DR2018

Direito Romano - 2018
Avaliação
Avaliação oral:
4, 5, 11 e 12 de junho – Peso 5
Avaliação final:
Meados de junho – Peso 4
Monitoria:
Peso 1
Bibliografia
MOREIRA ALVES, José Carlos, Direito Romano, Rio de Janeiro, Forense, 2008.
CORREIA, Alexandre, SCIASCIA, Gaetano, Manual de direito romano, São Paulo, Revista dos
Tribunais, 1988.
MARKY, Thomas, Elementos de direito romano, São Paulo, Saraiva, 2009. KASER, Max,
Römisches Privatrecht, München, Beck, 1992 (trad. port.

Rodrigues, S. e Hämmerle, F., Direito Privado Romano, Lisboa, Fundação
Calouste Gulbenkian, 1999.
Importância do estudo do Direito Romano hoje
- Direito privado moderno no mundo ocidental

- Ex.: Europa continental, América do sul, Japão
Sistemas de direito
- Sistema romano-germânico
- Sistema anglo-saxão
- Sistemas religiosos
- Ferramenta de ensino
- Direito europeu
- História do direito
Objeto de estudo
450 a. C. 566 d. C.
Lei das XII Tábuas Morte de Justiniano
Período Clássico: séc. II a. C. (Lex Aebutia) até 305 d. C. (morte de Diocleciano)
- Roma: Ciência do direito (ius)

- Dificuldades: Fontes, Textstufen
Fontes do Direito
- Fontes de cognição do Direito

Ex.: Corpus Iuris Civilis, textos de Cícero, papiros
- Fontes de produção do Direito

Gai. 1, 2: Constant autem iura populi Romani ex legibus, plebiscitis, senatusconsultis,
constitutionibus principum, edictis eorum qui ius edicendi habent, responsis prudentium.
"O direito do povo romano é formado por leis, plebiscitos, senatusconsultos, constituições imperiais,
editos daqueles que têm direito de fazer editos, e pareceres de juristas".
- Costume
Direito não escrito
- Lei
Gai. 1, 3: Lex est quod populus iubet atque constituit.
"Uma lei é aquilo, que o povo estabelece por meio de sua própria determinação".
lex data - lex rogata

- Lei das XII Tábuas (450 a. C.)
8, 3: Qui iniuriam alteri facit, V et XX sestertiorum poenam subito.
"Quem gerou a outro uma injustiça, deve sofrer a pena de 25
sestércios".
index – praescriptio – rogatio – sanctio

legis perfectae
legis minus quam perfectae legis
imperfectae
- Plebiscito
Gai. 1, 3: Lex est quod populus iubet atque constituit. Plebiscitum est quod plebs iubet atque
constituit. Plebs autem a populo eo distat quod populi appellatione universi cives significantur
connumeratis etiam patriciis; plebis autem appellatione sine patriciis ceteri cives significantur; unde
olim patricii dicebant plebiscitis se non teneri, quia sine auctoritate eorum facta essant; sed postea
lex Hortensia lata est, qua cautum est ut plebiscita universum populum tenerent; itaque eo modo
legibus exaequata sunt.
"Uma lei é aquilo, que o povo estabelece por meio de sua própria determinação. Um plebiscito é o
que a plebe estabelece por meio de sua própria determinação. A plebe diferencia-se do povo, pois o
“povo” é composto de todos os cidadãos, inclusive os patrícios, enquanto que a “plebe” é composta
pelo resto dos cidadãos com exceção dos patrícios. Assim, diziam os patrícios que eles não estariam
submetidos aos plebiscitos, uma vez que foram feitos sem a sua colaboração.
Depois, entretanto, foi estabelecida a Lex Hortensia, que determinou, que os
plebiscitos eram vigentes para todo o povo, sendo assim, equiparados às leis ".
286 a. C. – lex Hortensia

Ex.: lex Aquilia (285 a. C.)

