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Código Civil ► DAS PESSOAS (tópicos iniciais)

DA PESSOA NATURAL COMO SUJEITO DE DIREITOS


Cabe inicialmente relembrar acerca do que seja ‘direito objetivo’ e ‘direito subjetivo’: ‘direito objetivo’ é a
norma posta para viger num determinado momento, a fim de reger as relações dos homens vivendo em
Sociedade e ´direito subjetivo´ é a prerrogativa que para o indivíduo decorre da norma objetiva, quando ele é
o titular do direito, consistindo em uma relação jurídica1 que se estabelece entre o sujeito ativo (titular do
direito) e o sujeito passivo (responsável pelo cumprimento da obrigação em discussão). Necessário agora
verificar qual é a acepção jurídica do termo ‘pessoa’. Para a doutrina tradicional ‘pessoa’ é o ente físico ou
coletivo suscetível de direitos e obrigações, sendo sinônimo de sujeito de direito2.

PERSONALIDADE JURÍDICA
Liga-se à pessoa a idéia de personalidade, que exprime a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair
obrigações. A personalidade é o conceito básico da ordem jurídica, que a estende a todos os homens,
consagrando-a na legislação civil e nos direitos constitucionais de vida, liberdade e igualdade.
Capacidade, por sua vez, é a medida da personalidade; a capacidade jurídica é a condição ou pressupostos
de todos os direitos. Assim, para ser ‘pessoa’, basta que exista e, para ser ‘capaz’, o ser humano precisa
preencher os requisitos necessários para agir por si, como sujeito ativo ou passivo de uma relação jurídica.

INÍCIO E FIM DA PESSOA NATURAL


Afirmar que o homem tem personalidade é o mesmo que dizer que ele tem capacidade para ser titular de
direitos, sendo que tal se adquire com o nascimento com vida, conforme preceitua o art. 2º do CC: A
personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os
direitos do nascituro. Veja-se que com o nascimento com vida é que efetiva os direitos dessa pessoa, mas a
lei põe a salvo os direitos do nascituro3 desde a sua concepção. A personalidade, que o indivíduo adquire ao
nascer com vida, tem seu fim com a morte (CC, art. 6°); no momento de sua morte cessa também seus
direitos, sendo que então, sem formalidade alguma, seus bens se transmitem aos seus herdeiros.

AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA


A pessoa natural, para o Direito, é, portanto, o ser humano, enquanto sujeito/destinatário de direitos e
obrigações.

O surgimento da pessoa ocorre a partir do nascimento com vida (art. 2º do CC). No instante em que principia
o funcionamento do aparelho cardio-respiratório, clinicamente favorável pelo exame de docimasia
hidrostática de Galeno4, o recém-nascido adquire personalidade jurídica, tornando-se sujeito de direito,
mesmo que venha a falecer minutos depois. Dessa forma, temos presente que o Direito Civil Positivo adotou,
nesse tocante, a Teoria Natalista. Assim, por exemplo, o recém-nascido – cujo pai tenha morrido durante sua
gestação – falece minutos após o parto, adquiriu todos os direitos sucessórios de seu genitor, transferindo-os
para sua mãe.

A Lei de Registros Públicos (Lei nº 6.015/73) determina, em seu artigo 50, que todo nascimento que ocorrer
no território nacional deverá ser dado registro, no lugar em que tiver ocorrido o parto ou no lugar da
residência dos pais, dentro de 15 (quinze) dias, que será ampliado em até 03 (três) meses para os lugares
distantes mais de 30 (trinta) quilômetros da sede do cartório.”

O NASCITURO
Nascituro significa o que está para nascer, mas já se encontra concebido no ventre materno. A Lei civil
protege a figura do nascituro pois, mesmo não o considerando ainda pessoa, coloca a salvo os seus direitos
desde a concepção (artigo 2º do CC).

Destaca-se alguns direitos que serão resguardados, até seu nascimento com vida: é titular de direitos
personalíssimos (direito à vida, à proteção pré-natal, etc); pode receber doação; pode ser beneficiado por
legado ou herança; pode ser-lhe nomeado curador para a defesa dos seus interesses, direito a alimentos...

CAPACIDADE DE DIREITO E DE FATO

1
Toda relação da vida social regulada pelo Direito.
2
Sujeito de um dever jurídico, de uma pretensão ou titularidade jurídica, que é o poder de fazer valer, através de uma ação, o não
cumprimento do dever jurídico.
3
Ser já concebido, mas que ainda está no ventre materno.
4
Esse exame é baseado na diferença de peso específico entre pulmão que respirou e o que não respirou, mergulhados na água.
Adquirida a personalidade jurídica, toda pessoa passa a ser capaz de direitos e obrigações. Possui, assim,
capacidade de direito (ou de gozo). Destaca-se que toda pessoa tem capacidade de direito, pelo fato de que a
personalidade jurídica é atributo inerente à sua condição. Porém, nem toda pessoa terá aptidão para exercer
pessoalmente os seus direitos , praticando atos jurídicos, em razão de limitações orgânicas ou psicológicas
(falta-lhe a capacidade de exercício).

INCAPACIDADE ABSOLUTA
A previsão legal da incapacidade traduz a falta de aptidão para praticar pessoalmente atos da vida civil.
Encontra-se nessa situação a pessoa a quem falte capacidade de fato ou de exercício, ou seja, que esteja
impossibilitada de manifestar real e juridicamente a sua vontade.

O Código Civil, em seu artigo 3º registra como absolutamente incapazes, ou seja, são pessoas
absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil, devendo estar representadas por seu
representante legal:
►os menores de dezesseis anos;
► os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática
desses atos;
► os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.

INCAPACIDADE RELATIVA
Como relativamente incapazes, no seu artigo 4º, que significa dizer que essas pessoas deverão estar
assistidas por seu representante legal:
► os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
► os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento
reduzido;
► os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
► os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.

Obs.: A Lei 5.371/67, consagrando sistema de proteção ao índio, instituiu a FUNAI (Fundação Nacional do
índio), que exerce poderes de representação e apoio ao indígena. Temos também a Lei nº 6.001/73, que é o
Estatuto do Índio, que considera o indígena agente absoltamente incapaz.

CESSAÇÃO DA INCAPACIDADE
► Cessa a incapacidade, em primeiro lugar, quando cessar a sua causa (loucura, menoridade, etc) e, em
segundo lugar, pela emancipação.

► A menoridade cessa aos 18 anos completos isto é, no primeiro momento do dia em que o indivíduo
completa os dezoito anos (art. 5º, CC). Em relação à menoridade, a incapacidade cessará
quando o menor completar 18 anos, quando então poderá exercer pessoalmente os
atos da vida civil.
Cessará para os menores, a incapacidade, porém, antes dos 18 anos; é o que expressa o parágrafo único do
artigo 5°, explicando em seus incisos os casos. Assim, antes da maioridade legal (18 anos), tendo o menor
atingido 16 anos, poderá haver a outorga de capacidade civil por concessão dos pais, ou de um deles na falta
do outro, no exercício do poder familiar, mediante escritura pública inscrita no Registro Civil competente (Lei
6015/73, arts. 89 e 90) independente de homologação judicial. Poderá haver também a emancipação por
sentença judicial, se o menor com 16 anos estiver sob tutela, ouvido o tutor.

Emancipação tácita ou legal


A emancipação legal decorre dos seguintes casos: casamento (e mesmo que haja anulação do casamento,
viuvez, separação judicial ou divórcio, o emancipado por essa forma não retorna à incapacidade); exercício de
emprego público efetivo (nomeado em caráter efetivo); colação de grau em curso superior, estabelecimento
civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16
anos completos tenha economia própria.
Obs.: ao menor de 17 anos, cessa a incapacidade civil o exercício do serviço militar (art. 73 da Lei 4375/64 e
Lei 8239/91).

