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2015
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SUMÁRIO
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1 - MÍDIA: HISTÓRIA, DEFINIÇÕES, CONCEITOS E FUNÇÕES
1 - Introdução
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O departamento de mídia nas agências de publicidade se assemelha muito
as atividades de um administrador/gestor. Luppetti (2009, P.37) expõe que “o
mídia é responsável pelo planejamento e pela distribuição de verba do cliente nos
veículos de comunicação”.
Desta forma, “O quê? Por quê? Como? Onde? Quanto?” São perguntas
básicas que pautam a atividade do profissional de mídia no processo de viabilizar
a exibição das peças publicitárias de uma campanha. E as respostas a essas
indagações, na forma de recomendações, estão contidas no documento
conhecido por Plano de Mídia.
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Vale ressaltar que não dar-se-á destaque para o uso da tecnologia na
atividade de mídia, como a de softwares de planejamento e de otimização de
mídia, porque esses recursos só serão úteis depois de se dominarem os conceitos
e as técnica de mídia. A maioria das grandes agências possui seu próprio software
de mídia, porém para a maioria das pequenas e médias agências o fator custo
torna distante essa realidade.
RETROSPECTIVA
Década de 60:
- Fundação do IVC (Instituto Verificador de circulação): traz a primeira forma
de pesquisa de mídia, para auxiliar o trabalho daquele profissional que hoje
chamamos de atendimento de veículo, porém, no passado era a figura do
agenciador de espaços publicitários de meios impressos.
CURIOSIDADE:
Década de 70:
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- Introdução do sistema GRP (Gross Rating Points ou Pontos de Audiência
Bruta), que tornou o planejamento de mídia uma atividade técnica e,
consequentemente, fez com que o departamento de mídia ganhasse
notoriedade e sua importância fosse reconhecida na agência e no mercado
publicitário. Isso se dá pelo fato do GRP ser uma métrica que possibilita a
análise da relação custo/benefício perante dados de alcance e frequência.
CURIOSIDADE:
O IBOPE era, até então, o único instituto de pesquisa que auferia audiências. Ele
oferecia o serviço de coleta por meio de um método conhecido como “flagrante
domiciliar”, onde o pesquisador entrevistava a pessoa do domicílio que naquele
momento assistia a televisão.
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- Introdução do computador no departamento de mídia, o que imprimiu maior
agilidade à confecção de planilhas de programação e, com isso, possibilitou
a produção em menor tempo de várias alternativas para análise.
CURIOSIDADE:
Década de 80:
- Caracterizada pela inflação galopante (chega-se a ter 50% ao mês), fez
com que a mídia técnica fosse suplantada pela mídia negociadora, pois era
necessário negociar bem e o quanto antes para não perder da inflação, que
era medida diariamente.
Década de 90:
- Estabilidade da moeda com o Plano Real.
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- Criação do Conselho Executivo de Normas-Padrão (CENP), para balizar a
questão da remuneração das agências. Cuja taxa foi mantida em 20% sob
a verba de veiculação e 15% sobre a de produção.
Década atual:
Com a crescente utilização da tecnologia nas atividades de mídia, o que
possibilita um acesso a informações de uma forma rápida e nunca antes
imaginada, o profissional de mídia encontra um mercado em evolução: tanto para
o exercício das suas atividades, como sob a ótica de como o consumidor
contemporâneo está se comportando no mercado.
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vez que verificada a exibição/inserção nos meios, este é o departamento que
organiza os títulos para os devidos pagamentos pelos serviços prestados.
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Administração do processo de envio de documentos aos veículos
autorizando a exibição das peças publicitárias aprovadas pelo cliente.
Serviço de pós-veiculação que apresenta um balanço da veiculação
planejada e efetivada, colocação das audiências alcançadas, e as possíveis
compensações de eventuais falhas de alguma frequência, das inserções
programadas.
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percebidas, e desenvolver formatos diferenciados de veiculação que
proporcione resultados equilibrados de custo-benefício.
Para se ter uma noção melhor sobre como ocorre as principais funções aqui
citadas, dentro da agência, no processo de comunicação, Tamanaha (2006)
propõe uma sequência linear das atividades do departamento de mídia:
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Organograma do processo de trabalho das atividades de mídia, realizadas na agência, de acordo com as proposições de
Tamanaha (2006).
Considerações finais
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mais a importância do profissional de mídia e a necessidade de ele ser
absolutamente aberto às mudanças e evoluções, e bastante sintonizado com os
demais profissionais da agência, do cliente e dos principais fornecedores de
serviços e soluções em comunicação.
Referências:
BENETTI, Edison. Mídia. In: RIBEIRO, Júlio et. al. Tudo que você queria saber
sobre propaganda e ninguém teve paciência de te explicar. 3˚ ed. São Paulo:
Atlas, 1989.
FRAZÃO NETO, Ângelo. Mídia: Função Básica. In: PREDEBON, José (org.).
Propaganda: profissionais ensinam como se faz. São Paulo: Atlas, 2000.
LUPETTI, Marcélia. Administração em Publicidade: A verdadeira alma do negócio.
2˚ ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
TAMANAHA, Paulo. Planejamento de mídia: teoria e experiência. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2006.
SANT’ANNA, Armando. Propaganda: teoria, técnica e prática. São Paulo:
Cengage Learning, 2009.
SISSORS, Jack. Planejamento de mídia: aferições, estratégias e avaliações. São
Paulo: Nobel, 2001.
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ATIVIDADE 1:
Atividade: Produção de texto sobre o contexto contemporâneo da atividade de mídia.
