Sie sind auf Seite 1von 11
MERKEL 666 MERKEL (Lei de) ou Lei de propor- cionalidade (D. Proportionalitdtsgesetz, em WuNDT, Grundztige der Psycholo- gie.) Lei descoberta por J. MERKEL e que se opde, em certas circunstancias, a lei lo- garitmica de Weber: se os intervalos en- tre os excitantes sdo suficientemente gran- des, constata-se que as sensagdes crescem proporcionalmente aos excitantes (Ed. CLAPAREDE). Esta lei esta ela propria na- turalmente sujeita as diversas reservas de prinefpio que sobre a medida da sensa- go forem feitas. Cf. Fechner. MESMO Ver Outro e Idéntico. Mes- midade foi utilizada por VOLTAIRE. Ver as observacdes sobre Identidade. MESOLOGIA D. Mesologie; E. Me- sology; F. Mésology; 1. Mesologia. Estudo que tem por objeto a relacdo entre os seres ¢ 0 seu meio (pouco usado). Rad. int.: Mezologi. METAFISICA D. Metaphysik; E. Metaphysics; F. Métaphysique; 1. Meta- fisica. A. Sentido primitivo: 7 peré 78 gu- aixd, nome dado a obra de Aristételes a que nés chamamos hoje a Merafisica, porque, na colecao das obras de ARISTO- TELES recolhida por ANDRONICO DE Ro- DES (1° século a. C.), se seguia a Suatxi &xgdaes, ou Fisica. Sob esta forma, a expresso data o mais tardar do primei- ro século da era cristé; Metaphysica, nu- ma s6 palavra, nao se encontra antes da Idade Média, particularmente em AVER- ROIS (segundo EUCKEN, p. 68). Na Idade Média, este termo foi apli- cado & copia ou girosogia rea de Aristoteles (Merafisica, I, 2, 9824 se- guintes), que tinha por objeto 76 6 } Sy (Met., Ul, 1, 1003421; V, 1, 102631, eic.), ¢ por ele proprio definida i) ray redrev boxay xai airidv Bewontixi (sendo essas causas principalmente o révyatiév © 0 78 oF Evexci) (ibid., 982° 9-10). Compreende o conhecimento das coisas divinas ao mesmo tempo que o dos principios das ciéncias e da aco (cf. Bo- NITZ, V° earos, 653°23). S. TOMAS DE AQUINO adaptou esse sentido complexo 4 doutrina crista, insis- tindo sobre o carter racional (¢ nao re- velado) deste conhecimento. Na utilizagao moderna, o sentido da palavra metafisica diferenciou-se confor- me se acentuava af quer a idéia de certos seres ou de uma certa ordem de realida- de, objeto especial da metafisica, quer a idéia de um modo especial de conheci- mento, caracteristicamente seu: 1° Conhecimento de uma ordem es- pecial de realidade: B. Conhecimento dos seres que nao se apresentam aos sentidos. “As ciéncias Sobre Metafisica — Artigo refundido ou completado segundo as observacdes de J. Lachelier, A. Fouillée, Ch. Dunan, Elie Halévy, René Berthelot, F. Mentré, ea partir da discuss&o que teve lugar na sesso de 7 de julho de 1910. Deu lugar, por outro lado, as seguintes observacdes: Origens historicas dos sentidos atuais: S. TOMAS DE AQUINO considera a metafi-~ sica como a ciéncia de tudo aquilo que manifesta o sobrenatural: chama transphysi- ca aos objetos desta ciéncia (In libr. I de Metaphysica prologus). Este sobrenatural é por ele entendido no sentido crist4o, de modo que a sua principal forma ¢ 0 divino eo quea ele se liga: Deus, primeiro motor, fim iiltimo, principio e juiz da moralida- de; a alma enquanto imortal, 0s anjos, ete. “Aliqua scientia adquisita est circa res 667 METAFISICA especulativas so a metafisica, que trata das coisas mais imateriais, como do ser sas sdo em si mesmas, por oposicao as aparéncias que elas apresentam, “Unter em geral, e em particular de Deus e dos seres intelectuais feitos & sua imagem; a fisica, que estuda a natureza, etc.”” (BOS- suET, Conhec. de Deus e de si, cap. I, § 15). Este sentido deriva de S. TOMAS DE Aquino. E também 0 que DESCARTES dava a esta palavra (ainda que menos pre- cisamente): ver a Epistola dedicatoria das Meditagées, na qual a metafisica ou filo- sofia primeira é apresentada como tendo por objeto o conhecimento de Deus ¢ da alma por ‘‘raz4o natural’. C. Conhecimento daquilo que as coi- Metaphysik verstehe ich jede angebliche Erkenntniss, welche tiber die Méglichkeit der Erfahrung, also tiber die Natur, oder die gegebene Erscheimung der Dinge, hi- nausgeht, um Aufschluss zu ertheilen jiber Das worduch jene bedingt ware; oder populér zu reden, iiber Das, was hin- ter der Natur steckt, und sie méglich mach... Er (der Unterschied zwischen Physik und Metaphysik) beruht im All- gemeinen auf der Kantischen Unterschei- dung zwischen Erscheinung und Ding an ‘A primeira alteracdo notavel do sentido desta palavra é aquela provocada por Descartes 0s cartesianos, que consideram a imaterialidade como o trago caracteris- tico dos objetos metafisicos, Para Descartes ¢ metafisico aquilo que nao é nem fisi- co, nem puramente formal, como a geometria'. Da mesma maneira, em MALEBRAN- CHE (Entretiens