Gaius, D. 9, 2, 2 pr.
Lege Aquilia capite primo cavetur: ut qui servum servamve alienum alienamve quadrupedem vel
pecudem iniuria occiderit, quanti id in eo anno plurimi fuit, tantum aes dare domino damnas esto.
Está no primeiro capítulo da Aquilia: "Quem mata, contra o direito, um escravo ou uma escrava de
terceiro ou um animal de carga quadrúpede, deve ser obrigado a indenizar o proprietário com
maior valor da coisa no ano anterior, em dinheiro".
- Senatusconsulto
- Gai. 1, 4: Senatusconsultum est quod senatus iubet atque constituit, idque legis vicem
optinet, quamvis fuerit quaesitum.
"Um senatusconsultum é aquilo, que o senado estabelece por meio de sua própria determinação, e
tem a força de uma lei, mesmo que isso não tenha sido pacífico".
- Constituições imperiais
- Gai. 1, 5: Constitutio principis est quod imperator decreto vel edicto vel epistula constituit. Nec
umquam dubitatum est, quin id legis vicem optineat, cum ipse imperator per legem imperium
accipiat.
"Uma constituição imperial é aquilo, que o imperador estabelece por meio de decreto, edito ou carta.
Que ela tenha a força de uma lei, nunca foi discutido, uma vez que o imperador tem o seu poder de
violência por meio da lei".
- Editos dos magistrados
Gai. 1, 6: <Edicta sunt praecepta eorum, qui ius edicendi habent>. Ius autem edicendi habent
magistratus populi Romani; sed amplissimum ius est in edictis duorum praetorum, urbani et peregrini
...
"<Editos são preceitos daqueles, que tenham o direito, de promulgar editos>. Esse direito têm os
funcionários do povo romano, mas os dois pretores têm tal direito mais aprofundadamente, aqueles que
são responsáveis pelas cidades e pelos estrangeiros..."
Ex.: Edito do edil
Cic. off. 3,71: Nec vero in praediis solum ius civile ductum a natura malitiam fraudemque vindicat,
sed etiam in mancipiorum venditione venditoris fraus omnis excluditur. Qui enim scire debuit de
sanitate, de fuga, de furtis, praestat edicto aedilium.
"Não apenas em relação a imóveis a má fé e a fraude são punidas pela natureza do direito civil, também
na venda de escravos toda a fraude é coberta pelo vendedor. Quem tem de saber sobre a saúde, a
tendência a fugas e furtos anteriores, ele responde segundo o edito dos edis."
- Resposta dos jurisconsultos
Gai. 1, 7: Responsa prudentium sunt sententiae et opiniones eorum, quibus per- missum est iura
condere. Quorum omnium si in unum sententiae concurrunt, id quod ita sentiunt, legis vicem potinet;
si vero dissentiunt, iudici licet quam velit sententiam sequi; idque rescripto divi Hadriani
significatur.
"Pareceres de juristas são visões e opiniões daqueles a quem é permitido criar direito. Se todas as
opiniões deles têm um mesmo resultado, tem então tal opinião força de lei; mas se elas não são
coincidentes, o juiz pode seguir a opinião que ele quiser, como determina o rescrito do divino
Adriano".
séc. V d. C.: ius respondendi

- Gaio, Paulo, Ulpiano, Papiniano e Modestino
Conceito de Direito
Ius est ars boni et aequi

(“O direito é a arte do bem e do justo”)
- Direito objetivo x Direito subjetivo
- ius scriptum x ius non scriptum
- ius civile x ius honorarium

- ius civile x ius gentium
- ius publicum x ius privatum
- ius cogens x ius dispositivum
* Ius naturale
Inst. 1, 2: Ius naturale est quod natura omnia animalia docuit.
“O direito natural é aquele, que a natureza ensinou a
todos os seres vivos”
Interpretação do Direito
- Aplicar o direito objetivo
- Entender e julgar um negócio jurídico
verba x voluntas
Ex.: Testamento
Gramatical ou literal x ratio legis
a. Declaratória
b. Restritiva
c. Extensiva
d. Analogia
- Lacunas da lei
Aplicação da norma jurídica
- Conhecimento objetivo dos fatos
Presunção (praesumptio)
Aceitação como verdadeiro de algo provável

