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MINISTRO DO STF DIZ QUE VAI LIBERAR 'EM BREVE' DENÚNCIA CONTRA RENAN

Eduardo Anizelli/Folhapress

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), durante sessão na Casa


MÁRCIO FALCÃO DE BRASÍLIA - 11/05/2016 15h32

O ministro Luiz Edson Fachin afirmou nesta quarta-feira (11) que pretende liberar "em breve" para
julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da
República contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Se a acusação for acolhida pelo plenário do Supremo, Renan passa a ser réu, respondendo pelos
crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso.
O inquérito apura se Renan usou dinheiro de empreiteira para pagar pensão a uma filha que teve
fora do casamento. O escândalo, divulgado em 2007, foi um dos fatores que levou Renan a
renunciar à presidência do Senado na época.
Após o relator finalizar seu voto, cabe ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski, marcar a data
da sessão que vai discutir o recebimento da denúncia.
O caso tramita em segredo de justiça no Supremo e chegou ao tribunal em 2007. Lewandowski era
o relator original do caso, mas deixou o processo quando assumiu a presidência do STF, em
setembro de 2014.
Fachin assumiu o caso em junho de 2015, logo após tomar posse no Supremo. Em fevereiro, o
ministro chegou a liberar o inquérito para julgamento, mas um pedido feito pela defesa fez o caso
voltar para o gabinete. Segundo Fachin, novas diligências foram realizadas e o inquérito está em
análise.
"Eu estou examinado porque acabei fazendo algumas diligências e o processo está em meu
gabinete. Em breve, [pretendo] dar algum encaminhamento", disse o relator.

APURAÇÕES
Segundo a denúncia, Renan disse que tinha recebido dinheiro proveniente de venda de gado para
justificar que tinha renda para fazer os pagamentos da pensão. O suposto comprador, porém, negou
que tenha adquirido bois do senador.
A Procuradoria disse que Renan não possuía recursos disponíveis para custear os valores repassados
à jornalista Mônica Veloso entre janeiro de 2004 e dezembro de 2006, e que inseriu "informações
diversas das que deveriam ser escritas sobre seus ganhos com atividade rural, com o fim de alterar a
verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, sua capacidade financeira".
Além da denúncia, Renan é alvo de um pedido de abertura de inquérito para apurar um
desdobramento do caso para apurar movimentação financeira a descoberto de R$ 5,7 milhões.
O presidente do Senado também é alvo de nove inquéritos que apuram sua suposta ligação com o
esquema de corrupção da Petrobras e também é investigado na Operação Zelotes que apura suposto
esquema de compra de medidas provisórias.
Renan tem dito que já deu todas as explicações sobre a denúncia e que é o maior interessado em
esclarecer os fatos. Ele nega irregularidades. O peemedebista também sustenta que não tem ligação
com a Lava Jato nem com a Zelotes.
RÉU
Na semana passada, durante o julgamento que afastou o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do
mandato e da presidência da Câmara, ministros do STF indicaram que qualquer agente político que
responder a processo penal não pode exercer o cargo de presidente da República, em substituição ao
titular.
Essa tese foi afirmada por Celso de Mello, Marco Aurélio Mello e Teori Zavascki. O STF ainda
deve discutir uma ação da Rede que trata essa questão.

ADVOGADO DE DELCÍDIO DIZ QUE IRÁ PEDIR AFASTAMENTO DE RENAN


CALHEIROS
Alan Marques/Folhapress

O senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) participa de reunião do Conselho de Ética do Senado