SOBRE O FIM DA PERSONALIDADE


A existência da pessoa natural termina com a morte (artigo 6º). Como com a morte termina a personalidade
jurídica é importante estabelecer o momento da morte ou fazer sua prova para que ocorram os efeitos
inerentes ao desaparecimento jurídico da pessoa humana, como a dissolução do vínculo matrimonial, o
término das relações de parentesco, a transmissão da herança etc.
Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto
aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até
dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser
requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a
data provável do falecimento.
A regra geral é que se prova a morte pela certidão extraída do assento de óbito. Em sua falta, é preciso
recorrer aos meios indiretos, à prova indireta. Não devemos confundir, entretanto, a prova indireta da morte
com o instituto da ausência (arts. 22 ao 29, CC), em que existe apenas a certeza do desaparecimento, sem
que ocorra presunção de morte. O artigo 88 da Lei dos Registros Públicos (Lei nº 6.015/73) permite
justificação judicial de morte, "para assento de óbito de pessoas desaparecidas em naufrágio, inundação,
incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, quando estiver provada a sua presença no local do desastre
e não for possível encontrar-se o cadáver para exame".

► Extingue-se somente no caso de morte real (art. 6º, CC), que pode ser também simultânea (morte
simultânea: comoriência – art. 8º, CC).

► Morte real: A sua prova faz-se pelo atestado de óbito ou pela justificação, em caso de catástrofe e não-
encontro do corpo (Lei 6015/73, art. 88). Acarreta a extinção do poder familiar, a dissolução do vínculo
matrimonial, a extinção dos contratos personalíssimos, a extinção da obrigação de pagar alimentos, etc.
► A existência da pessoa natural termina com a morte (artigo 6º).
Como com a morte termina a personalidade jurídica é importante estabelecer o momento da morte ou fazer
sua prova para que ocorram os efeitos inerentes ao desaparecimento jurídico da pessoa humana, como a
dissolução do vínculo matrimonial, o término das relações de parentesco, a transmissão da herança etc.
► Morte simultânea: (art. 8) = É a comoriência ► Se duas pessoas falecerem na mesma ocasião (não
precisa ser no mesmo lugar), não se podendo averiguar qual delas morreu primeiro, presumir-se-
ão simultaneamente mortas.

► Não há transferência de bens entre comorientes. Por conseguinte, se morrem em acidente casal sem
descendentes e ascendentes, sem se saber qual morreu primeiro, um não herda do outro. Diversa seria a
solução se houvesse prova de que um faleceu depois do outro. O que viveu um pouco mais herdaria os bens
do outro e, por sua morte, a transmitiria aos seus herdeiros.
REGISTRO CIVIL DA PESSOA NATURAL (Física)
►Estatuem os artigos 9º e 10, do Código Civil sobre a inscrição e averbação em registro público, dando
publicidade do estado das pessoas, com o objetivo de assegurar direitos de terceiros; para tal o legislador
exige a inscrição em registro público de determinados atos, e a certidão extraída dos livros cartorários fará
prova plena e segura do estado das pessoas físicas:
 Registro de nascimento: Todo nascimento deve ser registrado, inclusive se a criança tenha nascido
morta – será o assento feito no livro ‘C Auxiliar’ (lei 6015/73, art. 33, V); ou morrido após o parto – será
efetivado dois registros, o do Nascimento e o do Óbito (lei 6015/73, art. 53, §2°).
 Registro de casamento, separação judicial e divórcio: Ato do casamento lavrado no livro para
perpetuar o ato e servir de prova... Separação judicial e Divórcio: a decisão judicial deverá ser
averbada no Registro Civil competente, e se a partilha abranger bens imóveis, deverá ser transcrita no
Registro imobiliário; a sentença do divórcio só produzirá efeitos depois de averbada no Registro
Público competente, qual seja, onde foi lavrado o assento do casamento.
 Registro de óbito: será imprescindível o registro de óbito, pois se prova a morte pela certidão extraída
do assento de óbito.
 Registro de emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz.
 Registro de interdição por incapacidade absoluta ou relativa.
 Registro de sentença declaratória de ausência e de morte presumida.

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