Praesumptio iuris tantum
e
Praesumptio iuris et de iure
Ficção
Considera-se como verdadeiro fato inverídico
Capacidade jurídica de gozo
Direito subjetivo faculdade

titular deste direito sujeito de direito
- pessosas físicas (ou naturais)

- pessoas jurídicas (ou morais)
Sujeito de direitos e deveres

Requisitos:
- Ser pessoa
- nascimento
- vida extra-uterina
- Sabinianos x Proculianos
- forma humana
“monstrum vel prodigium”
* Direitos do nascituro são protegidos

* Morte
- Não pode ser presumida
- Comoriência:
- Período clássico x Período justinianeu
- Status libertatis
- nascimento
- inimigos de guerra
- dívidas
* tratamento jurídico semelhante a uma coisa.
* liberdade: manumissio vindicta
manumissio censu manumissio
testamenti
* favor libertatis
* terminologia: ingênuo
liberto
- Status civitatis
- cives
- latini
- peregrini
- Status familiae
- pater familias
- sui iuris
- alieni iuris
* capitis deminutio
- maxima
- media
- minima
Capacidade de agir
exercer direitos ou contrair obrigações
não se confunde com a capacidade jurídica de gozo
Requisitos:
- Idade
Impúberes - Púberes
Mulheres: 12 anos Homens:

controvérsia
- 14 anos
- Infantes: < 7 anos
Lex Laetoria (200 a. C.): 25 anos

- Sexo
Mulheres
- Equiparação só no direito justinianeu

- Na prática, desde o final da República
- Alienação mental
furiosi - dementes, mentecapti

- Prodigalidade
- Perturbação social
- Proteção à família
Direito Romano – 2018
Incapacidade absoluta
- Infantes (< 7 anos)
- Doentes mentais (exceção: estado de lucidez)
Incapacidade relativa
- Infantia maiores
- Mulheres
- Pródigos
negócios juridicamente vantajosos
Objetos de direito
Direito subjetivo faculdade
OBJETO
- Atuação de uma pessoa (dare, facere, non facere)

- Coisa
res
- Classificação das coisas:
a. Corpóreas e incorpóreas
b. Móveis e imóveis
- Semoventes
c. mancipi e nec mancipi

d. Fungíveis e infungíveis
e. Consumíveis e inconsumíveis
f. Simples, compostas e coletivas
g. Divisíveis e indivisíveis
h. commercio e extra commercium
- Principais e acessórias
- Pertenças
* Acessórias
- Frutos (≠ Produtos)
- Benfeitorias
- Necessárias
- Úteis
- Voluptuárias
Negócio Jurídico
- Fato Jurídico
* involuntários
* voluntários
- Atos jurídicos lícitos
- Atos jurídicos ilícitos
- Atos jurídicos lícitos
- Em sentido estrito
- Negócios jurídicos
Negócio jurídico:
- Manifestação de vontade que visa a um fim tutelado pela ordem jurídica.
- Classificaçãos dos negócios jurídicos:
a. Unilaterais ou bilaterais
b. Onerosos ou gratuitos
- Elementos essenciais
* Capacidade e legitimidade das partes

- Representação
* Objeto lícito, possível, determinado ou determinável

* Manifestação de vontade isenta de vícios

Vícios da vontade
- Erro
Desacordo entre vontade e manifestação Tipos de erro:
- Erro de direito
não é escusável
- menores
Exceções:
- mulheres
- militares
- rústicos
- Erro de fato
Escusável Essencial
- error in negotio
- error in persona
- error in corpore
- error in substantia
- error in quantitate
- Dolo bonus
malus
- Coação
- Elementos acidentais
Condição
Acontecimento futuro e incerto, que gera a produção ou cessação dos efeitos de
um negócio jurídico
- Suspensivas
- Resolutivas
* Não podem ser impossíveis ou contrárias ao

direito
Termo
Evento futuro e certo.
* Também pode ser suspensivo ou
resolutivo
Modo (ou encargo)

