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CONTEÚDO

1. O Batismo no Espírito Santo - Uma Experiência Subseqüente à Salvação.


2. A Promessa e o Seu Cumprimento.
3. O Espírito Santo - Fonte de Poder Sempre Presente.
4. A Evidência do Espírito Santo Habitando em Nós.
5. É Necessário Falar em Línguas?
6. Qual É O Propósito das Línguas?
7. É Bíblico Ficar Esperando pelo Espírito Santo? (Parte 1)
8. É Bíblico Ficar Esperando pelo Espírito Santo? (Parte 2)
9. Dez Razões Por Que Todo Crente. Deve Falar em Línguas (Parte 1)
10. Dez Razões Por Que Todo Crente Deve Falar em Línguas (Parte 2)
11. O Espírito Santo no íntimo.
12. Sete Passos Para Receber o Espírito Santo (Parte 1)
13. Sete Passos Para Receber o Espírito Santo (Parte 2)
14. Os Dons do Espírito
15.O Dom da Palavra do Conhecimento
16.O Dom da Palavra do Conhecimento no Antigo Testamento.
17.0 Dom da Palavra da Sabedoria (Parte 1).
18.0 Dom da Palavra da Sabedoria (Parte 2)
19. O Dom do Discernimento de Espíritos
20. O Dom da Fé (Parte 1)
21. O Dom da Fé (Parte 2)
22. O Dom de Operar Milagres
23. Os Dons de Curas.
24. O Dom da Profecia.
25.0 Dom das Línguas.
26. Interpretação de Línguas.

Lição 1

O Batismo no Espírito Santo — Uma Experiência Subseqüente à Salvação

Texto Bíblico: Atos 8.12-19

Verdade Central: Há uma experiência subseqüente à salvação, de receber a plenitude do


Espírito Santo.

Como jovem pastor denominacional, fui ensinado que quando a pessoa é salva, ela já tem o Espírito
Santo - o que é verdade em certo sentido. A minha denominação, no entanto, ensinava que quando a
pessoa é salva, já possui a totalidade do Espírito Santo que é possível possuir.
O texto bíblico abaixo ajudou-me a perceber que há uma experiência subseqüente à salvação que é
chamada receber o Espírito Santo, ou o batismo no Espírito Santo.
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Estes versículos demonstram que, embora os samaritanos fossem salvos, os apóstolos não pareciam
pensar que possuíam a totalidade do Espírito Santo, que é possível possuir.
O Ministério de Filipe na Samaria
#At 8.12,13. Quando, porém, deram crédito a Filipe, que os evangelizava a respeito do reino de Deus
e do nome de Jesus Cristo, iam sendo batizados, assim homens como mulheres. O próprio Simão
abraçou a fé; e, tendo sido batizado, acompanhava a Filipe de Perto, observando extasiado os sinais e
grandes milagres praticados.
O ministério de Filipe na Samaria foi abundantemente abençoado por Deus. Muitos estavam sendo
salvos e curados, conforme Atos 8.7,8: Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam gritando
em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados. E houve grande alegria naquela cidade.
Os samaritanos creram nos sermões de Filipe no tocante ao reino de Deus e ao Nome de Jesus, e
foram balizados na água: Quando, porém, DERAM CRÉDITO a Filipe, que os evangelizava a
respeito do reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, iam sendo BATIZADOS, assim homens como
mulheres (v. 12).
Jesus tinha dito: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem CRER e for
BATIZADO será salvo. (Marcos 16.15). Esses samaritanos não somente creram como também
foram batizados. Eram salvos? De conformidade com Jesus, sim! Mas nenhum deles tinha recebido
o batismo no Espírito Santo.
Há uma obra do Espírito Santo envolvida no Novo Nascimento, mas aquela obra não é chamada o
recebimento do Espírito Santo (ou o batismo no Espírito Santo). É chamada nascer de novo (ou
receber a vida eterna). A experiência que se segue após a salvação é chamada receber o Espírito
Santo, o batismo no Espírito Santo, ou a plenitude do Espírito Santo.
Nascemos de novo pela Palavra de Deus. Pedro diz que nascemos não de semente corruptível, mas
de incorruptível, MEDIANTE A PALAVRA DE DEUS, a qual vive e é permanente (1 Pedro 1.23).
Pedro e João Enviados a Samaria
#At 8.14-17
14 Ouvindo os apóstolos, que estavam em Jerusalém, que Samaria recebera a Palavra de Deus,
enviaram-lhe Pedro e João;
15 Os quais, descendo para lá, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo;
16 Porquanto não havia ainda descido sobre nenhum deles, mas somente haviam sido balizados em o
nome do Senhor Jesus.
17 Então lhes impunham as mãos, e recebiam estes o Espírito Santo.
Esse texto diz, no v. 14: Ouvindo os apóstolos que estavam em Jerusalém, que Samaria RECEBERA
A PALAVRA DE DEUS Essa é comprovação conclusiva de que essas pessoas foram genuinamente
salvas. Os apóstolos reconheceram que foram salvos, porque depois que ouviram falar das coisas
maravilhosas que Deus realizara através do ministério de Filipe, enviaram Pedro e João para
imporem as mãos sobre os novos convertidos a fim de que recebessem o Espírito Santo.
Não há registro de que alguns sobre os quais Pedro e João impuseram as mãos deixaram de receber.
A Bíblia declara, simplesmente: Então lhes impunham as mãos, e recebiam estes o Espírito Santo
(Atos 8.17).
Pedro e João foram enviados para a Samaria com um propósito específico. Qual era esse propósito?
A resposta se acha no v. 15: Os quais, descendo para lá, oraram por eles para que recebessem o
Espírito Santo.
Os outros apóstolos em Jerusalém enviaram-nos à Samaria visando esse propósito específico. Por
que eles tinham que orar por esses samaritanos a fim de receberem o Espírito Santo? Por que Filipe
não poderia ter orado por eles de modo igualmente eficaz?
Devemos lembrar-nos que todos nós temos nosso lugar no plano de Deus. Devemos descobrir esse
lugar e fazer aquilo que Deus quer que façamos. Deus tem para nós ministérios especiais; Ele não
chamou todos nós para ministrarmos da mesma maneira, e Ele nos deu a todos nós o mesmo
ministério.
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Filipe era um evangelista. O seu ministério estava levando muitos a uma experiência de salvação em
Jesus Cristo. Pedro e João, por outro lado, tinham um ministério específico de impor as mãos nas
pessoas para receberem o Espírito Santo.
Simão, o Mágico
#At 8.18,19 Vendo, porém, Simão que, pelo fato de imporem os apóstolos as mãos, era concedido o
Espírito [Santo] ofereceu-lhes dinheiro, Propondo: Concedei-me também a mim, este poder, para
que aquele sobre quem eu impuser as mãos, receba o Espírito Santo.
Simão, o mágico, ofereceu dinheiro a Pedro e João, dizendo: Concedei-me também a mim este
poder, para que aquele sobre quem eu impuser as mãos, receba o Espírito Santo (v. 19).
Pedro lhe respondeu: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir por meio dele
o dom de Deus (v. 20).
Há quatro palavras gregas diferentes no Novo Testamento que são traduzidas por "dom". A que é
usada aqui significa "doação'.'. Pedro disse que ele e João foram dotados pelo Espírito Santo para
impor as mãos nas pessoas a fim de que estas recebessem o batismo do Espírito Santo.
Como sabemos que esses samaritanos realmente falaram em línguas? Alguns daqueles que não
crêem nas línguas argumentam que esse texto nada fala a respeito de falarem em línguas.
Não há nenhuma evidência, no entanto, de que não falaram em línguas. Na realidade, os estudiosos
da História eclesiástica sabem que os antigos pais da Igreja Primitiva concordam entre si que de fato
falaram em línguas. E lemos em outras partes do Novo Testamento que aqueles que foram cheios do
Espírito Santo falaram em outras línguas.
Além disso, fica aparente que esses samaritanos forçosamente devem ter falado em outras línguas,
porque Simão, o mágico VIU que pelo fato de imporem os apóstolos as mãos, era concedido o
Espírito [Santo]. (v. 18).
Certamente o Espírito Santo não Pode ser visto com o olho físico, porque Ele é um Espírito, Mas,
forçosamente tinha que haver algum tipo de sinal físico que deixasse Simão saber que tinham
recebido o Espírito Santo. Forçosamente havia algo que fizesse impacto sobre os sentidos físicos de
Simão, para ele perceber que eles tinham recebido o Espírito Santo. Simão pessoalmente não
recebeu o Espírito Santo, mas podia ver quedos outros, sim. Como ele viu?
"Talvez tenha sido porque Simão viu que os samaritanos estavam cheios de alegria," certo pastor me
falou. Essa explicação não serve, no entanto. O v. 8 relata: E houve grande alegria naquela cidade. Já
tinham alegria antes de Pedro e João terem chegado de Jerusalém, e antes de os samaritanos terem
recebido o batismo no Espírito Santo.
Que tipo de sinal, pois, levaria Simão a saber que essas pessoas receberam o Espírito Santo quando
Pedro e João lhes impuseram as mãos? Todas as evidências indicam que o sinal que foi manifestado
era o falar em outras línguas. Foi esse o sinal que convenceu Simão que tinham recebido o Espírito
Santo.
Falar em outras línguas não é o próprio Espírito Santo, e o Espírito Santo não é falar em outras
línguas - mas vão de mãos dadas. É como a língua do sapato. A língua não é o sapato, e o sapato não
é a língua, mas cada um é parte importante do outro.
Quando alguém compra um automóvel no Texas, recebe uma certidão de propriedade de veículo. O
automóvel não é a certidão de propriedade, e a certidão não é o automóvel, mas o novo dono não
poderá viajar muito tempo naquele automóvel sem a certidão (ou evidência) de ser o legítimo
proprietário.
Se você tem a plenitude do Espírito Santo, você precisa da evidência para acompanhá-la.
Note que não há a mínima sugestão em Atos 8 que Pedro e João ensinaram os samaritanos a ficar
aguardando (esperando) o Espírito Santo.
Howard Cárter, que durante muitos anos foi supervisor geral das Assembléias de Deus na Grã
Bretanha, fundou a Escola Bíblica Pentecostal mais antiga do mundo, e ele era um ensinador
destacado nos círculos do Evangelho Pleno em todas as partes do mundo. Disse que mandar as
pessoas ficar esperando até receberem o Espírito Santo não passava de uma combinação de obras e
de incredulidade.
Um Dom Gratuito
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Note outra coisa em Atos 8: Pedro e João não oraram para Deus dar aos samaritanos o Espírito
Santo. Oraram para os samaritanos receberem o Espírito Santo.
Frequentemente oramos: "Senhor, salva almas no culto desta noite. Cura os enfermos". Não vemos,
porém, que oravam assim nos Atos dos Apóstolos (e devemos orar segundo a Palavra).
Oro pelas pessoas, mas não pedindo para Deus salvá-las, porque Ele já fez Sua parte na salvação
delas: Enviou Seu Filho para morrer por nós. Deus já pagou o preço da salvação de cada pessoa; mas
isso não nos será de nenhum proveito a não ser que o aceitemos. Foi por isso que Ele nos mandou
espalhar as Boas Novas.
Biblicamente, devemos orar para as pessoas receberem o dom da vida eterna que lhes é oferecido.
Não oro para Deus curar as pessoas, tampouco. Oro para as pessoas receberem a cura que Deus
oferece.
Não oro para Deus dar às pessoas a plenitude do Espírito Santo. Oro assim como Pedro e João
oravam, para que recebam o dom que Deus oferece.
Note, também, que o v. 17 desse trecho não diz: "Então lhes impunham as mãos e Deus lhes dava o
Espírito Santo". Diz: e RECEBIAM estes o Espírito Santo.
Creio que Pedro e João são exemplos bons a serem seguidos, de modo que adoto o modelo
estabelecido por eles: imponho as mãos nas pessoas para receberem o Espírito Santo. Faço assim
pela fé, porque é bíblico. Assim faço, também, porque tenho um ministério nesse sentido. Os
apóstolos enviaram Pedro e João até a Samaria porque estes tinham um ministério nesse sentido
(Deus nos unge para ministrar de conformidade com a Sua vocação para a nossa vida).
Como pastor denominacional, meio século atrás, quando estava lendo o Novo Testamento e o
Espírito de Deus me iluminou no tocante a esses versículos, fiquei convicto de que se eu recebesse o
mesmo Espírito Santo que eles tinham recebido, haveria o mesmo sinal inicial de falar em outras
línguas. Não me daria por satisfeito com nada menos do que isso.
Texto para Memorizar:
Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não
muito depois destes dias (Atos 1.5).

Lição 2

A Promessa e o Seu Cumprimento

Textos Bíblicos: João 14.16,17; Atos 2.32,33; João 4.13,14; 7.37-39

Verdade Central: Deus tem prometido "rios de águas vivas" para saciar a sede espiritual das
pessoas.

Nos versículos abaixo, vemos que Jesus prometeu o dom do Espírito Santo. Depois, em Atos 2,
vemos o cumprimento daquela promessa.
#Jo 14.16,17. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre
convosco, O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece;
vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.
#At 2.32,33. A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. Exaltado, pois, à
destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e
ouvis.
O Consolador Prometido
Jesus orou que o Pai enviasse outro Consolador para estar sempre com eles. Derramou o Espírito
Santo, que tem estado aqui desde então. Agora, já não é questão de o Pai dar o Espírito Santo a
alguém. É questão de recebermos o Espírito Santo.
Note as palavras de Jesus: E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que [Ele]
esteja para sempre convosco. Quando recebemos o Espírito Santo, recebemos a "Ele", a uma Pessoa,
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e não a alguma influência impessoal. Já ouvimos as pessoas dizerem: "Recebi o batismo". Na
realidade, porém, não receberam o batismo; receberam o Espírito Santo.
Outros dizem: "Sou cheio do batismo". Não são cheios do batismo. Nem sequer são cheios do
batismo do Espírito Santo. São cheios do Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Deidade.
Receber o Espírito Santo é mais do que uma experiência; Uma Personalidade divina vem habitar em
nós - morar em nós - fazer em nós o Seu lar.
Não devemos ficar tão ocupados com uma experiência exterior que deixamos de perceber a realidade
da presença do Espírito Santo que habita em nós. Se recebemos a plenitude do Espírito Santo,
devemos estar conscientes da Sua presença a todo momento, a não ser quando estamos dormindo.
Não deveremos ter necessidade de depender da lembrança de alguma experiência na igreja há vários
anos. O Espírito Santo deve tornar-Se mais real e precioso para nós, todos os dias.
A Promessa É Para Os Que Crêem
Note também que a plenitude do Espírito Santo não é para os pecadores; é para os crentes.
Referindo-Se à plenitude do Espírito Santo, Jesus disse: O Espírito da verdade, que o mundo não po-
de receber.
O mundo pode receber a vida eterna: Porque Deus amou ao MUNDO de tal maneira que deu o seu
Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3,16). O
mundo pode receber Cristo como Salvador - o mundo pode nascer de novo - mas a pessoa precisa
nascer de novo antes de receber a plenitude do Espírito Santo.
Para ilustrar esse fato, Jesus disse em Mateus 9.17: Nem se põe vinho novo em odres velhos; do
contrário, rompem-se os odres, derrama-se o vinho», põe-se vinho novo em odres novos (Naqueles
dias, o vinho era armazenado em odres de couro).
Nas Escrituras, o vinho tipifica o Espírito Santo. Jesus estava dizendo, portanto, que o Espírito Santo
não poderia ser dado na Sua plenitude a não ser que a pessoa tivesse sido feita nova criatura. De
outra forma, como Jesus indicou, se vinho novo fosse colocado em odres velhos, estes romper-se-
iam. Se Ele colocasse o Espírito Santo em pessoas que não tinham nascido de novo, estourariam. E
assim, se alguém está em cristo, é nova criatura: as coisas antigas tt passaram; eis que se fizeram
novas #II Co 5.17.
Quando você é feito nova criatura, você está pronto para ficar cheio de vinho novo.
Jesus, também com referência ao Espírito Santo, disse em Lucas 11.13: Ora se vós, que sois maus,
sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles
que lho pedirem?
Deus não é o Pai de todos. Ouvimos falar muita coisa hoje em dia a respeito da Paternidade de Deus
e da fraternidade entre os homens, e que Deus é o Pai de todos nós e que todos nós somos irmãos.
Isto não é a verdade. Jesus disse aos fariseus, membros da seita mais rigorosa da religião judaica:
Vós sois do diabo, que é vosso pau. (João 8.44). Deus é o Pai somente daqueles que nasceram de
novo. E para aqueles que nasceram de novo, Deus tem para eles a dádiva da plenitude do Espírito
Santo.
Venha e Beba

#Jo 4.13,14. Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; Aquele, porém, que beber
da água que eu lhe der, nunca mais terá sede, para sempre; pelo contrário, a água que eu lhe der será
nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.
#Jo 7.37-39. No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem
sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de
água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o
Espírito até esse momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado.
A água referida nos dois trechos supra simboliza o Espírito Santo. Note que duas experiência
diferentes são referidas.
Primeiramente, à mulher à beira do poço em Samaria, Jesus disse: Aquele, porém, que beber da água
que eu lhe der, nunca mais terá sede, para sempre; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele
uma fonte a jorrar para a vida eterna (Jo 4.14). Aqui, Jesus Se referia ao Espírito Santo no ato da
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regeneração ou salvação (O Espírito Santo é representado como "uma fonte a jorrar para a vida
eterna").
A outra referência diz respeito a "rios de água viva," e fala da promessa da plenitude do Espírito
Santo: Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva (Jo 7.38).
Jesus acena para nós, convidando-nos a beber até ficarmos saciados. "Mas como sabemos quando já
estamos cheios?" alguém pode perguntar. Procuremos a resposta em Atos 2.4: Todos ficaram cheios
do Espírito Santo, e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que
falassem.
Se você for crente, é tão simples como Jesus disse que é. Venha e beba, e continue bebendo até ficar
transbordante! Quando você ficar transbordante, você começará a falar em outras línguas. Esse é o
sinal ou evidência inicial do que você ficou cheio.
Texto para Memorizar:
Se alguém tem sede, venha a mim e beba (João 7.37).

ALIÇÃO EM AÇÃO: Tornai-vos, pois, praticantes da palavra, e não somente ouvintes*. (Tg 1.22).

Lição 3

O Espírito Santo Fonte de Poder Sempre Presente

Textos Bíblicos: 1 Coríntios 3.16; 6.19; 2 Coríntios 6.16

Verdade Central: Todo crente cheio do Espírito Santo tem dentro dele todo o der que possa
necessitar para lhe dar a vitória nesta vida.

O Novo Testamento descreve três relacionamentos que Deus mantém com o ser humano: (1) Deus
por nós; (2) Deus conosco; (3) Deus em nós.
Ter Deus por nós garante o sucesso: Se Deus ê por nós, quem será contra nós? (Rm 8.31). Se Deus é
do nosso lado, temos a certeza de que venceremos. Se Deus é por nós - e sabemos que Ele é por nós
— ficamos totalmente destemidos na vida. Não importa quão difícil a situação possa ser — não
importa quão escuras sejam as nuvens que pairam no horizonte da nossa vida — temos a segurança
tranqüila de que temos de vencer. Não poderá haver derrota se o Senhor for por nós.
Podemos, também, ter a segurança de que Deus está conosco. Sejam quais forem as circunstâncias,
nosso Senhor está conosco. O conhecimento da Palavra de Deus nesse assunto deve fazer nosso
coração pular de alegria dentro de nós, e enlevar o nosso espírito com fé e confiança.
No Novo Testamento, temos superior aliança instituída com base em superiores promessas (Hb 8.6).
Debaixo da antiga aliança no Antigo Testamento, Deus estava por Israel e estava com Israel, mas Ele
não estava dentro dos israelitas.
Deus está por nós e conosco hoje, mas também temos algo melhor: Deus está em nós. Deus está
fazendo Sua habitação dentro do nosso corpo!
Nosso Corpo, o Templo de Deus
1 CORÍNTIOS 3.16
16 Não sabeis que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?
1 CORÍNTIOS 6.19
19 Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes
da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?
2 CORÍNTIOS 6.16
16 Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus
vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu
povo.
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Bem poucos entre nós realmente temos consciência de Deus em nosso corpo. Se os homens e as
mulheres tivessem consciência da presença de Deus no seu corpo, não falariam nem agiriam do jeito
que fazem. Alguns cristãos falam constantemente a respeito da sua falta de poder, da sua falta de
capacidade. Se tivessem a consciência de que Deus está neles, saberiam que nada é impossível para
eles!
A Bíblia diz: Se tu podes crer; tudo é possível ao que crê (Mc 9.23 - ARC). A razão por que todas as
coisas são possíveis ao que crê é porque Deus nosso Pai determinou que o crente tivesse o próprio
Deus habitando nele mediante o poder do Espírito Santo. E quando Deus está numa pessoa, nada é
impossível.
De todas as verdades ligadas com a nossa redenção, a verdade culminante é esta: Depois de o
próprio Deus nos ter criado e nos feito novas criaturas - que pertencem exclusivamente a Ele - então
Ele, na Pessoa do Espírito Santo, faz do nosso corpo o Seu lar.
João escreveu na sua primeira Epístola: Filhinhos, vós sois de Deus, e tendes vencido os falsos
profetas, porque maior ê aquele que está em vós do que aquele que está no mundo (1 Jo 4.4).
Tanto Paulo quanto João estavam escrevendo a pessoas que não somente tinham recebido a vida
eterna, mas que eram crentes cheios do Espírito Santo -aqueles em que o Espírito Santo viera habitar
- aqueles que tinham o sinal ou testemunho sobrenatural da Sua presença habitando neles: ò falar em
outras línguas.
João disse:... maior Saqueie que está em vós do que aquele que está no mundo. Sustento que todo
crente nascido de novo e cheio do Espírito Santo tem dentro de si, pronto para ser usado, todo o
poder que possa necessitar para lhe dar a vitória nesta vida.
Quando juntamos as Escrituras citadas supra, fica bem óbvio que, mediante a plenitude do Espírito
Santo, a Terceira Pessoa da Deidade - o próprio Deus -habita no crente. Já não habita num Santo dos
Santos feito por mãos humanas. Nosso corpo ficou sendo o Seu templo.
A Antiga Aliança Foi Terminada
No Antigo Testamento, segundo a Antiga Aliança, a presença de Deus era mantida restrita ao Santo
dos Santos. Ninguém ousava aproximar-se daquele local a não ser o Sumo Sacerdote, e mesmo ele,
somente com muitas precauções. Se outra pessoa ousasse penetrar ali, cairia morta. Era necessário
cada homem em Israel apresentar-se pelo menos uma vez por ano em Jerusalém, porque era ali que
ficava a presença de Deus.
Jesus, no entanto, antes de morrer na cruz, disse: "Está consumado". Não Se referia à Nova Aliança;
falava a respeito da Antiga Aliança. A Nova Aliança não foi completada a não ser quando Cristo
subiu às Alturas e entrou no Santo dos Santos no céu, com Seu próprio sangue, para obter a eterna
redenção para nós, conforme declara Hebreus.
Quando Jesus, na tosca colina de Gólgota, disse: "Está consumado," a Bíblia nos conta que a cortina
que guardava separado o Santo dos Santos no Templo foi rasgada em duas partes, de cima para
baixo.
Josefo, o historiador judaico, nos conta que essa cortina tinha 12 m. de largura, 6 m. de altura, e 10
cm, de espessura. Deus enviou Seu mensageiro para lá, a fim de rasgar aquela cortina de cima para
baixo, o que significava que a Antiga Aliança terminara.
A presença de Deus, que tinha sido contida no Santo dos Santos, saiu daquela estrutura feita por
homens. Ele nunca mais habitou numa construção feita por homens.
Quando dizemos que um edifício é "a casa de Deus," isso é parcialmente correto e parcialmente
incorreto; tudo depende daquilo que queremos dizer com isso. Se queremos dizer que o edifício é
uma casa de Deus porque Deus mora e habita ali, estamos errados. Ele não habita numa
construção humana.
Se queremos dizer que é a casa de Deus e que é sagrada porque foi construída em Nome de Jesus e é
dedicada ao serviço do Senhor, estamos com razão - é uma casa de Deus. Deus, no entanto, não
mora num edifício construído com mãos humanas; Ele vive e habita em nós mediante o poder do
Espírito Santo.
João disse:... maior ê aquele que está em vós. Olhando de novo João 14.16 (que estudamos em nossa
lição anterior) Jesus disse: E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja
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para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem
o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós (Jo 14.16,17). Ele-, estará
em vós. É isso que João também está dizendo ao escrever aos crentes renascidos, cheios do Espírito:
Filhinhos, vós sois de Deus, e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em
vós do que aquele que está no mundo (1 Jo 4.4). Quem é "aquele que está no mundo"? É Satanás, o
deus deste mundo.
Mas Aquele que está em você 6 maior. Se tivéssemos consciência dAquele que é Maior, que está em
nós, não teríamos medo do diabo, porque Aquele que está em nós é maior do que aquele que está no
mundo.
Se estamos conscientes do Maior que habita em nós, e cremos naquilo que a Palavra de Deus diz a
respeito da Sua presença, nada temeremos. Temos' a Fonte de todo o poder habitando em nós.
Com o Espírito Santo habitando dentro de nós, segundo a promessa de Cristo, andaremos no poder
do Espírito Santo. Não precisamos ser derrotados pelas circunstâncias da vida. Podemos vencer
nossas limitações físicas mediante o poder do Seu Espírito.
Texto para Memorizar:
... Maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo (1 João 4.4).

Lição

A Evidência do Espírito Santo Habitando em Nós

Textos Bíblicos: Atos 10.44-46; 11.15-18; 19.1-6

Verdade Central: Falar em línguas é a evidência física de uma experiência espiritual.

Em Atos 10, vemos um exemplo da manifestação de línguas como a prova convincente de que os
crentes tinham recebido o Espírito Santo.
ATOS 10.44-46. Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os que
ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-se, porque
também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo; pois os ouviam falando em línguas
e engrandecendo a Deus.
Depois da visão dramática em que Pedro viu o lençol cheio de animais imundos que foi baixado â
terra, foi chamado à casa de Cornélio, um gentio, para proclamar a salvação divina mediante Jesus
Cristo.
Enquanto Pedro falava com Cornélio e os familiares dele a respeito da remissão dos pecados
mediante o sangue de Jesus, caiu o Espírito Santo sobre todos eles, e passaram a falar em outras lín-
guas.
Quando os irmãos judaicos em Jerusalém ouviram dizer que Pedro tinha levado o evangelho aos
gentios, criticaram muito, e disseram: Entraste em casa de homens incircuncisos, e comeste com eles
(Atos 11.3).
Pedro passou, então, a contar-lhes a respeito da visão que o Senhor lhe dera, admoestando-lhe: Ao
que Deus purificou não consideres comum (v. 9). Pedro passou, então, a apresentar evidência que
comprovava que a salvação dos gentios era genuína e, portanto, devia ser reconhecida pelos irmãos
judaicos.
ATOS 11.15-18. Quando, porém, comecei a falar, caiu o Espírito Santo sobre eles, como também
sobre nós no princípio. Então me lembrei da palavra do Senhor, como disse: João, na verdade,
batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo. Pois se Deus lhes concedeu o
mesmo dom que a nós nos outorgou quando cremos no Senhor Jesus, quem era eu para que pudesse
resistir a Deus? E, ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Logo,
também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para vida.
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Note que foi o falar em línguas que finalmente convenceu o grupo que acompanhou Pedro até à casa
de Cornélio (bem como os cristãos judaicos em Jerusalém) que esses gentios tinham recebido a
dádiva da salvação.
E interessante, também, notar que receberam a salvação e o batismo no Espírito Santo quase
simultaneamente (É justamente o momento em que a pessoa recebe a salvação que é a melhor
oportunidade para levá-la a receber a plenitude do Espírito Santo). Ninguém tinha imposto as mãos
sobre esses gentios. Todos receberam o Espírito Santo aproximadamente no mesmo momento.
Ninguém deixou de receber.
Não vemos aqui, tampouco, nenhuma sugestão no sentido de eles terem ficado esperando para serem
cheios do Espírito Santo.

O Espírito Santo Derramado em Éfeso

ATOS 19.1-6. Aconteceu que, estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo passado pelas regiões mais
altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, Perguntou-lhes: Recebestes, porventura, o
Espírito Santo quando crestes? Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que
existe o Espírito Santo. Então Paulo perguntou: Em que, pois, fostes batizados? Responderam: No
batismo de João. Disse-lhes Paulo: João realizou batismo e arrependimento, dizendo ao povo que
cressem naquele que vinha depois dele, a saber, em Jesus. Eles, tendo ouvido isto, foram batizados
em o nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e
tanto falavam em línguas como profetizavam.
Aqui vemos outro exemplo de os gentios receberem a plenitude do Espírito Santo. Todos esses
homens eram novos convertidos que tinham sido seguidores de João Batista. Tinham ouvido João
Batista pregar que o Messias prometido estava para chegar. Tinham crido na mensagem de João
Batista, e tinham sido batizados por ele em Nome do Pai. Entretanto, porque as notícias não se
espalham tão rapidamente como hoje em dia, ainda não tinham ouvido que o Prometido já chegara.
Paulo, então, chegou a eles e contou-lhes que Jesus, o Messias Prometido, já viera, tinha morrido na
cruz, e tinha sido ressuscitado; e que agora tinham que crer nEle. Paulo passou, então, a batizá-los
em Nome do Senhor Jesus.
Mas ele não parou aí Ele queria, também, que recebessem a plenitude do Espírito Santo. Quando ele
lhes impôs as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam
(v.6).
Sem exceção, todos esses novos convertidos receberam o Espírito Santo quando Paulo lhes impôs as
mãos! De novo, não havia a mínima sugestão de ficar esperando.
Note, também, que tanto falavam em línguas quanto profetizavam. As vezes, as pessoas recebem
uma bênção espiritual adicional, além das línguas, quando recebem a plenitude do Espírito, mas as
línguas sempre vêm em primeiro lugar (A Escritura não disse que profetizavam e falavam em
línguas; diz que primeiramente falavam em línguas, e depois, profetizavam). Já vi pessoas falar em
línguas e profetizar ao receberem o Espírito Santo. Já vi, também, pessoas falar em línguas e
interpretar ao receberem o Espírito Santo. Devemos esperar que falemos em outras línguas. Se mais
alguma coisa for acrescentada, melhor ainda!
Quando recebi o batismo no Espírito Santo, recebi, também, um dom do Espírito, embora não
tivesse consciência disso no momento. Sabia que tinha recebido o Espírito Santo, porque falei em
línguas, mas, digo com toda a franqueza, senti-me um pouco decepcionado. Tendo ouvido alguns
cristãos contar a respeito da sua experiência quando foram cheios do Espírito Santo, esperava que
tivesse algum tipo de experiência assoberbante e hilariante, mas não tive.
Depois, falei comigo mesmo: Não fiz nada mais do que falar em línguas. Muitas vezes, já obtive
uma bênção maior do que esta enquanto simplesmente orava,
O batismo no Espírito Santo não é, porém, simplesmente receber uma bênção; é muito mais do que
isso. Conhecendo a minha Bíblia, eu disse: Não me importo quais sensações tenho ou não tenho. Sei
que recebi o Espírito Santo porque falei em outras línguas. Tenho a evidência bíblica. Continuei
louvando a Deus dessa maneira durante cerca de três dias. Mais tarde, dei-me conta de que, ao
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mesmo tempo em que recebera o Espírito Santo e falara em outras línguas, recebera outro dom do
Espírito - a palavra do conhecimento.