MARIANA HAUBERT_DÉBORA ÁLVARES DE BRASÍLIA - 10/05/2016 15h42

O advogado de Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), Antonio Figueiredo Basto, afirmou nesta terça-
feira (10) que irá apresentar uma representação criminal contra o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), na Procuradoria-Geral da República, para pedir o seu afastamento da
função.
Basto informou também que Delcídio não participará da sessão plenária desta terça que pode
aprovar a cassação do seu mandato parlamentar por considerar que a reviravolta patrocinada por
Renan nesta segunda (9), viciou o processo disciplinar a que responde por quebra de decoro
parlamentar na Casa.
Na avaliação da defesa, Renan utilizou-se do cargo para manipular o plenário da Casa para acelerar
a conclusão do processo que pode levar à cassação do mandato do senador.
"Ele fez uma barganha afrontosa ao plenário. Já passou da hora de o Ministério Público e o
Supremo Tribunal Federal colocarem uma lupa nesse cidadão porque não é de agora que ele vem
praticando atos como esse", disse Basto.
Segundo ele, a argumentação que será apresentada é semelhante a que foi acatada pelo ministro do
STF Teori Zavascki para determinar o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência
da Câmara e do mandato de deputado na semana passada, de uso do cargo para manipular senadores
e o processo administrativo da Casa por interesses pessoais.
À Folha, o advogado afirmou que os senadores fizeram uma "comédia de fantoches" nesta segunda
ao aceitarem uma ameaça do peemedebista e revogarem decisão tomada horas antes pela Comissão
de Constituição e Justiça da Casa que havia adiado a análise da constitucionalidade e juridicidade
do parecer aprovado pelo Conselho de Ética da Casa na semana passada.
A defesa do senador havia conseguido convencer os parlamentares a adiarem a decisão para que a
comissão pudesse pedir à Procuradoria-Geral da República os dados sobre um aditamento feito à
denúncia contra o parlamentar no STF (Supremo Tribunal Federal).
Indignado com a decisão, Renan ameaçou não pautar a votação do processo de impeachment da
presidente Dilma Rousseff, prevista para acontecer na quarta (11), antes da votação da cassação de
Delcídio. A situação acabou resolvida com a aprovação de um requerimento, proposto por Romero
Jucá (PMDB-RR), que tornou o processo de Delcídio urgente.
Dessa forma, após encerrada a sessão plenária do Senado, o presidente da CCJ abriu, ali mesmo, no
plenário da Casa, uma reunião extraordinária do colegiado, e aprovaram de forma simbólica o
relatório.
"Renan constrangeu o plenário do Senado de uma forma vergonhosa e lamentável. Na nossa ótica,
com o profundo respeito que eu tenho ao Senado e a alguns senadores, a condição do processo é
absolutamente viciada", afirmou Basto.
Segundo o advogado, a defesa não foi intimada a participar nem na sessão extraordinária da CCJ e
nem na sessão plenária desta terça. "Isso já demonstra a ilegalidade do processo. Mas, mesmo que
tivéssemos sido convocados, eu me recusaria a participar, tamanho o ato de violência praticado",
disse.
Basto informou que irá apresentar um mandado de segurança ao STF para questionar a decisão do
Senado assim que a votação for encerrada. "A decisão de hoje, seja ela qual for, é absolutamente
nula e vamos impugná-la na Justiça".
Questionado se acreditava que Renan havia pressionado pela conclusão do processo de Delcídio
para evitar que o senador votasse no processo de impeachment da presidente Dilma, Basto afirmou
que esta questão é, na verdade, secundária.
"Ele [Renan] não queria que viessem a baila os documentos que estão em poder da PGR e também
porque os senadores não querem ouvir as verdades que Delcídio poderia contar durante a sessão. O
mais importante era silenciá-lo porque o que ele tinha a dizer dói aos ouvidos dos corruptos. Não
era importante ouvir o seu discurso", disse.
Como revelou a Folha na semana passada, a presidente Dilma tem pressionado Renan a pautar a
votação da cassação de Delcídio no plenário da Casa antes da apreciação da admissibilidade do
impeachment da petista porque ela não quer ter entre seus algozes alguém que foi líder do seu
governo no ano passado. Delcídio já declarou publicamente sua intenção de votar pelo
impeachment.

PRISÃO
O senador ocupou o posto até ser preso em 25 de novembro. Após o episódio, ele relatou a
interlocutores ter se sentido abandonado pelo PT e pelo governo, que condenaram suas atitudes. Por
isso, Renan já havia previsto a votação de seu processo na terça (10).
Uma conversa sua com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró foi
gravada e entregue à Justiça. Nela, Delcídio oferecia ajuda à família e traçava um plano de fuga
para o pai de Bernardo como forma de convencê-lo a não contar o que sabia sobre os esquemas de
corrupção da Petrobras.
Após a prisão, Delcídio admitiu envolvimento no petrolão e fechou acordo de delação premiada,
implicando 74 pessoas no esquema.
Solto em 19 de fevereiro, ele pediu seguidas licenças médicas. Na semana passada, ele fez um novo
pedido de licença, desta vez por cem dias, para tratar de "assuntos pessoais".
SESSÃO
A sessão que votará a cassação de Delcídio está marcada para às 17h. A acusação será a primeira a
se pronunciar e terá 20 minutos para apresentar suas alegações. A defesa tem o mesmo tempo, mas
não comparecerá.
Os relatores tanto do Conselho de Ética, senador Telmário Mota (PDT-RR), e da Comissão de
Constituição e Justiça, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), também poderão falar cada um por 20 minutos,
caso desejem.
Em seguida, os senadores poderão usar a palavra. Depois segue-se a votação, que é aberta e
eletrônica, ou seja, registrada no painel do Senado.
A sessão plenária foi aberta no início da tarde e os senadores já começaram a se inscrever para
poderem falar antes da votação.

