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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CAMPUS NOVA VENÉCIA


CURSO DE EXTENSÃO: “FORMAÇÃO E GESTÃO POLÍTICA”

Disciplina: Dívida Pública Polo: Anchieta Data: 23/04/2018


Docente: Weverton Pereira do SACRAMENTO Discente: Luciana ANTONINI
1ª semana – Disciplina 2 – Tarefa 02 – Resenha Crítica

Nosferatus, Nostradamus e "Nosotros":


a que(m) serve a dívida pública?
E qual parte nos cabe neste latifúndio?i

“O mais grave é que sequer sabemos porque estamos pagando tanto e a que título,
pois não há transparência nesse processo de endividamento.
Só uma auditoria irá jogar luz sobre esse processo,
provando que somos credores e não devedores.”
(CARVALHO, 2006, p. 16)

A tributarista Maria Lucia Fattorelli Carneiro (auditora fiscal da Receita Federal


aposentada e coordenadora da organização brasileira Auditoria Cidadã da Dívida), nos
dois textos propostos para esta atividade, demonstra cabalmente o quanto a dívida
pública, interna e externa, está a serviço dos interesses das elites nacionais e
estrangeiras, em detrimento dos direitos sociais cidadãos, os quais deveriam ser
priorizados e resguardados pela Nação.
Excetuando-se o início dos anos 30 (Getúlio Vargas), quando se realizou uma
auditoria da dívida externa e comprovou-se que “não havia contabilidade regular e nem
controle das remessas ao Exterior” (CARNEIRO, 2006, p. 2), não há registro e/ou
conhecimento abalizado sobre o que, para que(m) ou o porquê dos valores existentes e
pagos pelo povo brasileiro. É um imbróglio que somente à sociedade civil organizada
interessa desatar. Posto que, aos que histórica e nababescamente locupletam-se, por
óbvio, querem a permanência e continuidade deste Sistema da Dívida (como afirma
Delfim Neto, apud CARNEIRO, 2006, p. 15), o qual promove o exponencialmente
imenso enriquecimento do setor financeiro privado (CARNEIRO, 2014, p. 217).
Vale ressaltar que este Sistema da Dívida é amplamente amparado pelos
Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público, como demonstra a autora
através de fatos históricos, tanto longínquos, quanto recentes. O consentimento e a
viabilização dos caprichos do capital financeiro externo e nacional permeiam nossos
pífios mandantes. Práticas abjetas e acintosas, que relembram coronéis e ditadores
saciando-se no poder. Um completo retrocesso para uma Nação que se pretende
autônoma, soberana e democrática. Afinal, a Política deveria ser a Arte do Bem Comum.
Ou não?
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FGP-ANCHIETA - 2018_1ªSem_Disciplina 2 - Tarefa 02_ANTONINI abr.2018
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CURSO DE EXTENSÃO: “FORMAÇÃO E GESTÃO POLÍTICA”

Perplexamente, justamente após a promulgação da Constituição Cidadã (1988),


vivenciamos um tempo de profunda regressão social, humana, existencial, cultural,
urbana, política, econômica e educacional. O que domina é a alienação em todas estas
dimensões. Sendo que o alienado é aquele que não pensa por si, mas que (re)produz a
riqueza alheia, não tendo acesso à mesma. Como diria Étienne de La Boétie, em o
“Discurso da Servidão Voluntária”, é “a obediência consentida dos oprimidos”. Vivemos
um tempo regressivo do capitalismo, consolidando a sociedade da pobreza, apesar de
tanta opulência. O despertar de consciências, como colocou em versos nosso “poetinha”
maior, Vinícius, está longe de ocorrer.
“- Loucura! - gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
- Mentira! - disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.”
(MORAES, 1959)

