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FACULDADE DA CIDADE DO

SALVADOR

Assuntos da Disciplina
de
Língua Portuguesa

Curso: Direito

I Semestre
Elementos da Comunicação
Emissor – o que emite a mensagem.
Receptor – o que recebe a mensagem.
Mensagem – o conjunto de informações transmitidas.
Código – a combinação de signos utilizados na transmissão de uma mensagem. A comunicação só se concretizará, se o
receptor souber decodificar a mensagem.
Canal de Comunicação – por onde a mensagem é transmitida: TV, rádio, jornal, revista, cordas vocais, ar...
Contexto – a situação a que a mensagem se refere, também chamado de referente.
Ruído – qualquer perturbação na comunicação.

Funções da Linguagem

O lingüista russo chamado Roman Jakobson caracterizou seis funções de linguagem, ligadas ao ato da comunicação:

1. Função Referencial: também chamada de denotativa ou informativa, é quando o objetivo é passar uma informação
objetivas e impessoal no texto. É valorizado o objeto ou a situação de que se trata a mensagem sem manifestações
pessoais ou persuasivas.

2. Função expressiva: também chamada de emotiva, passa para o texto marcas de atitudes pessoais como emoções,
opiniões, avaliações. Na função expressiva, o emissor ou destinador é o produtor da mensagem. O produtor mostra que
está presente no texto mostrando aos olhos de todos seus pensamentos.

3. Função conativa: é quando a mensagem do texto busca seduzir, envolver o leitor levando-o a adotar um determinado
comportamento. Na função conativa a presença do receptor está marcada sempre por pronomes de tratamento ou da
segunda pessoa e pelo uso do imperativo e do vocativo.

4. Função fática: é o canal por onde a mensagem caminha de quem a escreve para quem a recebe. Também designa
algumas formas que se usa para chamar atenção.

5. Função metalingüística: é quando a linguagem fala de si própria. Predominam em análises literárias, interpretações e
críticas diversas.

6. Função poética: é usada para despertar a surpresa e prazer estético. É elaborada de forma imprevista e inovadora.

É importante notarmos que a linguagem sempre varia de acordo com a situação e as funções de linguagem nunca estão
isoladas num texto. É claro que num texto uma função predomina, mas as funções mesclam-se e combinam-se o tempo
todo.

Variação (linguística)
• A variação das formas da linguagem sistemática e coerentemente. Uma nação apresenta diversos traços de
identificação, e um deles é a língua. Esta pode variar de acordo com alguns fatores, tais como o tempo, o espaço,
o nível cultural e a situação em que um indivíduo se manifesta verbalmente.

O conceito

Variedade é um conceito maior do que estilo de prosa ou estilo de linguagem. Alguns escritores de
sociolingüística usam o termo leto, aparentemente um processo de criação de palavras para termos específicos,
são exemplos dessas variações:
• dialetos (variação diatópica?), isto é, variações faladas por comunidades geograficamente definidas.
o idioma é um termo intermediário na distinção dialeto-linguagem e é usado para se referir ao sistema
comunicativo estudado (que poderia ser chamado tanto de um dialeto ou uma linguagem) quando sua
condição em relação a esta distinção é irrelevante (sendo, portanto, um sinônimo para linguagem num
sentido mais geral);
• socioletos, isto é, variações faladas por comunidades socialmente definidas
• linguagem padrão ou norma padrão, padronizada em função da comunicação pública e da educação
• idioletos, isto é, uma variação particular a uma certa pessoa
• registros (ou diátipos), isto é, o vocabulário especializado e/ou a gramática de certas atividades ou profissões
• etnoletos, para um grupo étnico
• ecoletos, um idioleto adotado por uma casa

Variações como dialetos, idioletos e socioletos podem ser distingüidos não apenas por seu vocabulário, mas
também por diferenças na gramática, na fonologia e na versificação. Por exemplo, o sotaque de palavras tonais
nas línguas escandinavas tem forma diferente em muitos dialetos. Um outro exemplo é como palavras
estrangeiras em diferentes socioletos variam em seu grau de adaptação à fonologia básica da linguagem.

Certos registros profissionais, como o chamado legalês, mostram uma variação na gramática da linguagem
padrão. Por exemplo, jornalistas ou advogados ingleses freqüentemente usam modos gramaticais, como o modo
subjuntivo, que não são mais usados com freqüência por outros falantes. Muitos registros são simplesmente um
conjunto especializado de termos (veja jargão).

É uma questão de definição se gíria e calão podem ser considerados como incluídos no conceito de variação ou
de estilo. Coloquialismos e expressões idiomáticas geralmente são limitadas como variações do léxico, e de,
portanto, estilo.

Espécies de variação

Variação histórica

Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se comparar dois estados de
uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada por um grupo restrito de
falantes passa a ser adotada por indivíduos socioeconomicamente mais expressivos. A forma antiga permanece
ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes convivem; porém com o tempo a nova
variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As mudanças podem
ser de grafia ou de significado.

Variação geográfica

Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática entre regiões. Dentro de uma
comunidade mais ampla, formam-se comunidades linguísticas menores em torno de centros polarizadores ,
política e economia, que acabam por definir os padrões lingüísticos utilizados na região de sua influência. As
diferenças lingüísticas entre as regiões são graduais, nem sempre coincidindo.

Variação social

Agrupa alguns fatores de diversidade:o nível sócio-econômico, determinado pelo meio social onde vive um
indivíduo; o grau de educação; a idade e o gênero. A variação social não compromete a compreensão entre
indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o uso de certas variantes pode indicar qual o nível
sócio-econômico de uma pessoa, e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido atingir
o padrão de maior prestígio.

Variação estilística

Considera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de comunicação: se está em um ambiente familiar,


profissional, o grau de intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são os receptores. Sem levar em conta as
graduações intermediárias, é possível identificar dois limites extremos de estilo: o informal, quando há um
mínimo de reflexão do indivíduo sobre as normas lingüísticas, utilizado nas conversações imediatas do
cotidiano; e o formal, em que o grau de reflexão é máximo, utilizado em conversações que não são do dia-a-dia
e cujo conteúdo é mais elaborado e complexo. Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua
escrita e falada, pois os dois estilos ocorrem em ambas as formas de comunicação.

As diferentes modalidades de variação lingüística não existem isoladamente, havendo um inter-relacionamento


entre elas: uma variante geográfica pode ser vista como uma variante social, considerando-se a migração entre
regiões do país. Observa-se que o meio rural, por ser menos influenciado pelas mudanças da sociedade,
preserva variantes antigas. O conhecimento do padrão de prestígio pode ser fator de mobilidade social para um
indivíduo pertencente a uma classe menos favorecida.

Ortoépia e Prosódia
A ortoépia é a pronúncia correta das palavras.

Pronunciar incorretamente uma palavra é cometer uma cacoépia.

Abaixo alguns exemplos:

pneu - peneu
freada - freiada
bandeja – bandeija
cutia - cotia
cabeçalho - cabeçário
bueiro - boeiro
caderneta – cardeneta
advogado – adevogado
estupro - estrupo
cuspe - guspe

A Prosódia trata da correta acentuação tônica das palavras, tomando como padrão a língua considerada culta. Quando
se comete um erro de prosódia automaticamente transforma-se uma palavra oxítona em paroxítona, ou proparoxítona
em paroxítona e vice-versa.Os erros de prosódia recebem o nome de silabada.

Abaixo alguns exemplos:


côndor – condor
sútil- sutil
ávaro - avaro
rúbrica – rubrica

Parônimos e Homônimos
Parônimos – palavras que são muito parecidas na escrita ou na pronúncia, porém, apresentam significados diferentes.

Homônimos – palavras que são iguais na escrita e têm a mesma pronúncia, porém tem significados diferentes. Eles se
dividem em perfeitos e imperfeitos.

Os Homônimos perfeitos são palavras diferentes no sentido, mas idênticas na escrita e na pronúncia.

Eu como alface? - Como você consegue fazer isso?


São Pedro - São homens fortes.

Os Homônimos imperfeitos se dividem em:

• Homônimos homógrafos, quando têm a mesma escrita e a mesma pronúncia, exceto a abertura da vogal tônica.

Gosto (verbo) – Eu gosto de brigadeiro.


Gosto (substantivo) – Gosto não se discuti.

• Homônimos homófonos, quando têm a mesma pronúncia, mas escrita diferente.

Fui ao cinema na sessão das dez.


Li a primeira seção do livro.
Houve cessão das idéias por parte do político.

José acendeu a fogueira.


O elevador ascendeu.

Semântica
Semântica, é a ciência que estuda o significado das palavras, ou seja, a Semântica é o estudo das palavras que são
bastante parecidas, ou têm o mesmo sentido, sendo assim palavras sinônimas. Dentro do tema semântico, existem
outros vários subtítulos como:

• A semântica formal;
• A semântica da enunciação ou argumentativa;
• Semântica cognitiva;

Esses mesmos temas têm o mesmo significado, ou seja, estudam o mesmo fenômeno, mas com concepções diferentes.
A Semântica também pode ser explicada como uma palavra em sentido figurado, ou seja, usar ou substituir uma palavra
por outra, devendo ser lavado em consideração a conotação e a denotação. Ex: casa/ lar.

O significado das palavras tem uma classificação, ou seja, para os SINÔNIMOS (palavras com o mesmo significado, mas
com sentidos diferentes), a classificação a ser feita é: Sinonímia.
Para os ANTONÍMOS (palavras que apresentam significados contrários), classificação a ser feita é: Antonímia. Para a
HOMONÍMIA (palavras que têm significados diferentes, mas possuem as mesmas estruturas da fonologia), as
classificações a ser feita são: homônimos (palavras com pronúncias diferentes, mas que possuem a mesma escrita). Para
as HOMÓFONAS (palavras que são escritas e diferentes, mas são faladas sempre da mesma maneira. Ex: cessão/
sessão), não tendo assim uma classificação. Já as palavras PERFEITAS (palavras que são iguais tanto na pronuncia quanto
na escrita). As palavras, PARÔNIMOS (são palavras que possuem significado e sentido diferentes, mas são bastante
iguais no momento a fala e da escrita), esses parônimos são classificados de: Paronímia. (Ex: cavaleiro/ cavalheiro). A
POLISSEMIA, uma mesma palavra tem variadas notificações, como por Ex: Os fiéis agradecem à graça recebida.
A Conotação e a Denotação.

A Conotação: é uma palavra que tem significado distinto do original. Ex:. Hoje estou em um mar de rosas.
A Denotação: A palavra é usada em seu próprio significado. Ex: O mar e as rosas são lindos.

Sendo assim, os elementos que fazem e devem fazer parte do vocabulário de um falante são os elementos textuais (são
palavras, frases, orações que não fazem parte de um dicionário).
Os elementos compostos (que possuem mais de uma palavra. Ex: beija-flor).
Os elementos simples (que em sua composição possui somente uma palavra. Ex: cavalo).
E os elementos complexos (são palavras sintagmáticas. Ex: a olhos vistos).

Sendo assim, para uma boa escrita se faz necessário o uso da Semântica, e também o bom conhecimento dela.

FIGURAS DE LINGUAGEM
Segundo Mauro Ferreira, a importância em reconhecer figuras de linguagem está no fato de que tal
conhecimento, além de auxiliar a compreender melhor os textos literários, deixa-nos mais sensíveis à beleza da
linguagem e ao significado simbólico das palavras e dos textos.

Definição: Figuras de linguagem são certos recursos não-convencionais que o falante ou escritor cria para dar
maior expressividade à sua mensagem.

METÁFORA

É o emprego de uma palavra com o significado de outra em vista de uma relação de semelhanças entre ambas.
É uma comparação subentendida.

Exemplo:

Minha boca é um tumulo.

Essa rua é um verdadeiro deserto.

COMPARAÇÃO

Consiste em atribuir características de um ser a outro, em virtude de uma determinada semelhança.

Exemplo:

O meu coração está igual a um céu cinzento.

O carro dele é rápido como um avião.

PROSOPOPÉIA

É uma figura de linguagem que atribui características humanas a seres inanimados. Também podemos chamá-la
de PERSONIFICAÇÃO.

Exemplo:

O céu está mostrando sua face mais bela.

O cão mostrou grande sisudez.

SINESTESIA

Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes.

Exemplo:
Raquel tem um olhar frio, desesperador.

Aquela criança tem um olhar tão doce.

CATACRESE

É uma metáfora desgastada, tão usual que já não percebemos. Assim, a catacrese é o emprego de uma palavra
no sentido figurado por falta de um termo próprio.

Exemplo:

O menino quebrou o braço da cadeira.

A manga da camisa rasgou.

METONÍMIA

É a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos que
permite essa troca. Ocorre metonímia quando empregamos:

- O autor pela obra.

Exemplo:

Li Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares)

- o continente pelo conteúdo.

Exemplo:

O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo os torcedores)

- a parte pelo todo.

Exemplo:

Vários brasileiros vivem sem teto, ao relento. (teto substitui casa)

- o efeito pela causa.

Exemplo:

Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substitui o trabalho)

PERÍFRASE

É a designação de um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou.

Exemplo:

A Veneza Brasileira também é palco de grandes espetáculos. (Veneza Brasileira = Recife)

A Cidade Maravilhosa está tomada pela violência. (Cidade Maravilhosa = Rio de Janeiro)
ANTÍTESE

Consiste no uso de palavras de sentidos opostos.

Exemplo:

Nada com Deus é tudo.

Tudo sem Deus é nada.

EUFEMISMO

Consiste em suavizar palavras ou expressões que são desagradáveis.

Exemplo:

Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu = morrer)

Os homens públicos envergonham o povo. (homens públicos = políticos)

HIPÉRBOLE

É um exagero intencional com a finalidade de tornar mais expressiva a idéia.

Exemplo:

Ela chorou rios de lágrimas.

Muitas pessoas morriam de medo da perna cabeluda.

IRONIA

Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o contrário do que pensamos.

Exemplo:

Que alunos inteligentes, não sabem nem somar.

Se você gritar mais alto, eu agradeço.

ONOMATOPÉIA

Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz natural dos seres.

Exemplo:

Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram.

Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite toda.

ALITERAÇÃO

Consiste na repetição de um determinado som consonantal no início ou interior das palavras.

Exemplo:
O rato roeu a roupa do rei de Roma.

ELIPSE

Consiste na omissão de um termo que fica subentendido no contexto, identificado facilmente.

Exemplo:

Após a queda, nenhuma fratura.

ZEUGMA

Consiste na omissão de um termo já empregado anteriormente.

Exemplo:

Ele come carne, eu verduras.

LEONASMO

Consiste na intensificação de um termo através da sua repetição, reforçando seu significado.

Exemplo:

Nós cantamos um canto glorioso.

POLISSÍNDETO

É a repetição da conjunção entre as orações de um período ou entre os termos da oração.

Exemplo:

Chegamos de viagem e tomamos banho e saímos para dançar.

ASSÍNDETO

Ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas orações.

Exemplo:

Chegamos de viagem, tomamos banho, depois saímos para dançar.

ANACOLUTO

Consiste numa mudança repentina da construção sintática da frase.

Exemplo:

Ele, nada podia assustá-lo.

Nota: o anacoluto ocorre com freqüência na linguagem falada, quando o falante interrompe a frase,
abandonando o que havia dito para reconstruí-la novamente.
ANAFÓRA

Consiste na repetição de uma palavra ou expressão para reforçar o sentido, contribuindo para uma maior
expressividade.

Exemplo:

Cada alma é uma escada para Deus,

Cada alma é um corredor-Universo para Deus,

Cada alma é um rio correndo por margens de Externo

Para Deus e em Deus com um sussurro noturno. (Fernando Pessoa)

SILEPSE

Ocorre quando a concordância é realizada com a idéia e não sua forma gramatical. Existem três tipos de silepse:
gênero, número e pessoa.

De gênero.

Exemplo:

Vossa excelência está preocupado com as notícias. (a palavra vossa excelência é feminina quanto à forma, mas
nesse exemplo a concordância se deu com a pessoa a que se refere o pronome de tratamento e não com o
sujeito).

De número.

Exemplo:

A boiada ficou furiosa com o peão e derrubaram a cerca. (nesse caso a concordância se deu com a idéia de
plural da palavra boiada).

De pessoa

Exemplo:

As mulheres decidimos não votar em determinado partido até prestarem conta ao povo. (nesse tipo de silepse, o
falante se inclui mentalmente entre os participantes de um sujeito em 3ª pessoa).

SÍNTESE DO TUTORIAL

As figuras de linguagem são recursos não-convencionais que o falante ou escritor cria para dar maior
expressividade à sua mensagem.

Metáfora é o emprego de uma palavra com o significado de outra em vista de uma relação de semelhança.

Comparação é uma atribuição de característica de um ser a outro em virtude de uma determinada semelhança.

Prosopopéia atribui características humanas a seres inanimados.

Sinestesia consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes.


Catacrese é uma metáfora desgastada, tão usual que já não percebemos, ou seja, é o emprego de uma palavra no
sentido figurado por falta de um termo próprio.

Metonímia é a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma relação lógica, uma proximidade de
sentidos que permite essa troca.

Perífrase é a designação de um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o
celebrizou.

Antítese consiste no uso de palavras de sentidos opostos.

Eufemismo consiste em suavizar palavras ou expressões que são desagradáveis.

Hipérbole é um exagero intencional com a finalidade de tornar mais expressiva à idéia.

Ironia consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o contrário do que pensamos.

Onomatopéia consiste na reprodução ou imitação do som ou voz natural dos seres.

Aliteração consiste na repetição de um determinado som consonantal no início ou interior das palavras.

Elipse consiste na omissão de um termo que fica subentendido no contexto, identificado facilmente.

Zeugma consiste na omissão de um termo já empregado anteriormente.

Pleonasmo consiste na intensificação de um termo através da sua repetição, reforçando seu significado.

Polissíndeto é a repetição da conjunção entre as orações de um período ou entre os termos da oração.

Assíndeto ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas orações.

Anacoluto consiste numa mudança repentina da construção sintática da frase.

Anáfora consiste na repetição de uma palavra ou expressão para reforçar o sentido, contribuindo para uma
maior expressividade.

Silepse ocorre quando a concordância é realizada com a idéia e não sua forma gramatical. Existem três tipos de
silepse: gênero, número e pessoa.

Concordância
Verbal
Regra geral, o verbo deve concordar com o sujeito em número e pessoa. Exemplos:

O gerente falou com a secretária


A secretária e suas auxiliares não compareceram à reunião.

Os casos mais interessantes são expostos a seguir.

Sujeito coletivo

Se o sujeito for um coletivo do singular seguindo de um complemento no plural, o verbo pode ir para o plural
ou permanecer no singular:
A série de notas fiscais referentes ao pagamento das mercadorias adquiridas no mês de março próximo
passado está sendo enviada a V.Sa. através de nosso representante.
A série de notas fiscais está...
O conjunto de duplicatas é...
O número de papéis e documentos é inferior...
A multidão foi levada...
A maioria das notas fiscais é tirada no computador.

Há casos, porém, em que o redator percebe a fraqueza gramatical diante da idéia que quer transmitir:

A maior parte dos executivos lêem jornais pela manhã.

Um coletivo geral determina que o verbo permaneça no singular:

O povo queria eleições diretas para presidência da República.


O exército não se conformou com o papel que lhe reservou a nova Constituição.

A tendência hoje é pela concordância com a expressão utilizada. Da mesma forma, uma expressão partitiva
tanto pode levar o verbo para o plural, como admitir o uso do singular:

A maior parte dos funcionários conseguiu...


Uma porção de notas promissórias vence...
Um grupo de notas promissórias estão rasuradas.

Há outras expressões cujo procedimento quanto ao uso de singular e plural é semelhante; são elas: uma porção
de, o grosso de, o resto de.

Sujeito - Pronome Relativo

Sou uma pessoa que não ofende ninguém.


Sou uma pessoa que não ofendo ninguém.

O segundo caso é mais enérgico e afetivo que o primeiro, pois o verbo na terceira pessoa (ofende) é quase
indeterminada, sem nenhuma intensidade afetiva, é plano. A segunda frase é muito mais carregada de
sentimento, muito mais viva e eficaz.
Se o verbo tiver com sujeito o pronome relativo que, ele concordará em número e pessoa com o antecedente
deste pronome:

Fui eu que lhe remeti os documentos.


És tu, Deolindo, que vais ao escritório do Sr. Xavier?
Foram as garotas da promoção que me disseram...

Se, no entanto, o relativo que vier antecedido da expressão um dos, o verbo vai para a 3ª pessoa do plural,
raramente para a 3ª pessoa do singular:

Bartolo é um dos gerentes que têm conseguido prestígio.

Sujeito é o pronome QUEM

Fui eu que lhe escreveu semana passada.


És tu quem me remeterá os relatórios?

Mas é também possível admitir a concordância com o pronome pessoal:

Fui eu quem lhe escrevi semana passada.


És tu quem me remeterá o relatório.
Sujeito com o verbo no infinitivo

As secretárias parece terem gostado do estagiário.


As secretárias parecem ter gostado do estagiário.

É indiferente gramaticalmente o uso do singular ou do plural. A diferença é semântica e estilística.


Estilisticamente, o emprego do verbo parecer no singular entorpece a construção, tira-lhe a graça, tornado-a
rasa e artificial. Quando se diz "as secretárias... ter" a frase ganha mais vida e intensidade afetiva.

Sujeito com o verbo pronominal

Não se pode realizar esses projetos.


Não se podem realizar esses projetos.

No primeiro casa chama-se a atenção para a ação: realizar, ou seja, "não é possível realizar esses projetos". No
segundo, em virtude da concordância, a atenção concentra-se em projetos. Gramaticalmente, pode-se considerar
realizar como sujeito e projetos como objeto e pode-se também considerar projetos como sujeito e então o
verbo vai para o plural. Em geral prefere-se a concordância no plural.

Sujeitos de pessoas gramaticais diferentes

Se houver dois ou mais sujeitos de pessoas gramaticais diferentes, o verbo irá para o plural, concordando com a
pessoa que tem precedência na ordem gramatical.

Eu e tu=nós
Eu e ele=nós
Eu, tu e ele=nós
Tu e ele=vós
Você e ela=eles

Marcos e tu fizestes o que havia sido recomendado?


Eu e tu estivemos a semana toda estudando, e agora não há o que reclamar.
Tu e eu redigiremos o relatório.
Eu e o vendedor fizemos um acordo.
Tu e o diretor já conhecíeis a política da empresa.
Você e a secretária não sabiam que decisão tomar?

Portanto o verbo vai para a 1ª pessoa do plural se entre os sujeitos houver um da 1ª pessoa. Irá para a 2ª pessoa
do plural se, não havendo sujeito da 1ª pessoa, houver um da 2ª. Somente irá para a 3ª pessoa do plural se os
sujeitos forem da 3ª pessoa.

Verbo antecedido de vários sujeitos

Se houver mais de um sujeito singular antecedendo um verbo, este ficará no singular ou irá para o plural:

A nota fiscal e a duplicata registram informações importantes.


Registram informações importantes a nota fiscal e a duplicata.
Registra informações importantes a nota fiscal e a duplicata.

No caso de sujeito de números diversos (singular e plural) precedendo o verbo, este vai para o plural. Se estes
sujeitos estiverem depois dele, o verbo poderá ficar no singular se o sujeito mais próximo estiver no singular:

O funcionário e os clientes reconheceram-se culpados.


Reconhecera-se culpado o funcionário e os clientes.
Reconheceram-se culpados os clientes e o funcionário.

Sujeito composto + palavra que os resuma


Se o sujeito for composto e houver palavras que os resuma, o verbo concordará com esta palavra.

Relatório, correspondências, memorandos nada o levava a tomar uma atitude diferente.


Clientes, fornecedores de serviços, vendedores, ninguém queria visitá-lo durante a semana Santa.
Datilografias esmeradas, estética apurada, asseio, tudo contribui para uma apresentação agradável.

Sujeitos ligados por como, bem como...

Dois sujeitos do singular ligados por como, bem como, assim como, do mesmo modo que, tanto...como, não
só... mas também requerem análise: se se tratar de adição, coloca-se o verbo no plural; se se tratar de
comparação, coloca-se o verbo no singular:

O reajuste salarial de junho, da mesma forma que o de março, não alterou seu padrão de vida.
A disciplina, assim como o arrojo, fizeram dele profissional invejável.

Sujeito constituído por cerca de, mais de, menos de

Sujeito constituído por expressões que indicam quantidade aproximada determina que a concordância se faça
com o complemento dessas expressões:

Cerca de cem estudantes adquiriam os livros.


Menos de dez pessoas entraram na loja.

A expressão mais de um determina o verbo no singular:

Mais de um executivo viajou para o Rio de Janeiro

Se essas expressões se repetirem, o verbo irá para o plural.

O Sujeito é um pronome interrogativo, demonstrativo ou indefinido plural

Se o sujeito for constituído pelos pronomes indicados, o verbo pode permanecer na 3ª pessoa do plural ou
concordar com o pronome pessoal que indica o todo:

Quantos, entre os empregados, estariam dispostos a participar dos festejos?


Quantos, entre vós, estaríeis dispostos...

Se o interrogativo estiver no singular, o verbo ficará no singular.


Nas orações interrogativas que utilizam quem ou o que, faz-se a concordância com o substantivo ou pronome
que vier depois do verbo:

Quem são os clientes?


Quem és tu, ó Florentina?
Quem sois vós que tanto me aperreias?
Que será isso que aconteceu?
O que são estragos, defeitos?

Sujeitos ligados por ou e por nem

Se ligados por essas conjunções, o verbo tanto pode ir para o plural como ficar no singular, conforme se queira
ou não atribuir a ação a todos os sujeitos:

Ou o Departamento de Vendas ou o de Promoção terá de alterar o comportamento...


Nem o Departamento de Vendas nem o de Promoção tiveram de alterar o comportamento.

Se a ação só pode ser atribuída a um deles, o verbo ficará no singular:


Ou o gerente ou o diretor será responsável.

As expressões um ou outro ou nem um nem outro admitem o verbo no singular.

Um ou outro teria de digitar o relatório.


Nem uma nem outra respondeu acertadamente à questão.

Já a locução um e outro leva, com freqüência, o verbo no plural:

Um e outro auxiliar de escritório admitiam estar enganados.

Sujeitos ligados por com

Regra geral, o verbo vai para o plural quando a idéia que se quer transmitir é de soma:

O chefe da seção com o gerente recorreram a argumentos de força para estimular seus funcionário.
Se se desejar realçar um dos elementos, o verbo poderá ficar no singular.
O office-boy, com todos os jovens da empresa, resolveu formar um time de basquete.

Sujeitos ligados por conjunção comparativa

Admitem o verbo tanto no singular como no plural:

Tanto João Crisótomo como Benedito participaram...


O serviço, como qualquer produto, deve ter preço justo.

Observe-se que o primeiro elemento foi destacado.

Sujeito expresso por horas

Se aparecer na frase a palavra relógio como sujeito, o verbo ficará no singular:

O relógio deu 15 horas.

O verbo dar deve concordar regularmente com o sujeito expresso:

Deram 10 horas no relógio da matriz.


Iam dar 18 horas, quando o diretor reuniu todos os gerentes.

Concordância com o verbo "ser"

Se o sujeito do verbo ser ou parecer for constituído pelos pronomes: isto, isso, aquilo, tudo e o predicativo
estiver no plural, o verbo irá para o plural:

Isto são ossos duros de roer.


Aquilo pareciam-me bisbilhotices...
Eram tudo falcatruas de profissional incompetente.

Se o sujeito designar pessoa, o verbo concordará com ele:

Ela era as alegrias da casa.


Jaime foi os terrores de seu bairro.

Se o sujeito é constituído de um substantivo e o verbo ser vem seguido de pronome pessoal, o verbo concordará
com o pronome:
Os funcionários mais aplicados somos nós.
Os maiores diretores sois vós.
Os verdadeiros profissionais são eles.

Nas orações interrogativas com utilização de quem, o verbo concorda com o substantivo ou pronome que lhe
segue:

Quem são os profissionais dessa organização?


Quem és tu?
Quem sós vós?

CONCORDÂNCIA NOMINAL
Introdução

Leia a frase abaixo e observe as inadequações:

Aquele dois meninos estudioso leram livros antigo.

Note que as inadequações referem-se aos desajustes entre as palavras que a constituem.

Para que a frase concorde, adequadamente, entre todos os termos, é necessário:

• Aquele concordar com a palavra dois;


• Estudioso concordar com meninos;
• Antigo concordar com livros.

Fazendo-se os ajustes necessários a frase ficará assim:

Aqueles dois meninos estudiosos leram os livros antigos

Assim, concordância nominal consiste na adaptação de uns nomes aos outros, harmonizando-se nas suas
flexões com as palavras de que dependem.

No decorrer deste tutorial veremos as regras de concordância, bem como exemplos práticos sobre as mesmas.

REGRA GERAL

O artigo, o pronome, o adjetivo e o numeral devem concordar em gênero (masculino/feminino) e número


(singular/plural) com o substantivo a que se refere.

Exemplo:

O alto ipê cobre-se de flores amarelas.

Adj. Adjetivo

Faz duas horas que cheguei de viagem.

Num.
OUTROS CASOS DE CONCORDÂNCIA NOMINAL

1. Um adjetivo após vários substantivos

1.1 Quando os substantivos são do mesmo gênero há duas concordâncias:

a) assumir o gênero do substantivo e vai para o plural:

exemplo: Encontramos um jovem e um homem preocupados.

Adjetivo

No exemplo acima o adjetivo assumiu o gênero masculino e foi para o plural.

b) concordar só com o último substantivo em gênero e número:

Exemplo: Ela tem irmão e primo pequeno.

Adjetivo

Acima o adjetivo assumiu o gênero masculino e concordou só com o último substantivo.

Observação:

Quando os substantivos são do mesmo gênero as duas concordâncias podem ser usadas, embora a primeira seja
mais adequada porque mostra que a característica é atribuída aos dois substantivos.

Se o último substantivo estiver no plural, a concordância só poderá ficar no plural.

Exemplo: Ele possui perfume e carroscaros.

Se o adjetivo funcionar como predicativo, o plural será obrigatório.

Exemplo: O irmão e o primo dele são pequenos.

VL Predicativo

1.2 Quando os substantivos são de gêneros diferentes também há duas possibilidades:

a) ir para o masculino plural:

Exemplo: “Uma solicitude e um interesse mais que fraternos.” (Mário Alencar)

b) concordar só com o substantivo mais próximo:

Exemplo: A Marinha e o Exército brasileiro estavam alerta.

Observação:

No caso de substantivos de gêneros diferentes o adjetivo irá para o masculino plural, se o adjetivo tiver a
função de predicativo.

Exemplo: O aluno e a aluna estão reprovados.

VL Predicativo

2. Um adjetivo anteposto a vários substantivos


A concordância se dará com o substantivo mais próximo.

Exemplo: Tiveste má idéia e pensamento.

Velhos livros e revistas estavam empilhados na prateleira.

Observação:

Quando o adjetivo exerce a função de predicativo, ele pode concordar só com o primeiro ou ir para o plural.

Exemplo: Ficou reprovada a aluna e o aluno.

Ficaram reprovados a aluna e o aluno.

Se o adjetivo anteposto referir-se a nomes próprios, o plural será obrigatório.

Exemplo: As simpáticas Lúcia e Luana são irmãs.

3. Um substantivo e mais de um adjetivo

Admitem-se duas concordâncias:

a) Quando o substantivo estiver no plural, não se usa o artigo antes dos adjetivos.

Exemplo: Estudava os idiomas francês e inglês.

b) Se o substantivo estiver no singular, o uso do artigo será obrigatório a partir do segundo adjetivo.

Exemplo: Estudo a língua inglesa, a francesa e a italiana.

4. É bom, é necessário, é proibido

Essas expressões concordam obrigatoriamente com o substantivo a que se referem, quando for precedido de
artigo. Caso contrário são invariáveis.

Exemplo: Vitamina C é bom para saúde.

É necessária muita paciência.

5. Um e outro (num e noutro)

Nesse caso o substantivo fica no singular e o adjetivo vai para o plural.

Exemplo: Numa e noutra questão complicadas ela se confundia.

6. Anexo, incluso, apenso, próprio, obrigado

Por serem adjetivos, concordam com o substantivo a que se referem.

Exemplo: Seguem anexos os acórdãos.

A procuração está apensa aos autos.

Os documentos estão inclusos no processo.

Obrigado, disse o rapaz.


Elas próprias resolveram os exercícios.

Observação

A expressão em anexo é invariável.

Exemplo: Em anexo segue a procuração

Em anexo segue o despacho.

7. Mesmo, bastante

Tanto pode ser advérbio como pronome. Quando for advérbio permanece invariável. Quando é pronome
concorda com a palavra a que se refere.

Exemplo: Os alunos mesmos resolveram o problema.

Pronome

Os alunos resolveram mesmo o problema. Nesse caso mesmo = realmente

Advérbio

Haviam bastantes razões para ela reclamar.

Pronome

Eles chegaram bastante cedo ao aeroporto.

Advérbio

8. Menos, alerta

São palavras invariáveis.

Exemplo: O Amazonas é o Estado menos populoso do Brasil.

Havia menos alunas na sala hoje.

Os soldados estavam alerta.

Observação

Atualmente alerta vem sendo utilizada no plural.

Exemplo: Nossos chefes estão alertas.

9. Meio

Essa palavra pode ser numeral ou advérbio.

a) Quando for numeral é variável e concorda com a palavra a que se refere.

Exemplo: Tomou meia garrafa de champanhe.

numeral
Isso pesa meio quilo.

numeral

b) Se for advérbio é invariável.

Exemplo: A porta estava meio aberta.

Advérbio

Ele anda meio cabisbaixo.

Advérbio

10. Muito, pouco, longe, caro

Quando essas palavras funcionam como adjetivo variam de acordo com a palavra a que se referem. Se
funcionarem como advérbio são invariáveis.

Exemplo: Muitos alunos compareceram à formatura.

Adjetivo

Os perfumes eram caros.

Adjetivo

As mensalidades escolares aumentaram muito.

Advérbio

Vocês moram longe.

Advérbio

11. Só

a) Quando tem o significado de sozinho(s) ou sozinha(s) essa palavra vai para o plural.

Exemplo: Joana ficou só em casa. (sozinha)

Lúcia e Lívia ficaram sós. (sozinhas)

b) Ela é invariável quando significa apenas/somente.

Exemplo: Depois da guerra só restaram cinzas. (apenas)

Eles queriam ficar só na sala. (apenas)

Observação

A locução adverbial a sós é invariável.

12. Possível

Quando acompanhada de expressões superlativas (o mais, a menos, o melhor, a pior) varia conforme o artigo
que integra as expressões.
Exemplo: As previsões eram aspiorespossíveis.

Recebemos a melhor notícia possível.

13. Pronomes de tratamento

Os pronomes de tratamento sempre concordam em 3ª pessoa.

Exemplo: Vossa Santidade está muito preocupado.

3ª P.S

CONCLUSÃO

Neste tutorial foi mostrada a concordância nominal dos substantivos perante adjetivos, advérbio, pronomes e
numerais. Vimos que adjetivos antepostos aos substantivos concordam com o mais próximo, porém se exerce a
função de predicativo pode concordar de duas maneiras: com o mais próximo ou ir para o plural. No caso do
adjetivo vir após vários substantivos a concordância já muda, pois se os substantivos forem do mesmo gênero
há duas possibilidades: ir para o plural ou assumir o gênero do substantivo.

Enfim, este tutorial servirá como base de estudos com relação a Concordância Nominal, mas devemos nos
lembrar que a Língua Portuguesa requer bastante estudo e só este tutorial não suprirá tais necessidades. O
aprofundamento deverá ser feito através das Gramáticas, dicionários e afins.

5.1 a regência verbal:

Dá-se quando o termo regente é um verbo e este se liga a seu complemento por uma preposição ou não. Aqui é
fundamental o conhecimento da transitividade verbal.

A preposição, quando exigida, nem sempre aparece depois do verbo. Às vezes, ela pode ser empregada antes do
verbo, bastando para isso inverter a ordem dos elementos da frase (Na rua dos Bobos, residia um grande poeta).
Outras vezes, ela deve ser empregada antes do verbo, o que acontece nas orações iniciadas pelos pronomes
relativos (O ideal a que aspira é nobre).

• alguns verbos e seu comportamento:

ACONSELHAR (TD e I)

Aconselho-o a tomar o ônibus cedo.

Aconselho-lhe tomar o ônibus cedo.

AGRADAR

* no sentido de acariciar ou contentar (pede objeto direto - não tem preposição).

Agrado minhas filhas o dia inteiro.

Para agradar o pai, ficou em casa naquele dia.

* no sentido de ser agradável, satisfazer (pede objeto indireto - tem preposição "a").

As medidas econômicas do Presidente nunca agradam ao povo.

AGRADECER
* TD e I, com a preposição A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.

Agradecer-lhe-ei os presentes.

Agradeceu o presente ao seu namorado.

AGUARDAR (TD ou TI)

Eles aguardavam o espetáculo.

Eles aguardavam pelo espetáculo.

ASPIRAR

* No sentido sorver, absorver (pede objeto direto - não tem preposição).

Aspiro o ar fresco de Rio de Contas.

* No sentido de almejar, objetivar (pede objeto indireto - tem preposição "a").

Ele aspira à carreira de jogador de futebol.

Não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a elas. Também observa-se
a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de substantivo feminino (que exija o artigo)

ASSISTIR

* No sentido de ver ou ter direito (TI - preposição A).

Assistimos a um bom filme.

Assiste ao trabalhador o descanso semanal remunerado.

* No sentido de prestar auxílio, ajudar (TD ou TI - com a preposição A)

Minha família sempre assistiu o Lar dos Velhinhos.

Minha família sempre assistiu ao Lar dos Velhinhos.

* No sentido de morar é intransitivo, mas exige preposição EM.

Aspirando a um cargo público, ele vai assistir em Brasília.

Não admite a utilização do complemento lhe, quando significa ver. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a
elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de substantivo feminino
(que exija o artigo)

ATENDER

* Atender pode ser TD ou TI, com a preposição a.

Atenderam o meu pedido prontamente.

Atenderam ao meu pedido prontamente.

No sentido de deferir ou receber (em algum lugar) pede objeto direto


No sentido de tomar em consideração, prestar atenção pede objeto indireto com a preposição a.

Se o complemento for um pronomes pessoal referente a pessoa, só se emprega a forma objetiva direta (O
diretor atendeu os interessados ou aos interessados / O diretor atendeu-os)

CERTIFICAR (TD e I)

Admite duas construções: Quem certifica, certifica algo a alguém ou Quem certifica, certifica alguém de algo.

Observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando o OI for um substantivo feminino (que exija o artigo)

Certifico-o de sua posse.

Certifico-lhe que seria empossado.

Certificamo-nos de seu êxito no concurso.

Certificou o escrivão do desaparecimento dos autos.

CHAMAR

* TD, quando significar convocar.

Chamei todos os sócios, para participarem da reunião.

* TI, com a preposição POR, quando significar invocar.

Chamei por você insistentemente, mas não me ouviu.

* TD e I, com a preposição A, quando significar repreender.

Chamei o menino à atenção, pois estava conversando durante a aula.

Chamei-o à atenção.

A expressão "chamar a atenção de alguém" não significa repreender, e sim fazer se notado (O cartaz chamava a
atenção de todos que por ali passavam)

* Pode ser TD ou TI, com a preposição A, quando significar dar qualidade. A qualidade (predicativo do objeto)
pode vir precedida da preposição DE, ou não.

Chamaram-no irresponsável.

Chamaram-no de irresponsável.

Chamaram-lhe irresponsável.

Chamaram-lhe de irresponsável.

CHEGAR, IR (Intransitivo)

Aparentemente eles têm complemento, pois quem vai, vai a algum lugar e quem chega, chega de. Porém a
indicação de lugar é circunstância (adjunto adverbial de lugar), e não complementação.

Esses verbos exigem a preposição A, na indicação de destino, e DE, na indicação de procedência.


Quando houver a necessidade da preposição A, seguida de um substantivo feminino (que exija o artigo a),
ocorrerá crase (Vou à Bahia)

* no emprego mais freqüente, usam a preposição A e não EM.

Cheguei tarde à escola.

Foi ao escritório de mau humor.

* se houver idéia de permanência, o verbo ir segue-se da preposição PARA.

Se for eleito, ele irá para Brasília.

* quando indicam meio de transporte no qual se chega ou se vai, então exigem EM.

Cheguei no ônibus da empresa.

A delegação irá no vôo 300.

COGITAR

* Pode ser TD ou TI, com a preposição EM, ou com a preposição DE.

Começou a cogitar uma viagem pelo litoral.

Hei de cogitar no caso.

O diretor cogitou de demitir-se.

COMPARECER (Intransitivo)

Compareceram na sessão de cinema.

Compareceram à sessão de cinema.

COMUNICAR (TD e I)

* Admite duas construções alternando algo e alguém entre OD e OI.

Comunico-lhe meu sucesso.

Comunico meu sucesso a todos.

CUSTAR

* No sentido de ser difícil será TI, com a preposição A. Nesse caso, terá como sujeito aquilo que é difícil, nunca
a pessoa, que será objeto indireto.

Custou-me acreditar em Hipocárpio.

Custa a algumas pessoas permanecer em silêncio.

* no sentido de causar transtorno, dar trabalho será TD e I, com a preposição A.

Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família.

* no sentido de ter preço será intransitivo.


Estes sapatos custaram R$ 50,00.

DESFRUTAR E USUFRUIR (TD)

Desfrutei os bens de meu pai.

Pagam o preço do progresso aqueles que menos o desfrutam.

ENSINAR - TD e I

Ensinei-o a falar português.

Ensinei-lhe o idioma inglês.

ESQUECER, LEMBRAR

* quando acompanhados de pronomes, são TI e constroem-se com DE.

Ela se lembrou do namorado distante. Você se esqueceu da caneta no bolso do paletó.

* constroem-se sem preposição (TD), se desacompanhados de pronome.

Você esqueceu a caneta no bolso do paletó. Ela lembrou o namorado distante.

FALTAR, RESTAR E BASTAR

* Podem ser intransitivos ou TI, com a preposição A.

Muitos alunos faltaram hoje.

Três homens faltaram ao trabalho hoje.

Resta aos vestibulandos estudar bastante.

IMPLICAR

* TD e I com a preposição EM, quando significar envolver alguém.

Implicaram o advogado em negócios ilícitos.

* TD, quando significar fazer supor, dar a entender; produzir como conseqüência, acarretar.

Os precedentes daquele juiz implicam grande honestidade.

Suas palavras implicam denúncia contra o deputado.

* TI com a preposição COM, quando significar antipatizar.

Não sei por que o professor implica comigo.

Emprega-se preferentemente sem a preposição EM (Magistério implica sacrifícios)

INFORMAR (TD e I)

Admite duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo.

Informei-o de que suas férias terminou.


Informei-lhe que suas férias terminou.

MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE (Intransitivo)

* Seguidos da preposição EM e não com a preposição A, como muitas vezes acontece.

Moro em Londrina.

Resido no Jardim Petrópolis.

Minha casa situa-se na rua Cassiano.

NAMORAR (TD)

Ela namorava o filho do delegado.

O mendigo namorava a torta que estava sobre a mesa.

OBEDECER, DESOBEDECER (TI)

Devemos obedecer às normas. / Por que não obedeces aos teus pais?

• Verbos TI que admitem formação de voz passiva:

PAGAR, PERDOAR

São TD e I, com a preposição A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.

Paguei a conta ao Banco.

Perdôo os erros ao amigo.

As construções de voz passiva com esses verbos são comuns na fala, mas agramaticais

PEDIR (TD e I)

* Quem pede, pede algo a alguém. Portanto é errado dizer Pedir para que alguém faça algo.

Pediram-lhe perdão.

Pediu perdão a Deus.

PRECISAR

* No sentido de tornar preciso (pede objeto direto).

O mecânico precisou o motor do carro.

* No sentido de ter necessidade (pede a preposição de).

Preciso de bom digitador.

PREFERIR (TD e I)

* Não se deve usar mais, muito mais, antes, mil vezes, nem que ou do que.

Preferia um bom vinho a uma cerveja.


PROCEDER

* TI, com a preposição A, quando significar dar início ou realizar.

Os fiscais procederam à prova com atraso.

Procedemos à feitura das provas.

* TI, com a preposição DE, quando significar derivar-se, originar-se ou provir.

O mau-humor de Pedro procede da educação que recebeu.

Esta madeira procede do Paraná.

* Intransitivo, quando significar conduzir-se ou ter fundamento.

Suas palavras não procedem!

Aquele funcionário procedeu honestamente.

QUERER

* No sentido de desejar, ter a intenção ou vontade de, tencionar (TD).

Quero meu livro de volta.

Sempre quis seu bem.

* No sentido de querer bem, estimar (TI - preposição A).

Maria quer demais a seu namorado.

Queria-lhe mais do que à própria vida.

RENUNCIAR

* Pode ser TD ou TI, com a preposição A.

Ele renunciou o encargo.

Ele renunciou ao encargo.

RESPONDER

* TI, com a preposição A, quando possuir apenas um complemento.

Respondi ao bilhete imediatamente.

Respondeu ao professor com desdém.

Nesse caso, não aceita construção de voz passiva.

* TD com OD para expressar a resposta (respondeu o quê?)

Ele apenas respondeu isso e saiu.

REVIDAR (TI)
Ele revidou ao ataque instintivamente.

SIMPATIZAR E ANTIPATIZAR (TI)

* Com a preposição COM. Não são pronominais, portanto não existe simpatizar-se, nem antipatizar-se.

Sempre simpatizei com Eleodora, mas antipatizo com o irmão dela.

SOBRESSAIR (TI)

* Com a preposição EM. Não é pronominal, portanto não existe sobressair-se.

Quando estava no colegial, sobressaía em todas as matérias.

VISAR

* no sentido de ter em vista, objetivar (TI - preposição A)

Não visamos a qualquer lucro.

A educação visa ao progresso do povo.

* No sentido de apontar arma ou dar visto (TD)

Ele visava a cabeça da cobra com cuidado.

Ele visava os contratos um a um.

Se TI não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele (a/s)

São estes os principais verbos que, quando TI, não aceitam LHE/LHES como complemento, estando em seu
lugar a ele (a/s) - aspirar, visar, assistir (ver), aludir, referir-se, anuir.

Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar, informar, lembrar, noticiar, notificar, prevenir são TD e I,
admitindo duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo.

Os verbos transitivos indiretos na 3ª pessoa do singular, acompanhados do pronome se, não admitem plural. É
que, neste caso, o se indica sujeito indeterminado, obrigando o verbo a ficar na terceira pessoa do singular.
(Precisa-se de novas esperanças / Aqui, obedece-se às leis de ecologia)

* Verbos que podem ser usados como TD ou TI, sem alteração de sentido: abdicar (de), acreditar (em), almejar
(por), ansiar (por), anteceder (a), atender (a), atentar (em, para), cogitar (de, em), consentir (em), deparar (com),
desdenhar (de), gozar (de), necessitar (de), preceder (a), precisar (de), presidir (a), renunciar (a), satisfazer (a),
versar (sobre) - lista de Pasquale e Ulisses.

• as variáveis na conjugação de alguns verbos:

Existem algumas variáveis na conjugação de alguns verbos. Os lingüistas chamam os desvios de variáveis,
enquanto os gramáticos tratam-nos como erros.

verbo ver e derivados.

Forma popular: se eu ver, se eu rever, se eu revesse.

Forma padrão: se eu vir, se eu revir, se eu revisse.

verbo vir e derivados.


Forma popular: se eu vir, seu eu intervir, eu intervi, ele interviu, eles proviram.

Forma padrão: seu eu vier, se eu intervier, eu intervim, ele interveio, eles provieram.

ter e seus derivados.

Forma popular: quando eu obter, se eu mantesse, ele deteu.

Forma padrão: quando eu obtiver, se eu mantivesse, ele deteve.

pôr e seus derivados.

Forma popular: quando eu compor, se eu disposse, eles disporam.

Forma padrão: quando eu compuser, se eu dispusesse, eles dispuseram.

reaver.

Forma popular: eu reavi, eles reaveram, ela reavê.

Forma padrão: eu reouve, eles reouveram, ela reouve.

Regência nominal:

Substantivos, adjetivos e advérbios podem, por regência nominal, exigir complementação para seu sentido
precedida de preposição.

Segue uma lista de palavras e as preposições exigidas. Merecem atenção especial as palavras que exigirem
preposição A, por serem passíveis de emprego de crase.

• acostumado a, com;
• afável com, para;
• afeiçoado a, por;
• aflito com, por;
• alheio a, de;
• ambicioso de;
• amizade a, por, com;
• amor a, por;
• ansioso de, para, por;
• apaixonado de, por;
• apto a, para;
• atencioso com, para;
• aversão a, por;
• ávido de, por;
• conforme a;
• constante de, em;
• constituído com, de, por;
• contemporâneo a, de;
• contente com, de, em, por;
• cruel com, para;
• curioso de;
• desgostoso com, de;
• desprezo a, de, por;
• devoção a, por, para, com;
• devoto a, de;
• dúvida em, sobre, acerca de;
• empenho de, em, por;
• falta a, com, para;
• imbuído de, em;
• imune a, de;
• inclinação a, para, por;
• incompatível com;
• junto a, de;
• preferível a;
• propenso a, para;
• próximo a, de;
• respeito a, com, de, por, para;
• situado a, em, entre;
• último a, de, em;
• único a, em, entre, sobre.

Crase
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Crase é a fusão de duas vogais idênticas. Representa-se graficamente a crase pelo acento grave.

Fomos à piscina
à artigo e preposição

Ocorrerá a crase sempre que houver um termo que exija a preposição a e outro termo que aceite o artigo a.
Para termos certeza de que o "a" aparece repetido, basta utilizarmos alguns artifícios:

I. Substituir a palavra feminina por uma masculina correspondente. Se aparecer ao ou aos diante de palavras
masculinas, é porque ocorre a crase.

Exemplos:

Temos amor à arte.


(Temos amor ao estudo)

Respondi às perguntas.
(Respondi aos questionário)

II. Substituir o "a" por para ou para a. Se aparecer para a, ocorre a crase:

Exemplos:

Contarei uma estória a você.


(Contarei uma estória para você.)

Fui à Holanda
(Fui para a Holanda)

3. Substituir o verbo "ir" pelo verbo pelo verbo "voltar". Se aparecer a expressão voltar da, é porque ocorre a
crase.

Exemplos:

Iremos a Curitiba.
(Voltaremos de Curitiba)

Iremos à Bahia
(Voltaremos da Bahia)
Não ocorre a Crase

a) antes de verbo
Voltamos a contemplar a lua.

b) antes de palavras masculinas


Gosto muito de andar a pé.
Passeamos a cavalo.

c) antes de pronomes de tratamento, exceção feita a senhora, senhorita e dona:


Dirigiu-se a V.Sa. com aspereza
Dirigiu-se à Sra. com aspereza.

d) antes de pronomes em geral:


Não vou a qualquer parte.
Fiz alusão a esta aluna.

e) em expressões formadas por palavras repetidas:


Estamos frente a frente
Estamos cara a cara.

f) quando o "a" vem antes de uma palavra no plural:


Não falo a pessoas estranhas.
Restrição ao crédito causa o temor a empresários.

Crase facultativa

1. Antes de nome próprio feminino:


Refiro-me à (a) Julinana.

2. Antes de pronome possessivo feminino:


Dirija-se à (a) sua fazenda.

3. Depois da preposição até:


Dirija-se até à (a) porta.

Casos particulares

1. Casa

Quando a palavra casa é empregada no sentido de lar e não vem determinada por nenhum adjunto adnominal,
não ocorre a crase.

Exemplos:

Regressaram a casa para almoçar


Regressaram à casa de seus pais

2. Terra

Quando a palavra terra for utilizada para designar chão firme, não ocorre crase.

Exemplos:

Regressaram a terra depois de muitos dias.


Regressaram à terra natal.
3. Pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aqueles, aquilo.

Se o tempo que antecede um desse pronomes demonstrativos reger a preposição a, vai ocorrer a crase.

Exemplos:

Está é a nação que me refiro.


(Este é o país a que me refiro.)
Esta é a nação à qual me refiro.
(Este é o país ao qual me refiro.)
Estas são as finalidades às quais se destina o projeto.
(Estes são os objetivos aos quais se destino o projeto.)
Houve um sugestão anterior à que você deu.
(Houve um palpite anterior ao que você me deu.)

Ocorre também a crase

a) Na indicação do número de horas:


Chegamos às nove horas.

b) Na expressão à moda de, mesmo que a palavra moda venha oculta:


Usam sapatos à (moda de) Luís XV.

c) Nas expressões adverbiais femininas, exceto às de instrumento:


Chegou à tarde (tempo).
Falou à vontade (modo).

d) Nas locuções conjuntivas e prepositivas; à medida que, à força de...

OBSERVAÇÕES: Lembre-se que:

Há - indica tempo passado.


Moramos aqui há seis anos

A - indica tempo futuro e distância.


Daqui a dois meses, irei à fazenda.
Moro a três quarteirões da escola.

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