sur la Métaphysique 1), 0 metafisico opée-se essencialmente ao es- pacial e ao sensivel. LEIBNIZ parece tomar também a palavra no mesmo sentido quan- do define as ménadas como pontos metafisicos, dtomos metafisicos; contudo, serve- se também, ena mesma passagem, da expressao pontos de substancia, que se aproxi- maria mais do sentido C (Sistema novo, ete., § 11), € opde freqiientemente o mecAni- co ¢ 0 metafisico no sentido tradicional, onde o primeiro se refere a matéria e A cau- sa eficiente, o segundo as causas formais e finais. De Letpniz, esta palavra passa a WOLFF, que Ihe da a significacdo analisada na critica acima (no inicio do § 2). E dele que KANT a toma emprestado, empregando-a em diversos sentidos: 1° aplica-a A parte construtiva da filosofia oposta a Critica, e “‘compreendo todo o conhecimen- to, verdadeiro ou aparente, que vem da Razdo pura’; 2° a ‘‘todo o conjunto da filo- sofia pura, compreendendo ai a Critica”; 3° & teoria dos objetos de f€ racional; 4° finalmente, chama “‘princfpios de saber metafisico”’ aos principios reguladores do pensamento cientifico, tais como Natura non facit saltus, etc. Mas esta utilizacdo é secundaria, € 0 primeiro destes quatro sentidos ¢ o mais importante. Jacob admite uma metafisica da intuico interior, no sentido D. Sobre -Fichte Hegel, ver mais adiante. (Resumo de uma comunicagao feita por René Berthelot & Sociedade de Filosofia, sesso de 7 de julho de 1910) ‘A principal fonte da utilizacao da palavra metafisica em Kant é 0 Manual de Baumn- garten intitulado Metaphysica (1730), V° Kant’s Terminology, ¢ Metin, V° Me- taphysik. 1. A oposigdo da gihovogia rodirm ou Oeohoyx1 as matematicas, por um lado, e a fisica, por outro, encontra-se j4.¢m ARISTOTELES. O conjunto das trés constitui, segundo ele, a ciéncia especulativa (Merafisi- ca, V, 1, 1026419). Esta divisio é ainda utilizade por Kanr (prefacio & 2? edigao da Critiea da razdo pura), onde sao comparadas as trés ciéncias teéricas: matemética, fisica, metafisica. Por outro lado, Descartes fopde também 2 metafisica & fisica e ao grupo das ciéncias aplicadas, medicina, mecénica e moral. Ela ¢ a “raiz”” da arvore das cincias (prefaicio dos Principios, 12). (A. L.) METAFISICA 668 sich.’"! SCHOPENHAUER, Die Welt, livro | superior 4 dos fatos, e contendo a razdo Ps 5 2 + I, suple., cap. XVII. Ed. Grisebach, II, | de ser desta. ‘“E preciso que se inscreva 201; ef. ibid., 189. no inicio da metafisica, como primeira ‘Ao mesmo sentido se liga a utilizagao | verdade certa, ndo uma verdade intelec- de metafisica oposta a dialética para de- | tual, mas uma verdade moral... A cién- signar o estudo das coisas naquilo que es- | Cia nao pode mais conduzir a metafisica, tas possuem de imutavel, por oposicao ao | @8sim como a metafisica no pode forne- ae, Aciénci {to de partida e prin- seu de lem histérica. Ver as | Cer clencia um pont oe Sue sua ordem histériea. Ver as | cin reguladores.”” L. LIARD, A cléncia a sit ica, 3% D. Conhecimento das verdades mo- | rais, do dever-ser, do ideal, considerado como formando uma ordem de realidade a Liarp, ibid. introducao, 1. 2° Modo especial de conhecimento ou de pensamento: E. Conhecimento absolute proporcio- nado pela intuicao direta das coisas, em Sobre os diversos sentidos da palavra “Metafisica””. E extremamente dificil re- duzir & unidade todos 0 sentidos que foram dados, com razo ou sem ela, e muito freqiientemente sem ela, a palavra metafisica. E necessario, creio eu, partir de Aris- tteles, para o qual a red7 gidogovia era a ciéncia do ser simplesmente enquanto tal, enquanto existe, por oposigao ao ser enquanto tendo qualidade, quantidade, etc.: por conseguinte, a ciéncia dos elementos e das condigdes da existéncia em geral; por exemplo, todo ser é feito de poténcia e de ato, de matéria e de fo i isti ici uma causa final. Acho que a metafisica, a partir desse momento e tal como foi entendido, foi sem- pre uma ciéncia dupla: 1° a da existéncia em geral; 2° a de certas exist@ncias, como as de Deus e das almas, inacessiveis em si mesmas a experiéncia, mas consideradas para a explicacdo quer do conjunto das coisas, quer de certos fendmenos em particu- lar, e admitidas, quanto ao seu ser e maneiras de ser, para e segundo a necessidade desta explicaao (por exemplo, alma deve ser imaterial, porque a consciéncia que temos de nés préprios é simples). Pode-se contar como sendo uma terceira ciéncia, ou melhor, como um desdobramento da primeira, a da toralidade das existéncias, ‘ou do Mundo. (E finito ou infinito, em duracdo e extensdo? E redutivel a elementos liltimos, ou a reducdo iré ao infinito? Contém comegos absolutos, ou é tudo um