Pois a mídia (o chamado 5º Poder), também parte constitutiva das elites, domina
o cenário das informações manipulando e manobrando as massas. Como em “vamos
bater panelas nas varandas de nossos apês!” acreditando estar fazendo uma revolução
político-social. Seria risível, não fosse lamentável.
É de se estarrecer diante do capitalismo especulativo (CORRUPTO e
CORRUPTOR! Assim como todos nós, diga-se de passagem... Afinal, somos peças
desta engrenagem!), onde a produção é secundária, praticamente desnecessária, e “o
fardo é o burro quem carrega” (leia-se os trabalhadores). Enquanto as elites facínoras e
sanguinárias deleitam-se na inescrupulosa e exorbitante concentração de renda.
E, abominavelmente, isso é somente reflexo, espelho, do que somos nós, posto
que atuamos neste cenário, dando-lhe suporte e respaldo, nem que seja por omissão.
Pode isso? Muito se pensa, se fala, mas pouco se faz com relação ao enfrentamento do
endividamento público “ilegal, imoral, ilegítimo e fraudulento” (CARNEIRO, 2014, p. 221).
Então, para além de pensar, falar, escrever, como vamos agir frente à saturação da
regressão social? Creio que, assim como se faz na experiência da “Auditoria Cidadã da
Dívida”, através de estudos transparentes, divulgação, conscientização, capacitação,
formação, articulação e mobilização da sociedade, promovendo seu protagonismo,
damos passos neste sentido.
E que, ainda assim, estas ações podem ser sabotadas pelas “autoridades”, como
o foi no episódio da visita oficial ao Brasil do Especialista Independente da ONU sobre

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dívida externa, finanças e direitos humanos, Sr. Juan Pablo Bohoslavsky (cf.
http://www.global.org.br/blog/sociedade-civil-brasileira-repudia-o-cancelamento-da-visita-
ao-brasil-do-especialista-independente-da-onu-para-divida-externa-financas-e-direitos-
humanos-pelo-governo-brasileiro/)
Extirpou-se do ser humano a perspectiva de longo prazo, em uma sociedade
consumista, vazia, fluida e fútil, como preconizado por Nostradamus ou mesmo o povo
hindu, há milênios, através de Kali-Yuga, a Era da degradação, “quando Kalki, o
Destruidor, desce à Terra. Um presságio do apocalipse hindu, (onde) acredita-se que
Kalki trará a destruição do mundo quando a humanidade abandonar completamente a
retidão, (...) como na época atual dominada pelas trevas.” (SULLIVAN, 2016).
A tarefa contra hegemônica é bem mais complexa, tanto quanto necessária.
Resta à sociedade civil organizada o árduo encargo de extirpar uma série de
ilegalidades e ilegitimidades anticonstitucionais, tendo consciência de si própria, e
fazendo as transformações/revoluções necessárias à sua própria felicidade e realização
plenas. E com proteção e força de Ogum (ou São Jorge - e estamos no dia/mês dele!),
empunhemos nossas habilidades e saberes, contribuindo para a inversão dos gastos em
pagamento da Dívida Pública para Benefícios Sociais, como o ocorrido no Equador!
(CARNEIRO, 2014, p. 220)
Patakori Ogun! Ogunhê!

REFERÊNCIAS:
CARNEIRO, M. L. F. Auditoria Cidadã da Dívida: Uma Experiência Brasileira. In: PRIMER
SIMPOSIO INTERNACIONAL: Sobre Deuda Pública, Auditoria Popular y Alternativas de Ahorro
e Inversión para los Pueblos de América Latina. Caracas, Venezuela- 22, 23 y 24 de Septiembre
de 2006. 18 p. Disponível em: <http://www.cadtm.org/IMG/pdf/Maria_lucia.pdf>. Acesso em:
19.abr.2018.

_______. O sistema da dívida, a limitação das políticas públicas e o empobrecimento social.


Entrevistador: José Menezes Gomes (UFAL). Revista Políticas Públicas, São Luís, v. 18, n. 1,
p. 217-225, jan./jun. 2014. Disponível em: <https://auditoriacidada.org.br/wp-
content/uploads/2014/11/Entrevista-Maria-Lucia-Revista-UFMA.pdf>. Acesso em: 19.abr.2018.

MORAES, V. Operário em construção. 1959. Disponível em:


<http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/o-operario-em-construcao>.
Acesso em: 19.abr.2018.

SULLIVAN, K. Fim do Kali-Yuga, a Era da degradação, a vinda do Kalki Avatar. 28.


ago.2016. Disponível em: <https://thoth3126.com.br/fim-do-kali-yuga-a-era-da-degradacao-a-
vinda-do-kalki-avatar/>. Acesso em: 19.abr.2018.

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Humildemente, dedico ao Cineasta Nelson Pereira do Santos pela maestria e, sobretudo, pela irreverência e
ousadia.
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