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Juros a 1 dígito.

E agora?
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Os juros
caíram.
E agora?
Os juros caíram no Brasil. Em 2017, pela primeira vez em
quase quatro anos, a taxa básica de juros (Selic) voltou a
ter apenas um dígito e encerrou o ano em 7%.

Investidores ou não, todos deveríamos ficar de olho


nessa taxa divulgada pelo Banco Central. Por quê?
Como o próprio nome diz, ela é a taxa básica da nossa
economia. Serve de referência para tudo: empréstimos,
financiamentos, investimentos. Até sobre a poupança ela
passará a ter impacto em breve.

Para todo investidor, ela é uma referência obrigatória. Por


isso preparamos esse e-book, de leitura rápida e concisa.
Para ajudar quem investe ou quer investir a entender
como mudam os investimentos agora que os juros estão
mais baixos.

Vamos lá?

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Por que os juros
sobem? No Brasil temos um sistema chamado de meta

Por que caem? de inflação. Ninguém gosta de inflação: aumentos muito


frequentes de preços dificultam a nossa vida, fazem os

%
salários valerem menos, acabam levando a gente a perder
a referência do que está caro ou barato, de quanto as coisas
realmente valem.

Por isso, o governo procura manter a inflação sob


controle. Como? Um dos motivos que fazem os preços
aumentarem é uma procura muito grande pelos produtos.
Se muita gente quer comprar uma coisa, é natural que o
preço suba. É o que os economistas chamam de lei de oferta
e procura. Então, se uma economia está crescendo muito
rápido, com baixo desemprego, todo mundo com dinheiro para
gastar, os preços tendem a subir. Se a economia está mal,
com muita gente sem ocupação e com orçamento apertado,
os preços tendem a cair ou ficar estáveis.

Então, o segredo para o governo manter a inflação sobre


controle é ficar de olho em como a economia está crescendo
e tentar controlar esse crescimento. Como? Subindo ou
reduzindo a taxa de juros.

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Subindo ou reduzindo a taxa de juros:

mais
dificuldades economia
juros de pegar
mais indo mal,
empréstimos,
altos encolhendo
financiar as
coisas, consumir

empréstimos
juros mais baratos,
mais mais
economia
baixos financiamento, crescendo
mais consumo

Então é isso. O que está acontecendo agora no


Brasil? Estamos ainda numa grande crise, muita gente
desempregada, empresas fechando, consumo baixo, preços
estáveis ou caindo. O Banco Central está reduzindo os juros.
E todos nós estamos menos preocupados com a inflação, e
mais preocupados em ver nossa economia crescer. Os juros
mais baixos ajudam nisso.

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Antes de mais nada, se você leu a Então, a má notícia é: temos que
seção anterior, já deve ter percebido que nos preparar para ver nosso dinheiro
os juros mais baixos são bons para nossa guardado rendendo um pouco menos.
vida, certo? Isso significa que a inflação Se os juros continuarem a cair como
não está subindo e que o crédito ficará todos esperam, o rendimento de
um pouco mais barato. Juros menores vários tipos de aplicações vai continuar
aliviam também a vida das empresas, diminuindo.
que podem até começar a investir mais,
o que ajuda o país a sair da crise. A boa notícia é: nem todos os
investimentos estão atrelados à taxa
Mas, e para os investimentos? básica de juros e os investidores
Bom, para parte deles, a queda dos juros podem procurar por opções que, com
significa um rendimento menor, sem os juros em queda, rendem mais do
escapatória. Estamos falando da queda que os investimentos tradicionais a
da taxa básica de juros. Ela é referência que estamos acostumados, como a
para tudo na nossa economia, inclusive caderneta de poupança, por exemplo.
para os investimentos: muitos estão,
inclusive, atrelados a ela. E o alerta é: existem sim investimentos
que não são atrelados à taxa básica de
juros e que podem render um pouco
mais que as opções tradicionais, mas
E o que vai acontecer com os são mais arriscados: há chances de eles
renderem mais e há chances de eles

meus investimentos? renderem menos, ou até de levarem você


a perder dinheiro.

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!
Pois é, o mundo dos juros
baixos obrigará a gente a ficar
mais atento, aprender e se
arriscar mais se quisermos que
nossas aplicações rendam um
pouco mais.

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Com juros mais baixos, todo mundo
tem que arriscar mais?
Para quem quiser rendimento melhor e tiver
estômago para suportar aplicações que podem inclusive
levar à perda de dinheiro durante alguns períodos, a resposta
é sim. Como saber isso? Você precisa avaliar seu perfil de
investidor. Todas as instituições financeiras têm ferramentas
para ajudar os clientes a conhecer esse perfil. O processo
geralmente acaba com uma classificação em torno de
conceitos como conservador, moderado, arrojado. Mas esse
apoio das ferramentas para saber seu perfil do investidor não
pode substituir o que você pensa e sente a respeito disso: não
tem jeito, você precisa pensar um pouco sobre isso antes de
preencher o formulário para conhecer seu perfil.