A Porta de Entrada aos Dons Espirituais

Conforme vimos, falar em línguas é o sinal ou evidência inicial e sobrenatural da presença do


Espírito Santo dentro de nós. Falar em outras línguas é a porta de entrada aos dons espirituais.
Descobri na minha própria vida que quanto mais eu oro e adoro a Deus em línguas, tanto mais
manifestações recebo dos demais dons do Espírito Santo. Quanto menos falo em línguas, tanto
menos manifestações recebo.
Falar em outras línguas é a porta de entrada para todos os demais dons espirituais. Algumas pessoas
interessam-se somente pelos outros dons do Espírito, mas temos que passai pela "porta" a fim de
chegar até eles.
A Bíblia nos ensina a desejar os dons espirituais (1 Co 14.1), e a procurar, com zelo, os melhores
dons (1 Co 12.31). Mas lembre-se que essas palavras foram escritas às pessoas que já falavam em
línguas! Não foram escritas a pessoas que não falavam em línguas.
Na igreja em Corinto havia uma abundância do falar em línguas. Realmente, parecia que quando iam
à igreja, todos eles queriam falar em línguas ao mesmo tempo! Assim não é edificante, de modo que
Paulo lhes disse que apenas dois ou três deviam falar em publico, e que outro devia interpretar. E se
nenhum intérprete estivesse presente, deviam guardar silêncio na igreja (1 Co 1427,28).
Paulo não disse que estavam com a coisa errada. Tinham a coisa certa, mas estavam tão
emocionados e exuberantes, que todos queriam falar ao mesmo tempo. Se todos estão louvando a
Deus, é aceitável que todos louvem a Deus ao mesmo tempo. Mas certamente seria errado se todos
começassem a falar em línguas enquanto alguém estava tentando pregar. Além disso, não seria certo
se alguém passasse uma hora ensinando em línguas sem nenhuma interpretação. Quem falava seria
edificado, mas o ouvinte não receberia o mínimo proveito.
Conforme disse Paulo, é melhor falarmos umas poucas palavras com nosso entendimento, a fim de
ensinarmos aos outros, do que falarmos dez mil palavras em línguas, a não ser que houvesse in-
terpretação.
Algumas pessoas, no entanto, fazem tempestade em copo de água. Dizem que Paulo estava
proibindo os coríntios totalmente de falarem em línguas. Essa não pode ter sido a intenção dele, no
entanto, porque acabou de dizer: Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que
todos vós. Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento para instruir
outros... (1 Co 14.18,19). Certamente lhe seria melhor ficar em pé diante da congregação e falar dez
palavras na sua própria língua, de modo que todos pudessem entender, do que ficar ali e falar dez mil
palavras sem interpretação.
A fim de corrigir um erro, porém, Paulo não sugeriu que cometêssemos outro erro ao abandonar
totalmente o falar em línguas. Pelo contrário, somos exortados a procurar com zelo os melhores
dons. Ao fazermos assim, e entrarmos numa vida cristã mais poderosa e eficaz, entraremos pela
porta do batismo no Espírito Santo para recebermos os gloriosos dons espirituais que Deus tem
prometido àqueles que crêem na Sua Palavra.

Texto para Memorizar:

Pois os ouviam falando em línguas e engrandecendo a Deus (A tos 10.46).

Lição 5

É Necessário Falar em Línguas?

Textos Bíblicos: 1 Coríntios 13.8-12; 12.8-10,27-30


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Verdade Central: Muitas pessoas têm sido despojadas da bênção que Deus tem para elas, por causa
de crerem que falar em línguas não é para todos, ou que é um dos dons inferiores.

Receber a plenitude do Espírito Santo envolve mais coisas do que falar em outras línguas, mas as
línguas são uma parte integrante e importante de receber o Espírito Santo. Paulo disse: Dou graças a
Deus, porque falo em outras línguas. (1 Co 14.18).

As línguas Foram Abolidas?


Há aqueles que dizem: "As línguas foram abolidas, porque a Bíblia diz que as línguas cessaram".
Examinemos o trecho das Escrituras que é usado em conexão com esse argumento.
I CORÍNTIOS 13.8-12. O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo
línguas, cessarão; havendo ciência, passará; Porque em parte conhecemos, e em parte profetizamos.
Quando, porém, vier o que ê perfeito, então o que é em parte será aniquilado. Quando eu era menino,
falava como menino, sentia como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias
de menino. Porque agora vemos como em espelho, obscuramente, então veremos face a face; agora
conheço em parte, então conhecerei como também sou conhecido.
Aqueles que acreditam que as línguas foram abolidas dizem que a Bíblia é "o que é perfeito" - e que,
porque agora temos a Bíblia na sua forma completa, já não precisamos dos dons sobrenaturais. É
claro que a Bíblia é perfeita, mas nosso modo de compreender a Palavra de Deus é imperfeito. Por
isso, ainda "vemos como em espelho, imperfeitamente". Esse texto bíblico diz que quando vier o que
é perfeito, veremos face a face, e não "como em espelho, obscuramente". Visto que é bem evidente
que ainda vemos como em espelho, imperfeitamente, também fica óbvio que aquilo que é perfeito
ainda não veio.
Alguns dizem que as línguas cessaram, mas não dizem nada a respeito de a ciência ter passado. A
ciência não passou. As profecias não desapareceram. E as línguas não cessaram.
É claro que haverá o dia em que as línguas cessarão mesmo. No céu, não haverá necessidade das
línguas. Paulo declarou: Pois quem fala em outra língua, não fala a homens, senão a Deus, visto que
ninguém o entende, e em espírito fala mistérios (1 Co 14.2). Na tradução de James Moffatt, diz que
quem fala em línguas fala "segredos divinos" no Espírito. Quando chegarmos ao céu, não haverá
mais mistérios ou segredos, de modo que não será necessário falar em línguas. Enquanto, porém,
ainda estivermos fora do céu, as línguas não cessarão.

É Necessário que Todos Falem em Línguas?

Há, ainda, aqueles que declaram que crêem nas línguas, mas que não acreditam que as línguas sejam
necessárias para todos os cristãos. Empregam o argumento tirado de 1 Coríntios 12.30: ».falam todos
em outras línguas? O fato é, porém, que é possível tirar um fragmento de um versículo das
Escrituras, ou até mesmo um versículo inteiro, fora do seu contexto para comprovar o que quiser.
Devemos ler o trecho inteiro para compreender o que realmente significa.

1 CORÍNTIOS 12.27-30. Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo. A
uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro
lugar mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades
de línguas. Porventura são todos apóstolos? ou todos profetas? São todos mestres? ou operadores de
milagres? Têm todos dons de curar? falam todos em outras línguas? interpretam-nas todos?
No v. 28, Paulo está falando nos dons do ministério que Deus colocou na Igreja. "Apóstolo" não é
um dom espiritual, mas um cargo, um dom do ministério. "Profeta" não é um dom espiritual, mas
um dom do ministério para ministrar ao Corpo de Cristo.
Na primeira parte desse capítulo, porém, Paulo alista os dons espirituais propriamente ditos.
1 CORÍNTIOS 12.8-10. Porque a um ê dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro,
segundo o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento; A outro, no mesmo Espírito, fé; e a outro, no
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mesmo Espírito, dons de curar; A outro, a operações de milagres; a outro, profecia; a outro,
discernimento de espíritos; a um variedade de línguas; e a outro, capacidade para interpretá-las.
Certamente é verdade que os dons do Espírito podem ser manifestados através dos leigos, pois Paulo
disse: A manifestação do Espírito é concedida a CADA UM, visando um fim proveitoso (1 Co 12.7).
Há, também, os que estão no ministério e que estão equipados com os dons do Espírito. Não
chamamos a essas pessoas "dons espirituais". Conforme Paulo diz aqui, Deus tem colocado
ministérios - cinco dons do ministério - na Igreja.
Ao escrever à Igreja em Éfeso, Paulo alista esses dons. Disse que, quando Jesus subiu às alturas, Ele
mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para
pastores e mestres (Ef 4.11).
Quando Paulo escreveu aos coríntios a respeito desses dons do ministério, notamos que nem o
ministério do evangelista, nem o do pastor, é alistado (1 Co 12.28). Posto que o pastor é o líder da
igreja, seu dom do ministério está incluído no cargo de governos. A operação de milagres e os dons
de curas são incluídos no cargo do evangelista.
Filipe é um modelo do evangelista no Novo Testamento. Lemos a respeito dele: Filipe, descendo à
cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. As multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe
dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. Pois os espíritos imundos de muitos possessos
saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados (Atos 8.5-7). Posteriormente,
Filipe passou a ser chamado evangelista.
Se alguém é evangelista segundo o Novo Testamento, está equipado com dons sobrenaturais tais
como a operação de milagres ou os dons de curas. Esses dons são necessários para constituir o seu
cargo. Muitas vezes, chamamos pessoas de evangelistas quando, na realidade, são exortadores
(Paulo fala nos exortadores na Epístola aos Romanos). Aqueles que apenas exortam os pecadores a
se salvarem - mas que não têm em operação os dons de curas ou milagres, nem o aspecto
sobrenatural na vida deles - não são evangelistas; são exortadores.
Conforme já indicamos, Paulo está falando do dom ministerial das variedades de línguas em 1
Coríntios 12.29,30. Não está falando a respeito de falar em outras línguas ao receber a plenitude do
Espírito Santo. Ele pergunta: Porventura são todos apóstolos [Não] ou todos profetas? [Não] são
todos mestres? [Não] ou operadores de milagres? [Não] Têm todos dons de curar? [Não].
Então, ele pergunta: Falam todos em outras línguas? interpretam-nas todos? No contexto daquilo que
ele está dizendo aqui, a resposta é "não". Não está falando nas pessoas que falam em outras línguas
ao serem cheias do Espírito Santo. Está falando a respeito de ministrar em línguas numa assembléia
pública, com interpretação. Nem todos fazem isso!

As Línguas São Realmente Importantes?

Muitos crentes têm sido despojados das bênçãos que Deus pretendeu que recebessem, porque
acreditam que falar em línguas não é para todos, ou que falar em línguas é um dos dons inferiores.
No começo da minha vida cristã, antes de eu me tornar consciente de que não possuía nenhum dom
espiritual, lembro-me que dizia: "Temos sabedoria e conhecimento, e esses são os maiores dons!"
Eu nem sabia que Paulo não estava falando a respeito da sabedoria e do conhecimento intelectuais.
A Escritura diz: Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo
o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento. (1 Co 12.8).
Trata-se, aqui, dos dons espirituais: a palavra da sabedoria e a palavra do conhecimento.
Eu, porém, na minha ignorância, dizia: "Temos sabedoria e conhecimento. Alguns daqueles
pentecostais talvez possuam aquele donzinho mencionado no fim da lista - línguas - mas não é muito
importante. Nós não precisamos disso". Fiquei totalmente atônito quando o Espírito de Deus
começou a me mostrar, na base da Sua Palavra, que eu precisava da plenitude do Espírito Santo, e
que, ao recebê-la, eu falaria em outras línguas!

Texto para Memorizar:


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Todos ficaram cheios do Espírito Santo, e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito
lhes concedia que falassem (Atos 2.4).

Lição 6

Qual É o Propósito das Línguas

Textos Bíblicos: 1 Coríntios 14.2,4,13; Gálatas 5.22,23

Verdade Central: Falar em outras línguas é uma maneira sobrenatural de nos edificar
espiritualmente através da comunicação de Deus.
Ao escrever â Igreja em Corinto, Paulo encoraja fortemente os crentes a falar em línguas na sua vida
particular de oração, e oferece várias razões para tanto:
1 CORÍNTIOS 14.2.4,13. Pois quem fala em outra língua, não fala a homens, senão a Deus, visto
que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. O que fala em outra língua a si mesmo se
edifica, mas o que profetiza edifica a igreja. Pelo que, o que fala em outra língua, ore para que a
possa interpretar.
Esses versículos, na ARC, usam a expressão "língua estranha" grifando a palavra "estranha" que é
um acréscimo para esclarecer o sentido. Foi para deixar claro que a língua é "estranha" para aquele
quem fala: nunca a aprendeu -foi-lhe dada de modo sobrenatural. Não é estranha para todos, e
certamente não é estranha para Deus.
Eu, por exemplo, já falei em várias línguas que me eram estranhas, e que nunca aprendi, tais como o
Hebraico e o Chinês. As pessoas que estavam presentes, e que conheciam a língua, compreenderam
o que eu disse. Se, no entanto, você fosse me pedir que falasse agora nessas línguas, eu não
conseguiria dizer uma palavra sequer!
Na realidade, o impacto de você falar numa língua estranha (desconhecida a você, mas conhecida a
outras pessoas) pode até mesmo levar à salvação de alguém, conforme aconteceu certa vez na minha
igreja.
Um judeu, que não acreditava em Cristo nem no Novo Testamento, freqüentou um dos nossos
cultos. No fim do meu sermão, falei em línguas e interpretei. Depois, ele me procurou e disse: "Ouvi
você falar em Aramaico nessa noite, e traduzir o que foi dito". Quando lhe contei que não conhecia
aquela língua, ficou atônito e perguntou como isso poderia ser. Expliquei que estava falando em
outras línguas e interpretando as línguas, conforme a Bíblia declara em 1 Coríntios 14.13: Pelo que,
o que fala em outra língua, ore para que a possa interpretar.
Quando respondeu que não aceitava o Novo Testamento, falei: "Mas pelo menos você conhece o
Antigo Testamento. No Antigo Testamento, os profetas de Deus eram ungidos com o Espírito Santo.
Vemos que uma palavra de sabedoria é dada a um, e uma palavra de conhecimento a outro. Vemos
em operação o discernimento dos espíritos e o dom da fé especial Vemos, também, dons de curas, a
operação de milagres, e profecia. Tratava-se do mesmo Espírito Santo que se manifestava, embora
ninguém falasse com o dom de línguas nem interpretava naquela dispensação. As línguas e a
interpretação são distintivas nesta dispensação".
O judeu queria ver pessoalmente esses dons do Antigo Testamento alistados no Novo Testamento,
de modo que abri minha Bíblia, e li para ele. E ficou tão impressionado ao ver a demonstração desse
dom de línguas com interpretação, e ao ver a mesma coisa descrita na Bíblia, que prometeu que
voltaria aos cultos. Queria aprender mais a respeito do Novo Testamento e de Jesus, o Messias.
Alguns acreditam que todo o falar em outras línguas é oração, e que aqueles que falam em outras
línguas sempre estão apenas orando. Acreditam que a interpretação realmente é profecia. Mas
tratava-se de uma manifestação das línguas e da interpretação. Se eu estivesse meramente orando,
esse judeu teria sabido disso, porque conhecia o idioma. Não estava orando, no entanto. Estava
falando à congregação na demonstração do dom de línguas com a interpretação.
Línguas para Edificação
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Vemos, portanto, que nem todas as línguas são oração. Mas quando o crente que está cheio do
Espírito Santo fala em línguas na sua própria vida de oração em Particular, essa língua lhe é dada
para e]e usar na sua adoração a Deus: O que fala em outra língua a si mesmo se edifica.., A palavra
"edificar" significa "construir". Os estudiosos do Grego nos dizem que temos uma palavra em nossa
linguagem moderna que é bem mais próxima ao significado original do que a palavra "edificar".
Empregamos a palavra "carregar" em conexão com carregar uma bateria. Uma tradução mais literal
seria: "O que fala em outra língua edifica, constrói, ou carrega a si mesmo como uma bateria".
Esse meio maravilhoso e sobrenatural de edificação espiritual não é apenas para uns poucos dos
filhos de Deus: é para cada um deles. Note, também, que esse "carregar" ou "construir” a si mesmo
não é nem edificação física nem mental É edificação espiritual Paulo disse: Porque, se eu orar em
outra língua, o meu espírito ora de fato... (1 Co 14.14). A Bíblia Amplificada acrescenta: ... o meu
espírito [pelo Espírito Santo dentro de mim] ora, mas a minha mente é improdutiva,^ De modo que
falar em outras línguas não é edificação mental, é edificação espiritual.
Pois quem fala em outra língua, não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende». (1
Co 14.2). Aqui, Paulo não está falando a respeito da variedade de línguas, nem de ministrar em
línguas diante da assembléia publica, está falando do uso das línguas na sua vida de oração. ... e em
espírito fala mistérios.
Quando Cornélio e os seus domésticos começaram a falar em línguas, a Bíblia diz: ... pois os ouviam
falando em línguas e ENGRANDECENDO A DEUS (Atos 10.46). Falar em línguas é o modo
sobrenatural de engrandecer a Deus!

O Fruto do Espírito no Crente

GÁLATAS 5.22,23. Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, Mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.
Alguns argumentam: "Mas muitas pessoas que falam em línguas não têm na sua vida o fruto do
Espírito que deveriam ter". Entretanto, o fruto a respeito do qual Paulo fala em Gálatas 5,22,23 não é
mesmo o fruto do batismo no Espírito Santo; é o fruto que deve existir na vida de todo cristão como
resultado de ter nascido de novo e de experimentar o renascimento do espírito humano. O espírito
humano nascido de novo produz o fruto, pois Jesus disse: Eu sou a videira, vós os ramos'». (João
15.5). O fruto cresce no ramo da mesma maneira que o fruto cresce na vida do filho de Deus
renascido e criado de novo, por causa da vida de Cristo, por dentro,
O primeiro fruto mencionado em Gálatas 5.22 é o amor. Os que receberam o batismo no Espírito
Santo não têm necessariamente mais amor do que outros cristãos, e isso porque Jesus disse: Nisto
conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros (João 13.35). João disse:
Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não
ama permanece na morte #I Jo 3.14. Assim, o amor é fruto do espírito humano nascido de novo; e
não o fruto do batismo no Espírito Santo.
Outro fruto alistado em Gálatas 5 é a paz. Não tive mais paz depois de receber o batismo no Espírito
Santo do que tinha antes. Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus, por meio de nosso
Senhor Jesus Cristo (Rm 5.1).
Os cristãos imaturos ainda não produziram frutos, porque ainda não cresceram. Afinal de contas, não
esperamos que uma mudinha de árvore já produza frutos. Os frutos levam tempo para crescer.
Mesmo assim, aquele cristão imaturo pode receber a plenitude do Espírito Santo e ter poder na sua
vida. Os coríntios eram imaturos. Paulo disse: Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a
espirituais; e, sim, como a carnais, como a crianças em Cristo (1 Co 3.1). Mas ele também disse:
Não vos falte nenhum dom (1 Co 1.7).
Note, também, que o fruto do Espírito é para a SANTIDADE - ao passo que o batismo no Espírito
Santo é para o PODER.
É possível ser santo sem possuir poder, e possuir poder sem ser muito santo. É melhor, porém, uma
combinação entre os dois. Já vi pessoas que são cristãos maravilhosos, e têm notáveis frutos do
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Espírito, mas não há poder na sua vida. E conheço outras, ainda, que certamente são casas de força
para Deus, mas fica óbvio que precisam deixar um pouco mais fruto crescer na sua vida.
É maravilhoso aquilo que o Senhor está fazendo nesses dias. Deus nos deu um modo sobrenatural de
edificar a nós mesmos, de nos construir espiritualmente. Estamos tirando o devido proveito?
Estou totalmente convicto de que se correspondêssemos ao Espírito Santo, Ele nos mostraria coisas
futuras, porque Ele sabe o que virá no futuro, e Ele equipará para aquilo que nos espera.

Texto para Memorizar:

O que fala em outra língua a si mesmo se edifica. (1 Co 14.4).

Lição 7

É Bíblico Ficar Esperando pelo Espírito Santo?


Textos Bíblicos: Atos 2.1-4; 8.5-8,12-17; 10.44-46; 19.1-3,6; 9.11,12,17
Verdade Central: A plenitude do Espírito Santo recebida pelos crentes no Novo Testamento deve ser
nosso padrão hoje para recebermos essa bendita experiência.
Ficar aguardando tem sido considerado por muitos uma exigência prévia para receber o batismo no
Espírito Santo.
Certamente estou a favor de dedicar tempo ao Senhor. Creio que devemos passar muito tempo na
presença de Deus, orando longamente e com sinceridade. Muitas vezes em nossos reaviva-mentos,
temos servido ao Senhor em oração, durante umas cinco ou seis horas.
Quando, porém, vejo pessoas adiando e orando, clamando e agonizando para receber o Espírito
Santo, meu coração se sente partido, porque sei que esse "adiamento" não é necessário.
Antes do Dia do Pentecostes, Jesus disse aos Seus discípulos:... permanecei, pois, na cidade, até que
do alto sejais revestidos de poder (Lucas 24.49).
Alguns têm suposto que essa era a fórmula bíblica para receber o Espírito Santo. Se fosse uma
fórmula para o recebimento, porém, não teríamos o mínimo direito de tirar a palavra "Jerusalém" do
texto. Por que não mandou esperar em Belém? Por que não mandou esperar em Jericó? Porque era
necessário que esperassem em Jerusalém, posto que a Igreja precisava ter seu início ali.

#At 2.1-4. Ao cumprir-se o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos no mesmo lugar; De repente
veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E
apareceram, distribuídas entre eles, línguas como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos
ficaram cheios do Espírito Santo, e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes
concedia que falassem.

Os discípulos estavam esperando a chegada do Dia do Pentecoste; não ficavam aguardando uma
experiência. Não estavam apenas aguardando a plenitude do Espírito Santo. Se o caso fosse assim, a
Bíblia teria dito: "Quando estavam totalmente prontos, o Espírito Santo veio". Mas não diz assim.
Diz: Ao cumprir-se o dia de Pentecoste*. Era aquilo que esperavam - o dia.
Depois do Dia de Pentecoste, não há nenhum registro na Bíblia no sentido de alguém ter ficado
esperando, chorando, agonizando, cantando, lutando, ou "adiando" para ser cheio do Espírito Santo!
Alguém disse: "Creio que devemos receber o Espírito Santo segundo o modo antigo". Eu também.
Não há modo mais antigo do que aquele que é descrito nos Atos dos Apóstolos. Proponho que
examinemos Atos, vejamos como era feito, e sigamos aquele exemplo como modo de levar as
pessoas a receberem a plenitude do Espírito Santo.
Lendo diretamente os vinte e oito capítulos do Livro de Atos, quem não fosse um estudioso da Bíblia
poderia supor que estava lendo algo que aconteceu no decurso de um período de uns poucos dias, de
umas poucas semanas, ou até mesmo de alguns poucos anos. Na realidade, os eventos nesse livro
abrangem muitos anos.
Oito anos depois do Dia de Pentecoste, vemos Filipe levando o Evangelho ao povo da Samaria.
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Crentes Recebem a Plenitude em Samaria

#At 8.5-8. Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. As multidões atendiam,
unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. Pois os espíritos
imundos de muitos possessos saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram
curados. E houve grande alegria naquela cidade.

A alegria não é necessariamente uma característica de ter a plenitude do Espírito Santo. Essas
pessoas tinham grande alegria antes de serem cheias do Espírito. Podemos ter alegria antes, e
podemos ter alegria depois. É uma alegria ser salvo. É uma alegria ser curado. É uma alegria
desfrutar das bênçãos de Deus.

#At 8.12-17. Quando, porém, deram crédito a Filipe, a que os evangelizava a respeito do reino de
Deus e do nome de Jesus Cristo, iam sendo balizados, assim homens como mulheres. O próprio
Simão abraçou a fé; e, tendo sido batizado, acompanhava a Filipe de perto, observando extasiado os
sinais e grandes milagres praticados. Ouvindo os apóstolos, que estavam em Jerusalém, que Samaria
recebera a palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João; Os quais, descendo para lá, oraram por eles
para que recebessem o Espírito Santo; Porquanto não havia ainda descido sobre nenhum deles, mas
somente haviam sido batizados em o nome do Senhor Jesus. Então lhes impunham as mãos, e rece-
biam estes o Espírito Santo.

Filipe teve um reaviva-mento glorioso em Samaria. Por certo, centenas de pessoas foram salvas, e
muitas dúzias, curadas. E todos receberam o Espírito Santo. Note, também, que receberam sem
aguardar, sem orar, sem agonizar, e sem exceção ou decepção.
Crentes Recebem a Plenitude na Casa de Cornélio
Então, dez anos depois do Dia de Pentecoste, a Bíblia nos conta a respeito de Pedro indo até a casa
de Cornélio para levar o Evangelho.
No décimo capítulo de Atos, vemos como um anjo apareceu a Cornélio e lhe mandou enviar a Jope e
procurar na casa de certo homem a Simão Pedro,...o qual te dirá palavras mediante as quais serás
salvo, tu e toda a tua casa (Atos 11.14).
Até esse momento, nem Cornélio nem sua família fora salvo. Eram prosélitos judaicos. Não sabiam
que Jesus tinha morrido. As pessoas não podem ser salvas sem ouvirem o evangelho, de modo que
Pedro pregou a elas. Creram e nasceram de novo enquanto Pedro pregava, e receberam o Espírito
Santo e falaram em línguas antes de ele ter completado a sua mensagem!

#At 10.44-46. Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os que
ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-se, porque
também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo; Pois os ouviam falando em línguas
e engrandecendo a Deus...

Note que eram salvos e cheios do Espírito Santo, falando em línguas, sem ficar aguardando — sem
esperar, sem louvar, e sem cantar. Enganamo-nos quando pensamos que as coisas têm que ser feitas
de determinada maneira - excetuando-se a maneira bíblica. Deus não tem métodos estereotipados.
Enquanto Pedro ainda pregava, essas pessoas receberam o Espírito Santo. Já vi pessoas receberem o
Espírito Santo enquanto eu falava, também.
Crentes Recebem a Plenitude em Éfeso
Então, vinte anos depois do Dia de Pentecoste, Paulo viajou a Éfeso. Ali, ficou conhecendo alguns
crentes e lhes apresentou a Pessoa do Espírito Santo, conforme o registro em Atos 19:

#At 19.1-3,6. Aconteceu que, estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo passado pelas regiões mais
altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, Perguntou-lhes: Recebestes, porventura, o
Espírito Santo quando crestes? Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que
- 17 -
existe o Espírito Santo. Então Paulo perguntou: Em que, pois, fostes batizados? Responderam: No
batismo de João. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam
em línguas como profetizavam.

Conforme vemos nos versículos supra, os crentes de Éfeso nunca tinham ouvido falar no Espírito
Santo. Mas quando Paulo impôs as mãos sobre eles, veio sobre eles o Espírito Santo, e falaram em
línguas.
Todos eles - sem esperar, sem louvar, e sem ficar aguardando, foram cheios do Espírito Santo e
falaram em outras línguas conforme o Espírito de Deus concedia que falassem.
Paulo disse aos efésios: "Recebestes?" Não falou: "Vim para cá a fim de orar que Deus derramasse o
Espírito Santo sobre vocês". O Espírito Santo já tinha sido derramado, no Dia do Pentecoste.
(Notamos anteriormente, em Atos 8, que os apóstolos em Jerusalém enviaram Pedro e João à
Samaria a fim de imporem as mãos nos convertidos de Filipe, para receberem o Espírito Santo. Não
os enviaram para ficarem aguardando até Deus desse o Espírito Santo).
Paulo Recebe a Plenitude do Espírito Santo
Paulo, que impôs as mãos nos efésios, anteriormente era chamado Saulo de Tarso. O relato da sua
experiência de receber o Espírito Santo acha-se no capítulo nove de Atos:

#At 9.11,12,17. Então o Senhor lhe ordenou: Dispõe-te, e vai d rua que se chama Direita e, na casa
de Judas, procura por Saulo, apelidado de Tarso; pois ele está orando. E viu entrar um homem,
chamado Ananias, e impor-lhe as mãos, para que recuperasse a vista. Então Ananias foi e, entrando
na casa, impôs sobre ele as mãos, dizendo: Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio
Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, para que recuperes a vista e fiques cheio do
Espírito Santo.

Saulo, posteriormente chamado Paulo, recebeu o Espírito Santo imediatamente. Não precisava ficar
aguardando ou esperando.
"Mas não está escrito que ele falou em línguas", alguém pode objetar. É verdade que esse fato não é
declarado especificamente nesse texto, mas o próprio Paulo disse posteriormente que falava em
línguas: Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que todos vós (1 Co 14.18).
Sabemos que ele não falava em outras línguas antes de receber o Espírito Santo, de modo que não
deve ser muito difícil calcular quando ele começou. Ele começou quando recebeu o Espírito Santo,
exatamente como todos nós, porque as línguas acompanham aquela experiência.
"Mas bem me lembro daqueles tempos maravilhosos que tive, de buscar a Deus durante vários anos
antes de eu receber a plenitude," alguém me disse em certa ocasião.
"Você cessou de buscar a Deus?" perguntei. "Eu me lembro daqueles bons momentos que tive na
semana passada, buscando a Deus. Lembro-me daquele período de buscar a Deus hoje. Estou a favor
de buscar a Deus e de demorar na Sua presença. Os crentes cheios do Espírito Santo precisam buscar
a Deus tanto quanto as pessoas que não têm a plenitude".
"Sim, mas aprendi muitas lições," disse alguém.
"Você poderia as ter aprendido bem mais rapidamente com o Espírito Santo do que você aprendeu
sem Ele," falei "E não é verdade que a própria coisa que você aprendeu quando finalmente você
recebeu a plenitude, foi que você não precisaria ter feito todas aquelas buscas?"
O homem riu e disse: "Você está com toda a razão. A primeira coisa que falei depois de receber o
Espírito foi que se alguém tão-somente me tivesse contado, poderia ter recebido anos antes".
Não precisamos demorar cinco anos, nem cinco semanas, nem sequer cinco minutos. O batismo no
Espírito Santo é uma dádiva que todo crente pode receber agora mesmo!
Texto para Memorizar:
Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais
revestidos de poder (Lucas 24.49).
- 18 -
Lição 8

É Bíblico Ficar Esperando pelo Espírito Santo? (Parte 2)

Textos Bíblicos: João 7.37-39; Lucas 24.49; Atos 2.4

Verdade Central: Para receber o Espírito Santo, beba do Espírito de Deus, e a expressão vocal será
dada a você.

Na lição anterior, lemos todos os registros no Novo Testamento de pessoas que receberam o Espírito
Santo, e isso por um período de vinte anos.
Descobrimos que não há absolutamente nada nas Escrituras que mesmo se assemelha àquilo que
chamaríamos de reunião de esperar diante do Senhor a fim de as pessoas receberem a plenitude do
Espírito Santo. Em todas as ocasiões em que as pessoas buscavam o Espírito Santo, todas receberam
imediatamente. Nem uma só pessoa saía decepcionada. Logo, se ensinássemos isso à nossa gente
hoje, todas receberiam da mesma maneira - da maneira de Atos dos Apóstolos - da maneira do
Novo Testamento.
Tenho o batismo no Espírito Santo desde 1937, e nunca mandei ninguém ficar esperando ou
demorando a fim de receber o Espírito Santo. Sempre tenho dito às pessoas: "Venham receber o Es-
pírito Santo". E as pessoas têm vindo e recebido o Espírito Santo nas minhas campanhas de reaviva-
mento, em todos os lugares.
Confie na Palavra, Não nas Experiências
A Igreja Primitiva não tinha nenhum método de ensaio e erro de buscar o batismo no Espírito Santo
sem achá-lo, ou de chegar-se a Ele e depois sair vazio. Devemos ser bíblicos e contar às pessoas
aquilo que a Palavra de Deus diz. Com demasiada freqüência, as pessoas dizem aquilo que pensam.
Oferecem a sua teoria, ou contam a sua experiência Paulo, no entanto, disse a Timóteo: "Prega a
Palavra". Não disse: "Timóteo, conte aquilo que você pensa a respeito da Palavra". Não disse:
"Timóteo, ofereça a sua teoria no tocante a determinada questão". A pregação de teorias
simplesmente produz dúvidas e incredulidade. Os fatos da Palavra de Deus produzem fé! É por isso
que a Bíblia diz: De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir peia Palavra de Deus (Rm 10.17 -ARC).
Está tudo bem referir-se à experiência, mas devemos engrandecer a Palavra acima da experiência.
Cada um terá sua própria experiência quanto ao modo de receber o batismo no Espírito Santo, pois
as experiências variam mesmo entre si. Todos falaremos em outras línguas, mas alguns terão
experiências adicionais. Isso não significa, no entanto, que uma pessoa receberá mais do Espírito
Santo do que outra pessoa.
Alguns têm falado de experiências ao receberem o Espírito Santo, de verem um raio de luz que
parecia descer pelo teto; outros têm falado de verem uma bola de fogo. Eu nunca vi nenhum raio de
luz ou bola de fogo, mas estou tão cheio do Espírito Santo quanto outra pessoa. Tenho a evidência
bíblica: falei em outras línguas.
Não duvido que certas experiências acontecem, mas Deus não prometeu "experiências". Se
acontecerem, tudo bem; mas não as procure. Você tem mesmo o direito, no entanto, de procurar a
plenitude do Espírito e o falar em outras línguas.
Muitas pessoas também têm experiências incomuns ao nascerem de novo. Quando, por exemplo,
Paulo se converteu, viu uma luz e ouviu uma voz: Seguindo ele estrada fora, ao aproximar-se de
Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma voz que
lhe dizia: Saulo, Saído, por que me persegues? (Atos 9.3,4). Eu, porém, ao nascer de novo, não vi
nenhuma luz nem ouvi nenhuma voz, mas estou tão nascido de novo quanto Paulo o foi.
Paulo nunca mandou que as pessoas fossem convertidas da mesma maneira que ele o foi, ou verem
uma luz e ouvirem uma voz, conforme aconteceu com ele. Referia-se ocasionalmente a essa
experiência, mas esta é a maneira de ele ensinar as pessoas a serem salvas: Se com a tua boca
confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos,
serás salvo (Rm 10.9).
- 19 -
Damos graças a Deus pela experiência de Paulo, quanto ao modo de ele receber o Espírito Santo,
mas não devemos exaltar uma experiência à condição de norma. Engrandeça a Palavra, e deixe cada
homem ter sua própria experiência.
Com freqüência demasiada, as pessoas não receberam instruções sobre a maneira bíblica de receber
o Espírito Santo. Ou, pior ainda, recebem instruções erradas. Quando deixam de receber, alguém
lhes dá um tapinha nas costas, dizendo: "Tenha mais sorte da próxima vez". De Deus, porém, não
recebemos pela "sorte;" recebemos de Deus pela fé.
Muitos têm ido embora, desanimados. Aqueles que deveriam ter recebido o Espírito Santo têm sido
impedidos de receber. Muitas pessoas honestas, sinceras e inteligentes têm sido afastadas por
práticas não-bíblicas. Devemos dizer às pessoas aquilo que a Palavra diz: A exposição das tuas
palavras dá luz„. (SI 119.130). As instruções correias pouparão às pessoas horas de buscar em vão.