en- cadeamento necessario?) Na era barbara da filosofia, quer dizer, no século XVIII, parecendo vas ou impossiveis todas essas ciéncias, ja se entendeu por metafisica ape- nas o conhecimento dos principios gerais de uma arte ou de uma ciéncia quaisquer, ou ainda a dos fendmenos que nao so do dominio dos sentidos externos, como a prépria sensac&io. Nao sei qual serd agora 0 futuro da metafisica; gostaria, quanto a 669 METAFISICA oposicao ao pensamento discursivo. “Se existe um meio de possuir uma realidade em vez de a conhecer relativamente, de se colocar nela em vez de adotar pontos de vista sobre ela, de ter a sua intuigao em vez de fazer a sua andlise, finalmente de a captar fora de qualquer expressao, tradug&o ou representacao simbélica, a metafisica é isso mesmo. A metafisica é, portanto, a ciéncia, que pretende ir para além dos simbolos.”” H. BERGSON, ‘In- trodugdo a metafisica”’, Revue de me- taphysique, 1903, p. 4. F. Conhecimenio pela Raz&o, consi- derado como 0 tinico capaz de atingir 0 fundo das coisas, seguindo os primeiros principios das ciéncias fisicas e morais. “Todas as escolas filoséficas reconhe- ceram a existéncia de uma ciéncia mais geral emais elevada que as outras, de uma ciéncia dos principios da qual todos os nossos conhecimentos obteriam a sua cer- teza e unidade... uns, procurando os prin- cipios na razo ou no fundo invariavel da inteligéncia humana, estenderam-nos a tudo o que existe, consideraram-nos co- mo a expressdo exata da natureza das coi- sas e como o fundo constitutivo de todos Os seres...: Sao os metafisicos propria- mente ditos.’* A. FRANCK, Diciondrio das ciéncias filosdficas, V° Metafisica. Os sentidos Ee F sao muito proximos dos anteriores: 0 conhecimento tiltimo, absoluto, que capta a esséncia interior dos mim, que ela voltasse a ser a ciéncia do ser, no duplo sentido de existéncia em geral e de totalidade das existéncias, mas com a condicao nova de que a chave desta cién- cia deve ser procurada na evolucdo das necessidades internas — ou, numa sé pala vra, na ldgica interna do pensamento. Excluo dela formalmente tado 0 conhecimen- to dos seres particulares: as almas nao s4o para mim seres, mas o préprio ser, ou 0 ato do corpo; Deus ¢ 0 nosso préprio destino possivel fora deste mundo nao sdo objetos de ciéncia, mas de fé. (J. Lachelier) Sobre a definicdo de A. FOUILLEE. A andlise reflexiva no consiste em ver as coi- sas de fora, a ver tudo nelas, exceto elas prdprias; consiste, pelo contrario, em vé-las, por dentro, em vé-las a elas prdprias nos seus elementos, que sdo fatos de conscién- cia. Quanto & sintese, procura relagdes indissoltiveis entre cada realidade e todas as outras. Fora desta dupla operacdo sobre o real, sé pode existir uma metafisica ima- ginativa, fundada sobre simples aparéncias imediatas, apresentadas tais quais como realidades. (A. Fouillée) Sobre a definigao de Ch. DUNAN. Nao creio que uma sintese do conhecimento possa ser feita através de um trabalho consciente, voluntario, discursivo. O pensa- mento metafisico é essencialmente espontaneo, embora precise ser preparado. Con- siste no ato de por qualquer coisa quer como fato, quer como verdade. E por isso que aparece em todos os homens e em todos os instantes. E a forma fundamental do pensamento em geral. Pér alguma coisa, quer como existéncia, quer como verdade, é, na minha opi- nido, fazer metafisica: 1? porque por um fendmeno como real e existente correspon- de a pé-lo como parte integrante do todo das coisas, 0 qual é infinito, portanto trans- cendente a toda experiéncia e absoluto; de maneira que dizer: este livro existe, é liga- lo ao Absoluto, quanto ao tempo, quanto a0 espaco, quanto A causalidade, & finali- dade, quanto a todos os aspectos que ele apresenta: o que supde que a idéia de Abso- luto esta em nés, e que, sem ser pensavel em si mesmia, € 0 fundo, ou melhor, a for- ma (no sentido aristotélico da palavra) de todos os nossos pensamentos. Se, em vez da existéncia de um objeto, eu ponho como verdade uma qualquer concepgao do meu espirito é a mesma coisa. Sempre, quer eu 0 saiba ou nao, a partir do momento em que afirmo, refiro-me a idéia de Absoluto, presente em mim. METAFISICA. 