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Hannah Arendt, que tem influência reconhecida sobre o pensamento Habermas, traz
uma concepção muito próxima à dele. A violência, segundo ela, é a dominação
própria de relações humanas marcadas pela ausência do diálogo e pela
instrumentalização do sujeito. No entanto, há que se atentar para as distinções
(ARENDT, 2008). Enquanto para Habermas (1996), o poder é fonte de dominação,
sendo isento de violência apenas o poder comunicativo, produzido pela ação
comunicativa, para Hannah Arendt (2008), poder é sempre entendido como fenômeno
político que emerge sempre da ação política que se desenvolve entre os homens e
implica relações sem domínio e sem submissão, portanto é interação horizontal,
mediada pelo agir argumentativo.
A política representaria, tal como na pólis grega, a liberdade humana que, longe de
pertencer ao indivíduo, como proposta pelo liberalismo, seria antes prática coletiva,
construída por relações sem domínio e sem submissão; portanto, é interação
horizontal entre as pessoas, mediada pelo agir argumentativo: apenas como seres
políticos, os seres humanos são livres, reconhecidos e capazes de criação e
transformação. Dessa ação política, própria da esfera pública, é que emerge o poder,
entendido como a "habilidade humana não apenas para agir, mas para agir em
concerto". Ninguém possui o poder, ele é produzido exclusivamente pela ação
coletiva dos homens.