SECRETÁRIO-GERAL DA OEA DIZ QUE VAI CONSULTAR CORTE INTERAMERICANA


SOBRE IMPEACHMENT

Pedro Ladeira/Folhapress

Dilma Rousseff se reúne com o Luis Almagro, secretário-geral da OEA, em abril


MARINA DIAS DE BRASÍLIA - 10/05/2016 13h59

Após se reunir com a presidente Dilma Rousseff, o secretário-geral da OEA (Organização dos
Estados Americanos), Luis Almagro, afirmou nesta terça-feira (10) que o processo de impeachment
tem "incertezas jurídicas" e que fará uma "consulta jurídica à Corte Interamericana de Direitos
Humanos" para garantir a proteção dos direitos civis e políticos no país.
Segundo Almagro, que já ecoou a tese do governo de que o impeachment da petista é "um golpe",
"há pelo menos três pontos de incertezas jurídicas" no processo contra Dilma.
O primeiro, diz ele, é um "problema estrutural": "a porcentagem alta de deputados e senadores que
poderiam estar inelegíveis ou foram imputados em denúncias de corrupção". O segundo, "a
legalidade das causas invocadas para o impeachment" e o terceiro, diz Almagro, é que "não há
tipificação de delito" contra Dilma.
"A legalidade da causa é, para nós, um assunto fundamental, importantíssimo para entender as
razões jurídicas do impeachment. Temos responsabilidade enquanto observar o funcionamento da
democracia no continente. Temos que monitorar e, obviamente, atuar quando há uma alteração da
ordem constitucional no país", disse Almagro em declaração à imprensa no Palácio do Planalto após
sua audiência com Dilma.
O secretário-geral da OEA afirma ainda que já fez esses questionamentos aos três Poderes no país
em outra visita mas não obteve "uma resposta jurídica contundente a respeito". Além de Dilma,
Almagro se reuniu com senadores e com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo
Lewandowski.
"Como não tivemos uma resposta jurídica contundente a respeito, em função da nossa
responsabilidade, e a competência que nos dá, temos que fazer uma consulta jurídica à Corte
Interamericana de Direitos Humanos enquanto à proteção nesse caso, nos direitos civis e políticos",
afirmou.
QUEM BRINCOU COM A DEMOCRACIA FOI RENAN, DIZ FLÁVIO DINO
Francisco Campos - 12.fev.2015/Divulgação

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B) em entrevista a uma rádio pública


BERNARDO MELLO FRANCO COLUNISTA DA FOLHA - 09/05/2016 22h24

Aliado da presidente Dilma Rousseff, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), afirma
que o Senado errou ao prosseguir com o processo de impeachment segunda (9).
Em entrevista à Folha, ele criticou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por ter
ignorado a decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA).
Renan acusou o deputado de "brincar com a democracia" ao anular a votação do impeachment.
"O Senado está assumindo o risco de tocar o processo sem a autorização da Câmara. No meu
dicionário, isso que é brincar com a democracia", criticou Dino.
O governador disse que a decisão de Renan foi "bastante esquisita" e deverá ser questionada pelo
governo no Supremo Tribunal Federal. "Criou-se mais um argumento para o debate judicial",
afirmou.
Dino saiu em defesa de Maranhão, seu aliado. "Ele não revelou despreparo, e sim altivez, coragem
e destemor. As críticas são da vida. Quem apanha hoje pode ser herói amanhã", disse.
Ex-juiz federal, o governador negou ter sido o verdadeiro autor da decisão: "Se eu fosse o ghost-
writer, diria. Mas só agi como consultor jurídico".

DEPUTADO QUE VENCEU 12 VEZES NA LOTERIA EM 14 DIAS PODE ASSUMIR


PRESIDÊNCIA DA CÂMARA
Publicado: 11, maio 2016 ás 11h:42m:14s
Postado por: Narley Resende