Cláusula acessória de um negócio
jurídico gratuito.
DIREITOS REAIS
≠ Direitos pessoais
Relação direta entre o seu titular e a coisa (res)
- erga omnes
- Actiones in rem
- Direito de seqüela
Propriedade
Direito sobre a coisa de usar, fruir e dispor
- Não há conceito uniforme nas fontes
Controle de direito privado sobre a coisa, sujeito a limites legais, que pode ser adquirido
por meios determinados e protegido por uma actio in rem.
Limitações legais do direito de propriedade
- Desde a Lei das XII tábuas
Ex: 10, 1 (proibição de depositar corpos na
cidade)
7, 6 (caminho entre prédios, largura mínima de 8 pés)
- Diversos aspectos
- Mineração
- Proibição de especulação imobiliária
- Segurança da população
* Constituição de Zenão (C. 8, 10, 12)

- Justiniano expandiu para outras cidades
Direito de vizinhança
- árvores limítrofes
- muro entre vizinhos
- regime de águas
- immissio
Ulpianus, D. 8, 5, 8, 5
Aristo Cerellio Vitali respondit non putare se ex taberna casiaria fumum in superiora aedificia iure
immitti posse, nisi ei rei servitutem talem admittit. idemque ait: et ex superiore in inferiora non aquam,
non quid aliud immitti licet: in suo enim alii hactenus facere licet, quatenus nihil in alienum immittat,
fumi autem sicut aquae esse immissionem: posse igitur superiorem cum inferiore agere ius illi non esse id
ita facere. Alfenum denique scribere ait posse ita agi ius illi non esse in suo lapidem caedere, ut in meum
fundum fragmenta cadant. Dicit igitur aristo eum, qui tabernam casiariam a minturnensibus conduxit, a
superiore prohiberi posse fumum immittere, sed minturnenses ei ex conducto teneri: agique sic posse dicit
cum eo, qui eum fumum immittat, ius ei non esse fumum immittere. Ergo per contrarium agi poterit ius
esse fumum immittere: quod et ipsum videtur Aristo probare. Sed et interdictum uti possidetis poterit
locum habere, si quis prohibeatur, qualiter velit, suo uti.
Aristo dá um parecer a Cerellius Vitalis, em que ele defende a opinião, que fumaças de uma fábrica de
queijos, que atingiriam prédios localizados acima dela, só seriam permitidas, caso houvesse uma servidão.
Aristo explica ainda: E de um terreno localizado acima de outro, não se pode levar nem água nem outra
coisa para o terreno debaixo. Em seu próprio terreno, pode-se fazer tanto quanto não haja influências em
terreno estranho. Fumaça é como a água, uma emissão. Por isso, o proprietário do terreno localizado
acima do outro poderia mover uma ação contra o do terreno inferior (tendo como conteúdo), que ninguém
tem o direito de agir assim. Alfenus escreve, ele acrescenta, que se poderia mover ação, que o outro não
tem direito de extrair pedras no seu terreno, de forma que lascas sejam lançadas no meu terreno. Por isso,
Aristo diz que aquele que arrendou a fábrica de queijos da cidade de Minturnae, poderia ter suas emissões
de fumaça proibidas pelo vizinho de cima, a cidade, entretanto, seria responsabilizada pelo contrato de
arrendamento: e contra aquele, que causa a emissão de fumaça, poder-se-ia mover ação na forma de que
ele não tem nenhum direito a essas emissões. Por isso, seria também possível uma ação com um conteúdo
contrário, de que se teria direito a tais emissões: e essa parece ser a opinião que Aristo também defende.
Mas também o interdito uti possidetis poderia aqui ser utilizado, quando alguém é impedido de utilizar
seu terreno, como ele quer.
Co-propriedade (condomínio)
- Excepcional
- Cota ideal (communio pro indiviso)
- ius accrescendi
- ius prohibendi
- Actio communi dividundo
Proteção à propriedade
- rei vindicatio (ação reivindicatória)

probatio diabolica
- actio negatoria
Posse
possessio: poder de fato sobre uma coisa
corpore et anima
Séc. XIX:
Savigny
Jhering
- Detenção
- Efeitos da posse:
- Gerar aquisição de propriedade por
usucapião
- Pode ser protegida pelos interditos
Proteção possessória
Contra esbulho ou turbação
Posse justa Posse viciosa:
vi, clam et precario