670 seres, por oposigdo as aparéncias sensi- veis, ¢ também o objeto da metafisica. r outro lado, nao é for- mal como a l6gica, mas “material”, na medida em que se aplica a objetos deter- minados, dos quais ela permite formular a priori as condigdes de existéncia feno- menal: “‘Metafisica da natureza, metafi- sica dos costumes.”” Ver Critica da razao pura, 1° ¢ 2° prefacios e sobretudo Me- todologia Transcendental, cap. III; Pro- legdmenos, introducao e 3! parte; Fun- damentos da metafisica dos costumes, prefacio. KANT faz ainda uso desta pa~ lavra em outros sentidos, mas este é mais geralmente utilizado. H. ‘‘Conhecimento do real por ana- lise reflexiva e critica, t4o radical quanto possivel, e pela sintese, to integral quan- to possivel, da experiéncia, particular- mente da experiéncia interior, fundamen- to e condigdo de qualquer outra.” Extrato de uma nota de Alfred FOUILLEE, sobre a prova do presente artigo. Cf. do mes- ‘mo autor, O futuro da metafisica (1889), e ver as notas sobre esta formula nas ob- servacdes. “A metafisica... deve definir-se como uma concepgao de alguma coisa em que entre, com maior ou menor clareza e dis- tinga concepeao de todas as coi- diferenca que possa haver entre os metafisicos de profissio e 0s vulgares reside no fato de, entre os me- 2° Essa existéncia ou essa verdade que eu ponho, nao as ponho como relativas, mas como absolutas. Essa existéncia no é uma existéncia para mim, é uma existén- cia em si: essa verdade nao é a minha verdade, mas a verdade; pelo menos a conside- ro assim necessariamente. Por conseguinte, se digo apenas: chove, por duas vezes proclamo 0 Absoluto, duas vezes sou metafisico, sem talver duvidar 0 minimo do mundo. E toda a metafisica que um homem pode fazer é desta ordem, com a dife- renga de ser aqui consciente, noutro lugar inconsciente. Existe, pois, na minha opinido, no pensamento uma funedo de posicdo, ou, se se quiser, de afirmacao, que alias nao é dupla; porque, como tentei demonstrar no meu artigo Legitimidade da metafisica', aquilo que é afirmado como verdade passa imediatamente e ipso facto ao estado de fato; e, por outro lado, nenhum fato apare- ce como tal sendo depois de ter sido concebido pela inteligéncia e afirmado como verdade. le resto, dado que nao se poe nada sem saber as razdes, verdadeiras ou falsas, das coisas que se pdem. Quanto a metafisica especulativa, ela nao é nada de especificamente distinta da- quela de que acabo de falar. Se esta pode ser admitida, a outra deve passar sozinha, porque é apenas a primeira submetida ao trabalho da reflexao. (Ch. Dunan) 1. Revue de metaphysique, setembro de 1906, on METAFISICA tafisicos, a sistematizagdo se referir a idgias mais amplas, mais complexas, me- thor elaboradas do que as do comum dos homens.” Ch. DuNAN, “Ensaios de filo- sofia geral”, Metafisica. Cf. do mesmo autor, “‘Legitimidade da metafisica’’, Re- vue de métaphysique, setembro de 1906. Podemos aproximar destas definigdes a férmula freqiientemente citada de Ja- MEs: “Metaphysics means only an unu- sually obstinate attempt to think clearly and consistently”! Textbook of Psycho- logy, epilogo; ¢ esta frase do professor R. EUCKEN: “So ist es nicht eine Lust an all- gemeiner Formeln, sondern das Verlangen nach mehr Charakter, nach energischer Durghbildung unseres Lebenkreises, was die Forschung zur Metaphysik treib?? 1, “A metafisica ¢ apenas um esforgo particular- mente obstinado para pensar de uma forma clara & jmungen der Gegenwart, 4 sica tenta sobretudo explicar a natureza intima dos seres, a origem e a destinacdo de todas as coisas, 0 modo essencial de produgio de todos os fenémenos... a efi cAcia histrica dessas entidades resulta di retamente do seu carater equivoco (inter mediario entre a explicacdo teolégica ea explicacao positiva); porque em cada um. desses seres metafisicos... 0 espirito po- de, & vontade, consoante est mais pré- ximo do estado teoldgico ou do estado positivo, ver ou uma verdadeira emana- consistente” 2, “Assim, nao é um gosto pelas formulas gerais, mas um desejo mais caracteristico, 0 desejo de uma sistematizagdo integral e enérgica do nosso circulo de vida,’ que leva a investigagdo até a metafisica” cdo do poder sobrenatural, ou uma sim- ples dominagao abstrata do fenémeno considerado.” Aug. COMTE, Discurso sobre o espirito positivo, cap. 1, § 2: “Es- Sobre um sentido pds-kantiano. Além da significagdo estritamente kantiana, € preciso assinalar a significacao da interpretacdo kantiana (que comumente se atribui a Kant), e que ¢ 0 residuo vivo do kantismo. A metafisica é 0 estudo do problema do conhecimento, ou das condicdes e limites do conhecimento. Cada ciéncia estuda um fragmento do real, nenhuma estuda o préprio estudo: a metafisica tem por obje- to a propria ciéncia enquanto conhece. Esta definicgo muito geralmente admitida ie em dia opde-se a definicao antiga: estu Muitos fildsofos (0s ecléticos) fundem e justapdem os dois pontos de vista, que pet manecem yerdadeiramente distintos. De fato, os metafisicos esforcam-se quer por aleancar uma visdo de conjunto do mundo, por captar o real mais perto do que a ciéncia (pelo método intuitivo — ou de andlise critica — ou simplesmente de critica dos dados da ciéncia), quer por investigar os fundamentos do conhecimento e da acdo. Eu acrescento: da acd, porque nos nossos dias ha tendéncia para se constituir uma metafisica da acéo, mais vasta do que a do conhecimento, ¢ eu creio que essa tendéncia se acentuara cada vez mais. (F. Mentré 1911) Sobre o sentido H. Este sentido aproxima-se do sentido C. A pretenséo da meta- fisica H é menor do que a da metafisica C, mas persegue 0 mesmo objetivo, abarcar o real o mais estreitamente possivel. Os metafisicos, no sentido H, créem que uma abordagem direta é impossivel ¢ substituem-lhe uma abordagem aproximativa, mas também tentam ir ao fundo das coisas, na medida do possivel. (Id.) METAFISICA or tado metafisico ou abstrato.”” A Revolu- gao Francesa, destrutiva e apoiando-se so- bre uma Declaragéto dos direitos do ho- mem, em politica, segundo Comte, 0 ti- po de espirito metafisico. CRITICA 1. Deixamos de lado, na enumeracao acima feita, dois sentidos que hoje em dia jé no circulam, mas que ndo deixaram de ter influéncia sobre as acepgdes to va- riadas que esta palavra recebe na lingua- gem contemporanea. a, Para BACON, a metafisica consis- te no conhecimento das causas finais e das causas formais, quer dizer, dos “proces- sos latentes’” ¢ dos ‘esquematismos la- tentes”” que constituem a esséncia dos fe- n6menos, aquilo que eles so “‘in ordine ad universum””, por oposi¢ao ao aspecto sob o qual aparecem aos nossos sentidos. Opée-se & fisica, que conhece causas ma- teriais ¢ eficientes, sem saber por que es- sas causas produzem este ou aquele efei- to sensivel (De dignitate et augmentis scientarum, Ill, 4. Cf. Nov. Organum, II, 9). Bacon transforma assim o sentido da | formula aristotélica e escolastica, da qual parte, segundo o seu método, e acaba por dar & palavra um sentido muito proximo de C. b. No século XVIII, e na escola dos Ideélogos, metafisica designa freqiiente- mente a ciéncia do espirito, das idéias, da sua origem, por oposic&o & fisica. Este sentido € provavelmente uma conseqiiéncia deformada da definicao de BossvET (ver acima), para quem o obje- to da metafisica ¢ 0 imaterial. Talvez, contudo, seja mais antigo. Lé-se na Lo- gica de Port-Rovat: ‘‘Nao ha nada de mais consideravel na metafisica do que a origem das nossas idéias, a separacdo das idéias espirituais e das imagens corporais, | adistincdo da alma e do corpo e as pro- vas da sua imortalidade”, etc. 2° Discur- so preliminar, 19. VOLTAIRE escreveu, no seu Diciondrio Jfiloséfico, a propésito da palavra META- FISICA: “Trans naturam, para além da Sobre o sentido positivista. C. Hémon comunicou-nos os textos seguintes de SULLY PRUDHOMME: “E metafisico todo dado reconhecido como inacessivel quer aos sentidos, quer a consciéncia, quer A observacao externa. Esta regra atribui, ao mesmo tempo, o seu objeto as ciéncias positivas: uma ciéncia $6 € positiva com a condigao de visar apenas relagdes.”* Em Les causes finales, por SULLY PRUDHOMME e Ch. RICHET, p. 174. ‘Fundo esta distincao basica, irredutivel, entre 0 objeto me- tafisico ¢ 0 objeto cientifico, sobre o fato facilmente constatavel de que qualquer proposicao que formule no espirito humano uma relacdo entre o primeiro e o seeun- do € contraditéria.”” Carta inédita, em C, HEMON, La philosophie de Sully Prud- homme, p. 53. “A tinica metafisica que hd no ser € 0 inconcebivel. A metafisica co- meca onde a clareza acaba.” SULLY PRUDHOMME, Que sais-je?, p. 51. Sobre a acepeao pejorativa de “Metafisica’’. J nos Humanistas e nos seus su- cessores, em particular nos filésofos cientificos do século XVII, a palavra Metafisica é tomada num sentido pejorativo e serve para estigmatizar na escoléstica uma vazia logomaquia; dai a associagao aos adjetivos abstruso, absurdo, etc. Os filésofos nao pretendiam contudo negar esta disciplina, enquanto doutrina dos conceitos univer- sais; mas prefeririam chamé-la ‘filosofia primeira’. Assim fez muitas vezes Descar- tes, ainda que tenha reconhecido em suas Meditacdes um cardter “‘metafisico”’. Mas no Discurso do método ele desculpa-se pelo fato de suas consideragdes serem “tao metafisicas € tao pouco comuns”’ (IV, 1), e, numa Carta a princesa Elizabeth, ele declara que gastou “‘s6 muito poucas horas por ano com as coisas que ocupam ape- nas 0 entendimento” (ed. Cousin, IX, 131). O mesmo se passa com HopBEs: *... ple- 673 METAFISICA natureza. Mas o que esta além da natu- | ciéncias morais, Ill, 517). ‘‘Fisica: des- reza sera alguma coisa? Por natureza, entende-se, pois, matéria; é metafisico aquilo que nao é matéria. Por exemplo, © Vosso raciocinio que ndo é nem com- prido, nem