Com o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara Federal, e o cerco


político contra Waldir Maranhão (PP-MT) que assumiu o cargo na semana passada, o deputado
Fernando Giacobo (PR-PR), poder ser o novo presidente da Casa. Ele agora é o vice-presidente
interino.
Diferente dos dois, Giacobo não é investigado na Operação Lava Jato. Por outro lado, já foi réu no
Supremo Tribunal Federal (STF) em três ações, que foram prescritas, e ganhou na loteria 12 vezes
em um período de 14 dias, em 1997.
Maranhão pode não ter condições de se sustentar no cargo por também ser investigado na operação
Lava Jato e pela pressão política sofrida após tentar anular o a votação do impeachment da
presidente Dilma Rousseff. Maranhão foi citado pelo doleiro Alberto Youssef, delator do esquema
investigado na Lava Jato, como tendo recebido pagamentos mensais que variavam de R$ 30 mil a
R$ 50 mil.
Além disso, ele também responde a dois outros processos no STF. por lavagem de dinheiro e
ocultação de bens. No caso da saída de Maranhão do cargo, Giacobo poderia se tornar o novo
presidente e ao mesmo tempo ficar mais visado no cenário político nacional.

Processos

Giacobo era segundo vice-presidente, eleito em fevereiro de 2015, para mandato de dois anos, e
passa a ser o próximo na linha sucessória de Eduardo Cunha. Essa condição levou Giacobo a ser
citado na imprensa como alvo de inquérito por crimes contra a ordem tributaria. Ele também teria se
envolvido em ações sob a acusação de sequestro e carcere privado, falsidade ideológica e formação
de quadrilha. Esses últimos prescreveram em 2011.
No processo de cárcere privado, o parlamentar era acusado de sequestro contra José Adílson dos
Santos, que teria sido vítima dos crimes em Cascavel (Oeste do Paraná), onde se encontrou com
Giacobo para entregar papéis de uma fazenda que seria vendida em Mato Grosso. A investigação
aponta que o parlamentar desconfiou da autenticidade dos documentos e, por isso, teria mantido
Santos em cárcere privado por mais de 30 horas, até que o antigo proprietário restituísse um sinal de
determinado valor.

Loterias
No caso das loterias, o mais curioso, ele ganhou doze vezes – somados os prêmios, recebeu R$ 134
mil. Em 2004, em entrevista à Folha de S. Paulo, o deputado atribuiu a bolada recebida à sua sorte.
“Pura sorte. Juro por Deus. Eu sou um cara de muita fé”, disse.
“Rapaz, deve ter sido um mês que eu devo ter jogado bastante. Você vai lá, consulte a Caixa, manda
a Polícia Federal averiguar se o jogo não é quente, aí você me liga se não for”.
Nada consta
A assessoria de Giacobo enviou documento de certidão de antecedentes do STF mostrando que não
há inquérito em andamento e que a situação junto à Receita Federal foi regularizada. Em nota, o
parlamentar afirmou que “atualmente o deputado não responde a nenhum crime”.
Deputado que atua no Sudoeste e Oeste do Paraná, Giacobo é empresário do setor automotivo. Foi
eleito deputado federal pela primeira vez em 2002, filiado ao PPS. Foi do PL e agora é do PR – e
foi reeleito três vezes, fazendo 145 mil votos em 2014.

Documentos enviados pela assessoria de Giacobo:


Decisao STF
Certidão nada consta 2
Certidão eleitoral nada consta
EM AÇÃO DE PETISTA, FUX DERRUBA ARGUMENTO USADO POR
MARANHÃO
Pedro Ladeira - 13.ago.2014/Folhapress

O ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux


MÁRCIO FALCÃO_VALDO CRUZ DE BRASÍLIA - 09/05/2016 14h10

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux rejeitou uma ação apresentada pelo
deputado Paulo Teixeira (PT-SP) para anular a votação do impeachment da presidente Dilma
Rousseff. O recurso do congressista tinha como base o principal argumento utilizado pelo
presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), para interromper o processo.
Paulo Teixeira alegou que a votação foi ilegal porque os líderes orientaram a votação do processo,
violando "o direito subjetivo à liberdade de apreciação para emanação de voto."
Em seu despacho nesta segunda (9), quando mandou o processo retornar do Senado à Câmara para
nova votação, Maranhão argumentou que os partidos não poderiam ter fechado questão ou dado
orientação em relação ao voto dos parlamentares, uma vez que, segundo o presidente interino, "os
parlamentares deveriam votar de acordo com suas convicções pessoais e livremente".
Para o ministro Luiz Fux, a questão é interna da Câmara e não foi identificada nenhuma ilegalidade
flagrante na votação. Fux afirmou que a orientação partidária parte de interpretações regimentais.
"In casu, reputa-se como interna corporis o ato praticado pelo Plenário da Câmara dos Deputados
consistente na votação de autorização para instauração de processo por crime de responsabilidade
contra a Presidente da República", disse o ministro.
"Resta claro que o ato praticado pelo impetrado, diante da situação fática descrita pelo impetrante,
envolveu a interpretação de dispositivos regimental e legal, restringindo-se a matéria ao âmbito de
discussão da Câmara dos Deputados. Dessa forma, afigura-se incabível o mandado de segurança,
pois não se trata de ato sujeito ao controle jurisdicional", completou.
O despacho de Fux foi assinado na sexta-feira (6), mas só entrou no sistema do STF nesta segunda.
Dois ministros do STF ouvidos pela Folha sob condição de anonimato também disseram que o ato
de Maranhão de anular uma sessão do plenário não teria previsão legal.
Outro ministro do STF disse não ver problema na orientação das lideranças. Segundo esse
integrante, a discussão que caberia neste caso é se um parlamentar poderia ser punido por não ter
seguido a recomendação do líder na votação. Segundo o ministro, o principal debate neste caso é se
o presidente da Câmara tem competência para derrubar uma votação do plenário.
PREVIDÊNCIA É PRIORIDADE PARA HENRIQUE MEIRELLES
Adriana Fernandes e Murilo Rodrigues Alves

Meirelles quer reformar regras de acesso à aposentadoria


Escolhido para comandar a equipe econômica do vice-presidente Michel Temer, o ex-presidente do
Banco Central, Henrique Meirelles, definiu a reforma das regras de acesso à aposentadoria como o
principal "endereçamento" da sua gestão à frente do Ministério da Fazenda, que passará a
incorporar a Previdência Social.
O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que Meirelles já
começou a discutir, nas reuniões em Brasília com a equipe de Temer, os detalhes da incorporação,
que marcará uma mudança histórica na estrutura da Esplanada dos Ministérios.
O Ministério da Previdência foi criado em 1974, no governo de Ernesto Geisel, durante a ditadura
militar, e fundido, em 2015, pela presidente Dilma Rousseff, com o Ministério do Trabalho. O
provável novo ministro da Fazenda acredita que a junção das Pastas vai ajudar no encaminhamento
da reforma, que precisa fazer. "É a pauta econômica mais importante para melhorar a evolução das
despesas", disse Meirelles a interlocutores.
Pelos cálculos do Ministério da Fazenda, divulgados na terça-feira no primeiro relatório de Análise
dos Gastos Públicos Federais, as despesas com benefícios da Previdência foram as que mais
cresceram desde 2006 e as que mais contribuíram para a elevação dos gastos públicos. As despesas
subiram de 6,9% do PIB em 2006 para 7,4% do PIB em 2015.
São as principais responsáveis pelo aumento da chamada rigidez orçamentária, processo que elevou
o volume de gastos obrigatórios e que não podem ser cortados. Esse tipo de despesa obrigatória saiu
de 13,8% do PIB em 2003, início do governo Lula, para 17,6% do PIB em 2015.
No mercado financeiro, a mudança foi bem recebida, em contraponto à reação negativa dos
movimentos sindicais. "Incorporar a Previdência à Fazenda seria ótimo. Taí uma medida que pode
ir além do decorativo ou do corte de alguns cargos de confiança", avaliou o economista-chefe da
corretora Tullett Prebon, Fernando Monteiro.
Ele sustenta que o desafio fiscal passa necessariamente pela Previdência, que costuma jogar contra
o ajuste. "Que político quereria ser o ministro de uma reforma previdenciária pra valer? Assim, abre
espaço para um técnico", disse Monteiro.
Conta. Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, a proposta é
"absurda". "Temer está sinalizando que a Previdência é só custo, que pode ser colocada numa
salinha do Ministério da Fazenda e tratada como mais uma das contas que a equipe dele vai cortar",
afirmou.
O presidente da maior central sindical do País, ligada ao PT, promete impedir a junção nas ruas.
"Antes mesmo de assumir, Temer já começa a mostrar suas garras contra os trabalhadores e
aposentados", disse.
Sérgio Leite, primeiro secretário da Força Sindical, avaliou que, se Temer colocar em prática a
junção, vai começar o provável governo desagradando os trabalhadores. "Na Fazenda, a Previdência
vira um fundo contábil: se tem dinheiro, paga; se não tem, corta os benefícios."
Até mesmo Ricardo Patah, presidente da UGT, ligada ao PSD, partido de Meirelles, vê com
preocupação a medida. "É como colocar a raposa para cuidar do galinheiro", comparou.
Ele diz que Meirelles compreende as necessidades macroeconômicas do País, mas pondera que a
interlocução com o ministro da Fazenda para tratar do endurecimento das regras para acesso à
aposentadoria e pensões "não é adequada" na visão dos movimentos sociais. As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.

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