- Proibitórios
* uti possidetis
- imóveis
- mais antigo (396 a. C.)
* utrubi
- móveis
- Quem tem posse não viciosa por mais tempo, no último ano
- Direito justinianeu: último possuidor não vicioso
- Restitutórios
* unde vi
* unde vi armata
* de precario
Modos originários de aquisição de propriedade
- Relação imediata do adquirente e a coisa.

- Não há relação entre o direito de propriedade que surge e o que precede.
1. Aquisição de frutos
- do proprietário
Exceção: direitos reais sobre coisa alheia de gozo
2. Especificação
Speciem facere ex alienamateria
(fazer coisa nova de matéria alheia)
- Proculianos: especificador
- Sabinianos: proprietário da coisa Justiniano: Retornar ao estado anterior
3. Invenção (aquisição de tesouro)

Depósito de coisa antiga de dinheiro, do qual não se tem lembrança, e assim, nem dono.
4. Ocupação
Apreensão de coisa sem dono com a intenção
de fazê-la própria.
res nullius /res derelictae /res hostium
5. União de coisas (acessão)

Duas coisas que não mais podem ser separadas sem perder aindividualidade
anterior.
Acessório segue o principal.
aluvião / avulsão / álveo abandonado
inaedificatio /plantatio
(“superficies solo cedit”)
ferruminatio/scriptura/pictura
Modos derivados de aquisição de propriedade
- Relação imediata do adquirente e do proprietário anterior.

- Deriva de um título anterior.
1. Mancipatio
- res mancipi
- Direito quiritário
- abstrata
2. In iure cessio (Cessão emjuízo)
- processual
- abstrata
3. Traditio
- causal
- transfere a posse
simbólica / longa manu / brevi manu
- na prática, a única forma que sobrevive
no direito justinianeu
Modos especiais de aquisição de propriedade
- Usucapião (usucapio: usus + capere)

- Posse prolongada, sem oposição do proprietário, gerava direito de propriedade.
Requisitos:
- res in commercio
- posse prolongada
D. Arcaico: imóvel = 2 anos
móvel = 1 ano
D. Clássico: imóvel = 10 anos móvel = 3 anos
imóvel (ausentes)= 20 anos
- justo título
- ato jurídico válido, base da pretensão
- boa-fé
- inicial
Direitos reais sobre coisas alheias
- Servidões prediais
Direito do proprietário do prédio dominante sobre o serviente
D. clássico: tipicidade
D. justinianeu: livre disposição
Exemplos:
- iter, actus et via (passagem)
- Água
- Stillicidiim
- iluminação
- Usufruto (usus + fructus)
Amplo direito sem alterar a substância
* inalienável, intransmissível
* limitado no tempo
* usar e perceber frutos
* não pode alterar
usufrutuário X nu-proprietário
- Enfiteuse
- usar e fruir
- tempo indeterminado
- prédio alheio e rústico
- cânon
- alienável
MAS: - 2% da transação (laudêmio)
- 2 meses para exercer direito de preferência
- Superfície
- para edificar
- exceção prática ao “superficies solo cedit”
- alienável
- solarium
Direitos reais de garantia
- Fidúcia (fiducia cum creditore)

- Mais antiga forma de garantia
- Só para cidadãos romanos
- res mancipi: por meio de mancipatio ou in iure cessio
- pactum fiduciae (remancipatio)
- dívida não paga:

D. Arcaico: credor fica com a coisa
D. Clássico: precisa vender a coisa
- superfluum
- actio fiduciae x actio fiduciae contraria
- Extinta por Justiniano
- Penhor (pignus) e Hipoteca
- Não transfere o direito de propriedade

