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TRIBUNAL MARÍTIMO

AR/MDG PROCESSO Nº 29.650/15


ACÓRDÃO

Botes “HARLEY DO MAR” e “EU E VOCÊ”. Abalroação com danos materiais.


Imprudência. Condenação.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.


No dia 01 de maio de 2014, cerca das 16h30min, na praia do Araújo, Paraty, RJ,
ocorreu a abalroação envolvendo os botes de esporte e recreio “HARLEY DO MAR” e “EU E
VOCÊ” com danos materiais.
No inquérito, realizado pela Capitania dos Portos do Rio de Janeiro, foram ouvidas
duas testemunhas, realizado laudo pericial e juntada a documentação de praxe.
Marcio Cesar Alvarenga dos Santos (fl. 34), declarou ser o Mestre da embarcação “EU
E VOCÊ” há um ano e meio; que estava conduzindo a embarcação quando houve uma falha
mecânica na corrente do timão e, por esse motivo, o mesmo se abaixou para sanar a avaria e, quando
conseguiu sanar, já estava em cima da outra embarcação. Tentou desviar, porém sem sucesso,
provocando assim o abalroamento; que ocorreram avarias na embarcação “HARLEY DO MAR”:
escoriações no costado de BE e casaria; que estes prejuízos foram quitados após feito acordo verbal
com o proprietário da embarcação “HARLEY DO MAR”
Marcelo Domingos da Silva declarou ser o Mestre da embarcação “HARLEY DO
MAR” há oito anos; que presenciou o Mestre da embarcação “EU E VOCÊ” tentando desengatar o
leme da mesma; que houve avarias no costado de boreste e na casaria; que não houve vítimas e nem
poluição hídrica decorrente do abalroamento.
O Laudo Pericial concluiu que a causa que determinante do acidente da navegação foi a
imprudência na condução da embarcação “EU E VOCÊ” em uma área de navegação restrita,
deixando de cumprir as medidas de segurança que se faziam necessárias.
No Relatório o Encarregado concluiu que de tudo quanto contêm os presentes autos,
conclui-se:
I) Fatores que contribuíram para o acidente:
a) Fator Humano - Não contribuiu sob o ponto de vista bio-psicológico;
b) Fator Material - Contribuiu a avaria na corrente do leme; e
c) Fator Operacional - Contribuiu a imprudência do condutor da embarcação “EU E
VOCÊ”, pois relatou que ao se abaixar para sanar a avaria, perdeu o contato visual com as outras
embarcações que estavam nas proximidades.
II) Que, em consequência, ocorreu o abalroamento e a embarcação “HARLEY DO
MAR” sofreu arranhões na bochecha de boreste e avarias internas. A embarcação “EU E VOCÊ”
sofreu arranhões no bico de proa. Não houve acidente pessoal. Não houve poluição Hídrica.
III) É possível responsável pelo acidente o Senhor Marcio César Alvarenga dos Santos,
Mestre da embarcação “EU E VOCÊ” por imprudência, pois ao se abaixar para destravar a corrente
da coroa do timão, não manteve a vigilância adequada e deixou de cumprir regra do Regulamento
Internacional para evitar Abalroamento no Mar - RIPEAM.
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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 29.650/2015....................................................)
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A Procuradoria Especial da Marinha, em uniformidade com o relatório ofereceu
representação em face do indiciado com fulcro no art. 14, alíneas “a” e “b” e 15, alínea “e”, da Lei nº
2.180/54.
Citado, o representado foi declarado revel.
Em alegações finais, manifestou-se a PEM.
É o relatório.
De tudo o que consta nos presentes autos, verifica-se que a causa determinante da
abalroação foi a falta de vigilância do representado.
O presente processo é de fácil solução, um vez que o depoimento do representado é
uma verdadeira confissão de culpa, visto que ao tentar sanar uma avaria, perdeu o contato visual com
a sua proa e com as demais embarcações à sua volta, provocando a abalroação em julgamento.
O conjunto probatório foi uníssono imputando a conduta imprudente do representado
como a causa direta para o acidente.
A revelia do representado corrobora as acusações da exordial.
Diante do exposto, deve ser julgada integralmente procedente a representação
responsabilizando-se o representado devido às suas condutas imprudentes.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à natureza e
extensão do acidente da navegação: abalroação entre botes, com danos materiais; b) quanto à causa
determinante: deficiência de vigilância; e c) decisão: julgar o acidente da navegação, como
decorrente da imprudência do representado, condenando-o à pena de multa de R$ 400,00
(quatrocentos reais), e ao pagamento das custas, na forma dos artigos 14, alínea “a” e 121, inciso I,
da Lei Orgância do Tribunal Marítimo.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 05 de dezembro de 2017.

MARCELO DAVID GONÇALVES


Juiz Relator

Cumpra-se o Acórdão, após o trânsito em julgado.


Rio de Janeiro, RJ, em 04 de abril de 2018.

MARCOS NUNES DE MIRANDA


Vice-Almirante (RM1)
Juiz-Presidente
PEDRO COSTA MENEZES JUNIOR
Primeiro-Tenente (T)
Diretor da Divisão Judiciária
AUTENTICADO DIGITALMENTE
Digitalmente
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2018.05.10 10:11:21 -03'00'

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