao
adolescente que dele participe condições de capacitação para o exercício de
atividade regular remunerada.
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(C) O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho,


observados, dentre outros, a capacitação profissional adequada ao mercado de
trabalho.

(D) Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho,


aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não
governamental, é vedado qualquer trabalho noturno.

(E) A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada exclusivamente por


legislação especial.

Comentário:

Item A - (Errado)

Cuidado! A regra trazida pelo art. 68, § 1º, conceitua o trabalho


educativo com a atividade laboral em que as exigências pedagógicas relativas
ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o
aspecto produtivo. O contrário do que afirma o item!

Item B - (Errado)

A regra do item não é apenas para o trabalho educativo sob a


responsabilidade de entidade governamental. As entidades não
governamentais sem fins lucrativos também estão incluídas na
obrigatoriedade trazida pelo art. 68 do Estatuto.

Item C - (Certo)

Perfeita a assertiva!

Ela nos traz de forma inequívoca os ensinamentos do art. 69 do ECA: O


adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho,
observados os seguintes aspectos, entre outros a capacitação profissional
adequada ao mercado de trabalho.

Item D - (Errado)

A história não é bem essa! A vedação imposta no art.67, inciso I, não é


para qualquer trabalho noturno e, sim, ao realizado entre as vintes duas
horas de uma dia e as cinco horas do dia seguinte.

Item E - (Errado)

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Não é bem assim! O art. 61 do ECA estabelece que a proteção ao


trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem prejuízo do
disposto no próprio Estatuto.

Gabarito: Letra "C"

37. [FGV – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/AM – 2013] Com relação ao


trabalho do menor, assinale a afirmativa correta.

(A) O adolescente, a partir dos 13 anos, pode trabalhar como aprendiz, desde
que preservado o direito à educação e o horário de trabalho seja compatível
com a frequência escolar.

(B) O adolescente aprendiz, a partir dos 16 anos, pode realizar trabalho


noturno, desde que o horário não ultrapasse 6h diárias e não seja realizado
após as 23h.

(C) O adolescente poderá trabalhar em local que não permita a frequência à


escola, desde que comprovada a existência de curso supletivo local nos finais
de semana.

(D) O adolescente somente poderá exercer trabalho remunerado como


aprendiz após os 14 anos, desde que garantido o acesso à escola.

(E) O adolescente, até completar 16 anos, não poderá realizar trabalho


considerado perigoso ou insalubre.

Comentário:

Item A – (Errado)

De forma alguma! Essa informação você já está cansado de saber, mas


nunca é demais repeti-la:

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Item B – (Errado)

Segundo o que estabelece o art. 67 do ECA, ao adolescente empregado,


aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido
em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:

 noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas


do dia seguinte;

 perigoso, insalubre ou penoso;

 realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento


físico, psíquico, moral e social;

 realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola.

Então, não importa se o adolescente é maior ou não de 16 anos. Não


pode realizar trabalho noturno entre as 22h e 05h. DO jeito que o item está
redigido, é possível o trabalho às 22h30, por exemplo. Errado!

Esta regra serve de resposta para os três próximos itens. Acompanhe!

Item C – (Errado)

O item erra ao afirmar que o adolescente poderá trabalhar em local que


não permita a frequência à escola, desde que comprovada a existência de
curso supletivo local nos finais de semana. Nada a ver!

É vedado o trabalho realizado em horários e locais que não permitam


a frequência à escola.

Item D – (Certo)

É o que se pode extrair do que regulamenta o art. 67, acima destacado.


O adolescente somente poderá exercer trabalho remunerado como aprendiz
após os 14 anos, desde que garantido o acesso à escola.

Item E – (Errado)

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Veja novamente o nosso quadro-destaque revisado no comentário do


item “A”. A regra é clara: o adolescente, até completar 18 anos, não poderá
realizar trabalho considerado perigoso ou insalubre.

Gabarito: Letra “D”

38. [FGV – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/AM – 2013] Em relação à colocação


em família substituta, assinale a afirmativa correta.

(A) A colocação de criança maior de 12 anos em família substituta exige seu


consentimento, colhido em audiência.

(B) A colocação em família substituta far‐se‐á mediante guarda, tutela, curatela


ou adoção.

(C) A colocação de criança indígena em família substituta deve ocorrer


obrigatoriamente no seio de sua comunidade, respeitados seus costumes e
tradições.

