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1 INTRODUÇÃO
TEIXEIRA, 1995).
Apesar de ser uma síndrome dolorosa freqüente e de ter sido descrita há mais de 150
articulações.
individual, realizada dentro da água (na altura dos ombros), utilizando a combinação de
respiração profunda com movimentos leves e amplos dos membros superiores, membros
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que a ciência tenha avançado, a compreensão de como ela exerce influência sobre os seres
humanos constitui ainda, um desafio e um campo a ser explorado. Sabemos que a música
Entretanto, muitos dos caminhos pelos quais isso ocorre, ainda nos são um tanto quanto
SILVA, 2004).
aquáticos Ai-Chi aliado com a música erudita em pacientes com fibromialgia. Pelas
erudita, supõe-se que os mesmos tenham efeitos positivos sobre a qualidade de vida das
pacientes.
A fibromialgia vem despertando cada vez mais interesse devido a sua freqüência,
como sua pouca compreensão da sua fisiopatogenia, tem produzido enorme quantidade de
amoralidades terapêuticas, que muitas vezes não suportam qualquer critica cientifica (ATRA
et al., 1993).
ambiente aquático com a utilização da música erudita (relaxante), como uma provável
2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA
aproximadamente 45% do peso corporal e é o maior sistema orgânico do ser humano, sendo
cardiovascular e o pulmonar.
mamíferos três tipos de tecido muscular: o músculo liso; músculo estriado esquelético e
músculo estriado cardíaco. Ver figuras 1 (ROÇA, 2000; WILMORE, 2001; GUIMARÃES et
al.,2006).
O músculo liso é chamado de músculo involuntário, pois ele não está sob controle
consciente diretamente, é formado por aglomerados de células fusiformes que não apresentam
estrias. Ele é encontrado nas paredes da maioria dos vasos sanguíneos, permitindo que se
contraiam e se dilatem para regular o fluxo sanguíneo, também pode ser encontrado nas
paredes dos órgãos mais internos, permitindo que estes se contraiam e relaxem, para assim
moverem os alimentos através do trato digestivo para liberar a urina ou para dar a luz a uma
mas como o músculo liso não apresenta semelhanças, ele não se encontra sob controle
consciente, mas sofre alguns ajustes pelo sistema nervoso e endócrino (ROÇA, 2000;
WILMORE, 2001).
que se fixam ao esqueleto e são responsáveis pelo movimento. São formados por feixes de
células cilíndricas muito longas e multinucleadas que apresentam estrias transversais e tem a
Figura 1: Fotomiografia dos músculos (a) esquelético, (b) cardíaco e (c) liso.
As células musculares são tão diferenciadas e tem características tão peculiares que
de 10 a 80 micrometros (m), sendo praticamente invisível a olho nu. Cada uma destas fibras,
por sua vez é formada por subunidades sucessivamente menores (WILMORE, 2001;
membrana plasmática, apresenta um revestimento externo que é composta por uma fina
sarcolema funde-se ao tendão e este se insere nos ossos. Os tendões por sua vez são
constituídos por cordões fibrosos de tecido conjuntivo que transmitem a força gerada pelas
proteína, minerais, glicogênio, e gorduras dissolvidas, além das organelas necessárias. Difere-
se do citoplasma da maioria das células por conter uma grande quantidade de glicogênio
armazenado, assim como a mioglobina, composto que liga o oxigênio, muito semelhante à
(túbulos T), os quais são extensões do sarcolema (membrana plasmática), que passam
lateralmente através das fibras musculares (Figura 2). Estes túbulos são interconectados
quando passam entre as miofibrilas, permitindo que os impulsos nervosos recebidos pelo
acessos para as partes mais internas da fibra muscular para substancias transportadas nos
GUIMARÃES et al.,2006).
encontrado no interior da fibra muscular (Figura 2). Esses canais membranosos têm um trajeto
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paralelo ao das miofibrilas e formam alças em torno delas. O retículo sarcoplasmático serve
prolongado, apontando que essa estrutura é essencial para a realização da contração muscular
Cada fibra muscular contém centenas e milhares de miofibrilas (Figura 3). Esses são
de subunidades ainda menores que são, os sarcômeros. As miofibrilas contém, dispostas lado
a lado, cerca de 1500 filamentos de miosina e cerca de 3000 filamentos de actina; ambos são
filamentos grossos são de miosina, enquanto os finos são de actina (GUYTON, 1997).
que a miofibrila exibam faixas claras e escuras. As faixas claras só apresentam filamentos de
actina e são chamadas de faixas I por serem isotrópicas à luz polarizada. As faixas escuras
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qual se entremeiam com os de miosina e são chamados de faixas A, por serem anisotrópicas à
luz polarizadas. Também devem ser notadas as pequenas projeções dos lados dos filamentos
miosina, ao longo de toda a sua extensão, exceto em sua parte central. A interação entre essas
estão presas ao chamado disco Z. Saindo desse disco, esses filamentos se estendem nas duas
direções, para se interdigitarem com os filamentos de miosina. O disco Z É formado por sua
vez por proteínas filamentosas diferentes das que compõem os filamentos de actina e de
miofibrila fixando-as através de toda a fibra muscular, por isso todas as fibras musculares
apresentam faixas claras e escuras essas faixas dão ao músculo esquelético e cardíaco a sua
aparência estriada. A parte da miofibrila sitiada entre dois discos Z sucessivos são chamados
conjuntamente. Uma extremidade de cada filamento é envolta numa cabeça globular nomeada
cabeça de miosina. Cada filamento contém várias destas cabeças, as quais formam protrusões
no filamento de miosina para formar pontes cruzadas que interagem durante a ação muscular
com sítios ativos especializados sobre o filamento de actina. Existe um conjunto de filamentos
finos, compostos por titina, que estabiliza os filamentos de miosina no eixo longitudinal.
filamento de actina possui uma extremidade ligada a linha Z, com a extremidade oposta se
de miosina possui um sítio ativo no qual a cabeça da miosina pode se ligar (WILMORE,
Os filamentos de actina são compostos por três moléculas protêicas diferentes: actina;
torno dos filamentos de actina, encaixando-se na incisura existente entre eles. A troponina é
uma proteína mais complexa que se fixa em intervalos regulares, tantos aos filamentos de
tropomiosina e a troponina atuam em conjunto com os íons cálcio para manter o relaxamento
ou iniciar a ação das miofibrila (WILMORE, 2001; GUYTON, 1997; ROÇA, 2000).
insere o que é encontrado entre cada par de linha Z, com a seguinte seqüência uma banda I
(zona clara), uma banda A (zona escura), uma zona H (no meio da banda A) o resto da banda
eletrônico, poderemos diferenciar dois tipos de pequenos filamentos protéicos que são
responsáveis pela ação muscular.Os filamentos mais finos são de actina e os mais espessos
Cada fibra muscular é inervada por um nervo motor simples, o qual termina próximo
do meio da fibra muscular. O nervo motor simples e todas as fibras musculares que ele inerva
são denominados unidades motoras. A sinapse, ou a fenda, entre um nervo motos e uma fibra
entre os sistemas nervoso e muscular (WILMORE, 2001; GUYTON, 1997 SANTOS, 2004).
processo está representado na figura 5. É iniciado por um impulso nervoso motor originário
uma carga elétrica em toda a extenção da fibra muscular, enquanto os canais iônicos se abrem
na membrana celular muscular permitindo que o sódio entre. Esse processo e denominado
este potencial de ação seja gerado na célula muscular ante que ela possa agir (WILMORE,
Figura 5: A seqüência de elementos que levam à ação muscular. (a) um neurônio motor libera
a acetilcolina, o qual se liga aos receptores localizados sobre o sarcolema. Se uma quantidade
suficiente de acetilcolina se ligar, é gerado um potencial de ação na fibra muscular. (b) o
potencial de ação desencadeia a liberação de íons cálcio (Ca 2+) do reticulo sarcoplasmático
para o interior do sarcoplasma. (c) o Ca2+ se liga a troponina localizada no filamento da
actina e a troponina traciona a tropomiosina de cima dos sítios ativos, permitindo que as
cabeças da miosina se fixem no filamento de actina.
rede de túbulo (túbulo T e reticulo sarcoplasmático [RS]) da fibra até o interior da célula. A
chegada de uma carga elétrica faz com que o RS libere grandes quantidades de íons cálcio (Ca
os sítios ativos dos filamentos de actina, impedindo ou enfraquecendo a ligação das cabeças
troponina, sobre os filamentos de actina. Acredita-se que a troponina, com sua forte afinidade
pelos íons cálcio, inicie o processo de ação através da retirada das moléculas do tropomiosina
de cima dos sítios ativos dos filamentos de actina. Como a tropomiosina normalmente oculta
os sítios ativos, ela bloqueia a atração entre a ponte cruzada de miosina e o filamento de
actina. No entanto quando é retirada de cima dos sítios ativos pela troponina e pelo cálcio, a
cabeça de miosina podem se fixar aos sítios ativos dos filamentos de actina (WILMORE,
miosinas são ativadas, que se ligam fortemente a actina, resultando em uma alteração na
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forma da ponte cruzada, a qual faz com que a cabeça da miosina incline em direção ao braço
da ponte cruzada e tracione o filamento de actina e de miosina em direção oposta (Figura 6).