Além disso, independentemente do seu perfil,


também é importante considerar para que você vai usar o
dinheiro da aplicação. É o dinheiro de emergência, que você
quer ter disponível para sacar a qualquer momento? Então não
pode correr muitos riscos e ele precisa ser aplicado em algo
que permita resgate rápido. É dinheiro que você não pretende
usar agora e quer deixar rendendo por muito tempo? Então
pode ser que valha a pena, dependendo do seu perfil,
arriscar mais.

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Quero arriscar mais,
e agora?
Essa resposta depende do seu ponto de partida.
Onde estão seus investimentos hoje? Na caderneta de
poupança? Então não precisa arriscar muito para buscar
um pouco mais de rentabilidade aplicando em fundos de
investimento de renda fixa, CDBs ou títulos públicos, por
exemplo. São todas aplicações ainda conservadoras, mas que
já oferecem retorno um pouco melhor do que o da poupança.

Já aplica em alguma dessas opções? O passo seguinte,


então, pode ser olhar se você está conseguindo todo o
rendimento que poderia ter com esses tipos de aplicação.
Seu banco não tem um CDB melhor para oferecer? Outros
bancos oferecem rendimento mais alto? Seu fundo de
investimento de renda fixa rende tanto quanto o do vizinho?
É importante pesquisar. Olhar os investimentos que oferecem
o mesmo risco que o seu, ver as taxas que eles cobram, ver o
rendimento e descobrir se dá para trocar a aplicação, manter
o risco mas conseguir um pouquinho mais de rentabilidade.

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Dá trabalho, é verdade. Mas a gente Mais um passo em direção ao
faz isso quando quer comprar o celular risco seria buscar aplicações mais
novo, não faz? Pesquisa preço, barganha, sofisticadas: fundos multimercados
olha em várias lojas, vê as tarifas da (aqueles que misturam renda fixa e
operadora, compara. Para as aplicações renda variável), fundos de ações ou
é a mesma coisa e, com os juros caindo, investir diretamente em ações. Aqui,
fica mais importante ainda fazer isso. lembre-se, você entra naquele terreno
em que realmente precisa estar
Fez tudo isso e continua preparado para suportar perdas.
insatisfeito com a rentabilidade? Aí
é hora de subir outro degrau em relação
ao risco. Você pode olhar, por exemplo,
para investimentos de mais longo prazo,
O importante desse processo é você só trilhá-lo
que geralmente oferecem rendimento se estiver seguro de que consegue encarar o risco
maior do que os de curto prazo. Nem com tranquilidade, além de manter em mente
precisa ainda sair das opções mais os objetivos dos seus investimentos. Sempre
conservadoras: pode ficar na renda fixa haverá uma parte que deve estar em aplicações
e alongar o prazo. Você corre um pouco conservadoras. Você não quer, não deve e nem
mais de risco nesse caso pelo simples pode arriscar aquele dinheiro que foi separado para
fato de que demorará mais para ter o emergências, por exemplo.
dinheiro de volta: mais coisas podem
acontecer quando o prazo é mais longo,
então o risco é maior.

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Diversificar, diversificar,
diversificar

Finalmente, algo que nenhum investidor pode Então, na jornada em busca de mais retorno,
esquecer. É uma regra de ouro que, como toda regra você não deve quebrar essa regra de ouro:
de ouro, tem até um ditado popular: não coloque todos a melhor estratégia é sempre diversificar os
os ovos na mesma cesta. O ditado é antigo, é verdade. investimentos, não colocar todas as suas economias
A gente nem usa cesta mais para comprar ovos, né? em uma opção apenas. Dê um passo de cada
Mas quando usava, derrubar significava quebrar todos os ovos. vez, lembre-se que para cada objetivo há uma
E isso é algo que ninguém deve fazer com os investimentos: recomendação e peça ajuda a um especialista se
você não quer arriscar o seu pé de meia colocando todo ele estiver em dúvida antes de tomar qualquer decisão
em uma única opção de aplicação. importante.

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Legal, mas como saber Onde está o nosso dinheiro?
o que vai acontecer com De acordo com a Estatística de Distribuição de
Produtos no Varejo da ANBIMA, em setembro de

a aplicação específica 2017, o dinheiro do brasileiro médio, desconsiderando


aqueles que investem grandes fortunas, estava
alocado assim:
que eu já tenho? 2,7% 1,1%
Ações Outros tipos de fundos e papéis

Aqui na ANBIMA a gente tem alguns 30,4%


relatórios que mostram onde está Fundos de 37,9%
aplicada a maior parte do dinheiro dos Investimento Poupança
investidores brasileiros. Usando essas
informações, a gente selecionou os
investimentos mais populares e, a seguir,
colocamos de forma bem resumida 28%
o impacto que a taxa de juros mais Renda Fixa
baixa pode ter sobre alguns deles. Em
alguns casos, não há uma relação direta,
principalmente porque outras coisas Ou seja, a caderneta de poupança tem a preferência
além dos juros básicos podem influenciar do brasileiro. Na sequência, estão os títulos de renda
no resultado de algumas aplicações. fixa, sejam eles emitidos pelo governo, por empresas
Mas vamos lá: ou por bancos. Vale destacar ainda que a maior parte
do dinheiro investido em fundos de investimento, em
torno de 87%, está aplicada em fundos de renda fixa.
A renda fixa, então, responde por grande parte dos
investimentos dos brasileiros.

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A renda fixa não é fixa. Isso significa que ela não tem um
rendimento certo. Mas por que tem esse nome? Porque a
regra da remuneração é conhecida no momento da aplicação.
Funciona assim: um título de renda fixa é um título de dívida.
Você “empresta” seu dinheiro para alguém (governo, bancos
ou empresas), que se compromete a devolvê-lo num
determinado prazo e com uma certa remuneração. Isso é fixo
e garantido! E você conhece as condições em que receberá o
seu dinheiro de volta: ele pode vir acrescido de uma taxa fixa
estabelecida no ato da compra; ou de uma parte fixa e outra
variável. Entre os investimentos em renda fixa estão títulos
públicos (Tesouro Direto), títulos privados (debêntures) e
ativos bancários, como CDB (Certificado de Depósito Bancário)
ou letras de crédito.

Com a queda da taxa de juros, estes investimentos


são impactados porque o rendimento deles é, pelo
menos em parte, atrelado à Selic. Se o papel promete
Mas a renda fixa pagar 100% da Selic ou do CDI (Certificado de Depósito
Bancário), ele oferecerá uma remuneração menor à medida

é mesmo fixa? que a taxa básica de juros cair. O CDI é a taxa que baliza os
empréstimos entre bancos (isso mesmo! As instituições
emprestam dinheiro umas às outras o tempo todo). A taxa
acompanha as condições do mercado e segue de perto a
variação da Selic. Então, se a Selic cai, o CDI acompanha.

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E a renda variável,
como se comporta?
Títulos de renda variável são
aqueles em que o valor de resgate
não é conhecido previamente. O
ganho ou perda depende das condições
do mercado, que fazem com que o
papel se valorize ou desvalorize. Entre
as condições de mercado estão a
taxa de juros, a conjuntura econômica,
o desempenho de um determinado
segmento e até o cenário internacional.
Então, dependendo do tipo de papel ou
da taxa a que ele estiver atrelado, você
pode resgatar mais, o mesmo ou
menos do que investiu. Exemplos
de renda variável são ações, fundos
de ações ou multimercados,
moeda estrangeira,
derivativos etc.

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Vamos falar de ações E se o dinheiro
Nelas, o impacto da queda da taxa de juros é
indireto. Quando uma pessoa compra ações, torna-se
estiver na caderneta
sócia da empresa. Uma empresa tende a se beneficiar da
queda na taxa de juros, pois ela terá melhores condições
de poupança?
para se financiar e isso pode impulsionar seus investimentos, É provável que você tenha
fazendo-a crescer. Num ambiente com juros menores, há aprendido que a poupança rende
mais consumo e isso também é um fator que impulsiona a mais ou menos 0,5% ao mês.
economia e estimula as companhias a produzirem mais. Isso Mas quando a taxa Selic fica igual ou
pode levar as ações daquela empresa que você é sócio a se menor que 8,5% ao ano, a forma de
valorizarem. Não é regra, porque não é só essa variável que faz remuneração muda. O investidor passa
o preço de uma ação subir ou descer, mas em linhas gerais, a a receber 70% da Selic, mais a variação
queda de juros é boa para o mercado de ações. da TR, que é uma taxa calculada, entre
outras coisas, a partir da ponderação das
taxas de juros dos CDBs. Então, se a Selic
cai, a TR também cai. Com isso, o
retorno da caderneta fica menor.

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Conclusão
Deu para perceber que a
mudança da taxa Selic impacta
muita coisa na economia. Tem
reflexo direto sobre o consumo,
sobre a inflação e sobre os
investimentos. Esperamos ter
ajudado a entender um pouco
mais sobre este indicador e
sobre a importância
de acompanhá-lo para não
perder dinheiro.

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Siga a ANBIMA!

Presidente
Robert van Dijk
Vice-presidentes
Carlos Ambrósio, Carlos André, Conrado Engel, Flavio Souza, José Olympio Pereira,
Pedro Lorenzini, Sérgio Cutolo e Vinicius Albernaz
Diretores
Alenir Romanello, Carlos Salamonde, Celso Scaramuzza, Felipe Campos, Fernando Rabello,
José Eduardo Laloni, Julio Capua, Luiz Chrysostomo, Luiz Fernando Figueiredo, Luiz Sorge,
Richard Ziliotto, Saša Markus e Vital Menezes
Comitê Executivo
José Carlos Doherty, Ana Claudia Leoni, Francisco Vidinha, Guilherme Benaderet,
Patrícia Herculano, Eliana Marino, Lina Morassi, Marcelo Billi, Soraya Alves e Thiago Baptista

*Algumas informações foram atualizadas em dezembro/2017

Rio de Janeiro São Paulo


Avenida República do Chile, 230, Av. das Nações Unidas, 8501
13º andar CEP 20031-170 21º andar, CEP 05425-070
+ 21 3814 3800 + 11 3471 4200

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