(D) A colocação em família substituta estrangeira é medida de caráter


excepcional e somente será possível nas modalidades de guarda e adoção.

(E) Na decisão sobre a colocação em família substituta, os grupos de irmãos


devem, necessariamente, ser mantidos juntos, de forma a preservar os
vínculos fraternais.

Comentário:

Item A – (Certo)

Exatamente o que regula o art. 28, §§ 1º e 2º!

Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente


ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento
e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua opinião
devidamente considerada.

Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu


consentimento, colhido em audiência.

Item B – (Errado)

Erro sutil e bobo do item. Corrigindo-o segundo o que dispõe o art. 27 do


ECA: a colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela,
curatela ou adoção.
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Item C – (Errado)

Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de


comunidade remanescente de quilombo, é ainda obrigatório (art. 28, §6º):

 que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os


seus costumes e tradições, bem como suas instituições, desde que não
sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos
por esta Lei e pela Constituição Federal;

 que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua


comunidade ou junto a membros da mesma etnia;

Dois erros no item: o primeiro é afirmar que devem ser considerados e


respeitados os costumes e tradições dos indígenas. Tudo bem, mas não
podemos nos esquecer da ressalva trazida pelo dispositivo acima citado:
“desde que não sejam (os costumes e tradições) incompatíveis com os direitos
fundamentais”.

O segundo erro consiste em afirmar que a colocação familiar de indígena


deve ocorrer "obrigatoriamente" no seio de sua comunidade ou junto a
membros da mesma etnia, quando o correto seria ter usado o termo
"preferencialmente"!

Item D – (Errado)

Depois de tudo que aqui estudamos, tenho certeza de que você não caiu
nessa pegadinha boba: a colocação em família substituta estrangeira é medida
de caráter excepcional e somente será possível nas modalidades de guarda e
adoção (art. 31).

Item E – (Errado)

Na decisão sobre a colocação em família substituta, os grupos de irmãos


devem ser mantidos juntos, mas não "necessariamente", como afirma o item.

Segundo o art. 28, § 4o, os grupos de irmãos serão colocados sob


adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a
comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que
justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa,
procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos
fraternais.

Logo, se há ressalva na regra, não podemos concordar com o item ao


deixar entender, em sua afirmação, que sempre os grupos de irmãos serão
colocados na mesma família substituta.
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Gabarito: Letra "A"

***

Bom, chegamos ao fim de nossa primeira aula. Espero que tenham


gostado da metodologia, um aperitivo do que vem por aí!

Use o fórum de nosso curso como mais uma ferramenta de auxílio para a
consolidação de seus conhecimentos. Estarei sempre à disposição procurando
dirimir suas dúvidas o mais rápido possível. Conte sempre comigo!

Espero por você nas nossas próximas aulas!

***

QUESTÕES DE SUA AULA

01. [CESPE – DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – 2012] A doutrina da


situação irregular vigorou no ordenamento pátrio até a promulgação do ECA.

02. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL – PREF. SÃO JOSÉ PINHAIS/PR –


2013] O Estatuto da Criança e do Adolescente é uma lei que dispõe
sobre
(A) determinados direitos da criança e do adolescente.
(B) a garantia de atendimento social da criança.
(C) a proteção integral da criança.
(D) a proteção parcial da criança e do adolescente.
(E) a proteção integral à criança e ao adolescente.

03. [FCC – AGENTE PENITENCIÁRIO- SJDH/BA – 2010] O Estatuto da


Criança e do Adolescente aplica-se, apenas, a pessoas
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(A) entre 12 e 18 anos.


(B) até 16 anos e, nos casos expressos em lei, até 18 anos.
(C) até 12 anos incompletos.
(D) até 18 anos e, nos casos expressos em lei, até 21 anos.
(E) entre 12 e 16 anos.

04. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL – PREF. SÃO JOSÉ PINHAIS/PR –


2013] Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente a pessoa com
idade até doze anos de idade incompletos é considerada
(A) um adolescente.
(B) um adulto.
(C) um jovem
(D) uma criança.
(E) um idoso.

05. [CESPE – DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – 2012] Em face da


aprovação do novo Código Civil, segundo o qual a maioridade civil é obtida aos
dezoito anos de idade, não se aplica mais, no ordenamento brasileiro, a
denominação jovem adulto, presente no ECA, sendo considerada criança a
pessoa com até catorze anos de idade e adolescente, a que tenha entre quinze
e dezoito anos de idade.