- Posse não era necessariamente
transferida
- Não tem direito ao uso da coisa
- Fruição: Anticrese
- Acessório
- Credor precisa vender a coisa em nome do

proprietário (ius distrahendi)
- superfluum
- actio pigneraticia x actio pigneraticia contraria

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
stricto sensu: Obrigação é a relação jurídica de caráter patrimonial, por meio da qual o
credor tem a faculdade de exigir do devedor

uma prestação positiva ou negativa.
- inter partes
- Actiones in personam
- Origem das obrigações
- delitual
- vingança
- 326 a. C.: Lex Poetelia Papiria
- Prestação
* Dar
* Fazer ou prestar
Possível, lícita, determinada ou
determinável.
- obligatio e actio
- Tipicidade
- Actio in factum: contratos inominados
- Obrigações naturais
- sem actio
Classificação das obrigações
- Quanto às partes
* Parciais
* Solidárias
Solidariedade
- Prestação indivisível
- Disposição contratual
- Prática de ato ilícito
* Direito de regresso
- Quanto ao objeto
* Obrigações divisíveis e indivisíveis

* Obrigações alternativas e facultativas
Fontes das obrigações
Fatos jurídicos que geram o liame obrigacional
- contratos
- quase-contratos
- delitos
- quase-delitos
- Contratos
- Acordos de vontades
- Contratos antigos
Nexum
- Empréstimos de dinheiro
- Solene (como a mancipatio)
- Não pagamento: manus iniectio
- 326 a.C. – Lex Poetelia Papiria

- Gaio
Contractus re, verbis, literis, consensu
Contratos reais
Aperfeiçoam-se com a entrega da coisa.
- Mútuo
Empréstimo de coisa fungível, geralmente
dinheiro.
- Contrato unilateral
- Gratuito
- Comodato
Empréstimo de coisa infungível, por

prazo determinado e uso específico.
- Contrato bilateral imperfeito
- Gratuito
- Possibilidade de furtum usus
- Depósito
Depositário deve guardar, conservar e
devolver a coisa.
- Uso da coisa: furtum usus
* Depósito necessário
* Depósito irregular
- Penhor
Contratos verbais
- Stipulatio
- Unilateral, abstrato
- Spondes? Spondeo.
- Surdo-mudo não pode realizar
Contratos literais
- Codex accepti et expensi
- Crédito e débitos
- Também entre ausentes
Contratos consensuais
Aperfeiçoam-se pelo mero acordo de vontades, NÃO

gerando automaticamente a transferênca de
direito real.
- Compra e venda (emptio venditio)

emptor x venditor
- Contrato bilateral perfeito

- Oneroso
- Partes, preço e coisa (merx)
- Coisa futura:
- Emptio rei speratae

- Emptio spei
- Dever do comprador
- Pagar o preço
- Deveres do vendedor
-Entregar a coisa
-Responder pela evicção
-Responder pelos vícios redibitórios
- actio redhibitoria
- actio quanti minoris
* Periculum est emptoris
- Locação (locatio conductio)

locator x conductor
- Bilateral perfeito e oneroso

• Locação de coisa (rei)
• Locação de serviço (operarum)
• Empreitada (operis faciendi)
- Sociedade (societas)
- Atividade lícita, visando a fins lucrativos
- Contrato bilateral perfeito
- Mandato (mandatum)
- Mandatário obriga-se a praticar ato
gratuitamente para o mandante.
Garantia das obrigações
- Arras
- Sinal em dinheiro ou coisa

- Pode levar a perda do sinal ou devolvê-
lo em dobro
- Stipulatio poena
- Cláusula penal ou multa contratual
Garantias pessoais
- Fiança
- Contrato acessório pelo qual terceiro juntava-se ao devedor
principal, obrigando-se pelo cumprimento da obrigação.
- Direito justinianeu:
- beneficium ordinis
- beneficium divisionis
- Direito de regresso
Extinção das obrigações
- Solutio (pagamento)
- datio in solutum (daçãoem pagamento)
- Compensatio (compensação)
- Novatio (novação)
- Subjetiva e objetiva
Transmissão das obrigações
- formalmente, não existia