‘Venha e Beba’

No capítulo sete do Evangelho segundo João, Jesus fala a respeito de receber o Espírito Santo.

#Jo 7.37-39. No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem
sede, venha a mim e BEBA. Quem crer em mim, como diz a Escritura, DO SEU INTERIOR fluirão
RIOS de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele
cressem; pois o Espírito até esse momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda
glorificado.

Neste trecho, Jesus está falando a respeito de receber o batismo no Espírito Santo. Trata-se de rios
que fluem de dentro do crente. Mas note que em João 4.14, Jesus disse à mulher da Samaria: Aquele,
porém, que beber da água que eu lhe der, nunca mais terá se' de, para sempre; pelo contrário, a água
que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna (Jo 4.14). E uma referência à salvação.
Em João 7.38, portanto, há referência a RIOS, e em João 4.14, a referência diz respeito a uma
FONTE. Fica óbvio que essas são duas experiências diferentes aludidas por Jesus. Uma delas - a
fonte - é a bênção do Novo Nascimento dentro em você. Abençoa a você. É a fonte de água em você
que jorra para a vida eterna. Refere-se à Salvação.
A outra experiência — o rio — é o batismo no Espírito Santo, e este transforma você em bênção
para outros. Trata-se daqueles rios que fluem para fora de você - é o revestimento de poder que Jesus
prometeu em Lucas 24 - e está à disposição de todo crente.

#Lc 24.49. Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do
alto sejais revestidos de poder.

Note, também, com referência ao recebimento do batismo no Espírito Santo, que Jesus disse: "Venha
e beba" - não "Venha e grite, venha e ore, ou venha e louve". Ele disse: "Venha e beba," e não
"Venha e volte vazio".
Cometemos um engano quando não interpretamos aquilo que Jesus disse na simplicidade do Seu
modo de dizê-lo. Você consegue beber e falar no mesmo instante? Você já experimentou falar
enquanto está engolindo água? Você consegue beber e, ao mesmo tempo, cantar ou louvar? O
Espírito Santo está ali para lhe conceder que fale, mas você não pode beber e falar ao mesmo tempo.
Diga, pois, ao interessado que cesse de falar no idioma dele e comece a beber do Espírito! Diga-lhe
que ele deve falar em línguas! O Espírito Santo atuará sobre seus órgãos vocais, seus lábios, e sua
língua, e colocará palavras sobrenaturais no seus lábios, mas o próprio interessado precisará falar
aquelas palavras em voz alta.
O Espírito Santo concede o que falar, mas o homem é quem fala.
#At 2.4. Todos ficaram cheios do Espírito Santo, e [eles] passaram a falar em outras línguas,
segundo o Espírito lhes concedia que falassem.
- 20 -
"Eles" é o sujeito da frase. Foram eles que falaram. O Espírito Santo deu a eles a capacidade de falar.
Simplesmente beba do Espírito. Beba até estar cheio; quando você estiver cheio, o Espírito Santo lhe
dará o que falar em línguas.
Alguém poder perguntar: "Você quer insinuar que já não há mais necessidade de adiar?" Não, não
quero simplesmente insinuar, quero declarar com absoluta certeza! Não há motivo para continuar
adiando! Jesus disse: "Venha e beba".
Quanto tempo você leva para beber água? Jesus disse que é igualmente fácil beber do Espírito - isto
é, ficar cheio do Espírito - como é fácil beber água ou ficar cheio d'água. Por outro lado, beber água
e ficar cheio d'água é algo que você faz, não algo que a água faz. Beber do Espírito Santo e ficar
cheio do Espírito Santo é algo que você faz, e não algo que o Espírito Santo faz.
Plenitude do Espírito Santo: Uma Dádiva
Nada podemos fazer para merecer o Espírito Santo, assim como nada podemos fazer para merecer a
salvação. Os nenês em Cristo podem receber o Espírito Santo tão facilmente como os cristãos
maduros. Não recebemos o Espírito Santo porque fomos formados num maravilhoso grau de
espiritualidade além de todas as demais pessoas, de tal maneira que Deus coloca um selo em nós,
dizendo que somos perfeitos.
O Espírito Santo é uma dádiva. Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo (At 2.38). Se você
nasceu de novo, você está pronto para receber o dom do Espírito Santo. Se você tiver que fazer uma
única coisa a fim de receber o Espírito Santo, recebê-Lo cessará de ser uma dádiva e ficará sendo
uma recompensa.
Alguns acham que eu torno fácil demais para as pessoas receberem o Espírito Santo. Mas não fui eu
quem o tornou fácil. Não fui eu que disse: "Venha e beba". Foi Jesus. Não fui eu quem colocou o
recebimento do Espírito Santo na base de uma dádiva: Foi Deus. Alguém disse: "Sim, mas não estou
a favor de 'despachar por trem' as pessoas até o Espírito Santo". Se 'despachar por trem' significa
levar as pessoas mais rapidamente a receber a plenitude do Espírito Santo, pergunto se aquele
homem está a favor de 'despachar por trem' as pessoas até a salvação? Está a favor de levar as
pessoas à salvação tão rapidamente quanto possível, para garantir que haja uma demora durante a
qual poderiam morrer e ir para o inferno? Ou se alguém está doente, é bom 'despachar as pessoas por
trem' até à cura, ou deixá-las sofrer mais um pouco?
A salvação é uma dádiva. A cura é uma dádiva. O Espírito Santo é uma dádiva. Podemos receber
uma dádiva tão rapidamente quanto podemos receber outra!
Lendo em A tos dos Apóstolos, vemos que a Igreja Primitiva favorecia levar as pessoas a receberem
a plenitude do Espírito Santo tão rapidamente quanto as levava à salvação ou à cura (Já notamos isso
em nossa lição anterior). Não somente estou a favor de 'despachar por trem' as pessoas, como
também estou a favor de 'despachá-las por avião a jato!
Seguindo a Rota Direta
A terra de Canaã tipifica o batismo no Espírito Santo, e nossos direitos e privilégios em Cristo.
Alguns têm pensado que tipificava o céu. Mas Canaã não podia tipificar o céu. Não haverá cidades
para conquistar nem batalhas para travar quando chegarmos ao céu. A última inimiga — a morte —
terá sido derrotada. Não haverá nenhum inimigo ou gigante na terra do além.
Israel saiu do Egito, que tipifica o mundo. Todos os filhos de Israel foram batizados (passar pelo mar
Vermelho tipifica o batismo na água). Todos beberam de Cristo (A rocha da qual fluiu a água era
Cristo). Poderiam ter passado direto para Canaã, mas, por causa da incredulidade e da desobediência,
passaram quarenta anos peregrinando no deserto. Quando finalmente entraram, fizeram um longo
desvio.
Se você quiser fazer um desvio antes de receber o batismo no Espírito Santo, você pode. Poderá
fazer um desvio até ã mesa da comunhão, fazer outro desvio "adiando," e desviar-se por muitos ou-
tros meios. Mas também você poderá vir diretamente ao batismo no Espírito Santo. A porta está
aberta.
Outra maneira de declarar a mesma verdade é: Se você quiser ir até uma cidade vizinha, poderá ir lá
diretamente. Ou, se quiser, poderá subir para Belém do Pará, passar por Brasília, descer até Porto
- 21 -
Alegre, e voltar em direção a São Paulo, etc Não seria necessário, mas você poderia fazê-lo. A
mesma coisa acontece quando você recebe o Espírito Santo. Poderá fazer tantos contornos e desvios
quanto quiser, mas por que não seguir a rota direta e receber o Espírito Santo pela fé?
Alguém disse: "Mais pessoas têm recebido o Espírito Santo depois da meia-noite do que em
qualquer outro tempo". Minha resposta diante disso é: se receberam o Espírito Santo depois da meia-
noite, é porque não confiaram em Deus antes da meia-noite. Deus não é diferente depois da meia-
noite do que Ele o é antes da meia-noite.
Há, ainda, aqueles que advertem: "Tome cuidado para não ficar na carne". Mas não podemos receber
o batismo no Espírito Santo por nenhuma outra maneira senão por meio do corpo. Toda pessoa que
já recebeu o Espírito Santo estava na sua própria carne!
No Dia de Pentecoste, Pedro citou a profecia de Joel dizendo: E acontecerá depois que derramarei o
meu Espírito sobre toda a carne» (Joel 2.28). Paulo disse: Acaso não sabeis que o vosso corpo
[carne] ê santuário do Espírito Santo„.? (1 Co 6.19).
Para receber o Espírito Santo, abra todo o seu ser com um forte desejo por Deus. Com fé singela,
respire e beba do Espírito de Deus, e lhe será dada capacidade para falar. Se você é suficientemente
singelo na fé e forte na coragem, você pode pronunciar aquela expressão vocal agora mesmo. Se
você consegue beber água, você conseguirá beber do Espírito agora mesmo. Estou citando a
autoridade certa - o Senhor Jesus Cristo.

Texto para Memorizar:


... Se alguém tem sede, venha a mim e beba (João 7.37

Lição 9

Dez razões Por Que Todo Crente Deve Falar em Línguas (Parte 1)

Textos Bíblicos: Atos 2.4; 1 Coríntios 14.4; João 14.16,17; Romanos 8.26; Judas 20

Verdade Central: Falar em línguas é um rio corrente que nunca deve secar-se; enriquecerá sua vida
espiritualmente.

O apóstolo Paulo escreveu e falou longamente sobre o assunto de falar em outras línguas. Segundo
parece, praticava o que pregava, pois disse: Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais
do que todos vós (1 Co 14.18).
Eu também dou graças a Deus porque falo regularmente em línguas, e gostaria que cada crente
conhecesse essa bênção e essa fonte de poder na sua vida diária.
O propósito das duas lições que se seguem é expor as razões principais por que todo cristão deve
falar em línguas, e ajudar os cristãos a ver as bênçãos que poderão ser deles por meio de se apro-
priarem do poder do Espírito Santo todos os dias.
Razão 1 - Línguas, o Sinal Inicial

#At 2.4. Todos ficaram cheios do Espírito Santo, e passaram a falar em outras línguas, segundo o
Espírito lhes concedia que falassem.

A Palavra de Deus ensina que quando ficamos cheios do Espírito Santo, falamos em outras línguas
conforme o Espírito de Deus nos concede que falemos. As línguas são a evidência ou sinal inicial do
batismo no Espírito Santo. Logo, a primeira razão por que as pessoas devem falar em outras línguas
é porque se trata de evidência sobrenatural que o Espírito habita em nós.
Em Atos 10, lemos que os irmãos judaicos que foram com Pedro até à casa de Cornélio ficaram
atônitos quando viram que o dom do Espírito Santo foi derramado sobre os gentios. Pensavam que
era somente para os judeus.
- 22 -
Como esses judeus sabiam que a casa de Cornélio recebera o dom do Espírito Santo? Porque os
OUVIAM FALANDO em línguas e engrandecendo a Deus (Atos 10.46).
Falar em línguas era o sinal sobrenatural que os convenceu que os gentios tinham o mesmo dom que
eles tinham.

Razão 2 — Línguas para Edificação Espiritual

#I Co 14.4. O que fala em outra língua a si mesmo se edifica.

Escrevendo à Igreja em Corinto, Paulo encorajava os crentes a continuar a sua prática de falar em
outras línguas na adoração e na sua vida de oração, para a edificação espiritual.
Pois quem fala em outra língua, não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em
espírito fala mistérios (1 Co 14.2). A tradução de Moffatt diz que ele fala "segredos divinos"# Paulo
está dizendo aqui que Deus tem dado à Igreja um meio divino e sobrenatural de comunicar-se com
Ele!
No v. 14 desse mesmo capítulo, Paulo declarou: Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito
ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera. Note que ele disse: uo meu espírito ora".
A Bíblia Amplificada diz: Meu espírito (pelo Espírito Santo dentro de mim) ora.
Deus é Espírito. Quando oramos em línguas, nosso espírito está em contato direto com Deus, que é
Espírito. Estamos conversando com Ele por meios divinos e sobrenaturais.
Howard Cárter, que era superintendente geral das Assembléias de Deus na Grã-Bretanha durante
muitos anos, e fundou a Escola Bíblica Pentecostal mais antiga no mundo, disse que não devemos
esquecer-nos de que falar em outras línguas não somente é a evidência inicial da plenitude do
Espírito Santo; é, também, uma experiência contínua para o restante da nossa vida. Com que pro-
pósito? Para nos ajudar na adoração a Deus. Falar em línguas é um rio corrente que nunca deve
secar-se; enriquecerá sua vida espiritualmente.
Razão 3 - As Línguas Nos Lembram da Presença do Espírito que Habita em Nós.

#Jo 14.16,17. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre
convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece;
vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.

Continuar a orar e a adorar a Deus em línguas nos ajuda a sempre ter consciência da Sua presença
que em nós habita. Se posso ficar consciente da presença do Espírito Santo que em mim habita,
todos os dias, forçosamente será afetada a minha maneira de viver.
Certa filha de pastor, com 12 anos de idade, perdeu a calma certa vez, e falou de modo grosseiro e
odioso com a mãe. Certo evangelista visitante ouviu tudo por acaso. Quando a menina levantou os
olhos e o viu, sabendo que ele fora testemunha da crise de nervos dela, ficou envergonhada e
irrompeu em lágrimas.
O evangelista perguntou a ela se ela estava cheia do Espírito Santo. Quando ela respondeu que sim,
ele a fez lembrar que o Espírito Santo estava nela. Oraram juntos, e ela pediu o perdão do Senhor.
Enquanto oravam, ela começou a adorar a Deus em línguas. "Há um segredo que a ajudará a
conservar a calma. Se você orar e adorar a Deus todos os dias em línguas, você será ajudada a ficar
consciente da presença do Espírito Santo, que habita em você. Se você se lembrar que Ele está
dentro de você, você não agirá daquela maneira".
Alguns anos mais tarde, quando o evangelista voltou para pregar naquela igreja, a moça lhe contou:
"Nunca me esqueci daquilo que você disse. Cada dia, durante estes últimos anos, tenho orado e
adorado a Deus em línguas, e nunca mais perdi a calma".
Infelizmente, todos nós conhecemos pessoas que foram cheias do Espírito Santo, mas continuam
perdendo a calma e dizendo e fazendo aquilo que não devem. Isso é somente porque não têm andado
no Espírito tanto quanto deveriam ter andado.
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É tão fácil, quando não temos consciência da Sua presença, tornar-nos irritados e frustrados. Mas se
dedicarmos tempo à comunhão com Ele, poderemos ter consciência da Sua presença que em nós
habita.

Razão 4 — As Línguas Manterão Nossas Orações Em Conformidade Com a Vontade de Deus

#Rm 8.26. Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não
sabemos orar como convêm, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos
inexprimíveis.

Falar em outras línguas exclui o egoísmo das nossas orações. Se eu orar uma oração da minha
própria mente e do meu próprio pensamento, pode ser anti-bíblica. Pode ser egoísta.
Com freqüência demasiada, nossas orações são semelhantes àquelas do velho sitiante que sempre
orava: "Deus, abençoa a mim e à minha esposa, ao meu filho João e à esposa dele - nós quatro e
ninguém mais".
No texto citado supra, Paulo não disse que não sabemos orar, porque sabemos: Oramos ao Pai em
Nome do Senhor Jesus Cristo. Essa é a maneira certa de orar. Mas simplesmente porque sei como
orar não significa que sei em favor do quê devo orar. Paulo disse: ... não sabemos orar como
convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis.
P.C. Nelson diz que o texto grego aqui diz literalmente: "O Espírito Santo intercede por nós em
gemidos que não podem ser expressados em linguagem articulada" (A linguagem articulada é nosso
modo regular de falar). Passou a indicar que o texto grego ressalta que isso inclui, não somente
gemidos que escapam dos nossos lábios em oração, mas também o orar em outras línguas.
Isso concorda com aquilo que Paulo disse em 1 Coríntios 14.14: Porque, se eu orar em outra língua,
o meu espírito ora fe fato*. A Bíblia Amplificada diz: O meu espírito (pelo Espírito de Deus dentro
de mim) ora.
Quando oramos em línguas, trata-se de nosso espírito orando pelo Espírito Santo dentro de nós. É o
Espírito Santo dentro de nós que nos dá algo para falar, e nós o falamos do fundo do nosso espírito.
É você quem fala; é Ele quem concede que você fale.
Por aquele método, o Espírito Santo está ajudando você a orar segundo a vontade de Deus, que é a
maneira certa de orar em favor das coisas. Não se trata de alguma coisa que o Espírito Santo realiza
ã parte de você. Ele não geme nem fala em línguas à parte de você. Esses gemidos partem de dentro
de você e brotam nos seus lábios.
O Espírito Santo não vai fazer nossas orações em nosso lugar. Ele foi enviado para habitar em nós
como Ajudador e Intercessor. Ele não é responsável por nossa vida de oração; Ele foi enviado para
nos ajudar a orar. Falar em outras línguas é orar conforme o Espírito concede que falemos. É oração
dirigida pelo Espírito. Elimina a possibilidade do egoísmo nas nossas orações.
Muitas vezes, quando as pessoas têm orado com sua própria mente, têm obtido coisas que não eram
as melhores para elas segundo o plano de Deus!
Se o povo de Deus quer que alguma coisa fique de determinado jeito, ainda que não é melhor para
eles, nem segundo a vontade perfeita de Deus para eles, Ele frequentemente o permite. Lembre-se:
Deus não queria que os israelitas tivessem um rei, mas os israelitas queriam, de modo que Ele
permitiu que tivessem. Mas não era segundo a Sua perfeita vontade.

Razão 5 - Orar em Línguas Estimula a Fé

#Jd 20. Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo.

A quinta razão por que todo crente deve falar em línguas é porque estimula a fé e nos ajuda a
aprender a confiar em Deus mais plenamente.
- 24 -
Porque o Espírito Santo dirige sobrenaturalmente as palavras que eu falo, a fé precisa ser exercida
para falar em línguas. Não sei qual será a palavra seguinte - confio em Deus quanto a isso. E confiar
em Deus nessa área da vida me ajuda a confiar nEle em outras áreas.
Havia uma mulher cristã virtuosa numa igreja do interior que pastoreei certa vez. Ela amava muito
ao Senhor, mas tinha úlceras no estômago, e os médicos temiam que isso levasse ao câncer. O
marido dela ganhava bem, mas gastara tudo nas despesas médicas. Às vezes, o casal me hospedava
na casa deles. Pouco depois de essa mulher receber o batismo no Espírito Santo, visitei de novo o lar
deles. Notei que ela comia tudo quanto queria, ao passo que antes, só conseguia comer um pouco de
comida de nenê e leite, e mesmo aquilo era de difícil digestão para ela.
Ela me contou: "Não somente recebi o batismo no Espírito Santo e falei em outras línguas, como
também recebi a minha cura. Estou com saúde perfeita". Vi isso acontecer em muitas ocasiões. Qual
é a conexão? Sabemos que receber o batismo no Espírito Santo não nos cura. Mesmo assim, falar em
outras línguas nos ajuda a confiar melhor em Deus.
Na nossa próxima lição estudaremos as outras cinco razões por que todo crente deve falar em
línguas.

Texto para Memorizar:

Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que todos vós (1 Co 14.18).

Lição 10

Dez Razões Por Que Todo Crente Deve Falar em línguas (Parte 2)

Textos Bíblicos: 1 Coríntios 14.28; Isaías 28.11,12; 1 Coríntios 14.15-17; Tiago 3.8

Verdade Central: Entregar a língua ao Espírito Santo para falar em outras línguas é um passo
gigante em direção a entregar todos os nossos membros a Deus.

Hoje em dia, é insuficiente o número de cristãos que tem consciência da força em potencial que o
Espírito Santo deixa à disposição deles. Nesta lição, examinaremos mais cinco razões por que cada
crente deve estar cheio do Espírito Santo e falar em línguas.

Razão 6 - Orar em Línguas nos Mantém Livres da Contaminação do Mundo

#I Co 14.28. Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com
Deus.

A sexta razão por que cada cristão deve falar em línguas é porque é uma maneira de nos manter
livres da conversa ímpia, profana, e grosseira que existe em nosso emprego ou no meio do público.
Note no texto bíblico supra que podemos falar em línguas conosco mesmos. É diferente num culto
de igreja. Paulo disse no tocante ao culto na igreja: No caso de alguém falar em outra língua, que não
sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete. Mas,
não havendo intérprete, fique calado na igreja, FALANDO CONSIGO MESMO E COM DEUS (1
Co 14.27,28).
Se fazemos isso na igreja, podemos fazê-lo no emprego. Não perturbará ninguém. No cabeleireiro,
por exemplo, se os homens contam piadas apimentadas, simplesmente fico sentado ali falando
comigo mesmo e com Deus, em línguas. Quando estamos viajando de carro, de ônibus, ou de avião,
podemos falar conosco mesmos e com Deus. No emprego, podemos falar conosco mesmos e com
Deus. Falar em línguas com você mesmo e com Deus. Falar em línguas com você mesmo e com
Deus é uni meio de se conservar livre da contaminação.
Razão 7 - Orar em Línguas Nos Capacita a Orar por Aquilo que Desconhecemos
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A sétima razão por que todo crente deve falar em línguas é porque é uma maneira de orar a respeito
de coisas em que ninguém pensa, e das quais nem sequer têm consciência.
Já sabemos que o Espírito Santo nos ajuda a orar, porque ... não sabemos orar como convém*. (Rm
8.26). Além disso, o Espírito Santo, que sabe todas as coisas, pode orar de modo eficaz em prol das
coisas a respeito das quais nossa mente natural nada sabe.
Em 1956, minha esposa e eu estávamos na Califórnia, e fui acordado de repente durante a noite. Era
como se alguém tivesse colocado a mão sobre mim. Fiquei sentado reto na cama, e meu coração
batia rapidamente.
"Senhor, o que há de errado?" perguntei "Sei que algo está errado em algum lugar. Espírito Santo
dentro de mim, Tu sabes tudo. Tu estás em todos os lugares, além de estar dentro de mim. Seja o que
for, dá-me Tu aquilo que devo falar".
Orei em línguas durante uma hora, e depois comecei a rir e a cantar em línguas (Quando você orar
dessa maneira, sempre continue orando até surgir uma nota de louvor. Então, você saberá que, seja
qual for o assunto da sua oração, tudo já foi cumprido).
Eu sabia, pois, que aquilo que pedira em oração fora atendido. Recebera a resposta, de modo que
voltei a dormir.
Sonhei que estava vendo meu irmão mais jovem ficar muito doente em Louisiana. Foi necessário
levá-lo ao hospital de ambulância. Sonhei que o médico saiu do consultório dele, fechou a porta atrás
dele, e me contou que meu irmão morrera.
Falei: "Não, doutor, ele não está morto. O Senhor me falou que ele viveria, e não morreria". No
sonho, o médico ficou muito zangado comigo, por eu ter duvidado da capacidade profissional dele.
Ele me levou para o quarto para eu ver pessoalmente que meu irmão estava realmente morto.
Arrancando o lençol de cima do rosto de meu irmão para comprovar que estava morto, o médico viu
que ele estava respirando, e com os olhos abertos. Atônito, o médico disse: "Ora, você sabia alguma
coisa que eu não sabia. Ele está com vida, não é?" Vi meu irmão levantar-se com saúde daquela
maca, e então, acabou-se o sonho. Sabia, então, que era a respeito disso que eu orara.
Três meses mais tarde, quando voltei a ver meu irmão, ele me disse: "Quase morri quando você
estava viajando". Contei-lhe que sabia a respeito da crise que sofrera durante a noite, e como ele
tinha sido levado às pressas ao hospital.
"Como você sabia?" perguntou. Contei-lhe a respeito do meu impulso para orar, seguido pelo sonho.
Ele disse: "Foi exatamente assim que aconteceu! Contaram-me que, durante uns quarenta minutos lá
no hospital, o médico pensava que eu morrera".
Orar no Espírito fornece um meio de assuntos, a respeito dos quais nós nada saberíamos na carne,
receberem nossas orações. O Espírito Santo, pois, sabe todas as coisas.

Razão 8 - Orar em Línguas Dá Refrigério Espiritual

#Is 28.11,12. Pelo que por lábios gaguejantes e por língua estranha falara o Senhor a este povo. Ao
qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este ê o refrigério; mas não quiseram ouvir.

Qual é o descanso, o refrigério referido no trecho bíblico supra? É o falar em outras línguas.
As vezes o médico recomenda que o paciente tome férias para se refazer, a "cura do descanso," mas
eu conheço a melhor que existe no mundo. Frequentemente, quem sai de férias precisa voltar para
descansar a fim de ter condições de trabalhar. Mas é maravilhoso que podemos fazer esta "cura do
descanso" todos os dias.
... Este é o descanso... este é o refrigério. Precisamos desse refrigério espiritual nesses dias de
tumulto, perplexidade, e de ansiedade.

Razão 9 — Línguas para Dar Graças


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#I Co 14.15-17. Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente; cantarei
com o espírito, mas também cantarei com a mente. E se tu bendisseres apenas em espírito, como dirá
o indouto o amém depois da tua ação de graças? visto que não entende o que dizes; Porque tu de fato
dás bem as graças, mas o outro não é edificado.

Quando Paulo falou "o indouto" no v. 16, referia-se às pessoas que são in-doutas nas coisas
espirituais.
Se você me convidasse ao jantar, e me pedisse: "Dá graças, por favor," e eu orasse em línguas, você
não saberia o que eu estaria dizendo. Você não ficaria edificado. Foi por isso que Paulo disse que
seria melhor orar com o entendimento em tais casos. Se você realmente orar em línguas, você deve
interpretar de tal maneira que os indoutos saberão o que foi dito.
Note que Paulo está dizendo que orar em línguas oferece a maneira mais perfeita de orar e de dar
ações de graças, pois fala: ... tu de fato dás bem as graças». Mas na presença de pessoas não
doutrinadas nesses assuntos, Paulo mandou orar também com o entendimento a fim de que possam
ser edificadas, e possam compreender o que está sendo dito.

Razão 10 - Falar em Línguas Submete Nossa Língua à Sujeição

#Tg 3.8. A língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de
veneno mortífero.

Entregar a língua ao Espírito Santo para falar em outras línguas é um passo gigantesco em direção a
entregar plenamente todos os seus membros a Deus, porque se você consegue entregar esse membro
mais indomável, você poderá entregar todo e qualquer membro.
Concluindo, quero indicar que, embora essas dez razões tenham tratado primariamente com as
línguas na vida particular do crente individual, é verdade, também, que há um lado público das
línguas.
Primeiro, quando as pessoas recebem publicamente o Espírito Santo, falam em outras línguas
conforme o Espírito Santo lhes concede que falem. Segundo, a Igreja é edificada ao falar em outras
línguas na assembléia pública, mas com interpretação.
Paulo declarou com clareza que profetizar é falar aos homens edificando, exortando e consolando (1
Co 14.3). Mas disse, também: ... quem profetiza é superior ao que fala em outras línguas, salvo se as
interpretar». (1 Co 14.5). Está dizendo que as línguas com interpretação equivalem à profecia. Se
interpretar, aquele que profetiza não é maior.
Ilustrando: São necessárias duas moedas de cinco centavos para fazer o equivalente de uma moeda
de dez centavos. Mesmo assim, as duas moedas de cinco centavos cada, não são idênticas a uma
moeda de dez centavos. Paulo está dizendo que a profecia é como a moeda de dez centavos.
Naturalmente, seria melhor ter a moeda de dez centavos do que uma só de cinco centavos (o falar em
línguas). Mas, se a interpretação acompanhar as línguas, então os dois dons juntos equivalerão a
profecia.
A profecia é falar aos homens, edificando, exortando e consolando. A profecia não é pregação
(Mesmo assim, às vezes há um elemento de profecia na pregação).
Se a profecia fosse a pregação, não seria necessário fazer preparativos para pregar. Mas é necessário
estudar. Paulo disse: Procura [esforça-te, estude] apresentar-te a Deus, aprovado». (2 Tm 2.15).
Você não precisa estudar para falar em línguas ou interpretar. Você não precisa estudar para
profetizar. Essas coisas provêm da inspiração do Espírito Santo. É claro que quando alguém está
pregando sob a inspiração do Espírito e, de repente, diz coisas a respeito das quais nunca tinha
pensado, trata-se da inspiração que contém um elemento da profecia.
Falar em línguas, com a interpretação, edifica a Igreja. Quando é usado com a Palavra de Deus, o
falar em outras línguas com a interpretação convence o incrédulo quanto à realidade da presença de
Deus, e frequentemente o leva a voltar-se para Deus e ser salvo.
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Jesus disse: Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome expelirão demônios
(Marcos 16.17). Isso pode ser em particular ou em público.
Se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados (v. 18). Isso pode ser em particular ou
em público.
Outro sinal é: Falarão novas línguas (v. 17).
É claro que não desejamos orações prolongadas em línguas durante um culto, porque, se não houver
um intérprete, as pessoas não saberão o que é dito e não serão edificadas.
Está muito certo você orar em línguas por tanto tempo quanto quiser na reunião de oração, porque
você vai para lá a fim de ser edificado. Se todos estão levantando as mãos e orando em algum
período durante o culto, está certo você orar em línguas (Fico em pé na plataforma e oro assim em
todos os cultos).
Quando, porém, a congregação cessa de orar em línguas, eu também cesso de orar assim. A
congregação não seria edificada se eu continuasse incessantemente. Precisamos saber como usar do
modo mais eficaz aquilo que temos.

Texto para Memorizar:

Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem, falarão novas línguas (Marcos 16.17).

Lição 11

O Espírito Santo no Intimo

Textos Bíblicos: João 14.16,17; 1 Coríntios 3.16; 6.19; 2 Coríntios 6.16; 1 João 4.4

Verdade Central: O propósito de Cristo ao enviar o Espírito Santo foi para que Ele, uma
Personalidade divina, habitasse em nós.

Nessa lição trataremos mais do assunto do Espírito Santo cuja presença habita no crente que tem a
plenitude do Espírito.
Não há nenhuma necessidade de nenhum crente chegar a se sentir desconsolado, enlutado, ou
abandonado. O propósito de Cristo ao enviar o Espírito Santo foi para Ele, uma Personalidade
divina, vir habitar em nós e estar em nós.

O Espírito Santo, Nosso Ajudador.

#Jo 14.16,17. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre
convosco, O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece;
vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.

A Bíblia Amplificada diz: E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador (Conselheiro,
Ajudador, Intercessor, Advogado, Fortalecedor e Amigo Fiel), a fim de que esteja para sempre
convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber (acolher no coração, dar as boas-
vindas), porque não no vê, nem o conhece e reconhece; vós o conheceis e reconheceis, porque ele
habita (constantemente) convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos - desconsolados,
desolados, enlutados, abandonados, desamparados - voltarei para vós outros (João 14.16-18).
Note que Jesus disse que o Espírito Santo seria um Consolador, Conselheiro, Ajudador, Intercessor,
Advogado, Fortalecedor, e Amigo Fiel. Não precisamos de nada mais do que isso. Mas
frequentemente temos nos interessado tanto por receber o batismo do Espírito Santo através de uma
experiência natural e exterior, ou de uma sensação de êxtase, que deixamos de ver a realidade
daquilo que o Espírito Santo veio fazer em nós.
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Frequentemente, quando precisamos de ajuda, corremos para cá e para lá, procurando alguém para
orar por nós. Nós nos esquecemos de que temos um Ajudador dentro de nós. Não precisamos orar
pedindo um ajudador, já temos nosso Ajudador dentro de nós!

#I Co 3.16. Não sabeis que sois santuário de Deus,e que o Espírito de Deus habita em vós?

A tradução Amplificada desse versículo diz: Não discernis e compreendeis que vós [a totalidade da
igreja em Corinto] sois templo de Deus [Seu santuário], e que o Espírito de Deus tem Sua habitação
permanente em vós - para estar em casa • em vós [coletivamente como igreja e também
individualmente]?
1 CORÍNTIOS 6.19
19 Acaso não sabeis que o vosso corpo ê" santuário do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes
da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?
A Versão Amplificada deste texto diz: Acaso não sabeis que o vosso corpo é o templo - o próprio
santuário - do Espírito Santo que habita dentro de nós, a quem recebestes [como Dádiva] da parte de
Deus? Não sois de vós mesmos*

#II Co 6.16. Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do
Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o
meu povo.

De novo, temos a tradução Amplificada deste versículo que diz: Qual ligação [pode haver] entre o
santuário de Deus e os ídolos? Nós, pois somos o templo do Deus vivente; conforme Deus disse:
Habitarei em e com e entre eles, e andarei em e com e entre eles, Eu serei o seu Deus, e eles serão o
meu povo.

#I Jo 4.4. Filhinhos, vós sois de Deus, e tendes vencido os falsos profetas, porque maior e aquele que
está em vós do que aquele que está no mundo.

Quem é "aquele" que está no mundo? (Satanás, o deus deste mundo). Mas Aquele que é Maior está
dentro de você! O próprio Deus na Pessoa do Espírito Santo está no crente nascido de novo e cheio
do Espírito Santo.
Tudo quanto Deus poderia ser para você e fazer para você, o Espírito Santo é para você e faz para
você. Aquele que é Maior, aqui referido, é o Espírito Santo, que está dentro de você. Ele é maior do
que aquele que está no mundo.
Ao invés de crerem naquilo que a Bíblia diz, a maioria das pessoas crêem apenas naquilo que
sentem. Quando receberam o Espírito Santo, sentiram-se maravilhosamente bem. Mais tarde, di-
ziam: "Tive uma experiência maravilhosa, mas Ele decerto me deixou, porque não estou sentindo
agora aquilo que sentia então". Jesus, no entanto, disse: ... a fim de que esteja convosco para sempre.
O Espírito Santo não veio como hóspede para ficar uns poucos dias, apenas. Não veio passar umas
férias. Ele veio habitar em você - para estar em casa em você! O lar do Espírito Santo nesta vida está
no seu corpo
As pessoas falam a respeito da manifestação exterior e deixam desapercebida a realidade da Sua
presença que habita em nós. Devemos ter consciência da Sua presença durante cada momento em
que não estamos dormindo.

O Espírito Santo, o Nosso Guia.

O Espírito Santo também é o nosso Guia. Quando vier, porém o Espírito da verdade, ele vos guiará a
toda a verdade. (João 16.13). Não somente Ele nos guiará a toda a verdade, mas, conforme disse
Jesus: A Tua palavra é a verdade. Ele nos guiará à verdade da Palavra de Deus.
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Ele também nos guiará na vida. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de
Deus (Rm 8.14). Ninguém poderá ser guiado ou dirigido sem se colocar nas mãos do guia. Não se
tem proveito em orar: "Senhor, guia-me, dá-me orientação," a não ser que estejamos dispostos a
deixar que sejamos dirigidos.
Quando fazemos turismo num local que tem um guia à disposição, não poderemos entender muita
coisa sem seguir o guia, pois é o guia quem poderá explicar tudo. Certamente, ninguém gostaria de
passar pelas Cavernas de Carlsbad sem o guia. Dentro das cavernas, a escuridão é total Mas o guia
sabe exatamente onde se acendem as luzes (Graças a Deus porque o Espírito Santo também sabe
acender as luzes!) Nunca sairíamos das cavernas se deixássemos de seguir o guia.
É por isso que tantas pessoas se meteram em tantas encrencas na vida - não estão seguindo o Guia. O
Espírito Santo nos guiará, mas precisamos nos colocar nas mãos d Ele.
Durante os muitos anos em que eu fazia viagens pelo campo evangelístico,
deixando minha esposa e filhos pequenos em casa, dependia do meu Guia, o Espírito Santo. Ele
sempre me advertia de antemão no tocante a uma necessidade na minha família. E embora eu não
tivesse nenhuma comunicação com minha irmã e com meus irmãos, a não ser no Espírito, sempre
fiquei sabendo quando algum membro da família estava doente.
Certa vez, enquanto ministrava no Estado de Oregon, tinha forte impulso para orar. O Espírito Santo
me mostrou que meu irmão mais velho estava passando dificuldades, mas que tudo se sairia bem.
Falei à minha esposa: "Os médicos pensarão que o estado dele é muito grave, e, do ponto de vista
natural, é grave, mas ele passará bem".
Dentro de poucas horas, veio um telefonema interurbano da minha irmã. Ela estava em crise de
choro, dizendo: "Nosso irmão sofreu um acidente e quebrou as costas. Sua condição é muito grave.
O que vamos fazer?"
Graças a Deus, pude dizer a ela: "Já tenho informações por dentro quanto a isso. A condição dele
não é tão ruim como pensam. Ele vai se sair bem. Não se atormente a respeito".
Mais tarde, os médicos disseram a ele: "Não estamos compreendendo. Os raios-X mostram que suas
costas estão quebradas. Não sabemos por que você não está paralisado". Eu sabia, no entanto. Meu
irmão estava em Kansas, mas havia um Intercessor em mim, lá no Estado de Oregon - era o Espírito
Santo.
Se o espaço neste livro permitisse, eu poderia contar de experiência após experiência. Mas pelo
menos desejo dizer que não é simplesmente porque sou pregador que o Espírito Santo está dentro de
mim para me ajudar. Ele está dentro de você para ajudar você, também. Se você aprender a escutá-
Lo e a confiar nEle, Ele o guiará. Quando você tem orientação, poderá estar preparado em tempo
hábil. Ele guiará você a toda verdade, e Ele também o guiará e o conduzirá na vida.

O Espírito Santo, Nosso Mestre

Jesus disse:... não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido— O que Ele falará? Aquilo
que Ele ouvir Deus dizer. Não somente falará aquilo que Ele ouvir, mas .. vos anunciará as coisas
que hão de vir (João 16.13).
João 15.26 diz: Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da
verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim (Jo 15.26). Note, de novo, João 16.14: Ele
me glorificará porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar. Em outras palavras, o
Espírito Santo tornará Jesus real para você.
Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as
coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito (João 14.26).
Algumas pessoas dizem: "A minha memória é ruim, e não consigo aprender as coisas de cor. Não
consigo memorizar as Escrituras". Respondo-lhes: "Por que você não deixa de tentar lembrar-se?
Confie nEle, e espere que Ele as traga à sua lembrança". Tentar fazer uma coisa mentalmente por
conta própria é uma coisa, e confiar no Espírito Santo que está dentro de você é outra coisa. Ele é
tudo dentro de você quanto a Palavra diz que Ele é. Ele fará tudo dentro de nós que a Palavra diz que
Ele fará. Ele será tudo em nós quanto a Palavra diz que Ele será.
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Smith Wigglesworth disse em Ever Increasing Faith ("A Fé que Sempre Aumenta"): "Estou mil
vezes maior por dentro do que por fora". Para ilustrar esse fato, contou a respeito de uma experiência
na Inglaterra, quando lhe pediram que orasse em favor da filha louca de um casal idoso.
Os pais o levaram até um quarto no andar superior, abriram a porta com um empurrão, deram um
passo para trás, e, através de gestos, lhe indicaram que era para ele entrar. Lá dentro, viu uma jovem
mulher frágil, presa no chão. Ela era tão violenta, que era necessário cinco homens para mantê-la
imobilizada assim.
Quando Wigglesworth entrou no quarto, ela bradou, com os olhos fuzilantes: "Somos muitos. Você
não pode nos expulsar".
Ele respondeu, com calma: "Jesus pode". Ele se lembrou de que a Bíblia diz: maior ê aquele que está
em vós e que ele era mil vezes maior por dentro do que por fora. Ousou crer que Deus estava dentro
dele. Falou à mulher: "Jesus pode. E vocês vão saindo em Nome do Senhor Jesus Cristo". Trinta e
sete demônios saíram, citando os seus respectivos nomes, e a mente da mulher foi completamente
restaurada. Ela se arrumou, e posteriormente desceu até ao refeitório para jantar com a sua família.
Alguém perguntou a Wigglesworth: "Qual é o seu segredo? Qual alta posição de espiritualidade
você atingiu?"
Sua resposta foi: "Não fiz nada mais do que lembrar-me que Maior é Aquele que está em mim do
que aquele que está no mundo. Ouse pôr em prática aquele versículo bíblico".
João estava escrevendo a leigos quando disse: Filhinhos, vós sois de Deus, e tendes vencido os falsos
profetas, porque maior ê aquele que está em vós do que aquele que está no mundo (1 Jo 4.4).
Você não ficou desamparado. Aquele que é Maior está em você. Você tem autoridade sobre o diabo!

Texto para Memorizar:


... maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo (1 Jo 4.4).

Lição 12

Sete Passos Para Receber o Espírito Santo (Parte 1)

Textos Bíblicos: Atos 2.4; 10.46; 1 Coríntios 14.2,4,5,14,15,18,27

Verdade Central: Deus deu a dádiva do Espírito Santo no Dia de Pentecostes, tudo quanto o crente
precisa fazer é aceitar a dádiva de Deus.

Essas duas lições que se seguem têm um duplo propósito: ajudar aqueles que ainda não receberam a
plenitude do Espírito Santo, e ajudar os crentes cheios do Espírito Santo a orar com aqueles que
procuram receber essa experiência.
Nestas lições, compartilharei sete passos que qualquer leigo pode dar para ajudar alguém a receber a
plenitude do Espírito Santo, sem demora e sem adiamento. Durante muitos anos, tenho usado com
êxito esses sete passos nas minhas campanhas de reaviva-mento em todas as partes do país.
Passo 1: O Dom Já Foi Dado
Ajude o interessado a ver que Deus já deu o Espírito Santo aos crentes, e que agora cabe ao
indivíduo receber o dom. Acima de tudo, ajude-o a ver que ele não deve ficar implorando para Deus
enchê-lo do Espírito Santo! Deus prometeu que enviaria o Seu Espírito Santo aos crentes, e essa
promessa foi cumprida no Dia de Pentecostes. Foi então que o Espírito Santo veio. Ele tem estado
aqui a partir de então, e as pessoas têm recebido a plenitude do Espírito Santo.
Por exemplo, uns 19 ou 20 anos depois do Dia de Pentecostes, lemos em Atos 19: «. Paulo, tendo
passado pelas regiões mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, perguntou-lhes:
RECEBESTES, porventura, o Espírito Santo quando crestes? (w. 1,2). Note que Paulo não disse:
"Deus vos deu o Espírito Santo?" Ele disse RECEBESTES, porventura, o Espírito Santo...?
Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo». E,
impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo», (w. 2,6). Vemos que Paulo não en-
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sinou aqueles crentes a orarem para Deus lhes dar o Espírito Santo. E note que QUANDO as mãos
foram impostas nesses crentes, RECEBERAM o Espírito Santo: E, impondo-lhes Paulo as mãos,
veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto FALAVAM EM LÍNGUAS como profetizavam (V. 6).
Outro exemplo dos cientes recebendo o Espírito Santo sem demorar nem adiar ocorre no capítulo 8
de Atos - oito anos depois do Dia de Pentecostes: Ouvindo os apóstolos, que estavam em Jerusalém,
que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João; os quais, descendo para lá, ora-
ram por eles para que RECEBESSEM o Espírito Santo (Atos 8.14,15). Pedro e João não oraram para
Deus dar o Espírito Santo aos samaritanos; oraram para que os samaritanos RECEBESSEM o
Espírito Santo.
Vemos no v. 17: Então lhes impunham as mãos, e RECEBIAM estes o Espírito Santo. Deus não deu
o Espírito Santo a ninguém desde o Dia de Pentecostes. Naquele dia, sim, Ele foi dado à Igreja. A
partir de então, os crentes O têm recebido. O Espírito Santo já está aqui para os crentes receberem.
Passo 2: A Salvação E a Única Condição Prévia
Ajude a pessoa a ver que todo aquele que é salvo está em condições de receber o Espírito Santo.
Ouvindo eles (a multidão que se ajuntara depois de os 120 receberem o Espírito Santo, e à qual
Pedro pregara, citando a profecia de Joel) estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a
Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada
um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o
dom do Espírito Santo (At 2.38). Todo aquele que é salvo está pronto para receber o Espírito Santo
agora.
Algumas pessoas acham que há determinadas coisas que devem fazer a fim de estar qualificadas
para receberem o batismo no Espírito Santo. Se, porém, a pessoa é salva, não poderia ser mais
pura do que está naquele momento. O sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo o pecado. Cremos
que as pessoas salvas vão para o céu quando morrem. Se são suficientemente boas para ir ao céu, são
suficientemente boas para receber um pouquinho do céu dentro delas!
Algumas pessoas acham que precisam seguir certos padrões de vestir-se a fim de receberem o
Espírito Santo. Outras têm a idéia errônea de que precisam cortejar o favor de Deus a fim de per-
suadi-Lo a fazer algo em favor delas. Mas a Bíblia diz que tudo quanto precisamos fazer é sermos
salvos e andarmos na luz da salvação (Uma pessoa que estivesse fora da comunhão teria, é lógico,
que voltar à comunhão com Deus).
Algumas pessoas têm imaginado que é necessário serem perfeitas antes de poderem receber o
Espírito Santo. Mas até mesmo o grande apóstolo Paulo disse: Não que eu o tenha já recebido, ou
tenha já obtido a perfeição... não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das
coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o
premio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Fp 3.12-14).
Se você já pudesse, sem o Espírito Santo, fazer tudo o que deve fazer e ser tudo quanto deveria ser,
que necessidade você teria dEle? Se você consegue fazer tudo por conta própria, por que você
precisaria dEle?
Os cristãos carnais podem receber a plenitude do Espírito Santo. A Bíblia diz que os cristãos
coríntios eram carnais, mas mesmo assim, Paulo disse a respeito deles: ... de maneira que não vos
falte nenhum dom. (1 Co 1.7). Certamente, ele não estava apoiando a carnalidade. Estava
procurando levá-los a crescer em Deus, e deixar a carnalidade para trás, juntamente com a infância!
Os cristãos infantis podem ficar cheios do Espírito Santo. Certamente os cristãos carnais e os cristãos
infantis têm mais necessidade do que outras pessoas de receberem a plenitude do Espírito Santo,
porque então receberão poder que os ajudará, se andarem nesse poder, a crescer além do nível dessas
coisas. Se, portanto, a pessoa é salva, está pronta para receber o Espírito Santo.

Passo 3: Imposição das Mãos

Sempre digo às pessoas que, quando eu impor as mãos sobre elas, devem receber o Espírito Santo.
Qualquer pessoa pode impor as mãos em outra pessoa pela fé, pois Deus honra a fé. Mesmo assim,
existe um ministério da imposição das mãos, e uns são mais usados do que outros, nesse assunto.
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Mas qualquer pessoa pode impor as mãos sobre outra como ponto de contato da fé, dizendo-lhe: "É
neste minuto - agora mesmo -que você deve receber o Espírito Santo" Então, o Espírito Santo é
recebido pela fé.

Passo 4: Tenha a Expectativa de Falar em Línguas

Diga ao interessado qual deve ser a expectativa dele. Senão, ele pode ficar sem saber o que está
acontecendo quando o Espírito Santo opera nele. Diga-lhe que deve ter a expectativa de que o
Espírito Santo opere sobre suas cordas vocais e coloque nos seus lábios palavras sobrenaturais que
deverá pronunciar em cooperação com o Espírito Santo. Lembre-se que a própria pessoa deve fazer a
parte de falar - deve erguer a voz mediante um ato da sua vontade. O Espírito Santo lhe concede que
fale, mas é a pessoa quem realiza o ato de falar.

#At 2.4. PASSARAM A FALAR em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que Talassem.
#At 10.46. Pois OS OUVIAM falando em línguas e engrandecendo a Deus.
#At 19.6. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e tanto FALAVAM EM
LÍNGUAS como profetizavam.
#I Co 14.2,4,5,14,15,18,27. POIS QUEM FALA em outra língua, não fala a homens, senão a Deus,
visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. O QUE FALA EM OUTRA LÍNGUA a si
mesmo se edifica. Eu quisera que VÓS TODOS FALÁSSEIS em outras línguas. Porque, se EU
ORAR em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera. Que farei,
pois? ORAREI com o espírito, mas também orarei com a mente. Dou graças a Deus, porque FALO
em outras línguas mais do que todos vós... No caso de Alguém FALAR em outra língua, que não
sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja intérprete.

Note que cada um desses textos bíblicos demonstra que no ato de receber o Espírito Santo (bem
como depois de receber o Espírito Santo), ou de orar em línguas, ou de ministrar línguas na
assembléia pública, é sempre o ser humano quem pronuncia as palavras.
Quando digo isso a pessoas que já estão buscando o Espírito Santo há uns trinta ou quarenta anos,
olham para mim atônitas, dizendo: "Se eu soubesse isso, poderia estar falando em outras línguas
durante estes últimos trinta anos. Tive o ímpeto; tive o impulso. Às vezes, até mesmo me esforçava
muito para me impedir de falar em línguas, pois esperava que o Espírito Santo viesse assumir o
comando da minha língua".
Algumas pessoas acham que seria como o caso de alguém engolir um rádio portátil, e, logo que
Deus Se dispõe, Ele o liga e o rádio começa a falar automaticamente! A verdade, porém, é que o
Espírito Santo concede a você que fale, e você fala as palavras.
Quando o Espírito de Deus está operando sobre sua boca e seus lábios, você deve erguer a sua voz e
pronunciar os sons. Você passa, então, a cooperar com o Espírito Santo, e você se verá falando em
línguas!

Texto para Memorizar:


Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas». (1 Co 14.5).

Lição 13
Sete Passos Para Receber o Espírito Santo
(Parte 2)
Texto Bíblico: Lucas 11.11-13
Verdade Central: Se você agir de conformidade com a Palavra de Deus, Ele honrará a Sua Palavra, e
você receberá o Espírito Santo.
Aprendemos na lição anterior que, a fim de ajudar os crentes a receberem a plenitude do Espírito
Santo, devemos levá-los a reconhecer que:
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1. Deus já deu o Espírito Santo aos crentes, e cabe ao indivíduo receber essa dádiva.
2. A salvação é a única condição prévia para receber a plenitude do Espírito Santo.
3. A imposição das mãos pode ser um contato importante para a fé.
4. O crente deve ter a expectativa de falar em línguas.
Examinemos, agora, mais três passos importantes para o recebimento dessa bendita plenitude do
Espírito Santo.
Passo 5: O Filho de Deus Não Precisa Ter Medo de Receber Alguma Coisa Falsa
Algumas pessoas têm medo de receber alguma coisa falsa ou simulada quando procuram a plenitude
do Espírito Santo. Já ouvi pessoas dizerem: "Existe um espírito errado bem como um espírito certo.
Quero receber o Espírito certo". A essas pessoas, indico este trecho bíblico:
MATEUS 7.9-11
9 Ou qual dentre vós é o homem, que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra?
10 Ou se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra?
11 Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que
está nos céus dará boas coisas aos que lhe pedirem?
Jesus estava dizendo aqui: Se seu filho lhe pedisse pão, você lhe daria uma pedra? Se pedisse um
peixe, você lhe daria uma serpente? Se seu filho lhe pedisse um ovo, você lhe ofereceria uni
escorpião? Não, você não faria assim.
Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial
dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem? Podemos ter a certeza de que Deus não dará aos Seus
filhos uma falsificação quando Lhe pedirem o Espírito Santo!
É uma coisa inteiramente diferente, é lógico, quando uma pessoa não salva está buscando o Espírito
Santo. Mas se o interessado é um filho de Deus, não receberá um espírito mau.
Note que as palavras "serpentes" e "escorpiões" foram também usadas em Lucas 10.19: Eis aí vos
dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo. Jesus usava as
palavras "serpentes" c "escorpiões" para referir-se aos espíritos malignos. Ele disse que você não vai
receber uma "serpente" ou um "escorpião". Se você é um filho de Deus e você vem ao seu Pai
celestial buscando o Espírito Santo, é o que você vai receber.
Depois de eu ter dado esses textos bíblicos àqueles que foram desencaminhados por falsos mestres,
sempre os vi começar imediatamente a falar em línguas. Posteriormente, me contaram: "Se eu
tivesse sabido disso, já há muitos anos eu poderia ter falado em línguas e conhecido a plenitude do
Espírito. Mas tinha medo de receber um espírito errado". A Palavra de Deus pode nos aliviar dos
nossos temores.
Passo 6: Receba o Espírito Santo e Fale a Língua que Ele Dá
Mande o interessado abrir a boca e respirar tão profundamente quanto possível. Ao mesmo tempo,
ele deve dizer a Deus, no seu coração: "Estou recebendo o Espírito Santo agora mesmo pela fé".
Gosto de insistir com firmeza que o interessado não fale uma única palavra do seu idioma natural
Depois, quando o Espírito Santo começa a operar nele, mando-o erguer a voz e pronunciar quaisquer
sons que pareça fácil produzir, independentemente de como soa. Mando-os começar a falar as
palavras e a linguagem que o Espírito lhes der, louvando a Deus com aquelas palavras
sobrenaturais até surgir uma língua clara e fluente. Quando aquela pessoa escutar a si mesma falando
em línguas, terá a garantia e a confiança de que recebeu o Espírito Santo.
Em João 7.37-39, Jesus convidou para vir beber. No último dia, o grande dia da festa, levantou-se
Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e BEBA. Quem crer em mim, como diz a
Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam
de receber os que nele cressem; pois o Espírito até esse momento não fora dado, porque Jesus não
havia sido ainda glorificado.
Jesus disse que receber o Espírito Santo é como beber água; está envolvido o mesmo princípio.
Ninguém pode beber com a boca fechada!
Além disso, ninguém pode beber e falarão mesmo tempo.
Tenho visto pessoas virem receber, com a boca aberta. Nunca vi ninguém que, abrindo bem a boca,
não recebeu imediatamente. Certa vez, vi cinco homens de negócios vindo para a frente com a boca
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bem aberta, e todos eles receberam a plenitude do Espírito Santo. Jesus disse: "Venha e beba". Se
você agir de conformidade com a Palavra de Deus, Ele honrará a Sua Palavra, e você receberá o
Espírito Santo.
Passo 7: Nenhuma Aglomeração Deve Surgir Para Confundir o Interessado
Gosto de ter à disposição uns poucos obreiros, que receberam instrução especial minha, para ajudar
aqueles que estão buscando o Espírito, porque as pessoas muitas vezes são lentas para se renderem
ao Espírito, e outra pessoa consegue orientá-las e ajudá-las a submeterem-se (Às vezes, numa saída
de natação, é difícil persuadir algumas pessoas a entrarem na água, mas se você entrar e nadar um
pouco, dizendo-lhes que é gostoso, elas se animam a entrar). As vezes, o fato de você estar presente
falando em línguas encorajará os interessados a seguir adiante para o batismo no Espírito Santo.
Não forme uma aglomeração em redor dos interessados que estão buscando o Espírito Santo; não
permite que todos procurem dar instruções ao mesmo tempo. Isto só pode trazer confusão. Deixe
uma só pessoa ensinar-lhes como entregar-se ao Espírito.
Se você estiver entre aqueles que oram juntamente com os que buscam o Espírito, opte por uma
destas duas alternativas: Se você orar em voz alta: ore em línguas. Senão, ore silenciosamente. Se
você orar em Português, os interessados escutarão aquilo que você diz, e assim fixarão em você a
sua atenção. Muitas vezes, as pessoas serão impedidas de entregar-se a Deus, porque estão escutando
aquilo que as pessoas ao seu redor estão dizendo.
Já estou nos círculos do Evangelho Pleno há meio-século, e já vi quase tudo quanto se pode
mencionar - além de outras coisas que não gosto de mencionar.
Já vi pessoas queridas, na frente da igreja, procurando receber a plenitude do Espírito Santo,
enquanto alguém no lado esquerdo grita num dos ouvidos: "Agarre-se firme, irmão, agarre-se fir-
me!" Outra pessoa, do lado direito, uiva no outro ouvido: "Solte-se, irmão, solte-se!" Alguém,
ajoelhado imediatamente atrás, martelando as costas do interessado, grita: "Desgarre-se, irmão,
desgarre-se!" E, ainda, alguém sentado na frente exclama: "Morra para tudo, irmão, seja como
morto!" com plenos pulmões.
Não por causa disso, mas a despeito disso, multidões têm recebido. Mas, ao mesmo tempo, muitas
pessoas honestas e sinceras têm sido escandalizadas. Veremos mais pessoas com a plenitude do
Espírito Santo se seguirmos as práticas bíblicas.
Por meio de seguir os sete passos que esboçamos nessas duas lições, você poderá ajudar as pessoas a
receberem o Espírito Santo. E você pessoalmente se sentirá abençoado e galardoado pela sua
participação na vida delas ao receberem a maravilhosa plenitude do poder de Deus,
Texto para Memorizar:
Pedi ao SENHOR chuva no tempo das chuvas serôdias. (Zc 10.1).
A LIÇÃO EM AÇÃO. Tornai-vos, pois, praticantes da palavra, e não somente ouvintes. (Tg 1.22).

Lição 14
Os Dons do Espírito
Texto Bíblico: 1 Coríntios 12.1-14
Verdade Central: Os dons do Espírito são dados para o proveito da Igreja inteira.
Paulo, inspirado pelo Espírito para escrever à Igreja em Corinto, disse: A respeito dos dons
espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes (1 Co 12.1).
Já que o Espírito de Deus disse, através da boca de Paulo, que Ele não queria que a Igreja em
Corinto fosse ignorante a respeito dos dons espirituais, certamente não posso crer que Ele deseja que
a Igreja hoje seja ignorante a respeito dos dons espirituais. Mesmo assim, há ignorância grosseira a
respeito dessas coisas.
Em alguns lugares, as pessoas não sabem absolutamente nada a respeito - nem sequer da existência
desses dons. Acham que esses dons já se acabaram. Em outros lugares, sabem algo a respeito de
alguns deles, mas seus conhecimentos são muito limitados.
1 CORÍNTIOS 12.1-14
1 A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.
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2 Sabeis, que, outrora, quando éreis gentios, deixáveis conduzir-vos aos ídolos mudos, segundo
éreis guiados.
3 Por isso vos faço compreender que ninguém que faia peio Espírito de Deus afirma: Anátema
Jesus! por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus! senão pelo Espírito Santo.
4 Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo.
5 E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo.
6 E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos.
7 A manifestação do Espírito é concedida a cada um, visando a um fim proveitoso.
8 Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo
Espírito, a palavra do conhecimento;
9 A outro, no mesmo Espírito, fé; e a outro, no mesmo Espírito, dons de curar;
10 A outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a uma
variedade de línguas; e a outro, capacidade para interpretá-las.
11 Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada
um, individualmente.
12 Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos,
constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo.
13 Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer
escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito.
14 Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.
A Primeira Epístola aos Coríntios não é uma carta escrita a um indivíduo; é uma carta escrita â Igreja
inteira. Alguns têm pensado que esses versículos se aplicam a um indivíduo, mas Paulo mandava a
Igreja inteira procurar com zelo esses dons. Depois, quando o Corpo inteiro os deseja, o Espírito os
distribuirá a cada um, individualmente, segundo Lhe apraz.
• Paulo infere aqui que nem todos vão ter todos esses dons, pois disse: Porque a um [não a todos] é
dada.» a palavra da sabedoria; e a outro.» a palavra do conhecimento.»
Alguns têm tirado esse texto fora do seu contexto e pensado que a Bíblia mandava o individuo
desejar todos esses dons. Na realidade, Paulo estava mandando a Igreja como grupo desejá-los.
Nesse caso, o Espírito distribuirá a cada um segundo Lhe apraz - não como eu quero, não como você
quer, mas como o Espírito quer.
Os Dons do Espírito Proclamam Jesus Como Senhor
A Igreja em Corinto tinha alguns aspectos peculiares que não existem entre nós hoje.
Paulo disse: Sabeis que outrora, quando éreis gentios, deixáveis conduzir-vos aos ídolos mudos,
segundo éreis guiados. Essas pessoas anteriormente tinham adorado aos ídolos. Nessa idolatria,
motivados pelo espírito errado, diziam muitas coisas erradas.
A História Eclesiástica conta que alguns deles entravam na assembléia cristã, e quando o Espírito de
Deus começava a manifestar-Se, começavam a falar coisas sob a influência do espírito errado.
Alguns deles até mesmo se levantavam, quando os dons da inspiração e da expressão vocal estavam
em operação, e diziam que Jesus era maldito.
Paulo disse que quando o Espírito Santo está em operação, Ele proclamará que Jesus é Senhor (v. 3).
Em se tratando de um dom de expressão vocal, é claro que o Espírito Santo dirá que Jesus é Senhor.
Ou, em se tratando de qualquer outro dos dons, sempre exaltará o senhorio de Jesus, e não o senho-
rio de algum homem. Não atrairá a atenção aos homens mas, sim, a Cristo.
Por isso vos faço compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus afirma: Anátema Jesus!
Você pode ter a certeza de que se alguém está exercendo um dos dons vocais e chama Jesus de
maldito, ou fala contra Ele de alguma forma, que o Espírito Santo não está falando!
Em seguida, Paulo disse que ninguém pode dizer que Jesus é Senhor senão pelo Espírito Santo.
Por falta de entendimento, muitas pessoas procuram operar um dom sem o Espírito. Talvez o dom
tenha sido manifestado na sua vida em alguma ocasião, e digam: Agora o possuo, e posso operá-lo
segundo a minha vontade. Quando fazem assim, porém, inevitavelmente se metem em apuros. Ficam
totalmente vulneráveis ao engano satânico. Quando nos afastamos da Palavra, é Satanás quem fará
as coisas vir ao encontro dos nossos desejos.
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Os Dons São Diversos
Paulo passou a dizer: Ora, os dons são diversos. E também há diversidade nos serviços». A palavra
"diversidades" simplesmente significa "diferentes". Em outras palavras, Paulo estava dizendo: "Há
dons diferentes, mas o mesmo Espírito. E há diferenças de serviços, mas o mesmo Senhor. E
diferenças de realizações, mas o mesmo Deus opera tudo em todos".
Há duas teorias a respeito deste texto específico, e posso ver mérito nas duas.
Uma linha de pensamento diz que esses dons são administrados a pessoas diferentes de maneiras
diferentes. Diz que as diversidades significam que operam de modos diferentes, e nem sempre da
mesma maneira nos indivíduos diferentes.
Por outro lado, há aqueles que crêem que há dons diferentes, administrações [serviços] diferentes, e
operações [realizações] diferentes. Dizem que Paulo aqui está falando em três coisas diferentes, e
não apenas nos dons: está falando em dons, administrações, e operações.
A manifestação do Espírito é concedida a cada um, visando a um fim proveitoso. Note que Paulo
está chamando esses dons de "manifestações" — a manifestação deles é concedida para um fim
profeitoso.
Depois, Paulo passou a dizer: Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a
outro, a palavra do conhecimento. E assim ele passa a alistar nove manifestações.
Três Categorias de Dons
A descrição mais simples desses nove dons é que três deles dizem algo, três deles fazem algo, e três
deles revelam algo.
Os três dons que dizem algo são os dons de expressão vocal. São: a profecia, a variedade de línguas,
e a interpretação das línguas.
Os três dons que fazem algo são os dons de poder. São: o dom da fé, as operações de milagres, e os
dons de curas. No Grego original, cada vez que esse terceiro dom de poder é mencionado, tanto
"dons" quanto "curas" ficam no plural: dons de curas (Nem sempre nossas Bíblias deixam claro esse
fato). Não existe, portanto, "o dom da cura".
Os três dons que revelam algo são os dons de revelação. São: a palavra da sabedoria, a palavra do
conhecimento, e o discernimento de espíritos.
Esses dons são alistados na ordem da sua importância. Dos três dons de revelação, a palavra da
sabedoria é o melhor dom.
Dos três dons de poder, o dom da fé é o melhor dom.
Dos três dons de expressão vocal, o dom da profecia é o melhor dom.
A Bíblia nos manda procurar com zelo os melhores dons. Texto para Memorizar: A respeito dos
dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes (1 Co 12.1).
AIJÇÃOEM AÇÃO: Tornai-vos, pois, praticantes da palavra, e não somente ouvintes. (Tg 1.22).

Lição 15
O Dom da Palavra do Conhecimento
Textos Bíblicos: Atos 9.10-12; 10.9-20
Verdade Central: A palavra do conhecimento é a revelação sobrenatural pelo Espírito Santo de
certos fatos existentes na mente de Deus.
Notemos, em primeiro lugar, que esse dom é chamado a "palavra do conhecimento" e não o "dom do
conhecimento". Porque a um ê dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo
o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento (1 Co 12.8). Não há um "dom do conhecimento"
espiritual. A palavra do conhecimento é a revelação sobrenatural pelo Espírito Santo de certos fatos
na mente de Deus.
Deus é o conhecimento total - Ele sabe tudo. Mas Ele não revela aos homens tudo quanto sabe. Ele
lhes dá apenas uma palavra, ou uma parte daquilo que Ele sabe. Uma palavra é uma parte
fragmentária de uma frase, de modo que uma palavra de conhecimento é simplesmente uma parte
fragmentária do conhecimento. Deus é onisciente. Ele possui todo o conhecimento. Mas Ele não
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transmite a nós todo o conhecimento, nem nos transmite o conhecimento; Ele nos transmite uma
palavra de conhecimento - apenas aquela parte que Ele quer que saibamos.
O Dom É Sobrenatural
Além disso, essa palavra do conhecimento é uma manifestação sobrenatural, assim como são todos
os dons do Espírito. Nenhum deles é um dom natural. Se um deles é natural, logo, todos eles são
naturais. Se um deles é sobrenatural, logo, todos eles são sobrenaturais.
Há aqueles que dizem que 1 Coríntios 12.8 se refere ao conhecimento natural. Se isso for verdade, os
dons de curas não seriam curas sobrenaturais, tampouco, mas simplesmente seriam curas através do
progresso da ciência médica. Certamente cremos na ciência médica e agradecemos a Deus por tudo
quanto ela pode fazer. Mas esse texto bíblico está falando a respeito da cura sobrenatural.
Se os dons do Espírito fossem apenas dons naturais, logo, as variedades de línguas se refeririam
simplesmente àqueles idiomas que as pessoas tinham aprendido naturalmente. Nesse caso, até
mesmo as pessoas não-salvas poderiam ter esse dom. Mas sabemos que essas "variedades de
línguas" são sobrenaturais, porque somos capacitados a falar em línguas que nunca aprendemos; são
dadas pelo Espírito Santo. Além disso, sabemos que esses dons de curas não são a cura natural; ou
seja: não se trata da capacidade do homem de ajudar a natureza mediante a ciência médica. São curas
sobrenaturais - dadas através do Espírito Santo.
Creio que se dois dos nove dons são sobrenaturais, logo, todos os nove são sobrenaturais. Esse dom,
portanto, não é do conhecimento natural, mas é conhecimento sobrenatural — uma revelação
sobrenatural da parte do Espírito de Deus.
Confundindo o dom da palavra do conhecimento com o conhecimento natural, alguém disse: "Não
precisamos de alguns desses dons inferiores. Temos o dom do conhecimento." O conhecimento
acerca do qual eles se jactam é conhecimento intelectual - o conhecimento obtido à parte do Espírito
Santo e à parte da Palavra de Deus. O conhecimento referido por Paulo em 1 Coríntios 12.8, porém,
é um dom sobrenatural do Espírito Santo.
O Dom Manifestado Mediante Visões
Vemos um exemplo da manifestação da palavra do conhecimento mediante uma visão quando João
estava na Ilha de Patmos. João escreveu que ele estava em Espírito no Dia do Senhor, e que Jesus lhe
apareceu numa visão. Nessa visão, Jesus revelou a João a condição das sete igrejas na Ásia Menor,
conforme está registrado no Livro do Apocalipse. Embora haja uma mensagem profética para nós
hoje nesta revelação, essas sete igrejas realmente existiam naqueles tempos na Ásia Menor. João,
exilado na Ilha de Patmos, não teria a mínima possibilidade de saber o que estava acontecendo
nessas cidades e igrejas, mas Jesus lhe revelou a condição espiritual delas. Foi uma palavra do
conhecimento.
Outro exemplo desse dom em operação acha-se no capítulo nono de Atos.
ATOS 9.10-12
10 Ora havia em Damasco um discípulo, chamado Ananias. Disse-lhe o Senhor numa visão:
Ananias! Ao que respondeu: Eis-me aqui, Senhor.
11 Então o Senhor lhe ordenou: Dispõe-u-, c vai à rua que se chama Direita e, na casa de Judas,
procura por Saulo, apelidado de Tarso, pois ele está orando,
12 E viu entrar um homem, chamado Ananias, e impor-lhe as mãos, para que recuperasse a vista.
Aqui, também, a palavra do conhecimento foi manifestada numa visão, mas desta vez veio a um
leigo. Ananias não era um apóstolo como João o era. Não era um pastor nem um evangelista.
Ananias nem sequer era alistado como um mestre. A Bíblia chama Ananias de discípulo. Era simples
membro da igreja em Damasco. Se o Senhor assim desejar, os leigos, e não somente os ministros,
poderão ter uma manifestação da palavra do conhecimento.
Nessa visão, o Senhor mandou Ananias ir até certa casa e orar por Saulo. Ao mesmo tempo, Ele
apareceu a Saulo numa visão semelhante, dizendo que Ananias viria orar por ele "para que
recuperasse a vista".
Ananias não poderia ter sabido, pelos seus conhecimentos naturais, que em certa casa em certa rua,
um homem chamado Saulo estava orando naquele exato momento. Não poderia ter sabido disso por
qualquer outra maneira que não fosse pela revelação sobrenatural: uma palavra da sabedoria.
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ATOS 10.9-20
2... Subiu Pedro ao eirado, por volta da hora sexta, a fim de orar.
10 Estando com fome, quis comer: mas, enquanto lhe preparavam a comida sobreveio-lhe um
êxtase;
11 Então viu o céu aberto e descendo um objeto como se fosse um grande lençol, o qual era baixado
à terra, pelas quatro pontas,
12 Contendo toda sorte de quadrúpedes, répteis da terra, e aves do céu.
13 E ouviu-se uma voz que se dirigia a ele: Levanta-te, Pedro; mata e come.
14 Mas Pedro replicou: De modo nenhum, Senhor, porque jamais comi coisa alguma comum e
imunda.
15 Segunda vez a voz lhe falou: Ao que Deus purificou não consideres comum.
16 Sucedeu isto por três vezes e logo aquele objeto foi recolhido ao céu.
17 Enquanto Pedro estava perplexo sobre qual seria o significado da visão, eis que os homens
enviados da parte de Cornélio, tendo perguntado pela casa de Simão, pararam junto à porta;
18 E, chamando, indagavam se estava ali hospedado Simão, por sobrenome Pedro.
19 Enquanto meditava Pedro acerca da vi-s5o, disse-lhe o Espírito: Estão aí dois homens que te
procuram;
20 Levanta-te, pois, desce e vai com eles nada duvidando, porque eu os enviei.
Aqui, também, a palavra do conhecimento era manifestada mediante uma visão. Pedro tinha caído
em êxtase, e teve uma visão. Enquanto Pedro pensava sobre o significado disso, o Espírito Santo
disse a ele: "Estão aí dois homens que te procuram." Pedro não sabia que os homens estavam ali.
Não teria maneira de saber que ali estavam se o Espírito Santo não lho tivesse dito. Tratava-se de
uma palavra do conhecimento - uma revelação sobrenatural.
O Dom Manifestado Através de uma Revelação Interior
Às vezes, a palavra do conhecimento vem mediante uma revelação interior. Quando Jesus lidou com
a mulher junto ao poço em Samaria, Ele empregou uma palavra da sabedoria para convencer a ela,
uma pecadora, da sua necessidade de um Salvador (João 4). Essa mulher perguntou a Jesus quem era
Ele, e Ele respondeu: "Se você soubesse quem Eu sou, você Me pediria, e Eu lhe daria água para
você nunca precisar passar sede".
"Dê-me essa água, para eu não mais precisar vir aqui buscá-la," disse ela, pensando na água no poço.
Jesus disse: "A água que eu lhe der será em você uma fonte a jorrai para a vida eterna".
A mulher queria aquela água. Jesus mandou-a ir buscar o marido. Quando ela respondeu que não
tinha marido, Ele disse: "Você tem razão quanto a isso. Você já teve cinco maridos, e aquele com
que você vive agora não é seu marido." Jesus sabia isso por uma revelação interior - uma palavra do
conhecimento — e usou esse dom para indicar a ela o caminho da salvação.
A palavra do conhecimento pode manifestar-se de várias maneiras diferentes. Poderá vir através de
línguas e interpretação, através do dom da profecia, ou um anjo poderá vir entregar uma palavra do
conhecimento. Deus tem muitas maneiras de fazer as coisas. Frequentemente, esses dons operam em
conjunto - nós os separamos apenas para defini-los.
Às vezes, as pessoas confundem a palavra do conhecimento com um conhecimento profundo da
Bíblia. Certo pastor me disse que ele tinha a palavra do conhecimento, porque rinha estudado tanto a
Bíblia! Embora seja verdade que Deus nos ajuda a compreender a Sua Palavra, e que recebemos
conhecimento através do estudo dela, este tipo de conhecimento não é um dom sobrenatural. A
palavra do conhecimento realmente funciona em conexão com a Bíblia; Deus realmente nos revela
coisas em conexão com a Sua Palavra que nós não sabíamos. Mas se isso fosse tudo, não
precisaríamos estudar. Paulo, no entanto, mandou o jovem pastor Timóteo estudar. Na sua carta a
esse jovem pastor de uma igreja do Novo Testamento, Paulo disse: Procura (estuda para apresentar-te
a Deus, aprovado. (2 Tm 2.15). Logo, esse ripo específico de conhecimento da Palavra de Deus
provém do estudo dela, mas a palavra do conhecimento provém da revelação sobrenatural outorgada
por Deus.
Outra idéia errônea a respeito do dom da palavra do conhecimento é que é aquele conhecimento
muito real que provém de andar com Deus. Embora seja verdade que realmente obtemos
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conhecimento de Deus por meio de andar com Ele, este conhecimento é diferente do conhecimento
sobrenatural.
Um exemplo da diferença entre a palavra do conhecimento e o conhecimento natural vê-se na
narrativa do Antigo Testamento, de como Deus falou com o menino Samuel (1 Sm 3.4-10). Samuel
estava no Templo, ajudando o profeta Eli. Certa noite, Samuel ouviu uma voz chamar o seu nome.
Pensando que se tratava de Eli que o chamava, levantou-se e foi até ele. Eli lhe disse que não o
chamou, e Samuel voltou à cama. De novo, ouviu uma voz chamando: "Samuel, Samuel" De novo,
correu até Eli, e Ele o mandou de volta à cama. Quando isso aconteceu pela terceira vez,
Eli reconheceu que, por certo, Deus estava falando com o menino, e Eli ensinou Samuel a responder
devidamente da próxima vez que a voz chamasse o seu nome.
Eli tinha andado com Deus, mas não tinha sido tão fiel a Deus quanto deveria ter sido no tocante à
criação dos seus filhos. Tinha conhecido as coisas de Deus, mas não escutara a voz de Deus naquela
noite.
Vemos, portanto, que a palavra do conhecimento não provém da longa experiência com Deus. Existe
um conhecimento de Deus que 6 obtido através de andar em estreita comunhão com Ele e na
experiência dos Seus caminhos, assim como também quando andamos com um amigo e passamos a
nos conhecer melhor. A medida que andamos com Deus, nosso conhecimento dEle se aumenta. Mas
isso não é idêntico a essa manifestação sobrenatural da palavra do conhecimento.
Essa manifestação do Espírito de Deus não foi apenas para ontem; é também para hoje. Um irmão
batista, cheio do Espírito Santo, que é presidente do seu capítulo local da Associação dos Homens de
Negócios do Evangelho Pleno, contou-me, certa vez, a respeito de uma experiência que tivera.
Disse: "Estava passando por uma grande igreja católica romana, e algo parecia me mandar parar ali.
Por isso, virei o automóvel para dentro do estacionamento da igreja, parei, e fiquei sentado ah'
orando por algum tempo.
"Algo parecia me dizer que o sacerdote estaria orando no seu escritório, e que eu deveria entrar,
impor nele as mãos, e ele receberia a plenitude do Espírito Santo. Hesitei. Não queria dar a
impressão de ser tolo. Fiquei sentado ali, orando por mais algum tempo. Depois, resolvi que não
faria mal simplesmente ver se o sacerdote se achava por ali, e descobrir se Deus realmente estava me
guiando".
Esse executivo comercial caminhou para dentro da igreja, e bateu à porta do escritório do sacerdote.
Ouviu uma voz convidando-o a entrar, e quando abriu a porta, viu um sacerdote sentado diante de
uma escrivaninha com alguns livros abertos diante dele. Quando ele entrou, o sacerdote levantou-se
para o cumprimentar, e se apresentaram mutuamente.
Quando o sacerdote ficou sabendo que seu visitante era presidente do capítulo local do Evangelho
Pleno, falou imediatamente: "Louvado seja o Senhor!
Acabo de ler a respeito daquilo que Deus está fazendo nestes dias, neste movimento do Espírito
Santo. Estava lendo a respeito do batismo no Espírito Santo e do falar em outras línguas, e o Senhor
testemunhou ao meu espírito que é isso que necessito. Tenho consciência da minha fraqueza
espiritual. Faz apenas dez minutos que curvei minha cabeça e falei: 'Senhor, não conheço ninguém
nessa cidade que teve essa experiência. Envie alguém para orar comigo.' E aqui você está!"
O executivo comercial me disse: "Aquele sacerdote se colocou de joelhos, eu lhe impus as mãos, e
ele começou a falar em línguas quase imediatamente, erguendo as duas mãos ao céu."
O que está acontecendo nesses dias é de estarrecer. Deus está visitando corações famintos em todos
os lugares. Não vai prestar nenhuma atenção às antigas fronteiras denominacionais que temos
estabelecido, nem às etiquetas que distinguem as pessoas entre si. Pode-se colocar a etiqueta que
quiser numa lata vazia, mas isso não colocará nada dentro dela. Não é a etiqueta que importa; é o
conteúdo.
Houve, nesse caso, uma manifestação sobrenatural da palavra do conheci' mento, muito semelhante
àquelas que ocorrem em Atos dos Apóstolos - e ocorrem porque o Espírito Santo ainda está Se
manifestando entre aqueles que crêem. Hoje, precisamos das manifestações sobrenaturais do Espírito
Santo tanto quanto os cristãos primitivos precisavam delas!
Texto para Memorizar:
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Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo
Espírito, a palavra do conhecimento (1 Co 12.8).
A LIÇÂOEM AÇÃO: Tornai-vos, pois, praticantes da palavra, e não somente ouvintes. (Tg 1.22).

Lição 16
O Dom da Palavra do Conhecimento no Antigo Testamento
Textos Bíblicos: 1 Rs 19.2-4, 14,18; 2 Rs 5.25,26; 6.9-12; 1 Sm 9.3,4,6,19,20; 10.21-23

Verdade Central: Mediante a palavra do conhecimento, os desanimados poderão ser consolados; os


santos, alegrados; bens perdidos, recuperados; o inimigo, derrotado, e o Senhor Jesus Cristo,
glorificado.
Manifestações sobrenaturais dos dons do Espírito ocorriam no Antigo Testamento, e não somente no
Novo Testamento. Na realidade, todos os dons do Espírito, menos as línguas e a interpretação das
línguas, estavam em operação nos tempos do Antigo Testamento (Trataremos da razão disso ao
estudarmos esses dons).
Os demais dons foram manifestados no Novo Testamento já no ministério de Jesus. Posteriormente,
após do Dia de Pentecostes, as línguas e a interpretação das línguas começaram a ser manifestadas
também.
Palavra de Conhecimento Usada para Iluminar um Servo Desanimado
1 REIS 19.2-4,14,18
2 Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias a dizer-lhe: Façam-me os deuses como lhes
aprouver se amanhã a estas horas não fizer eu à tua vida como fizeste a cada um deles.
3 Temendo, pois, Elias, levantou-se e, para salvar sua vida, se foi e chegou a Berseba, que pertence a
Judá; e ah deixou o seu moço.
4 Ele mesmo, porém, se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio e se assentou debaixo de um
zimbro; e pediu para si a morte, e disse: Basta; toma agora, Ó SENHOR, a minha alma, pois não sou
melhor do que meus pais.
14 Ele respondeu. Tenho sido em extremo zeloso pelo Senhor Deus dos Exércitos, porque os filhos
de Israel deixaram a tua aliança, derribaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada; e eu
fiquei só, e procuram tirar-me a vida.
18 Também [Eu, o Senhor] conservei em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a
Baal, e toda boca que o não beijou.
O profeta Elias estava muito corajoso lá no alto da montanha quando orou para o fogo descer do céu.
Mas quando alguém lhe contou: "A rainha Jezabel disse que até estas horas amanhã ela vai tirar-lhe
a cabeça," Elias ficou com medo.
Sentou-se debaixo de um zimbro e pediu a Deus que lhe deixasse morrer. Disse a Deus: "Todos
estão desviados, menos eu. Todos dobraram os joelhos a
Baal, e eu sou o único que sobrou."
Deus, porém, deu a ele uma palavra de conhecimento que o encorajou. Disse: "Não, você não ê o
único que sobrou. Ainda tenho, reservado para Mim mesmo, sete mil que não se dobraram diante de
Baal" Elias não poderia ter sabido disso de nenhuma outra maneira. Estou com certeza que ele ficou
encorajado ao saber que ele não foi o único fiel que sobrou; que Deus tinha mais sete mil que não
tinham dobrado os joelhos a Baal.
Palavra de Sabedoria Usada para Desmascarar um Hipócrita
2 REIS 5.25,26
25 Ele, porém, entrou, e se pôs diante de seu senhor: Perguntou-lhe Eliseu: Donde vens, Geazi?
Respondeu ele: Teu servo não foi a parte alguma.
26 Porém ele lhe disse: Porventura não fui contigo em espírito quando aquele homem voltou do seu
carro, a encontrar-te? Era isto ocasião para tomares prata, e para tomares vestes, olivais e vinhas,
ovelhas e bois, servos e servas?
Depois de Naamã ter sido curado da lepra, queria dar ao profeta Eliseu conjuntos de roupas, prata,
ouro, e outros presentes para expressar a sua gratidão. Eliseu, no entanto, recusou os presentes. O
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servo de Eliseu, Geazi, porém, correu atrás de Naamã e mentiu para ele, dizendo: "Depois de você
sair, chegaram dois jovens profetas, e embora meu senhor nada quisesse para si mesmo, disse que
era certo aceitar roupas e prata e ouro para esses profetas." Naamã estava tão emocionado com a sua
cura que deu a Geazi o dobro daquilo que pedira. Depois, Geazi escondeu os presentes, porque era
ladrão, além de ser mentiroso.
Quando Geazi voltou e Eliseu lhe perguntou para onde tinha ido, respondeu. "Para nenhum lugar,
senhor."
Eliseu disse: "Meu espírito foi com você quando você alcançou aquele carro. Eu o vi." Como é que
Eliseu, sentado na sua própria casa, poderia saber o que acontecia a vários quilômetros de distância?
Deus o revelou a ele! Deus deu a Eliseu uma revelação sobrenatural daquilo que acontecera, e assim
desmascarou um hipócrita.
Palavra do Conhecimento Dada Para Advertir um Rei Contra o Plano do Inimigo
2 REIS 6.9-12
9 Mas o homem de Deus mandou dizer ao rei de Israel: Guarda-te de passares por tal lugar; porque
os siros estão descendo para ali.
10 O rei de Israel enviou tropas àquele lugar, de que o homem de Deus lhe falara, e de que o tinha
avisado, e assim se salvou, não uma nem duas vezes.
11 Então tendo-se turbado com este incidente o coração do rei da Síria, chamou ele os seus servos, e
lhes disse: Não me fareis saber quem dos nossos é pelo rei de Israel?
12 Respondeu um dos seus servos: Ninguém, 6 rei meu senhor; mas o profeta Eliseu, que está em
Israel, faz saber ao rei de Israel as palavras que falas na tua câmara de dormir.
Cada vez que os sírios armavam uma emboscada contra Israel, o profeta de Deus revelava os pianos
deles ao rei de Israel, Finalmente, o rei da Síria reuniu
O seu gabinete e disse: "Deve haver um traidor entre nós que está revelando nossos segredos."
Os servos do rei responderam: "Não, não há traidor entre nós. Um profeta de Deus em Israel conta
ao rei o que você fala no seu próprio quarto."
Essas informações a respeito das emboscadas armadas pelos sírios era uma revelação sobrenatural. O
profeta Eliseu não poderia ter sabido dos planos do inimigo. Ele não estava na Síria. Os planos do
inimigo lhe foram revelados de modo sobrenatural mediante uma palavra do conhecimento, e seu
país foi salvo do perigo.
Palavra da Sabedoria Usada Para Ajudar a Recuperar Bens Perdidos
1 SAMUEL 9.3,4,6,19,20
3 Extraviaram-se as jumentas de Quis, pai de Saul. Disse Quis a Saul, seu filho: Toma agora contigo
um dos moços, dispõe-te, e vai procurar as jumentas.
4 Então, atravessando a região montanhosa de Efraim, e a terra de Salisa, não as acharam; depois
passaram à terra de Saalim, porém elas não estavam ali; passaram ainda à terra de Benjamim,
todavia não as acharam.
6 Porém ele lhe disse: Nesta cidade há um homem de Deus, e é muito estimado; tudo quanto ele diz,
sucede: vamo-nos agora lá; mostrar-nos-á, porventura, o caminho que devemos seguir. 19 Samuel
respondeu a Saul, e disse: Eu sou o vidente; sobe diante de mim ao alto, comereis hoje comigo. Pela
manhã te despedirei, e tudo quanto está no teu coração to declararei.
20 Quanto às jumentas que há três dias se te perderam, não se preocupe o teu coração com elas,
porque já se encontraram. E para quem está reservado tudo o que é precioso em Israel? Não é para ti,
e para toda a casa de teu pai?
Enquanto Saul estava à busca das jumentas do seu pai, que ou se desgarraram ou tinham sido
furtadas, alguém sugeriu: "Por que você não pergunta ao profeta Samuel? Ele deve saber." (É claro
que Samuel saberia apenas aquilo que Deus lhe revelaria, pois se soubesse tudo, seria onisciente).
Quando Saul lhe perguntou a respeito do paradeiro das jumentas, Samuel lhe disse: "Já foram
achadas".
Palavra do Conhecimento Usada Para Descobrir um Homem Escondido
1 SAMUEL 10.21-23
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21 Tendo feito chegar a tribo de Benjamim pelas suas famílias, foi indicada a família de Matri; e
dela foi indicado Saul, filho de Quis. Mas quando o procuraram, não podia ser encontrado.
22 Então tornaram a perguntar ao SENHOR se aquele homem viera ali. Respondeu o SENHOR:
Está aí escondido entre a bagagem.
23 Correram, e o tomaram dali Estando ele no meio do povo, era o mais alto e sobressaía de todo o
povo do ombro para cima.
Embora Samuel já tivesse ungido Saul rei de Israel, quando veio a hora de lançar sortes para
determinar quem seria rei, Saul se escondeu entre a bagagem. Quando o povo não conseguiu achá-lo,
inquiriu do Senhor ao invés de mandar todos irem procurá-lo. Era a maneira mais rápida. Sabiam
que o Senhor sabia onde estava Saul. E o Senhor lhes contou exatamente onde Saul estava, e quando
procuraram ali, acharam-no. Trata-se da palavra do conhecimento em operação. A palavra do
conhecimento revela fatos.
A palavra do conhecimento também pode ser usada para revelar doenças ou possessão demoníaca.
Lembre-se que a revelação trazida pela palavra do conhecimento nunca diz respeito ao futuro. A
palavra do conhecimento traz revelação a respeito de coisas passadas ou presentes. A palavra da
sabedoria, no entanto, traz revelação que indica o futuro, e inclui o plano e o propósito de Deus.
Pela manifestação do dom da palavra do conhecimento, os desanimados podem ser consolados, os
santos podem ser alegrados, coisas perdidas podem ser recuperadas, e inimigo poderá ser derrotado,
e o Senhor Jesus Cristo pode ser glorificado.
Texto para Memorizar:
Porque a um ê dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo
Espírito, a palavra do conhecimento (1 Co 12.8).
ALIÇÃO EM AÇÃO: Tornai-vos pois, praticantes da palavra, e não somente ouvintes.. (Tg 1.22)

Lição 17
O Dom da Palavra da Sabedoria (Parte 1)
Textos Bíblicos: Atos 9.10-16; 8.26-29
Verdade Central: A palavra da sabedoria é uma revelação sobrenatural pelo Espírito de Deus, no
tocante ao plano e propósito divino na mente e na vontade de Deus.
Ao estudarmos os nove dons do Espírito, vemos que as Escrituras declaram nitidamente que todos
eles funcionam assim:... um sô e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como
lhe apraz, a cada um, individualmente (1 Co 12.11)
Como o Corpo de Cristo, devemos desejar que os dons do Espírito sejam manifestados entre nós, e
depois deixar ao critério do Espírito Santo usar aqueles que Ele quer.
O Espírito Santo não usará cada indivíduo da mesma maneira. Ele declarou nitidamente que Ele
distribui a cada um individualmente, conforme Ele quer. Por isso, devemos permanecer receptivos
diante dEle, e deixar que a Sua vontade seja feita, mesmo na distribuição e na manifestação dos dons
espirituais. Entraremos em apuros se desejarmos fazer algumas dessas coisas por conta própria.
Nem todos terão todos os dons do Espírito em manifestação, pois a Bíblia diz: Porque a UM é dada,
mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a OUTRO, segundo o mesmo Espírito, a palavra do
conhecimento (1 Co 12.8).
Fica bem óbvio, portanto, que nem todos os dons são dados igualmente a todas as pessoas. Como o
Corpo de Cristo, portanto, desejemos essas manifestações, e permitamos que o Espírito Santo Se
manifeste em nosso meio conforme Ele quer.
Quanto a este texto:... a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o
mesmo Espírito, a palavra do conhecimento, as pessoas, às vezes, chamam estas manifestações de o
dom da sabedoria ou o dom do conhecimento. Isso não é correto, no entanto. Devemos dar a eles o
nome que a Bíblia lhes dá; de outra forma, ficaremos confusos. Se você chamar cachorros de gatos,
deixará as pessoas confusas. Esse texto bíblico não está falando a respeito da sabedoria ou do
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conhecimento no sentido geral. Está falando exatamente naquilo que diz a palavra da sabedoria e a
palavra do conhecimento.
Deus possui toda a sabedoria e todo o conhecimento. Ele sabe tudo, mas nunca revela a ninguém
tudo quanto Ele sabe. Ele simplesmente lhes dá uma palavra daquilo que Ele sabe. Uma palavra é
uma parte fragmentária da frase. E assim acontece com a sabedoria. Não é o dom da sabedoria, é o
dom da palavra da sabedoria que Deus revela ao homem — apenas a palavra, ou a parte, que ele
quer que o homem saiba.
Se, por exemplo, você precisasse de conselhos jurídicos, você chamaria um advogado. Mas o
advogado não transmitiria a você toda a sabedoria jurídica que ele possui, porque você não
necessitaria da totalidade dela. Ele apenas lhe daria uma parte - uma palavra - da sabedoria jurídica
que se encaixa no seu caso específico. Ele lhe dá uma "palavra" de sabedoria, de sabedoria jurídica,
que é realmente tudo quanto você necessita.
A palavra do conhecimento é uma revelação sobrenatural pelo Espírito de Deus a respeito de certos
fatos na mente de Deus, que se relacionam com pessoas, lugares, ou objetos. A palavra da sabedoria
é uma revelação sobrenatural pelo Espírito de Deus, no tocante ao plano e propósito divino na mente
e na vontade de Deus. A diferença entre esses dois dons - a palavra do conhecimento e a palavra da
sabedoria - é que a revelação que a palavra do conhecimento traz é sempre conhecimento presente,
ou é conhecimento de alguma coisa que aconteceu no passado; a palavra da sabedoria, por outro
lado, sempre fala do futuro.
Palavra da Sabedoria e Palavra do Conhecimento Freqüentemente Operam Juntas
Ao ensinarmos a respeito desses dois dons, usualmente fazemos divisão entre eles e lidamos com
eles separadamente; no entanto, freqüentemente operam juntos.
Por exemplo, conforme indicamos na Lição 15, quando o Senhor falou a João na Ilha de Patmos, foi
na forma de uma visão. Jesus apareceu a João e lhe contou a respeito da condição de sete igrejas da
Ásia Menor naquele tempo. O conhecimento a respeito da condição atual dessas sete igrejas foi uma
manifestação da palavra do conhecimento.
Depois, o Senhor passou a dar a João uma palavra da sabedoria. Jesus instruiu cada igreja quanto
àquilo que ela devia fazer no futuro de acordo com Seu plano e propósito para cada uma delas.
Vemos outro exemplo desses dois dons operando juntamente no caso de um leigo, Ananias.
ATOS 9.10-16
10 Ora, havia em Damasco um discípulo, chamado Ananias. Disse-lhe o Senhor numa visão:
Ananias! Ao que respondeu: Eis-me aqui, Senhor.
11 Então o Senhor lhe ordenou: Dispõe-te, e vai à rua que se chama Direita e, na casa de Judas,
procura por Saulo, apelidado de Tarso; pois ele está orando,
12 E viu entrar um homem, chamado Ananias, e impor-lhe as mãos, para que recuperasse a vista.
13 Ananias, porém, respondeu: Senhor, de muitos tenho ouvido a respeito desse homem, quantos
males tem feito aos teus santos em Jerusalém;
14 E para aqui trouxe autorização dos principais sacerdotes para prender a todos os que invocam o
teu nome.
15 Mas o Senhor lhe disse: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu
nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel;
16 Pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome.
Nesse trecho bíblico, vemos os dons, tanto da palavra do conhecimento quanto da palavra da
sabedoria, em operação. O Senhor informou Ananias onde devia procurar Saulo, e que Saulo
estivera orando e tivera uma visão. O Senhor até mesmo contou a Ananias a rua exata, a casa exata,
e o nome exato da pessoa a procurar. Todos esses eram fatos presentes. O Senhor também revelou a
Ananias que Saulo, na visão deste, tinha visto um homem chamado Ananias entrar e impor sobre ele
as mãos a fim de que Saulo recuperasse a vista. Essa, também, era uma revelação, dada mediante
uma visão, a Ananias a respeito de fatos presentes no tocante a Saulo. Tratava-se, portanto, da opera-
ção de uma palavra do conhecimento.
Uma revelação adicional, porém, também foi dada a Ananias. Essa outra revelação foi uma palavra
de sabedoria porque revelou o plano e o propósito de Deus, conforme lemos no v. 15: Mas o Senhor
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lhe disse: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os
gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel.
Dando-lhe ainda mais revelação, o Senhor disse a Ananias: Pois eu lhe mostrarei quanto lhe
importa sofrer pelo meu nome. Isso não significava que Saulo (posteriormente chamado Paulo) iria
ficar doente pelo nome de Jesus, mas que sofreria muitas perseguições e privações físicas. E foi
assim que lhe aconteceu. Foi apedrejado e deixado como morto. Cinco vezes, recebeu trinta e nove
açoites dos judeus. Sofreu naufrágio três vezes. Em todos os lugares para onde Paulo ia, as pessoas
despertavam perseguições contra ele, e ele sofreu muitas coisas pela causa de Deus. Essa revelação
dada a Ananias no tocante às grandes coisas que Paulo sofreria, também eram uma manifestação
desse dom sobrenatural chamado a palavra da sabedoria.
No capítulo 8 de Atos, temos outro exemplo da operação desse dom da palavra da sabedoria através
de um leigo. Nessa ocasião, Filipe ainda era um diácono; foi nomeado para servir à mesa.
Posteriormente, Deus fez dele um evangelista.
ATOS 8.26-29
26 UM ANJO DO SENHOR falou a Filipe, dizendo: Dispõe-te e vai para a banda do sul, no
caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se levantou e foi.
27 Eis que um etíope, eunuco, alto oficial de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente
de todo o seu tesouro, que viera adorar em Jerusalém,
28 Estava de volta, e, assentado no seu carro, vinha lendo o profeta Isaías.
29 Então disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro, e acompanha-o.
Deus revelou Seu plano e propósito a Filipe mediante a mensagem de um anjo. Nessa mensagem,
Deus deu instruções a Filipe e o ensinou exatamente o que devia fazer — exatamente como qualquer
pessoa pode ser dirigida pelo Espírito. E na mensagem, Deus mandou-o ir para o deserto, e Filipe
tinha que ir pela fé. A mensagem do anjo foi uma revelação que revelava algo a respeito do propó-
sito e plano de Deus; não a totalidade do plano de Deus, mas apenas parte dele - somente uma
palavra. Tratava-se, portanto, da palavra da sabedoria em operação.
A Sabedoria Natural
A palavra da sabedoria é frequentemente usada em conexão com a sabedoria simples que é usada ao
lidar com os negócios da vida. Mas a sabedoria para lidar com as questões da vida não é um dom
espiritual da parte do Espírito Santo.
No começo do ministério de Josué, Deus lhe contou que a chave do sucesso seria a meditação na
Palavra de Deus: Não cesses de falar deste livro da lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas
cuidado de fazer segundo a tudo quanto nele está escrito; então farás prosperar o teu caminho e serás
bem sucedido (Js 1.8).
Outra tradução diz: Tu te tornarás próspero e saberás lidar sabiamente com as questões da vida.
Sem dúvida, há uma sabedoria que se pode alcançar mediante o conhecimento da Palavra de Deus,
mas essa sabedoria não é a manifestação sobrenatural do dom da palavra da sabedoria.
Algumas pessoas acham que a sabedoria de Salomão era uma manifestação da palavra sobrenatural
da sabedoria, mas não era. A sabedoria de Salomão foi dada a ele por Deus. Esse mesmo tipo de
sabedoria nos é prometido em Tiago 1,5: Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a
Deus, que a todos dá liberalmente, e nada lhes impedirá, e ser-lhe-á concedida.
A sabedoria à qual Tiago se refere é a sabedoria para lidar sabiamente com as questões da vida - a
sabedoria para saber como se comportar como cristão. Deus tem prometido que essa sabedoria - que
chamo de sabedoria geral para tratar dos assuntos da vida - está à disposição de quem a pedir. Deus
realmente outorga sabedoria, mas ainda não é a manifestação sobrenatural da palavra da sabedoria.
Escrevendo aos crentes, Tiago disse que se algum necessita da sabedoria, que a peça a Deus. Paulo,
porém, disse no texto em estudo: A um é dada a palavra da sabedoria - a um; não a todos, mas a um.
Isso dá a entender que nem todos terão essas manifestações. Paulo termina, dizendo que as
manifestações dos dons sobrenaturais do Espírito Santo são dadas somente segundo o Espírito quer.
Quando a Deus parecer bem revelar a Sua própria mente e plano e propósito ao homem, de modo
sobrenatural, Ele o faz mediante a manifestação sobrenatural da palavra da sabedoria. E aquele dom
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da palavra da sabedoria deve ser distinguido da sabedoria geral aplicada aos assuntos da vida,
sabedoria esta que Deus dará a todos quanto Lha pedirem.
Texto para Memorizar:
Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria. (1 Co 12.8).
ALIÇÃOEMAÇÃO: Tornai-vos, pois, praticantes da palavra, e não somente ouvintes. (Tg 1.22).

Lição 18
O Dom da Palavra da Sabedoria (Parte 2)
Textos Bíblicos: Atos 11.28-30; 21.10,11
Verdade Central: Deus revela o Seu propósito e plano para o futuro mediante a palavra da sabedoria.
Às vezes, aquilo que chamamos de profecia não é mesmo o simples dom da profecia. Se aquilo que é
falado contém um elemento de revelação, é, na realidade, uma palavra do conhecimento.
Não há revelação no simples dom da profecia. De acordo com 1 Coríntios 14.3, o dom da profecia
fala aos homens, EDIFICANDO, EXORTANDO E CONSOLANDO. Se a pessoa é usada apenas no
simples dom da profecia - se não possuir manifestações dos demais dons no seu ministério - então
suas profecias tratarão somente da edificação, da exortação, e do consolo.
Os profetas do Antigo Testamento, por outro lado, precisavam ter os dons do Espírito Santo em
operação nas suas vidas a fim de ocuparem o cargo de profeta, porque faziam predições a respeito do
futuro. Conforme já vimos, o simples dom da profecia não contém nenhuma predição. Logo, as
predições dos profetas, mesmo quando vinham através da profecia, realmente eram palavras da
sabedoria. Por exemplo: viajamos num automóvel, mas não somos um automóvel. Da mesma
maneira, às vezes uma palavra da sabedoria é transmitida pela profecia, mas realmente não é
profecia.
É uma palavra da sabedoria.
Palavra da Sabedoria Pode Vir em Muitas Formas
A Palavra da sabedoria, assim como a palavra do conhecimento, pode vir através de uma voz
audível, de uma visão, ou de um sonho. Também pode vir através do dom vocal da profecia, ou das
línguas e da interpretação.
No Antigo Testamento, José recebeu uma palavra da sabedoria através de um sonho que revelou o
plano e o propósito de Deus para o futuro.
Moisés recebeu a revelação da Lei numa voz audível, conforme Deus lhe deu. Essa lei dizia respeito
ao propósito de Deus para Israel; logo, forçosamente era a palavra da sabedoria que foi exercida.
A mesma verdade se aplica aos profetas da Antiga Aliança que profetizaram muitas coisas a respeito
do futuro de Israel, da Nova Aliança, do Messias vindouro, e até mesmo de eventos que ainda devem
acontecer. Transmitiam-na através da profecia, mas foi realmente uma palavra da sabedoria que
receberam.
No decurso de todo o Antigo Testamento, à medida que os profetas profetizavam, a palavra da
sabedoria e a palavra do conhecimento fluíam juntas. No Novo Testamento, vemos a mesma coisa
em operação.
ATOS 11.28-30
28 E, apresentando-se um deles, chamado Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir
grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio.
29 Os discípulos, cada um conforme as suas posses, resolveram enviar socorro aos irmãos que
moravam na Judéia;
30 O que eles com efeito, fizeram enviando-o aos presbíteros por intermédio de Barnabé e de Saulo.
Ágabo profetizou que estava para vir uma fome, e o povo acreditou nele porque era um homem de
integridade com um ministério comprovado (Não podemos crer em tudo quanto todos dizem.
Precisamos ter algum discernimento a fim de julgarmos as coisas em harmonia com a Palavra de
Deus). Quando, pois, Ágabo profetizou a respeito da fome, o povo começou imediatamente a
preparar-se para enviar socorro às vítimas da seca.
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Lemos, de novo, a respeito do profeta Ágabo no capítulo 21 de Atos. Paulo e o grupo dele, inclusive
Lucas, o escritor do Livro de Atos, estavam na casa de Filipe.
ATOS 21.10,11
10 Demorando-nos ali alguns dias, desceu da Judéia um profeta chamado Ágabo;
11 E, vindo ter conosco, tomando o cinto de Paulo, ligando com ele seus próprios pés e mãos,
declarou: Isto diz o Espírito Santo; Assim os judeus em Jerusalém farão ao dono deste cinto, e o
entregarão nas mãos dos gentios.
Note que alguma coisa foi revelada. Quando vem alguma REVELAÇÃO, é sempre uma palavra da
sabedoria, uma palavra do conhecimento, ou o discernimento de espíritos, porque estes são os únicos
dons da revelação. Nenhum outro é alistado na Bíblia. A revelação a respeito de Paulo não foi uma
palavra do conhecimento, porque tratava do futura O "conhecimento" abrange fatos e eventos
passados e presentes que nos são transmitidos através do Espírito Santo de Deus. Uma palavra de
"sabedoria" é revelação do futuro que nos é dada mediante o Espírito Santo; Deus, na Sua sabedoria
divina, sabe tudo a respeito do futuro.
Lucas disse, em seguida: Quando ouvimos estas palavras tanto nós como os daquele lugar, rogamos
a Paulo que não subisse a Jerusalém. Então ele respondeu: Que fazeis chorando e quebrantando-me o
coração? Pois estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém, pelo nome do
Senhor Jesus (vv. 12,13).
Depois disso, segundo Lucas escreveu: Como, porém, não o persuadimos, conformados, dissemos:
Faça-se a vontade do Senhor (v. 14). Tratava-se de uma revelação da vontade de Deus que seria
realizada no futuro; era, portanto, uma palavra da sabedoria. E foi cumprida.
Palavra da Sabedoria Pode Ser Condicional
Há algumas ocorrências no Antigo Testamento em que o profeta recebia uma palavra do Senhor que
acabou não se cumprindo. Algumas coisas são condicionais. No caso do rei Ezequias, Deus mandou
Isaías dar-lhe uma palavra da sabedoria a respeito do futuro - o plano e o propósito de Deus nas
circunstâncias atuais. Isaías disse a Ezequias:... Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não
viverás (2 Reis 20.1).
Isaías entregou a mensagem e começou a sair do palácio. Ezequias virou o rosto à parede,
arrependeu-se dos seus maus feitos, clamou e orou a Deus, e fê-Lo lembrar-Se que, em tempos
passados, tinha andado com Deus e guardado os Seus mandamentos.
A palavra do Senhor veio a Isaías antes de este sair do pátio, mandando-o voltar e dar a Ezequias
outra palavra de sabedoria (Foi uma palavra da sabedoria porque dizia respeito ao futuro). "Diga-lhe
que vou dar mais quinze anos a ele," disse Deus.
Deus também falou ao profeta Jonas e lhe deu uma palavra de sabedoria no sentido de que Nínive
iria ser destruída. Foi uma palavra de sabedoria, porque dizia respeito ao plano e propósito de Deus
para o futuro.
Jonas não se importava se Nínive iria ser destruída ou não! Não queria prevenir em tempo os
inimigos de Israel Deus lidou com ele, no entanto, até ele ser obediente e ir pregar aos habitantes de
Nínive, advertindo-lhes do juízo iminente caso não se voltassem a Deus. Arrependeram-se, e o juízo
não caiu sobre eles naquela geração (embora tivesse caído em tempos posteriores).
Palavra da Sabedoria Usada Para Consagrar Pessoas ao Ministério Especial
O dom da palavra da sabedoria também é usado para revelar o plano de Deus àqueles que Ele quer
usar para ministrar. Vimos um exemplo disso em nossa lição anterior. Deus enviou Ananias para
orar por Saulo, dizendo-lhe: este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome
perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de IsraeL. (Atos 9.15).
Palavra da Sabedoria Usada Para Assegurar a Proteção de Deus
A palavra da sabedoria também ê dada para garantir o livramento iminente num momento de
calamidade. Quando Paulo estava a bordo do navio a caminho de Roma, surgiu uma tempestade
violenta. Paulo tinha recebido uma palavra da sabedoria para seus co-passageiros antes mesmo de
começarem a viagem. Dissera: ... vejo que a viagem vai ser trabalhosa, com dano e muito prejuízo...
(Atos 27.10). Mas, porque o vento sul soprava brandamente, desconsideraram a advertência de
Paulo, e levantaram âncora.
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Se tivessem prestado atenção a Paulo, não teriam perdido o navio e todas as suas mercadorias.
Deixando de tratar com respeito à advertência dele, no entanto, tinham que jogar tudo ao mar. Fi-
nalmente, toda a esperança se foi. Mas, no meio de tamanha calamidade, Paulo se colocou em pé.
Ouvira um recado do céu!
Paulo disse: Esta mesma noite o anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo,
dizendo: Paulo, não temas, eis que Deus por sua graça te deu todos quantos navegam contigo (Atos
27.23,24). Paulo disse: "O navio vai afundar-se e será perdido. Escutem aquilo que estou dizendo,
porque vocês
ALIÇÃOEM AÇÃO: Tornai-vos, pois, praticantes terão que ficar com o navio". Estavam para
deixar o navio, mas todos ficaram, e ninguém foi perdido.
Quão desesperadamente precisamos de tais manifestações sobrenaturais hoje! Graças a Deus
podemos ouvir um recado do céu, e o ouvimos mesmo, mediante as manifestações dos dons do
Espírito
Texto para Memorizar:
Porque a um ê dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria. (1 Co 12.8).

Lição 19
O Dom do Discernimento de Espíritos
Textos Bíblicos: Êxodo 33.20-23; Atos 16.16-18

Verdade Central: O discernimento dos espíritos oferece introspecção na dimensão espiritual.


A título de recapitulação, os nove dons do Espírito podem ser divididos em três categorias: três dons
que revelam algo, três dons que fazem algo, e três dons que dizem algo.
Os três dons da revelação - os dons que revelam algo - são a palavra da sabedoria, a palavra do
conhecimento, e o discernimento de espíritos.
Os três dons de poder, conforme frequentemente são chamados - dons que fazem alguma coisa - são
o dom da fé, operações de milagres, e os dons de curas.
Os três dons inoperacionais, ou dons de expressão vocal — dons que dizem algo - são o dom da
profecia, o dom da variedade de línguas, e o dom de interpretar as línguas.
Frequentemente, esses dons funcionam em conjunto, como no caso das línguas e da interpretação.
Mas aqui fazemos divisão entre eles a fim de tirar distinções e de estudá-los.
Nossas lições anteriores trataram de dois dos três dons que revelam alguma coisa: a palavra da
sabedoria e a palavra do conhecimento. Nesta lição, trataremos do terceiro dom de revelação:
discernimento de espíritos. O mais importante dos três dons da revelação é, naturalmente, a palavra
da sabedoria. Alistados na ordem da sua importância, são: (1) a palavra da sabedoria, (2) a palavra
do conhecimento, e (3) o discernimento de espíritos.
Tudo dentro da dimensão do conhecimento - fatos, eventos, propósito, motivo, origem, destino;
humanos, divinos, ou satânicos; naturais ou sobrenaturais; passados, presentes, ou futuros - está
dentro do enfoque desses três dons. Incluem, dentro do seu escopo compreensivo, tudo quanto Deus
sabe. E não há nada que Deus sabe que não pode ser tornado conhecido ao homem segundo a
vontade do Espírito, mediante o uso de um ou mais desses três dons!
A palavra da sabedoria nos dá uma revelação da mente e do propósito de Deus. Fica bem
compreensível porque esse dom teria a primeira posição aqui, pois é mais importante ter uma
revelação da mente e do propósito de Deus do que de qualquer outra coisa. A palavra da sabedoria
trata do futuro.
A palavra do conhecimento nos dá uma revelação das coisas do presente ou do passado.
O discernimento de espíritos nos oferece introspecção na dimensão espiritual. Tem, na realidade, um
alcance mais limitado do que os outros dois dons de revelação, porque a sua revelação é limitada a
uma única classe de objetos - os espíritos. As revelações que são trazidas pela palavra da sabedoria e
a palavra do conhecimento trazem são mais amplas, e se aplicam a pessoas, a lugares, e a objetos, ao
passo que o discernimento de espíritos oferece uma introspecção somente na dimensão dos espíritos.
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Quero declarar desde logo que não se trata do "discernimento dos demônios," nem se trata do
"discernimento de espíritos maus". Dizer que o discernimento de espíritos tem a ver somente com
demônios leva ã confusão. Trata-se da introspecção sobrenatural na dimensão dos espíritos, tanto
bons quanto maus. O discernimento de espíritos maus também é incluído, mas um número grande
demais de pessoas tem pensado que esse dom se refere exclusivamente ao discernimento de espíritos
malignos, e assim se enganaram.
Discernindo a Semelhança de Deus
Deus deixou Moisés penetrar na dimensão espiritual. Disse a Moisés: "Você não poderá olhar o meu
rosto, mas vou esconder você na fenda da rocha, e cobrir seu rosto com Minha mão até Eu passar, e
então me verá pelas costas".
ÊXODO33.20-23
20 E acrescentou: Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face, e
viverá.
21 Disse mais o SENHOR. Eis aqui um lugar junto a mim; e tu estarás sobre a penha.
22 Quando passar a minha glória, eu te porei numa fenda da penha, e com a mão ta cobrirei, até que
eu tenha passado.
23 Depois, em tirando eu a mão, tu me verás pelas costas; mas a minha face não se verá.
Esse é um exemplo de Moisés enxergando dentro da dimensão espiritual. Ele também pôde ver a
semelhança de Deus.
Em todas as partes da Palavra de Deus encontramos pessoas que, através de visões, conseguiram ver
a semelhança de Deus. Não viram a Deus; viram a semelhança de Deus. À medida que Ele era
revelado, estavam vendo dentro da dimensão espiritual. Por exemplo, Isaías disse: No ano da morte
do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono... (Is 6.1). Tratava-se de uma
manifestação do discernimento de espíritos.
Discernindo o Cristo Ressurreto
Através do discernimento de espíritos, ou de ver dentro da dimensão espiritual, a pessoa pode até
mesmo discernir o Cristo ressurreto! Ninguém realmente O viu fisicamente depois da Sua Ascensão
para sentar-Se nas alturas. Está sentado à destra do Pai, onde Ele vive "sempre para interceder" por
nós (Hb 7.25). Mas através desse dom sobrenatural do discernimento de espíritos, as pessoas às
vezes têm podido enxergar na dimensão espiritual e ver a Jesus.
Discernindo o Espírito Santo
João, na sua visão na ilha de Patmos, viu o Espírito Santo como sete espíritos diante do trono de
Deus. Isto significava simplesmente que João estava enxergando dentro da dimensão espiritual e
vendo sete aspectos do Espírito de Deus.
Todas as visões desse tipo seriam uma manifestação do dom do discernimento dos espíritos. Uma
visão poderá trazer consigo uma palavra da sabedoria e/ou uma palavra do conhecimento. Mas a
visão propriamente dita seria o dom do discernimento de espíritos em operação, porque aquela
pessoa estaria vendo dentro da dimensão espiritual naquele momento. "Discernir" significa "ver," de
modo que a pessoa está discernindo ou vendo no âmbito dos espíritos. E, na dimensão espiritual, há
espíritos divinos tanto quanto espíritos malignos.
O discernimento dos espíritos também significa o discernimento dos querubins, dos serafins, dos
arcanjos, da hoste de anjos, ou o discernimento de Satanás e das suas legiões. Refere-se, também, a
discernimento do espírito humano, com suas tendências boas ou más.
Discernimento de Espíritos
O dom do discernimento de espíritos também revela o tipo de espírito por detrás de uma
manifestação sobrenatural - quer maligna, quer boa. Um exemplo disso se acha no ministério do
apóstolo Paulo.
ATOS 16.16-18
16 Aconteceu que, indo nós para o lugar de oração, nos saiu ao encontro uma jovem possessa de
espírito adivinhador, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.
17 Seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens são servos do Deus Altíssimo, e vos
anunciam o caminho da salvação.
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18 Isto se repetia por muitos dias. Então Paulo, já indignado, voltando-se, disse ao espírito: Em
nome de Jesus Cristo eu te mando: Retira-te dela. E ele na mesma hora saiu.
Por meio do discernimento de espíritos, Paulo sabia que essa jovem que seguia o grupo dele pelas
ruas de Filipos tinha um espírito de adivinhação. Quando o dom do discernimento de espíritos estava
em operação, Paulo se voltou a ela e falou diretamente ao espírito, ordenando-lhe que saísse dela.
Note que Paulo lidou com o espírito envolvido, e não com a pessoa (E a moça, depois da sua
libertação, já não conseguia adivinhar: Aquele espírito de adivinhação tinha saído dela!
As manifestações sobrenaturais na dimensão em que vivemos têm sua origem ou em Deus, ou no
diabo. Muitas coisas que nos parecem milagres realmente não provêm de Deus. Não devemos
esquecer-nos de que Satanás também é um ser sobrenatural. As pessoas muito frequentemente se
dispõem a seguir tudo, com ou sem apoio bíblico!
Podemos identificar corretamente uma manifestação genuína do Espírito de Deus se o dom do
discernimento de espíritos estiver em operação. Por meio desse dom, podemos saber qual espírito
está por detrás da operação. Por outro lado, podemos identificar corretamente a origem da
manifestação mesmo sem termos o discernimento de espíritos em operação em nossa vida. Como
isso é possível? Porque se conhecemos a Palavra de Deus e andamos no Espírito, teremos o
testemunho interior que nos guiará e que fará distinção entre o certo e o errado.
Romanos 8.14 nos diz: Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Esse
versículo subentende que todos os filhos de Deus podem ser guiados pelo Espírito. Mas as Escrituras
certamente não subentendem que todos os filhos de Deus teriam o dom do discernimento de
espíritos. 1 Coríntios 12.8-10 diz: Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e
a outro, segundo o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento, a outro, discernimento de espíritos.
Isso não declara, nem sequer deixa subentendido, que todos teriam esses dons, mas subentende
mesmo que cada crente pode ser guiado pelo Espírito. Precisamos distinguir a diferença entre os
dois. Algumas coisas nos são reveladas pelo testemunho interior, e outras coisas nos são reveladas
pelo discernimento de espíritos.
'Discernir' - Não Ler Pensamentos
Alguém tem dito que a melhor maneira de descobrir o que uma coisa é, é descobrir o que ela não é.
Examinemos, portanto, algumas coisas que o discernimento de espíritos não é.
Primeiro, o discernimento de espíritos não é simples "discernimento". As pessoas dizem: "Tenho o
dom do discernimento". Na realidade, não é mencionado na Bíblia um dom assim. A Bíblia chama
esse dom de discernimento de espíritos. Muitas vezes, aquilo que as pessoas chamam "o dom do
discernimento" é realmente a operação do dom da palavra do conhecimento. As pessoas sabem
coisas através do Espírito de Deus, e erroneamente chamam o dom de "discernimento".
Discernir espíritos não é um tipo espiritual de "ler pensamentos". Nem é introspecção psicológica,
nem penetração mental, nem o poder de discernir as falhas do próximo, pois essa capacidade de pôr
defeito, conforme já notei, é possuída não somente pelos crentes mas também pelos incrédulos! Nem
sequer é necessário ser convertido para obter esse "dom". Mas esse "dom" é proibido nas Escrituras:
Não julgueis, para que não sejais julgados (Mt 7.1).
Um dos propósitos do batismo no Espírito Santo é destruir essa atitude crítica e substituí-la com o
doce dom da meiga tolerância. O dom do discernimento de espíritos não é um dom de criticar. Se
aqueles que pensam possuir esse dom fossem tão-somente aplicá-lo a si mesmos por alguns minutos,
nunca mais o usariam. O dom do discernimento de espíritos não é discernimento do caráter ou das
falhas. Não é o discernimento das pessoas. É o discernimento de espíritos.
Os cristãos devem andar no amor, pois o amor encobre uma multidão de pecados. Paulo disse: Antes
sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também
Deus em Cristo vos perdoou (Ef 4.32).
O ensinador bíblico de renome, o inglês Howard Cárter, escreveu em Questions & Answers on
Spiritual Gif ts ("Perguntas e Respostas sobre os Dons Espirituais"): "A palavra do co-
nhecimento dá a pessoa uma revelação de tudo quanto possa ser classificado como existente ou
tendo existido, de modo que o fato de um espírito estar em possessão de um corpo poderia ser
revelado por esse dom, mas a pessoa assim informada não teria nenhuma visão do espírito, não
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o 'discerniria'. Pelo discernimento de espíritos vemos além da esfera para a qual fomos
criados, posto que somos seres naturais. É somente pela revelação do Espírito Santo que
conseguimos perceber os seres que habitam no âmbito espiritual".
Texto para Memorizar:
A manifestação do Espírito é concedida a cada um, visando a um fim proveitoso (1 Co 12.7).

Lição 20
O Dom da Fé
(Parte I)
Textos Bíblicos: Efésios 2.8; Romanos 12.3; Gálatas 5.22,23; 1 Coríntios 12.9

Verdade Central: Aqueles que possuem o dom da fé crêem em Deus de tal maneira que Ele honra a
palavra deles como se fosse Sua, e milagrosamente a cumprem.
Tendo tratado dos três dons da revelação - a palavra da sabedoria, a palavra do conhecimento, e o
discernimento de espíritos - nas lições anteriores, passaremos, agora para os três dons do poder.
Os dons do poder - aqueles que fazem algo — são: o dom da fé, a operação de milagres, e os dons de
curas. Nesta lição, trataremos do primeiro destes: o dom da fé, ou a fé especial (Leia 1 Coríntios
12.4-12).
Quero enfatizar que o dom da fé; assim como todos os demais dons do Espírito, é sobrenatural; não é
natural Há aqueles que dizem que alguns dos dons do Espírito são naturais, e que alguns são
sobrenaturais. Se, no entanto, um é sobrenatural, logo, todos são sobrenaturais. Creio que cada um
dos dons é uma manifestação sobrenatural do Espírito Santo! (Ver 1 Coríntios 12.11).
O dom da fé é o maior dos três dons de poder. É um dom do Espírito para o crente, para que este
possa receber milagres. A operação de milagres é um dom do Espírito dado ao crente para que este
possa operar milagres. Aquele dom recebe, e este faz algo. Aquele é passivo, e recebe. Este é ativo, e
atua. Note que a Escritura diz: A outro, OPERAÇÕES de milagres. (1 Co 12.10).
Quando realizamos um milagre, é isso que é "operar" milagre. Mas quando recebemos um milagre,
não o "operamos," e é isso o dom da fé em operação.
E devemos lembrar-nos, também, que esses dons de poder estão muito estreitamente relacionados
entre si, assim como os dons de revelação estão estreitamente relacionados entre si, e os dons de
expressão vocal (profecia, variedade de línguas, e interpretação de línguas) estão estreitamente
relacionados entre si. De fato, a Bíblia nos diz claramente em 1 Coríntios 14.5, que as línguas com
interpretação equivalem à profecia. Fazemos diferenciação entre esses dons e os alistamos
separadamente a fim de defini-los melhor.
Além disso, descobrimos também que a fé, assim como a oração, está frequentemente confundida
nas mentes de algumas pessoas. Temos a tendência de colocar todos os tipos da fé numa mesma
sacola, sacudi-los juntos, e tirá-los fora a esmo. Devemos, no entanto, diferenciar entre eles.
Ficamos sabendo, portanto, que há quatro tipos diferentes de fé:
1. Fé salvífica, que leva a pessoa à salvação.
2. Fé Geral, que cada crente possui,
3. O fruto da fé - ou da fidelidade o fruto do espírito humano criado de novo, que vem depois da
salvação.
4. O dom da fé - ou a fé especial -uma manifestação especial do Espírito Santo, que é outorgada
depois do batismo no Espírito Santo, conforme o Espírito quer.
E, conforme alguém disse em certa ocasião, às vezes a melhor maneira de descobrir aquilo que algo
é, é descobrir o que não é.
A Fé Salvífica
EFÉSIOS 2.8,9
8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, ê dom de Deus;
9 Não de obras, para que ninguém se glorie.
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A fé pela qual somos salvos é um dom de Deus. É nos outorgada através da Palavra: De sorte que a
fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus (Rm 10.17 - ARC). Mas o tipo de fé que estaremos
estudando nessa lição - o dom da fé, ou a fé especial - é diferente da fé salvífica.
Fé Geral
ROMANOS 12.3
3. Segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um.
Há um tipo de fé - chamo-a de fé geral - que todos os crentes possuem. Essa fé geral pode ser
aumentada à medida que os cristãos se alimentam da Palavra de Deus e a põem em prática na arena
da vida. Todos nós podemos ter essa fé geral que cresce cada vez mais. O dom da fé, no entanto, é
um dos nove dons do Espírito Santo, outorgado conforme o Espírito Santo quer.
Além disso, a fé geral é a fé mediante a qual usualmente recebemos respostas â oração. Por exemplo,
recebemos o batismo no Espírito Santo pela fé; e recebemos respostas à oração pela fé, pois Jesus
disse: Por isso vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, CREDE que RECEBESTES, e SERÁ
ASSIM convosco (Marcos 11.24).
Muitos entre nós temos recebido respostas à oração mediante a fé - a fé geral - até mesmo antes de
recebermos o batismo no Espírito Santo. Essas respostas vieram porque cremos em Deus pela fé,
mas isso não é a mesma coisa que o dom da fé em operação.
De fato, se fosse necessária a operação do dom da fé a fim de obter uma resposta à oração, de
receber cura para o corpo, ou de ter a solução de um problema financeiro, nunca poderíamos obter
respostas às nossas orações a não ser depois de termos recebido o batismo no Espírito Santo, porque
é então que esse tipo de fé - o dom da fé especial - é recebido. Mas mesmo então, é somente
conforme o Espírito Santo quer.
Sabemos, no entanto, que muitos entre nós realmente recebemos respostas à oração pela fé - a fé
geral – antes de recebermos o batismo no Espírito Santo. Muitos entre nós, por exemplo, fomos
curados na base da fé na Palavra de Deus antes de recebermos o batismo no Espírito Santo.
Exercemos fé geral para receber essas respostas à oração.
E seguindo essa mesma linha de raciocínio, se fosse necessário o dom da fé
- fé especial - para receber respostas à oração, então nem todos — nem sequer aqueles que são
cheios do Espírito Santo
- poderiam ter a certeza de receberem as respostas às suas orações. Por quê? Porque esse dom da fé
especial não é prometido a todo crente cheio do Espírito. A Escritura diz: Porque a UM é dada, a
palavra do conhecimento; A OUTRO, no mesmo Espírito, FÉ. (1 Co 12.8,9).
A respeito desse dom da fé, Paulo resume no fim do capítulo:... porventura são TODOS operadores
de milagres? (v. 29). Não. Tem TODOS dons de curar (v. 30). A resposta é "não". Depois, podemos
acrescentar: TODOS têm o DOM DA FÉ? De novo, a resposta é "não".
Vemos, portanto, que o dom da fé não é idêntico à fé geral que cada crente possui; porque se
tivéssemos que depender do dom da fé especial para recebermos a resposta às nossas orações, então
nem todos poderiam receber respostas à oração.
O Fruto da Fé
GÁLATAS 5.22,23
22 Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
23 mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.
O fruto da fé também é diferente do dom da fé. Lemos a respeito do fruto do Espírito (do qual a fé
faz parte) em Gálatas 5.22,23, citado supra. No Grego original, porém, esse fruto da fé não é
chamado "fé", mas "fidelidade".
Ao passo que os frutos do Espírito são para o desenvolvimento do caráter cristão, os dons do Espírito
são para produzir poder na vida do crente.
O fruto é algo que cresce. A fé - ou a fidelidade - é um fruto que cresce na vida do cristão para
estabelecê-lo num caráter espiritual. Mas o dom da fé especial é um dom dado pelo Espírito de Deus,
conforme o Espírito quer.
A respeito do dom da fé, a tradução de Weymouth diz: ... a um terceiro homem, por meio do mesmo
Espírito, fé especial (1 Co 12.9).
- 52 -
Já ouvi pessoas dizerem: "Ora, se Deus me der fé, eu a terei, e se Ele não a der, não a terei". Lêem o
texto: „. a outro [é dada]/?», e pensam que essa é a maneira de obter "fé". Mas a fé referida nesse
texto é o dom da fé, ou a fé especial.
O Dom da Fé
1 CORÍNTIOS 12.9
9 A OUTRO, no mesmo Espírito, fé.
Vemos, pois, que o dom da fé não é outorgado a todos, mas somente conforme o Espírito de Deus
quer. Além disso, é uma manifestação do Espírito Santo para receber um milagre. Pelo dom da fé, a
pessoa não opera um milagre, mas passivamente recebe um milagre.
O dom da fé é distinguido dos demais tipos de fé pelo fato que, com essa fé especial, há uma
manifestação de evidências sobrenaturais. A pessoa consegue, de modo sobrenatural, e
contrariamente a todas as probabilidades, crer em Deus para receber um milagre.
Desses dons de poder - o dom da fé, a operação de milagres, e os dons de curas - o dom da fé é o
maior.
E já vimos que o dom da fé, ou a fé especial, é separado e distinto da fé salvífica que leva a pessoa à
salvação, a fé geral que todo crente possui, e o fruto da fé que desenvolve nosso caráter cristão.
Veremos no capítulo seguinte, que recebemos pelo dom da fé uma capacidade sobrenatural para
recebermos um milagre da parte de Deus; quer seja para a proteção sobrenatural, o sustento
sobrenatural, a expulsão de espíritos imundos, a ressurreição dos mortos, ou a outorga de
manifestações sobrenaturais, tais como a imposição das mãos para o recebimento do Espírito Santo,
ou o pronunciamento de bênçãos.
Texto para Memorizar:
Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria, a outro, no mesmo Espírito, fé. (1
Co 12.8,9).