06. [CEC – EDUCADOR SOCIAL I – PREF. PALMEIRA/SC – 2012] O ECA


estabelece que é dever exclusivo do poder público assegurar, com absoluta
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação,
à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária das crianças e
adolescentes.

07. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL – PREF. SÃO JOSÉ PINHAIS/PR –


2013] De acordo com o artigo 6º do ECA quando da interpretação
dessa deve-se levar em conta os fins sociais a que ela se dirige, as
exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e
coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como
(A) pessoas sem autonomia.
(B) pessoas humanas.
(C) pessoas com fragilidades.

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(D) pessoas em desenvolvimento.


(E) pessoas oprimidas.

08. [CESPE – DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – 2012] O conceito de


família extensa não abrange a figura da madrasta ou do padrasto.

09. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] Na colocação da criança


ou do adolescente em família substituta, somente este, cuja opinião deve ser
devidamente considerada, deve ser previamente ouvido por equipe
interprofissional, respeitado o seu grau de compreensão sobre as implicações
dessa medida.

10. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/ES – 2011] A criança ou o


adolescente devem ser ouvidos por equipe interprofissional, respeitados seu
estágio de desenvolvimento e grau de compreensão, antes da colocação em
família substituta.

11. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – STF – 2008] A


guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à
criança ou ao adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a
terceiros, inclusive aos pais, além de conferir à criança ou ao adolescente a
condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive
previdenciários.

12. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] Salvo expressa e


fundamentada determinação judicial em contrário, ou se a medida for aplicada
em preparação para adoção, o deferimento da guarda de criança ou
adolescente a terceiros não impede que os pais exerçam o seu direito de visita
nem que cumpram o dever de lhe prestar alimentos.

13. [CESPE – DEFENSOR PÚBLICO - DPE/RR – 2012] A respeito da


guarda e adoção de criança ou adolescente, assinale a alternativa
correta.
(A) A condição de dependente, como decorrência da guarda, para todos os fins
e efeitos de direito, inclusive previdenciários, somente terá eficácia com a
guarda definitiva e após o trânsito em julgado da decisão que a tenha
concedido.
(B) A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à
criança ou ao adolescente, podendo ser deferida, de forma excepcional, fora

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dos casos de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a


falta eventual dos pais ou responsável.
(C) A guarda, quando deferida como medida preparatória para adoção, confere
a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais, e obsta o
direito de visita destes.
(D) É vedada a efetivação da guarda por meio de procuração, ante a
necessidade de convivência prévia para a concessão da medida, conforme
preceito expresso da norma de regência.
(E) A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida,
liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, incluindo-se
os realizados por estrangeiros.

14. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/ES – 2011] A tutela é uma medida


precária, deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até dezoito anos de
idade completos.

15. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] O deferimento da tutela


do menor a pessoa maior de dezoito anos incompletos pressupõe prévia
decretação da perda ou suspensão do poder familiar e não implica dever de
guarda, o que só se efetiva após os dezoito anos completos.

16. [CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PB – 2011] A adoção, medida


excepcional e irrevogável, concedida apenas quando esgotados os recursos de
manutenção da criança ou do adolescente na família natural ou extensa, pode
ser realizada mediante procuração.

17. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA MILITAR/ES – 2009] O


direito de saber a verdade sobre sua paternidade é decorrência jurídica do
direito à filiação, que visa assegurar à criança e ao adolescente a dignidade e o
direito à convivência familiar.

18. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – STF – 2008] A


adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou
adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciária fixar, não podendo tal
estágio ser dispensado.

19. [CESPE – ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA – STJ – 2012]


Considere que Joseph e Lucy, cidadãos ingleses que vivem em Londres,
tenham iniciado processo de adoção de Fernanda, criança órfã brasileira de um

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ano de idade. Nessa situação, os ingleses devem permanecer com Fernanda no


Brasil por, no mínimo, quinze dias, para cumprir o estágio de convivência.

[CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PI – 2012] Com referência ao


instituto da adoção, julgue os itens a seguir.
20. Com o falecimento dos adotantes, restabelece-se o poder familiar dos pais
naturais.
21. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do
adotando, não se exigindo forma específica para a permissão.
22. Tanto a adoção quanto a tutela visam suprir a carência de representação
legal.

[CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/ES – 2011] Acerca dos direitos


fundamentais inerentes à criança e ao adolescente, julgue os itens a
seguir.
23. Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e
à mãe no pré e no pós-natal, desde que a mãe não manifeste interesse em
entregar seus filhos para adoção.
24. Não há previsão legal de atendimento preferencial da parturiente, no SUS,
pelo médico que a tenha acompanhado no período pré-natal.

25. [CESPE – DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – 2012] É assegurado à


gestante, por meio do Sistema Único de Saúde, o atendimento pré-natal,
devendo a parturiente ser obrigatoriamente atendida pelo médico que a tenha
acompanhado durante o período pré-natal.

26. [CESPE – DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – 2012] O direito à


liberdade conferido à criança e ao adolescente pelo ECA compreende o de
buscar refúgio, sendo a eles garantido o acesso às diversões e espetáculos
públicos classificados como adequados à sua faixa etária; crianças menores de
dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação
ou exibição de espetáculos quando acompanhadas dos pais ou responsáveis.

27. [VUNESP – AGENTE EDUCADOR- PREF. SÃO JOSE CAMPOS/SP –


2012] As mães dos alunos do quinto ano do ensino fundamental de
uma escola pública se reúnem na porta da escola e decidem procurar o
diretor para exigir a expulsão de um aluno da turma que sempre foi
muito agressivo, que frequentemente provoca briga e bate nos
colegas. Nesse caso, após ouvir as mães, o diretor deve, com base no
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(A) encaminhar a criança ao Conselho Tutelar para que tome as providências


necessárias.
(B) explicar que a criança tem o direito à educação, o acesso e permanência na
escola.
(C) acolher a solicitação das mães e expulsar o aluno da escola.
(D) convocar uma reunião entre as mães, os pais da criança e a própria
criança, para decidirem o que será feito.
(E) compor uma comissão de mães para ouvir a criança e seus colegas para
elaborar um relatório a ser encaminhado à Secretaria de Educação.

28. [FUNDEP – EDUCADOR CUIDADOR SOCIAL - PREF.


PATROCÍNIO/MG – 2012] O Estatuto da Criança e do Adolescente
assegura o direito à educação, à criança e ao adolescente. Essa
educação visa, segundo o artigo 53 da Lei n. 8.069, de 13 de julho de
1990, aos seguintes objetivos, EXCETO
(A) desenvolvimento de suas habilidades espirituais e esportivas.
(B) pleno desenvolvimento de sua pessoa.
(C) preparo para o exercício da cidadania.
(D) qualificação para o trabalho.

29. [FAUEL – EDUCADOR DE BASE – PREF. MARINGÁ/PR – 2012] A


criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania
e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.
II - Direito de ser respeitado por seus educadores e direito de organização e
participação em entidades estudantis.
III - Direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias
escolares superiores.
IV - Acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Assinale a alternativa correta:
(A) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
(B) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
(C) Todas as afirmativas estão corretas.
(D) Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.

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30. [EXATUS – EDUCADOR INFANTIL – PREF. COLOMBO/PR – 2012]


Com base no que dispõe a Lei no. 8.069/90, assinale a alternativa
INCORRETA:
(A) é direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem
como participar da definição das propostas educacionais.
(B) é dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente, ensino
fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram
acesso na idade própria.
(C) o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público objetivo.
(D) o não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta
irregular importa responsabilidade da autoridade competente.

31. [CONSULPLAN – EDUCADOR SOCIAL – PREF. PORTO VELHO/RO –


2012] O direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa e o preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o
trabalho, é assegurado no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A partir desse direito fundamental, é correto afirmar que
(A) os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental devem comunicar
ao Conselho Tutelar os casos de indisciplina em sala de aula.
(B) o acesso ao ensino obrigatório e gratuito não é direito público subjetivo.
(C) o não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta
irregular importa responsabilidade da autoridade competente.
(D) não é função do poder público estimular pesquisas, experiências e novas
propostas relativas a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e
avaliação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do
ensino fundamental obrigatório.
(E) no processo educacional, extingue-se a necessidade de respeito aos
valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e
do adolescente.

32. [VUNESP – EDUCADOR SOCIAL – PREF. SUZANO/SP – 2012] Uma


criança de 8 anos nunca foi matriculada e tampouco frequentou o
ensino fundamental. À luz dos direitos da criança (ECA–Lei Federal n.o
8.069/90), esse caso
(A) fere o direito da criança, à qual não foi dado acesso à escola.
(B) não fere o direito da criança, se ocorreu por opção dos pais.
(C) fere os direitos da criança apenas quando a escola, procurada pelos pais,
não matricula a criança.

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(D) não fere o direito da criança, se os pais deixarem de matricular o filho


porque não há escola perto da residência.
(E) é visto apenas como descaso da família com o filho.

33. [UFPR – EDUCADOR – PREF. CURITIBA/PR – 2012] Atendimento


preferencial às crianças com 5 e 6 anos de idade e atendimento universal para
as crianças de 0 a 3 anos de idade e proporcional à demanda para aquelas com
4 a 6 anos de idade fazem parte do conjunto de responsabilidades do Estado
para com a Educação Infantil.

34. [CONSULPLAN – EDUCADOR SOCIAL – PREF. PORTO VELHO/RO –


2012] No Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estão
estabelecidas garantias em relação ao direito à profissionalização e à
proteção no trabalho. Considerando tais garantias, assinale a
alternativa correta.
(A) Os menores de dezesseis anos de idade não podem trabalhar em hipótese
alguma.
(B) A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada, exclusivamente, pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente, não cabendo nenhuma legislação
especial.
(C) São assegurados direitos trabalhistas e previdenciários ao adolescente
aprendiz, maior de quatorze anos.
(D) Nenhum adolescente pode receber bolsa de aprendizagem.
(E) A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a
participação na venda dos produtos de seu trabalho descaracteriza o caráter
educativo.

35. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL – PREF. CARIACICA/ES – 2012]


Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao direito à
profissionalização e à proteção no trabalho da criança e do
adolescente.
(A) Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada
segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.
(B) É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade.
(C) A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios:
garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular; atividade
compatível com o desenvolvimento do adolescente; horário especial para o
exercício das atividades.

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(D) Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de


aprendizagem.
(E) Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os
direitos trabalhistas e previdenciários.

36. [PONTO E MARCOS GIRÃO – DP/DF – 2014] Em conformidade com


o disposto no Capítulo V do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
federal n. 8.690/1990) que trata do direito da criança e do
adolescente à profissionalização e à proteção no trabalho, assinale a
alternativa correta.
(A) Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que o aspecto
produtivo prevalece sobre as exigências pedagógicas relativas ao
desenvolvimento pessoal e social do educando.
(B) O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob
responsabilidade apenas de entidade governamental, deverá assegurar ao
adolescente que dele participe condições de capacitação para o exercício de
atividade regular remunerada.
(C) O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho,
observados, dentre outros, a capacitação profissional adequada ao mercado de
trabalho.
(D) Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho,
aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não
governamental, é vedado qualquer trabalho noturno.
(E) A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada exclusivamente por
legislação especial.

37. [FGV – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/AM – 2013] Com relação ao


trabalho do menor, assinale a afirmativa correta.
(A) O adolescente, a partir dos 13 anos, pode trabalhar como aprendiz, desde
que preservado o direito à educação e o horário de trabalho seja compatível
com a frequência escolar.
(B) O adolescente aprendiz, a partir dos 16 anos, pode realizar trabalho
noturno, desde que o horário não ultrapasse 6h diárias e não seja realizado
após as 23h.
(C) O adolescente poderá trabalhar em local que não permita a frequência à
escola, desde que comprovada a existência de curso supletivo local nos finais
de semana.
(D) O adolescente somente poderá exercer trabalho remunerado como
aprendiz após os 14 anos, desde que garantido o acesso à escola.

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(E) O adolescente, até completar 16 anos, não poderá realizar trabalho


considerado perigoso ou insalubre.

38. [FGV – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/AM – 2013] Em relação à colocação


em família substituta, assinale a afirmativa correta.
(A) A colocação de criança maior de 12 anos em família substituta exige seu
consentimento, colhido em audiência.
(B) A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela, curatela
ou adoção.
(C) A colocação de criança indígena em família substituta deve ocorrer
obrigatoriamente no seio de sua comunidade, respeitados seus costumes e
tradições.
(D) A colocação em família substituta estrangeira é medida de caráter
excepcional e somente será possível nas modalidades de guarda e adoção.
(E) Na decisão sobre a colocação em família substituta, os grupos de irmãos
devem, necessariamente, ser mantidos juntos, de forma a preservar os
vínculos fraternais.

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8
E E D D E E D E
9 10 11 12 13 14 15 16
E C C C B E E E
17 18 19 20 21 22 23 24
C E E E E E E E
25 26 27 28 29 30 31 32
E C B A C C C A
33 34 35 36 37 38
E C D C D A

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