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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA

DISCIPLINA: TEORIA ANTROPOLÓGICA II

DOCENTE: FRANCISCA MILLER

DISCENTES:

QUESTÕES SOBRE O MITO E SIGINIFCADO

NATAL, RN

2018. 1
LÉVI-STRAUSS, C. O encontro do mito e da ciência. O
pensamento primitivo e a morte civilizada. In: Mito e
Significado. Lisboa: edições 70, 2000.

QUESTÃO 01 –

Após ler o capítulo I e II do livro Mito e Significado, você


concorda que de acordo com Lévi-Strauss devemos pôr de
lado a ciência e o pensamento moderno para regressar ao
pensamento mítico? Explique.

Lévi-Strauss não concordava em pôr de lado a ciência e o


pensamento moderno para regressar ao pensamento mítico,
definitivamente não. Ele apenas reconhecia que a ciência
moderna historicamente se configurou como um espaço de
autoconstituição aparentemente independente do que vem a
ser chamado de pensamento mitológico. A ciência moderna
data do século XVII e XVIII e tem como seus principais
expoentes Descartes, Bacon, Newton e outro. Ela se
legitimava como uma compreensão do real por uma
linguagem matemática, numérica, também reconhecida como
racional. Entretanto, aquilo que era da ordem dos cheiros, dos
gostos, pertencente ao campo dos sentidos, era de ordem do
pensamento mítico. Essa aparente divisão para Lévi-Strauss
não se tratava de uma oposição. O pensamento mitológico
podia ser retomado para ampliar o pensamento científico,
com um sentido de complementaridade. Para ele, a ciência
contemporânea vem procurando diminuir esse distanciamento
entre ciência e mito.
QUESTÃO 02

O que é estruturalismo? Como é que Lévi-Strauss chegou a


conclusão de que o pensamento estrutural era uma
possibilidade? Explique?

Para Lévi-Strauss, o estruturalismo não pode ser


percebido como uma teoria nova no campo da Linguística e no
campo da Antropologia, ele vem desde o período da
Renascença até o século XIX e ao nosso tempo. A abordagem
estruturalista consistiu em uma certa “busca de invariantes
ou de elementos invariantes entre diferenças superficiais”.
Lévi-Strauss observou essa invariância inicialmente pelo
campo da geologia, pensando sobre o que era invariante na
leitura de diversas paisagens. Sendo assim, Lévi-Strauss
defende que a Ciência é única, mas se expressa em dois
modos distintos de pensamento, um reducionista, que reduz o
campo de explicação complexa de determinados fenômenos,
simplificando-os. Já o modo estruturalista era concebido
quando “somos confrontados com fenómenos demasiado
complexos para serem reduzidos a fenómenos de ordem
inferior, só os podemos abordar estudando as suas relações
internas, isto é, tentando compreender que tipo de sistema
original formam no seu conjunto. Isto é precisamente o que
tentámos fazer na Linguística, na Antropologia e em muitos
outros campos”. A concepção de uma natureza e de uma
cultura percebida em camadas e observação dos aspectos
comuns entre ambas era uma obsessão cognitiva de Lévi-
Strauss.

QUESTÃO 03
Na perspectiva de Lévi-Strauss é preciso haver ordem e
normas para haver significado? Explique.

Os campos de pesquisa de Lévi-Strauss podiam estar


circunscritos entre a Filosofia, a Linguística e a Antropologia.
No entanto, a sua importância para à Antropologia é
ineliminável, pois essa relevância foi construída por seu
interesse em estudar as normas e regras no casamento das
sociedades tradicionais. Lévi-Strauss toma como exemplo o
seu interesse pelo significado dos mitos em torno do
matrimônio, e em meio a diversidade, ou a desordem de
significados aparentemente fantasiosos, procurava uma
ordem. Para ele, é impossível conceber o significado fora do
campo da ordem, pois esse é quem pode permitir a tradução
de significados de um mesmo fenômeno. Novamente Lévi-
Strauss ao abordar a ideia de significado associado ao mito, e
o seu interesse pelo irracional, estava apontando a
problemática do divórcio entre a lógica do concreto e a lógica
científica (que vem chamando de cientismo). A lógica do
concreto consistira em se dirigir a atenção para os símbolos e
as imagens. Ele advoga em nome da complementaridade
entre ciência selvagem e ciência moderna.

QUESTÃO 04

Como é que compararia o pensamento “primitivo” com o


pensamento “científico”?

Lévi-Strauss realiza uma comparação entre o


pensamento dito “primitivo” e o pensamento “científico”,
para isso ele caracteriza esses dois modos de pensar e aponta
elementos distintos, bem como demistifica certas
compreensões equivocadas.
O pensamento “primitivo” foi associado historicamente
a povos sem civilidade, selvagens, distantes da educação e da
ciência moderna. Essa compreensão é equivocada para Lévi-
Strauss, que assume a ideia de povos sem escrita, esses
elaboram seus conhecimentos de maneira desinteressada,
sistematizando de forma distinta da pensamento científico
moderno, que fragmentou e especializou o conhecimento.
Nesse marco, Strauss referencia dois pensadores importantes
para à Antropologia: Mallinowski e Levy-Bruhl. Mas desde já
quero esclarecer um mal-entendido. Lévi-Strauss chama a
atenção que o fato de considerar o pensamento selvagem
como uma capacidade de produção de conhecimentos e de
pensar de forma geral o mundo, não significou a paridade
com o pensamento científico moderno. Ele os distingue,
afirmando que o pensamento “primitivo” assume uma direção
de compreender o mundo, o universo por aspectos de seu
âmbito micro, não havendo tanto variação, é um
conhecimento tradicional, porém não estático. Enquanto que
na ciência moderna, se parte progressivamente de um
fenômeno de ordem simples para um fenômeno de ordem
complexa.

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