- soluções práticas:
* Novação
* Procuratio in rem suam
Inadimplemento das obrigações
- Caminho natural: solutio – adimplemento
Inadimplemento
- voluntário
actio in personam
* danos causados
* lucros cessantes
- impossibilidade da prestação
“culpado ou não?”
- Dolo
- Culpa
- lata
- levis
- in concreto
- in abstracto
- Modalidades especiais:
- culpa in eligendo
- culpa in vigilando
Casus
- casus maior/vis maior

- casus minor
Regra geral:
- Princípio da utilitas
* Devedor responde por dolo se não tiver vantagens

* Responde por dolo e culpa se:
- Recebe vantagens e desvantagens
- Recebe só vantagens
Há exceções! Analisar caso a caso
Mora
Atraso no cumprimento
(não é inadimplemento: analisar cada caso)
- Mora do devedor
* Aumento da responsabilidade
* Juros e restituição de frutos
- Mora do credor
* Diminui a responsabilidade do devedor
* Indenizar devedor por eventuais gastos
- Direito de retenção
Quase-contratos
- Gestão de negócios (negotiorum gestio)

Gestor age de boa-fé em interesse do
dono do negócio, sem ter sido incumbido.
- Responde por dolo e culpa
- Precisa ser reembolsado
- Enriquecimento sem causa

Em virtude de pagamento indevido
- condictio indebiti
- condictio sine causa
Delitos
- Intransmissíveis
- Obrigação solidária entre os co-autores
Furto (furtum)
- Subtração de coisa alheia (inclusive pelo uso)

- Coisas móveis
- Intenção
furtum manifestum : 4 vezes furtum nec manifestum : 2 vezes furtum

conceptum : 3 vezes
Roubo (rapina)
- Furto + violência: 4 vezes

Dano (damnum iniuria datum)
- Lex Aquilia(286 a. C.) Requisitos:

* Dano contra o direito
* Ato positivo
* Dano por contato direto
- Morte de escravo ou animal

- Maior valor no último ano
- Ferimento de escravo ou animal
- Maior valor nos últimos 30 dias
Quase-delitos
- Effusum et deiectum
- Positum et suspensum
- Nautae, caupones etstabularii
Direito de família
- familia proprio iure x familia communi iure
- agnatio (agnatício) x cognatio (cognatício)

- Patria potestas
- Poder de vida e morte
- séc. IV d. C.: limitações
- séc. II d. C.: matrimônio
Tutela e curatela
- Cuidar dos interesses de alguém, que não

pode fazê-lo sozinho.
Tutela: casos “normais” de incapacidade

Curatela: casos excepcionais de
incapacidade
Tutela
Impúberes, mulheres sui iuris
- Tutor: administrar o patrimônio

Boa-fé: Sempre em interesse do pupilo
* Mulher: atuação diferente, só assistia

- Podia escolher
- Desaparece no pós-clássico
Curatela
- Loucos e pródigos: curador administrava

- Cura minorum: para menores de 25 anos, púberes, por exigência da outra parte.
- Adrogatio
Adoção de sui iuris, masculino, púbere
- Adrogante precisa ser mais velho do que o adrogado: adoção imita a natureza
- Adoptio
Adoção de alieni iuris
- Venda fictícia do filho (três vezes)

Esponsais
- Promessa de casamento
- D. Clássico: sem efeitos jurídicos
- MAS: infâmia, se celebrar dois ao mesmo tempo
Casamento
- Fato social e não relação jurídica

cum manu x sine manu
- Dote
- antecipação da herança
- sustento da mulher
Marido: Stipulatio cautio reiuxoriae
Casamento cum manu
- Com poder marital

- D. Quiritário
- Confarreatio
- Coemptio
- Usus
Casamento sine manu
- Ato consensual contínuo de convivência