Com base nas discussões em sala de aula, no capítulo 1 da apostila de mídia (texto base
das aulas deste trabalho), e no capítulo 7 do livro “A Publicidade como negócio” de Jhon
Philip Jones – LLOYD, Carla V. Meios de comunicação: Um mercado em constante
mudança. In: JONES, John Philip (Org.). A publicidade como negócio. Trad. Lúcia Helena
Sant’Agostinho, Dinah de Abreu Azevedo, Arlete Simille Marques. São Paulo: Nobel,
2002. P. 98 – 109 (Disponível na Biblioteca do Campus V e na Xerox do CA. de
Publicidade e Jornalismo) –; em grupos de até 4 alunos, responder ao seguinte
questionamento:
“Como o departamento de mídia e seus profissionais devem se comportar, perante um
mercado saturado de mensagens publicitárias, para fazer a comunicação das empresas
chegar ao públicoalvo e/ou potencial?”
Realização em sala de aula. Entrega em texto escrito a próprio punho.
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2 - A MÍDIA TRADICIONAL
Eis a classificação:
Rádio e alto-falantes.
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O melhor veículo é uma combinação de todos eles, a que chamamos mix de
comunicação.
Está fora de discussão que o critério ideal para comparação entre meios inclui a
avaliação de seus efeitos sobre as vendas. Quanto mais volumosas forem as
vendas, tanto mais efetiva terá sido a mídia. Entretanto, as vendas são afetadas
por inúmeros outros fatores, a exemplo da forma da propaganda, preço,
distribuição, qualidade do produto, etc.
A seleção de “meios” (tipos de veículos) deve ter por base três aspectos:
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A resposta é fruto de muita observação e pesquisa, mediante uma visão pessoal.
A seguir, devem-se pesquisar outras fontes (contato com profissionais da área,
livros, revistas e Internet) para formar-se melhor juízo sobre o assunto.
2.2.1 - A imprensa
2.2.1.1 - Jornais
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c) raros são os jornais que dão boa reprodução dos anúncios;
d) sua circulação é quase que exclusivamente local.
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O jornal é um meio que oferece notícias, atualidade e prestação de serviços.
Favorece a crítica, o debate e ganha credibilidade ao registrar a palavra. O
público leitor é qualificado e formador de opinião. Permite o detalhamento
sobre o produto ou serviço anunciado e favorece o alcance num público
adulto, masculino e classe A/B.
2.2.1.2 - Revistas
a) não têm a maleabilidade dos jornais. Os anúncios têm que ser preparados
com muita antecedência;
b) representam grave desperdício nas campanhas estritamente locais.
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2.2.1.3 - Periódicos especializados
Esses veículos não deverão ser julgados pela tiragem, mas sim pela qualidade de
seus leitores. O que interessa é saber se eles têm realmente boa circulação entre
as classes a que se destinam e se gozam de prestígio entre seus leitores.
2.3 - Rádio
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emissoras (1.051) - 526 só no estado de São Paulo -, seguida das regiões Sul
(760), Nordeste (611), Centro-Oeste (245) e Norte (159).
a) textos comerciais;
b) jingles e spots;
c) patrocínio de programas;
d) patrocínio de novelas.
Por ser um meio de comunicação de massa, o rádio tem uma audiência ampla,
heterogenia e anônima. Sua mensagem é definida por uma média de gosto e tem,
quando transmitida, baixo retorno (feedback). Observa-se, também, que os
recursos provêm da publicidade (à exceção, no caso do rádio, da rede de
emissoras educativas). Algumas particularidades deste veículo de termo de
comunicação massiva estão no quadro abaixo:
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Quadro representativo das particularidades do veículo rádio (FERRARETO, Luiz Artur. Rádio: o
veículo, a história e a técnica. 3˚ ed. Porto Alegre: Doravante, 2007. p. 24).
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2.4 - Televisão
O que você faz em caso com seu tempo de lazer? Há 91% de chances de que a
pessoa assista TV. Essa é a porcentagem obtida pelo IBOPE em extensa
pesquisa entre agosto e setembro de 1993 que revelou, entre outras coisas, o
seguinte:
d) os televisores ficam ligados quase seis horas por dia durante a semana. Esse
número cresce aos sábados e domingos.
Neste quesito onde mais de um item podia ser assinalado, jornais e revistas
receberam, respectivamente, 18% e 17% das menções.
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Como desvantagem tem apenas o seu preço, é um veículo caro, bem como é
elevado o custo da produção de um programa ou de um filme de boa qualidade.
2.5 - Diretrizes
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programa, ficando entendido que o anunciante terá de pagar não só a publicidade,
mas também o programa.
2.7 - TV paga
2.8 - Cinema
A publicidade cinematográfica pode ser feita de duas maneiras: pelo filme, que
atualmente está sendo muito usado, em virtude do aproveitamento do material
feito para ser usado na televisão, ou através de uma mídia digital, hoje viabilizada
pelo datashow que pode exibir arquivos de vídeo digitalmente (sem a necessidade
de ser produzidos em película). Antes essa segunda opção era chamada de
diapositivo (slide).
A duração do filme pode ser até de 1 minuto, quando ele é caracterizado como um
anúncio, e no caso de documentários (tipo Jean Manzon) pode ser de até 10
minutos.
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e) Não atinge de maneira igual todas as camadas de idades da população; é
cada vez mais, um veículo que alcança, sobretudo, os jovens e as pessoas
das classes sócio-econômicas elevadas. É, por esta razão, utilizado cada
vez mais como mídia de complemento.
f) O seu custo de veiculação não é elevado, mas o de produção pode ser alto.
g) O escuro das salas de cinema aumenta a atenção dos espectadores e os
dirige exclusivamente aos comerciais exibidos.
h) O ambiente de cinema gera um clima de expectativa e excitação.
i) A expectativa pelo início do filme aumenta a atenção dos espectadores.
j) O tamanho da tela causa alto-impacto.
k) A alta qualidade do som eleva a percepção da mensagem publicitária.
l) Número limitado de comerciais resulta em maior percepção individual.
m) Audiência real. Ambiente sem interrupção e distração, a propaganda não
compete pela atenção do espectador.
n) O cinema tem público que paga para estar exposto à mídia.
o) Os espectadores estão totalmente envolvidos com a tela.
p) O meio segmenta o público para atingir somente o "Target" do anunciante.
Alguns números:
(Número relacionado as salas que integram a rede de atividades KinoMaxx)
MARKET
EXIBIDOR PÚBLICO PÚBLICO
SHARE
1 CINEMARK 22.856.137 22,2%
2 GRUPO SEVERIANO RIBEIRO 16.415.956 15,9%
3 UCI 8.515.076 8,3%
4 CIEMATROGRAFICA ARAUJO 5.660.982 5,5%
5 ESPAÇO DE CINEMA 3.076.793 3,0%
6 GRUPO PARIS FILMES 2.892.183 2,8%
7 MOVIECOM CINEMAS 2.791.331 2,7%
8 ARCO IRIS CINEMA 2.790.959 2,7%
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9 GNC CINEMA 2.521.021 2,4%
10 ORIENT FILMES 2.352.249 2,3%
11 CINEMATOGRAFICA HAWAY 2.334.974 2,3%
12 ART FILMS 2.281.871 2,2%
13 GRUPO PLAYARTE 2.264.296 2,2%
14 EMPRESA CINEMAIS 1.801.675 1,7%
15 CINEART 1.658.243 1,6%
ALVORADA
16 1.575.416 1,5%
CINEMATOGRAFICA
17 GRUPO ESTAÇÃO 1.525.025 1,5%
18 CINEMAS SERCLA 1.375.818 1,3%
19 HOYTS GENERAL CINEMA 1.306.265 1,3%
20 CINEMASTAR 1.154.576 1,1%
21 OUTROS 15.986.250 15,5%
Comercial Múltiplo
A fita Beta deverá sempre vir sonorizada para que na hora da sincronia entre o
negativo de imagem e de som, possamos ter uma referência. Esta fita deverá
conter apenas o trabalho a ser realizado, na versão correta e sonorizada
contendo claquete com informações: A - Produtora, B - Produto, C - Título, D -
Duração.
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separadas, para que possam ser feitas as mixagens na película, visando um
melhor aproveitamento do sistema de som dos cinemas. A fita deverá conter
apenas a trilha do filme em processo.
Observação:
Como para alguns filmes são feitas mais de uma versão, solicitamos que ao
enviar a fita DAT, esta esteja na mesma versão da Beta, para que não haja atraso
na produção do transfer quando for detectado que as versões das fitas são
diferentes, e que a mesma contenha apenas o trabalho a ser realizado.
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3 – A MÍDIA EXTENSIVA
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- TV em circuito fechado
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Praias: - Bóias na arrebentação
- Faixa puxada por avião
- Guarda-sol
- Jangadas
- Lixeiras
- Painel rebocado por barco
- Sacos de lixo
ATIVIDADE 3:
Atividade: Pesquisa, com produção de relatório técnico-científico sobre mídias extensivas.
1- Dois tipos de ações que devem ser classificadas como mídia alternativa, relatá-los e
comprová-los com fotos produzidas pelos alunos.
2- Segundo o tipo de local e forma de veiculação relatar, pelo menos, dois grupos de mídia
extensiva.
3- Selecionar cinco tipos de mídia extensiva, de cada grupo supracitado, explicar suas
características de acordo com a teoria e exemplificá-los com fotos produzidas pelo grupo.
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3.1 – Publicidade ao ar livre (MÍDIA EXTERIOR)
c) Ação rápida e constante – nas ruas está sempre passando gente. Assim,
a ação do cartaz é constante.
A sua escolha, contudo, deve prevalecer num local onde haja trânsito denso,
como também uma posição em que possa ser visto facilmente e em ambiente
apropriado.
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A tendência crescente está sendo a utilização de novos materiais para a
produção dos cartazes, cujas características alteram algumas particularidades
de produção e exibição do outdoor tradicional:
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Os cartazes podem ser de vários tamanhos, sendo os mais comuns os de 8,
16 ou 32 folhas.
Numa cidade como São Paulo ou Rio, a cobertura ideal seria de 800 cartazes
de 16 folhas ou 400 de 32 folhas, o que seria suficiente para obter bons
resultados.
No país existem 28.228 tabuletas, das quais 5.332 estão no estado de São
Paulo.
3.3 - Os painéis
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certos obstáculos (árvores, postes, etc.) não irão esconder uma parte da
superfície disponível.
São eles:
Painel tradicional
A instalação de painéis a uma distância mínima das margens das rodovias deveria
sempre ser obedecida, até por questões de segurança. No entanto, por omissão
do governo federal, e desleixo dos estaduais – com exceção do Estado de São
Paulo -, a falta de legislação permite a proliferação de painéis ilegais e placas
rudimentares colocadas quase nos acostamentos.
Nesses dois tipos de painéis o anúncio é pintado à mão, num trabalho artesanal e
artístico que requer tempo, e na maioria das vezes, o anunciante primeiro escolhe
o local a partir das opções de que a empresa exibidora dispõe, e depois, se
constrói a estrutura. Por isso os contratos são de um ano, no mínimo, para que os
custos de instalação sejam diluídos.
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Backlight – é um tipo de painel com impressão do anúncio em ploter* em tela de
lona translúcida, obtendo-se qualidade de reprodução fotográfica e boa visibilidade
durante o dia, e à noite, quando a tela é iluminada por trás com lâmpadas
fluorescentes dentro de uma caixa metálica.
Glossário:
É mais utilizado que o backlight porque tem melhor visualização, tanto à noite, por
causa da iluminação frontal, como durante o dia, porque a lona fica rígida sobre a
estrutura e assim não oscila com o vento, nem rasga, como acontece com o
backlight, além de ser mais rápida, simples e barata a troca de lâmpadas
queimadas. As figuras a seguir mostram um frontlight de dia e à noite.
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Tanto o back como o frontlight são montados sobre estruturas metálicas apoiadas
em altos postes, a fim de proporcionar o melhor ângulo de visão para motoristas e
passageiros, e dependendo disso, podem até ter duas faces. Como os custos de
produção e instalação da tela estão embutidos no preço da veiculação
(geralmente a estrutura de metal é bancada pela empresa exibidora quando é
fechado o primeiro contrato de exibição para o local), para diluí-los, o período
mínimo de veiculação é de seis meses.
Nada impede que a empresa aceite um período menor de exibição, mas fazendo a
devida compensação no preço da veiculação, ou cobrando preços separados para
a produção e instalação da peça, e para a veiculação.
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Os destinados à publicidades funcionavam apenas com leds amarelos, vermelhos
e verdes (a cor preta é o led apagado), gerando somente 256 tonalidades de
cores, com uma qualidade de imagem ainda distante da TV, porque os painéis
completos, com leds azuis também – que dariam a qualidade que faltava – eram
caros demais para o retorno financeiro a ser obtido com veiculação de mensagens
publicitárias, que não podiam ser muito caras em relação aos outros tipos de mídia
existentes.
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Empena – são os painéis nas laterais de prédios. Os anúncios podem ser
pintados diretamente na parede, pintados sobre chapas de metal colocadas na
parede, ou ainda, impressos digitalmente por ploter em telas de lona que são
estendidas e afixadas na parede do prédio. Em todos os casos, podem ser
iluminados, ou não. Normalmente o período mínimo dos contratos de veiculação é
de um ano.
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Impulsionado pela aceitação e descoberta do ótimo custo-benefício deste “outdoor
ambulante”, o mercado começou a usar a traseira total dos ônibus, com adesivos
em ploter, e chamados de backbus, como mostra a figura a seguir.
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Nas principais capitais do país, a pesquisa do Datafolha constatou que, na
lembrança de 07 dias, a propaganda em ônibus é a segunda mídia mais lembrada
(66%), seguida do táxi (49%) e da placa de rua com 46% de recall.
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busdoor é o meio exterior de maior impacto em cinco destas cidades: Brasília,
Fortaleza, Recife, Salvador e Porto Alegre.
Uma peça pode ser considerada mobiliário urbano se não for nenhum tipo de
outdoor, painel ou busdoor e, se for peça instalada em local público como ruas,
calçadas, calçadões ou praças, e sua exploração publicitária depender de
concorrência pública do município.
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A publicidade ao ar livre também é conhecida como Mídia Externa, são
exemplos e compreendem: Outdoor, busdoor, metrô, placa de rua, entre
outros. É o meio que domina as ruas e os locais de grande fluxo de
pessoas, proporciona impacto visual por seu tamanho e amplia a
visibilidade da campanha por estar situado em local estratégico. Favorece a
freqüência média e a continuidade de veiculação.
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4 – O MERCHANDISING
O termo merchandising tem sido usado pelo mercado para quase tudo que não
seja comercial tradicional, e se tornou a denominação corriqueira para comerciais
ao vivo, testemunhais endossados por apresentadores, ações promocionais
dentro de programas, musiquinhas cantadas, e até para eventos promocionais
dentro de programas, mesmo quando eles não têm nenhum envolvimento com
meios de comunicação.
4.1 - A ética
Nesses casos, então, há que se ter ética, bom senso e escrúpulos, para não se
divulgar produtos serviços, conceitos, juízos ou hábitos condenáveis ou maléficos,
pois nessa hora, por não perceberem que se trata de publicidade, as pessoas
estão muito mais vulneráveis e fáceis de serem persuadidas.
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que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal”. Quer dizer, se o
merchandising for feito da forma correta, é ilegal e o anunciante estará sujeito a
penalidades!
2º- Por não ter quase nada disso, o merchandising dificilmente é eficaz para
construir, fortalecer e criar conceitos e identidade para a marca. E é péssimo para
o desenvolvimento e valorização do mercado publicitário – ninguém premia e nem
elogia merchandising bem-feito, mesmo porque merchandising bem-feito não é
percebido.
Vários produtos fizeram, durante anos, merchandising no cinema e, por ter sido
bem-feito, o público nunca chegou a perceber que se tratava de cenas inseridas
no roteiro mediante verbas de publicidade.
Minority Report (A Nova Lei), dirigido por Steven Spielberg e estrelado por Tom
Cruise, em 2002, teve 15 diferentes empresas que pagaram um total de US$ 25
milhões pelas cenas de merchandising de seus produtos, o que dá uma média de
US$ 1,7 milhão por empresa. Como o filme custou US$ 80 milhões, cada
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merchandising representou 2,13% do orçamento do filme.
Em 007 – Um Novo Dia para Morrer, lançado em 2002, as 24 empresas que
fizeram merchandising no filme pagaram um total de US$ 60 milhões, resultando
numa média de 2,5 milhões para cada uma. O orçamento total dessa 20ª
produção do agente secreto inglês ficou em US$ 142 milhões, o que fez com que
cada merchandising representasse somente 1,76% do custo do filme.