Essa inclinação da cabeça e denominada ligação forte. A tração do filamento de actina sobre o
ativo, roda e volta a sua posição original e se fixa em um novo sítio ativo mais distante ao
longo do filamento de actina. Fixações repetidas e ligações fortes fazem com que os
filamentos deslizem entre si dando origem ao termo do filamento deslizante. Esse processo
filamentos de actina são trazidos mais pra perto uns dos outros e formam uma protusão na
zona H, onde, finalmente eles se sobrepõem. Quando isso ocorre, a zona H deixa de ser
Para Wilmore (2001) e Santos (2004) a ação muscular é um processo ativo que exige
energia. Além do sítio de ligação com a actina, uma cabeça de miosina contém um sítio de
ligação para a ATP (adenosina trifosfato). A molécula de miosina deve se ligar à ATP para
que aconteça a ação muscular, pois a ATP fornece a energia necessária. A enzima de ATPase,
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localizada sobre a cabeça da miosina, quebra a ATP produzindo ADP (adenosina difosfato),
Pi (fosfato inorgânico) e energia. A energia liberada nessa degradação da ATP é utilizada para
ligar a cabeça da miosina ao filamento da actina. Portanto, a ATP é a fonte energética química
da ação muscular.
energia e que também depende da ATP. Conseqüentemente, a é necessária para a faze de ação
utilização da ATP. Como resultado, os filamentos de miosina e actina retornam ao seu estado
Agora que já revimos a estrutura geral do músculo e os processos por meio dos
dos seus músculos produzirem energia e força (WILMORE, 2001; ROÇA, 2000;
GUIMARÃES et al.,2006).
Nem todas as fibras musculares são iguais. Um músculo esquelético simples contém
contração lenta (CL) levam aproximadamente 110 ms para atingir a tensão máxima quando
esticadas. As fibras de contração rápida (CR) por sua vez podem atingir a tensão máxima em
contração rápida podem ainda ser classificadas em vários tipos. Os dois tipos principais são as
fibras de contração rápida do tipo a (CRa) e as do tipo b (CRb). A figura 7 apresenta uma
fotomiografia do músculo humano na qual cortes transversos finos (10 m) foram corados
quimicamente para diferenciar os vários tipos de fibras. As fibras CL foram coradas em preto,
as fibras CRa permanecem não-coradas, e as fibras CRb aparecem em cinza. Embora não
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apareça nesta figura, foi identificado um terceiro tipo de fibra de CR, a do tipo CRc
compreendidas, mas acredita-se que a fibras CRa sejam as mais recrutadas. Somente as fibras
CL são recrutadas com mais freqüência que as fibras CRa. As fibras CRc são as menos
CL e 25% de CRa o 25%, restante são representados por fibras CRb, sendo que as fibras CRc
seu papel na atividade física. Para que isso ocorra vamos entender melhor como os tipos de
diferença na sua velocidade de ação. Essa diferença ocorre principalmente pelas variadas
formas de miosina ATPase. A ATPase e a enzima que quebra a ATP que libera a enzima que
estimulação neural, a ATP é quebrada mais rapidamente nas fibras CR do que em fibras CL
por isso as fibras CR têm deposição mais rápida para a contração do que as CL (WILMORE,
fibras do CL. Por essa razão as fibras do CR apresentam uma maior facilidade na liberação de
cálcio no interior da célula muscular quando estimulada. Acredita-se que essa facilidade
contribua para a maior velocidade de ação, cinco a seis vezes mais rápida do que as fibras CL.
potência calculada de uma fibra CR é de três a cinco vezes superior gerada por uma fibra CL
Segundo Wilmore (2001) de modo geral o movimento muscular pode ser classificado
na figura 8, os filamentos de actina são puxados e aproximados uns dos outros. Como o
Os músculos também podem atuar sem que haja movimento, quando isso ocorre, o
músculo gera força, mas o seu comprimento permanece inalterado ver na figura número 9.
Isso é denominado ação estática, ou ação isométrica, em uma ação estática, as pontes
cruzadas da miosina são formadas e recicladas, produzindo força, mas a força externa é
muito grande para que os filamentos de miosina possam ser movidos. Eles permanecem
na posição normal e, por essa razão, o encurtamento não pode ocorrer. Se forem
recrutadas unidades motoras suficientes para produzir uma força suficiente que supere a
resistência, uma ação estática se torna dinâmica (WILMORE, 2001; SAMTOS 2004;
GUIMARÃES et al.,2006).
Os músculos podem exercer força mesmo que estejam alongados. Esse movimento é
uma ação excêntrica ver na figura 10. Como ocorre movimento articular, ele também é
uma ação dinâmica. Os filamentos de actina são tracionados ainda mais do centro do
GUIMARÃES et al.,2006).
2.6 FIBROMIALGIA
Em 1984, Yunus sugeriu que a fibromialgia, junto com outras entidades, poderia
inquietas, cefaléia tensional, etc.). Ele se baseou em achados comuns a todos os pacientes,
como fadiga, sono não reparador, predomínio em mulheres e ausência de lesões macro e
microscópicas. Neste sentido, surgiu a hipótese de que nestes processos havia uma disfunção
centros especializados localizados nos Estados Unidos e no Canadá, que foi conduzido por
um período de quatro anos, envolvendo 293 pacientes com Fibromialgia e 265 controles, os
quais apresentavam condições clínicas facilmente confundíveis com a Fibromialgia. Após esta
queixas dolorosas difusas, por um período maior do que três meses, com distribuição somática
Define-se Fibromialgia como uma síndrome reumática, caracterizada por dor difusa,
referida nos ossos, músculos, tendões e fáscias, de caráter crônico, e que apresenta pontos
mulheres entre 40 e 60 anos de idade, uma faixa etária de atividade profissional produtiva, e o
nível da dor é tão intenso, que interfere no trabalho, nas atividades de vida diária e na
socioeconômicas tanto para o indivíduo como para a sociedade. O sintoma mais importante da
uma área determinada, como a coluna cervical, estendendo-se a partir daí. Espasmos
alodíneas e as disestesias, além da fadiga, que se inicia ao despertar e perdura por longos
população. Como resultado, tendem a ter sua eficiência cardiovascular e metabólica global
dor crônica. O músculo descondicionado torna-se mais suscetível a microtraumas que podem
adquire um comportamento de autoproteção para evitar quadros álgicos cada vez mais
Segundo McNeal (apud RUOTI), a fibromialgia tem sido um desafio profissional para
Segundo Silva (2005) e Costa et al., (2005) a fibromialgia é uma síndrome não
Psicogênico.
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afeta os músculos e outros tecidos, mais assídua no sexo feminino, generalizada e simétrica;
envolve pelo menos três quadrantes: o inferior, o superior, o direito e/ou o esquerdo do corpo,
sem limitação, primariamente. Apresenta dor à palpação difusa e pode ocorre também em
tecidos não musculares, como gordura e ossos. Há doentes que apresentam dor predominante
em um hemicorpo, sem dor referida, e dor nas pregas cutâneas. Exames laboratoriais, exame
Esta patologia pode ser considerada uma síndrome, pois abrange um conjunto de
sinais e sintomas. Os sinais são referentes aos achados físicos que o médico encontra quando
examina o paciente (os tender points). Os sintomas relacionam-se à queixas relatadas durante
a anamnese tais como: fadiga, disturbios do sono, ansiedade, depressão, cefaléias síndrome do
em quase 100% dos casos (PROVENZA et al. 2004; GOLDENBERG et al., 2003).
Silva (2005) e Ribeiro e Proietti (2005) explicam que a síndrome pode ser primária
Durante muitas décadas, a fibromialgia não foi aceita como uma entidade clínica
distinta. Conceituavam-na ora como distúrbio psicológico, ora como síndrome dolorosa
regional. Essas divergências revelavam que a doença parecia diferente a cada observador.
Atualmente é reconhecida como uma entidade clínica pela Organização Mundial de Saúde,
Segundo Bates & Hanson (1998), Feldman (1998) e Chaitow (2002), a fibromialgia
pode ser classificada como primária quando acontece isoladamente, ou secundária quando
acontece concomitante a outra doença. Afirmam que não possui diferença no fato da
fibromialgia ser isolada ou associada à outra doença. Deste modo, não caberiam os conceitos
conhecida ou a uma doença subjacente e que apresenta melhora dos sintomas fibromiálgicos
regionais, não preenchendo os critérios definidos para fibromialgia. Porém, é considerada por
e adolescentes.
2.6.4 Epidemiologia
Segundo Yunus et al. (1992), Campbell et al. (1983) e Wolfe et al. (1990) os estudos
populações.
ambos os sexos em qualquer idade, mas sempre o homem em menor proporção (WEINSTEIN
No entender de Bates & Hanson (1998), Antonio (2001) e West (2000), a patologia
parece iniciar entre 12 e 45 anos e a média de idade está entre 35 a 40 anos. Após os 60 anos,
é incomum a instalação da fibromialgia nesta idade os sintomas são usualmente causados por
mas apresenta uma grande variação, com o início ocorrendo mais comumente entre os 10 e 55
anos.
geralmente varia entre 34 a 53 anos e isso indica que a maioria dos pacientes suporta sintomas
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durante vários anos antes de receber um diagnóstico apropriado. Em geral há uma média de
Silva et al. (1997) Weinstein & Buckwalter (2000), citam que a patologia é
responsável por 25% das consultas nos ambulatórios de reumatologia. Isto a torna o terceiro
Observa-se ainda que a raça branca representa mais de 90% dos casos. Entretanto, tal
observação pode dever-se a um viés de seleção, visto que a mesma tem maior acesso a
universal, sem predileção por raça. No estudo realizado pelo Colégio Americano de
A incidência da fibromialgia em pessoas ativas, com boa aptidão física é muito mais
baixa que na população geral. Foi descrita uma tendência à agregação familiar
comparando áreas rurais e urbanas, nem regiões com diferentes condições socioeconômicas e
2.6.5 Etiopatogenia
desencadeante do quadro clínico da doença (ATRA et al., 1993; FERREIRA et al. 2002).
Existem pelo menos duas áreas fisiopatológicas que tem sido investigadas na
Nesses locais são dados mais ênfase as alterações musculares e neuroendócrinos, sendo que as
principais alterações são distúrbio do sono, alterações psíquicas e da dor (SKARE, 1999).
inteiro, predominando na região da coluna vertebral, com pelo menos três meses de duração.
Estes sintomas são acompanhados de rigidez matinal, cansaço ou fadiga fácil e aos mínimos
enxaqueca, mucosas secas, parestesias em mãos e pés, podendo também apresentar cefaléia,
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cólon irritável e fenômeno de Raynaud (PAIVA, 2003; POLLAK, 1993; WEST, 2000;
O quadro clínico desta síndrome costuma ser polimorfo, exigindo uma anamnese
cuidadosa e exames físicos detalhados. Uma proporção dos pacientes relata que a dor é
envolvendo ou não o trapézio, outras vezes inicia-se com uma cervicobraquialgia ou uma
cervicodorsalgia. Já uma outra parte dos pacientes alega que o quadro doloroso inicia-se de
sensação desagradável que varia desde amortecimento até agulhadas sentidas nas
A Fibromialgia pode ser vista como uma síndrome constituída de um núcleo central de
para o diagnóstico final desta condição As manifestações principais são: dor generalizada e
dolorimento difuso sobre áreas designadas como tender points (ANTÔNIO, 2001).
da Fibromialgia exibem uma constelação tão variada de sintomas que formam um quadro
Manifestações secundárias são de dois tipos: aquelas que podem ser consideradas
quase características, devido à sua ocorrência em mais de três quartos dos indivíduos
diagnosticados, tais como fadiga, sono não reparador e rigidez matinal, e aquelas que são
menos freqüentes, ocorrendo em cerca de 25% a 50% dos casos, como síndrome do cólon
das mais diversas naturezas que, quando apresentadas a médicos não familiarizados com a
numa tentativa de encontrar explicações para queixas psicossomáticas (SILVA et al., 1997;
primeiros produz dor localizada não irradiada, portanto não ocorre dor em locais proximais ou
distais às áreas examinadas, não havendo enduração ou contratura nítida dos pontos. Os
trigger points, por sua vez, apresentam, caracteristicamente, dor referida e sua irradiação pode
2.7. HIDROTERAPIA
uso externo da água com propósitos terapêuticos (CAROMANO & NOWOTNY, 2002).
(tratamento). O uso da hidroterapia como forma terapêutica data de 2400 a.C pela cultura
1500 a.C usavam a água para combater a febre. Homero mencionou o uso da água para
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tratamento da fadiga, como cura de doenças e combate a melancolia (CUNHA et al, 2001;
segurança terapêutica e efetividade de custo para uma gama de situações clínicas. A terapia
aquática é fundamentada cientificamente, oferece uma abordagem útil para muitos problemas
2002).
grupo e tornar a terapia agradável, principalmente para crianças, as quais muitas vezes são
A fisioterapia aquática é a união dos exercícios aquáticos com a terapia física. É uma
menor tempo dos profissionais envolvidos e maximiza o uso da piscina, comparado aos
Entrar na água é uma experiência única que fornece a todos uma oportunidades de
água está principalmente relacionada ao seu empuxo, que alivia o estresse sobre as
físico e mental. Eles construíram centros próximos a nascentes e rios, utilizando-os para
banhos e recreação. Por volta de 500 a.C., ocorreu à transição do misticismo e culto para o
expandiram o sistema grego de atletismo seguindo por um mergulho frio; produziram uma
serie de banhos que variam do caldarium por do tepidarium até o frigidarium.(LOPES, 2003;
CAMPION, 2000).
Caromano e Nowotny (2002) relatam que as forcas físicas da água agindo sobre um
incríveis que, se fossem realizados no solo apenas, poucos os fariam e com muita dificuldade.
aquáticas têm sido documentadas tanto para propósitos recreacionais quanto terapêuticos
antes de 2400 a.C indicam que a cultura proto-índia construía instalações higiênicas.
Foi observado que os antigos egípcios, assírios e muçulmanos usavam águas com
finalidades terapêuticas. Existe também documentação de que os hindus, em 1500
a.C., usavam a água para combater a febre. Em todos os registros históricos das
antigas civilizações japonesa e chinesa há importante menção ao respeito e adoração
da água corrente e da imersão em banhos por períodos prolongados de tempo.
Homero menciona o uso da água para tratar a fadiga, curar lesões e combater a
melancolia. As águas da cidade de Bath, na Inglaterra, já eram usadas em 800 a.C.
para finalidades curativas (IRION, apud RUOTI, et al, 2000).
Por volta de 339 a.C. alguns desses banhos passaram a ser usados com o propósito de
cura e o tratamento era indicado em primeiro lugar para o sintoma das doenças reumáticas,
supressão da hidroterapia no Ocidente foi sustentada mais ou menos durante toda a época
medieval, mas por volta dos séculos XV, XVI e XVII, o uso da água com propósito de cura
adquiriu algum reconhecimento por parte dos médicos europeus (CAMPION, 2000; BATES
podem ser utilizadas para criar técnicas que acentue a atividade aquática como uma parte
integral de todo o tratamento físico e psicológico e das condições variadas de muitos ira
fora da água são notavelmente móveis na piscina. A água oferece a experiência do corpo atuar
em duas forças principais: gravidade para baixo e flutuação ou impulso para cima. Ela
auditiva; e também através dos receptores da pele, devido aos efeitos da turbulência, calor e
rotacional e trabalho respiratório. Os efeitos adquiridos são tanto físicos quanto psicológicos
Segundo RUOTI et al. (2000) quase todos os efeitos biológicos da imersão estão
compreensão desses princípios torna mais racional a aplicação do processo clínico. Uma vez
que as atividades aquáticas têm lugar em um ambiente aquático dinâmico, é útil estudar a
objeto é a relação entre a massa do objeto e a igual massa de volume de água deslocado
A densidade relativa da água é aceita como uma proporção de um. Portanto, qualquer
objeto com uma densidade menor que um irá flutuar. A densidade relativa do corpo humano
varia com a idade, sendo que uma criança nova possui densidade relativa total de
para aproximadamente 0,97. Mais tarde com o passar dos anos, o corpo tende a adquirir mais
tecido adiposo e a densidade relativa tende a retornar para 0,86. Por essa razão, o ser humano
tem maior facilidade para flutuar em certas fases da vida do que em outras. Alem disso, cada
parte e tecido individuais possuem suas próprias densidades relativas. Os membros superiores
53
são geralmente menos densos do que os membros inferiores, portanto os braços flutuam com
maior facilidade à medida que as pernas tendem a afundar (CAMPION, 2000; LOPES, 2003).
2.7.1.2 Flutuação
Arquimedes estabelece que quando um corpo esta total ou parcialmente imerso em um fluido
em repouso, ele experimenta um empuxo de baixo para cima, igual ao volume de fluido
deslocado, que atua na direção oposta a da força da gravidade. Portanto, um objeto com
densidade relativa menor que um flutuará porque a massa do objeto é menor que o volume de
água deslocado. O ponto pelo qual a força da flutuação atua é chamado de “centro de
pode ser usada para facilitar o movimento, quando o membro é movido na direção do nível da
direção ao tronco. Quanto maior a distancia percorrida pelo segmento, maior a facilitação e
sustentação do peso. Pacientes que se exercitam na água são mais leves, movimentam-se mais
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facilmente e sentem menos peso nas suas articulações devido à flutuação (BATES &
A lei de Pascal estabelece que a pressão do fluido é exercida igualmente sobre todas as
fluido. Uma vez que a pressa é igual em todas as direções em uma determinada profundidade,
ela será sentida em toda as superfícies corporais. Uma profundidade maior tem
conseqüentemente uma pressão maior, que pode ser utilizada para reduzir mais rapidamente
edemas, desde que a parte a ser tratada seja mantida o mais profundo possível. Essa pressão
também provou ser útil no aumento da coordenação quando os exercícios forem realizados
2.7.1.4 Viscosidade
usualmente é ignorada quando o meio é o ar. Mas na água existem varias forças que entram
estão mais afastadas. Isto é benéfico para músculos pequenos e fracos. Mas, a viscosidade
atua como uma resistência ao movimento, pois as moléculas do fluido tendem a aderir à
superfície do corpo em movimento através dele. Essa força de resistência e conhecida como
DeLise (2002) relata que a água tem viscosidade intermediária entre líquidos, mas
ainda apresenta muita resistência ao movimento. Sob condições de fluxo turbulento, essa
resistência aumenta como uma função logarítmica da velocidade. A viscosidade, com todas as
sua propriedades físicas empregadas, é uma qualidade que torna a água um meio útil para o
fortalecimento. A resistência viscosa aumenta à medida que mais força é exercida contra ela,
mas a resistência cai a zero quase imediatamente após a força ter cessado, pois há apenas uma
Assim, quando uma pessoa que está se reabilitando sente dor e para o movimento, a força
Existem dois tipos de fluxos a serem considerados. O movimento pode ser tanto em
linha reta (fluxo laminar), como turbulento (fluxo turbulento). Durante o fluxo laminar, ocorre
um movimento contínuo do fluido. Há apenas uma fricção entre camadas do fluido, pois elas
deslocam-se de forma circular, o que causará redemoinhos. Isto resulta em uma área de baixa
turbulento é obviamente maior que a resistência ao fluxo laminar (BATES & HANSON,
Campion (2000) e Lopes (2003) transmitem que a turbulência é um termo que indica
fluxo de partículas será quase paralelo ao objeto e prossiguirá em curvas leves e continuas.
grande influência sobre a produção da turbulência. Uma vez que o movimento gera
turbulência, esta pode ser utilizada na hidroterapia tanto para auxiliar quando para estabelecer
uma resistência aos movimentos. A cooperação com os efeitos da turbulência exige equilíbrio
e coordenação e isso pode ser usado para desenvolver essas habilidades como parte do
programa de tratamento.
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DeLisa (2002) e Lopes (2003) explicam que quando a água se move suavemente, com
as camadas se movendo na mesma velocidade, isso é definido como sendo um fluxo laminar
ou uma corrente linear. Quando a água se move rapidamente, mesmo as mínimas oscilações
fluxo turbulento. Os fluxos turbulentos absorvem energia a um percentual muito maior do que
o fluxo laminar, e a percentagem de absorção de energia são determinados pela fricção interna
velocidade do fluido, mas também esta relacionada à densidade, viscosidade do fluido e o raio
do local onde o liquido está contido. A transição do fluxo laminar para o fluxo turbulento
dependem de sua postura e de qualquer elemento que possa alterar o estado neutro do corpo.
Os elementos que influenciam esse estado incluem a temperatura da água, duração da terapia,
1998).
Caromano e Nowotny (2002) e Lopes (2003) transmitem que as forças físicas da água
desencadeados pela prática de exercício físico na água, tornando as respostas mais complexas.
Do ponto de vista fisiológico, inúmeras respostas são desencadeadas pela ação das forças
físicas agindo sobre o corpo imerso na água. Essas incluem respostas de reajuste dos sistemas
A temperatura da água irá elevar a temperatura corporal apenas se estiver mais alta do
do corpo que está imersa. Durante a imersão com a cabeça fora da água o calor é ganho pelas
áreas que estão abaixo da água e perdido através das glândulas sudoríparas nas áreas expostas
ao ar. As mudanças de temperatura variam de sujeito para sujeito (BATES & HANSON,
e sebáceas à medida que a temperatura da pele se eleva. O contato prolongado com a água
macera a queratina, a qual, por absorção de água, se torna mole, espessa e branca
redução na resistência periférica e por essa razão uma queda na pressão arterial
suprimento sangüíneo periférico é aumentado. O sangue que está passando através destes
músculos, se eleva, seus vasos expandem-se e seu suprimento sangüíneo aumenta. Como
acontece com a taxa metabólica geral. Isto aumenta não somente a demanda de oxigênio
como também a produção de dióxido de carbono, fazendo com que a freqüência respiratória
Caromano, et al. (2003) explicam que a resposta renal à imersão inclui o débito
urinário aumentado (diurese) com perda de volume plasmático, sódio (natriurese), perda de
imersão.
DeLisa (2002) relata que a função renal é amplamente controlada pelos hormônios
afetados pela imersão. A aldosterona controla a reabsorção de sódio no túbulo renal distal e é
responsável pela maior parte da perda de sódio com a imersão. A liberação do hormônio
contribuinte importante para o aumento da diurese. Essas respostas renais à imersão podem
causar uma redução na pressão sangüínea. A redução resultante pode ser mantida por um
após a imersão.
corpo até o nível do tórax. Parte do efeito é devido à transferência de sangue para dentro da
cavidade torácica e parte é devido à compressão da própria parede torácica pela água. O efeito
dinâmica respiratória.
Campion (2000) e Lopes (2003) relatam que os efeitos terapêuticos dos exercícios na
aumento na sua tolerância aos exercícios, reeducação dos músculos paralisados, melhora da
coordenação e postura.
O calor da água na qual o sujeito está imerso ajuda a aliviar a dor, reduzindo o
aumenta. Como o calor da água também dilata os vasos superficiais e aumenta o suprimento
sangüíneo à pele, a condição da pele melhora, particularmente nos sujeitos com má circulação
periférica. À medida que o sangue quente atinge os músculos subjacentes e sua temperatura se
eleva, eles se contraem mais facilmente e sua função melhora (SKINNER e THOMPSON,
1985).
compressão nas articulações. A água providencia apoio para os membros lesionados, o que
permite obter uma posição confortável sem aumentar a dor (BATES & HANSON, 1998).
de articulações instáveis, na redução de edemas e pode servir como exercício respiratório para
Para Bates & Hanson (1998), Coromano e Candeloro (2003), as partes submersas do
movimentação das partes do corpo e propicia um meio ideal para a reeducação dos músculos
envolvidos. As propriedades de apoio da água dão aos pacientes com pouco equilíbrio tempo
para reagir quando tendem a cair utilizando a redução da velocidade de movimento na água.
dinâmico. O fluxo também pode ser modificado por equipamentos como palmares, que
62
A força de arrasto pode ser utilizada para facilitar os movimentos, tanto do paciente quanto do
Adicionalmente, explica Campion (2000), a água fornece o potencial para que sejam
realizados exercícios em três dimensões, os quais não podem ser realizados no solo.
Bates & Hanson (1998) relatam que a facilidade na execução do movimento permite
ao paciente conquistar muito mais que em terra, e dá confiança a ele, o que auxilia na
reabilitação.
calor.