- Affectio maritalis
- Honor matrimonii
Divórcio: bastante simples

Direito das sucessões
- Morte dá início à sucessão
- Herança: objeto da sucessão, patrimônio do

de cujus
- Legítima / testamentária
- Universal / singular
- Princípio geral:
Succedere in locum defuncti
- Direito arcaico:
Economia familiar e agrícola
Consortium entre os sui heredes
Sucessão ab intestato
- Sem testamento
- Sui heredes: per capita ou no lugar do

ascendente
- Pretores: reconhecem o liame cognatício
- Séc. III d. C.: SCta. Tertullianum e Orfitianum

D. Justinianeu:
- Descendentes
- Ascendentes
- Irmãos
- Meio-irmãos
- Outros colaterais
Sucessão testamentária
- testatio mentis
- Ato unilateral, formal
Conteúdo:
- Designar herdeiros (requisito essencial)

- Manumitar escravos
- Deserdar sui heredes
- Instituir legados
• Não pode combinar os tipos de sucessão
“Nemo pro parte testatus proparte intestatus decedere potest”
- Testamento dos soldados: menos

formalismo
- Formalismo diminui com o tempo

- Problema central: interpretação dos testamentos
Querela inofficiositestamenti
- Proteção dos parentes: anulação do testamento

- D. Arcaico: livre para deserdar, mas era
necessário justificar
- D. Clássico: ¼ para os sui heredes

- D. Justinianeu: até 4 herdeiros: 1/3
mais herdeiros: 1/2

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Direito Romano - 2018

Meados de junho – Peso 4

Römisches Privatrecht, München, Beck, 1992 (trad. port.

Importância do estudo do Direito Romano hoje

- Direito privado moderno no mundo ocidental

Período Clássico: séc. II a. C. (Lex Aebutia) até 305 d. C. (morte de Diocleciano)

- Roma: Ciência do direito (ius)

- Fontes de cognição do Direito

- Fontes de produção do Direito

Gai. 1, 3: Lex est quod populus iubet atque constituit.

lex data - lex rogata

index – praescriptio – rogatio – sanctio

286 a. C. – lex Hortensia

Ex.: lex Aquilia (285 a. C.)

- Editos dos magistrados

- Resposta dos jurisconsultos

séc. V d. C.: ius respondendi

Ius est ars boni et aequi

- Direito objetivo x Direito subjetivo

- ius scriptum x ius non scriptum

- ius civile x ius honorarium

- ius civile x ius gentium

- ius publicum x ius privatum

- ius cogens x ius dispositivum

- Aplicar o direito objetivo

- Entender e julgar um negócio jurídico

Gramatical ou literal x ratio legis

Aplicação da norma jurídica

- Conhecimento objetivo dos fatos

Aceitação como verdadeiro de algo provável

Capacidade jurídica de gozo

Direito subjetivo faculdade

- pessosas físicas (ou naturais)

Sujeito de direitos e deveres

* Direitos do nascituro são protegidos

exercer direitos ou contrair obrigações

não se confunde com a capacidade jurídica de gozo

Mulheres: 12 anos Homens:

- Infantes: < 7 anos

Lex Laetoria (200 a. C.): 25 anos

- Equiparação só no direito justinianeu

furiosi - dementes, mentecapti

Direito subjetivo faculdade

- Atuação de uma pessoa (dare, facere, non facere)

- Classificação das coisas:

c. mancipi e nec mancipi

f. Simples, compostas e coletivas

h. commercio e extra commercium

- Atos jurídicos lícitos

- Classificaçãos dos negócios jurídicos:

* Capacidade e legitimidade das partes

* Objeto lícito, possível, determinado ou determinável

* Manifestação de vontade isenta de vícios

* Não podem ser impossíveis ou contrárias ao

Modo (ou encargo)

Limitações legais do direito de propriedade

- Desde a Lei das XII tábuas

Ex: 10, 1 (proibição de depositar corpos na

- Proibição de especulação imobiliária

* Constituição de Zenão (C. 8, 10, 12)

- rei vindicatio (ação reivindicatória)

possessio: poder de fato sobre uma coisa

Contra esbulho ou turbação

Posse justa Posse viciosa: