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MESTRADO
em Tecnologia Ambiental.
É preciso,
é preciso urgentemente,
que te capacites que o homem que faz a máquina
jamais fez uma flor;
que o homem é bom, malgrado o próprio homem,
e que no íntimo de si é simples como as águas;
e que apesar das bombas, super-bombas, hiper-bombas,
as flores nascem a cada novo dia
e a vida é nova a cada amanhecer.
AGRADECIMENTOS
A erva-mate (Ilex paraguariensis St. Hill.) tem grande importância na economia dos
Estados da região sul do Brasil, como matéria-prima para misturas para chimarrão.
Constatações com relação a metais pesados, em trabalhos científicos regionais,
aliadas aos métodos de cultivo empregados no município de Venâncio Aires, RS,
formaram a base das pesquisas sobre metais pesados e impactos ambientais
gerados no cultivo e industrialização da erva-mate em empresa ervateira localizada
na Região do Vale do Rio Pardo, RS. Os impactos ambientais decorrentes do
processamento da erva-mate foram avaliados através do emprego do programa
SAAP. Os metais pesados estudados foram As, Pb, Cd e Mn, sendo analisados por
Espectrometria de Absorção Atômica, em amostras de erva-mate comercial, in
natura e cancheada, bem como, no solo de propriedades agrícolas fornecedoras da
matéria-prima à empresa visitada. Os resultados revelaram possíveis fontes de
impactos ambientais no processamento. Com relação aos metais pesados, nenhuma
amostra de erva-mate comercial demonstrou a presença de As como contaminante.
Para os demais metais, houve tendência à contaminação, revelando teores
significativos de Mn (até 1.000 mg kg-1), enquanto para Pb e Cd a maioria das
amostras avaliadas revelaram teores acima dos níveis de 10mg kg-1 e 0,3 mg kg-1,
respectivamente, estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde, para plantas
medicinais. Ainda, os resultados obtidos revelam a necessidade de maior
conhecimento técnico e controle tanto sobre as propriedades agrícolas, quanto
sobre o processo de industrialização da erva-mate para chimarrão.
6
ABSTRACT
The matte (Ilex paraguariensis St. Hill.) has great importance in the economy of the
states of the south region of Brazil, like raw material for mixtures for unsweetened
matte tea. Observations regarding heavy metal, carried out in scientific regional
works, allied to observations of the methods of cultivation employed in Venâncio
Aires, Rio Grande do Sul, formed the basis of the inquiries on heavy metal and
environmental impacts produced in the cultivation and industrialization of the matte in
manufacturing ervateira located in the Region tell Rio Pardo Valley, Rio Grande do
Sul. The environmental impacts resulting from the processing of the matte were
valued through the software SAAP. The heavy metal studied As, Pb, Cd and Mn
analysed by Atomic Absorption Spechtrometry, in samples of commercial matte, in
natura and semi manufactured product, as well as, in the ground of agricultural
properties suppliers from the raw material to the visited manufacturing. The results
revealed possible sources of environmental impacts in the processing. Regarding the
heavy metal, no sample of commercial matte demonstrated the presence of As as
contaminant. For too much metal, there was tendency to the contamination, revealing
significant values of Mn (above 1.000 mg kg -1), while for Pb and Cd to most of the
evaluated samples revealed tenors above the levels of 10 mg kg-1 and 0,3 mg kg-1,
respectively, for Pb and Cd established by the World-wide Organization of the Health,
for medicinal plants. Yet, the obtained results show the necessity of bigger technical
knowledge and control so much on the agricultural properties, how much is left the
process of industrialization of the matte for unsweetened matte tea.
7
LISTA DE ABREVIATURAS
LISTA DE FIGURAS
Tabela 1 - Limites máximos permitidos, segundo a OMS, para As, Pb, Cd, Cr,
Hg e Cu em ervas medicinais............................................................. 32
Tabela 2 - Programação de aquecimento e fluxo de argônio para análise de
chumbo............................................................................................... 42
Tabela 3 - Programação de aquecimento e fluxo de argônio para análise de
cádmio................................................................................................ 43
Tabela 4 - Operações envolvidas no beneficiamento da erva-mate.................... 48
Tabela 5 - Inventário material do processo em toneladas................................... 52
Tabela 6 - Inventário energético do processo...................................................... 53
Tabela 7 - Coordenadas UTM das propriedades visitadas.................................. 55
Tabela 8 Leituras em absorvância para os limites de detecção e de
quantificação para análise de As, Cd, Pb e Mn por EAA.................... 63
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................... 15
2.1 Erva-mate...................................................................................................... 15
2.1.1 Aspectos botânicos.................................................................................. 15
2.1.2 Habitat e distribuição geográfica.............................................................. 16
2.1.3 Utilização da erva-mate........................................................................... 17
2.1.4 Importância sócio-econômica e ambiental............................................... 17
2.1.5 Processamento da erva-mate para chimarrão ........................................ 20
2.2 Ferramenta SAAP.......................................................................................... 21
2.3 Metais pesados ............................................................................................. 23
2.3.1 Metais pesados e o meio ambiente......................................................... 24
2.3.2 Metais pesados e organismos................................................................. 28
2.3.3 Os metais chumbo, cádmio, arsênio e manganês................................... 31
2.3.3.1 Chumbo.............................................................................................. 32
2.3.3.2 Cádmio............................................................................................... 33
2.3.3.3 Arsênio............................................................................................... 33
2.3.3.4 Manganês........................................................................................... 34
2.4 A Espectrometria de Absorção Atômica na determinação de metais
pesados......................................................................................................... 35
3 METODOLOGIA.................................................................................................. 38
3.1 Visita à indústria ervateira............................................................................. 39
3.2 Visita aos fornecedores de erva-mate in natura à indústria
ervateira......................................................................................................... 39
3.3 Estudo sobre metais pesados no processamento de erva-
mate............................................................................................................... 40
3.3.1 Instrumentação........................................................................................ 40
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................ 47
4.1 Acompanhamento do processo produtivo e inventário da indústria
ervateira...................................................................................................... 47
4.2 Informações relativas à visita aos fornecedores de erva-mate in
natura.......................................................................................................... 55
4.3 Avaliação das condições instrumentais para quantificação dos
metais.......................................................................................................... 61
4.4 Quantificação de Cd, Pb, Mn e As em erva-mate comercial......................... 64
4.5 Quantificação de Cd, Pb e Mn em amostras de erva-mate in natura e
cancheada...................................................................................................... 67
4.6 Resultados obtidos na análise das amostras de solo.................................... 72
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 75
6 REFERÊNICAS BILIOGRÁFICAS………………………………………………….. 78
ANEXOS................................................................................................................ 86
ANEXO I – Questionário apresentado aos proprietários rurais.............................. 87
ANEXO II – Questionários respondidos pelos proprietários rurais........................ 88
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Erva-mate
Arsênio 5,0
Chumbo 10,0
Cádmio 0,3
Cromo 2,0
Mercúrio 0,2
Cobre 20,0
2.3.3.1 Chumbo
2.3.3.3 Arsênio
2.3.3.4 Manganês
3 METODOLOGIA
Revisão
Bibliográfica
Adequação Análise da
do Método Erva Mate
Analítico à Comercial
Amostra
Comparação entre os
modos de produção:
nativo e consorciado.
3.3.1 Instrumentação
c L = x Bi + 3S Bi (eq. 4)
q L = x Bi + 10 S Bi (eq. 5)
Onde:
x Bi : média das dez medidas dos brancos lidos no aparelho e
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Seleção
Sapeco mecânica
Cancheamento
Secagem
Peneiração
Armazenagem
Socagem
Empacotamento
Distribuição
Quantidade
Consumo Aquecimento Aquecimento
Mês Total (kWh)
kWh ton-1 (m3 de lenha) (m3 lenha ton-1)
mês
07/05 5858 138,8 76 1,80
08/05 7580 180,6 75 1,78
09/05 7277 118,9 110 1,80
10/05 7002 220,2 55 1,70
11/05 6016 177,5 55 1,60
12/05 6247 253,9 40 1,60
01/06 5037 242,1 33 1,60
02/06 5089 206,9 39 1,60
03/06 5644 261,3 35 1,60
04/06 4971 228,0 36 1,65
05/06 5523 164,4 57 1,70
06/06 6392 148,6 74 1,70
07/06 7509 197,6 65 1,70
TOTAL 80145 2538,8 750 21,83
Média 6678 211,6 62,5 1,68
Propriedade 1. Propriedade 2
Propriedade 3. Propriedade 4.
Propriedade 5.
Erva-Mate
Erva-Mate
Propriedade 6. Propriedade 7
Erva-Mate
Propriedade 8.
0,7 1
0,9
0,6
0,8
0,5 0,7
Absorvância
Absorvância
0,4 0,6
0,5
0,3 y = 0,1269x + 0,0132
0,4
R 2 = 0,997
0,2 0,3 y = 0,0728x - 0,0027
0,2
0,1 R2 = 0,9988
0,1
0 0
-0,1 0 2 4 6 0 2 4 6 8 10 12
Concentração As (µ g/L) Concentração Cd ( µg/L)
Figura 12: Curva analítica para Figura 13: Curva analítica para
determinação de arsênio. determinação de cádmio.
0,3 1
0,9
0,8
0,7
Absorvância
Absorvância
0,2
0,6
0,5
0,4
0,1 0,3 y = 0,3008x + 0,0086
y = 0,0014x + 0,0112
R2 = 0,9892 0,2 R2 = 0,9993
0,1
0 0
0 50 100 150 200 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
Concentração Pb ( µg/L) Concentração Mn (mg/L)
Figura 14: Curva analítica para Figura 15: Curva analítica para
determinação de chumbo. determinação de manganês.
Metal LD LQ
Arsênio 0,04 µg L-1 0,37 µg L-1
Cádmio 0,18 µg L-1 0,39 µg L-1
Chumbo < 0,01 µg L-1 0,01 µg L-1
Manganês < 0,01 mg L-1 0,01 mg L-1
LD=limite de detecção
LQ=limite de quantificação
Amostra Mn Pb Cd As
(mg kg-1) (mg kg-1) (mg kg-1) µg kg-1)
(µ
Tabela 11: Teores de chumbo (mg kg-1) para cada replicata das amostras
comerciais de erva-mate.
Tabela 12: Teores de cádmio (mg kg-1) para cada replicata das amostras comerciais
de erva-mate.
1 0,6
0,5
0,8
Absorvância
A bsorv ância
0,4
0,6
0,3
0,4
y = 0,2843x + 0,005 0,2
0,2 y = 0,0022x - 0,0119
R 2 = 0,9996 0,1 R2 = 0,9866
0
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 0 25 50 75 100 125 150 175
Figura 16: Curva analítica para Figura 17: Curva analítica para
determinação de manganês determinação de chumbo na
na matéria-prima. matéria-prima.
0,25
0,2
Absorvância
0,15
0,1
y = 0,0219x - 0,0077
0,05 R2 = 0,9941
0
0 5 10 15
-0,05
Concentração Cd ( µ g/L)
Os metais foram quantificados tanto nas folhas quanto nos talos das amostras
de erva-mate in natura coletadas nas propriedades dos fornecedores da indústria
ervateira. Todas as amostras foram analisadas em triplicata. Os teores encontrados
são expressos considerando-se o total (folha + talo) de metal para cada 1 kg do
produto e são descritos na Tabela 13.
Quando estes valores são comparados com os teores dos metais na erva-mate
in natura, nota-se um pequeno aumento nas concentrações de manganês e cádmio.
Estes aumentos são provenientes possivelmente de uma ou mais etapas do ciclo de
vida do produto, uma vez que o processo produtivo pode ter contribuído, através da
trituração ou com sujidades provenientes de cargas anteriores, podendo, também,
ter ocorrido alguma contribuição durante o transporte da matéria-prima.
Os resultados encontrados para cádmio revelam valores acima do limite
proposto pela OMS (2005), de 0,3 mg kg-1. Particularmente para cádmio observou-
se que as quantidades agregadas deste metal são bastante elevadas, indicando
uma probabilidade de contaminação durante o processamento da erva-mate.
Contudo, a literatura não apresenta pesquisas realizadas neste sentido.
1 0,4
0,8
0,3
A bsorvânc ia
Absorvância
0,6
0,2
0,4
y = 0,3128x - 0,005 0,1 y = 0,0022x - 0,0233
0,2
R2 = 0,9985 µ R2 = 0,9605
0 0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 0 25 50 75 100 125 150 175
Concentração Mn (mg/L) Concentração Pb (µ g/L)
Figura 19: Curva analítica para Figura 20: Curva analítica para
determinação de manganês determinação de chumbo em
em solos. solos.
0,25
0,2
Absorvância
0,15
0,1
y = 0,0219x - 0,0077
0,05 R2 = 0,9941
0
0 5 10 15
-0,05
Concentração Cd ( µg/L)
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
Condições Climáticas:
Proprietário: Data: Localização:
Temperatura:
ANEXO II
Propriedade No. 1
Propriedade No. 2
Propriedade No. 3
Propriedade No. 4
Propriedade No. 5
Propriedade No. 6
Propriedade No. 7
Propriedade No. 8