largo, nem alto, nem sdlido, nem pontiagudo; a vossa alma, por vos desconhecida, que produz 0 vosso racio- cinio; os espiritos...; a matéria que esses espiritos sentem...; finalmente, Deus...5 sio esses os objetos da metafisica.”” (O artigo, discretamente irénico, termina por uma oposicao entre as abstragGes meta- fisicas, que sio “‘o romance da nature- za", ¢ as abstragdes matematicas extrai- das da realidade e verificaveis na expe- rigncia.) CONDILLAC opde muitas vezes a “boa metafisica” (a sua prdpria teoria da origem das idéias e dos principios do co- nhecimento) & ‘ma metafisica’” dos fil sofos anteriores (Ensaio sobre a origem dos conhecimentos humanos, introd., § 2ss.; Logica, parte II, cap. IV, etc.). Es- ta palavra aplica-se, por conseqiiéncia: 1° Ao conhecimento do espirito: “A antiga metafisica teoldgica, ou a metafisica propriamente dita, e a moder- na metafisica filoséfica, ou ideologia...”” (Desturt DE TRACY, Mem. da Acad. das | crigao das propriedades dos corpos con- siderados como insensiveis; metafisica: descricao da geracdo e das leis da intel géncia e da vontade.”” STENDHAL, Car- tas intimas, XXII. “The philosophy of mind, Psychology or Metaphysics in the widest signification of the term, is three- fold...”! HAMILTON, Lectures on Me- taphysies, VIL, t. I, 121. 22 A teoria dos principios de qualquer arte, ciéncia, de qualquer pratica, en- quanto estes principios esto inscritos na natureza e nas leis fundamentais do espi- rito. “Newton... era um filésofo grande demais para nao sentir que ela (a metafi- sica) é a base dos nossos conheciméntos e que sé nela é preciso procurar as nocoes nitidas e exatas de tudo.” D’ ALEMBERT, Discurso preliminar da Enciclopédia, § 116. “Locke... criou a metafisica.”” Ibid. 117; ef. § 39, 71, 73-74, 113. No corpo da obra, diz: “A iéncia das fisica e a sua pratica... Interrogai um A Filosofia do espirito, a Psicologia ou a Me- no sentido mais ample deste termo, tri- rosque qui subtilitatem quamdam metaphysicam affectant, verborum specie tanquam igne fatuo deviari’’ (De corpore, 2° parte, 8, § 9). No Leviathan (4? parte, cap. 46), ele assinala o erro dos comentadores de Aristételes, que fez tomar os livros “que seguem a Fisica”? por livros “sobre a ciéncia do sobrenatural”’; ¢ todo o capitulo & consagrado a critica desta va e obscura filosofia. ESPINOSA aplica igualmente 0 termo Metafisica a uma filosofia anticientifica, teista e teoldgica, Desta depreciacao resulta finaimente o desprezo em que a filosofia caiu no século XVIII. (F. Ténnies) FICHTE e HEGEL tomam normalmente Metafisica no mau sentido. Para eles esta palavra designa o sistema de Wolff, 0 dogmatismo ontolégico e sem critica a0 qual este iltimo opée precisamente a sua ‘“Dialética’”. (René Berthelot) Nao obstante o uso por vezes muito favoravel que D’Alembert faz da palavra metafisica, também acaba por tomé-la num sentido pejorativo: “Nao nos devemos admirar”, diz ele por exemplo, ‘‘se aqueles a que chamamos metafisicos nao fazem caso uns dos outros. Nao duvido nada de que este titulo seja daqui a pouco uma injiria para os nossos bons espiritos, como 0 nome sofista, que todavia significava sé. bio, aviltado na Grécia por aqueles que o usavam, foi rejeitado pelos verdadeiros fil6- sofos.”’ Discurso preliminar, 117. Parece que, de fato, no século XVIII, a acepedo pe- jorativa foi dominante: ver atras trecho de VOLTAIRE, no qual poderiamos desta- METAFISICA, 674 pintor, um poeta, um musico, um ged- tra, e forgd-los-eis a dar conta das suas — Sora, ge in eras muer dizer, a chegar A metafi- sica da sua arte.” (440, sub V°.) CARNOT tomou a palavra no mesmo sentido no ti- tulo da sua Metafisica do cdleulo infini- tesimal (1797). Se se aproximar este sentido das in- tengGes criticas definidas por Locke no inicio do Ensaio sobre 0 entendimento humano, pode-se ver ai um encaminha- mento para o sentido kantiano. 2. E duvidoso que se possa quer re- duzir 4 unidade os diferentes sentidos da palavra metafisica, quer concordar em dar preferéncia a um deles. O ponto de partida semantico dos sen- tidos modernos desta palavra parece ser a nogdo complexa de uma ciéncia ideal que apresentaria as seguintes caracteris- ticas: ser obra da Razao, nao da revela- cdo nem da experiéncia; descobrir as re- gras fundamentais do pensamento e por conseguinte constituir 0 conjunto dos principios de todas as outras ciéncias, quer fisicas, quer morais; fornecer o fun- damento da certeza que reconhecemos a estas; conhecer 0 real tal como ele é, nao. as aparéncias, e por conseqiiéncia dizer a iiltima palavra sobre as coisas. Ora, tendo sido essas caracteristicas posteriormente dissociadas umas das