Lição 21
O Dom da Fé (Parte 2)
Textos Bíblicos: Daniel 6.16,17,19-23; 1 Reis 17.2-6; Gálatas 3.5

Verdade Central: O dom da fé é uma dotação sobrenatural pelo Espírito mediante a qual aquilo que o
homem declara ou deseja, ou o que Deus fala, acabará se cumprindo.
O dom da fé é distintivo do dom da operação de milagres, embora os dois dons produzam milagres.
O dom da operação de milagres é ativo, ao passo que o dom da fé é passivo. Não opera; recebe
passivamente. Em outras palavras, a diferença entre o dom da operação de milagres e o dom da fé é
que aquela realiza, e este recebe.
O dom da fé é uma dotação sobrenatural pelo Espírito mediante a qual aquilo que o homem declara
ou deseja, ou o que Deus fala, acabará se cumprindo. O pronunciamento ou milagres, garantia,
maldição ou bênção, criação ou destruição, remoção ou alteração, desejado pelo homem ou falado
por Deus, acabará se realizando quando for falado segundo esse dom da fé.
A operação de milagres é mais uma ação, e o dom da fé é mais um processo. O dom da operação de
milagres realiza um milagre, ao passo que o dom da fé recebe um milagre. Isso é porque a operação
de milagres emprega a fé que ativamente opera um milagre, mas o dom da fé emprega a fé que
ativamente espera um milagre como milagre prolongado ou contínuo. Além disso, quando o dom da
fé está em operação, o milagre no que a pessoa crê pode não manifestar-se imediatamente. Pode
manifestar-se no decurso de um longo período de tempo.
O Dom da Fé para Bênçãos Sobrenaturais
O dom da fé era empregado pelos patriarcas da antiguidade para receber bênçãos sobrenaturais
diretas ou para o cumprimento dos pronunciamentos humanos. Quando esses patriarcas estavam para
morrer, impunham as mãos sobre os filhos e ordenavam bênçãos sobre eles. Muitas vezes, essas
bênçãos não se realizavam a não ser muitos anos mais tarde. Vemos isso nas vidas de Abraão, de
Isaque, e de José. Esses patriarcas esperavam que suas declarações se realizassem no tempo
determinado no futuro. Tratava-se da operação do dom da fé.
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O Dom da Fé para a Proteção Pessoal
DANIEL 6.16,17.19-23
16 Então o rei ordenou que trouxessem a Daniel, e o lançassem na cova dos leões. Disse o rei a
Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, que ele te livre. 17 Foi trazida uma pedra e
posta sobre a boca da cova, selou-a o rei com o seu próprio anel, e com o dos seus grandes, para que
nada se mudasse a respeito de Daniel... Í20 Chegando-se ele a cova, chamou por Daniel com voz
triste; disse o rei a Daniel: Daniel, servo do Deus vivo, dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu
continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões? 23 Então Daniel falou ao rei: Ó rei, vive para
sempre!
22 O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca aos leões, para que não me fizessem dano, porque
foi achada em mim inocência diante dele; também contra ti, 6 rei, não cometi delito algum.
23 Então o rei se alegrou sobremaneira e mandou tirar a Daniel da cova; assim foi tirado Daniel da
cova, c nenhum dano se achou nele, porque crera no seu Deus.
Daniel recebeu um milagre enquanto estava na cova dos leões. Naqueles dias, e no decurso da
Historia, muitos outros foram jogados aos leões - e foram mortos. Por que esses leões não fizeram
nenhum mal a Daniel?
A Bíblia diz que Daniel "crera no seu Deus". Não há dúvida que Deus deu a Daniel fé especial - uma
manifestação especial - para receber a libertação. Daniel não fez nada: simplesmente deitou-se e foi
dormir. Note que a fé de Daniel era passiva mais do que ativa, mas não deixou de receber um
milagre. Tratava-se da operação do dom da fé.
De exatamente a mesma maneira, Jesus exerceu o dom da fé diante de um grande perigo. Durante
uma tempestade violenta, Jesus ficou dormindo num travesseiro na parte traseira do barco. Tratava-
se do dom da fé em operação, que passivamente espera um milagre.
Alguém pode argumentar: "Sim, mas esse foi o caso de Jesus. Ele era o Filho de Deus".
Sabemos, no entanto, que Jesus nunca fazia nada senão pelo poder do Espírito Santo. Ele Se
despojou aqui na Terra, do poder que Ele tinha como o Filho de Deus.
O Espírito Santo veio sobre Jesus e O ungiu quando Este foi batizado por João Batista no rio Jordão.
Jesus era plenamente Filho de Deus antes do Espírito Santo vir sobre Ele, assim como o era depois.
Mas a Bíblia nos conta que Ele nunca operou nenhum milagre antes do Seu batismo (João 2.11).
Depois, Jesus ministrava da mesma maneira que qualquer homem ungido pelo Espírito Santo
ministraria.
Se Jesus tivesse operado milagres por algum poder INERENTE dentro de Si mesmo como o Filho de
Deus, Ele não poderia nos.ter dito que faríamos as obras que Ele fazia! Jesus, porém, realmente disse
com clareza: Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim, fará também as obras
que eu faço, e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai (Jo 14.12). Se, pois, Jesus fazia
essas obras como um homem ungido pelo Espírito Santo, é lógico que os crentes, com a inspiração e
a unção do Espírito Santo, podem fazer a mesma coisa!
Enquanto a tempestade varria a superfície do mar, Jesus dormia. Não Se deixava perturbar pela
tempestade. Enquanto leões famintos faziam a ronda em derredor de Daniel, ele deitou-se e dormiu
na presença daquele perigo. Em todas as partes da Bíblia, vemos casos semelhantes, em que o dom
da fé operava em favor dos indivíduos na presença de grandes perigos. Possuíam uma calma que era
sobrenatural; e mediante aquela fé sobrenatural receberam um milagre.
O Dom da Fé para Sustento Sobrenatural
1 REIS 17.2-6
2 Veio-lhe [a Elias] a palavra do Senhor, dizendo:
3 Retira-te daqui, vai para a banda do oriente, e esconde-te junto à torrente de Querite, fronteira ao
Jordão.
4 Beberás da torrente; e ordenei aos corvos que ali mesmo te sustentem.
5 Foi, pois, e fez segundo a palavra do SENHOR: retirou-se, e habitou junto â torrente de Querite,
fronteira ao Jordão.
6 Os corvos lhe traziam pela manhã pão e carne, como também pão e carne ao anoitecer; e bebia da
torrente.
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Aqui vemos uma ocasião em que o dom da fé foi usado para o sustento sobrenatural em tempos de
fome. Não pode haver duvida de que a fé de Elias lhe foi dada por Deus de modo sobrenatural, pois
estava além da cogitação humana espera que os corvos alimentariam um homem. Apesar disso, os
corvos realmente traziam comida a Elias, de manhã e de tarde. E mediante essa fé sobrenatural, Elias
recebeu, passivamente, um milagre.
O Dom da Fé para Ressuscitar os Mortos
Conforme mencionamos antes, os dons do Espírito frequentemente operam em conjunto. No caso da
ressurreição dos mortos, três dons operam em conjunto - o dom da fé, a operação de milagres, e os
dons de curas. Essa é uma das razões por que não vemos muitas pessoas ressuscitadas dentre os
mortos. Alguns cristãos podem ter um ou dois desses dons em operação na sua vida, mas não muitos
deles têm todos os dons em operação.
Em primeiro lugar, na ressurreição dentre os mortos é necessária a fé sobrenatural - o dom da fé -
para chamar o espírito da pessoa de volta, depois de ter deixado o corpo. É necessária a operação de
milagres para ressuscitar a pessoa, e são necessários os dons de curas; de outra forma, a pessoa não
curada voltaria imediatamente a morrer. Logo, todos os três dons de poder são manifestados quando
alguém ê ressuscitado dentre os mortos.
Segundo relata Albert Hibbert, até mesmo quatorze pessoas foram ressuscitadas dentre os mortos
durante o ministério de Smith Wigglesworth.
O primeiro incidente foi quando Wigglesworth ainda trabalhava como encanador (Já tinha recebido
o batismo no Espírito Santo, mas ainda não estava no ministério ativo).
Certa noite, foi chamado para a casa de uma jovem que estava morrendo de tuberculose.
Wigglesworth começou a orar por ela à uma hora da madrugada. As 3:30, ela morreu.
"Foi uma ocasião em que eu não aceitaria 'Não, ' e Deus disse 'Sim,' " Wigglesworth relembrou. O
rosto de Jesus apareceu na janela do quarto onde Wigglesworth estava orando. A cor voltou ao rosto
da moça. Virou-se na cama, adormeceu, e, mais tarde, acordou com total saúde.
Outro caso dizia respeito a um vizinho que morrera imediatamente antes de í Wigglesworth chegar à
casa do enfermo. A Irmã Wigglesworth já estava ali. Quando Wigglesworth começou a orar em
favor do morto, a Irmã Wigglesworth sacudiu o marido, implorando: "Não faça isso, Papai! Não está
vendo que ele morreu?" Mas Wigglesworth continuou orando.
"Fui até onde conseguia com minha própria fé," disse Wigglesworth, "e então Deus pegou em mim.
Oh, Ele me segurou com tanta firmeza que eu rinha fé suficiente para tudo. A fé do Senhor Jesus
firmou-se em mini, e uma paz sólida entrou no meu coração". O homem voltou à vida!
Um terceiro caso a respeito do qual Wigglesworth contou, foi uma mulher que morreu
imediatamente depois de Wigglesworth e outro homem terem orado por ela. "Você pode achar que
aquilo que fiz foi absurdo," disse Wigglesworth, "mas estendi as mãos para a cama e a tirei de lá.
Carreguei-a até ao outro lado do quarto, coloquei-a em pé contra a parede e a segurei naquela po-
sição".
Wigglesworth ordenou ao cadáver: "Em Nome de Jesus, repreendo essa morte! "O corpo da mulher
começou a tremer. "Em Nome de Jesus, ordenou-a a andar!" ele disse - e a mulher andou. Ela fora
restaurada à vida!
Isso fica além da fé comum das pessoas. Com a fé comum, poderíamos tirar um cadáver da cama
assim como Wigglesworth fez, e mandar o cadáver andar. Mas, com a fé comum, não creio que o
cadáver vai andar. É necessária uma manifestação sobrenatural do poder de Deus para receber um
milagre tal como esse.
Muitas vezes, se quisermos dar um passo de fé — da fé comum - da fé que todo crente possui, ao
chegarmos ao fim da nossa própria fé, essa fé sobrenatural entrará em vigor. A razão por que não
aconteceu assim com muita gente é que não têm usado a fé que já possuem.
O Dom da Fé para a Expulsão de Espíritos Malignos
O dom da fé pode ser usado, ocasionalmente, para expulsar espíritos imundos daqueles cujo corpo
tinha sido poluído por eles. Nesse caso, também, mais de um dom deve estar em operação. O dom do
discernimento de espíritos e/ou da palavra do conhecimento será manifestado, bem como o dom da
fé. Se não discernimos nem "vemos" o espírito, em muitos casos, é revelado mediante a palavra do
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conhecimento. Mas, mesmo assim, o dom da fé terá que ser exercido para expulsar o espírito
maligno. E claro, também, que sabemos que a fé geral também é eficaz para a expulsão de espíritos
malignos (ver Marcos 16.17).
O Dom da Fé para Ministrar o Espírito Santo
GÁLATAS 3.5
5 Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura o faz pelas
obras da lei, ou pela pregação da fé?
Esse dom da fé entra em operação na imposição das mãos para as pessoas receberem a plenitude do
Espírito Santo.
Com a fé geral, qualquer crente pode impor as mãos nas pessoas, apropriar-se das promessas de
Deus, e crer em Deus. Há, porém, uma diferença entre crer em Deus com fé geral e apropriar-se das
Suas promessas, e aquela manifestação sobrenatural que passa de um indivíduo para outro mediante
o dom da fé especial.
Ora, é possível, pela fé geral, impor as mãos na pessoa para a cura ou para qualquer outra bênção; e
embora seja possível que nada se manifeste perceptivelmente, mas se for recebida, não deixa de ser
uma manifestação do poder de Deus.
Se, porém, quando uma pessoa impõe as mãos em outra, e for ministrada através dessas mãos a cura,
ou a plenitude do Espírito Santo por uma manifestação sobrenatural, então se trata da operação do
dom da fé especial.
Assim, Deus opera dessas duas maneiras: mediante a nossa fé geral que se apropria das promessas
de Deus e que recebe o Seu poder daquela maneira; e, por outro lado, mediante uma manifestação
sobrenatural de Deus, ministrada de uma pessoa para outra que é a operação do dom da fé.
Texto para Memorizar:
Porque a uru é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria, a outro, no mesmo Espírito, fé (1
Co 12.8,9).

Lição 22
O Dom da Operação de Milagres
Textos Bíblicos: 2 Reis 2.9-14; 1 Reis 17.12-16; Atos 5.1-5

Verdade Central: O milagre é uma intervenção sobrenatural no curso usual da natureza; uma
suspensão temporária da ordem costumeira, mediante o Espírito de Deus.
Em nossos estudos dos dons do Espírito, chegamos agora ao dom da operação de milagres. Em
primeiro lugar, definamos a "operação de milagres". Assim como acontece com muitas palavras em
Português, quando empregamos a palavra "milagre", significa uma coisa na conversa geral, mas
significa outra coisa quando é usada de modo específico.
Às vezes, a palavra "milagre" é usada como figura de linguagem. Falamos a respeito de "tecidos
milagrosos", "remédios milagrosos," e "detergentes milagrosos".
Na natureza, podemos ver uma aurora bonita, e dizer. "É um milagre". Podemos olhar para um
roseiral, brilhando com cores gloriosas, com o perfume das flores subindo ao céu, e dizer que é um
"milagre" da natureza. Nenhuma dessas coisas é milagre tecnicamente falando, mas, na linguagem
popular, todas elas o são. Na aurora magnífica, o sol está agindo exatamente conforme os ditames
das leis da natureza. A rosa está fazendo exatamente o que deve fazer segundo as leis da natureza.
Cada um dos dons do Espírito é milagroso. São todos sobrenaturais. No uso geral da palavra
"milagre," todos os dons do Espírito são milagres. Mas, especificamente falando, não o são. A
operação de milagres, portanto, é um ato específico, assim como quando Eliseu dividiu as águas de
um rio com um golpe do seu manto.
Depois de Elias ter subido ao céu num carro de fogo num redemoinho, Eliseu recebeu o manto dele,
e com o manto deu um golpe no rio Jordão. Dividir as águas com um golpe do seu manto realmente
estava operando um milagre - uma intervenção no decurso usual da natureza.
2 REIS 2.9-14
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9 Havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja
tomado de ti. Disse Eliseu: Peço-te que me toque por herança porção dobrada do teu espírito.
10 Tornou-lhe Elias: Dura coisa pediste. Todavia se me vires quando for tomado de ti, assim se te
fará; porém, se não me vires, não se fará.
11 Indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do
outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho.
12 O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel, e seu cavaleiros! E nunca mais o
viu; e, tomando as suas vestes, rasgou-as em duas partes.
13 Então levantou o manto que Elias lhe deixara cair e, voltando-se, pôs-se à borda do Jordão.
14 Tomou o manto que Elias lhe deixara cair, feriu as águas, e disse: Onde está o SENHOR, Deus
de Elias? Quando feriu ele as águas elas se dividiram para uma e outra banda, e Eliseu passou.
No âmbito da cura, milagres são frequentemente recebidos, mas não são o resultado da operação de
milagres; são milagres de cura. Tudo quanto Deus faz é milagroso em certo sentido, mas não é
sempre um milagre do tipo de transformar água em vinho simplesmente ao falar uma palavra - é essa
a operação de milagres.
A água transformada em vinho mediante o processo da natureza é um milagre na natureza. Mas a
água transformada em vinho por uma palavra falada, conforme fez Jesus em João 2.1-11, é o
resultado do dom espiritual da operação de milagres.
O milagre, portanto, é uma intervenção sobrenatural no curso usual da natureza, uma suspensão
temporária da ordem costumeira, uma interrupção do sistema da natureza que conhecemos, operada
pela força do Espírito de Deus.
Operação de Milagres no Antigo Testamento
A operação de milagres destacava-se mais no Antigo Testamento do que no Novo Testamento.
Embora as pessoas fossem curadas e os dons de curas estivessem em operação no Antigo Testa-
mento, os dons de curas eram mais prevalecentes no Novo Testamento.
A operação de milagres foi usada para o livramento milagroso do povo de Deus da escravidão no
Egito. Vemos o emprego desse dom quando Deus convenceu o Faraó a deixar Israel ir. Vários
milagres foram operados ali.
Quando Arão lançou a sua vara no chão e ela se transformou em serpente (Ex 7.10), tratou-se da
operação de um milagre. Quando o pó da terra foi transformado em piolhos (Ex 8.16), e as demais
pragas se seguiram, tratava-se do dom da operação de milagres.
Saindo do Egito, os israelitas se viram com o mar Vermelho pela frente, e Faraó com suas hostes já
chegando atrás deles, prontos a escravizá-los de novo. De um lado, as montanhas se avultavam, do
outro lado havia o deserto, na frente, havia o mar, e por detrás, o inimigo - a situação deles parecia
desesperadora. Mas Moisés confiou no Senhor, e o Senhor mandou-o estender sua vara. Moisés
obedeceu, e o mar se dividiu. Tratava-se da operação de um milagre - a intervenção divina no
decurso usual da natureza.
Na realidade, dois dons do Espírito Santo estava em operação nesse caso. A operação de milagres
dividiu o mar, mas foi necessário o dom da fé para mantê-lo dividido! Era um milagre contínuo. O
povo atravessou de sandálias até ao outro lado. Quando o inimigo tentou fazer o mesmo, as águas se
ajuntaram de novo, e os egípcios se afogaram.
Outro uso bíblico da operação de milagres era prover suprimentos aos necessitados.
1 REIS 17.12-16
12 Porém ela respondeu: Tão certo como vive o SENHOR teu Deus nada tenho cozido; há somente
um punhado de farinha numa panela, e um pouco de azeite numa botija; e vês aqui, apanhei dois
cavacos, e vou prepará-lo para mim e para o meu filho; comê-lo-emos, e morreremos.
13 Elias lhe disse: Não temas; vai, e faze o que disseste; mas primeiro faze dele para mim um bolo
pequeno, e traze-mo aqui fora; depois farás para ti mesma e para teu filho.
14 Porque assim diz o SENHOR Deus de Israel: A farinha da tua panela não se acabará, e o azeite
da tua botija não faltará, até ao dia em que o SENHOR fará chover sobre a terra.
15 Foi ela, e fez segundo a palavra de Elias; assim comeram ele, ela e a sua casa muitos dias.
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16 Da panela a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou; segundo a palavra do
SENHOR, por intermédio de Elias.
Foi, também, uma operação de milagres no ministério de Eliseu quando a botija de óleo de uma
viúva continuou fluindo até ela encher todas as vasilhas que possuía. E ela passou a tomar
emprestadas as vasilhas das vizinhas, e as encheu de óleo também (Ver 2 Reis 4.1-7).
Operação de Milagres no Novo Testamento
Vemos a manifestação da operação de milagres quando Jesus recebeu o lanche de um menino e
alimentou cinco mil pessoas com isso - e depois recolheu doze cestas de sobras de comida depois de
o povo se alimentar (João 6.5-14).
A operação de milagres também foi usada para a execução do juízo divino no Novo Testamento.
ATOS 5.1-5
1 Entretanto, certo homem, chamado Ananias, com sua mulher Safira, vendeu uma propriedade,
2 Mas, de acordo com sua mulher, reteve parte do preço, e, levando o restante, depositou-o aos pés
dos apóstolos.
3 Então disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito
Santo, reservando parte do valor do campo?
4 Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois,
assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus.
5 Ouvindo estas palavras, Ananias caiu e expirou, sobrevindo grande temor a todos os ouvintes.
Os cristãos na Igreja Primitiva tinham tudo em comum: Vendiam suas posses e traziam aos
apóstolos o dinheiro recebido. Deus não os mandou fazer assim. Decerto, receberam algum impulso
do Espírito Santo para agir assim, e essa ação revelou ser sábia, pois dentro de poucos anos a cidade
foi tomada pelos romanos, e de qualquer jeito teriam perdido tudo quanto possuíam.
Quando Ananias e Safira venderam a propriedade deles, retiveram metade do preço que receberam.
Teria sido perfeitamente correto dizerem: "Aqui está metade do dinheiro". (Deus não exigia entregar
tudo). Mas mentiram a respeito.
Pedro, porém, pelo dom da palavra do conhecimento, sabia qual era a soma que Ananias estava
retendo. Disse: Por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo? Então
Ananias caiu morto — como resultado do juízo divino mediante a operação de milagres. Quando
Safira entrou posteriormente, sem saber que seu marido estava morto, ela repetiu a mentira e ela,
também, caiu morta. A operação de milagres foi usada de novo para levar a efeito a disciplina
divina.
A operação de milagres também era usada para confirmar a Palavra que foi pregada. Quando Paulo
estava pregando em Chipre, Elimas, o mágico, resistiu a ele. Paulo, mediante o poder de Deus no
dom da operação de milagres, feriu-o de cegueira por algum tempo, e isso serviu de sinal para outras
pessoas (Atos 13.4-12).
Esse dom também era usado para livrar as pessoas de perigos inevitáveis. O dom da fé levará a
pessoa por meio do perigo sem ela sofrer dano algum, mas a operação de milagres é diferente: Até
mesmo mudará as circunstâncias que causam o perigo.
Quando, por exemplo, Paulo sofreu naufrágio, a tempestade não cessou até chegar ao fim por meios
naturais (A tos 27). Paulo não se levantou para ordenar que a tempestade cessasse. Mas, porque
Deus lhe falara, Paulo tinha fé sobrenatural para crer na proteção divina. Tratava-se do dom da fé em
operação, e ele foi premiado com a segurança de todos a bordo, embora o navio fosse perdido.
Quando, no entanto, Jesus ficou em pé naquele navio durante uma tempestade no Mar da Galiléia e
disse: Acalma-te, emudece! (Marcos 4.39), Ele operou um milagre que mudou as próprias
circunstâncias que causaram o perigo.
A diferença entre o dom da fé e o dom da operação de milagres é que o dom da fé RECEBE um
milagre e a operação de milagres OPERA um milagre.
A operação de milagres é usada para demonstrar o poder e grandeza de Deus. Na Concordância de
Young, a palavra grega usada para "milagres" é "poderes". Em outras palavras, a operação de
milagres ô chamada "a operação de poderes": A palavra grega, segundo a concordância grega,
significa "explosões de onipotência". Significa maravilhas que impulsionam e deixam estonteado e
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atônito. Em outras palavras, o texto grego pode ser traduzido: "A operação de maravilhas
estonteantes que impulsionam, ou o funcionamento de explosões de onipotência.
No seu livro "Questions & Answers on Spiritual Gifts," Howard Cárter disse:" a operação de
milagres é uma manifestação muito importante do Espírito. É o tremendo poder de Deus que flui
através de uma pessoa". Podemos dizer que o indivíduo participa do mesmo poder de Deus que foi
manifestado quando Deus criou o mundo, porque Ele certamente operou um milagre quando levou a
Terra à existência mediante a Sua palavra.
Quando o Senhor permite que um indivíduo, mediante o poder do Espírito, fale a palavra e o rio
fique dividido - o mesmo Deus que criou aquelas águas deixa um pouquinho daquela onipotência ser
manifestada naquela pessoa, conforme a vontade do Espírito.
Essa operação de milagres realmente
é um dom poderoso, glorificando "o Deus de todo o poder,"conforme disse Howard Cárter,
estimulando assim a fé do Seu povo, e deixando atônita e confusa a incredulidade do mundo.
Texto para Memorizar:
Porque a um é dada, mediante o Espírito. operações de milagres. (1 Co 12.8,10).

Lição 23
Os Dons de Curas
Textos Bíblicos: Atos 10.38; 1 Coríntios 12.28-30

Verdade Central: O propósito dos dons de curas é libertar os enfermos e destruir as obras do diabo
no corpo humano.
Os dons de curas são dados por Deus visando a cura sobrenatural da enfermidade sem meios naturais
de qualquer origem. Cada um dos nove dons do Espírito é sobrenatural.
Podemos ter alguma dificuldade por causa do nosso conhecimento limitado, quanto à definição de
alguns dos demais dons, mas deve haver pouca dificuldade em definir os dons de curas. Quase todos
sabem algo a respeito de curas. Foi, é claro, Jesus quem deu às curas uma posição de destaque
mediante o Seu próprio ministério, He também deu autoridade aos Seus discípulos para curarem os
enfermos (Mt 10.8).
Queremos enfatizar o caráter sobrenatural de todos os dons do Espírito, inclusive os dons de curas.
Esses dons nada têm a ver com a ciência médica ou a erudição humana.
Lucas, o Médico Amado, estava com Paulo em muitas das suas viagens missionárias. Lucas
escreveu os Atos dos Apóstolos, e não somente o Evangelho que leva o seu nome. Estava com Paulo
quando este sofreu naufrágio na ilha de Malta (Atos 28). Nada, porém, é dito no sentido que Lucas
tenha ministrado ao povo com seus conhecimentos médicos.
Lucas até mesmo registra que o pai do homem principal da ilha estava enfermo, e que Paulo impôs
as mãos sobre o enfermo, e este foi curado - por poder sobrenatural. Depois, o povo trouxe os
doentes de todas as partes da ilha para Paulo ministrar a eles, e foram curados. É claro que estamos a
favor da ciência médica, e que damos graças a Deus por aquilo que ela consegue fazer. Certamente
não nos opomos aos médicos. Mas algumas pessoas confundem a ciência médica com os dons de
curas. Já ouvi alguns dizerem que os dons de curas eram os médicos e os conhecimentos da medicina
que Deus lhes deu.
Se a ciência médica é o método divino da cura, no entanto, os médicos não deviam cobrar - seus
serviços deviam ser gratuitos. Não acontece assim, porém, conforme bem sabe quem já teve alguma
experiência com eles. Além disso, a ciência médica estaria livre de erros. Os médicos não
cometeriam enganos.
Damos graças a Deus pela ciência médica e por aquilo que os bons médicos e hospitais podem
realizar. Não queremos falar com menosprezo a respeito deles, nem dos grandes progressos que a
tecnologia médica moderna tem feito. Damos graças a Deus, ainda, pelos muitos bons médicos
cristãos que zelam pelos melhores interesses dos seus pacientes e ministram a eles com competência.
A cura sobrenatural, entretanto, não vem mediante diagnósticos, nem por receitar tratamentos; vem
mediante a imposição das mãos, a unção com óleo, ou às vezes simplesmente por meio de falar a
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Palavra. Acredito na cura natural e dou graças a Deus por ela. Mas também creio na cura
sobrenatural
O Ministério de Cura de Jesus
ATOS 10.38
38 Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, o qual andou por toda parte,
fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele.
Jesus ministrou, não como o Filho de Deus, mas como um profeta ungido pelo Espírito Santo. Jesus
era tão perfeitamente o Filho de Deus quando Ele tinha 25 anos, quanto o era quando Ele tinha 30
anos de idade. Mas, com 25 anos de idade, Ele ainda não tinha curado ninguém, e nenhum só
milagre de curas tinha sido operado no ministério dEle. Ele era o Filho de Deus aos 29 anos tanto
quanto o era com 30 anos de idade; mas durante a totalidade do Seu vigésimo - nono ano, ninguém
foi curado, e Ele não tinha operado um único milagre de cura.
Quando Jesus estava com 30 anos de idade — mesmo no dia antes de Ele ser
batizado por João Batista no rio Jordão, quando, então, o Espírito Santo desceu sobre Ele para ungi-
Lo para ministrar - Jesus era o Filho de Deus tanto quanto o era depois. Mas, antes daquele evento,
Ele nunca curara ninguém. Não havia manifestação de poder operando na Sua vida.
Foi somente depois de o Espírito Santo descer sobre Jesus na forma de pomba para ungi-Lo que
essas coisas começaram a acontecer. Jesus, na realidade, nunca alegou que Ele realizava as obras.
Ele disse:... o Pai que permanece em mim, faz as suas obras (João 14.10).
Jesus colocou-Se em pé para ler na sinagoga da cidade onde morava: O Espírito do Senhor está
sobre mim (Lucas 4.18). Anos mais tarde, Pedro, pregando diante de Cornélio e dos seus domésti-
cos, disse: Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, o qual andou por toda
parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele (At 10.38).
Embora Jesus sempre tivesse sido o Filho de Deus, nunca curou ninguém a não ser depois de Ele ter
sido ungido com o Espírito Santo e com poder.
Esse fato deve comprovar conclusivamente que Ele não estava curando mediante algum poder
inerente nEle como o Filho de Deus, a Segunda Pessoa da Trindade, mas que Ele estava curando os
enfermos exatamente como qualquer crente ministraria aos enfermos hoje - pela unção do Espírito
mediante a manifestação dos dons de curas.
Uma Medida Plena do Espírito no Ministério de Jesus
A Bíblia nos diz que Cristo possuía o Espírito sem medida: ... o enviado de Deus fala as palavras
dele, porque Deus não dá o Espírito por medida (João 3.34). É lógico, portanto, que vemos no
ministério dEle manifestações de coisas que não veríamos no ministério de outra pessoa, porque Ele
tinha o Espírito sem medida; nenhuma outra pessoa é assim. Mesmo assim, parece-me que esse texto
infere que a totalidade do Corpo de Cristo - coletivamente - tem a mesma medida do Espírito que
Jesus tinha. Consequentemente, um indivíduo não teria a mesma medida de sucesso em ministrar até
mesmo os dons de curas que Jesus possuía, pois Jesus tinha o Espírito Santo sem medida. E, por
causa de ter o Espírito sem medida, Jesus certamente tinha as manifestações de todos esse dons de
curas.
1 CORÍNTIOS 12.28-30
28 A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em
terceiro lugar mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos,
variedades de línguas.
29 Porventura são todos apóstolos? ou todos profetas? são todos mestres? ou operadores de
milagres?
30 Têm todos dons de curar? falam todos em outras línguas? interpretam-nas todos?
Note que no v. 28, as palavras "dons" e "curas" estão no plural, pelo menos no texto grego; e assim
deve ser em todos os versículos que contêm a expressão "dons de curas" [não "de curar"].
Note, também, que esse é o único dos dons do Espírito que está no plural. Todos os demais se
referem a um único dom.
Por que são "dons de curas" e não o "dom de cura"? Não sei com certeza, mas tenho a minha
opinião. Acho que nenhum de nós poderia saber com certeza, porque as Escrituras não nos dizem
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especificamente, mas creio que há dons de curas porque há tipos diferentes de doenças - e um só
dom não curaria todos os tipos.
Já notei no meu ministério, bem como nos ministérios de outros colegas, que quando esses dons
operam, há maior grau de sucesso em algumas áreas de curas do que em outras áreas. E outros
ministros me dizem que há certos tipos de doenças que raramente são curadas nos ministérios deles,
ao passo que outras doenças quase sempre são curadas. "Por quê?" Não sei. Talvez no decurso do
tempo saberemos mais a respeito disso, porque estamos aqui para estudar e para aprender.
No ministério de Jesus, todo tipo de enfermidade e todo tipo de doença eram curados. Todos os dons
de curas estavam em manifestação, porque Jesus tinha o Espírito "sem medida".
Duas Manifestações Diferentes de Curas
Há uma diferença na manifestação dos dons de curas e simplesmente receber a cura pela nossa
própria fé na Palavra de Deus. Deus me tem ensinado, no decurso dos anos, a diferença entre as
duas.
Quando recebi a cura para o meu corpo, ninguém impôs as mãos em mim. : Eu nem sequer sabia que
existiam grupos eclesiásticos que acreditavam na cura divina. Mas como menino batista no leito da
enfermidade, fiquei lendo a Bíblia metodista da minha avó, e fui curado - não simplesmente
porque acreditava necessariamente na cura divina; mas, sim, fui curado ao pôr em prática Marcos
11.24, firmando-me nisso: ... tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim
convosco.
Orei, portanto, e comecei a dizer: "Creio que recebo a cura para meu coração deformado. Creio que
recebo a cura para meu corpo paralisado. Creio que recebo a cura desde as plantas dos pés até ao
topo da cabeça". E então, o poder de Deus para curar foi manifestado no meu corpo.
Minha cura veio diretamente da parte de Deus. Os dons da cura são manifestados a nós mediante
outra pessoa. Todas as curas são realizadas por Deus, é claro, mas há diferença no instrumento que
Ele usa para realizar a cura.
Alguém já disse que cada vez que alguém recebe uma cura, trata-se da operação dos dons da cura.
Em certo sentido da palavra, é um dom, porque tudo quanto recebemos da parte de Deus é um dom,
em termos gerais. Mas não seria necessariamente uma cura resultante da operação desses dons.
Examinemos de novo 1 Coríntios
12.28: A uns estabeleceu Deus na igreja. Não está falando aqui a respeito dos dons espirituais; está
falando a respeito de homens equipados com dons espirituais: A uns estabeleceu Deus na igreja,
primeiramente apóstolos. "Apóstolos" não é um dom espiritual individual que alguém pode receber
de Deus. Ê um dom ministerial à Igreja. .„ em segundo lugar profetas.
Esse também é um ministério, não para abençoar um indivíduo, mas um ministério dado à Igreja.
Em terceiro lugar mestres. O dom de ensinar não é algo que nos é dado para nossa vantagem pessoal.
É dado para nos capacitar a ser uma bênção ao próximo. E, também, um ministério.
Paulo passou, então, a falar da operação de milagres. Estava dizendo que há alguns no ministério que
estão equipados com a operação de milagres e depois dons de curar.
Depois, Paulo faz a pergunta: Porventura são todos apóstolos? [Todos têm o ministério de apóstolo?
Certamente que não] ou todos profetas? [Todos têm o ministério de profeta? Não], São todos
mestres? Não, nem todos têm o ministério de mestre. Todos nós poderíamos ensinar dentro do
alcance dos nossos conhecimentos, mas há aqueles que Deus colocou na Igreja e que estão
equipados pelo Espírito Santo com um dom de ensino.
Em seguida, Paulo perguntou: são todos operadores de milagres? Têm todos dons de curar? falam
todos em outras línguas? interpretam-nas todos? Obviamente, a resposta é "não," porque o Espírito
Santo distribui como lhe apraz, a cada um, individualmente (1 Co 12.11).
Graças a Deus pela Sua Palavra, e pelo privilégio de crer na Sua Palavra e de pô-la em prática!
Graças a Deus pela manifestação sobrenatural de todos esses dons, segundo a Sua vontade.
Texto para Memorizar:
Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, o qual andou por toda parte,
fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele (At 10.38).
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Lição 24
O Dom da Profecia
Textos Bíblicos: 1 Coríntios 14.1-5; Atos 21.8-11; 1 Tessalonicenses 5.19-21

Verdade Central: A profecia é um pronunciamento sobrenatural num idioma conhecido.


A profecia é o mais importante dos três dons de inspiração ou de expressão vocal. A razão por que
ela é o mais importante é porque são necessários os outros dois juntos - a diversidade de [línguas e a
interpretação de línguas - para igualar-se à profecia.
Paulo disse: m quem profetiza é superior ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar. (1 Co
14.5), o que dá a entender que o falar em línguas e a interpretação equivalem-se à profecia. Logo, a
profecia é realmente o mais importante destes três dons de inspiração ou de expressão vocal.
A profecia é a expressão vocal sobrenatural num idioma conhecido. As variedades de línguas são a
expressão vocal sobrenatural num idioma desconhecido. A interpretação de línguas é uma exposição
sobrenatural daquilo que foi dito em línguas.
A palavra hebraica que é traduzida "profetizar" significa "sair fluindo". Transmite o pensamento de
"borbulhar como uma fonte, gotejar, sair aos bor-borrões, jorrar". A palavra grega que é traduzida
"profetizar" significa "falar em prol de outrem". Significa falar em nome de Deus, ou ser Seu porta-
voz.
O Dom da Profecia para Todos
1 CORÍNTIOS 14.1-5
1 Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis.
2 Pois quem fala em outra língua, não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e
em espírito fala mistérios.
3 Mas o que profetiza, fala aos homens, edificando, exortando e consolando.
4 O que fala em outra língua a si mesmo se edifica, mas o que profetiza edifica a igreja.
5 Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas; muito mais, porém, que profetizásseis; pois
quem profetiza é superior ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar para que a igreja
receba edificação.
Nesse trecho das Escrituras, Paulo nos manda procurar com zelo os dons espirituais, mas
especialmente que profetizemos. Isso não significa que não devemos desejar os demais dons, mas
que devemos colocar esse dom em primeiro lugar. No fim desse capítulo, Paulo repetiu: Portanto,
meus irmãos, procurai com zelo o dom de profetizar. Dessa maneira, Paulo, escrevendo pela
inspiração do Espírito Santo, enfatizou a importância da profecia.
O Dom da Profecia e o Ministério do Profeta
O simples dom da profecia não deve ser confundido com o cargo profético. Mas o que profetiza, fala
aos homens, EDIFICANDO, EXORTANDO e CONSOLANDO (1 Co 14.3). Dessa maneira,
percebemos facilmente que no simples dom da profecia não há revelação. No cargo do profeta,
porém, frequentemente vemos a revelação sair até mesmo como profecia.
E interessante notar, também, a diferença entre a profecia no Antigo Testamento e no Novo
Testamento, No Antigo Testamento, a profecia é essencialmente predizer eventos futuros, ao passo
que no Novo Testamento, há uma mudança forte para a proclamação. No simples dom da profecia,
não há nenhuma predição,
Note que Paulo está dizendo à totalidade da Igreja em Corinto que ela deve procurar profetizar e
desejar os dons espirituais - mais muito mais que profetizem. Mas Paulo acabou de dizer-lhes no
capítulo doze de 1 Coríntios que Deus colocara na igreja: ... em primeiro lugar apóstolos, em
segundo lugar profetas, em terceiro lugar mestres. (v. 28),
Depois, Paulo perguntou: Porventura são todos apóstolos? A resposta é "não". Se o profetizar
transformasse uma pessoa em profeta, Paulo estaria contradizendo a si mesmo. Entretanto, o fato de
alguém ter profetizado não o transforma em profeta. Significa que a pessoa exerceu o simples dom
da profecia.
Por exemplo, um rico tem dinheiro. Todos nós temos pelo menos algum dinheiro, mas isso não nos
torna ricos. Semelhantemente, um profeta profetiza, mas nem sempre uma pessoa que profetiza é
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profeta. O profeta; por exemplo, terá mais dons do Espírito em operação do que apenas o dom da
profecia. Ele tem dons de revelação operando juntamente com a profecia,
Paulo disse em 1 Coríntios 14.29: Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros
julguem. Depois, no v. 30, disse: Se, porém, vier revelação a outrem [isso é: a outro profeta] cale-se
o primeiro. Aqui, Paulo está falando a respeito da revelação. O profeta teria esses outros dons da
revelação em operação.
Sendo assim, para ocupar o cargo de profeta, a pessoa precisa ter, operando no seu ministério, o dom
da profecia, mais pelo menos dois dos dons da revelação: ou a palavra da sabedoria, a palavra do
conhecimento, e/ou o dom de discernimento de espíritos.
Não devemos, portanto, confundir o cargo de profeta com o simples dom da profecia que todos os
fiéis são exortados a procurar com zelo. Todos podem ter o dom da profecia, pois Deus não nos teria
mandado procurar com zelo aquilo que não está dentro do nosso alcance. Todos podemos profetizar,
mas nem todos podemos ser profetas.
Em Atos 21, vemos uma ilustração bíblica do dom da profecia.
ATOS 21.8-11
8 No dia seguinte, partimos e fomos para Cesaréia; e, entrando na casa de Filipe, o evangelista, que
era um dos sete, ficamos com ele
9 Tinha este quatro filhas donzelas, que profetizavam.
10 Demorando-nos ali alguns dias, desceu da Judéia um profeta chamado Ágabo;
11 E, vindo ter conosco, tomando o cinto de Paulo, ligando com ele seus próprios pés e mãos,
declarou: Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus em Jerusalém farão ao dono deste cinto, e o
entregarão nas mãos dos gentios.
Note que todas as quatro filhas de Filipe tinham esse simples dom da profecia. Essas jovens devem,
por certo, ter profetizado nos cultos realizados na casa delas; de outra forma, Paulo e seu grupo não
teriam sabido que profetizavam. Falavam ao grupo inteiro, edificando, exortando e consolando.
Segundo parece, não fizeram nenhuma profecia quanto a Paulo. Quando, porém, chegou o
profeta Ágabo, trouxe algo de ordem superior que transmitia revelação.
Vemos, portanto, que o profeta pode profetizar - mas a mensagem que ele traz talvez não tenha nada
de profecia. Pode vir através do dom da profecia, à medida que simplesmente fala aquilo que
recebeu da parte do Senhor: "Assim diz o Senhor". Em Atos 2.10,11 foi um dom da revelação - a
palavra da sabedoria - em operação através do dom da profecia.
Alguns pensam que profetizar significa pregar. Toda a expressão vocal inspirada é profecia, de
alguma ou de outra forma, mas a profecia não é pregação. Às vezes, há um elemento de profecia na
pregação, quando a pessoa é ungida pelo Espírito Santo e inspirada a dizer coisas que provêm do
coração ao invés da cabeça; mas essa é apenas uma fase da operação do dom da profecia.
Pregar significa proclamar, anunciar, clamar, ou contar. O propósito bíblico do dom da profecia é
diferente do propósito da pregação. Jesus não disse que os homens seriam salvos pela loucura da
profecia, mas pela loucura da pregação. Os dons sobrenaturais são dados para atrair a atenção das
pessoas, e não para salvá-las. Mesmo no Dia de Pentecostes, quando as pessoas falavam em línguas,
ninguém foi salvo a não ser quando Pedro se colocou em pé e pregou a elas.
Uso Errôneo do Dom
1 TESSALONICENSES 5.19-21
19 Não apagueis o Espírito.
20 Não desprezeis profecias.
21 Julgai todas as coisas, retende o que é bom.
Outra área de confusão no tocante ao dom da profecia é causada pelo abuso desse dom. A Igreja em
Tessalônica tinha visto tanto abuso do dom da profecia que quase o desprezavam. Por isso, Paulo,
escrevendo pelo Espírito de Deus, tinha que dizer aos membros: "Não desprezeis profecias". Se as
pessoas usassem esse dom conforme ensinam as Escrituras, seria uma grande bênção. Mas alguns
escutam um pastor que tem o ministério de profeta transmitindo revelações, e pensam que podem
fazer o mesmo. Procuram, portanto, produzir algumas previsões, ao invés de simplesmente
proclamar, e se metem em apuros.
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Conforme vemos, o dom da profecia é dado para edificar a Igreja. Mas o que profetiza, fala aos
homens, EDIFICANDO, exortando e consolando (1 Co 14.3). ... o que profetiza EDIFICA a igreja
(1 Co 14.4). Esse dom também é dado para exortar a Igreja. A palavra "exortar" significa aqui,
segundo o texto grego, "chamar para mais perto de Deus". Em seguida, nosso texto diz que o dom da
profecia é dado para consolar. Muita coisa que algumas pessoas chamam de profecia nunca consola
a ninguém; pelo contrário, os desconsola.
A Profecia e a Vida de Oração
O dom da profecia, assim como as línguas, tem a ver com mais do que expressões vocais públicas. A
profecia pode ser usada em nossa vida de oração.
Muitas vezes, enquanto estamos em oração, Deus nos enche do Espírito e falamos no Espírito e
falamos em línguas. Falar em línguas é o começo de todas essas coisas, mas Deus quer que todo
crente cheio do Espírito faça mais do que falar em línguas. Ele quer que saibamos interpretar. E Ele
quer que profetizemos.
Paulo não inferiu que apenas uns poucos crentes falariam em outras línguas. Encorajava a totalidade
da Igreja em Corinto a orar em línguas e a adorar a Deus. Disse, em seguida:... o que fala em outra
língua, ore para que a possa interpretar (1 Co 14.13). Deus não nos mandaria orar pedindo algo que
não podemos receber. E Ele também deseja que profetizemos, pois Ele disse com clareza:... procurai
com zelo os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis (1 Co 14.1). Depois, ele mandou
procurar com zelo o dom de profetizar.
Mediante esse dom de profecia, podemos falar sobrenaturalmente, não somente com os homens, mas
também com Deus. Mediante a profecia, podemos desfrutar de uma comunhão com Deus no Espírito
que ultrapassa qualquer coisa que tenhamos conhecido antes.
Texto para Memorizar:
Mas o que profetiza, fala aos homens, edificando, exortando e consolando (1 Co 14.3).

Lição 25
O Dom de Línguas! Texto Bíblico: Marcos 16.15-18

Verdade Central: As variedades de línguas são a expressão vocal mediante o Espírito Santo, em
idiomas nunca aprendidos pela pessoa que fala, não compreendidos pela pessoa que fala, nem
necessariamente sempre compreendidos pelo ouvinte.
Nosso estudo nos leva agora ao dom de línguas, ou às "variedades de línguas". As Escrituras dizem:
a um, variedades de línguas. Literalmente, o trecho diz: «. a um, tipos de línguas. Posteriormente
nesse mesmo capítulo, Paulo disse que Deus colocou na Igreja diversidades de línguas (v. 28). Seria,
portanto, aceitável dizer "vários tipos de línguas," ou tipos diferentes de línguas.
As variedades de línguas são a expressão vocal mediante o Espírito Santo, em idiomas nunca
aprendidos pela pessoa que fala, não compreendidos pela pessoa que fala, nem necessariamente
sempre compreendidos pelo ouvinte Falar em línguas estranhas não tem absolutamente nada a ver
com a capacidade lingüística; não tem nada a ver com a mente nem com o intelecto do homem. É um
milagre vocal!
O dom de línguas é o mais destacado dos três dons vocais - ou, conforme às vezes são chamados,
dons de expressão vocal ou de inspiração - o dom da profecia, diversos tipos de línguas, e a
interpretação de línguas. Isso, no entanto, não significa necessariamente que o dom de línguas é o
melhor. Mas é o mais destacado, por várias razões.
Por Que as Línguas Recebem Destaque em Certos Círculos?
Uma pergunta frequentemente feita por alguns dos nossos amigos denominacionais é: "Por que
vocês, do Evangelho Pleno, dão tanto destaque às línguas?" A resposta é: "Não o damos". Há várias
razões por que parece que damos esse destaque.
1. Recebemos perguntas freqüentes a respeito das línguas, e por isso somos obrigados a debater o
assunto.
2. Falar em línguas sempre é manifestado quando as pessoas são batizadas no Espírito Santo.
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3. A expressão vocal em línguas numa assembléia pública é o menor dos dons, e é, portanto, o dom
mais amplamente distribuído e mais frequentemente usado.
4. O dom de línguas e da interpretação de línguas são distintivos desta dispensarão. Vemos todos os
demais dons do Espírito - a palavra da sabedoria, a palavra do conhecimento, o discernimento de
espíritos, a fé especial, as operações de milagres, os dons de curas, e a profecia - em operação no
Antigo Testamento. No ministério de Jesus vemos todos os dons do Espírito em operação,
excetuando-se as línguas e a interpretação. Os dons de falar em línguas e da interpretação de línguas
são distintivos na dispensação em que vivemos. Por isso, são mais utilizados.
5. Paulo dava destaque às línguas. A razão por que ele o fez foi porque naqueles tempos, assim como
agora, o falar em outras línguas era assunto de muitos mal-entendidos.
Línguas — Um Sinal Sobrenatural
Jesus disse em Marcos 16.17: Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: falarão novas
línguas. Certo pregador, esforçando-se por explicar essa expressão, disse: "Isto significa
simplesmente que aquele que antes xingava, e contava mentiras e piadas sujas já não faz assim; fala
com uma nova língua". Esse argumento, no entanto, é um pouco fraco, porque ao lermos o trecho
Inteiro, vemos que cada um dos sinais que Jesus mencionou aqui é um sinal sobrenatural!
MARCOS 16.15-18
15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.
16 Quem crer e for balizado será salvo; quem, porém, n5o crer será condenado.
17 Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome expelirão demônios; falarão
novas línguas;
18 Pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as
mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.
Nenhuma pessoa inteligente duvidaria que, se quatro desses sinais são sobrenaturais, o quinto
também o seria. Logo, uma das razões por que falamos em línguas é porque Jesus disse que esse é
um sinal que acompanhará aqueles que crêem. É a evidência bíblica; ou seja: é a evidência inicial do
batismo no Espírito Santo.
Certo pregador discordou disso, dizendo: "João Batista estava cheio do Espírito Santo, e não falou
em outras línguas. Os profetas do Antigo Testamento tinham o Espírito Santo, mas nunca falaram
em línguas".
Respondi: "É certo, mas nós não estamos vivendo na Antiga Aliança".
O que aconteceu naqueles tempos é um exemplo para nós hoje. Desejamos a operação do Espírito
Santo em nossa vida, segundo a dispensação em que vivemos. Precisamos, portanto, começar em
Atos dos Apóstolos. Não podemos voltar à Antiga Aliança, porque não estamos vivendo ali.
João Batista era um profeta segundo a Antiga Aliança. O próprio Jesus disse a respeito de João
Batista: Entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista; mas o menor no
reino dos céus é maior do que ele (Mt 11.11).
Nesta dispensação, temos uma melhor aliança estabelecida em melhores promessas (Hb 8.6), e
especialmente na área do Espírito Santo.
Línguas — Um Dom Devocional
Precisamos colocar a ênfase nas línguas no lugar onde cabe corretamente a ênfase. As línguas são
primariamente | um dom devocional.
Quando Paulo escreveu à Igreja em I Corinto: Dou graças a Deus, porque \falo em outras línguas
mais do que todos vós (1 Co 14.18), estava contando a eles o propósito das línguas e explicando '
qual seria para eles a vantagem de falar em línguas. As línguas são primariamente um dom
devocional a ser usado em nossa vida de oração no louvor e adoração a Deus.
Paulo estava ensinando que apenas uns poucos crentes serão usados naquilo que chamaríamos o
ministério público das línguas, porque ele disse em 1 Coríntios 12.30: ... falam todos em outras
línguas? Alguns tiram essa expressão fora do seu contexto e dizem: "Falar em outras línguas não é
para todos. Podemos receber a plenitude do Espírito sem falar em outras línguas". Devemos lembrar-
nos, no entanto, que Paulo está falando a respeito do dom ministerial - das línguas, pois começou
dizendo: A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em
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terceiro lugar mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, va-
riedades de línguas (1 Co 12.28).
Em seguida, Paulo perguntou: Porventura são todos apóstolos [Não, nem todos são] ou todos
profetas? [Não o são] são todos mestres? ou operadores de milagres? Têm todos dons de curar? I
[Não, não tem] falam todos em outras línguas? A resposta óbvia é "não". Mas aqui Paulo está
falando a respeito do ministério público.
Não devemos nos preocupar demais em ministrar em línguas e interpretação. Devemos nos ocupar
primariamente em mantermos as línguas no lugar onde pertencem principalmente - como dom
devocional para nos ajudar na adoração a Deus.
Howard Cárter disse: "Não devemos esquecer-nos de que o falar em outras línguas não é somente
uma evidência inicial da presença do Espírito Santo em nós, como também é uma experiência
contínua durante o restante da sua vida, para ajudar na adoração a Deus. É um rio corrente que nunca
deve secar-se, e que enriquecerá a vida espiritualmente".
Parece-me que Paulo estava declarando que nunca usava línguas publicamente, pois escreveu: Dou
graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que todos vós. Contudo, na igreja. (1 Co
14.18,19). Isso parece indicar que quando Paulo falava em línguas, não era na igreja. Paulo
continuou: Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para instruir
outros, a falar dez mil palavras em outras línguas (v. 19).
O dom de línguas não é um dom de ensino nem um dom de pregação. Se eu fosse falar em línguas
no púlpito durante uma hora, ao invés de ensinar, não edificaria a congregação de modo nenhum.
Edificaria a mim, mas não aos ouvintes. Logo, é mais proveitoso eu ensinar em idioma conhecido na
igreja.
Paulo, no entanto, não estava fazendo pouco das línguas quando disse:.. prefiro falar na igreja cinco
palavras com o meu entendimento. Estava meramente distinguindo entre o uso particular e público
do dom de línguas. Ele disse: ... prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para
instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua. Em outras palavras, Paulo dizia: "Vocês
tirariam mais benefício só daquelas cinco palavras num idioma conhecido, do que das dez mil
palavras que eu falasse em outra língua".
Línguas no Ministério Público
Deus usará algumas pessoas numa expressão vocal pública em línguas, mas esse é um dom que não
é para todos (Os coríntios estavam cometendo enganos quanto a isso, e nós frequentemente fazemos
o mesmo).
Tratando do ministério público em línguas, Paulo disse: No caso de alguém falar em outra língua,
que não sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete.
Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus (1 Co
14.27,28). Em Grego [como também em Português] as palavras "dois" e "três" são pronomes
pessoais e se referem a pessoas.
Paulo estava simplesmente dizendo que não mais de duas ou três pessoas deviam falar em língua
estranha num culto. No versículo seguinte, disse: Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três.
É possível que estejam presentes mais profetas que podem falar, mas num só culto, apenas dois ou
três deles devem falar.
Devemos ter o cuidado de andar muito mansamente diante do Senhor. Precisamos permanecer
receptivos diante dEle ao andarmos mansa, honrosa, e reverentemente nas questões espirituais. E
precisamos convidar o Espírito de Deus a operar entre nós.
Texto para Memorizar:
Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem, falarão novas línguas (Marcos 16.17).
da palavra, e não somente ouvintes. (Tg 1.22).

Lição 26
Interpretação de Línguas
Texto Bíblico: 1 Coríntios 14.13-15,27,28,40
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Verdade Central: A interpretação de línguas é a revelação sobrenatural pelo Espírito do significado
de uma expressão vocal em outras línguas.
Nosso estudo dos dons do Espírito Santo nos trouxe, agora, ao fim da lista - o dom da interpretação
das línguas.
Tratamos, primeiramente, dos três dons de revelação, ou seja, dos três dons que revelam alguma
coisa: a palavra da sabedoria, a palavra do conhecimento, e o discernimento de espíritos. Passamos,
então, a estudar os dons que fazem alguma coisa, ou, conforme são chamados, os três dons de poder:
o dom da fé, as operações de milagres, e os dons de curas. Finalmente, estudamos os três dons
vocais, ou os três dons inspiracionais - os três dons que dizem algo: profecia, diversidades de
línguas, e interpretação de línguas.
Conforme já dissemos, a profecia é uma expressão vocal sobrenatural num idioma conhecido.
Diversidades de línguas é uma expressão vocal sobrenatural numa língua desconhecida. A
interpretação de línguas é a revelação sobrenatural pelo Espírito do significado de uma expressão
vocal em outras línguas. Não é tradução das línguas; é a interpretação das línguas.
O dom da interpretação de línguas é o menor dos nove dons do Espírito Santo, porque depende de
outro dom para poder operar. Não opera a não ser que o dom de línguas tenha estado em operação. O
propósito desse dom da interpretação de línguas é tornar o dom de línguas inteligível aos ouvintes,
de modo que a Igreja, bem como aquele que possui o dom, possa saber o que foi dito e possa ser
edificada. Paulo disse: quem profetiza é superior ao que fala em outras línguas, salvo se as
interpretar para que a igreja receba edificação (1 Co 14.5).
Mas Deus não pode falar conosco de alguma outra maneira? Sim, Ele pode e o faz. Temos
mensagens que não são uma interpretação de línguas; são uma manifestação do dom da profecia.
Todos esses dons operam pela fé, mas é necessária mais fé para profetizar do que para dar uma
expressão vocal em línguas ou interpretação de línguas, porque os que operam nestes outros dons
têm outra pessoa de quem possam depender. Em outras palavras: a pessoa com o dom de linguas
pode depender de quem tem o dom da interpretação de línguas, e vice-versa. Mas a pessoa que tem o
dom da profecia precisa ter fé suficiente para
115

Ele, mas às vezes Ele quer que nós saibamos, também, a respeito daquilo que oramos).
Não é, porém, necessário que tudo quanto pronunciamos em outras línguas na oração particular seja
esclarecido ao nosso entendimento, pois Paulo disse: Porque, se eu orar em outra língua o meu
espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera (1 Co 14.14). Além disso, não estamos
falando conosco mesmos; estamos falando com Deus; aquilo que estamos orando fica claro para Ele,
e isso é suficiente. Pois quem fala em outra língua, não fala a homens, senão a Deus, visto que
ninguém o entende, e em espírito fala mistérios (1 Co 14.2).
Vemos, portanto, que há um aspecto íntimo desse dom da interpretação que pode ser muito
importante para nós pessoalmente. E também há um aspecto público desse dom. Mas nem todos nós
seremos usados publicamente; é somente como o Senhor quiser simplesmente começar a falar aquilo
que recebeu.
Interpretação, Não Tradução
Conforme notamos, a interpretação de línguas não é tradução. Às vezes, alguém me pergunta como é
que quando uma pessoa fala longamente em línguas, um intérprete ocasionalmente dá uma
interpretação bastante breve, É porque a interpretação é simplesmente revelar sobrenaturalmente
pelo Espírito de Deus o significado daquilo que foi dito em línguas, a interpretação talvez não
requeira tantas palavras quanto a mensagem original. Semelhantemente, alguém poderá dar uma
expressão vocal breve em línguas, mas a interpretação poderá ser prolongada. Está envolvido o
mesmo princípio da clareza: Pode levar mais tempo para dar a interpretação, a fim de revelar
claramente o significado da mensagem.
Se a pessoa que está interpretando as línguas também é usada na profecia, pode terminar a
interpretação e passar à profecia (Faço assim com certa freqüência). A maioria daqueles que são
alertas no Espírito reconhece prontamente a diferença, porque no mesmo instante em que uma
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pessoa pronuncia uma profecia, as suas palavras assumem mais autoridade e uma maior unção. A
profecia tem mais inspiração e é uma bênção maior.
A Interpretação na Vida de Oração Particular
1 CORÍNTIOS 14.13-15,27,28,40
13 Pelo que, o que fala em outra língua, ore para que a possa interpretar.
14 Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera.
15 Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente; cantarei com o espírito,
mas também cantarei com a mente...
27 No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando muito três,
e isto sucessivamente, e haja quem interprete.
28 Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus.
40 Tudo, porém, seja feito com decência e ordem.
Segundo o v. 13, os que falam em outras línguas são exortados a orar, pedindo o dom da
interpretação. A razão porque Paulo nos manda buscar esse dom não é necessariamente a fim de in-
terpretarmos em público mas, sim, a fim de interpretarmos as nossas orações particulares, se Deus
assim quiser. Saber aquilo que oramos nos edificaria espiritualmente em grande medida - e se Deus
nos quisesse usar publicamente para interpretar mensagens em línguas, essa seria uma bênção
adicional. '
A maneira de eu começar a interpretar línguas, originalmente, foi na minha vida particular de oração.
Estava orando certo dia quando, de repente, me dei conta de que estava falando em Inglês, e fiquei
sabendo a respeito daquilo que tinha orado em línguas - estava dando a interpretação da oração (É
lógico que Deus sabe aquilo que oramos em línguas, porque estamos falando com
Interpretação no Ministério Público
No v. 27 desse mesmo capítulo, Paulo disse: No caso de alguém falar em outra língua, que não
sejam mais do que DOIS ou quando muito TRÊS-. Somente três pessoas devem ministrar em línguas
em público em qualquer culto específico (As palavras "dois" e "três" em grego são pronomes
pessoais).
Alguns têm perguntado: Isso se refere a três mensagens?" Na realidade, não achamos a expressão
"mensagens em línguas" em nenhum lugar na Bíblia.
Trata-se apenas de uma frase que foi pensada como tentativa de explicar o caso. Um termo melhor
seria "expressão vocal em línguas". Esse versículo, no entanto, está falando em pessoas, e não em
mensagens nem expressões vocais.
Paulo realmente não disse quanto as pessoas deviam falar ou não falar em línguas. Ele simplesmente
disse que dois ou três devem ter licença de falar, e cada um por sua vez. Isso subentende que não
devem falar todos de uma vez (Para mim, isso também dá a entender que um indivíduo pode falar
mais de uma vez).
Meu conselho a toda congregação é que se três pessoas já falaram publicamente em línguas, uma
quarta pessoa não deve participar, por. mais fortemente que se sinta impulsionada pelo Espírito para
falar. Se mais alguma coisa precisar ser dita, um daqueles que já falou deve pronunciá-la. Assim fica
mantida a boa ordem.
Note que Paulo disse: . E haja quem interprete. Nada existe nas Escrituras para proibir a idéia de que
uma pessoa pode falar em línguas e ainda interpretar suas próprias palavras. De fato, quem faz uma
expressão vocal pública em línguas pode interpretar aquela expressão vocal, embora possa haver
mais do que uma pessoa presente que tenha capacidade de interpretá-la. Paulo está nos admoestando
para que não tenhamos interpretações competitivas. Não há, portanto, nada contrário à Bíblia se al-
guém dá uma expressão vocal em línguas e ele mesmo a interpreta, portanto que haja um único
intérprete.
'Com Decência e Ordem'
Paulo dedica a totalidade do capítulo 14 de 1 Coríntios aos dons da profecia, das línguas, e da
interpretação das línguas. Depois, passa a declarar: ... Deus não é de confusão, (v. 33). Paulo quer
dizer que no uso - ou abuso - da profecia, das línguas, e da interpretação, às vezes há confusão.
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Já freqüentei cultos em que vi o abuso desses dons, e voltei confuso para casa (Esses não eram os
meus cultos, porque nos meus, eu usualmente procuro indicar algum erro e explicá-lo diante da
congregação, para ninguém voltar confuso para casa).
Isso não significa que o diabo estava operando naqueles cultos. Significa, simplesmente, que as
pessoas podem confundir as coisas. Se aprendermos a permanecer no Espírito, andar segundo a
Palavra, e seguir a admoestação de Paulo: Tudo, porém, seja feito com decência e ordem (v. 40), não
teremos confusão em nossos cultos.
Uma consideração final que quero ressaltar no tocante às línguas e à interpretação acha-se em 1
Coríntios 14.26: Seja tudo feito para EDIFICAÇÃO.
Quando algo é feito no Espírito - e essa é uma das maneiras de julgar se realmente é no Espírito -
será edificante, inspirador, e será uma bênção (É claro que se estivermos fora da harmonia com o
Espírito, não teremos condições de julgar).
Manifestações dos dons espirituais precisam mesmo ser julgadas, no entanto (Afinal de contas, nós
as julgamos mesmo, quer o façamos em público, quer não, pois ou as aceitamos, ou as rejeitamos).
Nem sempre podemos aceitar o julgamento de qualquer um, no entanto; mas somente o julgamento
daqueles que são sensíveis para com a atuação do Espírito Santo.
Concluindo, quero indicar que todos os nove dons espirituais operam pela fé. Não operam pelo dom
da fé; operam pela fé comum ou geral Lembre-se, também, que a Bíblia diz que Se tu podes crer;
tudo é possível ao que crê (Mc 9.23 - ARQ - e se você crer, todas as coisas são possíveis a você!
Texto para Memorizar:
Pelo que, o que fala em outra língua, ore para que a possa interpretar (1 Co 14.13).

RELAÇÃO DOS LIVROS DE KENNETH E. HAGIN PUBLICADOS EM PORTUGUÊS


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