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merchandising do filme, o novo Pólo 2004 da Volkswagem, com um personagem
questionando a situação irreal de o carro estar num filme de 1970 e o outro
fazendo blague com a própria decisão do departamento de marketing da Volks de
ter aprovado tal ação.
4.3 - O merchandising na TV
Nos anos 80, quando teve início a prática do merchandising nas novelas, havia o
bom senso de se inserir produtos somente se houvesse pertinência e adequação
com o roteiro e trama já escritos pelo autor. Ultimamente isso deixou de ser feito, e
o roteiro é que é alterado pelo autor para se adequar ao produto que vai ser
divulgado, ou então, já é escrito prevendo situações nas quais possam entrar
vários tipos de produtos.
É inegável a força do merchandising quando feito da forma certa, tanto que nos
anos 80, em uma novela da Globo uma personagem dizia que estava cansada da
cor roxa e que não iria mais usar roupas dessa cor. O que o autor não sabia era
que as lojas estavam estocadas com roupas da cor roxa, porque seria a cor da
estação. E ficou tudo encalhado nas lojas, a ponto de a Associação dos Lojistas
do Rio de Janeiro relatar o fato à Rede Globo.
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Aproveitando a força do merchandising na TV, alguns autores têm inserido nas
novelas da Rede Globo ações sociais nobres e importantes, divulgando na forma
de merchandising informações de utilidade pública e temas sociais como,
igualdade de direitos e planejamento familiar. Espelhando-se nisso, o governo
federal conseguiu, em 2003, que Globo e SBT concordassem em fazer
merchandising social em alguns programas contra prostituição infantil.
ATIVIDADE 4:
Atividade: Pesquisa, com produção de relatório técnico-científico sobre
Merchandising.
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5 – PLANEJAMENTO DE MÍDIA
E por que planejamento? Porque cada vez mais a situação vem exigindo, do
profissional de mídia, talento e criatividade para atender adequadamente às
exigências de um mercado que se torna cada vez mais sofisticado e complexo
com a entrada de novas culturas empresariais e das revolucionárias tecnologias.
Passa-se por uma revolução qualitativa e quantitativa do mercado consumidor: do
antigo fabricante com oferta limitada, surgiu o atacadista com grande força de
distribuição, culminando no varejo com extensa rede de lojas e com enorme
variedade de produtos. Por outro lado, o consumidor torna-se cada vez mais
exigente e infiel às marcas.
Como já foi dito antes, o Plano de Mídia está para a mídia assim como a peça
publicitária está para a criação. Essa relação parece óbvia para alguns, mas para
quem está iniciando na área de mídia ou está há pouco tempo na atividade, é
importante entendê-la, porque ela pode ajudar a construir uma correta e
consistente carreira profissional.
Vamos à explicação:
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em uma peça de TV, por exemplo, o profissional de criação utiliza sua
sensibilidade para criar um comercial que transmita, de forma tocante e
persuasiva, os aspectos relevantes do produto ou serviço;
em um Plano de Mídia, o profissional de mídia coloca em prática sua visão
estratégica para planejar a melhor forma de veicular esse comercial de TV,
de modo que atinja a quantidade adequada de público-alvo e com a
intensidade necessária.
1º Objetivo de mídia
Quantidade de pessoas que se quer atingir com a campanha, com determinada
intensidade de veiculação e durante determinado período.
2º Estratégia de mídia
É o caminho que se traça para atingir esse objetivo, utilizando os meios escolhidos
e seguindo um cronograma de veiculação.
3º Tática de mídia
São as formas de ação e os recursos através dos quais se implanta essa
estratégia, ou seja, é o detalhamento de onde as peças serão veiculadas, do
número de inserções, de pessoas atingidas e dos valores que serão investidos.
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mercado. Em mídia, o esforço para se chegar a determinado resultado envolve,
também, uma situação de guerra, e quem planejar melhor os combates terá maior
possibilidade de vencê-las.
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6 - PLANO DE MÍDIA
O modelo que será apresentado aqui é básico e atende à maioria dos
anunciantes.
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- qual a situação de vendas da categoria – está estável, crescendo ou caindo.
Esse dado pode ser em valor e/ou em quantidade;
- dados de vendas, distribuição e preços praticados pela empresa e da
concorrência.
6.1.1.2 – Produto
6.1.1.3 – Concorrência
- quem consome? Dados por sexo, classe social, idade, nível de instrução,
ocupação e renda;
- por que consome?
- perfil psicográfico.
Nesta primeira parte do plano, não é comum fazer profundas considerações sobre
as informações citadas. Algumas delas poderão ser analisadas detalhadamente
em outra parte do plano.
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6.2.1 Investimento total em mídia
6.2.3 Volume do GRP de televisão por praça, veículo, gênero e por tamanho
da peça
6.3.1 - Alcance
6.3.3 - Continuidade
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b) onda: distribuição do esforço em dois momentos no ano, sendo três flights
no primeiro semestre e outros três flights no segundo semestre;
Por exemplo:
Alternativa A
Alto alcance, média freqüência e continuidade em onda.
Alternativa B
Médio alcance, alta freqüência e continuidade em onda.
Alternativa C
Alto alcance, alta freqüência e continuidade concentrada.
É a fase de seleção dos “meios” que serão utilizados para atender ao objetivo de
mídia.
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6.5. Cronograma de veiculação
6.7. Anexos
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7 - PRINCIPAIS TERMOS E TÉCNICAS DE MÍDIA
Exemplo hipotético:
A quantidade de domicílios do Rio de Janeiro que assistem ao Programa X
(1.750.000), em relação ao total de domicílios com TV do Rio de Janeiro
(5.000.000). Portanto, o Programa X tem 35% de audiência domiciliar.
Audiência domiciliar do Programa X = 1.750.000 x 100 = 35%
5.000.000
Exemplo hipotético:
A quantidade de mulheres das classes AB, entre 25 e 35 anos, de Salvador, que
assistem ao Programa Z (130.000), em relação ao total de mulheres das classes
AB, entre 25 e 35 anos, de Salvador (240.000). Portanto, o Programa Z tem 54%
de audiência nesse público.
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240.000
Audiência é uma das referências utilizadas pelo profissional de mídia para a
escolha do programa no qual o comercial será veiculado. Além disso, adota os
critérios: adequação do programa com o produto que será anunciado, perfil dos
telespectadores e custo da veiculação do comercial no programa, em relação ao
número de pessoas que assistem ao programa. Explicação detalhada no item 6.8.
Exemplo hipotético:
A quantidade de domicílios do Rio de Janeiro que assistem ao Programa X
(1.750.000), em relação ao total de domicílios com TV ligados no horário, do Rio
de Janeiro (3.500.000). Portanto, a participação de audiência domiciliar do
Programa X é de 50%.
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O total de aparelhos ligados é o resultado da soma dos domicílios sintonizados em
todas as emissoras, em determinado horário.
Exemplo hipotético:
Total Aud. % Part. %
Total domicílios com TV 4.000.000 100 ---
Domicílios com TV desligados 1.500.000 38 ---
Domicílios com TV ligados* 2.500.000 62 100
Emissora A 1.300.000 32 52
Emissora B 600.000 15 24
Emissora C 400.000 10 16
Emissora D 200.000 5 8
* Horário das 20h às 22h.
Exemplo hipotético:
A quantidade de jovens das classes ABC, entre 15 e 24 anos de Porto Alegre, que
ouvem a rádio A (22.000), em relação ao total de Jovens das classes ABC, entre
15 e 24 anos, de Porto Alegre (400.000). Portanto, a audiência desta rádio é de
5,5% nesse público.
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Como acontece em televisão, a audiência de rádio é uma das principais
referências utilizadas pelo profissional de mídia para selecionar a emissora que
veiculará o spot. Seu critério considera, também, outras informações: adequação
da emissora com o produto que será anunciado, perfil dos ouvintes e o custo da
veiculação do spot na emissora, em relação ao número de pessoas que ouvem a
emissora. Explicação detalhada mais adiante, no item 6.8.
Exemplo hipotético:
A quantidade de homens das classes AB, acima de 40 anos, de São Paulo, que
lêem o Jornal Y (320.000), em relação ao total de homens das classes AB, acima
de 40 anos, de São Paulo (940.000). Portanto, a penetração do Jornal Y é de
34%.
60
Adota, também, outros critérios como: adequação editorial com o produto, perfil
dos leitores e custo da veiculação do anúncio no título, em relação ao número de
pessoas que lêem o título. Explicação detalhada na seção 6.9.
Exemplo hipotético:
Perfil dos leitores do Jornal X selecionados por classe social, da Grande São
Paulo.
61
7.7 Índice de afinidade
Exemplo hipotético:
Índice de afinidade dos leitores do Jornal X.
62
7.8 Custo 1% ou Custo por ponto (CPP)
Exemplo hipotético:
Custo da inserção do comercial de TV de 30” no Programa C é R$ 34.500,00 e o
programa tem 35% de audiência domiciliar. Portanto, o Custo 1% do Programa C
é de R$ 985,71.
Exemplo hipotético:
Custo da inserção de anúncio de 1 página a 4 cores na revista D é R$ 120.000,00
e o número de leitores é de 4.500.000. Portanto, o CPM da Revista D é de R$
26,67.
63
CPM = R$ 120.000,00 x 1.000 = R$ 26,67
4.500.000
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8 - Sistema GRP
O GRP (Gross Rating Points) é a técnica utilizada em TV, sendo conhecida como
a soma dos índices de audiência domiciliares de TV, ou seja, o número de
inserções do comercial, ou ao número de inserções x audiência do programa.
Programação 2
Soma das audiências
Programa Aud. dom. % Nº ins. GRP
A 42 3 126
B 44 5 220
C 37 2 74
Total 420
65
poderão assistir ao comercial muitas vezes e outros poucas vezes. Utilizaremos
esses termos a partir deste momento.
Outra variável importante que deve ser considerada é a verba disponível, pois
dessa forma podemos ter, também, várias alternativas de programação com o
mesmo total de GRP e verba, mas os resultados de alcance e freqüência média
poderão ser completamente diferentes, como se viu no exemplo anterior.
Cálculo 1
GRP = Alcance
Freq. Média
Cálculo 2
66
B * * * *
C * * *
D * * *
E * * * *
Freqüência média = 5 + 3 + 2 + 4 + 2 + 2 = 18 = 3
6
67
Praça: Grande São Paulo.
Objetivo de mídia: atingir 90% do público-alvo, que devem assistir, em
média, 10 vezes ao comercial.
A partir disso, pode-se dizer que as decisões, num planejamento de mídia, têm
que levar em conta o alcance necessário, a freqüência média ideal e um período
de veiculação compatível, de acordo com a verba disponível.
68
E como tomar a decisão correta? É fundamental existir o conhecimento de certos
aspectos mercadológicos e de comunicação, pois eles influenciam a maneira de
trabalhar o alcance, a freqüência média e o período de veiculação.
69
8.3 Determinação do objetivo de continuidade
Por exemplo:
Continuidade de veiculação
Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro
Semana 1234 1234 1234 1234 1234 1234
Flight xxx xx X x xx
Nº de flights 1 1 1 1 =4
a) É sempre bom ressaltar que não existe um GRP ideal, pois ele depende do
alcance e da freqüência média.
70
b) O alcance se dá em relação ao público-alvo da praça de veiculação.
71
9 – A TV DIGITAL
72
Em 9 de junho de 2006, o presidente Luis Inácio Lula da Silva assinou o decreto
número 5.820, que dispõe sobre a implantação do Sistema Brasileiro de Televisão
Digital Terrestre (SBTVD-T), definindo este como um conjunto de padrões
tecnológicos para transmissão e recepção de sinais digitais terrestres, que usa
como base o ISDB-T (Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial), padrão
da TV digital japonesa.
73
240p, 288p
Eis então que entra a primeira grande evolução do ISDTV em cima do padrão
japonês. Isso porque o ISDB-T (usado no DVD), capaz de reduzir o vídeo original
em cerca de 40 vezes, mas com um pouco de perda de qualidade da imagem –
imperceptível para muitos. Já o ISDTV utiliza o formato de compressão MPEG-4
(igual ao DivX), capaz de comprimir muito mais e praticamente sem perda de
qualidade visível. Isso porque o MPEG-4 analisa todos os frames de um vídeo,
identifica os objetos comuns entre um frame e outro e envia para o próximo
quadro apenas os objetos que não são redundantes no quadro anterior.
COMPRESSÃO DE VÍDEO
Definição MPEG-2 MPEG-4/H264
HDTV 17~20 Mbps 7~8 Mbps
EDTV 10~17 Mbps 5~6 Mbps
SDTV 4~10 Mbps 1~2 Mbps
LDTV 0,38~2 Mbps 50~100 Mbps
74
Esta evolução do padrão ISDTV tornou o sistema brasileiro um dos mais
modernos do mundo e fez até mesmo os japoneses pensarem em atualizar o seu
padrão para utilizar o formato MPEG-4.
Para assistir à TV digital é preciso ter um televisor ISDTV. Como ainda são poucos
os televisores comercializados atualmente que contam com um receptor digital –
existem hoje seis modelos no total -, é necessário utilizar um set-top-box para
isso. Basicamente, este aparelho é responsável por receber e decodificar o sinal
digital das emissoras e convertê-lo em um sinal compatível com a sua TV.
Já para aqueles que ainda não possuem um televisor de alta definição, como o
velho TV de tubo, a opção é o set-top-box analógico. Esse tipo de set-top-box é
capaz de receber o sinal digital e convertê-lo em sinal analógico, enviando as
imagens para o televisor através de uma conexão de vídeo composto ou via RF
(saída de antena), assim como é feito pelos videocassetes. Os modelos mais
baratos de set-top-box analógico podem ser encontrados por R$500.
DEFINIÇÃO DE CANAIS
Os canais analógicos continuarão a ser transmitidos
normalmente em VHF (Very High Frequency) entre a
numeração 2 e 13. Já a transmissão digital será feita em
UHF (Ultra High Frequency). As transmissões com fins
comerciais receberão a numeração entre 14 e 59. Já os
canais entre 60 e 69 serão usados para a transmissão de
75
TVs públicas, das quais o governo terá emissoras para o
Poder Executivo, Educação, Cultura e Cidadania. A
numeração adotada por cada emissora ainda não foi
divulgada oficialmente.
9.5 - Middleware
9.6 – Interatividade
E este recurso está mais perto do que parece. Em junho de 2007, o CPqD (Centro
de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações) apresentou uma solução
chamada CPqD T-banking, qu já permite que operações bancárias sejam
executadas pela TV.
Entretanto, para que isso seja viabilizado, é preciso definir qual será o canal de
retorno do set-top-box. As opções possíveis são a linha telefônica convencional, a
76
telefonia celular ou qualquer outro meio de comunicação capaz de transferir
dados.
INCLUSÃO DIGITAL
O governo pretende utilizar a TV
digital como forma de inclusão
digital, já que 98% dos lares
brasileiros têm uma TV e menos de
10%, computador.
Para receber o sinal digital, não há mudanças. Você poderá utilizar a mesma
antena VHF-UHF existente. Isso porque o sinal continua sendo distribuído de
forma analógica. O que muda é que o vídeo é capturado e comprimido
digitalmente. Antes de ser transmitido, ele é multiplexado e transmitido via
radiofreqüência, através da banda de 6 MHz da emissora. Ao receber o sinal, o
set-top-box possui um desmultiplexador, que converte o vídeo novamente à sua
forma digital, não existe a presença de fantasmas ou ruídos. Se houver alguma
interferência que prejudique o sinal, o vídeo simplesmente não é exibido.
O televisor também não precisa ser substituído para receber o sinal digital, já que
a maioria dos equipamentos de set-top-box lançados conta com uma saída de
vídeo composto para os televisores analógicos. Com isso, no mínimo, você terá o
benefício de um sinal de TV com qualidade de DVD.
Se você optar por um televisor de alta definição, a mudança passa a ser ainda
maior. Será possível assistir à programação da TV com resolução de 720p ou
1080i com formato de tela em 16:9 (widescreen). Além disso, o áudio poderá ser
surround de 5.1 canais. Entretanto, o formato escolhidos para a TV digital
77
brasileira é o AAC. Hoje, dos set-top-boxes, receivers e sistemas integrados à
venda, nenhum oferece decodificador surround AAC. Por esse motivo, ainda não é
possível usufruir a TV digital em 5.1 canais. Segundo os fabricantes, os primeiros
equipamentos de home theater com processador de áudio surround AAC devem
chegar ao mercado no início de 2008.
Definir o sistema de TV digital foi uma novela, com suas idas e vindas. Ironia ou
não, é justamente pelas novelas que as emissoras estão iniciando suas
transmissões. A idéia é criá-las com imagem de HDTV (High Definition Television),
que é a TV de alta definição. “Os estúdios da Central Globo de Produção, em
Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, foram reformados para trabalhar com os
equipamentos necessários para a produção de HDTV e a novela das oito, Duas
Caras, será transmitida em HDTV”, é o que afirma Carlos Fini, gerente de
tecnologia e manutenção da TV Globo.
78
Já o responsável por TV digital da Rede Record, José Marcelo Amaral, afirma que
a emissora já possuía alguns programas produzidos em HDTV, entre eles a novela
Zorro. A idéia agora é transmitir nessa qualidade e manter em formato widescreen.
Na teoria, a TV aberta brasileira ganhou novos canais, pois por um bom tempo as
emissoras deverão transmitir simultaneamente a programação em canais
analógicos e em digitais.
Mas, na prática, o sonho de maior número de canais (como uma TV a cabo) não
será tão real assim. Isso porque as emissoras têm optado por manter a mesma
programação nos canais digitais, com a única diferença de ser HDTV.
A Globo, por exemplo, vai ter sua transmissão de HDTV pelo canal 18 do UHF, e
segundo Carlos Fini, “A opção da TV Globo é pelo modelo de programação única
em alta definição”.
Já a Record irá transmitir pelo canal 20 UHF. José Marcelo Amaral é enfático em
sua resposta: “Não há intenção de se criar novos canais”. O que deve acontecer é
a mudança gradativa da programação analógica para digital, sem nenhuma perda
para o consumidor. José Marcelo Amaral cogita até a possibilidade de haver um
mecanismo no controle remoto para manter a sintonia com o canal 7 (analógico
em São Paulo).
9.11 - TV a cabo
A TVA também já possui seu canal de HDTV, o canal 46 TVA HDTV, lançado
durante a Copa do mundo de 2006 para transmissão dos jogos em HDTV. Depois
79
da Copa, o canal praticamente morreu. A TVA está trabalhando em um novo
receptor de HDTV e negociando novos canais com conteúdo HDTV.
9.12 - Set-top-box
A conexão HDMI permite receber sinal de áudio e vídeo digital em alta definição
(1.920 x 1.080 linhas). Já o cable modem permitirá melhor velocidade e qualidade
nas aplicações interativas, tais como pay-per-view e envio de dados digitais – até
o momento, essa interatividade é feita via conexão discada.
Já o disco rígido poderá gravar até 80 horas de vídeo. Mas o consumidor terá que
aguardar ainda a disponibilidade de um software que ativará o disco para
gravação. “ainda não temos claro como isso vai funcionar”, afirma Alessandro
Maluf.
“A Globo é que produziu o material e nós enviamos como uma aplicação interativa
para nossos assinantes”, lembra Maluf, que acredita que o número de parcerias
para interatividade com TVs abertas tende a aumentar a partir de agora.
80
– que estão sendo lançados na faixa dos R$500 – permitem, no máximo, a
qualidade de DVD.
81
ANEXO TV DIGITAL
PERGUNTAS E RESPOSTAS
Tire aqui todas as suas dúvidas em relação à TV digital brasileira
82
Tenho três televisores em casa, terei que comprar um set-top-box para cada
aparelho?
Sim. Se você quiser receber o sinal digital nos três aparelhos, será necessário
adquirir um set-top-box para cada um. Uma alternativa não muito eficiente seria
adquirir apenas um set-top-box e dividir a saída para os três televisores. Além de
precisar passar diversos cabos pela casa, você será obrigado a assistir ao mesmo
canal em todas as TVs simultaneamente.
83
Como poderei reproduzir o sinal de áudio surround, caso ele seja
transmitido pelas operadoras?
O sistema de transmissão de TV digital brasileiro ISDTV (International System for
Digital Television) utiliza o formato de áudio surround MPEG-4 AAC. Ainda não
existe nenhum receiver que ofereça esse tipo de decodificador para gerar o som
em 5.1 canais. Além disso, os set-top-boxes lançados até o momento não são
capazes de decodificar o sinal surround da TV digital, limitando-se ao sinal
estéreo. Uma solução é utilizar recursos como os processadores Dolby Pro Logic
II e DTS Neo:6, por exemplo, para simular o som surround. Já os assinantes da
NET que optarem pelo receptor HDTV da empresa poderão usufruir o som em 5.1
caso eles tenham um sistema de home theater com sistema Dolby Digital. Isso
porque a operadora irá transmitir o som surround das emissoras abertas, quando
disponível, no formato Dolby Digital surround em vez do AAC.
Mesmo sem interatividade e com preços altos, vale a pena comprar um set-
top-box ou TV com receptor embutido agora?
O preço dos set-top-boxes irá cair no decorrer de 2008. o governo prometeu
lançar políticas de incentivo para que isso aconteça. Mas se preço não é um
problema e você não está preocupado com a interatividade, o investimento para
poder assistir a alguns programas em alta definição é certamente válido.
84
LISTA DE EXERCÍCIOS - TÁTICAS DE MÍDIA
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07 – O programa Caldeirão do Huck possui 38% de participação de audiência. O
custo da inserção apenas para a cidade de Goiânia é de R$ 500.00. Calcule o
custo 1% do programa citado para a cidade de Goiânia.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JONES, John Philip. A publicidade como negócio. São Paulo: Nobel, 2002.
MARTINS, Zeca. Propaganda é isso aí: um guia para novos anunciantes e futuros
publicitários. 1 ed. 2 reimpr. São Paulo: Atlas, 2006.
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