ou- tras, e certas dentre elas tendo até sido jul- gadas incompativeis por muitos filésofos, acontece que 0 termo metafisica foi apli- cado separadamente aos diversos estudos que apenas retinham uma parte, ou até uma so das caracteristicas em questao. Especializou-se assim, por irradiagdo, em formas algumas vezes antitéticas: conhe- cimento das coisas em si; conhecimento do espitito; conhecimento a priori; conhe- cimento abstrato; conhecimento teérico; conhecimento sem pressupostos; sintese geral, etc. Estes sentidos tém assim em co- mum apenas a recordagao da teoria que 0s unia. Por outro lado, a palavra metafisica desempenhou o papel de uma divisao pe- dagdgica da filosofia, ¢, a este titulo, de- signou coletivamente tudo aquilo que nao entrava noutras secdes. Sabemos que, pa- ra.a escola eclética, as partes da filosofia eram a psicologia, a ldgica, a moral e a teodicéia (ver, por exemplo, o Manual de filosofia de Amédée JACQUES, Jules Si MON e Emile SaisseT). Mas a Teodicéia foi substituida pela ‘‘Metafisica”” nos pro- gramas de 1880. Nesta funco, recebeu ainda definigdes muito diferentes. Para Paul JANET (Curso de filosofia, 1882), & a ciéncia dos primeiros principios e das primeiras causas (Pidovogia zedTn, gdoaoeia Sy7oupérn de ARISTOTELES, Metafisica, 1, 2; 982°10); divide-se “em duas partes: 1° a metafisica eral ou on- tologia, que trata dos principios de uma maneira abstrata e geral, e que conside- ra, segundo a expresso de Aristételes, 0 ser enquanto ser; 2° a metafisica especial, que trata dos seres e se divide em trés par- tes: a) a psicologia racional ou ciéncia da alma; b) a cosmologia racional ou filo- | sofia da natureza, teoria do mundo em car um grande mimero de passagens ainda mais pejorativas para os metafisicos (cf a tabua analitica da edigao Beuchot, sub Verbis). A academia deu lugar no seu Di- ciondrio, em 1798, ao verbo Metafisicar, cujo teor era nitidamente pejorative. (Ver Darm. Hatz. e Thomas, V°). No século XIX, a palavra sofreu ainda duas grandes influéncias: a do positivismo, continuada pelo evolucionismo agnosticista; ea do pré- prio criticismo, que, nao obstante a utilizaco que Kant fez deste termo, atuou so- bretudo pela sua negacdo da psicologia racional, da cosmologia racional e da teodi- céia, quer dizer, pela condenacao solene daquilo que até ai se tinha chamado Metafi- sica. Cf. LIARD, La science positive et la métaphisique, 2* parte, cap. XII, ¢ 3* par- te, cap. I. (A. L.) 675 METAFISICO, geral, da esséncia da matéria; c) a teolo- | fildsofos, essa tradicao constitui mais um gia racional ou teodicéia”’. (Estas subdi- | obstaculo possibilidade de Ihe atribuir visdes sio de WOLFF, adotadas por | um sentido que possa ser comumente Kan na sua critica da metafisica dog- | aceito. matica.) As duas grandes divisGes tradi Rad. int cionais, Paul JANET acrescenta uma ter- ceira: a metafisica critica. “A metafisi : ca, depois de Kant, propés um problema | Metaphysic, metaphysical; F. Meétaphy- novo: o das relagdes do sujeito e do ob- | S#4ue; 1. Metafisico. jeto, do pensamento e do ser. E esta a @.. uirazao dathistaria, destaGala- questo fundamental da metafisica do | ¥F@ (ver © artigo precedente) emprega se nosso século.”” Ibid. No seu Curso ele- | ¢m sentidos muito variados, em que do- mentar de filosofia, Em. Borrac adota | mina a idéia de uma ordem de conheci- igualmente a defini¢do de Aristoteles e | Mentos ou de realidades que se opde as menciona a definigao que faz da metafi- | coisas sensiveis, e as representacdes na- sica a ciéncia do absoluto. Considera-a, | turais que faz 0 senso comum: “Nao sei alids, como equivalente a primeira ¢ ad- | s€ vos comuniquei as primeiras medita- mite nesta ciéncia trés divisdes: “Teoria | ses que fiz (na Holanda), porque elas do conhecimento, teoria do ser, teoria do | sao téo metafisicas e tao pouco comuns primeiro principio do conhecimento e do | que nao agradardo a toda gente.’” DES- ser (0 absoluto, Deus). A primeira é a ert | CARTES, Método, IV, 1. Metafizik. METAFISICO D. Metaphysisch; E. tica, a segunda a ontologia, a terceira é Especialmente: a teologia, ou, nome tirado da obra de B. Que constitui ou que é relativo aos Leibniz, a teodicéia...”” Curso, 397. seres tal como eles so na sua natureza E finalmente necessdrio notar que, a | propria, por oposicao a sua aparéncia. partir do século XVII, encontramos esta | Ver Metafisica, C palavra tomada num mau sentido, e que C. Que constitui ou que se refere a um esta utilizacdo pejorativa foi muito divul- | elevado grau de sintese de conhecimen- gada no século XVIII e XIX. Nao obs- | tos particulares. Ver Metafisica, H. tante o movimento que reabilitou de no- | D. Na escola dos Idedlogos*, psico- vo a palavra ha ja alguns anos entre os | légico, mental. Sobre Metatisico — René Maublanc assinalou-nos que, segundo Engels, o senti do do adjetivo metafisico adotado no marxismo (sentido G) vem de Hegel: ““O anti 20 método de investigacdo e de pensamento a que Hegel chama o método metafisico e que de preferéncia se ocupava do estudo das coisas consideradas enquanto objetos fixos dados...”” Fr. ENGELS, Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia cldssica alema, reproduzido em MARX e ENGELS, Estudos filosdficos, Paris, ed. Sociais, 1935, p. 50. Da mesma maneira p. 29: “A segunda estreiteza especifica deste materialismo (0 do século XVIII) consistia na sua incapacidade para considerar 0 mundo enquan- to processo, enquanto matéria envolvida num desenvolvimento hist6rico. Isso cor- respondia ao nivel que, na época, tinham atingido as ciéncias naturais, e & maneira metafisica, quer dizer, antidialética de filosofar que dela resultava.”” Cf. a mesma p.: ‘a concepgio nao histérica’”, e p. 30: “esta concepeao anti-historica”’. Ver também LENIN, Materialismo e empiriocriticismo (p. 225): “A admissao de quaisquer elementos imutaveis, da ‘esséncia imutavel das coisas’ ndo constitui o ver- dadeiro materialismo: trata-se apenas de materialismo metafisico, quer dizer, anti- dialético.” METAGEOMETRIA 676 E, Em KAnr, constitutivo do conhe- cimento, ou do juizo moral, a priori, e nao derivado da experiéneia. Ver Mera- fisica, G, e Transcendental. F. Em Aug. ComTe: que pertence ao modo de pensamento critico e transité- rio, intermediario entre “‘o estado teolé- gico”’ e “‘o estado positive” do pensa- mento. Ver Metafisica, 1. G. No marxismo: imutavel, anti- histérieo. Oposto a ‘‘dialética’’. Ver Dia- lética, C, ¢ cf. as observagses. METAGEOMETRIA D. Metageo- metrie, algumas vezes Metamathematik; E. Metageometry; F. Métageométrie; I. Metageometria. ‘A. Toda geometria mais geral do que a geometria euclidiana, mas tal que esta possa ser considerada um seu “caso par- ticular”. 1° Geometria de n dimensées. 2° Geometrias que rejeitam 0 postu- lado de Euclides, e que consideram por consegiiéncia o caso em que a soma dos Angulos de um triéngulo ¢ igual a dois re- tos como o caso limite de uma das fér- mulas: S<2 ret. ou $>2 ret. B. Num sentido ainda mais amplo, to- da geometria em que se modifique um dos axiomas fundamentais da geometria clas- sica (por exemplo, a geometria nao arqui- mediana; cf. Hitsert, Prine. de la geo- métrie, trad. franc. Laugel, p. 32). Rad. int.: Metageometri. METALOGICA D. Metalogisch; E. Metalogical; F. Métalogique; 1. Metalogico. A. Por analogia com metafisica, nos sentidos F e G: que diz respeito aos principios* ou aos fundamentos* da Lé- gica, B. Que ultrapassa a Logica; que nao pode ser expresso no interior de um for- malismo ldgico. Nao se diz daquilo que é completamente estranho a logica, como a intuicdo ou 0 conhecimento mistico, mas daquilo que a ela se refere nao es- tando nela incluido. “METAMATEMATICA” (adj. e subst.) Termo utilizado por J. HER- BRAND (InvestigacGes sobre a teoria da demonstracio, tese, 1930) para designar a teoria das propriedades gerais e formais dos sistemas dedutivos (nimero minimo de axiomas) (principios), ndo-contradi¢zo dos axiomas, equivaléncia entre sistemas diversos, possibilidade ou impossibilida- de de demonstrar determinada proposi- gao num sistema dado, etc. (S) 1, METAMORAL (sem equivalentes em D. E. I.). F. Métamoral. Que diz respeito aos principios* pri- meiros ou aos fundamentos* da moral, por oposicao ao estudo das regras morais tais como sao aplicadas numa acao con- siderada legitima ou digna de elogio. 2. METAMORAL (subst.) F. Méra- morale. Termo criado por L. LEvy-BRi L, € Sobre Metageometria — Artigo completado segundo as observacées de M. Winter. Sobre Metalégica — O titulo da importante obra de John de Salisbury, Mefalo- gicus, escrita em 1159, significa ‘Defesa da légica’’. O autor, ainda que tenha dado um titulo grego & sua obra, conhecia apenas algumas palavras dessa lingua. (C. C. J. Webb) SCHOPENHAUER chama metologisch a verdade que repousa imediatamente sobre a constituicao do espirito. E esse 0 caso, segundo ele, dos quatro principios essen- ciais de qualquer raciocinio: o de identidade, de contradicao (contrariedade), do ter- ceiro excluido e da razao suficiente. Da quddrupla raiz da razdo suficiente, cap. V, § 33. Sobre Metamoral (2) — A utilizacao desta palavra supde uma posicao de doutri- na, ¢ no é aceita por todos aqueles para quem a moral ja ndo ¢ a moral se se separar a teoria dos seus fundamentos. (M. Drouin)

Das könnte Ihnen auch gefallen