Bates & Hanson (1998) descreve que há menos medo de queda ou de machucar a
interação social e trazem apoio e motivação para pacientes com lesões similares nas várias
fases da recuperação.
são submersos, a pressão sobre eles aumenta em relação à existente no ar. A pele reage à
diferentes temperaturas, bem como aprecia o efeito de envolvimento total da água sobre o
corpo quando este está imerso. Os efeitos da turbulência são sentidos inicialmente pela pele.
habilidades que podem ser impossíveis ou difíceis no solo só pode ter efeitos psicológicos
63
favoráveis e duradouros, que elevam a confiança e o moral. Isso pode ser transferido para a
Para pacientes com dor e aqueles que ainda não podem se exercitar em terra, a água
Campion (2000) salienta que a pessoa que pode nadar e participar de qualquer outra
atividade aquática possui uma vantagem social. Essa habilidade a coloca em posição de
igualdade com os outros membros da família e com os amigos, seja ela deficiente ou não. Ela
individual, realizada dentro da água (na altura dos ombros), utilizando a combinação de
respiração profunda com movimentos leves e amplos dos membros superiores, membros
Ai-Chi é uma atividade corporal aquática desenvolvido Por Jun Kuonno do Japão e a
presa em nosso ponto cardíaco através de movimentos suaves na água. O Ai-Chi trabalha o
espiritual. Indicado para melhora da coordenação, equilíbrio e postura. Pode ser aplicado em
grupos ou individualmente. A temperatura da água deverá estar por volta de 30° C, e deverão
ser utilizados os movimentos mais básicos no início para poder evoluir lentamente e com
os benefícios em relação ao manejo da dor. São os dois pontos mais citados por
oxigênio em 7%, segundo pesquisa feita por fisiologistas no Japão. A naturalidade dos
O Ai-Chi trata o sistema nervoso com muito carinho e tolerância, se não é possível ir
além do que o músculo permite, então, paciência e repetimos mais uma vez e então os órgãos
tendinosos de golgi aos poucos vão permitindo a liberação e descontraindo aquele músculo
do sistema nervos e permite que aos poucos aquela articulação possa atingir um grau máximo
físicas da água em especial a pressão hidrostática. Sente-se que é um trabalho muito rico
nestas articulações. O Ai-chi usa os movimentos para ensinar ao corpo que ele pode se soltar e
se livrar das amarras que se cria ao redor do coração para proteção de nossos sentimentos.
A música é composta por ritmo, melodia e harmonia, e segundo Willems (1969), cada
um destes aspectos têm sua determinada atuação: o ritmo primordialmente no corpo, nos
movimentos; a melodia nas emoções e a harmonia no intelecto. De acordo com Tame (1984),
influenciar na digestão. Vários autores asseguram que uma das funções da música é dirigir a
como cansaço, dor ou até tensão psicológica (Gfeller, 1988). Entretanto, o estilo musical
diminuição de estresse, necessita ser investigado (apud VALIM et al., 2005; CHAGAS,
2004).
muscular... acelera a respiração e diminui a sua regularidade... produz um efeito distinto, mas
variável, sobre o volume, o pulso e a pressão sangüínea... reduz o limiar dos estímulos
“No nosso corpo físico ocorrem mudanças decorrentes da sua exposição aos sons e à
música; essas mudanças podem ter lugar mesmo que não as percebamos conscientemente.
Significativamente, pode não ser necessário manter a consciência para que essas mudanças
ocorram ou até não ser preciso dar uma permissão para que tenham lugar. Por causa disso,
uma parte considerável da responsabilidade pelo efeito físico da música pode caber aos que a
66
executam, pois ela não exige uma permissão consciente por parte do ouvinte para nos afetar
mais que a ciência tenha avançado, a compreensão de como ela exerce influência sobre os
seres humanos, constitui ainda, um desafio e um campo a ser explorado. Sabemos que a
espiritual. Entretanto, muitos dos caminhos pelos quais isso ocorre, ainda nos são um tanto
É a ordenação de sons dispostos numa escala ascendente e descendente, formando frases que
combinados nos afetam, no sentido do seu efeito mais ou menos agradável (VALIM, 2002).
momento. A dor se torna soberana e demanda uma atenção imediata. Por ter uma forte
qualidade emocional, obriga o indivíduo a fazer algo para pará-la e quanto mais atenção é
focalizada numa experiência dolorosa, mais dor o indivíduo sente. "É aí que a música entra
Como cita o escritor inglês Aldous Huxley (LEÃO e SILVA, 2004), "depois do
silêncio, o que mais se aproxima de expressar o inexprimível é a música". Embora exista uma
infinidade de sons que nos cercam, alguns até mesmo inaudíveis para o ouvido humano,
quando falamos de música só nos interessam as ondas sonoras que se propagam no ar e que se
caracterizam por sua beleza e organização e que se diferenciam dos demais sons da natureza e
mesmo dos ruídos. Nietzsche (LEÃO e SILVA, 2004) acreditava que a vida sem a música é
da Música, não ouvimos com o nosso ouvido, mas sim com o nosso cérebro. O ouvido
cérebro, "pois tudo isso influencia na expressão da dor que o indivíduo sente” (PEREIRA et
al., 2005).
A música é mais do que uma sonoridade específica; ela é aquilo que simboliza,
representa ou evoca. Como afirmam vários autores, os quatro domínios da natureza humana
(cognitivo, afetivo, emocional e motor) estão estritamente ligados aos elementos constitutivos
(TIBEAU, 2005).
confirmamos nossa consideração de que o ritmo é movimento, que o movimento é ritmo e que
entendido como a capacidade do homem de agir com intenção, sentido e significado. Nesse
uma unicidade, uma integração, uma vez que ambos provêm da mesma origem o ritmo
separado pela forma de manifestação exterior. Para Camargo (1999) a interação música-
Costa (2000) afirma que entender a música é um ato subjetivo, reflexivo, um processo
intencionalidade operante e intencionalidade dinâmica, que nos abre canais para ir além de
nós mesmos.
69
3. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
pacientes do sexo feminino, inscritas nas Clínicas integradas da Faculdade Assis Gurgacz-
fobia a água, alguma patologia que impedia a realização de atividades na água, HAS
(Hipertensão Arterial Sistólica) não controlada e aquelas pacientes que não apresentavam o
fibromialgia por escrito, com idade entre 30 à 50 anos, inscritas na lista de espera da Clínica
3.2 PROCEDIMENTOS
Foi realizada uma triagem com as pacientes que constavam na lista de espera da
entrou em contato com todas as pacientes onde foi marcado um horário para realização da
primeira avaliação das pacientes. Antes das pacientes responderem os questionários todas
Das doze pacientes avaliadas seis foram excluídas da pesquisa por não se encaixarem
nos critérios de inclusão e exclusão mencionados acima, uma foi excluída da pesquisa, pois
apresentava diagnostico de HAS não controlada, uma por não ter disponibilidade de horário e
quatro por não apresentarem o diagnóstico clínico da patologia, as seis restantes foram
participaram do grupo I (com música) e as três restantes para o grupo II (sem música), porém
no grupo II (sem música) uma das pacientes interrompeu o atendimento, pois voltou a
trabalhar.
A técnica escolhida foi o relaxamento Ai-Chi em um dos dois grupos foi incluída a
utilização de música erudita na qual as mulheres optaram entre músicas solo, orquestrada ou
de câmara, e esta escolha se deu através de uma votação realizada entre as mesmas, onde o
estilo vencedor foi música solo e este foi utilizado em todos os atendimentos, já no grupo II os
respiração, três de membros superiores, cinco dos membros inferiores e três movimentos
1) Início com os pés separados, joelhos semifletidos com rotação externa de quadril
2) Flexão dos joelhos, até que a água alcance o nível dos ombros, permanecendo com os
Exemplo: inspiração pelo nariz, com as palmas das mãos em prono. Puxa o ar pelo nariz, com
quadris, mantendo a coluna ereta, os MMSS encontram-se com os ombros flexionados a 90º
realiza movimentos de pronação e supinação, quando inspira puxa o ar pelo nariz e realiza
uma supinação, quando expira solta o ar pela boca realizando o movimento de pronação.
72
FONTE: <www.aquabrasil.info/ai_chi.html>
mantendo a coluna ereta,, os MMSS encontram-se com os ombros flexionados a 90º palmas
das mãos em supino, faz pronação e após realiza exercício lentos de flexão e extensão de
ombros.
FONTE: <www.aquabrasil.info/ai_chi.html>
73
direção a pelve.
FONTE: <www.aquabrasil.info/ai_chi.html>
mantendo a coluna ereta, os MMSS encontram-se abduzidos a 90º lateralmente com as palmas
das mãos em supino, realiza exercícios de flexão e extensão de cotovelo permanecendo com
FONTE: <www.aquabrasil.info/ai_chi.html>
mantendo a coluna ereta, os MMSS encontram-se cruzados na frente do corpo com as palmas
da mãos em prono, realiza-se abdução dos MMSS com as palmas das mãos em supino,
FONTE: <www.aquabrasil.info/ai_chi.html>
FONTE: <www.aquabrasil.info/ai_chi.html>
flexão, coluna ereta, os MMSS aduzidos com flexão de ombros a 90º, palma da mão esquerda
em supino e palma da mão direita em prono, paciente realiza uma leve flexão do joelho
direito, uma leve rotação do tronco para o lado esquerdo, abduzindo o MSE e permanecendo
como MSD na posição inicial, posteriormente realizar o movimento para o outro lado.
FONTE: <www.aquabrasil.info/ai_chi.html>
76
mantendo a coluna ereta, MMSS abduzidos a 90º lateralmente realiza movimento de rotação
de tronco associado ao movimento de adução do MSD até este se encontrar com o MSE, após
o MSE realiza uma abdução, posteriormente realiza o movimento para o outro lado.
FONTE: <www.aquabrasil.info/ai_chi.html>
flexão coluna, tronco alinhado na linha média fazer uma rotação de tronco associada a adução
FONTE: www.aquabrasil.info/ai_chi.html
77
ligeiramente inclinado para trás MMSS abduzidos a 90, o paciente inclina o corpo para frente
levando o peso do corpo para o MIE e aduzindo os MMSS alinhado-os na linha média,
FONTE: www.aquabrasil.info/ai_chi.html
tronco alinhado na linha média e os MMSS aduzidos na linha média 90º, inclina levemente o
tronco para trás abduzindo os MMSS e elevando o MIE até 90º, posteriormente altera o
FONTE: <www.aquabrasil.info/ai_chi.html>
78
MIE estendido em planti-flexão tronco levemente inclinado para trás e os MMSS abduzidos,
paciente inclina levemente o tronco para frente aduzindo os MMSS até a linha media a 90º e
FONTE: <www.aquabrasil.info/ai_chi.html>
aduzidos a 90º na linha média , paciente leva o MID para trás , abaixa os MMSS e inclina o
FONTE: <www.aquabrasil.info/ai_chi.html>
flexionados a 90º cruzar os MMSS na linha média a frente do tronco e cruzar os MMII
FONTE: <www.aquabrasil.info/ai_chi.html>
tronco alinhado, realiza o movimento de cruzar os MMSS e o MMII na linha média girando o
corpo 180ºpara o lado direito voltando para a posição inicial.Realizar o movimento para os
dois lados.
80
FONTE: <www.aquabrasil.info/ai_chi.html>
paciente realizar a abdução dos MMSS ao mesmo tempo irá descruzar os MMII.
FONTE: <www.aquabrasil.info/ai_chi.html>
A primeira avaliação foi realizada no dia 25 de Agosto de 2006 Após a avaliação foi
atendimento houve uma reavaliação física das pacientes e do questionário SF-36 e a E.V.A.e
qual a melhora nas atividades diárias. No dia 22 de Setembro de 2006 após o término dos dez
questionário SF-36 e da E.V.A e qual sua melhora nas atividades diárias, sendo feita então
uma relação de antes, durante e depois do programa de tratamento, dando assim margem para
3.3 INSTRUMENTOS
entre 32,5º à 36,5º C, situada nas Clínicas integradas da Faculdade Assis Gurgacz –FAG –Pr.
As avaliações foram realizadas nos consultório número dois (2) da Clínica de Fisioterapia da
Faculdade Assis Gurgacz – FAG, a escala utilizada para a avaliação foi a Escala Analógica
foram realizados para o grupo I(com música) quatro vezes por semana das 11h00min às
11h40min horas e para o grupo que não foi utilizado a música grupo II foram realizados os
atendimentos segundas, terça, quintas e sextas feiras das 17h50min às 18h30min. Foi utilizado
contaram com o auxílio de uma acadêmica escolhida pela pesquisadora onde esta apenas
82
pacientes.
Os resultados deste trabalho foram analisados através do programa Microsoft Excel para
a construção dos gráficos apresentados a seguir. Em relação as possíveis melhoras dos escore
do SF-36 e da E.V.A.
83
4 RESULTADOS
O SF-36 (Short Form Health Survey) foi criado para ser um questionário genérico de
avaliação e consiste de duas partes, sendo a primeira para avaliar o Estado de Saúde (com
questões relacionadas à mobilidade física, dor, sono, energia, isolamento social e reações
emocionais) e a segunda para avaliar o impacto da doença na vida diária do paciente. Trata-se
componentes.
relacionadas à capacidade física. O gráfico 1 a seguir está representeando o score das três
avaliações inicial, intermediária e final dos dois grupos. Na avaliação inicial do grupo I, grupo
último atendimento o score aumentou para 48%, isso significa que a capacidade funcional
Já o grupo que não foi utilizado a música na avaliação inicial teve um score de 10% e
avaliação final o score foi para 20%, o aumento da capacidade funcional deste grupo foi de
60
48%
50
40
Porcentagem %
28% 20%
30
15%
20
12% 10%
10
0
Avaliação Inicial Avaliação Intermediária Avaliação Final
Os aspectos físicos foram avaliados através das limitações quanto ao tipo e quantidade
de trabalho, bem como quanto essas limitações dificultam a realização do trabalho e das
atividades da vida diária. O score da avaliação inicial nas pacientes do grupo I apresentou-se
de 25% para os aspectos físicos, na avaliação final o score aumentou para 50%, isso significa
Já no grupo que não foi utilizado a música na avaliação inicial obteve-se um score de
13% e na avaliação final o score atingiu 25%, o aumento dos aspectos físicos foi de 12%.
60
50 %
50
Porcentagem%
40
33 %
30 25 % 25 %
20 17 %
13 %
10
0
Avaliação Inicial Avaliação Intermediária Avaliação Final
A dor foi avaliada de acordo com sua intensidade e sua interferência nas atividades de
vida diária. O gráfico 3 deve ser analisado da seguinte forma, quanto mais o score se
aproximar de zero (0) maior e a presença de dor, e quanto mais próximo a cem (100), menor
dor a paciente apresenta O gráfico 3 abaixo mostra o score das três avaliações realizadas no
grupo I, que se apresentou de 12% para dor na avaliação inicial e após o décimo atendimento
teve uma redução de 52% da dor, já as pacientes sem música tiveram na avaliação inicial um
86
score de 12% e na avaliação final uma redução de 27%da dor. Isso significa que o grupo I
apresentou uma redução total de 40% na dor, já o grupo II apresentou uma redução total de
apenas 15% ou seja, uma diferença de 25%. O que indica que a resposta quanto à diminuição
60
52%
50
40
Porcentagem %
31%
30 27%
22%
20
12% 12%
10
0
Avaliação Inicial Avaliação Intermediária Avaliação Final
O estado geral de saúde avaliou como o paciente sentia-se em relação a sua saúde
global. O gráfico 4 que está representado a seguir mostra que o score do estado geral de saúde
das pacientes do grupo I obtive um aumento de 28% de melhora no seu estado geral de saúde
sendo que na avaliação inicial o scorre apresentou-se de 15% para o estado geral de saúde e
87
melhora no seu estado geral de saúde sendo que na avaliação inicial as pacientes apresentaram
o scorre de 8%e na avaliação final o score subiu para 23%. A diferença neste caso de um
grupo para o outro variou apenas em 13%. Indicando resultado mais evidente no grupo I.
50
45
43%
40
35
30%
Porcentagem %
30
25 23%
20
15
15% 13%
10 8%
5
0
Avaliação Inicial Avaliação Intermediária Avaliação Final
4.5 VITALIDADE
apresentaram na avaliação inicial uma média de 12% de vitalidade, após a avaliação final sua
vitalidade foi para 42% ou seja, obteve aumento de 30% da sua vitalidade. Já as pacientes do
grupo II na avaliação inicial apresentaram score de 10%, já na avaliação final o aumento foi
88
de 25% o que significa que tiveram melhora de 15%. Esses resultados estão representados no
45 42%
40
35
30 27%
Porcentagem %
25%
25
20 18%
15 12%
10%
10
avaliação inicial o score foi de 21%, e na avaliação final o score foi para 46%, já as pacientes
resultado de 13%, na avaliação final o score foi de 25%, isso significa que o grupo I
89
apresentou uma melhora de 13% a mais que o grupo II. Estes dados estão representados no
50 46%
45
40
35 33%
Porcentagem %
30
25% 25%
25 21%
20
15 13%
10
5
0
Avaliação Inicial Avaliação Intermediária Avaliação Final
uma média de 22% e após o décimo atendimento esta média subiu para 56% ou seja, da
avaliação inicial para a avaliação final as pacientes obtiveram uma melhora de 34%. Já as
score subiu para 33%, um aumento de 16% do score da avaliação inicial para a avaliação final
60 56%
50
40
Porcentagem %
33% 33%
30
22%
20 17% 17%
10
0
Avaliação Inicial Avaliação Intermediária Avaliação Final
representando o score da avaliação inicial realizada antes dos atendimentos das pacientes do
grupo I apresentavam a Saúde mental de apenas 15%, na avaliação final o scorre aumentou
para 52%, isso significa que a Saúde mental destas pacientes melhorou em 37%.
91
Já no grupo II a avaliação inicial teve um score de 18%, na avaliação final o score foi
para 28%, o aumento da Saúde mental deste grupo foi de 10%, ou seja, 27% a menos do que o
grupo que utilizou a música. Isso significa que o grupo que foi utilizado a música teve um
60
52%
50
40
Porcentagem %
32%
30 28%
22%
20 18%
15%
10
0
Avaliação Inicial Avaliação Intermediária Avaliação Final
4.9 EVA
grupo I que apresentavam 100% de dor, e após o décimo atendimento obteve um score de
40%, ou seja, uma diminuição de 60% da dor, já as paciente do grupo II apresentavam o EVA
de 100% na primeira avaliação, e após o décimo atendimento caíram para 80%, ou seja, uma
92
melhora de 20% da dor. O grupo I obteve 40% a mais de alivio no quadro álgico, quando
GRÁFICO 9: Escala Visual Análoga de Dor (E.V.A.) para o Grupo I e Grupo II.
12
100% 100%
10
90%
80%
8 70%
Porcentagem %
6
40%
4
0
Avaliação Inicial Avaliação Intermediária Avaliação Final
5 DISCUSSÕES
reumatóide. Esse questionário genérico aborda vários aspectos da qualidade de vida que
1992).
simples aumento na pontuação em cada domínio do questionário, por menor que tenha sido,
escores de todas as escalas do SF-36 e de forma significante, um impacto maior nas escalas de
capacidade funcional, dor corporal, estado geral de saúde, vitalidade e saúde mental nos dois
grupos antes dos atendimentos. Os quais em ambos obtiveram aumento evidente no score,
Campos e Coraucci Neto (2004) e Ferro (2004), definem capacidade funcional como
sendo a habilidade para realizar as atividades normais de vida diárias com eficiência,
inicial, mas após o atendimento utilizando Ai-Chi e a música no grupo I obteve um aumento
possibilita que tais indivíduos realizem diversas atividades sem a presença da dor e das
Algumas das pessoas com fibromialgia apresentam severos sintomas que as tornam
observar quanto aos aspectos físicos nos dois grupos, evidenciando melhora em 25% no grupo
I após o tratamento.
Martinez et al., (1992) dizem que o grau de sofrimento e de desamparo imposto pela
fadiga, cefaléia crônica e outros, deve prejudicar o desempenho desses pacientes em sua vida
abrangente que utiliza os exercícios aquáticos para ajudar na reabilitação de várias patologias,
movimentos muda com a alteração dos tempos musicais. É como se a música determinasse
Observa-se um impacto importante quando se refere ao score de dor, nos dois grupos,
a medida que a escala da dor corporal faz parte do componente físico, a dor por definição é
95
Toni et al., (2005), citam que estudos realizados em 1998 e 2001 relatam que a
imersão em água aquecida associada com as propriedades físicas da água provocam uma
afirma que o Ai-Chi é uma técnica eficiente para este fim, a qual realiza movimentos leves e
pois a música é uma atividade de lazer, que ajuda o paciente a focar sua atenção que antes
Bruya e Seventon apud Hanter (2005), descobriram que as curvas alfas do cérebro,
que são relacionadas com o relaxamento, podem ser estimuladas pela música. Updike, Heitz e
Wipple apud Hanter (2005), estudaram o controle da dor através da música, mostraram uma
diminuição da percepção da dor após o uso da musicoterapia. Updike mostrou que 2/3 dos
pacientes admitidos tinham alguma forma de dor (emocional ou física) que após a
musicoterapia todos experimentaram uma diminuição ou ausência da dor. Heitz usava uma
escala visual para medir a dor e o próprio paciente referia se tinha mais ou menos dor, de
acordo com a intervenção a cada quinze minutos de terapia. Ele demonstrou que a
maioria dos efeitos observados durante e após a terapia aquática. O calor da água em que o
paciente esta imerso vai ajudar a aliviar a dor, reduzir o espasmo muscular e induzir ao
bombardeamento do estimulo sensorial viaja através de fibras que são mais largas e mais
rápidas e tem uma maior condutibilidade que as fibras da dor. Durante a imersão em água
resultado, a percepção de dor do paciente fica enganada ou bloqueada. Esta redução na dor é
score do estado geral de saúde já as pacientes do grupo II obtiveram uma melhora de 15% ou
seja, uma diferença de 13% de um grupo para o outro. Para confirmar as melhoras quanto às
avaliações do estado geral de saúde de ambos os grupos, relata-se que muitos profissionais
remédio da alma e que chega ao corpo por intermédio dela, apresentando não só efeitos sobre
o físico, mas também sobre a mente. Produz efeitos psicológicos variados. As emoções, a
Uma das maiores descobertas cientificas foi a de que a música penetra na mente
humana através daquela porção do cérebro que não depende da vontade, da parte consciente,
mas estimula, por meio do tálamo, a sede de todas as emoções, sensações e sentimentos,
invadindo o centro cerebral automaticamente, quer a pessoa queira ou não (HATEM, 2005).
Quando se refere à saúde mental dos grupos antes e após tratamento observa-se
melhora de 37% no grupo da música, evidenciando estes resultados Cunha et al. (2000) relata
insônia. Segundo Toni et al. (2005) o Ai-Chi trata o sistema Nervoso (SN) com muito carinho
e tolerância, usando os movimentos para ensinar o corpo que ele pode se soltar e se livrar das
para a qualidade de vida das pessoas e, dentre as contribuições mais importantes para a saúde
humor e na auto-estima.
reações que tendem a diminuir a ativação do sistema nervoso simpático (SNS), caracterizando
parassimpática.
é promovido no meio aquático devido às propriedades físicas da água, as quais tem influencia
Segundo Leão (2005) a musicoterapia é bastante ampla e pode ser definida, como a
(centímetros), considerando-se a media obtida antes da terapia nos dois grupos, constatando
que a maioria apresentava altos índices de dor, tornando evidente o resultado do grupo I após
fibromialgia e também 81 controles normais, pareados por sexo e idade. Utilizaram para
fibromialgia apresentavam altos níveis de dor utilizando a escala análoga de dor (E.V.A.).
uma atenção imediata. Por ter uma forte qualidade emocional, obriga o individuo a fazer algo
para pará-la e quanto mais atenção é focalizada numa experiência dolorosa, mais dor o
individuo sente, relatado por Cunha et al., (2000). É ai que a música entra como um
Segundo Borchgrevink Leão (2001) não ouvimos com nosso ouvido, mas sim com o
Leão e Silva (2004) a firma que por promover relaxamento muscular, a música quebra
o circulo vicioso da dor crônica por aliviar a ansiedade e depressão e, portanto altera a
individuais.
99
Mc Caffery (1990) Leão (2005) indica o uso da música, entre outros métodos, como
uma abordagem não farmacológica efetiva para o controle da dor, por se caracterizar como
um método de distração e esta entre as estratégias mais eficazes de apresentar um alto nível de
pacientes submetidos a cirurgia abdominal observou que 89% do grupo, após dois dias de
E evidente que neste estudo apresentado, o grupo I com música apresentou resultados
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
SF-36 foi possível definir um critério de melhora para as pacientes fibromiálgicas, sendo o
menor valor encontrado de 8% para a avaliação do estado geral de saúde, e o maior valor
encontrado foi de 56% para a avaliação dos aspectos emocionais, este aumento se deu nos
dois grupos, porém foi mais evidente no grupo que foi utilizado a música, pois esta provoca
isolamento, pois é uma atividade de lazer, que distrai a atenção do paciente que antes era
voltada para a dor e ansiedade, voltando-a para uma atividade mais prazerosa. Verificamos
que a hidroterapia fornece a melhora da capacidade funcional, pois possibilita que tais
indivíduos realizem varias atividades sem a presença de dor e de limitações impostas pela
fibromialgia. Sugerimos outros estudos com um maior número de atendimentos e uma maior
amostra.
101
REFERÊCIAS BIBLIOGRAFICAS
BATES, A.; HANSON, N. Exercícios aquáticos terapêuticos. 1ª Editora São Paulo: Editora
Manole, 1998.
CAMPBELL, S.M.; CLARK, S.; TINDALL, E.A.; FOREHAND, M.E.; BENNETT, R.M. –
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privação sensorial e o relaxamento em hidroterapia. Disponível em:
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HATEM, T.P.; LIRA, P.I.C.; MATTOS S.S.; Efeitos Terapêuticos da Música em Crianças
em Pós-operatório de Cirurgia Cardíaca. Disponível em:
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OKIFUJI, A.; et al. - A Standardized Manual Tender Point Survey: I. Development and
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PEREIRA, L.D; MACHADO, E.; ZENKNER, J.E.; TABERELLI, Z.; BASSO, I. A música
como uma ferramenta auxiliar no controle de ansiedade durante procedimentos
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PROVENZA, J.R.; POLLAK, D.F.; MARTINEZ, J.E.; PAIVA, E.S.; HELFENSTEIN, M.;
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TOMI, F. D.; GOLDONI, R.; SGROTT. F.O. F.; DIAS, S.L.;RIBAS, D.R.; Ai-Chi como
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“Medical outcomes study 36-item short-form health survey (SF- 36)” [tese(doutorado)]. São Paulo: Universidade Federal de
São Paulo; 1997.
INSTRUÇÕES: ESTA PESQUISA QUESTIONA VOCÊ SOBRE SUA SAÚDE. Estas informações
nos manterão informados de como você se sente e quão bem você é capaz de fazer suas atividades de
vida diária. Responda cada questão marcando a resposta como indicado. Caso você esteja inseguro em
como responder, por favor, tente responder o melhor que puder.
2. comparada a um ano atrás, como você classificaria sua saúde em geral, agora?
3. os seguintes itens sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia
comum. Devido a sua saúde, você tem dificuldade para fazer essas atividades? Neste caso,
quanto?
Atividades Sim dificulta Sim dificulta Não. Não dificulta
muito Um pouco De modo algum
a. Atividades vigorosas, que exigem muito
esforço, tais como: correr, levantar objetos 1 2 3
pesados, participar em esportes árduos.
b. Atividades moderadas, tais como mover 1 2 3
uma mesa, passar aspirador de pó, jogar
bola, varrer a casa
c. Levantar ou carregar mantimentos 1 2 3
d. Subir vários lances de escada 1 2 3
e. Subir um lance de escada 1 2 3
f. Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3
g. Andar mais de 1 quilômetro 1 2 3
h. Andar vários quarteirões 1 2 3
111
i. Andar um quarteirão 1 2 3
j. Tomar banho ou vestir-se 1 2 3
4. durante as últimas quatro semanas, você teve algum dos seguintes problemas com o seu
trabalho ou com alguma atividade física diária regular, como conseqüência de sua saúde
física?
Sim Não
a. Você diminuiu a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a 1 2
outras atividades?
b. Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2
c. Esteve limitada no seu tipo de trabalho ou em outras atividades? 1 2
d. Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p.ex: necessitou 1 2
de um esforço extra)?
5. durante as últimas quatro semanas, você teve algum dos seguintes problemas com o seu
trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de algum problema emocional
(como se sentir deprimido ou ansioso)?
Sim Não
a. Você diminuiu a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a 1 2
outras atividades?
b. Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2
c. Não trabalhou ou não fez qualquer atividade com tanto cuidado como 1 2
geralmente faz?
6.durante as últimas quatro semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas
emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, vizinhos,
amigos ou em grupo?
De forma nenhuma 1
Ligeiramente 2
Moderadamente 3
Bastante 4
Extremamente 5
Nenhuma 1
Muito leve 2
Leve 3
Moderada 4
Grave 5
Muito grave 6
112
8. Durante as últimas quatro semanas, quanta dor interferiu com o seu trabalho normal
(incluindo tanto trabalho, fora de casa e dentro de casa)?
De maneira alguma 1
Um pouco 2
Moderadamente 3
Bastante 4
Extremamente 5
9. Estas questões sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as
últimas quatro semanas. Para cada questão dê uma resposta que mais se aproxime da maneira
como você se sente. Em relação às últimas 3 semanas.
10. Durante as últimas 4 semanas, quanto do seu tempo a sua saúde física ou problemas
emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc)?
Todo tempo 1
A maior parte do tempo 2
Alguma parte do tempo 3
Uma pequena parte do tempo 4
Nenhuma parte do tempo 5
113
11. Quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?
Questão Pontuação
01 1=5 2=4,4 3=3,4 4=2.0 5= 1,0
02 Soma normal
03 Soma normal
04 Soma normal
05 Soma normal
06 1=5 2= 4 3=3 4=2 5=1
07 1= 6,0 2=5,4 3= 4,2 4=3,1 5= 2,2 6=1,0
08 Se 8=1 e 7=1 = 6
Se 8=1 e 7=2 a 6 = 5
Se 8=2 e 7=2 a 6 = 4
Se 8=3 e 7= 2 a 6 = 3
Se 8=4 e 7= 2 a 6 = 2
Se 8=5 e 7= 2 a 6 = 1
Raw Scale:
Dados Perdidos:
Se responder mais de 50% = substituir o valor pela média
115
Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima identificado. O documento
abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua
colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento,
isso não causará nenhum prejuízo a você.
então uma relação de antes, durante e depois do programa de tratamento para depois discutir e
concluir.
1. O benefício esperado é: Os benefícios deste trabalho será a promoção de um maior relaxamento,
volta a atividades de vidas diárias, verificar se o nível de stress diminui após os atendimentos, se as
pacientes apresentarão melhora no quadro de dor.
O desconforto e risco esperado são: Os riscos e de afogamento.As medidas de proteção adotadas
serão: a utilização de flutuadores e a presença de duas terapeutas.Os procedimentos para reduzir a
ocorrência dos possíveis riscos e desconforto serão: para prevenir este possível risco estarão presente
a pesquisadora responsável pelo mesmo e mais uma acadêmica convidada pela pesquisadora para
auxiliar nos atendimentos. Esta acadêmica e do oitavo período de Fisioterapia da Faculdade Assis
Gurgacz – FAG.
2. A minha participação neste projeto tem como objetivo: de valorizar o estudo colaborando com
dados quantitativos objetivando a cura das mais variadas patologias.
3. A minha participação é isenta de despesas e tenho direito.(à assistência, tratamento e indenização
por eventuais danos, efeitos colaterais e reações adversas decorrentes de minha participação na
presente pesquisa).
4. Declaro estar ciente de que não está prevista nenhuma forma de remuneração para a minha
participação no presente estudo.
5. A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou no meu bem estar físico Não virá
interferir nas minhas atividades de vida diárias.
6. Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo, mas concordo que sejam
divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados;
Poderei consultar o pesquisador responsável (acima identificado) ou o CEP-FAG, com endereço na Faculdade Assis
Gurgacz, Av. das Torres, 500, Cep 85807-030, Fone: (45) 3321-3965 ou www.comitedeetica@fag.edu.br sempre que
entender necessário obter informações ou esclarecimentos sobre o projeto de pesquisa e minha
participação no mesmo.
7. Tenho a garantia de tomar conhecimento, pessoalmente, do(s) resultado(s) parcial(is) e final(is)
desta pesquisa.
Declaro que obtive todas as informações necessárias e esclarecimento quanto às dúvidas por mim
apresentadas e, por estar de acordo, assino o presente documento em duas vias de igual teor
(conteúdo) e forma, ficando uma em minha posse.
________________________________________
Sujeito da pesquisa
_________________________________
Pesquisador Responsável pelo Projeto
Testemunhas:
_______________________________________ ___________________________________________
Nome: Nome:
RG: RG:
CPF/MF: CPF/MF:
Telefone: Telefone: