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Plano

Municipal
de Habitação
de São Paulo
caderno para
discussão pública
Sumário

Apresentação.................................................................................. 4
Necessidades Habitacionais no Município....................... 16
Diretrizes para Estruturação
da Política Habitacional............................................................24
Programas e Estratégias de Ação.........................................34
Articulação entre Programas 36
Linha programática Serviço de Moradia Social 38
Programa 1 - Serviço de Moradia Social 42
Acolhimento Institucional Intensivo 44
Aluguel de Imóveis Privados para Abrigamento Transitório 45
Locação Social para o Serviço de Moradia Social 46
Bolsa Aluguel 47

C 
Linha programática provisão de moradia 48 om este caderno, a Secretaria Municipal de Ha-
Programa 2 - Provisão de Moradia para Aquisição 52 bitação apresenta para discussão pública uma
Promoção Pública de Moradia 53 proposta de revisão do Plano Municipal de Ha-
Promoção Pública de Moradia em Assentamentos Precários 54 bitação de São Paulo. Em função do calendário
Promoção de Moradia por Autogestão 55 eleitoral, que limita, a partir de julho de 2016, as possibilida-
Promoção Privada de Moradia 56 des de realização de um amplo processo participativo para a
Aquisição de Moradia Pronta 57 elaboração desse plano, optamos por apresentar à cidade, em
Programa 3 - Locação Social 58 vez de um Projeto de Lei, uma estrutura preliminar com as
Locação Social de Promoção Pública 60 diretrizes que fundamentam a proposta de política habitacio-
Locação Social por Autogestão 61 nal, a fim de fomentar um debate abrangente sobre o tema da
Programa 4 - Locação Social de Mercado 62 habitação e suas possíveis soluções. Findo o processo eleitoral,
Locação Social de Mercado será possível então passar à etapa seguinte, de consolidação
do plano, de forma participativa, para sua redação final na
Linha Programática Intervenção Integrada
forma de Projeto de Lei.
em Assentamentos Precários 64
Nesta primeira etapa, buscamos então oferecer uma estru-
Programa 5 - Urbanização 70
tura de análise e compreensão clara e amigável na interlo-
Urbanização Complexa 72
cução com o munícipe, a fim de alavancar uma grande par-
Pequenas Intervenções de Urbanização 73
ticipação social sobre a temática da moradia e os caminhos
Programa 6 - Regularização Fundiária 74
para o enfrentamento definitivo do problema da precarieda-
Regularização Fundiária de Assentamentos Precários
de urbana. Este Caderno para Discussão Pública apresenta
Programa 7 - Melhorias Habitacionais 78
as principais linhas de estruturação de uma possível política
Melhorias Habitacionais Integradas 80
habitacional para os próximos 16 anos.
Melhorias de Conjuntos Habitacionais Irregulares 81
A partir do novo Plano Diretor Estratégico – Lei Municipal
Programa 8 - Intervenção em Cortiços 82
n. 16.050, de 31 de julho de 2014 – que estabelece a necessida-
Ação em Cortiços Isolados 86
de de revisão do Plano Municipal de Habitação e que institui
Ação Integrada em Cortiços Agrupados 87
uma revisão do ordenamento territorial da cidade, tornou-se
Coordenadorias de Ações Transversais 88
necessário ampliar os horizontes da política habitacional, atu-
Grupos Técnicos 95
alizar suas diretrizes em relação ao cenário atual e estabele-
Quadro Orçamentário e cer um conjunto de ações estruturadas para o enfrentamento
Estratégias de Financiamento.............................................. 96 prioritário da precariedade habitacional na cidade.

3
Apresentação
Apresentação

Contexto e Importância de Revisão versas. Uma delas é da população que já dispõe dos consórcios existentes e do novo Conselho atualizações nas metas e projeções quantitativas plo), loteamentos periféricos, cortiços. provisão habitacional.
do Plano Municipal de Habitação de domicílio, porém em situação insatisfatória, Consultivo, para se estabelecer com as Subpre- a cada quatro anos (Planos de Ação Quadrienais, Como tipos de precariedade habitacional e
e por isso demanda uma nova moradia: pela feituras e a Sehab/Cohab-SP uma gestão comum articulados com os Planos Plurianuais - PPA). urbana a serem enfrentados identificamos: Como atender a essa demanda?
A cidade de São Paulo, por seu tamanho e sua precariedade habitacional, pela densidade exa- das demandas habitacionais, das perspectivas de Isso dará pertinência para que o Plano possa ser
importância econômica, potencializa natural- gerada (mais de três pessoas por cômodo), pela atendimento, das intervenções em áreas de divi- atualizado conforme as diversas conjunturas 1  os assentamentos precários , como fave- Um dos aspectos mais importantes da política
mente a problemática habitacional e a demanda coabitação familiar (mais de uma família com- sa (geralmente córregos com margens ocupadas econômicas e a disponibilidade de financiamen- las e loteamentos, que podem ser consolidados, habitacional é sua diversidade. Os desafios a
por moradia. Cidades que são polos da atividade partilhando o domicílio), ou ainda pelo gasto ex- por assentamentos precários), e atuar conjunta- tos habitacionais. Também firmará o compro- porém apresentam irregularidades, principal- serem enfrentados são variados e pressupõem
econômica vêem acirrar a pressão por moradias cessivo com o aluguel. A outra, mais urgente, é a mente na mitigação dos impactos e na urbaniza- misso com o gestor municipal de que a política mente do ponto de vista fundiário (conjuntos ações específicas para cada caso. Não se pode
em qualquer cenário econômico, seja no de cres- da população que enfrenta, seja em um barraco, ção necessária ao redor de Empreendimentos de habitacional a ser conduzida na cidade, nas pró- habitacionais e loteamentos irregulares, por oferecer para uma favela consolidada há déca-
cimento, quando o aquecimento da economia e na rua, ou mesmo em uma frágil casa de alve- Habitação de Interesse Social (EHIS) em áreas de ximas quatro gestões, seja perene e coerente. exemplo); consolidáveis, que podem receber das a mesma política que se ofereceria para ou-
a oferta de empregos intensificam a atração de naria em algum assentamento informal, uma si- influência das sub-regiões. ações de melhoria sem necessidade de remoção tra em situação de risco iminente, assim como
novos moradores, seja no de crise, quando conti- tuação de precariedade habitacional mais séria. A criação de Zonas Especiais de Interesse So- A quem se destina o Plano total das famílias; ou sem possibilidade de con- não são problemáticas semelhantes, por exem-
nuam atrativos, por representar uma derradeira O município de São Paulo ainda enfrenta um cial (Zeis) de interesse metropolitano, por exem- Municipal de Habitação? solidação, porque situados em áreas impróprias plo, a da população em situação de rua, de mo-
possibilidade de inserção no mercado para a po- número grande de situações de precariedade. plo, pode ser uma das ações a ser tomada nesse à construção (de risco, ambientalmente sensí- radores de cortiços, ou de famílias que residem
pulação mais pobre. Estima-se, de acordo com os dados extraídos do sentido, com o estudo de contrapartidas entre A primeira tarefa para se estruturar ações que veis, contaminadas, etc.). São hoje em São Pau- em loteamentos distantes, na periferia. Cada re-
Para o enfrentamento dessa situação, faz-se Sistema de Informações para Habitação Social municípios pelo adensamento habitacional, façam face à problemática da moradia na cidade lo, de acordo com dados do Habisp (abril/2016), alidade enseja uma ação diferente do Poder Pú-
necessária a realização de um Plano Municipal na Cidade de São Paulo (Habisp/abril 2016), que ampliação da oferta de serviços públicos inter- é a correta identificação das demandas habita- cerca de 833 mil domicílios nesta situação, con- blico, uma integração específica com as políticas
de Habitação que identifique as necessidades e 445.112 domicílios estejam em favelas e 385.080 municipais, evitando a criação de novas cidades cionais. Se, idealmente, o objetivo final de um centrados sobretudo nas áreas periféricas da urbanas, uma parceria própria com outras se-
a demanda existente e aponte caminhos para em loteamentos irregulares. Por isso, o enfrenta- dormitório. Por isso, é desejável a elaboração de Plano de Habitação é garantir o acesso à mora- cidade, embora com algumas favelas inseridas cretarias ou subprefeituras, etc. Por isso, a políti-
suas soluções. Além disso, a realização do PMH mento da precariedade habitacional, em todas as convênios entre municípios da RMSP, e o Plano dia digna para todos na cidade toda, a Secretaria na malha urbanizada mais central, como He- ca habitacional deve oferecer uma variedade de
se insere na revisão obrigatória de todo o marco suas facetas, deve ser, pela urgência, a prioridade Municipal de Habitação pretende deixar pre- de Habitação do município de São Paulo deve liópolis ou Paraisópolis, as maiores da cidade; alternativas de ação, visando responder à pre-
regulatório da política urbana municipal, inicia- da política habitacional do município. parado o caminho institucional e jurídico para ter como prioridade o enfrentamento da pre- cariedade habitacional em todas as suas formas.
da com a revisão do PDE já no primeiro semes- Para enfrentar este desafio, é fundamental isso, além, é claro, de fortalecer a articulação da cariedade habitacional. Cabe, portanto, em um 2  os cortiços , imóveis precários com insta- O plano aqui proposto para discussão se estru-
tre de 2013, a revisão da Lei de Parcelamento, estruturar uma política que, no âmbito do go- política habitacional com o Plano de Desenvol- primeiro momento, identificar todas as caracte- lações sanitárias coletivas e alta densidade de tura em torno de três grandes linhas de atuação,
Uso e Ocupação do Solo (Lei Municipal n. 16.402, verno municipal, seja consolidada de modo inte- vimento Urbano Integrado da RMSP (PDUI). A rísticas da precariedade habitacional na cidade. ocupação, geralmente situados nas regiões mais chamadas “Linhas Programáticas”: o Serviço de
de 22 de março de 2016), a revisão do Código de grado ao planejamento das políticas setoriais no gestão conjunta precisa também acontecer de O conceito de precariedade habitacional é centrais da cidade; Moradia Social, para atendimento à demanda
Obras e Edificações e das leis específicas de Ope- território, seja por meio do desenvolvimento dos maneira articulada com o Governo Estadual e complexo, e se estrutura a partir de um conjun- por moradia transitória, oriunda de frentes de
rações Urbanas e outros planos setoriais. A le- Planos Regionais das subprefeituras, seja pela as ações da Companhia de Desenvolvimento to grande de condicionantes. Um dos estudos 3  a falta de moradia digna para parcela da obras públicas e situações emergenciais e de
gislação federal também determina a necessida- adoção dos instrumentos urbanísticos, como as Habitacional e Urbano (CDHU), para atuar de mais consistentes sobre o tema (CEM/Cebrap e população em situação de rua, hoje estimada vulnerabilidade; e o atendimento definitivo, por
de da existência de um Plano Local de Habitação Operações Urbanas Consorciadas (OUC), os Pro- forma associada em áreas de divisa intermuni- Ministério das Cidades, 2007) identifica a pre- em 15.905 pessoas (SMADS/Fipe), e demais gru- meio da Provisão de Moradia e da Intervenção
de Interesse Social (PLHIS) para que o município jetos de Intervenção Urbana (PIU) e os Planos cipais, enfrentando a questão de atendimento cariedade habitacional a partir de dados socioe- pos sociais em situação de vulnerabilidade. Integrada em Assentamentos Precários, que
possa participar do Sistema Nacional de Habi- de Urbanização de Zeis (Zonas Especiais de In- de demandas oriundas de outros municípios. conômicos dos moradores, como a renda média define os territórios marcados pela precarieda-
tação de Interesse Social (SNHIS). A atualização teresse Social), voltados ao desenvolvimento de Também interessa o fortalecimento de progra- (geralmente abaixo dos três salários mínimos), Esta população, parte dela em situação emer- de habitacional e urbana na cidade como áreas
permanente da política habitacional é, de qual- projetos integrados, constantes do PDE. mas em parceria com as entidades – como por os anos de estudo do responsável, a taxa de al- gencial (devido a desastres ou risco iminente), prioritárias para a política habitacional.
quer forma, necessária, seja pelas dimensões da Mas, para além do município, a atratividade da exemplo o PMCMV Entidades –, que ajudam na fabetização, aos quais se somam dados sobre exige uma resposta prioritária por parte da po- A estas três linhas programáticas, soma-se
cidade, seja pela velocidade com que os cenários cidade faz com que, mesmo que hipoteticamente, gestão de demandas que muitas vezes não se li- a qualidade da moradia em si, como o tipo da lítica habitacional. Além dela, a demanda por um conjunto de ações denominadas de “Coorde-
habitacionais e urbanos se modificam. toda a demanda por habitações fosse um dia aten- mitam ao território municipal. construção (se de alvenaria ou de madeira), a moradia na cidade é ampliada pela demanda di- nadorias de Ações Transversais”, que dão apoio
Há de ser recordado também que o direito à dida, a procura por novas moradias ainda assim Se o enfrentamento da precariedade habita- posse ou não da moradia e do terreno, o número fusa de famílias em situações insatisfatórias de a todos os programas acima elencados. São elas:
moradia digna faz parte dos direitos sociais do existiria, tendo em vista se tratar de um proble- cional e urbana pelo município se vale de for- de cômodos, a presença ou não de sanitários, de habitação, que embora não sejam emergenciais, a Atuação Integrada em Áreas Ambientalmente
cidadão, consolidados na Constituição Federal ma que extrapola em muito o recorte institucio- mas de captação de recursos próprias, ainda é cozinha. Por fim, analisam-se dados urbanísti- também constituem parte da demanda que a po- Sensíveis e Protegidas; a Atuação Integrada na
de 1988. Mas a estrutura social do país faz com nal-administrativo de um município. Por isso, a importante a participação de recursos federais, cos como a presença ou não de rede de esgoto ou lítica habitacional deve atender. Para isso, uma Área Central; o programa Assistência Técnica,
que, em 2016, as necessidades habitacionais da política habitacional na cidade deve estar alinha- tornando-se necessário reequilibrar o orçamen- fossa séptica, de abastecimento de água e forne- das estratégias deste Plano de Habitação con- Jurídica e Social; a Pós-Intervenção e Integração
população ainda sejam expressivas. Segundo a da com as políticas nacional e estadual, e apontar to habitacional e criar alternativas para a provi- cimento de energia elétrica, de lixo coletado. Na siste em propostas de regulação do mercado de aos Serviços e Controle Urbanos; a Prevenção e
metodologia desenvolvida pela Fundação João para uma articulação com os diversos municípios são de moradia e para a melhoria habitacional prática, são favelas mais ou menos consolidadas, aluguel, com incentivos à oferta dentro de pata- Mediação de Conflitos Fundiários e Imobiliários
Pinheiro, a partir das bases do Instituto Brasilei- da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). mais autônomas e sustentáveis. muitas delas assentadas em áreas de risco (de mares de preços acessíveis à população de renda Urbanos; e a Gestão de Patrimônio Fundiário e
ro de Geografia e Estatística (IBGE), a demanda Uma boa governança metropolitana deve ar- O Plano Municipal de Habitação aqui propos- enchente, deslizamento ou incêndio/explosão) média-baixa, diminuindo a pressão da demanda Imobiliário Público para Habitação.
por moradia se origina em situações bastante di- ticular as cinco sub-regiões da RMSP, por meio to tem um horizonte de duração de 16 anos, com ou impróprias (áreas contaminadas, por exem- por moradias produzidas pela política pública de Ainda, propõe-se a criação de Grupos Técnicos

6 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Apresentação 7
Apresentação

específicos para: a construção e o acompanha- Essa estrutura de atendimento, entretanto, dades da sociedade civil, que associa a produção diretamente pelas secretarias de atendimento acesso a um imóvel alugado no mercado parti- 2 ª LINHA PROGRAMÁTICA:
mento de diretrizes de qualidade dos projetos não é plenamente eficiente na atenção a essas habitacional de interesse social, ou as demais for- social (Secretarias Municipais de Assistência e cular da cidade. Porém, diferentemente do que Provisão de Moradia
arquitetônicos e urbanísticos dos empreendi- situações emergenciais. A limitação financei- mas de intervenção urbanísticas, com regras es- Desenvolvimento Social, de Direitos Humanos ocorre hoje com o Auxílio Aluguel, a concessão (ver página 48)
mentos de habitação social e das intervenções ra para concessão de auxílios em dinheiro, a pecíficas de fornecimento de serviços públicos e e Cidadania, de Políticas para as Mulheres, de da bolsa se dará vinculada ao acompanhamento
em assentamentos precários, denominado Dire- dificuldade em criar um fluxo de espera para o investimentos em políticas sociais, adequando-os Saúde e de Segurança Urbana). do aluguel por parte da Secretaria de Habitação. Para além do Serviço de Moradia Social, desti-
trizes para Qualificação de Projetos Arquitetôni- atendimento definitivo e a quantidade de deter- às características de grupos em situação de vul- Além disso, propõe-se a revisão da Portaria n. nado à demanda por atendimento emergencial
cos e Urbanísticos; e para a definição e aprimo- minações judiciais para concessão do auxílio, fa- nerabilidade ou risco social”.   Modalidade 2    Aluguel de Imóveis Privados 131/2015/Sehab, que hoje regulamenta os crité- e transitório, a política habitacional do municí-
ramento de normas e parâmetros técnicos para zem com que o Poder Público tenha dificuldades O Serviço de Moradia Social cria opções de para abrigamento transitório: aluguel dire- rios de concessão do auxílio, de tal forma que as pio deve oferecer uma solução habitacional de
a produção, requalificação e melhoria de habita- em substituir o atendimento financeiro por uma atendimento que incluem como beneficiários to de prédios em condições de uso, geralmente secretarias de atendimento social, em parceria longo prazo, para o acesso definitivo à moradia.
ção de interesse social, chamado de Parâmetros oferta habitacional imediata. tanto a população em situação de vulnerabili- notificados para o Parcelamento, Edificação e com a Sehab, tenham autonomia na gestão da Essa é a segunda linha programática da política
e Normas para Habitação de Interesse Social. O ritmo de crescimento dessas demandas dade social, como aquela retirada por frentes de Utilização Compulsórios (Peuc), para ofere- concessão do benefício. A suspensão do Auxílio habitacional proposta, denominada de Provisão
Vários dos programas e ações propostos preten- ultrapassa a capacidade de oferta habitacional obras da prefeitura ou de áreas de risco. Estas cê-las à demanda emergencial por moradia, Aluguel não é viável a curto prazo, e enseja uma de Moradia.
dem atuar na regulação do mercado privado de existente, pois depende de complexas dinâmi- famílias compõem, atualmente, a lista prioritá- no lugar do atual Auxílio Aluguel. Tal moda- ação faseada para sua substituição paulatina, Tradicionalmente, no Brasil, a política habi-
aluguel de moradia popular. cas econômicas e populacionais, o que torna o ria de atendimento da Sehab, sendo beneficia- lidade permite o atendimento não monetário a primeiro pela modalidade Bolsa Aluguel e em tacional sempre foi entendida como uma polí-
Auxílio Aluguel especialmente imobilizante das pelo Auxílio Aluguel no âmbito da Portaria essa população, com a oferta de uma unidade seguida pelas outras modalidades do Serviço de tica de acesso à casa própria. No caso do Plano
1ª  LINHA PROGRAMÁTICA: para a prefeitura. Com o dinheiro a ele destina- n. 131/2015/Sehab. O Serviço de Moradia Social habitacional efetiva, ao mesmo tempo em que Moradia Social. Municipal de Habitação aqui discutido, propõe-
Serviço de Moradia Social do atualmente, seria possível produzir cerca de permite estabelecer um fluxo de atendimento alavanca a reocupação dos edifícios ociosos do se que a política de habitação para acesso à mo-
(ver página 38) mil unidades habitacionais por ano. Tal fato se com vistas ao atendimento definitivo, para uma centro pela população mais necessitada, reti- Assim, com o Serviço de Moradia Social, o muni- radia definitiva se baseie em dois programas: o
agrava quando as políticas de urbanização de fa- população que, hoje, mesmo beneficiada por aju- rando-se, enquanto dure o acordo, a notifica- cípio de São Paulo passe a ter, por meio da ação da tradicional acesso à propriedade, mas também
A demanda habitacional emergencial consome velas removem famílias sem produzir o mesmo da monetária, nem sempre tem atendida a pers- ção de Peuc do proprietário. Secretaria de Habitação, uma política estrutura- a estruturação de um amplo programa de loca-
grande parte dos esforços da Secretaria Municipal número de unidades, oferecendo aos não con- pectiva de atendimento habitacional. da e consistente de atendimento à demanda mais ção social. Sugere-se que, enquanto os recursos
de Habitação. O quadro permanente de deman- templados o Auxílio Aluguel. A consolidação do A linha programática Serviço de Moradia So-  Modalidade 3  Locação Social para o urgente, diminuindo um gargalo importante hoje de financiamentos externos (federais, estaduais
das de atendimento é composto por famílias re- Auxílio Aluguel como principal alternativa de cial estrutura-se em quatro modalidades, sendo Serviço de Moradia Social: oferecimento de existente. É proposto um fluxo de atendimento ou internacionais) alavanquem a produção de
tiradas de áreas de risco, atingidas por incêndios, atendimento criou desvirtuamentos incompatí- que para aquelas situações de demanda mais um parque público de habitações, para aluguel da política pública que permite, em médio prazo, moradias para aquisição, como vem ocorrendo
enchentes, deslizamentos; os moradores forçados veis com uma boa política habitacional, pois este vulnerável, o oferecimento deve-se dar por uma parcial ou totalmente subsidiado. A médio e lon- a paulatina substituição do único instrumento do hoje com o Programa Minha Casa Minha Vida
a sair de suas casas em razão de frentes de obras passou a ser entendido como um benefício-fim, ação integrada de gestão entre a Secretaria de go prazo, o programa Locação Social deve cons- Auxílio Aluguel por uma oferta de alternativas (PMCMV), parte significativa dos investimentos
de infraestrutura conduzidas pela prefeitura; a uma compensação a ser exigida quase que au- Habitação e as demais secretarias de atendi- tituir um parque próprio de moradias suficiente que encaminhem efetivamente a população para próprios do município em habitação seja desti-
população em situação de rua em extrema fragi- tomaticamente, inclusive em situações de ocu- mento social. Os critérios para a proposição das para atender não só a demanda emergencial do uma solução de moradia adequada à sua situação, nada à constituição de um parque de moradias
lidade; as famílias em situação de vulnerabilidade, pação de imóveis privados, processo jurídico do diferentes modalidades levou em consideração a Serviço de Moradia Social, mas também ser uma ora temporária, ora mais perene, e em todos os para o programa Locação Social.
como idosos, deficientes, doentes crônicos; as mu- qual a prefeitura não é parte e em que o ônus do situação de vulnerabilidade da demanda e o tipo alternativa de moradia para a população, bus- casos vinculada à possibilidade de acesso ao aten- Dessa forma, a política habitacional do mu-
lheres vítimas de violência doméstica. não cumprimento da função social deveria re- de atendimento almejado por essas famílias, ofe- cando uma solução definitiva, com aluguel. Em dimento habitacional definitivo. nicípio amplia consideravelmente o leque de
Face à dificuldade de oferecer rapidamente cair sobre o proprietário. recendo, por exemplo, acolhimento transitório e/ uma primeira fase, linhas de atendimento espe- As modalidades do Serviço de Moradia So- possibilidades oferecidas aos que mais preci-
uma alternativa de moradia a essas situações, É fundamental estruturar uma política con- ou locação em unidades habitacionais públicas, cíficas, como por exemplo a população de idosos cial devem ter uma gestão que dialogue com a sam: partindo de um atendimento emergencial
criou-se, em 2007, o Programa Parceria Social sistente de atendimento à população que de- além da revisão da modalidade Bolsa Aluguel. As de baixa renda, devem ser priorizadas. Cabe sociedade civil, em uma ação intersecretarial, e transitório (o Serviço de Moradia Social), será
(Resolução do CMH n. 31/2007), com o ofereci- manda uma resposta imediata, para além da modalidades propostas para o serviço são: observar que, como suporte a essa terceira mo- que permita atender programas da prefeitura possível estabelecer um fluxo para o acesso
mento de quantidade em dinheiro que permitis- única alternativa do Auxílio Aluguel. Devem-se dalidade, o Plano Municipal de Habitação prevê como o “Autonomia em Foco”, “De Braços Aber- definitivo à moradia, seja pelo financiamento
se, de forma rápida e sem compromisso obriga- oferecer alternativas não monetárias e transi-  Modalidade 1  Acolhimento Institucional a aquisição e reabilitação de edifícios ociosos na tos”, ou outras situações, algumas delas recen- para a casa própria, seja via oferta de moradia
tório com a disponibilidade imediata de moradia, tórias de moradia, a fim de garantir às famílias Intensivo: consolida o desenho do atual pro- região central e para isso já vem buscando cons- tes, como, por exemplo, o atendimento à popu- em aluguel de imóvel público. A existência e a
remediar a situação dessa população, permitin- a inserção prioritária para o atendimento pelas grama “Autonomia em Foco”, da Secretaria tituir um parque próprio de imóveis. Também se lação imigrante. O programa Locação Social, manutenção de um parque público de unidades
do-lhe o complemento de renda necessário para políticas de provisão habitacional definitiva. Municipal de Assistência e Desenvolvimento propõe a estruturação de uma Parceria Público por sua vez, pode e deve estabelecer parcerias habitacionais permitirá ao município maior au-
acesso ao aluguel no mercado formal. Tendo va- Assim, propõe-se a estruturação do  programa Social (SMADS). Trata-se de um atendimento Privada (PPP) para a reabilitação desses edifícios. com as entidades organizadas de moradia, para tonomia em relação às políticas externas de fi-
riado em suas formas ao longo do tempo, hoje tal Serviço de Moradia Social , previsto no Plano Di- transitório e assistido à população em situação a gestão da demanda. nanciamento para o atendimento habitacional
modelo de atendimento é denominado “Auxílio retor Estratégico do município. De acordo com de alta vulnerabilidade e risco social, em edi-  Modalidade 4  Bolsa Aluguel: trata-se da e, indiretamente, contribuirá para a regulação
Aluguel”, e atende cerca de 30 mil famílias na seu artigo 295, o “Serviço de Moradia Social é a fícios alugados e reformados pela prefeitura, manutenção de um programa de atendimento do mercado privado de aluguéis.
cidade (dados de abril de 2016), a um custo anual ação de iniciativa pública realizada com a parti- sem que haja necessidade de unidades habita- monetário, que ofereça às famílias uma solução É importante destacar a importância, inalte-
de cerca de R$ 140 milhões. cipação direta dos beneficiários finais e de enti- cionais completas, com demanda gerenciada imediata de complementação financeira para o rada, da produção em grande escala de moradias

8 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Apresentação 9
Apresentação

em modalidades de acesso à casa própria, face ao dução habitacional. O programa Provisão de Moradia para Aqui-  Modalidade 3  Promoção de Moradia por   Modalidade 5    Aquisição de Moradia Pron- gestão é assumida integralmente pela Cohab-SP,
tamanho do déficit habitacional e ao importan- O PMCMV mostrou que para a solução da sição se subdivide em quatro modalidades, com Autogestão: dá continuidade às experiências ta: operapor meio da oferta de carta de crédito para atendimento em caráter definitivo, com
te papel do setor econômico da construção civil, questão habitacional no Brasil é fundamental o vistas a diversificar os agentes promotores en- autogeridas de produção de moradia, tradicio- assistido para aquisição, em loteamentos e as- valores de aluguel acessíveis às famílias de bai-
que nas duas modalidades do PMCMV em São subsídio para o acesso à casa própria pela popu- volvidos, as fontes de recursos mobilizados, bem nais em São Paulo desde os programas de mu- sentamentos recém regularizados, que após esse xa renda oriundas do Serviço de Moradia Social
Paulo, a de empresas (vinculada a recursos do lação de baixa renda. No âmbito deste Plano, se- como a forma de viabilização dos imóveis (produ- tirões autogeridos do final da década de 1980. processo passam por forte dinamismo nas tran- e de cadastro específico do programa. Prevê-se
Fundo de Arrendamento Residencial – FAR) e a guindo proposta feita no Plano Nacional de Ha- ção de novas unidades, requalificação do estoque Vinculada ou não a programas de financiamen- sações imobiliárias, criando-se a oportunidade ainda a manutenção, o aprimoramento e a am-
de entidades (vinculada a recursos do Fundo de bitação (2009), sugere-se uma categorização por existente e aquisição de unidades prontas). to de outros entes federativos (como o caso do para que inquilinos de imóveis regularizados pliação do atendimento à população idosa de
Desenvolvimento Social – FDS), teve importan- faixas de renda, pela qual, sempre que possível, PMCMV Entidades atualmente em curso), esta possam adquirir sua moradia. Para evitar que baixa renda nos empreendimentos do progra-
te participação e papel anticíclico na crise eco- segundo os programas de financiamento exis-   Modalidade 1   Promoção Pública de Mora- ação visa fixar na política habitacional a promo- o programa não se configure como um instru- ma, como já ocorre no Palacete dos Artistas e na
nômica, tanto com grandes construtoras, como tentes, a população com renda de até um salário dia: éo programa de provisão de unidades no- ção de moradia por autogestão, com o objetivo mento de substituição da população originária Vila dos Idosos.
empresas locais de menor porte. Assim, espe- mínimo receba subsídio total, escalonando-se vas, em que o principal agente promotor é o mu- de incentivar e apoiar a oferta de unidades ha- por grupos de maior renda, nem promova uma
ra-se manter o ritmo intenso de produção em subsídios parciais e financiamentos progressi- nicípio, com possíveis repasses de recursos de bitacionais em que o principal agente promotor dinâmica de valorização imobiliária, propõe-se a   Modalidade 2    Locação Social por Autoges-
grande escala assegurado pelo setor, pelo viés vos a partir desse patamar. outros agentes federativos, desenvolvendo ou são entidades sem fins lucrativos (associações, mediação e monitoramento da oferta de cartas tão: viabiliza
a construção de unidades habita-
do programa Provisão de Moradia, esperando- Considerando um cenário de continuidade da contratando projetos e obras, organizando a de- movimentos organizados, cooperativas habi- de crédito por meio de uma Imobiliária Pública. cionais em imóveis públicos para atendimento
se a continuidade de programas federais como o política habitacional nacional vigente, o muni- manda e administrando os recursos financeiros, tacionais, entre outros), que, articuladas com em caráter definitivo, por meio da oferta de mo-
PMCMV, mas também na produção para o par- cípio de São Paulo talvez seja um dos mais bem visando atender de forma definitiva à demanda agentes de assistência técnica e com a prefeitu- Programa Locação Social radia a valores de aluguel acessíveis às famílias
que próprio de locação social. preparados para responder aos financiamentos pela casa própria. Nesta modalidade, a aquisição ra, poderão desenvolver ou contratar projetos (ver Página 58) de baixa renda indicadas por entidades organi-
A produção de moradias para fins sociais se do PMCMV. As cerca de 23 mil unidades em de terrenos se dá pela destinação obrigatória de e obras, organizar a demanda e administrar os Dentro da linha programática Provisão de Mo- zadoras, mobilizadas por chamamento público,
relaciona, por fim, com as diretrizes de aden- construção, das quais aproximadamente 15 mil 30% dos recursos do Fundurb para esse fim, ou recursos financeiros. Assim como ocorre atual- radia, o  programa Locação Social  consiste na segundo critérios de atendimento e priorização
samento propostas pelo PDE, para além dos são Faixa 1, constituem um cenário de grande com recursos de Operações Urbanas, quando mente, essa modalidade pode se dar tanto em oferta de unidades habitacionais para aluguel, estabelecidos por regulamentação específica
tradicionais setores de maior concentração eco- produtividade, que se espera ser continuado. couber. Como outra estratégia possível de aqui- terrenos adquiridos pelos movimentos, quanto em imóveis públicos, com valores de aluguel to- desta modalidade. As entidades serão respon-
nômica na cidade, como ao longo dos eixos de Mas, mesmo com uma eventual e indesejada pa- sição de terrenos ou imóveis, prevê-se a articu- em terrenos da prefeitura (Cohab-SP) disponibi- tal ou parcialmente subsidiados, e mesmo que sáveis pela realização da gestão condominial e
estruturação urbana, nas Zeis e nas Operações ralisação do programa federal, a política de provi- lação da aplicação para Peuc, com o IPTU Pro- lizados (como contrapartida ou não) por meio de sem subsídio, acessíveis à população de baixa social dos empreendimentos.
Urbanas Consorciadas (OUC). são de moradia para aquisição do município deve gressivo e com o Consórcio Imobiliário. chamamentos públicos. renda. A solução do Locação Social garante a
procurar manter a modalidade de grande produ- permanência de população de baixa renda em Programa Locação Social de Mercado
Programa Provisão de Moradia ção alavancada pelas empresas do setor da cons-   Modalidade 2    Promoção Pública de Mora-  Modalidade 4  Promoção Privada de Mo- áreas em processo de valorização ou já valoriza- (ver Página 62)
para Aquisição (ver página 52) trução civil, qualquer que seja a alternativa de fi- dia em Assentamentos Precários: trata-se da radia: diz respeito à produção de HIS feita pela das e, ainda, evita que recursos públicos investi- O programa Locação Social de Mercado promo-
A produção para acesso à casa própria se orga- nanciamento. Buscará, também, estabelecer uma mesma ação que a descrita acima, porém com iniciativa privada, que será responsável pelo de- dos na aquisição fundiária e na produção dessas ve uma ação direta para a regulação do merca-
niza em consonância com os programas habi- discussão efetiva sobre qualidade arquitetônica e a especificidade de ocorrer em assentamentos senvolvimento e contratação de projetos e obras unidades sejam drenados, a mais longo prazo, do de aluguéis, alavancando uma oferta con-
tacionais ligados às linhas de financiamento fe- urbanística na construção dos grandes conjun- precários definidos, quando houver necessi- e pela administração dos recursos financeiros. para o mercado imobiliário privado. dizente com as faixas de renda mais baixas.
derais, estaduais ou mesmo internacionais em tos, processo para o qual já foi criada, na Sehab/ dade de substituição de casas, como parte es- À Prefeitura caberá a indicação da demanda e o O programa de locação tem como objetivo Para aumentar o interesse do setor privado em
andamento ou que venham ser disponibilizadas. Cohab-SP, equipe intersecretarial de trabalho. pecífica do projeto de intervenção para essas acompanhamento dos projetos. O Programa Mi- oferecer uma alternativa de moradia perene, direcionar seu imóvel e/ou produzir unidades
Atualmente, o maior programa nesse sentido é Por outro lado, a produção habitacional para áreas. Nem todas as ações em assentamentos nha Casa Minha Vida (PMCMV), que se enquadra mas que não implique obrigatoriamente a aqui- habitacionais para o Locação Social de Merca-
o PMCMV, que vem desde 2009 estruturando acesso à propriedade também deve desenvolver, precários resultam na necessidade de produzir nesta modalidade, oferece financiamento a juros sição da casa própria. Porém, ele deve ser fasea- do, propõe-se oferecer incentivos tributários e
uma ampla política de acesso à moradia no Brasil, no âmbito municipal, as formas autogeridas de moradias novas, mas muitas vezes isso ocorre, subsidiados aos promotores privados, enquanto do no tempo, já que, em um primeiro momento, urbanísticos aos proprietários ou agentes pro-
com especial atenção à população de mais baixa produção, em moldes semelhantes ao praticado em razão da necessidade de retirada de famí- garante acesso à moradia para famílias de baixa sua oferta será, evidentemente, absorvida total- motores que aceitem disponibilizar para aluguel
renda, beneficiária de subsídios consideráveis. no âmbito do PMCMV Entidades. Mais do que lias em áreas não edificáveis (por risco, fragili- renda, com subsídios variáveis. Esta modalidade mente pela demanda por atendimento advin- unidades habitacionais a valores determinados
A complexa conjuntura política que o país vive, na quantidade de unidades produzidas, essa dade ambiental, etc.). Nesses casos, é necessá- visa diversificar formas e agentes de promoção da do Auxílio Aluguel e do Serviço de Moradia pela prefeitura, dentro de patamares de aluguel
em junho de 2016, vem colocando em dúvida a modalidade se destaca pela qualidade apre- ria a provisão de moradias, preferencialmente de habitação de interesse social no município, Social. Em alguns anos, uma vez que tal oferta social definidos, variáveis por região. O benefí-
continuidade desse programa. Isso reforça a ne- sentada no âmbito arquitetônico e urbanístico, no mesmo local (mas podendo também ser em mobilizando mecanismos para além do finan- seja pouco a pouco equacionada, o Locação So- cio duraria enquanto o proprietário mantivesse
cessidade de que o município, graças a suas alter- além de seu importante papel na solidificação do áreas na mesma região, para reassentamento ciamento para a produção e acesso às unidades, cial passará a ser uma alternativa consistente de a oferta nessas condições. Tal dinâmica auxilia-
nativas de financiamento (Fundo Municipal de tecido social. São Paulo tem longa tradição nesse dessas famílias). A provisão de moradias nestas como incentivos tributários e urbanísticos aos moradia na cidade. O programa Locação Social ria na diminuição da pressão da demanda por
Habitação, Fundo de Desenvolvimento Urbano, sentido, tendo sido uma das cidades pioneiras a situações se dá conforme as diretrizes do Plano promotores privados. Esta modalidade também se apresenta em duas modalidades: moradia, uma vez que parte dela conseguiria
Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e incorporar, no Brasil, os mutirões autogeridos de Intervenção Integrada nos assentamentos pode representar uma alternativa importante de obter soluções adequadas no âmbito do mercado
Infraestrutura e recursos de Operações Urbanas como parte da política habitacional da cidade, precários (que em casos de Zeis, é o próprio Pla- viabilização HIS em ZEIS e de produção de unida-   Modalidade 1    Locação Social de Promoção privado de aluguéis.
Consorciadas), estruture ações próprias de pro- ainda na década de 1980. no de Urbanização da Zeis). des por meio da aplicação da Cota de Solidarieda- Pública:oferece unidades habitacionais para
de, prevista no PDE. aluguel em imóveis públicos, cuja produção e

10 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Apresentação 11
Apresentação

somam outras ações na escala da estruturação realização de um projeto integrado, que desde o pública, de forma a possibilitar sua regulariza- promovendo a melhoria do cortiço e a segurança estabelecer uma ação estruturada naquele terri-
3ª LINHA PROGRAMÁTICA: urbana local, comprometidas com a adequada diagnóstico incorpore as diretrizes dos diversos ção fundiária e edilícia, e a posterior comercia- contratual das famílias de baixa renda, ou ofere- tório, focada na ação de saneamento ambiental
Intervenção Integrada acessibilidade, a qualificação dos espaços pú- programas em seu desenvolvimento. lização das unidades habitacionais. cendo as modalidades de atendimento de mora- e melhoria urbanística nas áreas afetadas. Com
em Assentamentos Precários blicos, a implantação de áreas livres e parques dia pela Locação Social ou pela Provisão de Mora- o tempo, o programa passou para outros finan-
lineares, de equipamentos de saúde, educação,  Modalidade 2   Pequenas Intervenções de Programa Intervenção em Cortiços dia para Aquisição; a adequação das condições de ciamentos, atualmente recebendo financiamen-
(ver Página 64)
cultura, assistência social, trabalho e geração Urbanização: propõe realizar pequenas obras (ver Página 78) habitabilidade de cortiços, para qualificação habi- to federal do Programa de Aceleração do Cres-
A ainda alta incidência no território de assen- de renda, bem como o reconhecimento e regu- de melhorias nos assentamentos de forma mais Um segundo eixo de atuação da linha programá- tacional, regulando também contratos e valores cimento (PAC), porém tendo recursos escassos.
tamentos marcados pela precariedade, muitos larização das atividades comerciais e de serviço ágil e sem a necessidade de grande dispêndio de tica Intervenção Integrada em Assentamentos de aluguel praticados, de acordo com instrumen- Hoje, trata-se sobretudo de contratos específicos
irregulares, outros em áreas impróprias, alguns existentes nos locais, de modo que se possa en- recursos, de forma a promover a qualificação Precários, o eixo Cortiços, enseja um conjunto tos legais vigentes, e prevendo a revisão da Lei de obras para essas áreas sensíveis, que foram
em terrenos passíveis de consolidação, e ainda a frentar a dimensão de exclusão socioterritorial gradual do assentamento. de ações exclusivas, voltado para o enfrenta- Moura, que regulamenta os parâmetros mínimos absorvidos no âmbito da coordenação geral de
presença de cortiços, faz com que esta deva ser de forma mais abrangente. mento de uma forma específica de precariedade de habitabilidade em cortiços; e, por fim, o incre- obras da Secretaria. No Plano de Habitação aqui
uma prioridade de atuação da política habita- Evidentemente, essa política, que reforça as Programa Regularização Fundiária presente na cidade. Por isso, propõe-se o progra- mento da oferta habitacional para a população de proposto, as obras nos mananciais são incorpo-
cional. Por isso, propõe-se a linha programática diretrizes de integração das intervenções no (ver Página 74) ma Intervenção em Cortiços, que deve ser capaz cortiços nas regiões dotadas de infraestrutura ur- radas pela linha programática Intervenção Inte-
Intervenção Integrada em Assentamentos Pre- território, já presentes no Plano Municipal de Voltado à promoção da segurança da posse ou de responder à diversidade de situações encon- bana, pelas diversas modalidades de provisão de grada em Assentamentos Precários.
cários, cujas intervenções em áreas precárias se Habitação de 2009, está focada na Macroárea de da propriedade, o programa abrange ainda ações tradas nas regiões onde os cortiços se inserem, moradia propostas no Plano. Ainda assim, a área de mananciais permane-
valem de todas as linhas programáticas propos- Redução da Vulnerabilidade Urbana, estabeleci- dedicadas à regularização administrativa dos bem como aos distintos perfis demográficos e de ce com suas exigências específicas, devido à sua
tas para o atendimento habitacional, podendo da pelo PDE 2014. As propostas de intervenção assentamentos, com oficialização do sistema renda dos moradores de cada um deles. Coordenadorias situação ambiental sensível. O PDE e a Lei de
encaminhar a população ao Serviço de Moradia integrada no território atuam evidentemente viário, por exemplo. Está organizado em uma Alinhando-se com o Plano Diretor, que já de Ações Transversais Parcelamento Uso e Ocupação do Solo (LPUOS)
Social, quando for necessário o atendimento em junto às Zeis, constantes da Lei 16.402/2016 – modalidade única pois as ações de regulariza- prevê os Projetos de Intervenção para Zeis 3, (ver Página 88) da cidade especificam tratamento especial para
decorrência da remoção de famílias em situa- Lei de Zoneamento, além de recuperar estudos ção fundiária e administrativa são semelhantes em áreas com grande incidência de cortiços, a área, por meio da instituição das Zeis 4, entre
ção de risco ou de vulnerabilidade social, ou à de delimitação de áreas já realizados, como no para os diversos assentamentos, estejam eles em contemplados na modalidade Ação Integrada As linhas programáticas apresentadas até aqui outros instrumentos, e toda a ação na região é
Locação Social ou ao Provisão de Moradia para âmbito do programa RenovaSP. Integram-se, áreas públicas ou privadas. em Cortiços Agrupados, busca-se promover a representam a estrutura principal da política submetida às especificidades das leis estaduais
Aquisição, quando necessária a remoção das sempre que couber, aos instrumentos já estabe- qualificação dos imóveis existentes, interferin- habitacional proposta para a cidade e atuam di- que regem as áreas de proteção de mananciais,
moradias e sua substituição por novas unida- lecidos pelo PDE, como os Planos de Urbaniza- Programa Melhorias Habitacionais do nas relações desse mercado que compõe, em retamente no enfrentamento das necessidades assim como às demais leis ambientais munici-
des, conforme a situação. A peculiaridade desta ção de Zeis 1, ou ainda às Áreas de Estruturação (ver Página 78) condições bastante precárias, parte da oferta do habitacionais identificadas. Ainda assim, uma pais, estaduais e federais. Nesse sentido, há a
linha programática é que ela atua em áreas bem Local (AEL), entre outros. A metodologia estabe- Atua de forma a melhorar a salubridade, se- mercado informal de aluguel. Para isso, serão série de ações de apoio a estes programas se faz necessidade de se manter uma coordenadoria
delimitadas no território. E, sobretudo, que ela lecida para a realização das intervenções baseia- gurança e qualidade das moradias, visando, necessários o reconhecimento e a atualização necessária, ações estas que incidem transversal- específica para os projetos nos mananciais, mas
propõe para estas áreas uma intervenção inte- se em processos participativos que envolvam os sempre que possível, consolidá-las. O programa da realidade dos cortiços na cidade, por meio mente em todas as linhas programáticas, e por também em outras regiões ambientalmente
grada, intersetorial e intersecretarial, que se ar- moradores, contando com instâncias de partici- Melhorias Habitacionais abrange duas moda- de cadastros técnicos que permitam um correto isso são tratadas em conjunto, com o intuito de sensíveis da cidade, como a Várzea do Tietê,
ticula neste território. pação, como os Conselhos Gestores. lidades: Melhorias Habitacionais Integradas e diagnóstico da situação urbana, arquitetônica, reunir atividades que já fazem parte da rotina a Serra da Cantareira, ou as diversas Áreas de
Dessa forma, estão sendo propostos dois eixos Melhorias de Conjuntos Habitacionais Irregu- socioeconômica e legal dos imóveis e de seus do município, a partir de coordenações especí- Proteção Ambiental, para acompanhar e co-
de ação, distintos conforme a característica dos Programa Urbanização lares. moradores. ficas dentro da secretaria. Além delas, alguns ordenar as ações de licenciamento, projetos e
assentamentos e das precariedades que visam (ver Página 70) A intervenção em cortiços se divide entre as temas importantes para o acompanhamento e obras dentro das exigências legais e do neces-
enfrentar: o eixo Favelas, Loteamentos e Conjun- Esse programa reúne ações de urbanização e  Modalidade 1  Melhorias Habitacionais In- ações diretamente voltadas à melhoria física dos a qualificação permanente dos programas pro- sário cuidado ambiental.
tos Habitacionais Irregulares e o eixo Cortiços. intervenções físicas, com provisão de infraes- tegradas: é componente fundamental da atu- imóveis, visando sua adaptabilidade para oferta postos ensejam a formação de grupos técnicos Além disso, tal coordenadoria teria o papel
O eixo Favelas, Loteamentos e Conjuntos trutura, equipamentos e serviços públicos, e a ação sobre os assentamentos precários, sendo de moradias em aluguel social privado em condi- específicos, como se verá a seguir. essencial de refletir sobre as inovações neces-
Habitacionais Irregulares articula ações vol- recuperação ambiental dos assentamentos de incorporada desde a fase de diagnóstico na ela- ções dignas, e as ações voltadas ao atendimento sárias para uma política habitacional em áreas
tadas para a eliminação da precariedade e à modo a eliminar as situações de risco e de insa- boração do projeto integrado da área. Por meio à população moradora dos mesmos. Como nem Atuação Integrada em Áreas ambientalmente sensíveis, reflexão ainda inci-
integração desses assentamentos à cidade for- lubridade, bem como a inadequação urbanística das melhorias, é possível promover a consolida- sempre os cortiços estão localizados de forma Ambientalmente Sensíveis e Protegidas piente no Brasil, ainda mais no plano de execu-
mal, o que abrange a integração de interven- dos assentamentos, e possibilitar a consolidação ção qualificada das moradias, e eventualmente concentrada, o que potencializa as alternativas Sabe-se que a cidade de São Paulo tem parte im- ção de políticas efetivas, que consigam, por meio
ções físicas, às ações de regularização fundiária das moradias e a permanência de quem ali re- reduzir a necessidade de remoções no processo de intervenção, é proposta também uma segun- portante de seu território em áreas ambiental- da inovação técnica, implementar ações de ur-
e do trabalho social, com diferentes graus de side. Ele está organizado em duas modalidades. de consolidação dos assentamentos precários. da modalidade, para intervenção em cortiços mente sensíveis, sendo a dos mananciais a mais banização e provisão habitacional no âmbito de
complexidade, e envolvendo setores diversos que estejam distribuídos esparsamente no ter- conhecida. Essa área específica foi objeto de um novo marco referencial de sustentabilidade.
da administração pública, organizadas nos pro-   Modalidade 1    Urbanização Complexa: reali-  modalidade 2   Melhorias de Conjuntos ritório, a modalidade Ação em Cortiços Isolados. duradoura intervenção pública, que perpassou
gramas descritos a seguir. za uma integração de ações de enfrentamento Habitacionais Irregulares: prevê a reali- O programa propõe então três estratégias de diversas gestões, e é atualmente denominada Atuação Integrada na Área Central
Ou seja, trata-se de uma abordagem interse- à precariedade habitacional, urbanística e fun- zação de reformas e melhorias nos conjuntos enfrentamento da precariedade habitacional: o Programa Mananciais. Partindo de programas Há cerca de 5 milhões de unidades habitacionais
torial de intervenção no território às quais se diária nos assentamentos, sendo fundamental a habitacionais de interesse social de promoção atendimento à população moradora em cortiço, internacionais de financiamento, desejava-se vazias nos centros das grandes cidades brasilei-

12 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Apresentação 13
Apresentação

ras, para um déficit habitacional de pouco mais A política para cortiços também se concentra ma- Programa Assistência Técnica, de construção e regulação edilícia. lificar e monitorar suas linhas de ação. Com a apresentação deste conteúdo
de 6 milhões de unidades. Evidentemente, tais joritariamente na região, assim como a Parceria Jurídica e Social Desta maneira, propõe-se ainda a criação de O primeiro grupo técnico proposto, Parâ- à sociedade, a Secretaria Municipal de Ha-
números têm importância sobretudo simbólica, Público-Privada (PPP) para a reabilitação de imó- A democratização do acesso aos conhecimentos mecanismos de gestão institucionalizados que metros e normas para HIS: requalificação de bitação de São Paulo espera estimular o de-
pois são muitos os entraves para se promover veis municipais vazios para o uso do programa e serviços técnicos na área da arquitetura e do acompanhem a dinâmica de transformação edifícios e melhorias habitacionais, tem como bate e a reflexão sobre os rumos da políti-
uma ocupação imediata e maciça de todos es- Locação Social às famílias de baixa renda, pro- urbanismo, do direito e do trabalho social é par- desses territórios, de modo articulado ao Obser- objetivo específico aprimorar as normativas ca habitacional do município, para que em
ses imóveis. Entretanto, servem para mostrar o posto neste plano. Esta proposta se soma à PPP te fundamental da garantia do direito à moradia vatório e à Imobiliária Pública, ambos propos- e os parâmetros técnicos que incidem sobre a conjunto possa ser estabelecido um novo
quanto a ação da política habitacional na área feita em parceria com o Governo do Estado, que digna e à cidade. A ação de equipes multidisci- tos com finalidade de controle e avaliação das promoção habitacional de interesse social, de patamar para as políticas públicas de en-
central é, de fato, importante. atende famílias de média-baixa renda. Por fim, a plinares junto à população de baixa renda, que transferências imobiliárias realizadas nas áreas modo a orientar tanto as ações de melhorias frentamento das precariedades e necessi-
Em São Paulo, centenas de milhares de imó- regulação do mercado privado de aluguéis pode não tem acesso a esses serviços, tem se mostra- pós-intervenção. habitacionais em assentamentos precários e dades habitacionais no município.
veis ou terrenos não cumprem a função social também privilegiar incentivos para a oferta de do muito frutífera e vem se consolidando, sobre- em cortiços, quanto à produção e requalifica-
da propriedade, estando vazios ou subutilizados, imóveis a patamares acessíveis na região central. tudo nas experiências de produção habitacional Gestão do Patrimônio Fundiário e Imobili- ção de imóveis para uso habitacional de inte-
grande parte deles situada na região central. Há, Todas estas ações, entretanto, serão mais efi- desenvolvidas em parceria com assessorias téc- ário Público para Habitação resse social. Esse corpo técnico, articulado com
sobretudo na área central, centenas de edifícios, cazes a partir de uma coordenação única, que nicas para produção de moradia por autogestão. Por fim, a última das ações transversais é a grupos de trabalho intersecretariais, terá como
bem providos de infraestrutura, com profusão possa garantir sua integração e a solução de pro- Este programa transversal busca, a partir de Gestão do Patrimônio Fundiário e Imobiliário atribuição complementar as regulamentações
de equipamentos de cultura, lazer, saúde e edu- blemas e gargalos decorrentes das especificida- abordagem multidisciplinar, implementar ações Público para Habitação. Essa coordenadoria existentes que tratam do tema, bem como
cação nas cercanias, que poderiam ser utilizados des da região central da cidade. conjuntas com os moradores na promoção de tem como objetivo aprimorar os mecanismos e promover as adequações necessárias para a
com sucesso para moradia. A prefeitura de São moradia por autogestão e nos projetos de inter- procedimentos de aquisição, utilização e gestão sua aplicação, destacando-se neste conjunto a
Paulo já notificou cerca de 1000 deles para que Prevenção e Mediação de Conflitos venção integrada em assentamentos precários e dos imóveis e terrenos públicos municipais para Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo
cumpram sua função social por meio do Parce- Fundiários e Imobiliários Urbanos cortiços. A ideia desta Coordenadoria de Ações uso da política habitacional do município. Para (Lei n. 16.402/2016), o Código de Obras e Edi-
lamento Edificação e Utilização Compulsórios Como já dito, a existência de um número signi- Transversais é oferecer um serviço técnico que alcançar este objetivo, propõe-se a estruturação ficações (PL n. 466/2015), o Decreto de HIS (n.
(Peuc), no centro da cidade e nas áreas de Ope- ficativo de terrenos e imóveis ociosos na cidade garanta melhorar a gestão dos recursos finan- de um sistema de gestão do patrimônio imobiliá- 56.759/2016), dentre outras normativas.
rações Urbanas Consorciadas (OUC), sob pena tenciona o conflito pela sua posse, ocasionando ceiros, a qualidade construtiva das moradias, rio e fundiário municipal para fins habitacionais O segundo grupo técnico proposto, Diretri-
de aumento anual do IPTU e, após 5 anos, de de- um número importante de ocupações em áre- possibilitando o acesso à assistência jurídica pú- de interesse social, articulado com órgãos desta zes para qualificação de projetos arquitetônicos
sapropriação com títulos da dívida pública para as privadas. Na maioria dos casos, é solicitada a blica e, ainda, a participação dos moradores em competência nas três esferas de governo. e urbanísticos, tem como finalidade orientar,
fins de moradia. Esse é o instrumento atualmen- reintegração de posse, que resulta, muitas vezes, todas as etapas de projeto e intervenção. Além disso, prevê-se o desenvolvimento de acompanhar e qualificar os projetos de inter-
te à disposição do Poder Público para combater a em conflitos violentos. A prefeitura nem sempre Para a implementação deste serviço foram estratégias para redução de custos e agilização venção no âmbito da política habitacional, tanto
ociosidade desses edifícios, frequentemente ob- é capaz de assegurar a desapropriação desses pensadas duas modalidades em função do perfil nos processos de aquisição de terrenos e imó- os referentes às obras de urbanização e regula-
jeto de ocupações e de pedidos de reintegração de imóveis, por questões financeiras, mas também da demanda e de diferentes modos de atendi- veis, contando com instrumentos urbanísticos rização quanto os referentes à produção e rea-
posse, ações judiciais nas quais a prefeitura não pelos altos preços de serviços técnicos e jurídicos. mento, sendo a primeira a Assistência Técnica existentes, e também a adoção de mecanismos bilitação de empreendimentos habitacionais,
tem parte e tem poder de intervenção limitado. Assim, tem-se hoje na cidade, com estes imó- à Comunidade, direcionada ao atendimento dos que busquem a otimização do uso dos terrenos com especial atenção àqueles de grande porte
No âmbito da provisão habitacional, o veis ocupados, uma explosão no número de con- grupos sociais organizados. Já a segunda moda- públicos municipais, por vezes ociosos ou subu- e de forte impacto urbanístico e ambiental. Em
PMCMV Entidades, por exemplo, promoveu a flitos potenciais entre a população de baixa ren- lidade propõe atendimento a demandas indivi- tilizados, para a realização de projetos habitacio- diálogo com a Portaria da Sehab 01/2016 em vi-
reabilitação de edifícios no centro da cidade, ofe- da e proprietários dos imóveis, que muitas vezes duais ou coletivas por meio da implementação nais de interesse social. gor, e com as diretrizes de projeto propostas no
recendo dezenas de moradias novas, sob a gestão poderiam ser resolvidos graças à mediação do de um escritório local junto às Subprefeituras. PMH 2009, em seu segundo volume, este corpo
das entidades de moradia. O Plano Municipal de Poder Público, no sentido de ajudar a encontrar Grupos Técnicos técnico, articulado com grupos de trabalho in-
Habitação prevê a continuidade dessa ação, por soluções e propor alternativas que possam con- Pós-intervenção e Integração (ver Página 95) tersecretariais, representantes de instituições
meio da aquisição de imóveis na região – como, templar ambas as partes envolvidas. aos Serviços e Controle Urbanos acadêmicas e de pesquisa, entre outros, terá
por exemplo, aqueles recebidos do INSS em tro- Nesse sentido, propõe-se a manutenção, pela Essa Coordenadoria de Ações Transversais é Os Grupos Técnicos são equipes internas à Secre- como atribuição contribuir para o desenvolvi-
ca de dívidas com o município, ou ainda por de- Sehab, de uma coordenadoria de ações a ser criada a partir da necessidade de acompanha- taria Municipal de Habitação, que se articulam, mento de soluções arquitetônicas e urbanísticas
sapropriação – e sua requalificação para o uso montada para promover a mediação de confli- mento social dos moradores e das áreas que quando necessário, com outros órgãos públicos ambientalmente adequadas para os planos de
habitacional e destinação ao programa Locação tos fundiários e imobiliários na cidade. Tal ação passaram por processos de intervenção, tendo municipais, estaduais e federais, bem como a intervenção integrada e seus projetos de provi-
Social. No âmbito do Serviço de Moradia Social, é transversal às linhas programáticas já que si- como objetivo manter o direito à moradia digna representantes de universidades, instituições são habitacional.
várias das modalidades propostas, como o Aco- tuações de mediação de conflitos podem surgir e a permanência das famílias beneficiadas nes- de pesquisa, órgãos representantes de classe,
lhimento Institucional Intensivo, o Aluguel de em todo o território da cidade, em ocupações de tes territórios. Para tanto, torna-se importante entre outros, tendo como finalidade formular e
Imóveis Privados para Abrigamento Transitório, terrenos ou edifícios. pactuar as regras para o uso e ocupação do solo aprimorar mecanismos e procedimentos para o
notificados para Peuc, têm potencial para se re- nos assentamentos urbanizados e regularizados enfrentamento de “gargalos” que comprometem
alizarem preferencialmente na região central. e também negociar coletivamente parâmetros a implementação da política habitacional e qua-

14 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Apresentação 15
Necessidades
Habitacionais
no Município
Necessidades Habitacionais no município

O 
planejamento das ações da polí- (Habisp), nos estudos da Fundação João Pinhei- PRECARIEDADE FUNDIÁRIA: compreende todos os Para o dimensionamento das necessidades formidade, como a largura das ruas, tamanho que aponta a existência de 80.389 domicílios em
tica habitacional requer de início ro e no estudo preliminar do CEM para número territórios caracterizados pela informalidade, relacionadas às diferentes situações de precarie- mínimo dos lotes, largura de calçadas e implan- cortiços no município.
o reconhecimento das necessida- de domicílios em assentamentos precários, estes ou irregularidade do ponto de vista fundiário, dade habitacional e urbana foram consideradas, tação de infraestrutura urbana, que configuram
des habitacionais presentes no dois baseados nos dados do Censo 2010. em que a segurança da posse não está garantida neste caderno, diferentes fontes de dados, com uma paisagem árida em que predomina o espaço População em Situação de Rua
território do município. A definição dessas ne- No sentido de aprimorar o entendimento e a seus moradores. Trata-se do tipo de precarie- diferentes datas de atualização. Dessa maneira, construído, com alta densidade construtiva, ca- Conforme a Política Nacional para População
cessidades varia com o tempo e com o próprio organizar o levantamento de dados acerca da dade mais abrangente, uma vez que se considera as informações apresentadas a seguir são as dis- rente de arborização e de espaços livres e de uso em Situação de Rua, considera-se população
entendimento sobre como uma política habita- precariedade e das necessidades habitacionais que todos os assentamentos precários apresen- poníveis até o momento e suficientes para traçar comum. Existem atualmente 385.080 domicílios em situação de rua o grupo populacional he-
cional deve atuar. Além de construir casas no- da cidade, o Plano Municipal de Habitação pro- tam algum grau de irregularidade e, portanto, um panorama geral e preliminar das necessida- em loteamentos irregulares no município de São terogêneo em situação de vulnerabilidade que
vas, que devem abrigar a crescente população e põe a constituição de duas tipologias de necessi- de precariedade fundiária. des habitacionais do município. Paulo, segundo dados do Habisp (abril/2016). possui em comum a pobreza extrema, os vín-
aqueles que vivem em situações de precarieda- dades habitacionais: Temos, portanto, atualmente no município de culos familiares interrompidos ou fragilizados
de, cujas moradias não são passíveis de consoli- PRECARIEDADE DA MORADIA:  compreende os Favelas e Loteamentos Irregulares São Paulo 830.192 domicílios em favelas e lotea- e a inexistência de moradia convencional regu-
dação, o Plano Diretor Estratégico, alinhado ao • Necessidades relacionadas à precariedade domicílios em assentamentos precários que Os assentamentos precários com maior incidên- mentos irregulares. lar, e que utiliza os logradouros públicos, como
Estatuto da Cidade, que é fruto da luta pela re- habitacional e urbana apresentam precariedade construtiva – como cia no município de São Paulo são as favelas e ruas, praças e baixos de viadutos, como espaço
forma urbana, reconhece a necessidade de qua- falta de ventilação, umidade excessiva, falta de loteamentos irregulares. Embora o PMH con- Conjuntos Habitacionais Irregulares de moradia e de sustento, de forma temporária
lificar e consolidar os assentamentos precários • Demandas relacionadas a dinâmicas eco- impermeabilização, utilização de materiais ina- sidere que a classificação dos assentamentos Os conjuntos habitacionais irregulares são de- ou permanente. Segundo dados do Censo da po-
e de atuar junto às famílias residentes em corti- nômicas e de crescimento demográfico dequados para construção; e/ou irregularidade precários não deva se limitar à categorização do finidos como aqueles que, apesar de terem sido pulação em situação de rua de 2015, realizado
ços, a fim de assegurar o direito à moradia digna da construção em relação à legislação vigente – assentamento a partir de sua origem, como fa- produzidos pelo poder público, ainda não tive- pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômi-
e a segurança da posse, sobretudo à população Necessidades Relacionadas como zoneamento, escassez de área permeável, vela ou loteamento irregular, estes são conceitos ram sua regularização fundiária, jurídica e re- cas (FIPE) sob encomenda da Secretaria Muni-
de baixa renda. Ainda, há outros grupos popu- à Precariedade Habitacional falta de recuos frontais ou laterais, coeficiente já consolidados para grande parte da população gistrária concluída. Alguns desses conjuntos cipal de Assistência e Desenvolvimento Social
lacionais em situação de vulnerabilidade e risco de aproveitamento do lote superior ao permi- e que guardam significados históricos da ocupa- também necessitam de intervenções de regula- (SMADS), existem 15.905 pessoas em situação
e Urbana
social, como a população em situação de rua, que tido. Considera-se que todos os assentamentos ção territorial do município. A principal caracte- rização edilícia e de melhorias. São objeto deste de rua no município.
também devem compor o quadro das necessida- A precariedade habitacional e urbana é identifi- precários apresentam algum grau de precarie- rística que diferencia as favelas dos loteamentos Plano apenas os conjuntos habitacionais irregu-
des habitacionais a ser enfrentado pela política cada por um conjunto de situações de fragilida- dade das moradias. irregulares é o padrão de ocupação. lares produzidos pelo poder público municipal. Demandas Relacionadas
habitacional, tendo em vista que muitas vezes des representadas pela situação socioeconômica São consideradas favelas os assentamentos Os dados quantitativos sobre esses conjuntos a Dinâmicas Econômicas
essa situação está associada à falta de uma mo- dos moradores – como renda média do respon- PRECARIEDADE URBANÍSTICA: compreende a precários que surgem de ocupações espontâne- estão em processo de atualização pela Sehab/ e de Crescimento Demográfico
radia adequada. sável, anos médios de escolaridade e taxa de precariedade dos assentamentos do ponto de as feitas de forma desordenada, sem definição Cohab-SP e, por este motivo, serão utilizadas
Com o objetivo de atualizar e aprimorar me- alfabetização; pela qualidade das moradias em vista territorial e urbano, que podem apresen- prévia de lotes e sem arruamento, em áreas pú- as informações contidas no Plano Municipal de Além das necessidades habitacionais relaciona-
todologicamente o levantamento das necessi- si – como tipo da construção (alvenaria ou ma- tar carência das redes de infraestrutura urba- blicas ou particulares de terceiros, com redes de Habitação de 2009, que considera a existência das diretamente à precariedade habitacional e
dades habitacionais do município de São Paulo, deira), número de cômodos e a presença ou não na, presença de risco ambiental, alta densidade infraestrutura insuficientes, em que as mora- de 20.702 domicílios em conjuntos habitacio- urbana, existem mais quatro componentes das
o Centro de Estudos da Metrópole (CEM) foi de sanitários); pela garantia da posse ou não da domiciliar, ou insuficiência de equipamentos e dias são predominantemente autoconstruídas e nais irregulares no município. necessidades habitacionais no município que
contratado, no âmbito deste Plano, para quan- moradia e do terreno; e pela situação urbanísti- serviços públicos, bem como de áreas livres e de com elevado grau de precariedade, por famílias devem ser consideradas no Plano Municipal de
tificar e qualificar os dados de domicílios em ca de sua inserção – como a presença ou não de uso comum. O nível de precariedade urbanística de baixa renda em situação de vulnerabilidade. Cortiços Habitação e serão apresentadas a seguir.
assentamentos precários, déficit habitacional e redes de infraestrutura (abastecimento de água, permite classificar os assentamentos em conso- Segundo dados do Habisp (abril/2016), existem Os cortiços são considerados assentamentos
demanda habitacional futura devido ao cresci- esgotamento sanitário, fornecimento de ener- lidados, consolidáveis e não consolidáveis, cate- atualmente no município de São Paulo 445.112 precários que se caracterizam como habitações Coabitação Familiar
mento demográfico. Esse levantamento também gia elétrica, coleta de lixo, iluminação pública, gorias que serão apresentadas a seguir. domicílios em favelas. coletivas precárias de aluguel, e que frenquen- Segundo a Fundação João Pinheiro (FJP, 2010),
prevê a criação de uma metodologia de análise pavimentação das vias e sistema de drenagem), Os loteamentos irregulares se caracterizam temente apresentam instalações sanitárias a coabitação familiar agrega dois componentes:
dos dados dos Censos, compatibilizados com os presença de risco ambiental (alagamentos, desli- Embora os assentamentos precários historica- por assentamentos em que a ocupação se deu compartilhadas entre vários cômodos, alta den- os domicílios que possuem famílias conviventes
dados cartográficos de assentamentos precá- zamentos ou outros tipos de risco), presença ou mente sejam identificados como favelas e lotea- a partir da iniciativa de um agente promotor sidade de ocupação, circulação e infraestrutura e que têm intenção de constituir um domicílio
rios da Sehab, possibilitando o desenvolvimento não de equipamentos e serviços públicos, assim mentos irregulares, o PMH considera também os e/ou comercializador, sem a prévia aprovação precárias, acesso e uso comum dos espaços não exclusivo e as famílias que residem em cômodos
de uma série histórica, que permitirá avaliar e como de áreas livres e de uso comum. Essas situ- conjuntos habitacionais irregulares e os cortiços pelos órgãos públicos responsáveis ou, quando edificados e altíssimos valores de aluguel por m² (domicílios em casa de cômodo, cortiço, cabeça-
monitorar a implementação da política habita- ações, somadas ou não, se expressam territorial- como parte integrantes dos assentamentos precá- aprovados ou em processo de aprovação, im- edificado. As maiores concentrações de cortiços de-porco, entre outros – exceto os cedidos por
cional. O estudo do CEM ainda encontra-se em mente na forma de assentamentos precários. rios do município. Além da população moradora plantados em desacordo com a legislação ou se dão nas regiões centrais da cidade. As infor- empregadores). Os dados da FJP para o Censo
fase de elaboração, portanto os dados apresen- Os assentamentos precários podem apresentar em assentamentos precários, considera-se como com o projeto aprovado. Do ponto de vista das mações quantitativas de domicílios em cortiços 2010, organizados e analisados pelo Centro de
tados neste caderno são preliminares e baseiam- um ou mais dos seguintes tipos de precariedade: necessidade habitacional relacionada à precarie- condições urbanas, os loteamentos irregulares estão em processo de atualização e, por este mo- Estudos da Metrópole (CEM) demonstram que
se nas informações do Sistema de Informações dade habitacional e urbana a população em situa- ocupados majoritariamente por população de tivo, serão utilizados os dados do PMH de 2009, o déficit por coabitação familiar para as faixas
para Habitação Social na Cidade de São Paulo ção de rua que desejar atendimento habitacional. baixa renda sofrem com algum tipo de descon- baseados em estimativas da Fundação Seade, de rendimento de até seis salários mínimos é de

18 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Necessidades Habitacionais no Município 19
Necessidades Habitacionais no município

DADOS DO CENTRO DE ESTUDOS DA METRÓPOLE E DA FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO


Dados sobre as necessidades habitacionais produzidos por diferentes instituições de pesquisa, a partir de metodologias distintas
103.664 domicílios no município de São Paulo. Crescimento Demográfico: Previsão
de Atendimento no Horizonte do Plano
Ônus Excessivo com Aluguel O cálculo da demanda habitacional futura na CENTRO DE ESTUDOS DA METRÓPOLE
Domicílios por Faixa de Renda até 6 Salários Mínimos Domicílios por Faixa de Renda até 6 Salários Mínimos
O ônus excessivo com aluguel urbano é um com- cidade de São Paulo é um exercício de aferição O Centro de Estudo da Metrópole (CEM), com base e Componentes do Déficit Habitacional (2010) e Componentes de Inadequação Domiciliar (2010)
ponente do déficit habitacional que incorpora as incerto, pois, além do crescimento demográfico, nos dados do Censo, desenvolveu uma metodolo- Faixa de Renda sem
até 3 SM de 3 a 6 SM Total até 6 SM
Faixa de Renda sem
até 3 SM de 3 a 6 SM Total até 6 SM
(em salários mínimos) rendimentos (em salários mínimos) rendimentos
famílias com renda de até três salários mínimos devem ser consideradas para a formulação de gia de análise dos dados socioeconômicos dos seto-
Carência Infraestrutural 16.312 112.676 49.861 178.849
que despendem 30% ou mais da sua renda men- estimativas as dinâmicas econômicas e a mobili- res subnormais e que permite identificar territórios Domicílios Precários 2.469 13.706 3.203 19.378 (5,4%)
sal com o aluguel. Apesar da FJP avaliar o ônus dade da população na metrópole, que são inten- de precariedade que não foram classificados como Iluminação Elétrica 2.578 19.161 7.204 28.943
excessivo com aluguel como um dos compo- sas e tendem a gerar demandas de difícil pro- setores subnormais, mas cujas características são si-
5.136 53.214 45.314 103.664 (28,9%) Abastecimento de Água 2.194 10.443 3.802 16.439
Coabitação Familiar
nentes do déficit por incremento do estoque de jeção. O estudo em elaboração pelo CEM prevê milares a estes, e foram classificados como setores
habitações, neste Plano considera-se que a ação estimar a demanda futura no município. No en- precários. Portanto, a soma dos setores subnormais Esgotamento Sanitário 14.793 97.852 43.844 156.489

necessária para o enfrentamento desse proble- tanto, para este caderno, foi considerado um cál- aos setores precários compreende o conjunto de as- Ônus Excessivo com
9.969 177.643 — 187.612 (52,4%) Coleta de Lixo 710 3.093 993 4.796
Aluguel
ma não seria a viabilização de unidades habita- culo preliminar de estimativa das necessidades sentamentos precários.
Adensamento Excessivo 6.808 69.138 36.787 112.733
cionais novas, mas sim de políticas que gerem de moradias adicionais do tipo HIS 1 e HIS 2 até o Adensamento Excessivo
77 22.297 25.069 47.443 (13,2%)
impacto e regulem o mercado de aluguéis, con- ano de 2032 – com base no crescimento previsto Domicílios e População estimados (Alugados) Ausência de Banheiro 1.309 4.663 1.302 7.274
em Assentamentos Precários (2010)
siderando ainda a existência de muito imóveis para a população do município, distribuído con-
17.651 266.860 73.586 358.097 21.639 168.982 81.476 272.097
ociosos no município. Os dados da FJP para o forme o perfil atual de renda e tomando apenas Domicílios População
Déficit Habitacional
4,9% 74,5% 20,5% 100% Inadequação Domiciliar
8,0% 62,1% 29,9% 100%
Censo 2010 demonstram que o existem no mu- a parcela da população correspondente à renda
Fonte: Elaboração do CEM a partir dos dados do Censo 2010. Fonte: Elaboração do CEM a partir dos dados da Fundação João Pinheiro (FJP).
nicípio 187.612 domicílios em situação de ônus familiar de até 5 salários mínimos, a partir de Assentamentos
468.023 1.675.221
Precários
excessivo com aluguel. dados do Infocidade, com a premissa de 3 habi-
tantes por unidade habitacional – que indicou a
Total do município 3.561.505 11.163.905
Adensamento Excessivo necessidade de 147.151 domicílios. precários, que nada mais é do que a soma dos
em Domicílios Alugados domicílios rústicos e improvisados. O segundo Quadro Síntese dos Domicílios por Condição de Adequação e por Faixas de Renda (2010)
% Assentamentos Pre-
13,14% 15,01%
O terceiro componente do déficit habitacional Proposta de Classificação cários componente é a coabitação familiar, que parte
Faixa de Renda sem acima de
segundo a FJP é o adensamento excessivo em dos Assentamentos Precários Fonte: Elaboração do CEM a partir dos dados do Censo 2010. do pressuposto de que núcleos familiares têm a (em salários mínimos) rendimentos
até 3 SM de 3 a 6 SM Total até 6 SM de 6 a 10 SM
10 SM
Total

domicílios alugados, em que o número médio de intenção de formar um domicílio exclusivo. O ter-
37.875 787.784 587.977 1.413.636 659.274 692.214 2.765.123
Domicílios Adequados
moradores por dormitório é superior a três. Essa Com o objetivo de aprimorar o levantamento, a ceiro componente é o ônus excessivo com aluguel 49% 64% 79% 69% 84% 93% 77%

situação de precariedade habitacional é conside- análise e o monitoramento das informações dos FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO urbano, que incorpora as famílias com renda de 21.639 168.982 81.476 272.097 47.684 14.260 334.042
Inadequação Domiciliar
rada déficit pela FJP, pois nos domicílios alugados assentamentos precários no município de São A Fundação João Pinheiro (FJP), com base nos da- até três salários mínimos que despendem mais 28% 14% 11% 13% 6% 2% 9%

o inquilino não tem a prerrogativa de reforma Paulo, este Plano propõe a revisão da classificação dos do Censo, fornece informações sobre as condi- de 30% da sua renda mensal com o aluguel. Por 17.651 266.860 73.586 358.097 75.788 40.456 474.344
Déficit Habitacional
23% 22% 10% 18% 10% 5% 13%
e ampliação do domicílio, no entanto, para este dos assentamentos precários, para além da deno- ções habitacionais no país, que são descritas a partir fim, o quarto componente é o adensamento ex-
Plano, considera-se que a ação necessária para minação histórica (favelas, loteamentos irregula- de duas categorias: o déficit habitacional e a inade- cessivo de domicílios alugados. Como nos domi- Domicílios Particulares
77.196 1.223.627 743.039 2.043.862 782.746 746.930 3.573.509
Permanentes
enfrentamento desta problemática deva ser ba- res, entre outros), de modo a alinhá-la ao Plano quação domiciliar. Os dados produzidos pela FJP e cílios alugados, o inquilino não tem a prerrogativa
Fonte: Elaboração do CEM a partir dos dados da Fundação João Pinheiro (FJP).
seada na garantia de acesso ao estoque habita- Nacional de Habitação (Planhab). A classificação apresentados a seguir foram organizados e analisa- de reforma e ampliação do domicílio, entende-se
cional existente, por meio de políticas que gerem proposta permitirá identificar tipos de assenta- dos pelo CEM, no âmbito de sua contratação para a necessidade potencial de um novo domicílio e
impacto e regulem o mercado de aluguéis. Os mentos e as intervenções necessárias, deverá ba- o levantamento das necessidades habitacionais da a sua alocação na categoria de déficit. indicador de inadequação. São três os compo- exclusivo. Tal como ocorre com os componentes
dados da FJP para o Censo 2010, organizados e sear a priorização dos atendimentos, bem como cidade de São Paulo. A inadequação domiciliar compreende os do- nentes da inadequação domiciliar: os domicílios da Inadequação Domiciliar, os quatro subcom-
analisados pelo CEM, demonstram que a quan- servirá para dimensionar os recursos necessários O déficit habitacional é entendido como o nú- micílios que não oferecem condições satisfató- com carência de infraestrutura, (domicílios que ponentes da Carência de Infraestrutura também
tidade de domicílios alugados com adensamento para o enfrentamento da precariedade. mero de moradias – sejam elas novas, reabilitadas rias de habitabilidade. Sua quantificação parte não dispõem de ao menos um dos serviços bá- não podem ser somados, uma vez que não são
excessivo, para as faixas de rendimento de até Partindo-se do pressuposto que a caracteriza- ou parte do estoque privado existente – que necessi- do princípio de que, em muitos casos, a solução sicos: iluminação elétrica, rede geral de abaste- mutuamente excludentes.
seis salários mínimos, é de 47.443 domicílios no ção dos assentamentos precários deve ter cor- tam ser viabilizadas para o enfrentamento das con- para os problemas habitacionais não necessaria- cimento de água com canalização interna, rede
município de São Paulo. respondência com as categorias de intervenção dições de precariedade habitacional. Ele é formado mente implica a provisão de novas moradias. Di- geral de esgotamento sanitário ou fossa séptica
propostas, define-se a classificação dos assenta- por quatro componentes mutuamente excluden- ferentemente do déficit habitacional, os compo- e coleta de lixo); o adensamento excessivo de
mentos precários em consolidados, consolidá- tes, o que significa que a totalidade do déficit pode nentes da categoria de inadequação domiciliar domicílios próprios; e a ausência de unidade sa-
veis e não consolidáveis. ser encontrada a partir da soma dos componentes. não são mutuamente excludentes, uma vez que nitária domiciliar, que contempla os domicílios
O primeiro componente do déficit são os domicílios o mesmo domicílio pode apresentar mais de um que não possuem banheiro ou sanitário de uso

20 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Necessidades Habitacionais no Município 21
Necessidades Habitacionais no município

SÍNTESE DAS NECESSIDADES HABITACIONAIS


Levantadas a partir da nova proposta de classificação dos assentamentos precários

Necessidades Relacionadas à Precariedade Habitacional e Urbana


Demandas relacionadas a dinâmicas
econômicas e de crescimento demográfico
Favelas, Loteamentos e Conjuntos Irregulares
População em
Cortiços
Assentamentos não situação de rua
Assentamentos Consolidados Assentamentos Consolidáveis
Consolidáveis
Adensamento
Coabitação Crescimento Ônus Excessivo
Atendimento Excessivo
Conjuntos Sem necessidade Familiar Demográfico com Aluguel
Simples sem Simples com Atuação junto Apoio ao opcional (alugados)
Habitacionais de provisão de Complexo Remoção total
remoção remoção ao proprietário inquilino Ação
Irregulares infraestrutura
intersecretarial

20.702 722.344 89.953 80.389 15.905 103.664 147.151 187.612 47.443


domicílios domicílios domicílios domicílios pessoas domicílios domicílios domicílios domicílios

estimativa da demanda por Linhas de ação


Assentamentos Consolidados venções de urbanização de diferentes níveis de alta densidade de ocupação, situados em terreno
Totalização de acordo com a origem da demanda
Os assentamentos precários consolidados são complexidade: simples sem remoções, simples com condições morfológicas complexas, que de-
aqueles já dotados de infraestrutura básica, em com remoções e complexa. mandam muitas remoções para viabilizar a im-
que não são necessárias intervenções físicas de Os assentamentos consolidáveis que deman- plementação de infraestrutura, a eliminação de
1.000.000
urbanização, mas que apresentam irregularida- dam urbanização simples sem remoções são situações de risco ambiental, a abertura de viário
de fundiária e necessidade de melhorias habi- aqueles cujas características físicas e ambientais ou para promover o desadensamento da área.
tacionais (como conjuntos habitacionais, lotea- dos terrenos em que se situam permitem a sua 811.377
mentos irregulares, e favelas urbanizadas) e sua consolidação a partir da realização de obras sim- Assentamentos Não Consolidáveis 800.000

população pode apresentar demandas específi- ples de complementação de infraestrutura e que Os assentamentos precários não consolidáveis
cas por ações de pós-ocupação, sociais e implan- possuem baixa ou média densidade e traçado vi- são aqueles cujas características físicas e am-
tação de equipamentos e serviços públicos. ário relativamente regular. bientais dos terrenos onde se situam não possi- 600.000
A urbanização simples com remoções é ne- bilitam a ocupação para moradia, recomendan-
Assentamentos Consolidáveis cessária em assentamentos precários que tam- do-se a remoção total dos domicílios ali situados.
Considera-se assentamento precário consolidá- bém demandam a realização de obras simples Ou ainda no caso de terrenos que possuem 368.731
400.000   Conjuntos habitacionais irregulares
vel aquele que apresenta condições favoráveis de complementação de infraestrutura, possuem restrições legais à ocupação, tornado-se áreas
  Favelas e loteamentos
de manutenção total ou parcial da população baixa ou média densidade e traçado viário rela- imprórias para a consolidação das habitações,
  Cortiços
no local, por meio de intervenção urbanística tivamente regular, mas que prevêem a remoção como alças viárias, baixos de viaduto ou de li- 235.055
  População em situação de rua
e recuperação ambiental, com implantação de de parte da população moradora para elimina- nhas de alta tensão. Os assentamentos não con- 200.000
  Coabitação familiar Notas sobre a estimativa da demanda
infraestrutura completa, abertura ou adequa- ção de situações de risco, abertura de viário ou solidáveis podem ser objeto de intervenção de   Crescimento demográfico
por unidades novas:

ção de sistema viário, regularização fundiária, passagem da rede de infraestrutura ou ainda remanejamento (quando as famílias removidas   Ônus excessivo com aluguel
1. Demanda oriunda de favelas e loteamentos:
considerou-se o número de domicílios a serem
execução de obras de consolidação geotécnica, para promover o desadensamento, como forma são remanejadas em unidades na própria área   Adensamento excessivo (alugados) removidos, segundo o Sistema de Informações
0 para Habitação Social na Cidade de São Paulo
construção de equipamentos sociais e promoção de garantir condições mais favoráveis de habita- do assentamento) ou reassentamento (quando Demanda Demanda Demanda por ações (Habisp) - 89.953 unidades.
por intervenção por unidades de regulação do
de melhorias habitacionais. Existem diversas bilidade ao conjunto do assentamento. as famílias são reassentadas em outras áreas, no território habitacionais mercado de aluguéis 2. Demanda oriunda de cortiços:
situações e graus de precariedade nos assen- A urbanização complexa, por sua vez, com- fora do perímetro da intervenção). considerou-se o percentual adotado
pelo PMH 2009, de 15% de remoções, para
tamentos consolidáveis que demandam inter- preende a intervenção em assentamentos com desadensamento dos cortiços – 12.058 unidades.

22 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Necessidades Habitacionais no Município 23
Diretrizes para
Estruturação
da Política
Habitacional
Diretrizes para Estruturação da Política Habitacional

S 
ão apresentados a seguir um con- •  Promover o atendimento habitacional na públicos relacionados ao campo habitacional •  Estimular parcerias com os diversos programas e ações do município, buscando o característica da sociedade brasileira, cuja di-
junto de diretrizes que, de um lado, forma de prestação de serviço social às famílias com as demais políticas urbanas e sociais, a atores da sociedade civil organizada e atores devido compartilhamento dos custos da política mensão econômica é predominante, mas à qual
orientaram a formulação das propos- em condições de vulnerabilidade ou risco social; fim de assegurar o estabelecimento da política privados que resultem em soluções adequadas, habitacional com os demais entes federativos; se somam os aspectos urbano, social, cultural e
tas apresentadas neste caderno e, de habitacional como uma política de garantia de inclusivas, inovadoras e mais econômicas para político. Por isso a superação da precariedade
outro lado, diretrizes para a estruturação da polí- •  Articular a urbanização e a regularização direitos sociais; o enfrentamento das necessidades habitacionais; •  Promover fontes alternativas de habitacional e urbana requer ações, no nível do
tica habitacional, a partir dos seguintes eixos: fundiária de assentamentos precários e financiamento que ofereçam soluções governo municipal, de enfrentamento simultâ-
programas de saneamento ambiental por •  Fortalecer o exercício da cidadania •  Promover o fortalecimento institucional sustentáveis, tais como aquelas provenientes neo nessas múltiplas dimensões.
•  Integração dos programas e das ações no meio de projetos integrados; e a participação social no processo de e dos processos de governança na utilização de empréstimos junto a fundos de pensões, Nesse sentido, este caderno apresenta pro-
território; conhecimento, decisão, implementação, dos recursos dos fundos municipais – Fundo bancos de fomento nacionais e multilaterais, postas que visam o enfrentamento da precarie-
•  Revisão da estrutura institucional da Sehab; •  Apoiar a produção habitacional por avaliação e controle das políticas sociais, de Municipal de Habitação (FMH), Fundo com linhas de financiamento voltadas para o dade em vários níveis, tomando o território dos
•  Proposição de diretrizes para a priorização associações, cooperativas e entidades; forma a promover a emancipação social e a de Desenvolvimento Urbano (Fundurb) e desenvolvimento econômico e social; assentamentos precários como lugar da atuação
das intervenções e dos investimentos; construção de uma gestão mais democrática Fundo Municipal de Saneamento Ambiental pública integrada. Isso significa priorizar os ter-
•  Consolidação de um Sistema de Planejamento •  Fortalecer e aprimorar os canais de das políticas públicas, com foco nas políticas e Infraestrutura (FMSAI) –, bem como das •  Aplicar no Fundo Municipal de Habitação ritórios de precariedade como foco das políticas
Habitacional; participação já instituídos; habitacionais e particularmente em relação a Operações Urbanas Consorciadas, promovendo (FMH) as receitas financeiras advindas da públicas, sejam aquelas que por sua natureza
•  Gestão participativa da política habitacional. classe trabalhadora historicamente excluída o contínuo alinhamento dos Conselhos e Grupos comercialização de unidades habitacionais, envolvem intervenções e obras diretamente no
•  Promover ações de pós-ocupação das esferas de decisão; de Gestão na tomada de decisões; recuperação de créditos e retorno de território, sejam as políticas sociais, de promo-
Diretrizes da Política Habitacional e acompanhamento social. investimentos, entre outros implicados na ção da cidadania e dos direitos sociais, pautadas
conforme Plano Diretor Estratégico •  Assegurar o enfoque de desenvolvimento •  Considerar no estabelecimento de metas a implementação da política, de modo que possam por valores democráticos e emancipatórios.
da autonomia das comunidades nas áreas de alocação mais eficiente e eficaz de recursos de ser reinvestidas na própria política; Assim, torna-se fundamental articular o pla-
•  Priorizar a população de baixa renda e Diretrizes do Trabalho Social intervenção e a apropriação pelos moradores dos acordo com os objetivos e diretrizes da política nejamento das ações de urbanização e regulariza-
o atendimento à população residente em para a Política Habitacional novos espaços públicos construídos, respeitando habitacional, buscando a integração das ações •  Buscar o contínuo aperfeiçoamento dos ção de assentamentos precários às demais ações
áreas insalubres, de risco e de preservação suas formas de organização; de forma a otimizar os recursos públicos; mecanismos e instrumentos de financiamento públicas que incidem nesses territórios. Essa arti-
permanente; •  Desenvolver uma ação sociopolítica pautada existentes, bem como promover a criação e culação pode se dar em três níveis, cada qual exi-
nos valores democráticos e emancipatórios, •  Formular respostas que atendam às demandas •  Atuar de forma conjunta e articulada regulamentação de novos instrumentos, com gindo medidas específicas de gestão e participação
•  Promover a urbanização, a regularização a partir da compreensão da realidade dos das áreas de intervenção e traduzi-las em ações com a política de desenvolvimento urbano e o devido envolvimento de todos os agentes social e dispondo de instrumentos urbanísticos e
fundiária e a recuperação ambiental de moradores, de suas circunstâncias de vida planejadas numa abordagem interdisciplinar, demais políticas sociais da cidade, estimulando interessados; de planejamento para sua viabilização.
assentamentos precários; e das relações que estabelecem com o ambiente a partir da definição de prioridades, a capacitação e a geração de renda para a Um primeiro nível de articulação das políticas
físico e social; metas, estratégias de implementação e de população que reside em assentamentos •  Implementar instrumentos de gestão das públicas no território se dá no âmbito do governo
•  Diversificar os programas e os agentes monitoramento de resultados; precários, dinamizando a economia local, e áreas públicas regularizadas para fins de municipal, tendo como foco as ações de planeja-
promotores da política de habitação, com foco •  Pautar a intervenção social no consequentemente permitindo às famílias moradia da população de baixa renda, de forma mento urbano. Para isso, o processo de formula-
no interesse social; reconhecimento da realidade local, a partir de •  Garantir processos permanentes de avaliação aumentar sua capacidade de autofinanciamento; que continuem a cumprir sua função social, ção dos Planos Regionais das subprefeituras, atu-
um diagnóstico territorial, de forma a identificar do trabalho social nos diferentes programas nos termos estabelecidos pelo Plano Diretor almente em curso sob a condução da Secretaria
•  Promover a produção de Habitação de as especificidades locais e sua forma de inserção e projetos, bem como sua divulgação pública, •  Promover uma política de concessão de Estratégico, Lei n. 16.050/2014; Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU),
Interesse Social (HIS) por meio da constituição na região e na cidade, os vínculos sócio-políticos assegurando a transparência dos processos. subsídios que considere o nível de renda das é uma importante oportunidade de articulação
de um parque público, do incentivo à produção com organizações de maior abrangência, bem famílias, alocando-se os subsídios públicos de •  Discutir a implementação de mecanismos de ações entre a Sehab e as demais secretarias e
privada e da ampliação de convênios e parcerias; como necessidades e potencialidades presentes Diretrizes para Estruturação acordo com a capacidade de pagamento das de recuperação da valorização imobiliária de pactuação dessas ações no território, envol-
no território; Financeira do Plano famílias e de acordo com o público-alvo dos decorrente de intervenções e obras públicas vendo a participação social local. Essa possibili-
•  Promover a reabilitação de edifícios vazios programas; em assentamentos precários, quando couber, dade pode ainda ser reforçada a partir de uma
ou subutilizados em áreas centrais; •  Promover a integração das demandas e dos •  Estabelecer uma estrutura de governança e como forma alternativa de financiamento da política de governo que busque a formulação de
recursos presentes no território, articulando gestão participativa e inclusiva, promovendo •  Priorizar fontes de financiamento que implementação da política. programas e políticas sociais integrados, voltados
•  Estimular a produção de habitação de ações da intervenção social com órgãos transparência, controle e contabilidade garantam maior autonomia financeira do prioritariamente ao enfrentamento da desigual-
mercado popular (HMP); públicos e privados, com as organizações não adequados dos processos, custos e resultados, município na implementação dos programas Diretrizes para Integração dos dade socioterritorial. E ainda, pela articulação da
governamentais, universidades e movimentos e estimulando processos de autogestão, por e ações habitacionais; Programas da Política Habitacional política habitacional ao Plano Diretor Estratégico,
•  Priorizar a provisão de habitação social em de moradia; meio do empoderamento das comunidades ao Programa de Metas da gestão e seu respectivo
áreas dotadas de infraestrutura e transportes na tomada de decisão sobre questões •  Prever o alinhamento com os programas A precariedade habitacional e urbana é uma Plano Plurianual (PPA).
coletivos; •  Promover a articulação entre os serviços orçamentárias em nível local; federais e estaduais para o financiamento dos das dimensões da desigualdade socioespacial Um segundo nível de articulação deve bus-

26 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Diretrizes para Estruturação da Política Habitacional 27
Diretrizes para Estruturação da Política Habitacional

car integrar as ações da Sehab nos assenta- tervenção Integrada em Assentamentos Precá- cional, deverão constituir instrumento de articu- Instrumentos Urbanísticos
PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO instrumentos urbanísticos
mentos precários com as ações das demais rios, apresentada neste caderno. lação e formulação de propostas para um determi- para a Integração de Políticas e E LEI DE ZONEAMENTo para integração de políticas
secretarias e órgãos municipais que intervêm Para sua operacionalização está sendo propos- nado território. Assim, propõe-se como conteúdo Desenvolvimento de Projetos Urbanos Instrumentos e mecanismos para e desenvolvimento de projetos
diretamente no território, procurando alcan- to o desenvolvimento de Planos de Intervenção mínimo desses planos, o escopo apresentado no A Lei n. 16.050/2014 – Plano Diretor Estraté- a política habitacional
çar soluções mais adequadas, do ponto de vista Integrada que, em consonância com as diretrizes quadro abaixo. gico, institui uma série de instrumentos urba-
Definir o perímetro de intervenção, bem
urbanístico e ambiental, e otimizar os recursos de desenvolvimento urbano e da política habita- nísticos e de planejamento, visando integrar as como qual o instrumento urbanístico mais
públicos. Busca-se, assim, em continuidade ao políticas públicas no território, além de abarcar adequado para a consecução dos objetivos
que estabelece o Plano Municipal de Habitação uma série de elementos estruturadores da polí- do projeto, a depender de:
(PMH) de 2009, estruturar um modo de atuar ARTICULAÇÃo DA POLÍtica habitacional com as demais ações públicas
tica habitacional, também reforçados e comple- •  Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis)
Instrumentos de articulação das ações da política habitacional entre si e com as demais ações públicas
nos territórios de precariedade. mentados pela Lei de Zoneamento, aprovada em
•  Atendimento prioritário até 3 salários
O PMH de 2009 pautou a necessidade de ar- 2016 (Lei n. 16.402), conforme apresentado no mínimos: destinação de, no mínimo, 60%
ticulação da política habitacional com as demais NÍVEL DE INTEGRAÇÃO INSTRUMENTOS quadro à direita. da área construída total nas Zeis 1, 2, 3 e 4
políticas de qualificação ambiental e urbana, Quanto aos instrumentos urbanísticos ins- para a população com rendimento de até
principalmente com as de saneamento ambien- Programa de Metas tituídos pelo PDE, este caderno aponta a ne- 3 salários mínimos (HIS 1)
 Macroárea de
tal, ao definir Perímetros de Ação Integrada GOVERNO MUNICIPAL Plano Diretor cessidade de discutir diretrizes da política •  Cota de Solidariedade Estruturação
Metropolitana
(PAI) que reuniam favelas e loteamentos irre- SMDU, SMSP LPUOS habitacional para sua aplicação, conforme as •  Verba do Fundo de Desenvolvimento  Zonas Eixos
Planos Regionais das subprefeituras de Estruturação
gulares de uma mesma bacia hidrográfica num necessidades habitacionais que enfrentam e os Urbano (Fundurb) e de Projetos Urbanos da Transformação
perímetro de projeto e de intervenção únicos. territórios onde incidem. para habitação de interesse social Urbana
Planos Regionais das subprefeituras
Parte desses perímetros foi objeto do concurso Resumidamente, a partir do quadro de ins- •  Combate ao não cumprimento da
Renova SP, que legou um conjunto de propostas Instrumentos Urbanísticos trumentos disponíveis, está-se propondo: Função Social da Propriedade Urbana
que agregam uma visão urbanística integradora INTERSECRETARIAL Área de Estruturação Local (AEL) pela aplicação do Parcelamento Edifica-
SEHAB PROPÕE
Sehab e outras secretarias Operação Urbana Consorciada (OUC) ção e Utilização Compulsórios (Peuc) e do
aos projetos específicos de cada assentamento, municipais e órgãos públicos • Ações integradas na Macroárea de Estrutura-
Área de Intervenção Urbana (AIU) IPTU Progressivo
possibilitando prever soluções que extrapolam ção Metropolitana, nos Eixos de Estruturação da
SEHAB RECEPCIONA Concessão Urbanística
o âmbito da urbanização e regularização dos Transformação Urbana e em áreas consolidadas •  Incentivo ao adensamento urbano,
Reordenamento Urbanístico
assentamentos precários. Porém, a implemen- Os recursos disponibilizados por meio desses de forma vinculada ao transporte
público de massa
tação dessas propostas requer uma articulação Instrumentos Urbanísticos instrumentos devem ser prioritariamente vol-
institucional que possibilite à política habitacio- Plano de Urbanização em ZEIS 1 tados para a aquisição de terras e produção de •  Zonas Mistas de Interesse Social (ZMIS)
Projeto de Intervenção em ZEIS 3 e Zonas de Centralidade em Zeis (ZC-Zeis):
nal orientar prioridades para as ações de outras EM ZEIS unidades habitacionais para constituição de
Programa de Recuperação promoção da diversidade de usos em
secretarias e órgãos municipais, notadamente SECRETARIA MUNICIPAL de Interesse Social em APM um parque público para o programa Locação áreas onde predomina o uso habitacional,
as que tratam de obras de drenagem, mobilidade Sehab Social, além de prever investimentos para a eli- principalmente em assentamentos precá-
e melhoria dos bairros, o que não foi viável na- Decreto para fins de intervenção minação da precariedade habitacional e urba- rios demarcados como Zeis 1.
urbanística e fundiária de interesse
quele momento. NÃO ZEIS social para enfrentamento da na. Ainda podem ser associados a eles, já que Zeis 5

Dessa forma, sugere-se estruturar essas precariedade habitacional prevêem a aprovação por lei, instrumentos e Zeis 4
Z
 eis 3
ações vinculando-as ao planejamento setorial Plano de Intevenção Integrada mecanismos de financiamento específicos que • Ações integradas em assentamentos precários
Zeis 2
no território, seja por meio do desenvolvimen- incentivem a produção de unidades habitacio- Os instrumentos aplicados em territórios de pre- Zeis 1

to dos Planos Regionais das subprefeituras, nais de interesse social, que também podem ser cariedade devem prever a possibilidade de inte-   Limite Manancial

seja pela adoção dos instrumentos urbanísticos Plano de Intervenção Integrada voltadas ao programa Locação Social, confor- gração às demais ações públicas, sempre que pos-
voltados ao desenvolvimento de projetos inte- Instrumento de operacionalização me apontado nas estratégias de financiamento sível. Dessa forma, sugere-se que na formulação
grados, constantes na Lei n. 16.050/2014 – Pla- descritas neste caderno. Outra diretriz trata das propostas sejam incorporadas as ações das
no Diretor Estratégico, e na Lei 16.402/2016 – •  leituras do território e das ações previstas •  definir a demanda a ser atendida; da participação social na gestão e no controle demais secretarias municipais e órgãos públicos
Lei de Zoneamento (indicados no quadro ao lado). para o local; •  propor formas de financiamento e possíveis desses instrumentos, pela possibilidade de in- que incidem nesses territórios, buscando articu-
O terceiro nível de articulação, que trata das •  identificação das demandas sociais; fontes de recurso, organizadas em um dicação de membros do Conselho Municipal de lar essas ações por meio do desenvolvimento de possa integrar de forma mais institucionalizada
•  possibilidade de articulação cronograma físico-financeiro;
ações de urbanização, regularização fundiária, Habitação (CMH) para compor os grupos e ins- Planos de Intervenção Integrada, descritos a se- as instâncias de participação e controle social da
das políticas setoriais; •  articular órgãos participantes das
recuperação ambiental, melhorias habitacionais •  incidência ou possibilidade de aplicação de intervenções, definindo suas atribuições tâncias de gestão vinculados a eles, conforme guir. Outra diretriz proposta para a aplicação des- política habitacional e urbana.
e provisão de moradias, todas promovidas pela instrumentos urbanísticos; descrito a seguir. ses instrumentos é a possibilidade de constituição
Sehab, foi organizado na linha programática In- de um Fórum de Conselhos Gestores de Zeis, que

28 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Diretrizes para Estruturação da Política Habitacional 29
Diretrizes para Estruturação da Política Habitacional

• Instrumentos para Integração de Ações em dorias territoriais, em número e grau, de forma partir da caracterização e classificação dos assen- perspectiva emancipatória e democrática. primeiro ano de uma nova gestão municipal, de
GESTÃO MATRICIAL  
todo território do município que possam ser elas a estabelecer a integração Planos de Intervenção Integrada (PIIs) operam a tamentos precários da cidade e seu agrupamento Além dessas diretrizes, propõe-se que o es- forma articulada com a construção do Programa
O desenvolvimento de projetos integrados pode das ações da política habitacional no território, articulação dos programas no território em Perímetros de Ação Integrada (PAI), estabele- tabelecimento de metas e de prioridades dos de Metas do governo que se inicia, informando
se valer das Áreas de Estruturação Local, ins- tanto do ponto de vista das ações da própria se- ceu prioridades de intervenção e metas quadrie- investimentos leve em conta a relação entre o a construção do Plano Plurianual (PPA) dos pró-
planejamento sistema de
trumento urbanístico instituído pelo PDE 2014, cretaria, quanto daquelas intersecretariais (ver informação nais de atendimento, até o horizonte de 2024, tempo de execução da intervenção e os custos ximos 4 anos.
como meio de articulação e viabilização das quadro à direita). território território considerando como critérios de priorização, além implicados, ponderados pelo grau de urgência Cabe aos Planos de Ação Quadrienais, a par-
território território
políticas setoriais no território. Esses projetos Essa diretriz é acompanhada pela proposta da presença de áreas de risco de solapamento e que cada necessidade habitacional envolve. Ou tir de uma leitura sobre as necessidades habita-
devem ser desenvolvidos em consonância com de descentralização da atuação da Sehab, que Programa 1 escorregamento, o atendimento por infraestru- seja, há ações que são mais demoradas e que re- cionais rebatidas no território das subprefeitu-
os Planos Regionais das subprefeituras, sendo visa aproximar suas políticas e programas da 1 1 1 tura (redes de água e esgoto, rede elétrica, ilumi- querem maiores investimentos, como a urbani- ras, ou de grupos de subprefeituras, consolidar
instituídos por eles, ou ainda implementados de população e de suas demandas. Por isso, pre- nação pública, drenagem pluvial, pavimentação zação complexa de assentamentos precários, que as metas e prioridades de intervenção e de in-
Programa 2
acordo com as necessidades e demandas da ges- vê-se também um maior grau de articulação às de vias e coleta de lixo), e índices sociais de vul- não devem impedir o investimento simultâneo vestimento, a partir de um amplo processo par-
2
tão e dos processos participativos. subprefeituras e demais instâncias de gestão nerabilidade e de saúde. Dessa forma, os inves- em pequenas intervenções de urbanização e nas ticipativo em nível local, que promova o debate
Nesse sentido, reforça-se o papel de cada descentralizada, que poderão abrigar corpos Programa 3
timentos na política habitacional deveriam ser ações de regularização fundiária, por exemplo. sobre a articulação dos programas propostos às
3 3
secretaria municipal na busca pela integração técnicos voltados à implementação da política priorizados nos assentamentos e nos PAIs onde Ainda, devem ocorrer simultaneamente inves- demais ações em curso em determinado terri-
de suas ações no território e ainda o papel das habitacional. É nesse sentido que está sendo Programa 4 a combinação desses critérios resultasse em um timentos para a produção e viabilização de uni- tório. Esse processo participativo pode estar in-
subprefeituras na construção e implementação proposta a criação do Escritório Local de Assis- 4 maior grau de precariedade. dades habitacionais para os programas Serviço tegrado à construção dos Planos Regionais das
desses planos. tência Técnica ao Munícipe como modalidade do Programa 5
Porém, esse não é o único critério que influen- Social e Provisão de Moradia, dado que são com- subprefeituras, em diálogo com os respectivos
Ainda, torna-se imprescindível discutir parâ- programa Assistência Técnica, Jurídica e Social. 5 5 5 cia a decisão sobre a destinação de recursos para plementares às demais ações apontadas. Conselhos de Representantes. Espera-se, dessa
metros de projeto e padrões urbanísticos e am- intervir nos assentamentos precários e para a im- Essa complexidade de situações requer a in- forma, que o Programa de Metas e o Plano Plu-
Programa 6
bientais, possíveis e desejáveis, para essas inter- Diretrizes para Priorização das plementação da política habitacional. Há outros tegração sistemática do planejamento habitacio- rianual possam incorporar as diretrizes da po-
6 6
venções, retomando as iniciativas contidas no Intervenções e dos Investimentos fatores que influenciam essas decisões, quando, nal, apoiado, por um lado, por um Sistema de In- lítica habitacional em sua formulação. E ainda
PMH 2009, que apresenta um caderno com es- Programa 7
por exemplo, são confrontadas com as priori- formações Geográficas, que permita consolidar que o PMH possa ser atualizado, em suas metas
tratégias e diretrizes para o desenvolvimento de Considerando que a prioridade da política habi- 7 7 dades de intervenção de outras políticas muni- todas essas informações e, por outro lado, numa e projeções quantitativas, conforme as diversas
projetos urbanos. Para isso, está sendo proposta tacional é enfrentar a precariedade habitacio- Programa 8 cipais, o que ocorreu com os projetos e obras do forma de estabelecer metas, que sejam pactua- conjunturas econômicas e a disponibilidade de
a criação de um Grupo Técnico que estabeleça nal e urbana, o estabelecimento de metas para 8 Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), das a partir de amplo processo participativo em financiamentos habitacionais.
diretrizes para qualificação de projetos arquite- as intervenções e investimentos deve seguir nas áreas de drenagem e mobilidade. nível local. Dessa forma, espera-se construir Por outro lado, a consolidação de uma lei que
tônicos e urbanísticos. diretrizes, em consonância com os objetivos da Assim, para além da caracterização dos as- critérios transparentes para a priorização dos oriente a política habitacional ao longo de 16
política, que permitam eleger as prioridades de sentamentos precários, que sem dúvida é crité- investimentos que poderá então ser definida e anos, deve possibilitar o estabelecimento de um
Diretrizes para Estruturação forma transparente. 1 3 56 7 1 3 8 2 5 6 7 1 4 5 rio fundamental de priorização das ações, suge- acompanhada por toda sociedade. compromisso entre o gestor municipal e a socie-
Institucional e Descentralização Dessa forma, coloca-se como uma primeira re-se agregar para o estabelecimento de metas dade para que a política habitacional a ser im-
da Gestão diretriz para a priorização das intervenções nos para a política e a priorização das intervenções e Diretrizes para o Sistema de plantada e conduzida na cidade, nas próximas
assentamentos precários, a presença de áreas de riscos ambientais, ocorrem nos assentamentos dos investimentos as seguintes diretrizes: Planejamento Habitacional quatro gestões, seja, ao menos do ponto de vista
A proposta de integração das ações públicas risco de inundações, solapamento, deslizamentos precários, exigindo, todavia, atendimento habi- • Considerar a existência de intervenções de sua concepção e estratégia, perene e coerente.
no território exige uma revisão da estrutura de encostas e a presença de ocupações em áreas tacional e ações integradas a outras secretarias, urbanísticas estruturadoras de mobilidade, O Plano Municipal de Habitação proposto neste Isso deve ser acompanhado de mecanismos de
institucional em vários níveis e aspectos. Fun- com condicionantes ambientais conflitantes. Es- principalmente com a Secretaria Municipal de macrodrenagem, sistema viário, entre caderno, seguindo as diretrizes do Plano Diretor controle social e de monitoramento e avaliação
damentalmente, é necessário pensar em estru- sas ações, no âmbito de atuação da Sehab, estão Coordenação das subprefeituras (SMSP). outros, que exigem a remoção de famílias Estratégico, deve ser estabelecido por lei, apro- da política. Nesse sentido, é fundamental refor-
turas matriciais, que relacionem ações progra- contempladas na linha programática Interven- No que tange então à política habitacional, e a intervenção em assentamentos precários. vada na Câmara Municipal, e tem um horizonte çar as instâncias de gestão participativa da polí-
máticas setoriais entre si e que correspondam a ção Integrada em Assentamentos Precários, e en- adota-se como principal diretriz a priorização • Ponderar a possibilidade de articulação temporal de 16 anos. Com o objetivo de possi- tica e estabelecer uma plataforma que permita o
territórios específicos. Neste caderno, propõe-se volvem obras e ações articuladas com o trabalho de situações emergenciais e urgentes, seja em com outras políticas setoriais no território. bilitar atualizações nas projeções quantitativas acesso à informação sobre a política habitacio-
uma revisão da estrutura institucional da Sehab social, bem como ações de fiscalização e preven- decorrência de vulnerabilidade social, seja de- • Verificar a disponibilidade de recursos e pactuações sobre as metas, que devem ter um nal e o acompanhamento de sua implementação
no sentido de reforçar o papel dos agentes que ção da reocupação das áreas, realizadas em con- vido a ocorrências ou ações preventivas as- para as intervenções, em articulação com rebatimento no território, indicando onde e pela sociedade, o que pode ser feito por meio de
atuam diretamente no território na definição e junto com outros órgãos da Prefeitura. sociadas às áreas de risco ambiental. Nesse o Programa de Metas da gestão e o quando cada uma das modalidades dos progra- um Sistema de Informações Geográficas.
articulação das ações, até porque são eles que Nesse sentido, é fundamental uma articulação sentido, é fundamental caracterizar os assen- respectivo Plano Plurianual (PPA). mas propostos deve ser implementada, propõe- Nesse sentido, a Secretaria Municipal de Ha-
melhor conhecem as demandas e necessidades. com a Política Municipal de Redução de Risco, até tamentos precários pela presença e pelo grau • Considerar a presença de organização se a criação de um Plano de Ação Quadrienal bitação (Sehab) criou em 2006 o Sistema de In-
Propõe-se o resgate da forma de gestão matri- mesmo porque nem sempre as situações emer- de risco que apresentam. comunitária nos assentamentos, de forma a (PAQ). Esse plano de ação, estabelecido por de- formações para Habitação Social na Cidade de
cial da Sehab, com a ampliação das coordena- genciais, associadas à presença de áreas com O Plano Municipal de Habitação de 2009, a potencializar os efeitos das políticas em uma creto do Executivo, deve então ser realizado no São Paulo (Habisp), que tinha por objetivo melho-

30 Plano Municipal de Habitação da Cidade de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Diretrizes para Estruturação da Política Habitacional 31
Diretrizes para Estruturação da Política Habitacional

rar os processos de trabalho, apoiar a formulação mulação, na gestão, na deliberação e no acom- etapa participativa e de formação que a prefei- eleitos e representantes de segmentos diversos a população, no território. Destacamos: anos que se seguem.
das políticas habitacionais e também potenciali- panhamento dessa política poderão ocorrer por tura realiza diretamente com a população bene- da sociedade, como empresários, academia,
zar a disseminação de informações sobre o tema. meio da participação direta nas ações descen- ficiada, no local. assessorias técnicas, entre outros. Cabe dizer, •  Conferências Municipais de Habitação: •  Conferências das Cidades: onde ocorrem
Esse sistema está sendo aprimorado no sentido tralizadas no território, pela representação em no entanto, que, na última década, a política onde a sociedade civil e o poder público podem debates sobre a formulação das estratégias de
de integrar as diversas fontes e formatos de in- conselhos deliberativos e consultivos, ou ainda •  Conselhos Gestores de ZEIS (CGZEIS): no habitacional do município tem contado funda- avaliar, de maneira mais ampla, a condução da desenvolvimento urbano, com a qual se articu-
formações produzidas e utilizadas pela Sehab, a em fóruns de debate ampliado, conforme deta- caso das intervenções integradas em assenta- mentalmente com os recursos financeiros dos política habitacional do município e os cami- lam as estratégias habitacionais.
fim de possibilitar maior transparência em sua lhado a seguir: mentos precários demarcados como Zeis, a lei fundos municipais de saneamento e infraes- nhos que a política habitacional deve tomar nos
divulgação e acesso ao público, numa base carto- pede que sejam montados os Conselhos Ges- trutura (FMSAI), de desenvolvimento urbano
gráfica única que traga as informações sobre as Frentes de participação direta nas ações tores para acompanhamento e aprovação dos (Fundurb) e das Operações Urbanas Consor- GESTÃo DEMOCRÁtica e controle social da polÍTICA HABITACIONAL
características dos assentamentos e empreendi- descentralizadas no território Planos de Urbanização de Zeis, que deverão ciadas. Representantes do CMH já atuam nos
mentos e sobre as ações realizadas ou planejadas As diversas intervenções habitacionais promo- conter o planejamento das ações previstas de conselhos dos fundos citados acima. Porém, os Conselhos
de instrumentos
para determinada área. Também, deve ser inte- vidas pelo poder público no território devem acordo com as necessidades identificadas. Estes grupos de gestão das OUCs não contam com urbanísticos outros
fmh
grado a esse sistema o cadastro habitacional da contar com frentes de participação popular di- conselhos são eleitos com representantes das representantes do CMH e, tendo em vista a fundos
cidade, de forma a disponibilizar a informação ao reta. Nesse sentido, o trabalho social assume a comunidades locais. importância da discussão sobre a aplicação dos
público e promover a devida transparência aos função de operacionalizar a política pública jun-  recursos destinados à promoção de habitação fmsai
OUc
processos relacionados a ele. Esse aprimoramen- to à sua motivação principal: a população que Frentes de participação em espaços social no interior destes perímetros, seria de indição
fundurb
to deve também possibilitar a criação de um sis- compõe a demanda habitacional prioritária do institucionais centralizados interesse público o fortalecimento do CMH aiu piu
do cmh
nesses
tema de monitoramento e avaliação da política, a município. O trabalho social tem por objetivo Além dos espaços locais de participação e acom- com a presença de representante nos conselhos fóruns

partir de indicadores próprios. mobilizar a população atendida para a partici- panhamento das ações habitacionais implemen- das Operações Urbanas. Vale destacar ainda CMH
zeis
Conselho municipal
pação social, promovendo o conhecimento e a tadas pela prefeitura, outros espaços existem e que a Lei que rege o CMH, Lei n. 13.425/2002,
de habitação
Diretrizes para a apropriação dos planos e projetos previstos para devem ser mantidos e aprimorados, como o Con- merece ser atualizada, sobretudo no que tange
Gestão Participativa sua área de intervenção, o empoderamento para selho Municipal de Habitação (CMH), a interfa- à composição de representantes.
tomada de decisão, o fortalecimento da ação pú- ce deste conselho com os conselhos gestores do
Para que a política prevista no Plano Municipal blica e o reforço da cidadania. Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e •  Fórum de Conselhos Gestores de ZEIS:
x1
de Habitação possa ser efetiva, ela precisa con- Dentre as frentes de participação social exis- Infraestrutura (FMSAI) e Fundo de Desenvolvi- outra dimensão importante de revisão do
tar com canais de diálogo e participação social tentes hoje, no nível local, destacamos: mento Urbano (Fundurb), os conselhos de Ope- CMH seria a incorporação de representantes
entre o poder público e a população a ser aten- rações Urbanas Consorciadas e os Conselhos dos Conselhos Gestores de Zeis. Para tanto, conselhos gestores
de zeis 1 e zeis 3
dida. Sua construção, aplicação e monitora- •  Ações de pré e pós-ocupação: no caso de Gestores de Zeis. o Plano propõe a constituição de um Fórum cmpu
Conselho municipal
mento devem, portanto, se articular com as de- empreendimentos habitacionais de interesse de Conselhos Gestores de Zeis, formados por x1 de política urbana
mandas sociais apresentadas pelas pessoas no social construídos pelo poder público ou em •  Conselho Municipal de Habitação (CMH): é o representantes de cada um dos conselhos de x1
nível local, buscando empoderá-las, bem como parceria com ele, a Secretaria Municipal de espaço central de controle social da formulação Zeis existentes. A proposta se justifica tendo em instaurar
no pl do x8
compartilhar, com a sociedade civil, as respon- Habitação realiza o cadastramento das famílias da política habitacional e dos investimentos vista a necessidade de aprofundar a capilariza- pmh

sabilidades pelo planejamento e pela gestão da a serem atendidas, o acompanhamento social públicos realizados em ações habitacionais com ção da participação com os espaços de discussão
política habitacional. prévio à mudança para moradia nova, e o apoio recursos do Fundo Municipal de Habitação da ação. Eventualmente, membros do Fórum
As formas das pessoas participarem na for- à gestão condominial, entre outros. Trata-se de (FMH). O CMH é formado por conselheiros de Conselhos de Zeis poderão postular suas
representações no CMH e nos Conselhos de
x 64
Representantes das subprefeituras, estes que
articulaçÃo da política habitacional ao planejamento orçamentário
são formas de controle social da política públi-
fórum Cpop conselho de
elaboração elaboração elaboração elaboração elaboração ca com recorte específico sobre território local de conselhos Conselho de representantes das
do PPA do PPA do PPA do PPA do PPA formado por conselheiros eleitos. gestores de zeis planejamento subprefeituras
e orçamento
participativo
2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034  rentes de participação em fóruns
F
de debate ampliado
elaboração elaboração elaboração elaboração elaboração
do PAQ do PAQ do PAQ do PAQ do PAQ Além dos espaços listados anteriormente, o po-
der público deve prever a realização de encon- representação existente representação e fórum a construir número de representantes
revisão do PMH revisão do PMH
tros de avaliação e reflexão da política junto com

32 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Diretrizes para Estruturação da Política Habitacional 33
Programas
e Estratégias
de Ação
Articulação entre Programas

Serviço de
moradia social Provisão de Moradia Intervenção Integrada em Assentamentos Precários

Os programas e estratégias de ação propostos para o Plano


Municipal de Habitação pretendem atender à diversidade programa programa programa programa programa programa programa programa
de necessidades habitacionais presentes no município, sendo
formulados à luz das diretrizes apresentadas e a partir de uma Serviço de Provisão de Moradia Locação Locação Social Urbanização Regularização Melhorias Intervenção
estrutura matricial que articula programas, organizados em Moradia Social para Aquisição Social de Mercado Fundiária Habitacionais em Cortiços
linhas programáticas, com estratégias de ação, vinculadas a Página 42 Página 52 Página 58 Página 62 Página 70 Página 74 Página 78 Páginas 82
coordenadorias de ações transversais, apresentadas a seguir.

coordenadoria transversal

Atuação Integrada em Áreas


Ambientalmente Sensíveis e Protegidas

coordenadoria transversal

Atuação Integrada
na Área Central

coordenadoria transversal

Prevenção e Mediação de Conflitos


Fundiários e Imobiliários Urbanos

coordenadoria transversal

Pós-intervenção e Integração
aos Serviços e Controles Urbanos

coordenadoria transversal

Gestão de Patrimônio Fundiário e


Imobiliário Público para Habitação

coordenadoria transversal

Programa Assitência Técnica,


Jurídica e Social

36 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas
Programas
e Estratégias
e Estratégias
de Ação de Ação | Provisão
| Articulação entre de
Programas
Moradia 37
linha programática

Serviço de
Moradia Social
linha programática
Serviço de Moradia Social

O 
Plano Municipal de Habitação zado o recurso como complementação da renda desaparece como forma mais imediata de solu- Motivo do ingresso no auxílio aluguel
propõe a consolidação do Serviço familiar, enquanto compartilha a moradia com ção, porém é diluído em meio a novas opções de (Abril/2016)
de Moradia Social como política parentes e amigos. Distorções como essas no uso atendimento, e aprimorado em sua gestão por
Total 27.941 beneficiários
específica e integrada de atendi- do Auxílio Aluguel ampliam os casos de coabi- meio da modalidade Bolsa Aluguel.
mento habitacional emergencial e transitório. tação familiar indesejada ou de adensamento Além da Bolsa Aluguel, outras modalida- Programa 3Rs* 43

Este serviço público tem como objetivo prestar excessivo em domicílios alugados, contribuindo des de atendimento, geridas em parceria com Determinação Judicial 192
atendimento qualificado e em condições dignas para a manutenção do déficit habitacional no as secretarias de atendimento social (SMADS,
Alojamentos 176
a dois segmentos: famílias de baixa renda remo- município. SMDHC, SMPM, entre outras), possibilitam que
vidas de seu local de moradia por obras públicas Com base em informações do Sistema de In- a Prefeitura constitua um serviço completo de Cortiço 1

ou por risco ambiental; e famílias em situação de formações para Habitação Social na cidade de atendimento social para a população em situa- Parceria Social 112
vulnerabilidade e risco social. São Paulo (Habisp) da Sehab, verificou-se que: ção precária de moradia.
Regularização Fundiária 34
O Serviço de Moradia Social atua de forma Considerando-se as famílias hoje benefici-
complementar e articulada com a Política de •  Em abril de 2016, o Auxílio Aluguel contem- árias do Auxílio Aluguel, pode-se afirmar que Remoção (risco ou obra) 7337

Atendimento Habitacional Definitivo e estru- plava 27.941 famílias; elas representam, no município, cerca de 30 Risco 2900
tura-se como um serviço público de moradia de mil contratos de aluguel em potencial. Se par-
Obras Públicas 3917
caráter intersecretarial, integrado a outras po- •  Desse total, 67% ingressaram entre os anos te dessa demanda por atendimento emergen-
líticas e programas sociais e de geração de ren- de 2009 e 2012; cial e transitório for incorporada pelo parque Urbanização 10.432

da e trabalho, conforme previsto no Art. 295 do privado de locação a valores compatíveis com Sem informação 2797
Plano Diretor Estratégico do município (Lei n. •  O tempo médio desde o ingresso no Auxílio o Auxílio Aluguel, é possível considerar que o
0 2000 4000 6000 8000 10000
16.050/2014). Aluguel até o atendimento definitivo é de, apro- grande volume de contratos firmados irá pres-
ximadamente, 3 anos e meio; sionar para baixo os valores praticados no mer- *o Programa 3Rs consiste na Regularização, Recuperação dos

Alguns Dados sobre


Créditos e Revitalização dos Conjuntos Habitacionais da Sehab.
cado. Dessa forma, cria-se um mecanismo de
o Auxílio Aluguel •  O lugar de origem da maior parte dessas enfrentamento indireto do ônus excessivo com
origem dos beneficiários Data de entrada
famílias (82,8%) são favelas do município; aluguel, que representa cerca de 40% do déficit
por tipo de assentamento precário no Auxílio Aluguel
O atendimento habitacional emergencial e habitacional do município, segundo metodo- (Abril/2016)
transitório no município tem sido realizado, •  Atualmente, grande parte dos beneficiários logia da Fundação João Pinheiro (FJP). Com o 0,2%
predominantemente, por intermédio do Auxí- são famílias removidas em decorrência de número expressivo de aluguéis a serem con- 3,8%
obras de urbanização de favelas. Somando-se os 2,9% 2% 2%
lio Aluguel, conforme Decreto n. 51.653/2010. tratados, num contexto de crise e dificuldade
6,9%
De acordo com a norma vigente (Portaria n. beneficiários oriundos de remoções por frentes de liquidez dos imóveis no mercado, além das
131/2015/Sehab), esse auxílio consiste na con- de obras públicas e os que vêm de remoções por garantias de ocupação integral e adimplência, a 3,4%
cessão de apoio financeiro para acesso à moradia risco e emergência, chega-se a cerca de 90% do municipalidade também teria condições favo-
no mercado de aluguéis. total dos atendimentos por Auxílio Aluguel. ráveis de negociação com os proprietários, par-
O grande volume de beneficiários do progra- te deles pressionados pelos prazos estabeleci- 29%
ma, que abrange atualmente cerca de 30 mil O Auxílio Aluguel é hoje a principal modalida- dos pela aplicação do Parcelamento, Edificação
67%
famílias, bem como a falta de monitoramento de de atendimento às situações emergenciais e e Utilização Compulsórios (Peuc). 82,8%
adequado da utilização desse aporte financeiro, transitórias de demanda por moradia. Entretan-
cuja soma ultrapassou R$ 110 milhões em 2015, to, na prática, acaba não atendendo a esse fim.
faz com que esse eixo da política habitacional, Cabe então propor um modelo de atendimen-
ao contrário do que se propõe, contribua para a to habitacional que permita oferecer um leque
permanência das situações de precariedade ha- de opções que respondam adequadamente des-
bitacional no município. de as situações mais transitórias até aquelas
Avalia-se que parte importante das famílias mais duradouras, para os diferentes tipos de Favela Programa 3Rs, alojamento,
Favelas Urbanizadas cortiço
beneficiadas pelo Auxílio Aluguel (no valor de demandas, sejam elas de grupos em situação Loteamento Sem especificação

R$ 400,00 em 2016) tem encontrado sua mo- de vulnerabilidade ou de famílias estruturadas Sem vinculação territorial* até 2008  2009 – 2012  2013 – 2016  sem informação

radia no mercado informal – sem resolver, por- retiradas de áreas de risco ou de obras. Dentre
*necessidade de atendimento em função de determinação
tanto, sua situação de precariedade –, ou utili- essas opções diversas, o auxílio financeiro não judicial ou ações não vinculadas a assentamentos.

40 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Serviço de Moradia Social 41
programa
Serviço de Moradia Social

Transição do Auxílio Aluguel para


o Serviço de Moradia Social

Atendimentos / UHs

30.000

O que é o Programa? Qual é a proposta? 25.000

O Serviço de Moradia Social tem como objetivo Para a estruturação do Serviço de Moradia Social,
20.000
proporcionar o atendimento emergencial e tran- foram definidas quatro modalidades em função
4000 UH
sitório a famílias em situação de vulnerabilidade dos diferentes tipos de resposta às demandas por
ou risco social e a famílias removidas de assen- atendimento emergencial e transitório no muni- 15.000
tamentos precários não consolidáveis ou remo- cípio. Para isso, foram consideradas a disponibi-
vidas por obras de urbanização, regularização e lidade de unidades habitacionais e a capacidade 8000 UH

melhorias habitacionais em assentamentos con- de produção de novas unidades em imóveis pú- 10.000

solidáveis, bem como por outros tipos de obras blicos para aluguel social, bem como o grande
públicas. volume de imóveis privados ociosos que pode- 5000 UH

O programa busca assegurar o atendimento riam, em curto prazo, ser disponibilizados para 5000

emergencial e transitório, em condições dignas, o programa. 3000 UH

por meio do acompanhamento dos procedimen- As modalidades do Serviço de Moradia So-


0
tos de viabilização do imóvel, da verificação de cial buscam dialogar com os diferentes níveis

10

11

12

13

14

15

16
o

o
o
o
o

o
o

o
o
o

o
An

o
An

An
An
An
An

An

An
An

An

An

An
An
An

An
An
suas condições de habitabilidade e do monitora- de autonomia de seus beneficiários, uma vez
viabilização dos imóveis para
mento dos atendimentos realizados. que essa diversidade exige procedimentos dis- Auxílio Aluguel Bolsa Aluguel Acolhimento Institucional
o serviço de moradia social Intensivo
Locação Social para o
tintos de gestão, com graus de intensidade e estratégia para os edifícios particulares Serviço de Moradia Social
A
 luguel de Imóveis Privados
para Abrigamento Provisório
Quais necessidades enfrenta? complexidade variados, e patamares de subsí- notificados para Peuc
dios também diferentes. Com base numa breve análise sobre o ingresso de famílias para atendimento
Edifícios subutilizados ou ociosos da região
O Serviço de Moradia Social proporciona: Para implementação do Serviço de Mora- pelo Auxílio Aluguel, que está em torno de 5 mil famílias ao ano, e considerando
central, que foram notificados para Parce-
dia Social, é necessária a revisão da Portaria n. a média de produção de moradias para atendimento definitivo, de cerca de 5 mil
lamento, Edificação e Utilização Compulsó-
•  atendimento provisório continuado a famílias unidades habitacionais (UHs) ao ano, foram consideradas as seguintes premissas,
131/2015/Sehab no que se refere, de um lado, rios (Peuc), constituirão um foco importante
de baixa renda removidas para a realização de para simular a transição do Auxílio Aluguel para o Serviço de Moradia Social, con-
aos critérios e formas de atendimento às famí- para a viabilização de imóveis para o Serviço
obras públicas, durante o período de viabiliza- forme quadro abaixo:
lias em situação de vulnerabilidade e, de outro de Moradia Social, especificamente para as
ção de seu atendimento habitacional definitivo. modalidades (1) Acolhimento Institucional
lado, às responsabilidades das secretarias par-
Intensivo e (2) Aluguel de Imóveis Privados Sem novos ingressantes e redução do atendimento,
ceiras (SMADS, SMDHC, SMPM, entre outras), Auxílio Aluguel
•  atendimento emergencial e temporário a para Abrigamento Transitório. devido a encaminhamento às UHs produzidas
famílias em situação de vulnerabilidade e risco de modo a assegurar a elas maior autonomia na
Alguns desses edifícios não se viabilizam Acolhimento Institu-
gestão das demandas e na gestão dos recursos 500 UHs/ano até máx. 5 mil UHs
social, como população em situação de rua, para uso habitacional de interesse social de- cional Intensivo
idosos de baixa renda, mulheres vítimas de para o atendimento emergencial e transitório. vido aos altos custos de reforma para consti- Aluguel de imóveis
violência doméstica, imigrantes de baixa renda, Também é preciso rever os critérios para enqua- tuição de unidades habitacionais completas privados para
500 UHs/ano até máx. 3 mil UHs
etc. A indicação desse tipo de demanda, bem dramento e encaminhamento ao atendimento (com banheiro, cozinha e/ou área de serviço abrigamento
individualizados), mas podem ser adapta- transitório
como a sua gestão, deverão ser realizadas pelas habitacional definitivo.
dos para o Serviço de Moradia Social com
secretarias responsáveis pelo atendimento a As modalidades propostas são: Locação Social para
reformas menores (eventualmente subsidia- o Serviço de Moradia 500 UHs/ano
esses segmentos. 1  Acolhimento Institucional Intensivo das) que podem produzir unidades incom- Social
2  Aluguel de Imóveis Privados pletas (com banheiro, cozinha e/ou área de
•  atendimento emergencial e temporário a Complementação dos atendimentos emergenciais
serviço compartilhados). Na modalidade 3,
famílias removidas em caráter preventivo, por para Abrigamento Transitório e transitórios devido a novos ingressantes. Previsão
uma possibilidade de viabilização de imó- Bolsa aluguel de diminuição no montante de atendimentos em
risco hidrológico e geológico, e a famílias víti- 3  Locação Social para o Serviço veis para o Serviço de Moradia Social é a função do encaminhamento às UHs produzidas
mas de desastres como desabamentos, inunda- de Moradia Social reforma dos edifícios do INSS, repassados à para locação e aquisição.
ções, incêndios e contaminações. 4  Bolsa Aluguel prefeitura como pagamento de dívida.

42 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Serviço de Moradia Social 43
1
modalidade 2
modalidade
Acolhimento Institucional Intensivo  Aluguel de Imóveis Privados para Abrigamento Transitório

o que é? como funciona? o que é? como funciona?


O Acolhimento Institucional O Aluguel de Imóveis Privados
Intensivo é a modalidade do Serviço CRIAÇÃO DE GRUPO DE TRABALHO intersecretarial perma- para Abrigamento Transitório é a VIABILIZAÇÃO DO IMÓVELpor meio de locação de prédio
de Moradia Social que oferece nente, com as seguintes competências: (1) Formulação e modalidade do Serviço de Moradia inteiro ou dos pavimentos superiores (excetuando o térreo

atendimento assistido intensivo 1 regulamentação; (2) Definição dos critérios de atendimento


e de priorização da demanda; (3) Planejamento orçamentá-
Social que viabiliza moradia 1 comercial, quando for o caso), pela Sehab/Cohab-SP,
responsável também pela gestão condominial do edifício,
a famílias em situação de alta rio; e (4) Acompanhamento e avaliação do andamento. provisória para famílias de baixa que pode ter UHs completas e/ou incompletas (ver box
vulnerabilidade e risco social. Esta renda removidas para a realização de na página 42).
modalidade constitui-se a partir de obras públicas, por risco hidrológico
uma articulação intersecretarial, uma VIABILIZAÇÃO DO IMÓVELpor meio de locação de prédio e geológico ou vítimas de desastres
vez que ela exige ações integradas, inteiro ou dos pavimentos superiores (excetuando o térreo e para famílias em situação de
acompanhamento permanente e uma
estrutura de gestão compartilhada
2 comercial, quando for o caso), pela Sehab/Cohab-SP,
responsável também pela gestão condominial.do edifício,
vulnerabilidade que não demandem
atendimento assistido intensivo.
2 SELEÇÃO DA DEMANDA conforme critérios de atendimento
e de priorização definidos por regulamentação específica.
que pode ter UHs completas e/ou incompletas (ver box
entre as secretarias parceiras na página 42). É composta por imóveis privados
(SMADS, SMDHC, SMPM, Sehab/ existentes, com unidades completas
Cohab-SP, entres outras). (com banheiro e cozinha em cada
Esta modalidade será efetivada, unidade). Para a viabilização desses FORMALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO por meio de contrato
DESENVOLVIMENTO DE UM PLANO DE TRABALHO por
prioritariamente, em imóveis imóveis, será priorizada a utilização contendo regras e condições do atendimento e período de
privados já existentes e,
3 empreendimento, com a definição de: (1) Segmentos a serem
atendidos, (2) Agentes e atribuições e (3) Estimativa de custos. do parque privado ocioso e/ou
3 duração (se temporário ou continuado/com compromisso
de atendimento definitivo).
eventualmente, em imóveis públicos subutilizado de modo articulado
construídos ou reabilitados no âmbito à aplicação dos instrumentos
do programa Locação Social. de controle da função social da
REALIZAÇÃO DA GESTÃo do empreendimento REALIZAÇÃO DA GESTÃo do empreendimento
A modalidade Acolhimento propriedade, bem como oferecidos
conforme definido no plano de trabalho a ser elaborado conforme definido no plano de trabalho a ser elaborado
Institucional Intensivo admite incentivos urbanísticos, tributários
imóveis com unidades incompletas –
4 pelas secretarias envolvidas, prevendo a atuação e
responsabilidade de cada uma delas, com a possibilidade e financeiros para a ampliação do 4 pelas secretarias envolvidas, prevendo a atuação e
responsabilidade de cada uma delas, com a possibilidade
de participação, por meio de parceria, de Organizações interesse privado em direcionar de participação, por meio de parceria, de Organizações
com banheiro, cozinha e/ou área de
Sociais sem fins lucrativos. Sociais sem fins lucrativos.
serviço compartilhados. No entanto, seu imóvel ou produzir unidades
para garantir condições dignas habitacionais para esta modalidade.
de habitabilidade nestes imóveis, Diferentemente da primeira
será necessária a revisão da Lei MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO a partir de procedimentos modalidade, de Acolhimento MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO a partir de procedimentos
Moura (Lei n. 10.928/1991), para o 5 e indicadores desenvolvidos pelo Grupo de Trabalho Interse- Institucional Intensivo, o Aluguel de 5 e indicadores desenvolvidos para esta modalidade.
cretarial Permanente do Acolhimento Institucional Intensivo.
estabelecimento de novos parâmetros. Imóveis Privados para Abrigamento
Transitório pode se configurar como
um atendimento transitório de maior
prazo, sobretudo para as familias à
ENCAMINHAMENTO PARA OUTRA MODALIDADE do Serviço
de Moradia Social, nos casos previstos por regulamentação espera de atendimento habitacional
6 específica, pela secretaria responsável pelo acompanhamen- definitivo por meio da linha 6 ENCAMINHAMENTO para o atendimento definitivo
nos casos previstos por regulamentação específica.
to da demanda, em função de avanços no grau de autono- programática Provisão de Moradia.
mia do beneficiário.
Dessa maneira, constitui-se numa
alternativa não financeira ao atual
onde? Auxílio Aluguel. onde?

Em todo o município, com prioridade inicial na região central. Em todo o município, com prioridade inicial na região central.

44 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Serviço de Moradia Social 45
3
modalidade modalidade4
Locação Social para o Serviço de Moradia Social Bolsa Aluguel

o que é? como funciona?


como funciona? o que é? como funciona?
como funciona?
A Locação Social para o Serviço A Bolsa Aluguel é a modalidade
VIABILIZAÇÃO DE IMÓVEL por meio do programa Locação
de Moradia Social se constitui na Social, no qual se priorizará a destinação da produção de
do Serviço de Moradia Social
SELEÇÃO DA DEMANDA conforme critérios de atendimento
modalidade do Serviço de Moradia Habitação de Interesse Social (HIS) em terrenos munici- que viabiliza, por meio de apoio 1 e de priorização definidos por regulamentação específica.
Social que está diretamente pais nos Projetos de Intervenção Urbana (PIU), Operações financeiro, o acesso a imóveis, em
relacionada ao programa Locação
1 Urbanas Consorciadas (OUC) e Áreas de Intervenção condições dignas, ofertados no
Urbana (AIU), e também dos imóveis públicos reabilitados
Social, pois oferece atendimento em áreas centrais, para atendimento da demanda desta
mercado. Esta modalidade tem como
emergencial e transitório nos imóveis modalidade. (ver programa Locação Social) objetivo prioritário proporcionar FORMALIZAÇÃO DA ADESÃO À MODALIDADE, por meio de
públicos viabilizados no âmbito
deste programa. Esta modalidade
o atendimento emergencial e
transitório a famílias de baixa renda
2 contrato contendo regras e condições do atendimento, pe-
ríodo de duração (se temporário ou continuado/com com-
promisso de atendimento definitivo) e valor do subsídio.
tem como objetivo oferecer moradia removidas para a realização de obras
provisória às famílias de baixa renda 2 SELEÇÃO DA DEMANDA conforme critérios de atendimento
e de priorização definidos por regulamentação específica. públicas, por risco hidrológico e
removidas para a realização de geológico ou vítimas de desastres
BUSCA SUPERVISIONADA DO IMÓVEL para garantir,
obras públicas, por risco hidrológico e a famílias em situação de segundo regulamentação específica, condições de
e geológico ou vítima de desastres vulnerabilidade que não demande 3 habitabilidade, atestadas por meio de vistoria e/ou por
e às famílias em situação de atendimento assistido intensivo. declaração do proprietário e do beneficiário.
FORMALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO por meio de contrato
vulnerabilidade que não demandem Esta modalidade substitui
contendo regras e condições do atendimento e período de
atendimento assistido intensivo. 3 duração (se temporário ou continuado/com compromisso paulatinamente o atual Auxílio
Assim como a segunda modalidade, de atendimento definitivo). Aluguel. Diferentemente
a Locação Social para o Serviço de deste último, ela garante o 4 FORMALIZAÇÃO DE CONTRATO entre locatário e locador.

Moradia Social pode apresentar um acompanhamento das famílias


atendimento transitório de maior REALIZAÇÃO DA GESTÃo do empreendimento beneficiadas, assegurando a correta
conforme definido no plano de trabalho a ser elaborado
prazo, sobretudo para as famílias à destinação da verba para uso
espera de atendimento habitacional 4 pelas secretarias envolvidas, prevendo a atuação e
responsabilidade de cada uma delas, com a possibilidade em aluguel.
definitivo por meio da linha CRIAÇÃO DE PROCEDIMENTOS para acompanhamento e

programática Provisão de Moradia.


de participação, por meio de parceria, de Organizações
Sociais sem fins lucrativos.
A Bolsa Aluguel também poderá 5 controle do atendimento e gestão social dos beneficiários.
operar como uma complementação
Dessa maneira, constitui-se numa financeira para o acesso ao programa
alternativa não financeira ao atual Locação Social de Mercado, conforme
Auxílio Aluguel que, com o tempo, detalhado adiante.
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO a partir de procedimen-
poderá substituí-lo quase totalmente. 5 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO a partir de procedimen-
tos e indicadores desenvolvidos para esta modalidade.
6 tos e indicadores desenvolvidos para esta modalidade.

6 ENCAMINHAMENTO para o atendimento definitivo


nos casos previstos por regulamentação específica.
7 ENCAMINHAMENTO para o atendimento definitivo
nos casos previstos por regulamentação específica.

onde? onde?
Em todo o município, prioritariamente em MEM, MUC, OUC, AIU e PIU. Em todo o município de São Paulo.

46 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Serviço de Moradia Social 47
linha programática

Provisão
de Moradia
linha programática
Provisão de Moradia

A 
linha programática Provisão de de aprovação específicos, assim como o desenvol- patíveis. As áreas demarcadas como Zonas Espe- potencial de his em imóveis notificados para peuc em zeis
Moradia tem como objetivo ofe- vimento de tecnologia especializada. Nesse sen- ciais de Interesse Social (Zeis), dos tipos 2, 3, 4 e 5,
recer atendimento habitacional tido, vale ressaltar os avanços trazidos pela pro- apresentam-se como recursos fundiários e imobi- ZEIS Fora de ZEIS
definitivo a famílias de baixa ren- posta de revisão do Código de Obras e Edificações liários potenciais para essa provisão de moradia. ZEIS 2 ZEIS 3 ZEIS 5
da em áreas dotadas de infraestrutura e articu- (PL n. 466/2015), que se encontra em processo de Contudo, estimar o potencial efetivo de pro- TOTAL Área de Área
Área de Área Área de Área Área de Área DE HIS Terreno Construída
HIS HIS HIS
ladas ao sistema de transporte público, por meio votação na Câmara Municipal de São Paulo. dução de moradias em Zeis não é tarefa simples, TIPOLOGIA DE Terreno Construída
(unidades)
Terreno Construída
(unidades)
Terreno Construída
(unidades) (unidades) (m2) (m2)
IMÓVEIS NOTIFICADOS (m2) (m2) (m2) (m2) (m2) (m2)
da oferta de unidades habitacionais, sejam elas Além disso, prevê-se, por meio da criação de tendo em vista que muitos fatores influenciam
Não edificado 861,362 — 42,406 39,968 — 1,968 365,226 — 8,990 53,363 112,891 —
novas ou existentes. um grupo técnico específico, estimular a diversi- o cálculo da área que efetivamente pode ser
A provisão habitacional apresenta-se como ficação de tipologia das unidades e dos empreen- considerada como potencial para a construção Subutilizado 475,874 6,081 23,428 44,710 9,105 2,201 22,923 2,120 564 26,193 172,400 26,389

um dispositivo importante na contenção do dimentos para melhor atender às distintas neces- e viabilização de unidades habitacionais. Dentre Não utilizado 25,687 13,479 166 69,841 75,741 932 24,866 31,949 197 1,295 99,514 235,417

adensamento e do surgimento de novos assenta- sidades habitacionais existentes no município, esses fatores, podem-se destacar: Total 1,362,923 19,560 65,999 154,519 84,846 5,101 413,015 34,069 9,751 80,851 384,805 261,806

mentos precários, bem como do processo de de- bem como a utilização de técnicas construtivas Premissas utilizadas para o cálculo: coeficiente de aproveitamento máximo permitido nas ZEIS 2, 3 e 5: CA=4; área total da unidade de HIS = 65m²; os percentuais mínimos de área construída exigidos para HIS 1 e 2 em ZEIS 2 e 3 = 80% e em ZEIS 5 =
40%. Para o cálculo de número de HIS potenciais em ZEIS: em "não edificados" foi adotada a área total do terreno; em "não utilizados" foi adotada a área construída total; e em "subutilizados" foi adotada a área total do terreno.
gradação ambiental, com a ocupação de áreas de inovadoras, que garantam qualidade, reduzam •  a necessidade de desconsiderar da área po- Elaboração Sehab a partir de dados SMDU (Fevereiro/2016).
preservação ou impróprias ao uso habitacional. custos e sejam ambientalmente adequadas. tencial as ruas, praças e demais áreas públicas,
Essa linha programática visa atender prefe- O PMH busca, ainda, incentivar e viabilizar, que não compõem os lotes urbanos;
rencialmente a demanda oriunda do Serviço de do ponto de vista jurídico, empreendimentos •  a existência de lotes demarcados como Zeis
Moradia Social, quando houver previsão para de uso misto, com seus térreos ora destinados que, por seu tamanho, não se enquadram nas mapa zeis 2,3 E 5 e IMÓVEIS NOTIFICADOS PARA peuc
isso; e as famílias de baixa renda cadastradas, ao uso comercial e de serviço, ora destinados ao regras de destinação de áreas construídas para
conforme critérios de atendimento e de priori- uso institucional. As áreas comerciais e de servi- HIS, sendo necessários remembramentos dos
zação definidos por regulamentações, progra- ço instaladas nos térreos dos empreendimentos lotes para ativar esse potencial;
mas ou linhas de financiamento específicos. de HIS podem estar articuladas com programas •  o fato de que vários desses lotes já estão edi-
A Provisão de Moradia tem como um dos de geração de renda e trabalho, e seu uso pode ficados, alguns em uso, alguns ociosos, alguns
seus principais objetivos atuar de modo articu- gerar recursos para o pagamento das despesas com maior probabilidade de transformação
lado com os instrumentos de controle da fun- de manutenção dos próprios empreendimentos, que outros; e
ção social da propriedade, associando o enfren- com destaque para os elevadores. •  a necessidade de considerar o parcelamento
tamento da ociosidade imobiliária e fundiária Os programas que compõem a linha progra- das grandes glebas, que devem destinar áreas
(sobretudo nas áreas mais centrais, dotadas de mática Provisão de Moradia são: o programa para sistema viário, áreas verdes e institucionais.
infraestrutura, serviços e equipamentos públi- Provisão de Moradia para Aquisição, o progra-
cos e com grande oferta de emprego), à provisão ma Locação Social e o programa Locação Social Outra ordem de fatores, difíceis de serem aferi-
habitacional para famílias de baixa renda. As- de Mercado. dos, diz respeito à condição desses lotes em Zeis:
sim, busca contribuir para a redução dos deslo- Quanto à distribuição das unidades habitacio- seu relevo, as restrições legais (incidência de
camentos diários entre casa e trabalho, casa e nais de interesse social produzidas em terrenos Áreas de Proteção Permanente, melhoramentos
estudo, casa e lazer, garantindo maior qualidade ou imóveis municipais, o PMH propõe que, se viários, etc.), a presença de contaminação, etc.
de vida aos cidadãos paulistanos. localizadas nos Projetos de Intervenção Urbana Dessa forma, neste momento, optou-se por
De modo a viabilizar a produção de Habita- (PIU), Operações Urbanas Consorciadas (OUC) e apresentar dados sobre o potencial de produ-
ção de Interesse Social (HIS), seja para aquisição, Áreas de Intervenção Urbana (AIU) e/ou na re- ção de HIS nos imóveis notificados para Peuc
seja para locação social, em áreas bem locali- gião central do município, elas sejam destinadas, que estão localizados em Zeis, e que somam um
zadas, onde o valor do terreno é maior, o Pla- prioritariamente, para a composição do parque potencial de produção de 80.851 unidades habi-
no Municipal de Habitação propõe incentivar o do programa Locação Social. tacionais de HIS (conforme quadro ao lado). Esse
desenvolvimento de novas tipologias de empre- potencial é bastante expressivo e deve ser con-
endimentos habitacionais, que otimizem o uso Alguns Dados sobre Recursos Fun- siderado nas estratégias da política habitacional
do solo urbano, considerando a possibilidade de diários Zeis e Peuc para a provisão de moradias.
imóveis notificados em zeis imóveis notificados fora de zeis ZEIS 2, 3 e 5
instalação de elevadores. Essas questões devem ser objeto de aprofun- N
 ão edificado Não edificado S
 ubprefeitura
E, para a redução dos custos unitários na rea- A provisão de moradia digna depende da disponi- damento, a partir da discussão das propostas Sub utilizado Sub utilizado
Não utilizado Não utilizado
bilitação de edifícios, o PMH propõe a revisão dos bilização de terrenos e/ou imóveis para este fim e aqui apresentadas.
parâmetros técnicos e legais, dos procedimentos de formas de acesso a esse estoque, a valores com-

50 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Provisão de Moradia 51
programa 1
modalidade
Provisão de Moradia para Aquisição Promoção Pública de Moradia

o que é? como funciona?


A Promoção Pública de Moradia é a
modalidade do programa Provisão
de Moradia para Aquisição em ESTUDO DE VIABILIDADEe de IMPLANTAÇÃO
que o principal agente promotor 1 e viabilização do imóvel para o empreendimento.
é o município, que desenvolverá
ou contratará projetos e obras,
organizará a demanda e administrará
O que é o Programa? os recursos financeiros.

O programa Provisão de Moradia para Aquisi- rio, o programa visa também oferecer respostas
Esta modalidade tem como 2 VIABILIZAÇÃO DO RECURSO para a obra.
objetivo a viabilização de unidades
ção constitui-se, dentro da linha programática definitivas à demanda por incremento devido à habitacionais por meio da construção
Provisão de Moradia, na modalidade mais tra- coabitação indesejada e ao crescimento demo-
de unidades novas para atendimento
dicional de política habitacional no Brasil, a de gráfico e, indiretamente, à parte da demanda
à demanda oriunda do Serviço de
acesso à casa própria. Tem como objetivo ofertar
unidades habitacionais em empreendimentos
decorrente de ônus excessivo com aluguel e de
adensamento excessivo em domicílios alugados,
Moradia Social, quando previsto, 3 DESENVOLVIMENTO DE PROJETO de construção.

assim como à demanda difusa por


novos ou em imóveis reabilitados, promovidos bem como à demanda habitacional dos movi-
pelo poder público, pela iniciativa privada ou mentos organizados.
moradia, em fases posteriores da
em parceria com entidades, associações ou mo- política habitacional.
vimentos sociais, para atendimento a famílias de Qual é a proposta? Para esta modalidade, a aquisição
baixa renda, em caráter definitivo, por intermé- de terrenos ou imóveis, pode se dar 4 Execução da obra

dio do acesso à propriedade. Para a estruturação do programa Provisão de pela destinação obrigatória para esse
O programa busca assegurar o reassentamen- Moradia para Aquisição, foram definidas cinco fim de 30% dos recursos do Fundurb,
to das famílias removidas por obras públicas no modalidades distintas com vistas a diversificar que podem ser ofertados como
mesmo local ou em áreas próximas ao assenta- os agentes promotores envolvidos, as fontes contrapartida a outros programas SELEÇÃO DA DEMANDA a ser atendida no empreendimen-
mento de origem, quando adequado do ponto de de recursos mobilizados, bem como a forma de to, segundo critérios de atendimento e priorização defini-
vista urbanístico e ambiental e de concordância viabilização dos imóveis (produção de unidades
de provisão habitacional ou não. 5 dos pelo Conselho Municipal de Habitação e pelas norma-
Como outra estratégia possível de tivas especificas da linha de financiamento acessada.
dos afetados. habitacionais, requalificação do estoque existen-
aquisição de terrenos ou imóveis de
Além da destinação de recursos próprios para te e aquisição de unidades prontas), oferecendo
forma menos onerosa ao município,
viabilizar o programa, busca atuar de maneira respostas mais qualificadas às distintas necessi-
prevê-se a articulação da aplicação do
articulada com o Governo Estadual e o Governo dades habitacionais no município.
Parcelamento, Edificação e Utilização
Federal, bem como com instituições internacio-
nais parceiras, para que estas financiem direta
As modalidades propostas são:
Compulsório (Peuc) com o Consórcio 6 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO a partir de procedimentos
e indicadores desenvolvidos para esta modalidade.
1  Promoção Pública de Moradia
ou indiretamente a produção de moradias em Imobiliário, para a promoção de
2  Promoção Pública de Moradia
consonância com as diretrizes da política habi- unidades habitacionais.
em Assentamentos Precários
tacional do município.
3  Promoção de Moradia por Autogestão
4  Promoção Privada de Moradia TRABALHO SOCIAL realizado conforme diretrizes
Quais necessidades enfrenta? estabelecidas pelas regulamentações incidentes
5  Aquisição de Moradia Pronta
em todas as etapas do processo.
O programa Provisão de Moradia para Aquisi-
ção visa proporcionar atendimento habitacio-
nal, em caráter definitivo à demanda oriunda onde?
do Serviço de Moradia Social, quando houver
previsão para isso. Em todo o município de São Paulo.
Além desse grupo de atendimento prioritá-

52 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Provisão de Moradia 53
2
modalidade 3
modalidade
Promoção Pública de Moradia em Assentamentos Precários Promoção de Moradia por Autogestão

o que é? como funciona? o que é? como funciona?


A Promoção Pública de Moradia A Promoção de Moradia por
em Assentamentos Precários é a PLANO DE INTERVENÇÃO INTEGRADA PARA O ASSENTAMEN- Autogestão é a modalidade do
modalidade do programa Provisão TO, elaborado considerando as áreas propícias para a cons- programa Provisão de Moradia para
de Moradia para Aquisição em 1 trução de unidades, em projeto articulado com a instalação
de infraestrutura, serviços e equipamentos, bem como com
Aquisição que tem como objetivo 1 PROSPECÇÃO DO TERRENO E IMÓveis

que o principal agente promotor o projeto de Melhorias Habitacionais. (ver linha programática incentivar e apoiar a oferta de
é o município, que desenvolverá Intervenção Integrada em Assentamentos Precários) unidades habitacionais por meio da
ou contratará projetos e obras, autogestão, em que o principal agente
organizará a demanda e administrará promotor são entidades sem fins
REALIZAÇÃo de chamamento pÚblico para acesso
os recursos financeiros. PROJETO DAS UNIDADES HABITACIONAIS desenvolvido lucrativos (associações, movimentos
2 aos terrenos / imóveis ou a recursos para Assistência
Essa modalidade tem como 2 visando à diversificação das soluções projetuais e de tipolo-
gias, para o atendimento qualificado do maior número
organizados, cooperativas Técnica e realização do empreendimento.

objetivo a produção de unidades de pessoas originárias do assentamento na própria área.


habitacionais, entre outros), que,
habitacionais novas no âmbito da articuladas com agentes de assistência
linha programática Intervenção técnica e com a prefeitura, poderão
Integrada em Assentamentos desenvolver ou contratar projetos 3 formalizaçÃo do termo de convênio

Precários para atender famílias e obras, organizar a demanda e


EXECUÇÃO DAS OBRAS do empreendimento articulada
administrar os recursos financeiros.
removidas por obras, risco ou
necessidade de desadensamento.
3 à implementação do Plano de Intervenção Integrada para
o assentamento. Entende-se por autogestão a
Desse modo, a modalidade busca participação dos beneficiários na
ofertar unidades habitacionais viabilização do empreendimento em 4 projeto e Execução da obra
(UHs) no próprio assentamento todas as suas etapas, seja na busca
às famílias removidas, visando por imóveis (terrenos ou edifícios),
manter seus vínculos territoriais, SELEÇÃO DA DEMANDA a ser atendida no empreendimento, no desenvolvimento do projeto, na
econômicos e sociais. Para tanto, ela 4 segundo critérios de atendimento e priorização definidos no
Plano de Intervenção Integrada para o assentamento.
produção direta ou na gestão da SELEÇÃO DA DEMANDA a ser atendida no empreendimen-
to, segundo critérios de atendimento e priorização defini-
deve diversificar a tipologia e o porte
dos empreendimentos, procurando
produção e dos recursos financeiros,
na indicação da demanda, na gestão
5 dos pela Entidade, em conformidade com as exigências
estabelecidas na regulametação da modalidade.
utilizar as áreas remanescentes das social e até na manutenção e gestão
intervenções de urbanização em dos empreendimentos habitacionais,
projetos articulados com as ações de que podem ser de propriedade
Melhorias Habitacionais. 5 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO a partir de procedimentos
coletiva.
Para viabilizar as novas moradias
e indicadores desenvolvidos para esta modalidade.
Esta modalidade pode se dar tanto 6 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO a partir de procedimentos
e indicadores desenvolvidos para esta modalidade.
deve-se, quando adequado, adensar em terrenos (ou imóveis) adquiridos
as áreas do assentamento sob pelas entidades, quanto em terrenos
intervenção próximas aos eixos municipais disponibilizados, como
de infraestrutura, mobilidade, TRABALHO SOCIAL realizado durante todo o processo
contrapartida ou não, por meio de
TRABALHO SOCIAL realizado pela entidade
equipamentos e serviços, de conforme previsto no Plano de Intervenção Integrada chamamentos públicos.
em todas as etapas do processo.
modo a evitar o adensamento para o assentamento.
ou a reocupação das áreas
ambientalmente frágeis. É possível
usar para isso o Reordenamento onde? onde?
Urbanístico Integrado, instrumento
previsto no PDE. Em assentamentos precários em todo o município. Em todo o município de São Paulo.

54 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Provisão de Moradia 55
4
modalidade modalidade5
Promoção Privada de Moradia Aquisição de Moradia Pronta

o que é? como funciona?


como funciona? o que é? como funciona?
como funciona?
A Promoção Privada de Moradia é a A Aquisição de Moradia Pronta é a
modalidade do programa Provisão modalidade do programa Provisão
VIABILIZAÇÃO DO IMÓVEL, terreno ou edifício a ser rea-
de Moradia para Aquisição em que o 1 de Moradia para Aquisição que tem DEFINIÇÃO DOS CRITÉRIOS para acesso à carta de
principal agente promotor é a iniciativa
bilitado, e do recurso para obra pelo promotor privado.
como objetivo viabilizar o acesso a 1 crédito assistido.
privada, que desenvolverá e contratará unidades habitacionais já existentes e
projetos e obras e administrará os regularizadas para famílias de baixa
recursos financeiros. A prefeitura renda, por meio da oferta de carta
será responsável pela organização FORMALIZAÇÃO DE TERMO DE COOPERAÇÃO com a de crédito assistido para aquisição,
e indicação da demanda, além de 2 municipalidade, conforme regulamentação específi-
possibilitando o acesso ao estoque
acompanhar o desenvolvimento dos
ca para EHIS (Decreto n. 56.759/2016).
existente no mercado formal para 2 DEFINIÇÃO DOS VALORES da carta de crédito em função
dos valores levantados pelo Observatório Imobiliário.
projetos para assegurar a qualidade essas famílias.
arquitetônica e urbanística dos Uma das oportunidades para a
empreendimentos. utilização dessa carta de crédito se
Esta modalidade visa diversificar 3 ACOMPANHAMENTO DO DESENVOLVIMENTO DE PROJETO
de construção ou de reabilitação, pelo município.
dá nos loteamentos e assentamentos
formas e agentes de promoção de recém regularizados, que após BUSCA SUPERVISIONADA DO IMÓVEL para garantir
habitação de interesse social no o processo de regularização 3 condições de habitabilidade segundo regulamentação
específica.
município, mobilizando mecanismos passam por forte dinamismo nas
para fomentar o interesse dos transações imobiliárias, criando-se
empreendedores privados, de modo a oportunidade para que inquilinos
a ampliar a oferta de moradia social
4 EXECUÇÃO DA OBRA pelo agente promotor privado.
de imóveis regularizados possam
no mercado residencial formal. Além adquirir sua moradia. FORMALIZAÇÃO DO atendimento para acesso ao crédi-
de financiamento para a produção e Todavia, faz-se necessário o to, contendo regras e condições de utilização do recurso,
acesso às unidades, esses mecanismos acompanhamento da utilização
4 com valores das prestações, juros e reajustes incidentes
INDICAÇÃO DA DEMANDA a ser atendida no empreendi-
podem incluir incentivos tributários e e tempo de amortização.
mento, a ser realizada pelo município, segundo critérios desse crédito, de modo a garantir
urbanísticos aos promotores privados. 5 de atendimento e priorização definidos pelo Conselho
Municipal de Habitação e pelas normativas específicas
que ele não se configure como um
Nesta modalidade está inserido instrumento de substituição da
da linha de financiamento acessada.
também o Programa Minha Casa população originária por grupos de
Minha Vida (PMCMV), principal maior renda, tampouco promova o FORMALIZAÇÃO DE CONTRATO de compra e venda
programa de provisão habitacional do MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO a partir de procedimentos aumento dos preços desses imóveis. 5 do imóvel.
governo federal, com financiamento 6 e indicadores desenvolvidos para esta modalidade. Sendo assim, a viabilização dessa
a juros subsidiados aos promotores modalidade está condicionada à
privados, enquanto garante acesso à criação de uma Imobiliária Pública,
moradia para famílias de baixa renda, apoiada pelas análises e informações
com subsídios variando conforme a geradas pelo Observatório Imobiliário
TRABALHO SOCIAL realizado pelo município, conforme
renda. A Promoção Privada de Moradia diretrizes estabelecidas pelas regulamentações inciden- a ser criado no âmbito desse PMH. 6 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO a partir de procedimentos
e indicadores desenvolvidos para o programa.
pode representar uma modalidade tes em todas as etapas do processo.
importante de viabilização de HIS
em Zeis e de produção de unidades
por meio da aplicação da Cota de onde? onde?
Solidariedade, prevista no PDE.
Em todo o município de São Paulo. Em todo o município de São Paulo.

56 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Provisão de Moradia 57
programa
Locação Social

O que é o Programa?

O programa Locação Social consiste na oferta de Moradia Social, ele poderá assumir o caráter de Viabilização de imóveis para
o programa Locação Social
unidades habitacionais para aluguel, em imóveis atendimento emergencial e transitório.
públicos, em áreas bem localizadas, com valores Para o atendimento habitacional definitivo, Priorização na destinação de produção de
de aluguel total ou parcialmente subsidiados e, a demanda prioritária do programa Locação So- habitação de interesse social em terrenos
mesmo que sem subsídio, acessíveis a famílias de cial será a oriunda do Serviço de Moradia Social. municipais nos Projetos de Intervenção Ur-
bana (PIU), Operações Urbanas Consorcia-
baixa renda. Além desse grupo, o programa visa oferecer res-
das (OUC) e Áreas de Intervenção Urbana
Mais do que ampliar o acesso à moradia digna, postas definitivas à demanda por incremento (AIU), bem como dos imóveis públicos re-
o programa tem como objetivo garantir a per- devido à coabitação indesejada e ao crescimen- abilitados em áreas centrais, incluídos os
manência das famílias de baixa renda em áreas to demográfico – por meio de cadastramento, a imóveis do INSS repassados à prefeitura em
em processo de valorização ou já valorizadas e, partir da definição de critérios de atendimento pagamento de dívidas para composição do
ainda, evitar que recursos públicos investidos e de priorização específicos para o programa – e, parque do programa Locação Social.
na aquisição fundiária e na produção dessas uni- indiretamente, à parte da demanda decorrente Instrumentos existentes
dades sejam drenados para o mercado imobiliá- de ônus excessivo com aluguel e de adensamen-
rio. Desse modo, a Locação Social apresenta-se to excessivo. •  Desapropriação Amigável
como um dispositivo importante de contenção •  Desapropriação Parcial (pavimentos Proposta de Parcerias Público-Privadas (PPPs)
dos processos de gentrificação em áreas centrais Qual é a proposta? superiores) para viabilização de imóveis para o programa Locação Social
e valorizadas, e de regulação dos preços de alu- •  Dação em Pagamento
guel. O programa Locação Social terá duas fases de Reabilitação Produção de unidades novas
•  Arrecadação por Abandono
De fato, uma vez que a produção pública de implementação. A primeira fase tem como ob- 1  Transferência do imóvel municipal para Cohab-SP, 1  Transferência do terreno municipal para Cohab-SP,
habitação para locação social ganhe envergadu- jetivo oferecer alternativas ao passivo atual do •  Doação de Imóveis ou terrenos com
quando necessária. quando necessária.
Transferência de Potencial Construtivo
ra, o programa assume um papel importante na atendimento emergencial e transitório, e se dará
2  Avaliação do imóvel e análise dos custos da reabi- 2  Desenvolvimento de estudo de viabilidade físico-
regulação dos valores praticados no mercado de por meio da destinação das unidades viabiliza- •  Consórcio Imobiliário articulado com
litação com definição de custo máximo por unidade financeira com definição de custo médio e número
aplicação do Peuc
aluguel, contribuindo, de certa forma, para a sua das pelo programa Locação Social ao atendimen- habitacional. mínimo de unidades habitacionais.
redução. Essa externalidade positiva contribui, to da modalidade 3 do Serviço de Moradia Social. •  Cota de Solidariedade (quando em MEM
3  Modelagem financeira para desenvolvimento do 3  Modelagem financeira para desenvolvimento do
em grande medida, para o enfrentamento do Na segunda fase, a produção das unidades ha- ou MUC)
edital de chamamento público, em que o imóvel en- edital de chamamento público em que o terreno e o
ônus excessivo com o aluguel, que atinge grande bitacionais no âmbito do programa Locação So- •  Herança Vacante tra como garantia. imóvel entram como garantia.
parte das famílias de baixa renda residente em cial será destinada ao atendimento habitacional •  Remanescentes de Desapropriação 4  Lançamento de edital de chamamento público 4  Lançamento de edital de chamamento públi-
domicílios alugados no município. de caráter definitivo. para reabilitação e gestão patrimonial por tempo co para produção e gestão patrimonial por tempo
•  Otimização de áreas institucionais (com-
Para este programa, a aquisição de terrenos ou Para a estruturação do programa Locação partilhamento com outros equipamentos)
determinado em função dos custos de reabilita- determinado em função dos custos de construção*
imóveis, pode se dar pela destinação obrigatória Social, foram definidas duas modalidades em ção* e de manutenção patrimonial**, das retribui- e de manutenção patrimonial**, das retribuições fi-
de 30% dos recursos do Fundurb para esse fim. função da diversificação da forma de gestão con- ções financeiras e receitas oriundas da exploração nanceiras e receitas oriundas da exploração das áre-
das áreas térreas de uso não residencial. as térreas de uso não residencial.
dominial e social dos empreendimentos. As mo-
Quais necessidades enfrenta? dalidades propostas são: 5  Seleção de empresa proponente que apresentar a 5  Seleção de empresa proponente que apresentar
melhor proposta financeira (menor custo de reabili- a melhor proposta financeira (menor custo de cons-
1  Locação Social de Promoção Pública tação e de manutenção patrimonial). trução e de manutenção patrimonial).
O programa Locação Social visa proporcionar
2  Locação Social por Autogestão
atendimento habitacional em caráter definitivo.
* Isenções tributárias, como de ISS, devem ser computadas na modelagem financeira. ** Nos casos de PPP, agente privado será o responsável pela realização
Todavia, quando suas unidades habitacionais
da gestão patrimonial dos pavimentos residenciais e das gestões patrimonial e condominial do térreo de uso não residencial.
forem ofertadas à modalidade 3 do Serviço de

58 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Provisão de Moradia 59
1
modalidade 2
modalidade
Locação Social de Promoção Pública Locação Social por Autogestão

o que é? como funciona?


como funciona? o que é? como funciona?
como funciona?
A Locação Social de Promoção Fase 1
A Locação Social por Autogestão é
Pública é a modalidade do programa a modalidade do programa Locação CHAMAMENTO PÚBLICO para habilitação e cadastramento
Locação Social que oferece unidades 1 VIABILIZAÇÃO DO IMÓVEL (ver quadros nas páginas 58-59). Social que viabiliza a construção de 1 de entidades interessadas em participar da modalidade.
habitacionais para aluguel em unidades habitacionais em imóveis
imóveis públicos, para atendimento públicos para atendimento em
em caráter definitivo, com valores caráter definitivo, por meio da oferta
de aluguel acessíveis às famílias de de moradia a valores de aluguel
DESTINAÇÃO DAS UNIDADES para o atendimento no âmbito
2 Viabilização do Imóvel
baixa renda oriundas do Serviço 2 da modalidade 3 do Serviço de Moradia Social. acessíveis às famílias de baixa renda
de Moradia Social e de cadastro indicada por entidades organizadoras,
específico do programa. mobilizadas por chamamento público,
Essa modalidade prevê a REALIZAÇÃO DA GESTÃO do empreendimento (conforme segundo critérios de atendimento
definido no plano de trabalho a ser elaborado pelas secretarias e priorização estabelecidos por APRESENTAÇÃO DE PLANO DE GESTÃO condominial e
permanência das famílias nos
3 envolvidas, prevendo a atuação e responsabilidade de cada
regulamentação específica desta
3 social do empreendimento pelas entidades interessadas.
imóveis locados por longo prazo, uma delas, com a possibilidade de participação, por meio
permitindo que as mesmas de parceria, de Organizações Sociais sem fins lucrativos). modalidade. As entidades serão
estabeleçam vínculos comunitários e responsáveis pela realização da
participem da gestão condominial. gestão condominial e social dos
Fase 2 empreendimentos. 4 SELEÇÃO DA ENTIDADE ORGANIZADORA, conforme
critérios definidos por regulamentação específica.
1 Viabilização do Imóvel Também nessa modalidade é prevista
a permanência de longo prazo nos
imóveis pelas famílias atendidas.
INDICAÇÃO DA DEMANDA pela entidade organizadora

2
Seleção da demanda conforme critérios de atendimento 5 selecionada, conforme critérios de atendimento e de
priorização definidos por regulamentação específica.
e de priorização definidos por regulamentação específica.

FORMALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO por meio de contrato


3 Formalização do atendimento contrato
contendo regras e condições do atendimento.
6 contendo regras e condições do atendimento.

REALIZAÇÃO DA GESTÃO do empreendimento (conforme REALIZAÇÃO DA GESTÃO do empreendimento (conforme


definido no plano de trabalho a ser elaborado pelas secretarias definido no plano de trabalho a ser elaborado pelas secre-

4 envolvidas, prevendo a atuação e responsabilidade de cada 7 tarias envolvidas, prevendo a atuação e responsabilidade de
cada uma delas, com a possibilidade de participação, por
uma delas, com a possibilidade de participação, por meio
de parceria, de Organizações Sociais sem fins lucrativos). meio de parceria, de Organizações Sociais sem fins lucrativos).

MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO da gestão realizada

5 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO a partir de procedimentos 8 pelas Entidades Organizadoras a partir de procedimentos


e indicadores desenvolvidos para esta modalidade. e indicadores desenvolvidos para esta modalidade.

onde? onde?
Todo o município, prioritariamente em MEM, MUC, OUC, AIU e PIU. Todo o município, prioritariamente em MEM, MUC, OUC, AIU e PIU.

60 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Provisão de Moradia 61
programa modalidade única
Locação Social de Mercado Locação Social de Mercado

o que é? como funciona?


como funciona?
O programa Locação Social de Mercado
pretende aumentar a oferta de imóveis
CHAMAMENTO PÚBLICO aos proprietários interessados
O que é o programa? de aluguel acessíveis a famílias de 1 em aderir ao programa.
baixa renda. Para tanto, a Sehab
Para além do programa Locação Social em par- gulação dos valores praticados no mercado de realizará uma dupla intervenção.
que público, apresentado nas páginas 58 e 59, é aluguel, contribuindo para a sua redução. Como De um lado, poderá oferecer
importante que a política habitacional promova em outras modalidades descritas anteriormente, incentivos tributários, financeiros
a regulação do mercado privado de aluguéis, ala- tal externalidade positiva do programa Locação e urbanísticos para estimular
vancando uma oferta condizente com as faixas Social de Mercado contribui, em grande medida, proprietários a adaptar, qualificar e
de renda mais baixas. Tal dinâmica auxiliaria na para o enfrentamento do ônus excessivo com o colocar seus imóveis para alugar a
diminuição da pressão da demanda por moradia, aluguel, que atinge parte importante das famí- preços compatíveis com as políticas ESTABELECIMENTO DOS INCENTIVOS a depender das con-
uma vez que parte dela conseguiria obter solu- lias de baixa renda residente em domicílios alu- municipais. De outro lado, a Sehab
2 dições do imóvel, conforme regulamentação específica.
ções adequadas no âmbito desse mercado priva- gados no município. poderá conceder apoio financeiro
do de aluguéis. Para fundamentar a definição dos patamares por meio da Bolsa Aluguel aos
O programa Locação Social de Mercado tem máximos de valores de aluguel para o programa,
beneficiários da política habitacional,
como objetivo ampliar a oferta de imóveis, em bem como acompanhar as dinâmicas de ociosi-
de tal maneira que viabilize a eles
condições dignas, no mercado privado de aluguel dade e liquidez no mercado de locação, o PMH
alugar imóveis particulares no
para baixa renda, por meio de incentivos tributá- propõe a criação de um Observatório Imobiliário
âmbito do programa Locação
rios, financeiros e urbanísticos aos proprietários, para analisar o comportamento do mercado de
por um lado, e de apoio financeiro aos beneficiá- aluguéis, sobretudo nas áreas centrais e em pro-
Social de Mercado. 3 FORMALIZAÇÃO DO TERMO DE ADESÃO do proprietário.

rios, por outro lado, por meio da Bolsa Aluguel. cesso de valorização. O grande potencial de ampliação do
Para aumentar o interesse do setor privado programa Locação Social de Mercado
em direcionar seu imóvel e/ou produzir unida- Quais necessidades enfrenta? deve repercutir na forma de pressão
des habitacionais para o Locação Social de Mer- pela redução dos valores praticados
cado, propõe-se oferecer incentivos tributários O programa Locação Social de Mercado visa am- no mercado de aluguel em geral. Com
e urbanísticos aos proprietários ou agentes pro- pliar o atendimento habitacional por meio da re- isso, promove-se o enfrentamento
motores que aceitem disponibilizar para aluguel gulação do mercado privado de aluguéis. Even- do ônus excessivo com aluguel,
unidades habitacionais a valores determinados tualmente, parte da demanda pode ser oriunda retirando do contingente total do CRIAÇÃO DE PROCEDIMENTOS para acompanhamento
pela prefeitura, dentro de patamares de aluguel do Serviço Social de Moradia, quando beneficia- déficit habitacional uma grande 4 periódico e controle dos requisitos de enquadramento
no programa.
social definidos, variáveis por região. O benefí- da pela Bolsa Aluguel.
quantidade de famílias de baixa
cio duraria enquanto o proprietário mantivesse Além desse grupo de atendimento prioritário,
renda (até três salários mínimos) que
a oferta nessas condições. o programa visa oferecer respostas definitivas à
hoje gastam mais de um terço de sua
Já os valores de subsídio aos inquilinos que demanda por incremento devido à coabitação
renda com a locação de sua moradia.
queiram acessar moradias de aluguel social de indesejada e ao crescimento demográfico – por
mercado poderão variar, até um patamar máxi-
Também se incluem entre os possíveis
meio de cadastramento, a partir da definição de
mo definido em função da capacidade de com- critérios de atendimento e de priorização especí- beneficiários a participar do programa
prometimento da renda familiar do beneficiário. ficos para o programa – e, indiretamente, à parte as famílias que vivem em coabitação 5 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO a partir de procedimentos
e indicadores desenvolvidos para o programa.
Trata-se de uma variante da Bolsa Aluguel, em da demanda decorrente de ônus excessivo com indesejada ou em condição de
que o uso do benefício se dá junto à oferta no aluguel e de adensamento excessivo. adensamento excessivo.
mercado privado que esteja dentro dos patama-
res de preços estabelecidos. onde?
Uma vez que a regulação do mercado privado
de aluguel para fins sociais ganhe envergadura, Em todo o município de São Paulo.
o programa assume um papel importante na re-

62 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Provisão de Moradia 63
linha programática

Intervenção
Integrada em
Assentamentos
Precários
linha programática
Intervenção Integrada em Assentamentos Precários

A 
política habitacional de São Paulo programas Urbanização (provisão de infraestru- apoio de trabalho social qualificado e fortaleci- Eixo Favelas, Loteamentos medida em que possibilita o planejamento e a nea em vários assentamentos, conformando um
deve estabelecer prioridades de tura, equipamentos e serviços urbanos e recu- mento das instâncias de participação, como os e Conjuntos Irregulares coordenação das ações. Assim, em primeiro lu- perímetro mais abrangente de intervenção inte-
ação para reduzir efetivamen- peração ambiental), Regularização Fundiária e Conselhos Gestores de Zeis. gar, é necessário caracterizar os assentamentos grada, a depender das seguintes situações:
te a precariedade habitacional e Melhorias Habitacionais, além de acionar, quan- Esta linha programática, em seu eixo voltado Considerando que a precariedade habitacional e do ponto de vista de sua precariedade fundiária,
urbana no município. As linhas programáticas do necessário, as demais linhas programáticas às favelas, loteamentos e conjuntos irregulares, urbana presente nas favelas, loteamentos e con- urbanística e edilícia, conforme apresentado no •  proximidade ou contiguidade dos
Serviço de Moradia Social e Provisão de Mora- aqui propostas: o Serviço de Moradia Social e a constitui-se, então, em um aprimoramento das juntos habitacionais irregulares engloba aspectos item Necessidades Habitacionais no Município. assentamentos
dia atendem demandas de todo o território. O Provisão de Moradia. Já o eixo Cortiços é cons- ações em curso no sentido da efetivação das di- físicos, jurídicos, ambientais e sociais, que têm A partir dessa caracterização é possível classifi-
Serviço de Moradia Social, por exemplo, tende a tituído pelo programa Intervenção em Cortiços, retrizes de integração já apresentadas no Plano naturezas distintas, este eixo de atuação procu- car os assentamentos pelo tipo e grau de preca- •  ganhos urbanísticos e ambientais
privilegiar a região central em sua ação, embo- que se divide entre ações voltadas à melhoria Municipal de Habitação de 2009. ra a integração de ações de caráter complemen- riedade e assim orientar as ações necessárias e as
ra não exclusivamente. A Provisão de Moradia física dos imóveis e outras voltadas ao atendi- tar, organizadas nos seguintes programas, cujas possibilidades de integração entre os programas. •  disponibilidade de recursos financeiros
deve, por sua vez, estruturar-se o mais possível mento às famílias moradoras. ações impactam diretamente as necessidades ha-
ao longo dos eixos de transporte, áreas prioritá- O foco desta linha programática é o atendi- bitacionais identificadas: 2 . Caracterização das intervenções •  prioridade de acordo com as diretrizes
rias de adensamento propostas pelo Plano Dire- mento à população de baixa renda, com priori- da política habitacional, relacionadas da política
tor Estratégico (Lei n. 16.050/2014). dade para aqueles que residem em imóveis ou • Programa Urbanização: reúne ações a cada tipo de assentamento precário
Porém, a incidência ainda alta no território áreas insalubres, áreas de risco e áreas de pre- de urbanização e intervenções físicas, que Cada tipo de assentamento precário requer •  ação no mesmo território de outras políticas
de assentamentos marcados pela precariedade, servação permanente, prevendo, quando hou- consideram a provisão de infraestrutura, um conjunto de ações da política habitacional, ou existência de projetos no mesmo
muitos ainda irregulares, outros em áreas im- ver necessidade de remoções, o atendimento ha- equipamentos e serviços públicos, e a recu- que quando combinadas caracterizam o tipo
próprias, alguns em terrenos passíveis de con- bitacional, preferencialmente no mesmo local. peração ambiental dos assentamentos; de intervenção integrada para o enfrenta- Dessa forma, pretende-se retomar a integração
solidação, faz com que a Intervenção Integrada Esta linha programática procura ainda inte- mento dos problemas. de ações no desenvolvimento dos projetos rea-
em Assentamentos Precários deva ser, na ação grar a política habitacional de enfrentamento da • Programa Regularização Fundiária:  Nesse sentido, a cada tipo de assentamento lizados no âmbito no Concurso Renova SP. Para
da política habitacional, a primeira prioridade precariedade habitacional e urbana às demais engloba especificamente as ações voltadas precário corresponde um tipo de intervenção esses territórios, o Plano Municipal de Habita-
de atuação. As intervenções em áreas precárias políticas públicas que visam, por um lado, qua- à promoção da segurança da posse ou da integrada, o que permite planejar as ações tanto ção propõe que, após uma avaliação dos projetos
se valem de todas as demais linhas programá- lificar o ambiente urbano dos assentamentos e propriedade aos ocupantes das áreas; internamente à política habitacional quanto em e das propostas, sejam desenvolvidas estratégias
ticas propostas para o atendimento habitacio- integrá-los à cidade formal, por meio de ações articulação às ações de outras políticas públicas de articulação e implementação dos projetos que
nal, podendo encaminhar as famílias afetadas de promoção do saneamento ambiental integra- • Programa Melhorias Habitacionais:  que incidem nos assentamentos precários. possam qualificar o ambiente de forma gradu-
ao Serviço de Moradia Social, ou ao Locação do (serviços de abastecimento de água, esgota- agrupa ações que visam promover a ade- al e distribuída, em conjunto com os Conselhos
Social ou ao Provisão de Moradia para Aquisi- mento sanitário, limpeza pública e manejo de quação das moradias do ponto de vista da 3.  Integração das intervenções com ações Gestores que estão ativos no acompanhamento
ção, conforme a situação. Mas, além disso, estas resíduos sólidos e de drenagem), da mobilidade e salubridade e da segurança, bem como de de outras secretarias dessas ações. Esse conjunto de projetos deve in-
intervenções envolvem um leque muito maior acessibilidade locais, da provisão de equipamen- sua regularidade; Dando continuidade à proposta presente no Pla- tegrar as primeiras experiências de implemen-
de ações, intersetoriais e intersecretariais, pois tos e qualificação dos espaços públicos, da im- no Municipal de Habitação de 2009, de agrupar tação desse eixo da linha programática Inter-
abrangem obras de urbanização em diferentes plantação da rede de áreas livres e dos parques E, ainda, são propostos também Coordenadorias em um mesmo Perímetro de Ação Integrada venção Integrada em Assentamentos Precários.
graus de complexidade. lineares. Por outro lado, é fundamental articular de Ações Transversais e Grupos Técnicos, que (PAI) diversos assentamentos com graus de pre- A definição do perímetro de intervenção in-
Assim, com o objetivo de melhorar as con- essas intervenções, que se dão no território, às se articulam com os diversos programas dessa cariedade diferentes, (utilizando como unidade tegrada se dará então durante a realização da
dições de habitabilidade e a qualidade de vida políticas de promoção da cidadania, tais como linha programática. territorial a bacia hidrográfica, a partir de dire- primeira etapa de trabalho, que se configura
dos moradores de assentamentos precários, in- as políticas de saúde, educação, cultura, assis- triz de integração com a política de saneamento como um diagnóstico integrado da área. Nesse
tegrando-os à cidade formal, o Plano Municipal tência social, trabalho e geração de renda, com o Como funciona? ambiental), pretende-se aprimorar a integração diagnóstico será possível delimitar o perímetro
de Habitação propõe estruturar um conjunto reconhecimento e regularização das atividades das ações da política habitacional com outras de intervenção a partir da análise das possibili-
de ações para atuar de forma integrada no ter- comerciais e de serviço existentes nos locais, A fim de orientar as etapas de intervenção inte- políticas, incorporando ainda os novos instru- dades de integração com outras ações no mesmo
ritório, compondo a linha programática Inter- por exemplo, de modo que se possa enfrentar a grada nas favelas, loteamentos e conjuntos irre- mentos instituídos pelo Plano Diretor Estraté- território e também definir qual o instrumento
venção Integrada em Assentamentos Precários. dimensão de exclusão sócio-territorial de forma gulares, são propostas as seguintes ações: gico (ver Diretrizes para Estruturação da Política urbanístico mais apropriado para a realização
Esta linha programática foi estruturada a partir mais abrangente. Habitacional). das ações. É a primeira fase de elaboração do
de dois eixos de atuação, um voltado a favelas, Para tanto, é fundamental promover a par- 1. Identificação, caracterização e classifi- Nesse sentido, o eixo Favelas, Loteamentos e Plano de Intervenção Integrada.
loteamentos e conjuntos irregulares e outro vol- ticipação dos moradores nas diversas etapas do cação dos assentamentos precários Conjuntos Irregulares prevê, para além da inte-
tado aos cortiços. processo da intervenção urbanístico-fundiária, A identificação dos assentamentos precários e gração das ações de urbanização, regularização
O eixo Favelas, Loteamentos e Conjuntos Ir- desde a concepção até a implementação das o conhecimento sobre as precariedades de cada fundiária, melhorias habitacionais e provisão da
regulares tem como base e articula entre si os ações, e nas atividades de pós-ocupação, com um deles é o princípio da atuação integrada, na moradia, a combinação da intervenção simultâ-

66 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Intervenção Integrada em Assentamentos Precários 67
linha programática
Intervenção Integrada em Assentamentos Precários

4. Definição dos instrumentos


urbanísticos de integração das Assentamentos precários x intervenções
Os diferentes tipos de assentamentos precários e as respectivas possibilidades de intervenção
ações e desenvolvimento do Plano
de Intervenção Integrada
Seguindo as diretrizes para integração entre os Mapa ilustrativo dos tipos de assentamentos precários e de intervenções
diversos programas da política habitacional, o
Plano de Intervenção Integrada é o instrumento
proposto para diagnóstico e articulação das di- ASSENTAMENTO CONSOLIDADO
versas ações, no território e ao longo do tempo, com necessidade de regularização e melhorias

entre os diversos agentes. Ele deve ser elaborado


a partir de uma primeira caracterização da preca-
ASSENTAMENTO CONSOLIDÁVEL
riedade dos assentamentos e reunir os elementos
com necessidade de urbanização complexa,
projetuais, informações sobre as necessidades de regularização e melhorias

recursos financeiros, atribuições dos agentes en-


volvidos e prazos das ações, de forma a orientar
todo o desenvolvimento das intervenções. Plano de
Intervenção
A depender do território que está sendo ob- Integrada
jeto de intervenção, os instrumentos urbanís-
ASSENTAMENTO
ticos que podem ser acionados variam. Para os CONSOLIDÁVEL
assentamentos precários, predominantemente com necessidade
de urbanização sem
demarcados como Zeis 1, conforme estabelece o remoção, regularização
e melhorias
Plano Diretor Estratégico, Lei n. 16.050/2014, e
em conformidade à Lei Federal n. 11.977/2009, plano de urbanização de Zeis 1
devem ser elaborados os Planos de Urbanização (conforme PDE, Lei n. 16.050/2014)
de Zeis (ver quadro à direita), que ganham espe- ASSENTAMENTO CONSOLIDÁVEL
•  Análise sobre o contexto da área com necessidade de regularização e melhorias
cificidades conforme o território em que se situ-
am, como por exemplo nas áreas de proteção aos •  Cadastramento dos moradores
mananciais, que em sendo regidas por legislação •  Diretrizes, índices e parâmetros urbanís- ASSENTAMENTO não CONSOLIDÁVEL
com necessidade de atendimento habitacional
específica, requerem complementações ao esco- ticos para o parcelamento, uso e ocupação
po do Plano de Zeis e a realização de um Progra- do solo e instalação de infraestrutura
ma de Recuperação de Interesse Social (PRIS). •  Projetos das intervenções urbanísticas
Os Planos de Urbanização de Zeis consti- necessárias à recuperação física da área,
bem como seu dimensionamento finan-
tuem, assim, o instrumento de integração das Tipos de assentamentos precários
ceiro
ações da política habitacional entre si e com as não
demais políticas. O momento de concepção das •  Soluções para a regularização fundiária Consolidados consolidáveis
consolidáveis
dos assentamentos
intervenções, de elaboração do projeto de urba- sem necessidade conjuntos
simples sem simples com
nização e regularização fundiária, é fundamen- •  Soluções e instrumentos para viabilizar de provisão de habitacionais
remoção remoção
complexo remoção total
infraestrutura irregulares
tal para a integração das ações. Assim como a geração de emprego e renda

pactuação entre os agentes sobre as atribuições •  Critérios e procedimentos para o remem-


de cada um e os prazos para a consecução dos bramento de lotes Tipos de intervenções
objetivos do plano. Por isso, está se propondo o •  Formas de integração entre políticas urbanização, urbanização,
regularização
públicas urbanização, regularização regularização
reforço do papel deste instrumento como peça regularização fundiária,
regularização fundiária, fundiária,
fundiária e melhorias atendimento
técnica capaz de reunir e concatenar os elemen- •  Estimativas de custo e fontes de recurso melhorias habitacionais
fundiária e melhorias melhorias
habitacional
melhorias habitacionais habitacionais
habitacionais e atendimento
tos que compõem a intervenção integrada em habitacionais e atendimento e atendimento
•  Plano de ação social e de pós-ocupação habitacional
habitacional habitacional
assentamentos precários.

68 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Intervenção Integrada em Assentamentos Precários 69
programa
Urbanização

favelas urbanizadas e novas favelas entre 2009 e 2016


(PMH 2009 e Habisp março/2016)

• Mais de 70% dos domicílios beneficiados


1 2
por obras de urbanização pertenciam a
assentamentos grandes, com mais de 500 Recanto do Paraíso
domicílios. 4.000 domicílios

• Surgimento de favelas pequenas, contíguas


aos assentamentos já existentes

O que é o Programa?
2
O programa Urbanização, em articulação aos zação contempla obras de diferentes escalas no
demais programas da linha programática Inter- território, indo desde simples intervenções de
venção Integrada em Assentamentos Precários, complementação de infraestrutura até a urbani- 3
tem como objetivo específico promover inter- zação integral do assentamento.
venções físicas nos assentamentos a fim de sa-
nar suas inadequações urbanísticas e possibili-
tar a consolidação e a permanência de quem ali Qual é a proposta?
reside. Para isso, prevê a realização de obras de
complementação ou implantação de infraestru- O programa Urbanização conta com duas mo-
Jardim Icaraí
turas, a eliminação das áreas de risco, a qualifica- dalidades que procuram responder a formas 1.787 domicílios
Jardim Nazareth
1.081 domicílios
ção e recuperação ambiental dos assentamentos, distintas de atuar nos assentamentos precários. 3
bem como sua inserção no atendimento pelos As modalidades foram pensadas a partir de dois
serviços públicos e a provisão de equipamentos critérios:
públicos, quando possível. a)  a escala de intervenção, que envolve
graus distintos de complexidade dos projetos 1
Quais necessidades enfrenta? e das obras;
b)  a necessidade e possibilidade de integra-
O programa Urbanização visa atender a popula- ção com outras ações, por meio de um Plano Heliópolis
ção de baixa renda que reside nos assentamen- de Intervenção Integrada, o que abarca a 2.255 domicílios
tos precários passíveis de consolidação. Esses as- participação de outros agentes, para além dos
sentamentos apresentam carências em relação executores da política habitacional, trazendo
à infraestrutura urbana (rede de abastecimento maior complexidade para as intervenções.  Favelas  Favelas com grau
de urbanização revisto
de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo,  Favelas novas
 Favelas reclassificadas  Favelas urbanizadas
luz domiciliar, iluminação pública, pavimenta- As duas modalidades propostas são: como loteamentos cadastradas após 2009
 Favelas urbanizadas
ção das vias, drenagem) e, em alguns casos, uma 1 Urbanização Complexa
 Favelas removidas
removidas Complexo
  Favelas urbanizadas
precariedade na estruturação da malha viária, (antes de 2009)  Subprefeituras Vergueirinho
2 Pequenas Intervenções de Urbanização 1.007 domicílios
podendo apresentar inadequação na qualidade  Favelas urbanizadas  Hidrografia
(após 2009)   Limite mananciais
do acesso aos domicílios. Também podem existir São Francisco Global
5.485 domicílios
nesses assentamentos áreas de risco hidrológico
e geológico. Dessa forma, o programa Urbani-

70 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Intervenção Integrada em Assentamentos Precários 71
1
modalidade 2
modalidade
Urbanização Complexa Pequenas Intervenções de Urbanização

o que é? como funciona? o que é? como funciona?


A modalidade Urbanização A modalidade Pequenas Intervenções
Complexa visa articular ações de Urbanização visa promover
Organizar as demandas por pequenas intervenções de
voltadas ao enfrentamento, de Desenvolvimento do Plano de Intervenção In- obras de menor porte no território
urbanização advindas dos projetos em desenvolvimento
forma integrada, da precariedade tegrada/ Plano de Urbanização de Zeis realizado dos assentamentos precários 1 pela Sehab, de comunidades, associações e órgãos públi-
habitacional, urbanística e fundiária 1 de maneira conjunta com o Plano de Regularização
Fundiária, com o programa Melhorias Habitacionais e
consolidáveis com o objetivo de cos para priorização das áreas de atuação, em consonância
nos assentamentos consolidáveis. melhorar as condições urbanas, com as ações do programa Regularização Fundiária.
programa Provisão de Moradia.
O principal agente promotor é eliminando ou minimizando de
o município, que desenvolverá forma ágil situações de precariedade
ou contratará projetos e obras, e insalubridade. Estas obras podem
organizará a demanda e administrará ser tanto promovidas diretamente
os recursos. Propõe-se a elaboração pela Sehab quanto resultar de Estabelecer gestão compartilhada das equipes da

de um Plano de Intervenção articulação com outras secretarias 2 Sehab com subprefeituras e demais agentes envolvidos,
para a concepção e implementação das ações.
Integrada, que articule, desde a fase que desenvolvem ações de melhoria
de diagnóstico, as ações voltadas à Execução e Aprovação do projeto pelo Conselho nos bairros, a saber, Secretaria de
qualificação urbanística e ambiental, 2 Gestor e pela Comissão de Avaliação de Empreendimentos
Coordenação das Subprefeituras,
de Habitação de Interesse Social (CAEHIS).
à regularização fundiária e, ainda, à Secretaria de Obras e Infraestrutura
melhoria das moradias. Urbana, Secretaria de Serviços
São previstas intervenções Urbanos, etc. Consolidação de propostas e de projeto a partir
do desenvolvimento de um Banco de Projetos que agre-
diferenciadas em função do grau de
precariedade dos assentamentos.
Esta modalidade é voltada para:
3 gue soluções típicas de complementação de infraestrutu-
Assentamentos consolidáveis ras, em integração com as ações de Regularização Fundiá-
Para os que demandam urbanização que demandam intervenções de ria e o programa Melhorias Habitacionais.
simples com remoções, são previstos urbanização simples sem remoção,
projeto e obra de complementação cujas características físicas e
Contratação e Execução da Obra
de infraestrutura (micro drenagem,
redes de água e esgoto, pavimentação,
3 em consonância com o programa Melhorias
Habitacionais e com programa Provisão de Moradia.
ambientais dos terrenos em que se
situam permitem a sua consolidação
iluminação), que podem ser Contratação para obra com diversas possibilidades de
a partir da realização de obras
executados com as subprefeituras, e simples de complementação de 4 arranjos: articulação entre os gestores e empreendedores
locais, com grupos de economia solidária, com grupos de
exigem remoções pontuais. E, para infraestrutura e que possuem baixa assistência técnica visando a autogestão, entre outros.
os que demandam urbanização ou média densidade e traçado viário
complexa, projeto e obra de relativamente regular.
infraestrutura de grande porte (viário,
Realização de urbanização gradual
mitigação de risco e contenção de
Acompanhamento pós obra de maneira integrada
nos assentamentos consolidáveis,
encostas, drenagem, redes de água e
com as etapas do programa Regularização Fundiária e em consonância com o Plano de
esgoto, pavimentação, iluminação),
que podem ser executadas com
4 com Coordenadorias de Ações Transversais – programa
Assistência Técnica, Jurídica e Social e programa Pós
Intervenção Integrada e seu projeto
5 Execução da obra, em parceria, quando necessário,
de urbanização e regularização com o programa Melhorias Habitacionais.
outros órgãos municipais e exigem Intervenção e Integração aos Serviços e Controle Urbanos.
fundiária, enfrentando as situações
muitas remoções. Para o atendimento
urgentes que podem ser equacionadas
das famílias removidas, devem
com pequenos investimentos de
ser produzidas novas moradias, onde? recursos.
onde?
preferencialmente dentro do
perímetro de intervenção. Em assentamentos precários consolidáveis, que tenham necessidades de remoções Em assentamentos precários consolidáveis em todo o município de São Paulo.

72 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Intervenção Integrada em Assentamentos Precários 73
programa
Regularização Fundiária

Podemos agrupar as ações relativas ao processo de


regularização fundiária em três grandes macro processos:

O que é o Programa? processos precariedades ações instrumentos

O programa Regularização Fundiária, com base pode ser verificada dentro do perímetro de um assentamentos consolidados, que não necessi-
nos instrumentos jurídicos e urbanísticos da mesmo assentamento, que apresenta uma hete- tam de obras de urbanização, ou para assenta-
política urbana, presentes no Plano Diretor rogeneidade de situações que devem ser enfren- mentos consolidáveis, que requerem interven- a regularização da base Desconformidade entre Correção do registro do •  Demarcação urbanística
Estratégico, propõe que a partir do reconhe- tadas por intervenções integradas que deem ções físicas para sua consolidação. fundiária: conjunto de o desenho urbano existente limite do assentamento •  Desapropriação
ações e instrumentos que e o registro no Cartório e de seu parcelamento
cimento da realidade socioterritorial de cada conta de sua complexidade. Por outro lado, há De forma geral, por ser um procedimento •  Projeto de Regularização Fundiária
visam a conformidade entre de Registro de Imóveis junto ao Cartório de
assentamento seja promovido o direito à posse um conjunto de assentamentos, considerados administrativo, o poder público municipal, por parcelamento atual ou •  Estudo Técnico
Registro de Imóveis
e à permanência dos moradores de áreas ocu- consolidados, em que a intervenção deve focar meio da Secretaria de Habitação, é o agente pro- decorrente das intervenções •  Plano de Urbanização de Zeis
padas informalmente e a ampliação do acesso à fundamentalmente na eliminação de sua irregu- motor da regularização fundiária, seja executan- urbanísticas e o registro no
terra urbanizada, por meio da titulação de seus laridade fundiária. do as diversas ações internamente, com corpo Cartório de Registro de Imóveis.
ocupantes, com prioridade para as famílias de Assim, este programa visa atender o conjunto técnico próprio, seja oferecendo apoio aos pró-
baixa renda. de assentamentos precários identificados pelo prios beneficiários da regularização, individual
Plano Municipal de Habitação, operando com ou coletivamente, ou a entidades e associações
Quais necessidades enfrenta? maior ou menor grau de integração em relação comunitárias para o acesso a recursos para a as-
às demais ações que compõem a linha progra- sistência técnica, jurídica e social gratuita para •  Usucapião Especial Urbano
O programa Regularização Fundiária tem por mática Intervenção Integrada em Assentamen- promoção de ações de regularização fundiária •  Legitimação de posse
prioridade enfrentar a precariedade que se ma- tos Precários, desde que atendam ao menos um (ver Coordenadorias de Ações Transversais - pro- a regularização da posse  usência de vínculo formal
A Outorga de títulos de •  Alienação
nifesta na insegurança em relação à posse ou dos seguintes critérios, que configuram a Regu- grama Assistência Técnica, Jurídica e Social). ou da propriedade: conjunto de entre os atuais ocupantes posse ou propriedade •  Concessão de Direito Real de Uso (CDRU)
propriedade da terra vivenciada pela população larização de Interesse Social, de acordo com a Lei ações e instrumentos que visam e os proprietários da área aos atuais ocupantes dos
•  Concessão de Uso Especial
o registro em nome do atual domicílios
que reside nos assentamentos caracterizados Federal 11.977/2009: para fins de Moradia (CUEM)
possuidor de um imóvel na sua
pela irregularidade fundiária. (I) área esteja ocupada, de forma mansa e pací- respectiva matrícula. •  Adjudicação Compulsória
São várias as formas de irregularidade pre- fica, há, pelo menos, 5 (cinco) anos; •  Plano de Regularização de Lotes
sentes no território urbano da cidade, a depen- (II) assentamentos localizados em Zeis; ou •  Doação e venda
der das características dos assentamentos em (III) em áreas declaradas de interesse social
relação à propriedade da terra (se estão em áreas para implantação de projetos de regularização
públicas ou privadas), à origem e forma da ocupa- fundiária de interesse social.
ção (se espontâneas, como as favelas; induzidas,
como nos loteamentos clandestinos ou irregu- Qual é a proposta? a regularização Informalidade Oficialização do •  Portarias
lares; ou ainda, promovidas pelo Poder Público, administrativa: conjunto administrativa viário existente, •  Decretos
de ações e instrumentos que e cadastral atualizações cadastrais
como os conjuntos habitacionais irregulares), à Este Plano Municipal de Habitação propõe uma •  Atos administrativos
visam a inserção do assentamento e desdobramento fiscal
ocorrência ou não de intervenções públicas an- modalidade para o programa Regularização Fun-
na rotina administrativa da
teriores, entre outros aspectos (ver Necessidades diária, dado que suas etapas e os procedimentos cidade mediante a oficialização
Habitacionais no município). envolvidos não variam em relação aos tipos de do sistema viário e o
Essa diversidade de irregularidades também assentamentos precários, sendo os mesmos para desdobramento fiscal.

74 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Intervenção Integrada em Assentamentos Precários 75
modalidade única
Regularização Fundiária de Assentamentos Precários

como funciona?

Regularização da Base Fundiária,


Domínio da Gleba e Parcelamento do Solo

1 2 3 4 5 6
Pesquisa fundiária Diagnóstico do assentamento levantamento Definição dos instrumentos Projeto de Regularização Fundiária Licenciamento e aprovação Registro do parcelamento
topográfico cadastral, cadastro físico e social, de regularização fundiária parcelamento (lotes, vias públicas, espaços de uso do Projeto de Regularização Fun- junto ao Cartório de Registro de
em articulação com os programas coletivo etc) e memorial descritivo, de maneira diária: Licenciamento ambiental Imóveis, com ou sem abertura ou
Urbanização e Melhorias Habitacionais concomitante com o programa Urbanização e aprovação do parcelamento retificação da matrícula da gleba
e programa Melhorias Habitacionais

Regularização da Posse
ou da Propriedade

1 2 3
Coleta e análise Elaboração dos títulos, Orientação para o registro
de documentos providências de cartório e entrega dos títulos individuais e/ou coleti-
dos beneficiários dos títulos às famílias beneficiárias vos em nome dos beneficiários

Regularização Administrativa
Nosso Bairro
Rua do nosso bairro
250 a 460

1 2 3 4 5 6 7 8
Oficialização Vistoria Elaboração Escolha dos nomes Elaboração da minuta Lançamento Elaboração de planta de Envio à Secretaria
do Viário para verificação das de laudo técnico em conjunto com de decreto Fiscal parcelamento com medidas e in- de Finanças
condições técnicas das vias de cada via a comunidade formações cadastrais dos lotes que
apresentam acesso ao viário oficial

76 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Intervenção Integrada em Assentamentos Precários 77
programa
Melhorias Habitacionais

O que é o Programa?
2  Melhorias de Conjuntos Habitacionais
O programa Melhorias Habitacionais visa pro- desses assentamentos, as moradias autoconstru-
Irregulares, promovidos pelo poder pú-
mover melhores condições de habitabilidade ídas apresentam diferentes fatores que determi-
blico:realiza a readequação e requalificação
em moradias consolidadas ou passíveis de con- nam sua remoção ou consolidação dentro dos
das edificações, do ponto de vista condomi-
solidação, atuando de maneira integrada com projetos de urbanização. Podemos citar como
nial, de forma a permitir sua regularização
o programa Regularização Fundiária e o pro- exemplo a própria precariedade construtiva da
edilícia e fundiária.W
grama Urbanização, por meio da realização de habitação, a localização em área de risco ou fren-
reformas e ampliações das casas, com apoio de te de obra e a necessidade de desadensamento de Além da integração com os demais programas
assistência técnica pública e gratuita para famí- uma área de intervenção. propostos, para ambas as modalidades, são pre-
lias de baixa renda. Partindo-se do pressuposto que os moradores vistas ações de assistência técnica e social, no
Mais especificamente, visa garantir padrões devem ser mantidos, sempre que possível, no pe- desenvolvimento dos projetos em diálogo com
construtivos satisfatórios para as moradias, con- rímetro do assentamento em que vivem, o pro- as famílias, na concepção de estratégias para sua
siderando aspectos de segurança e salubridade, jeto de melhorias é fundamental para assegu- implementação e na orientação para a realiza-
desde a estrutura das edificações até as boas con- rar que as habitações a serem consolidadas não ção das obras.
dições de conforto ambiental, atuando em duas perpetuem em situação de precariedade. Além O programa busca ainda diversificar a de-
frentes: nos assentamentos precários e nos con- disso, é possível por meio do projeto de melho- manda a ser atendida, buscando possibilitar o
juntos habitacionais irregulares, promovidos rias adequar moradias para acomodar famílias atendimento a um número maior de famílias.
pelo Poder Público. numerosas, por exemplo. Também, a integração São previstas faixas de atendimento que vão
ao projeto de urbanização e regularização per- desde o pleno subsídio para a realização da me-
mite incorporar como fator determinante para a lhoria habitacional (envolvendo custos de assis-
Quais necessidades enfrenta? remoção de moradias a qualidade da edificação, tência técnica, material e equipe de obra) para
o que pode evitar a perda de casas mais conso- aqueles que não possuem renda, até a subven-
Os três aspectos de uma intervenção integrada de lidadas e também possibilitar a reconstrução de ção apenas da assistência técnica, considerando
qualidade - urbanização, regularização fundiária casas no mesmo local, diminuindo a necessidade famílias de baixa renda que ainda assim podem
e habitação de qualidade - devem ser indissociá- de reassentamentos. arcar com os custos de material e equipe de
veis para acabar com a situação de precariedade e obra. Dessa forma, um mesmo recurso público
a efetivação do direito à moradia digna. Por tanto, Qual é a proposta? pode atender um maior número de famílias, pe-
a intervenção integrada em favelas, loteamentos las diversas formas de financiamento e contri-
e conjuntos habitacionais irregulares não deve O programa Melhorias Habitacionais compreen- buição propostos, sendo previsto o retorno dos
ser realizada de forma parcial, de maneira que de duas modalidades de atuação, a partir do tipo investimentos aplicados, de forma a recompor
resulte na consolidação da precariedade. Assim, de assentamento precário envolvido: o Fundo Municipal de Habitação para prosse-
este programa procura incorporar a superação 1  Melhorias Habitacionais Integradas: guimento do programa.
da precariedade das edificações como meta asso- promove a melhoria ou ampliação das casas
ciada ao processo de urbanização e regularização passíveis de consolidação, de forma a eli-
dos assentamentos precários. minar situações insalubres e inseguras e
Dada a complexidade das formas de ocupação aquelas de adensamento excessivo.

78 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Intervenção Integrada em Assentamentos Precários 79
modalidade1 modalidade2
Melhorias Habitacionais Integradas Melhorias de Conjuntos Habitacionais Irregulares

o que é? como funciona? o que é? como funciona?


Esta modalidade é prevista Elaboração de Diagnóstico e Mapeamento, Esta modalidade tem como
para assentamentos irregulares 1 considerando o Plano de Intervenção Integrada, nos objetivo a realização de obras de Caracterização dos conjuntos habitacionais irre-

consolidáveis que estão em processo seguintes aspectos: diagnóstico físico e social, recursos reforma e adequação edilícia das 1 gulares, de forma a orientar as ações e a priorização das
intervenções.
financeiros disponíveis, formas de operacionalização
de urbanização e regularização áreas condominiais de conjuntos
de cada etapa.
fundiária. A ação é promovida pela habitacionais de interesse social de
Sehab e atua de maneira conjunta promoção pública, a fim de possibilitar
Construção de critérios de atendimento e definição
com o processo de urbanização 2 da demanda prioritária em conjunto com os moradores sua regularização fundiária e
e regularização fundiária, sendo de cada área de intervenção. edilícia e a comercialização das
fundamental a parceria com os unidades habitacionais. Constitui
técnicos de projeto e obra e equipe de Preparação para realização das obras a partir
de mapeamento das situações a receber melhorias
um aprimoramento do Programa 2 Diagnóstico fundiário, físico e social
do empreendimento.
trabalho social (ver Coordenadorias habitacionais com a definição de prioridades de intervenção. 3Rs, que é vigente atualmente na
Transversais – programa Assistência regularização, recuperação dos
a) Definição da forma de operacionalização dos recursos
Técnica, Jurídica e Social). créditos e revitalização dos conjuntos
financeiros e da gestão das melhorias habitacionais
As melhorias habitacionais devem ser habitacionais da Sehab.
discutidas com os moradores durante 3 b) Constituição, capacitação e qualificação da equipe
de obra. A equipe de obras deve ser composta
A modalidade então deve estar Elaboração de projeto das obras em consonância
todo o processo de urbanização, preferencialmente por pequenos empreiteiros ou integrada às ações de regularização 3 com o Plano de Intervenção Integrada, que contempla
os aspectos da Regularização Fundiária.
desde diagnóstico e definição das cooperativas de construção, com participação dos fundiária e do trabalho social,
famílias a serem removidas, até o moradores locais, quando possível. podendo eventualmente demandar
início das obras nas moradias a serem c) Elaboração de projetos, quantitativos de materiais, atendimento habitacional para
consolidadas, sendo fundamental orçamentos e cronograma das obras de Melhorias pessoas que ocupam áreas internas
o trabalho social em todas as etapas Habitacionais, prevendo responsabilidade técnica ou lindeiras aos condomínios de
e participação dos moradores.
do processo. Nas áreas irregulares forma irregular. Também devem ser
consolidadas onde não há obras de previstas ações para a regularização
4 Execução das obras

urbanização, as etapas e o diagnóstico 4 Realização das obras, com acompanhamento


e orientação técnica. de unidades comerciais que eventual-
das moradias a receberem melhorias mente configurem a única fonte de
habitacionais também devem seguir a renda de moradores dos conjuntos,
mesma lógica. de forma a promover o uso misto dos Regularização Edilícia junto aos órgãos competentes
Construção de Regras de Uso e Ocupação do de maneira integrada com as propostas do Grupo Técnico
empreendimentos e a articulação
As obras de reforma e ampliação das
5 Solo e de Convivência para cada área de intervenção
com ações de geração de renda. Por
5 Parâmetros e Normas para HIS: requalificação de edifícios
moradias em questão, bem como e orientações para regularização edilícia, em integração e melhorias habitacionais.
a assistência técnica, devem ser com a Coordenadoria de Ações Transversais Pós-Inter- fim, todas as fases para a realização
oferecidas a fundo perdido para as venção e Integração aos Serviços e Controle Urbanos. das melhorias habitacionais devem
famílias de mais baixa renda nos ser realizadas em parceria com
assentamentos, sendo possível uma assistência técnica, equipe de obra
Consolidação das informações, divulgação e
complementação de recursos com 6 avaliação dos resultados. Consolidação de banco de e equipe de trabalho social.
o acesso a microcrédito ou a carta instrumentais técnicos, tais como projetos de soluções 6 Ações de Pós-obra: orientações para manutenção
e ocupação das áreas comuns.
típicas, planilhas de orçamento e medição, formulários
de crédito para aqueles cuja renda
de vistoria e atendimento.
permita. Os critérios de priorização
para o investimento dos recursos
devem ser construídos em conjunto onde? onde?
com os moradores e com o Conselho
Gestor de Zeis. Em assentamentos precários consolidáveis e consolidados Conjuntos Habitacionais Irregulares de promoção pública

80 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Intervenção Integrada em Assentamentos Precários 81
linha programática programa
Intervenção Integrada em Assentamentos Precários Intervenção em Cortiços

Eixo cortiços
Como se estrutura a intervenção
integrada em assentamentos precários
no eixo voltado aos cortiços? •  Incremento da oferta habitacionalpara
Para o enfrentamento da precariedade habita- O que é o Programa? essa população nas regiões dotadas de infra-
cional presente nos cortiços, é fundamental em- •  disponibilidade de recursos financeiros estrutura urbana, pelas diversas modalidades
preender ações que respondam à diversidade de O programa Intervenção em Cortiços tem como •  prioridade de acordo com as diretrizes de provisão de moradia propostas, estabele-
situações encontradas nas regiões onde eles se princípio a ampliação do estoque habitacional da política cendo outros patamares de qualidade para
inserem, bem como aos distintos perfis demográ- nas áreas dotadas de infraestrutura urbana para •  ação no mesmo território de outras unidades habitacionais e para as relações
ficos e de renda de seus moradores. A estratégia fixação da população de baixa renda e à margem políticas ou existência de projetos de locação ou propriedade.
é organizar as ações de acordo com as peculiari- da cidade formal, que habita precariamente imó- no mesmo local
dades de cada situação, sem perder o foco na di- veis em condições inadequadas (estado físico e Qual é a proposta?
mensão urbana e socioeconômica dos cortiços. espaços internos exíguos), além das irregularida- Quais necessidades enfrenta?
A definição do perímetro de intervenção terá des de contratos e valores de aluguel praticados. Preliminarmente, duas tipologias de espacializa-
como base um diagnóstico da área, que identi- projeto de Intervenção Neste sentido, o programa tem como objetivo O Programa estrutura-se a partir de três estratégias ção dos cortiços na cidade foram identificadas:
ficará as possibilidades de integração das ações para Zeis 3 promover a qualificação dos imóveis existentes, de enfrentamento da precariedade habitacional:
(conforme PDE, Lei n. 16.050/2014)
voltadas à qualificação do imóvel e à garantia do que compõem, em condições bastante precárias, 1  Cortiços distribuídos de maneira esparsa
•  Atendimento à população moradora
acesso à moradia digna aos seus moradores com •  Análise sobre o contexto da área parte da oferta do mercado informal de aluguel, no território, permitindo ações isoladas no
em cortiço, pela precariedade habitacional
outras ações no território, fornecendo subsídios e, por meio de dispositivos legais e econômicos, imóvel, ou de acordo com a situação desdo-
•  Cadastramento dos moradores enfrentada, como demanda potencial, buscan-
para a elaboração de um Plano de Intervenção interferir nas relações desse mercado. brada do imóvel na quadra ou no entorno
•  Diretrizes, índices e parâmetros urbanís- do formas de constituição do acesso à moradia
Integrada em área precária. O programa poderá ainda contribuir para a imediato, que denominaremos de Ação em
ticos para o parcelamento, uso e ocupa- digna, seja por meio da melhoria do cortiço
A depender do território que está sendo obje- ampliação dos imóveis públicos disponibilizados Cortiços Isolados;
ção do solo e instalação de infraestrutura e da segurança contratual, seja por meio dos
to de intervenção, os instrumentos urbanísticos urbana, áreas verdes, equipamentos no âmbito do programa Locação Social, bem como 2  Cortiços mais concentrados ou próximos
programas de provisão de moradia (Locação
que podem ser acionados variam. Para as inter- e outros usos para a ampliação do acesso à casa própria, com a das Zeis 3, que denominaremos de Ação Inte-
Social e Provisão de Moradia para Aquisição);
venções em cortiços, cujas áreas de maior con- oferta de crédito aos moradores organizados para grada em Cortiços Agrupados.
•  Critérios, procedimentos, condições e
centração, em grande medida, foram demarcadas limites para o remembramento e parcela- aquisição do imóvel, constituindo frentes diversi- •  Adequação das condições de habitabili-
como Zeis 3 no Plano Diretor Estratégico (Lei n. mento de lotes ficadas de ingresso de habitações coletivas multi- dade de cortiços, tanto em sua capacidade E, para cada tipologia de espacialização dos cor-
16.050/2014), prevê-se a elaboração de Projetos •  Dimensionamento físico e financeiro familiares na política habitacional. física e organizacional, como nas relações de tiços na cidade são previstas estratégias de ação
de Intervenção para Zeis 3. das intervenções propostas Ele prevê, para além das ações de promoção regulação de contratos e valores de aluguel diferenciadas e, por vezes, complementares.
Os Projetos de Intervenção para Zeis 3 cons- de melhorias em cortiços isolados e de apoio ao praticados, de acordo com instrumentos Neste sentido, o programa Intervenção em Cor-
•  Formas de participação dos beneficiários
tituem-se, desse modo, no instrumento de inte- acesso à moradia digna aos seus moradores, ações legais vigentes e outros que venham comple- tiços assume as condições territoriais de distri-
•  Estimativas de custos e fontes de recursos
gração das ações da política habitacional entre si articuladas em conjuntos de cortiços, conforman- mentar o rol de ações do programa, prevendo buição dos cortiços como elementos definidores
e com as demais políticas públicas. Propõe-se, as- •  Plano de Ação social e pós-ocupação do perímetros mais abrangentes de intervenção a revisão da Lei que regulamenta os parâ- de suas modalidades.
sim, o reforço do papel desse instrumento como •  Soluções para a regularização fundiária integrada, a depender das seguintes situações: metros mínimos de habitabilidade exigidos As modalidades propostas são:
peça técnica capaz de reunir e concatenar os ele- nas habitações coletivas multifamiliares (Lei 1  Ação em Cortiços Isolados
•  Soluções e instrumentos para viabilizar
mentos que compõem a intervenção integrada a geração de emprego e renda •  proximidade ou contiguidade dos cortiços n. 10.928/1991 – Lei Moura), bem como das
2  Ação Integrada em Cortiços Agrupados
em territórios de concentração de cortiços. •  ganhos urbanísticos e ambientais estratégicas de sua aplicação;

82 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Intervenção Integrada em Assentamentos Precários 83
programa
Intervenção em Cortiços

as modalidades podem atuar de modo articulado


Como ele funciona?
ações e de seus eventuais desvirtuamentos;
A estratégia de planejamento para a implementa- (d) Planejamento orçamentário e levantamen-
Modalidade 1 Modalidade 2
ção do programa Intervenção em Cortiços inicia- to de fontes de recursos para o programa; e (e)
se considerando alguns fatores estruturantes: Acompanhamento e avaliação do andamento Ação em Ação integrada em
cortiços isolados cortiços agrupados
1  Reconhecimento e aprofundamento do qua- do programa, considerando seu constante apri-
dro geral da realidade dos cortiços na cidade, moramento.
por meio da organização de cadastros técnicos
que contenham, no mínimo, situação urbana, Quais gargalos precisam ser enfren-
arquitetônica (porte, capacidade de reforma tados para a implementação do
para expansão e adequação aos princípios de
programa Intervenção em Cortiços? Adequação à Lei Moura
qualidade desejados), socioeconômica (dados (revisada) Plano de Intervenção
demográficos e de renda dos moradores) e legal Integrada, articulação
Parâmetros mínimos com Projeto de
dos imóveis, para subsidiar as respostas mais •  Critérios para a definição de parâmetros de habitabilidade: dimensão Intervenção para
de habitabilidade tendo em vista um novo física, socioeconômica
adequadas para cada contexto; Zeis 3 e PIU
e contratual
2  Aperfeiçoamento dos instrumentos legais formato de unidades habitacionais coletivas;
que apoiem as ações do programa quanto à
detecção das inadequações físicas do imóvel, •  Discussão de parâmetros de habitabilidade
formas de controle e regulação dos contratos pela conformação de um tripé de condicionan-
de aluguel, e mecanismos de regulação de tes: física, socioeconômica e contratual – para
valores de aluguéis praticados; formalização de relações entre poder público e
proprietários ou proprietários e famílias (com Melhoria com financiamento próprio
3  Desenvolvimento e aplicação de dispositi-
anuência do poder público), preliminarmen-
vos econômicos para subsídios a investimen-
tos públicos e privados (proprietários e famí- te considerando a constituição de termos de Proprietário se dispõe sim
a fazer a reforma
lias organizadas) para promoção de melhorias compromisso (deveres e direitos), que também e readequação? Melhoria com financiamento público
(imóvel como garantia)
ou novos empreendimentos habitacionais, de se baseiem nas fichas cadastrais dos imóveis e
modo a viabilizar as diversas ações previstas suas pendências financeiras;
no âmbito do programa.
•  Regulação dos valores de aluguel pela capa- Desapropriação
Prevê-se a constituição de um grupo de traba- cidade de comprometimento da renda fami- + Melhoria
+ Transferência para Locação Social
lho permanente intersecretarial, formado por liar dessa população (equação de viabilidade
integrantes do poder público das diversas se- de aluguel social em habitações coletivas);
cretarias pertinentes, considerando as seguin-
não
Carta de crédito para aquisição pelos
tes competências: (a) Formulação e regulamen- •  Proposições de formas contratuais para no- moradores
tação do programa Intervenção em Cortiços, de vos instrumentos complementares de locação   (Provisão de Moradia para Aquisição)
modo articulado com o Grupo Técnico específi- locial ou de aluguel de habitações coletivas; + Melhoria com financiamento público
  (imóvel como garantia)
co, responsável pela revisão da Lei Moura; (b)
Definição dos critérios de priorização das ações; •  Definição das sanções legais no âmbito da
(c) Elaboração de estratégias de implementação Lei Moura (revisada) e ou nos instrumentos
do programa e de sua integração com outras complementares que forem desenvolvidos
políticas públicas, para acompanhamento das posteriormente.

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1
modalidade modalidade2
Ação em Cortiços Isolados Ação Integrada em Cortiços Agrupados

o que é? como funciona? o que é? como funciona?


Esta ação se aplica a imóveis que Esta modalidade de ação se aplica
estejam distribuídos esparsamente aos imóveis que estejam agrupados
Definição de barreiras urbanas, ou como limite
no território, cujas medidas ou próximos, demarcando um
ou como elementos agregadores de concentrações
de intervenção considerem a conjunto de cortiços concentrados de cortiços.
Melhoria do imóvel com financiamento privado
necessidade de atuação (recuperação, a cargo dos proprietários, para os casos em que
em contextos urbanos potenciais para
adequação e construção) localizada. o proprietário possui recursos próprios e se dispõe a projetos de intervenção, que podem se
As ações previstas de adequação promover as adequações necessárias ao imóvel. estruturar por meio de instrumentos
aos parâmetros de ocupação de de integração de ações no território,
acordo com os indicadores legais previstos no PDE, como os Projetos
Identificação de precariedades urbanas, tais como
de dimensionamento de espaços, de Intervenção Urbana (PIU) e os pontos de alagamento, zonas de conflito social, ausência
salubridade, conforto e segurança Projetos de Intervenção para Zeis 3. de espaços livres (ou subutilização de áreas), ausência de
(além de conformidades legais de Esta modalidade estrutura-se de equipamentos públicos (ou subutilização de equipamen-
tos existentes).
contratos e valores de aluguel) Melhoria do imóvel com recursos combinados en- modo complementar à modalidade 1
serão tratadas a cada cortiço, com a tre privado (proprietário) e público (fundos públi-
ao articular as ações propostas
cos pertinentes), quando o proprietário não tiver recursos
aproximação da prefeitura junto aos para cortiços isolados, de melhoria
para a realização de obras de adequação necessárias, con-
proprietários, com acompanhamento siderando as medidas de garantia de retorno dos financia- física e de apoio aos moradores para
das famílias moradoras, no sentido mentos aos fundos públicos e manutenção das famílias pelo acesso à moradia digna, com outras Reconhecimento de interferências públicas ou priva-
de constituir formas de resolução prazo determinado pelo programa.
políticas públicas no território, de das no congelamento de áreas urbanas como projetos de
dos problemas encontrados tendo o modo a promover junto à promoção melhoramentos viários ou empreendimentos imobiliários
imóvel como unidade de interesse. de condições dignas de moradia a com conflitos potenciais.
As ações visam qualificar as moradias, qualificação da área de intervenção,
sejam pelos dispositivos legais potencializando e ampliando a
Melhoria do imóvel a cargo da Prefeitura,
vigentes (Lei Moura) ou outras que efetividade dessa política.
após a desapropriação do imóvel, nos casos em que
venham complementar ou mesmo se esse procedimento seja o mais indicado, garantindo a Para definição preliminar de
sobrepor a esta. permanência das famílias moradoras e/ou inserindo o perímetros de intervenção nas áreas Reconhecimento de grupos de organização
imóvel no programa Locação Social.
de interesse, além dos pressupostos popular que trabalhem em determinados
já determinados pelo PDE, devem ser contextos geopolíticos.

considerados os elementos urbanos


e as dinâmicas socioterritoriais
apresentados ao lado.

Constituição de mecanismos e formas de aquisi-


ção de imóveis por famílias moradoras organi-
zadas, com previsão de linhas de financiamento tanto Associação de projetos públicos
à aquisição quanto à melhoria do imóvel. intersecretariais, políticas e ações integradas.

onde? onde?
Em todo o município de São Paulo, com prioridade inicial na região central. Em todo o município, com prioridade inicial na região central.

86 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Intervenção Integrada em Assentamentos Precários 87
Coordenadorias de Ações Transversais

O que são Coordenadorias 1. Atuação Integrada em Áreas Am- 2. Atuação Integrada também como forma de garantir a conservação cedimentos de qualificação das condições de ha-
de Ações Transversais? bientalmente Sensíveis e Protegidas na Área Central destes imóveis. bitabilidade nos cortiços, prevê-se a articulação
dessa coordenadoria com o Grupo Técnico res-
O Plano Municipal de Habitação propõe a estru- O que é a Coordenadoria? O que ela faz? O que é a Coordenadoria? O que ela faz? ponsável pela definição de novos parâmetros e
turação de Coordenadorias de Ações Transver- A mancha urbana do município de São Paulo A coordenadoria de ações transversais Atuação Frente ao desafio de garantir moradia digna à A coordenadoria de ações transversais Atuação normas para Habitação de Interesse Social e pela
sais para dar efetividade às linhas programáti- se expande sobre regiões ambientalmente frá- Integrada em Áreas Ambientalmente Sensíveis população de baixa renda em áreas bem locali- Integrada na Área Central articula-se aos seguin- revisão dos existentes.
cas propostas, que visam apresentar respostas geis, o que ameaça a biodiversidade desse bio- e Protegidas articula-se com os seguintes progra- zadas e centrais, o Plano Municipal de Habita- tes programas de ação:
qualificadas, do ponto de vista urbanístico, am- ma, além de contaminar os recursos hídricos mas de ação: ção propõe a criação da coordenadoria de ações 3. Prevenção e Mediação de Conflitos
biental e social, às distintas necessidades habi- e os mananciais. Agrava esse quadro, a grande transversais Atuação Integrada na Área Central. •  Programa Serviço de Moradia Social Fundiários e Imobiliários Urbanos
tacionais no município. precariedade habitacional e urbana que mar- •  Programa Provisão de Moradia A região central do município, ao mesmo tempo •  Programa Provisão de Moradia
Estas coordenadorias de ações transversais ca essa expansão, bem como o elevado grau de para Aquisição em que apresenta situações de extrema preca- para Aquisição O que é a Coordenadoria?
operam de modo articulado e integrado às dis- vulnerabilidade da população que ocupa esses •  Programa Urbanização riedade habitacional e de elevada vulnerabili- •  Programa Locação Social O cumprimento da função social da proprieda-
tintas modalidades dos programas de ação, con- territórios, ameaçada ainda pelo alto risco de •  Programa Regularização Fundiária dade social, oferece grandes oportunidades para •  Programa Locação Social de mercado de urbana e da cidade e a garantia do direito à
siderando a natureza e o grau de precariedade acidentes e desastres ambientais. •  Programa Melhorias Habitacionais o seu enfrentamento e para a estruturação de •  Programa Intervenção em Cortiços moradia digna provocam, muitas vezes, confli-
habitacional e urbana apresentados, bem como Para o enfrentamento da questão, o Plano uma política habitacional comprometida com a tos de interesse e disputas entre proprietários e
as especificidades de cada território. Assim, estas Municipal de Habitação propõe a criação desta Esta coordenadoria deverá orientar a elaboração garantia do direito à moradia digna e à cidade. Buscando evitar que recursos públicos destina- ocupantes, que podem se manifestar de forma
coordenadorias buscam potencializar e qualificar coordenadoria de ações transversais, que tem dos Planos de Intervenção Integrada em assenta- Além da integração das ações específicas da dos à promoção de Habitação de Interesse Social violenta ou em desacordo com os direitos huma-
as ações da política habitacional em seus diversos como objetivo elaborar e articular estratégias e mentos precários, estabelecendo diretrizes espe- Sehab voltadas para a área central, essa coor- (HIS) em áreas bem localizadas sejam drenados nos fundamentais.
níveis de atuação e de articulação com as demais diretrizes de atuação em áreas ambientalmente cíficas para cada condição ambiental, em conso- denadoria, a partir de uma abordagem que con- para o mercado privado de imóveis e, sobretudo, A Sehab recepciona frequentemente solici-
políticas públicas, além de diversificar os meios, sensíveis e protegidas, orientando a formulação nância com os objetivos traçados no Plano Diretor sidera as especificidades desse território, tem garantir a permanência e a ampliação de famí- tações para interlocução em situações de con-
procedimentos, métodos e agentes envolvidos. de Planos de Intervenção Integrada e projetos Estratégico (Lei n. 16.050/2014) e nas legislações como objetivo articular a política habitacional lias de baixa renda morando e trabalhando nes- flito fundiário e imobiliário urbano, ainda que
As ações que compõem as linhas transversais de urbanização de assentamentos precários si- ambientais específicas que incidem sobre os as- à política de enfrentamento à ociosidade imo- sas regiões valorizadas, que é o caso do centro de não tenha participado dos processos judiciais
propostas já fazem parte do rol de atividades tuados nesses territórios, que compreendem, sentamentos precários situados na Macrozona de biliária e de cumprimento da função social da São Paulo, o Plano Municipal de Habitação pro- decorrentes dessas disputas. Dessa forma, a fim
realizadas pela Sehab. No entanto, tais ativida- principalmente, áreas de proteção, recuperação Preservação e Recuperação Ambiental. propriedade urbana e da cidade, bem como a põe priorizar a destinação dessas unidades habi- de apoiar a população de baixa renda e em situ-
des acontecem de modo bastante pulverizado e preservação ambiental, tais como a Área de Essa linha de ação deverá contribuir para que outras intervenções públicas e privadas no âm- tacionais para o programa Locação Social. ação de vulnerabilidade, propõe-se a criação de
e fragmentado, comprometendo sua eficácia e Proteção Ambiental (APA) Parque e Fazenda os Planos de Intervenção Integrada promovam, bito das ações de reabilitação da região central. E, também, com a finalidade de regular os va- uma coordenadoria de ações transversais que
qualidade, bem como provocando retrabalho e do Carmo, a Área de Proteção e Recuperação de associada à qualificação dos assentamentos pre- Há projetos de intervenção urbana em curso na lores dos imóveis ofertados para aluguel nessa re- estabeleça uma interlocução mais estruturada
duplicidade de esforços. Mananciais (APRM) das bacias Billings e Guara- cários e à eliminação dos riscos ambientais, a re- região, como a Operação Urbana Centro (OUC) gião, tornando-os mais acessíveis aos segmentos entre as partes envolvidas, e que considere a as-
Buscando estruturar esse conjunto de ações piranga, a Serra da Cantareira, a Várzea do Tietê, cuperação ambiental, fazendo uso de soluções e a Operação Urbana Consorciada Água Branca de menor renda, o PMH propõe o Locação Social simetria de poder entre elas, de modo a garantir
dispersas, bem como a sua integração com os entre outras. inovadoras e sustentáveis de urbanização e dis- (OUCAB), bem como a previsão de implementa- de Mercado e o programa de Intervenção em Cor- uma participação mais qualificada dos grupos
programas de ação, prevê-se a criação de seis co- Esta linha de ação tem origem na experiência cutindo os padrões urbanístico e ambiental das ção de novos, como a Operação Urbana Consor- tiços, que contemplam ações de qualificação dos sociais em conflito.
ordenadorias apresentadas a seguir: do Programa Mananciais, que por décadas de- obras a se realizar, considerando o conjunto da ciada Bairros do Tamanduateí (OUCBT) e o PIU imóveis atreladas a ações de controle dos valores Desse modo, esta coordenadoria busca con-
senvolveu projetos e obras de urbanização e de bacia e a condição social dos moradores. Rio Branco, entre outros. de aluguel praticados e das relações contratuais. tribuir para a construção de soluções pacíficas
1  Atuação Integrada em Áreas Habitação de Interesse Social (HIS) nas APRM Complementarmente, esta coordenadoria Por meio desta coordenadoria, propõe-se tam- Para subsidiar os programas Locação Social, e negociadas em casos de disputa pela posse ou
Ambientalmente Sensíveis e Protegidas das bacias Billings e Guarapiranga. No entanto, estabelecerá ainda diretrizes para a atuação em bém ampliar a articulação entre a política habita- Provisão de Moradia para Aquisição e de Inter- pela propriedade de imóveis públicos ou priva-
2  Atuação Integrada na Área Central o que está sendo proposto é a ampliação dessa áreas contaminadas já ocupadas por famílias de cional e a política de mobilidade urbana, uma vez venção em Cortiços na área central, propõe-se dos, tendo como premissa dessa atuação a garan-
3  Pós-intervenção e Integração aos abordagem ambiental nas ações da política habi- baixa renda ou passíveis de ocupação por habi- que a promoção de moradias no Centro, onde há também a articulação dessa coordenadoria com tia do direito à moradia digna e a preservação
Serviços e Controle Urbanos tacional para além dos mananciais, englobando tações de interesse social, e contribuirá para a grande concentração de equipamentos e serviços o Observatório Imobiliário proposto nesse plano, dos direitos humanos fundamentais.
4  Prevenção e Mediação de Conflitos outras áreas ambientalmente sensíveis e prote- integração entre as ações da política habitacio- públicos e oferta de empregos, provocará uma re- que fornecerá informações e análises sobre as di-
Fundiários e Imobiliários Urbanos
gidas do município. E, ainda, como parte desta nal e demais intervenções de outros setores da dução significativa nos deslocamentos diários da nâmicas imobiliárias, bem como sobre o mercado O que ela faz?
5  Gestão de Patrimônio Fundiário e
Imobiliário Público para Habitação
mudança, prevê-se que as obras do Programa administração municipal, estadual e federal que população paulistana, ampliando sua qualidade de aluguéis nesse território específico. A coordenadoria de ações transversais Preven-
Mananciais passem a ser tratadas dentro do pro- articulam questões ambientais e habitacionais. de vida. E também se prevê uma maior integra- Além disto, para aperfeiçoar e baratear os ção e Mediação de Conflitos Fundiários e Imo-
6  Programa Assistência Técnica,
Jurídica e Social grama geral de obras da Sehab. ção entre a política habitacional e a política de processos de requalificação de edifícios ociosos biliários Urbanos atua de modo articulado aos
preservação do patrimônio, apostando na desti- e/ou subutilizados para uso habitacional de in- programas de ação:
nação para o uso habitacional de interesse social teresse social, bem como para estruturar os pro-

88 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Coordenadorias de Ações Transversais 89
Coordenadorias de Ações Transversais

•  Programa Serviço de Moradia Social


a cultura de negociação. com vistas a evitar que ocorram processos de O outro eixo de atuação da coordenadoria vol- uso e ocupação do solo, a construção de regras ou subutilizados, para a realização de projetos
•  Programa Provisão de Moradia
para Aquisição
Para estruturar suas ações, prevê-se o desen- degradação ambiental e urbanística, além de ta-se aos empreendimentos habitacionais, por para práticas cotidianas e de convivência entre habitacionais de interesse social (destinado ao
volvimento de um sistema integrado de moni- adensamento excessivo nas áreas e redução das meio da criação de procedimentos e mecanismos os próprios moradores e entre eles e os demais programa Locação Social e Serviço de Moradia
•  Programa Locação Social
toramento, com o mapeamento e descrição das condições de habitabilidade nas moradias, com institucionalizados que garantam a manutenção agentes envolvidos. Social), integrados à rede de equipamentos pú-
•  Programa Urbanização
ocorrências, bem como a construção de metodo- o passar do tempo, por ausência de uma gestão das edificações em boas condições de habitabili- Propõe-se ainda, no âmbito desse plano, a cria- blicos urbanos e sociais existentes.
•  Programa Regularização Fundiária
logias de mediação de conflito a partir da consti- territorial e social estruturada e eficiente. Acre- dade, o monitoramento e controle da utilização ção de uma Imobiliária Pública, cuja atuação se
•  Programa intervenção em cortiços tuição de um banco de casos. dita-se que, para além do direito à posse da terra, dos imóveis, preservando a qualidade do morar baseará nas análises e informações fornecidas por O que ela faz?
A articulação desta coordenadoria com os pro- é preciso assegurar também o direito à moradia nesses imóveis e de vida de seus moradores. um Observatório Imobiliário. Ambos os disposi- A coordenadoria de ações transversais Gestão
gramas de ação listados acima se concretiza de 4. Pós-intervenção e Integração aos digna e à cidade, com qualidade urbana e am- Para que perdurem os benefícios conquista- tivos institucionais propostos têm a finalidade de de Patrimônio Fundiário e Imobiliário Público
forma bastante diversificada a depender da na- Serviços e Controle Urbanos biental duradoura. dos com a garantia do acesso à moradia digna analisar, monitorar e interferir no comportamen- para Habitação articula-se com todos os progra-
tureza do conflito e das partes envolvidas. Nos Para cumprir esses objetivos, é necessário pac- tanto nos conjuntos habitacionais de interesse to do mercado imobiliário, sobretudo nas áreas que mas de ação propostos. Esta articulação ocorre
casos dos programas Urbanização, Regulariza- O que é a Coordenadoria? tuar as regras para o uso e ocupação do solo dos social quanto nos assentamentos urbanizados passaram por intervenções recentes. Além dis- com tamanha amplitude porque a base fundiá-
ção e Provisão de Moradia para Aquisição, esta A coordenadoria de ações transversais Pós-in- assentamentos urbanizados e regularizados, sem e regularizados, prevê-se, além das regras de so, prevê-se ainda que, sobre esses territórios em ria e imobiliária é condição fundamental para a
linha de ação tem como objetivo destravar im- tervenção e Integração aos Serviços e Controle ferir o direito individual à moradia. Essas regras transformação, incida o direito de preempção, para política habitacional.
passes e acelerar os processos de negociação, de Urbanos tem como objetivo estruturar e insti- deverão ser construídas a partir de um processo que o município tenha preferência na compra ou,
Propostas de como tratar uni-
modo a garantir a continuidade das ações pre- tucionalizar os procedimentos e mecanismos de de participação amplo com a população envolvi- dades habitacionais situadas ao menos, conhecimento das transferências e dos •  Programa Serviço de Moradia Social
vistas para as áreas em disputa, sem prejuízo do gestão territorial e social, nos assentamentos ur- da, e sua implementação deverá ser acompanha- em áreas regularizadas valores praticados de compra e venda de imóveis. •  Programa Provisão de Moradia
direito à moradia digna, bem como dos direitos banizados e regularizados, e de gestão patrimo- da por ações de melhorias habitacionais, para que para Aquisição
UHs regularizadas em área pública
humanos fundamentais. nial, condominial e social, nos empreendimen- os moradores possam regularizar a construção de 5. Gestão de Patrimônio Fundiário e •  Programa Locação Social
Quanto à articulação com o Serviço de Mora- tos habitacionais de interesse social, tanto para suas casas e desfrutar plenamente os benefícios
(1) constituição de banco público de imóveis
Imobiliário Público Para a Habitação •  Programa Urbanização
dia Social, ela se concretiza quando da ocorrência aquisição quanto para locação social, depois de dessa regularização. •  Programa Regularização Fundiária
para a política habitacional; (2) criação de Imo-
de deslocamentos involuntários em que a parte finalizadas as intervenções. Isso significa que o direito de construir deve O que é a Coordenadoria? •  Programa Melhorias Habitacionais
biliária Pública para controle das transferên-
afetada se encontra em situação de vulnerabili- respeitar os limites espaciais que não prejudi- A coordenadoria de ações transversais Gestão
cias de Concessão de Uso Especial para Moradia •  Programa Intervenção em Cortiços
dade social ou quando da ocorrência de remoções O que ela faz? quem a vizinhança, tampouco os espaços de uso de Patrimônio Fundiário e Imobiliário Público
(CUEM) e/ou Concessão de Direito Real de Uso
para frentes de obras públicas, promovendo aten- Esta coordenadoria articula-se com os progra- coletivo e os espaços públicos, tais como as vielas, para Habitação tem como objetivo dar maior Por meio desta coordenadoria, propõe-se a cria-
(CDRU) e avaliação dos valores das benfeitorias
dimento habitacional emergencial e transitório. mas de ação propostos, de forma diferenciada a ruas e praças. Significa também que o uso habi- eficiência na obtenção de imóveis para uso na ção de um sistema de gestão do patrimônio imo-
(de modo articulado ao Observatório Imobi-
De modo a cumprir seus objetivos, a coorde- depender dos procedimentos e mecanismos ne- tacional deve ser priorizado, sem, no entanto, im- política habitacional do município por meio do biliário e fundiário municipal para fins habita-
liário); e (3) carta de crédito para pagamento
nadoria deverá criar canais de interlocução en- cessários para garantir a manutenção das quali- pedir atividades não residenciais não incômodas, aprimoramento dos mecanismos e procedimen- cionais a partir do mapeamento, quantificação e
das benfeitoriais – procedimentos para regrar
tre os grupos sociais em conflito, envolvendo re- dades arquitetônicas, urbanísticas e ambientais das quais muitas famílias dependem para obter tos de aquisição, utilização e gestão dos imóveis e caracterização do patrimônio imobiliário admi-
o mercado de transferência em áreas públicas
presentantes dos poderes executivo, legislativo e demandadas por cada um deles. Essa articulação sua renda. Seguindo essa diretriz, a Lei de Parcela- recém regularizadas.
terrenos públicos municipais para uso da políti- nistrado pela Sehab e de propriedade da Cohab-SP,
judiciário, do Ministério Público, da Defensoria se dá com os seguintes programas de ação: mento, Uso e Ocupação do Solo do município (Lei ca habitacional do município. do monitoramento dos terrenos e imóveis em
Pública, entidades da sociedade civil vinculadas n. 16.402/2016) definiu as Zonas Mistas de Inte- Para alcançar esse objetivo, propõe-se a es- processo de desapropriação, da prospecção de
UHs regularizadas em área particular
ao tema, entre outras. Ela deverá também recep- •  Programa Serviço de Moradia Social resse Social (ZMIS), que são áreas de concentração truturação de um sistema de gestão do patrimô- imóveis municipais geridos por outros entes ou
cionar, cadastrar e acompanhar as denúncias de •  Programa Provisão de Moradia de população de baixa renda, outrora demarca- nio imobiliário e fundiário municipal para fins particulares que sejam promissores para a pro-
(1) oferta de carta de crédito à população de
conflitos que envolvam risco ou ocorrência de para Aquisição das como Zeis, que se encontram regularizadas e habitacionais de interesse social, articulado aos moção de habitação de interesse social, por meio
baixa renda, com valores definidos a partir de
violação grave aos direitos humanos e ao direi- •  Programa Locação Social carentes por outros usos que não o habitacional órgãos com essa competência existentes tanto de processos de cessão ou consórcio imobiliário
pesquisa de mercado local feita pelo Observa-
to à moradia, assim como mediar esses conflitos, •  Programa Urbanização para qualificar a condição de vida de seus mora- na própria estrutura municipal, quanto nas ou- de interesse social. O sistema de gestão proposto
tório Imobiliário – de modo a controlar os pre-
identificando os agentes envolvidos e direcio- •  Programa Regularização Fundiária dores e aproximar casa e trabalho, bem como re- tras esferas de governo. deverá operar de modo articulado aos sistemas
ços de compra e venda das unidades e garantir
nando-os para os processos de negociação. •  Programa Melhorias Habitacionais
duzir os deslocamentos diários para as necessida- Além disso, prevê-se o desenvolvimento de de órgãos públicos (municipais, estaduais e fe-
o acesso à moradia à população de baixa renda,
Para a promoção de soluções pacíficas, a co- des cotidianas dessas famílias. estratégias para redução de custos e agilização derais) e Cartórios de Imóveis que participam,
•  Programa Intervenção em Cortiços controlando, em certa medida, o livre movi-
ordenadoria poderá mobilizar dispositivos insti- Prevê-se que os Planos de Intervenção Integra- nos processos de aquisição de terrenos e imó- direta ou indiretamente, de distintas etapas da
mento do mercado, que se dinamiza nessas áre-
tucionais e políticas públicas, além de capacitar A proposta da criação desta coordenadoria está da nos assentamentos precários contemplem di- veis, contando com instrumentos urbanísticos gestão dos imóveis e terrenos sob administração
as após a regularização fundiária. A Imobiliária
mediadores de conflitos fundiários urbanos e comprometida com a manutenção dos benefí- retrizes de uso e ocupação do solo que nortearão existentes, e também com a adoção de meca- municipal (próprios ou cedidos).
Pública também teria grande participação no
implementar campanhas públicas que previ- cios conquistados pelas intervenções integra- as dinâmicas territoriais e edilícias nessas áreas nismos que busquem otimizar o uso dos ter- No âmbito da coordenadoria proposta, pre-
monitoramento e controle dessas transações.
nam ou atenuem a sua ocorrência, fomentando das realizadas nos assentamentos precários, após a intervenção. renos públicos municipais, por vezes ociosos vê-se a estruturação de estratégias de utilização

90 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Coordenadorias de Ações Transversais 91
modalidade1
Coordenadorias de Ações Transversais Assistência Técnica à Comunidade

de instrumentos urbanísticos e financeiros, que posta com o objetivo de estruturar um programa dos planos de urbanização e regularização fun- o que é? como funciona?
reduzam os custos, simplifiquem e acelerem os que assegure assistência técnica pública e gra- diária. Essa participação é fundamental, pois as
processos de aquisição de terrenos e imóveis tuita à população de baixa renda para o enfren- soluções projetuais para assentamentos precá- Esta modalidade tem como objetivo
para a política habitacional, prevendo a dação tamento de condições diversas de precariedade rios e a sua implementação, considerando ain- oferecer assistência técnica, jurídica
e social às associações de moradores, Habilitação de profissionais para prestação
em pagamento, nos casos de imóveis que estão habitacional e urbana. Esse apoio técnico visa da a dimensão da precariedade das moradias,
cooperativas ou outros grupos sociais
1 de serviço de assistência técnica.
endividados ou já inscritos em dívida ativa; apli- contribuir na garantia de condições adequadas requerem um diálogo constante com os mora-
cação de Peuc de modo articulado à proposição de habitabilidade, do acesso à moradia digna e da dores e a busca por propostas específicas, que organizados de baixa renda.
de Consórcio Imobiliário de Interesse Social, so- segurança da posse. dificilmente seguem os padrões estabelecidos A demanda desta modalidade será
bretudo em imóveis subutilizados e/ou não utili- A depender do grau e da natureza da preca- no mercado habitacional. selecionada pela prefeitura, mediante
zados localizados em Zona Especial de Interesse riedade encontrada, são necessárias soluções Junto ao programa Melhorias Habitacionais, es- disponibilidade de recursos e
Social (Zeis), entre outros. variadas a partir de uma abordagem multidis- ses profissionais poderão fornecer suporte técnico priorização territorial do atendimento.
Também é fundamental para a redução dos ciplinar. Desse modo, propõe-se a estruturação para o desenvolvimento de projetos de reforma, a Habilitação de grupos sociais organizados
custos de aquisição desses imóveis, o aperfeiço- do programa por meio de equipes multidisci- fim de garantir condições dignas de habitabilidade.
Os beneficiários selecionados poderão 2 como beneficiários do programa Assistência Técnica.
contratar, para a prestação do serviço
amento e a padronização dos procedimentos de plinares, envolvendo arquitetos, urbanistas, Este programa, por meio de assessorias técni-
de assistência técnica, profissionais
avaliação imobiliária pelos órgãos responsáveis engenheiros, sociólogos, assistentes sociais, ad- cas ou de escritórios de arquitetura e urbanismo
autônomos ou pessoa jurídica,
no município, de modo a evitar incompatibili- vogados, entre outros profissionais. Esse corpo habilitados, de modo articulado ao programa Pro-
dentro de um grupo de profissionais
dades e inconsistências, bem como um esforço técnico, habilitado junto à Prefeitura, assumirá a visão de Moradia para Aquisição, poderá oferecer
institucional para a efetivação de processos de responsabilidade de formular e implementar as apoio a grupos sociais organizados na promoção previamente habilitados pela
desapropriação administrativa amigáveis. ações propostas. de moradia por autogestão. Esse apoio técnico po- administração municipal. Chamamento Público para seleção da demanda, segundo

Para subsidiar, os processos de aquisição e des- Por meio da atuação desses profissionais, bus- derá compreender desde a prospecção de terre- 3 critérios de atendimento e de priorização definidos por
regulamentação específica.
tinação das áreas públicas municipais voltadas ca-se otimizar o uso de recursos humanos e fi- nos, o desenvolvimento de estudos de viabilidade,
para política habitacional de interesse social, bem nanceiros, aprimorar as técnicas construtivas, a elaboração de projetos até o acompanhamento
como o monitoramento dessas práticas, prevê-se as soluções arquitetônicas e urbanísticas em da obra, promovendo, em todas as etapas desse
uma atuação integrada dessa coordenadoria com consonância com a realidade de cada localidade, processo, a participação dos futuros moradores.
o Observatório Imobiliário e a Imobiliária Pública, qualificar as respostas às diversas precariedades No âmbito do programa Intervenção em
ambos também propostos neste PMH. encontradas, bem como contribuir para a efeti- Cortiços, a atuação desse corpo técnico pode-
Formalização de Convênio entre Poder Público e
Por meio da estruturação desta coordenado- vação dos direitos sociais e para o pleno exercício rá contemplar ações de mediação de conflitos
ria e de sua interlocução estruturada com órgãos da cidadania. entre proprietários e moradores, contribuindo
4 demanda selecionada para repasse de recursos, prevendo
mecanismos de controle e monitoramento do atendimento.
da administração municipal responsáveis pela para a formalização de relações contratuais que
gestão das terras públicas do município, como o O que ela faz? evidenciem direitos e deveres das partes en-
Departamento de Gestão do Patrimônio Imobiliá- A assistência técnica pública e gratuita pode ser volvidas. E, nos casos em que os moradores or-
rio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento acionada por representantes da sociedade civil, ganizados adquiram o imóvel, ou mesmo se for
Urbano (DGPI/SMDU), a Comissão de Análise de em grupos organizados ou individualmente, para de interesse do proprietário, o programa poderá
Assuntos Fundiários (Caiaf), o Departamento de implementar os seguintes programas de ação: ser acionado para apoiar as obras de melhorias Contratação pela demanda selecionada
Desapropriações da Secretaria de Negócios Ju- •  Programa Provisão de Moradia necessárias para o atendimento dos parâmetros 5 de profissionais habilitados.
rídicos (Desap/SNJ) e a Comissão do Patrimônio para Aquisição, na modalidade mínimos de habitabilidade exigidos.
Imobiliário do Município de São Paulo (CMPT), Promoção de Moradia por Autogestão Para viabilizar a implementação do progra-
propõe-se a constituição de uma reserva de terras •  Programa Urbanização ma, foram propostas duas modalidades de ação,
públicas para implementação da política habita- •  Programa Regularização Fundiária definidas a partir do perfil de organização da
cional de interesse social no município. •  Programa Melhorias Habitacionais demanda atendida e das formas de execução do
•  Programa Intervenção em Cortiços atendimento:
6. Programa Assistência Técnica,
Jurídica e Social De modo articulado aos programas Urbanização
1  Assistência Técnica à Comunidade 6 Fiscalização e controle da prestação do serviço
de assistência técnica pelo Poder Público.
2  Escritório Local de Assistência
e Regularização Fundiária, a assistência técnica
Técnica ao Munícipe
O que é a Coordenadoria? poderá ser mobilizada para apoiar a formulação
Esta Coordenadoria de Ações Transversais é pro- e a implementação, de maneira participativa,

92 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Coordenadorias de Ações Transversais 93
modalidade 2
Escritório Local de Assistência Técnica ao Munícipe Grupos Técnicos

o que é? como funciona?


Esta modalidade possibilita o acesso
ao serviço de assistência técnica O que são Grupos Técnicos? 1. GT Parâmetros e Normas para a Portaria n. 01/2016/Sehab em vigor, este GT,
pública e gratuita à população de Constituição de Escritório local nas subprefeituras,
Habitação de Interesse Social: articulado com grupos de trabalho intersecreta-
baixa renda moradora de áreas já 1 formado por corpo técnico multidisciplinar.
Os Grupos Técnicos (GTs) são equipes internas riais, representantes de instituições acadêmicas
Requalificação de Edifícios
regularizadas. Esse atendimento será à Secretaria Municipal de Habitação, que se arti- e de pesquisa, entre outros, tem como atribui-
e Melhorias Habitacionais
realizado junto às subprefeituras culam, quando necessário, com outros órgãos pú- ção contribuir para a discussão de parâmetros
ou outros órgãos de gestão blicos municipais, estaduais e federais, bem como Este GT tem como objetivo aprimorar as norma- de projeto e padrões urbanísticos e ambientais,
descentralizada, por meio da criação com representantes de universidades, institui- tivas e os parâmetros técnicos que incidem so- possíveis e desejáveis, para os Planos de Inter-
de escritórios locais, em resposta a ções de pesquisa, órgãos representantes de clas- bre a promoção habitacional de interesse social, venção Integrada em assentamentos precários
Solicitação de assistência técnica pública e gratuita
demandas individuais ou coletivas. 2 pelos munícipes nos escritórios locais.
se, entre outros. Têm como finalidades formular
e aprimorar mecanismos e procedimentos para o
de modo a orientar tanto as ações de melhorias
habitacionais em assentamentos precários e em
e de provisão habitacional. Também cabe a este
GT acompanhar o desenvolvimento de projetos
O que é o Escritório Local? enfrentamento de “gargalos” que podem compro- cortiços, quanto a produção e requalificação de habitacionais do mercado popular, visando ga-
Os escritórios locais serão formados meter a implementação da política habitacional. imóveis para uso habitacional de interesse social. rantir maior qualidade e amenizar impactos.
por corpo técnico multidisciplinar E, devem também qualificar e monitorar as linhas Desse modo, será atribuição deste GT, em ar- Para alcançar esses objetivos, o GT deverá
de ação dessa política. ticulação com grupos de trabalho intersecreta- incentivar a adoção de novos sistemas constru-
e distribuídos nas subprefeituras,
São também objetivos dos GTs aperfeiçoar as riais, aprimorar as regulamentações que tratam tivos, bem como o desenvolvimento de novas
priorizando, sempre que possível,
Seleção dos beneficiários, segundo critérios regulamentações que incidem sobre a promoção do tema, destacando-se nesse conjunto a Lei de tipologias habitacionais que otimizem o uso do
os locais de maior precariedade
habitacional e urbana. Cada escritório 3 de atendimento e de priorização definidos por
regulamentação específica.
da moradia digna à população de baixa renda, e Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (Lei n. solo urbano, sobretudo nas áreas mais bem lo-
avançar na criação de dispositivos institucionais 16.402/2016), o Código de Obras e Edificações calizadas, que articulem o uso habitacional com
poderá ser formado por servidores
de instrumentos urbanísticos e financeiros que (PL n. 466/2015), o Decreto de HIS (Decreto n. outros usos, comercial e de serviço, bem como
públicos, integrantes de organizações fortaleçam a política habitacional. 56.759/2016), dentre outras normativas. institucional, e que apresentam impactos posi-
não-governamentais sem fins Os GTs deverão ser mobilizados conforme a Propõe-se ainda, por meio deste GT e em ar- tivos sobre os custos de construção ou reforma,
lucrativos, profissionais autônomos, necessidade de acompanhamento, aprimora- ticulação com órgãos competentes e vinculados sem prejuízo de sua qualidade arquitetônica, ur-
inscritos em programas de residência mento e qualificação dos programas em execu- ao tema, revisar os parâmetros mínimos de habi- banística e ambiental.
e de extensão universitária, técnicos Execução do serviço de assistência técnica pública e ção. Sendo assim, podem ser criados e desfeitos a tabilidade exigidos em habitações coletivas mul-
habilitados em convênio com 4 gratuita pelos profissionais associados ao escritório local. depender das urgências, oportunidades e priori- tifamiliares (Lei Moura – Lei n. 10.928/1991), bem
entidades profissionais, entre outros. dades dos órgãos responsáveis pela implementa- como estabelecer as diretrizes para a definição
O objetivo é democratizar o acesso a ção da política habitacional. de parâmetros técnicos para ações de melhorias
esse apoio técnico de modo a oferecer Por ora, propõe-se a estruturação de dois Gru- habitacionais em assentamentos precários.
respostas qualificadas à precariedade pos Técnicos, apresentados a seguir:
habitacional, ainda muito significativa 2. GT Diretrizes para Qualificação
Viabilização de acesso a cartas de crédito específicas
na cidade formal. aos beneficiários desta modalidade para execução de obras 1  Parâmetros e Normas para Habitação de Projetos Arquitetônicos
5 previstas, segundo critérios de priorização definidos por de Interesse Social: Requalificação de Edi- e Urbanísticos
regulamentação específica. fícios e Melhorias Habitacionais

2  Diretrizes para Qualificação de Proje-


Este GT tem como finalidade orientar, acompa-
tos Arquitetônicos e Urbanísticos
nhar e qualificar os projetos de intervenção no
âmbito da política habitacional. Abrange tanto
os projetos de de urbanização e regularização
quanto os projetos de produção e requalificação
Fiscalização e controle da prestação do serviço de empreendimentos habitacionais, com espe-
6 de assistência técnica pelo Poder Público. cial atenção àqueles de grande porte e de forte
impacto urbanístico e ambiental.
Em diálogo com o volume 2 do PMH 2009,
que apresenta estratégias e diretrizes para o
desenvolvimento de projetos urbanos, e com

94 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Programas e Estratégias de Ação | Grupos Técnicos 95
Quadro
Orçamentário
e Estratégias de
Financiamento
Quadro Orçamentário e Estratégias de Financiamento

A 
atual estrutura de financiamento avaliação da execução da política e seu contínuo
ORÇAMENTO MUNICIPAL FONTES DE RECURSOS DO ORÇAMENTO MUNICIPAL DA HABITAÇÃO
da política habitacional do muni- aprimoramento.
DA HABITAÇÃO* (2015)
cípio de São Paulo pode ser con-
Transferências Federais: São os recursos pro- cadas em programas habitacionais de interesse investimentos nos assentamentos precários –
siderada bastante inovadora, pois Quadro do Orçamento 53mi venientes de repasses dos programas federais, social, prioritariamente nos perímetros destas com foco em habitação e saneamento – e na
além de contar com recursos do tesouro muni- Municipal de Habitação (4,8%)
tais como o Programa de Aceleração do Cres- mesmas operações. Estes recursos são geridos infraestrutura urbana do município, sendo ge-
cipal, dos governos federal e estadual, vale-se Investimentos
cimento / Urbanização de Assentamentos Pre- pela SPUrbanismo e pela Secretaria Municipal rido pelo Conselho do FMSAI.
em habitação
de um leque importante de formas de captação O financiamento da política habitacional no por fonte cários (PAC/UAP), que financiaram o Programa de Desenvolvimento Urbano (SMDU).
•  Fundo Municipal de Habitação (FMH) – Insti-
de recursos específicos, como o Fundo Munici- município é realizado por meio de fontes de re- Mananciais, por exemplo, e que têm origem no
tuído em 1994 (Lei 11.632) é destinado a apoiar
 Estimativa de Orçamento Geral da União.
pal de Habitação (FMH), o Fundo Municipal de cursos municipais, estaduais, federais e even- Investimento Municipal 363mi •  Fundo Municipal de Desenvolvimento Urba- e suportar financeiramente a Política Municipal
(32,7%)
Desenvolvimento Urbano (Fundurb), o Fundo tualmente internacionais. Parte dos recursos  Estimativa de Transferências Estaduais: São os recursos de no (Fundurb) – São os recursos provenientes da de Habitação, com o objetivo de centralizar re-
Investimentos Indiretos 695mi
Municipal de Saneamento Ambiental e Infraes- federais e estaduais é transferida para o muni- Federais indiretos (62,5%) repasse de origem estadual de convênios espe- outorga onerosa do direito de construir. Com cursos para a produção e comercialização de
(ex.: MCMV somente moradias, inclusive por meio de arrendamen-
trutura (FMSAI) e as Operações Urbanas Con- cípio e integra o orçamento municipal e parte subsídio faixa 1) cíficos com a Sabesp, CDHU e outros recursos. o Plano Diretor de 2014, estabeleceu-se que no
to e com a finalidade de locação social, para
sorciadas (OUC). Parte destes fundos garante o deles é aplicado diretamente no financiamento  Estimativa de mínimo 30% das receitas do Fundurb deveriam subsídio à locação social, para a aquisição de
Investimentos Indiretos Fontes e fundos municipais:
investimento em importantes sustentáculos da habitacional, por meio de convênios, repasses Estaduais ser aplicadas na aquisição de terrenos para Ha- materiais e o estímulo a métodos alternativos
(ex.: Casa Paulista) •  Tesouro Municipal – Fonte de recursos para
política habitacional, com aplicação para fins aos empreendedores ou aos beneficiários dos bitação Social. O fundo foi instituído em 2002 de construção. Os recursos são geridos pelo
as despesas de custeio e investimento da Se-
específicos, como os 30% para desapropriações programas habitacionais. (Lei 13.430) e alterado em 2014 (Lei 16.050) – Pla- Conselho Municipal de Habitação e suas prin-
14mi 12mi cretaria da Habitação e da Cohab. Suas princi-
(1,7%) cipais fontes são recursos municipais, retornos
destinados pelo Fundurb e as obras ligadas ao Esse último é o caso, por exemplo, dos recursos (2%) pais fontes de receitas são impostos, taxas, con- no Diretor Estratégico e é destinado a apoiar as
8mi de seus investimentos e de outorga onerosa de
saneamento ambiental, no caso do FMSAI. empregados pelo PMCMV, que tem foco na pro- 23mi (1,2%) tribuições de melhorias e outras contribuições, ações de desenvolvimento urbano, sendo geri-
(3,4%) legislações específicas.
Ainda assim, o advento do Programa Minha dução habitacional para aquisição. Os recursos do transferências constitucionais, receitas patri- do pelo Conselho do Fundurb.
moniais e de serviços, além de outras receitas. •  Outras fontes:
Casa Minha Vida (PMCMV), que trouxe uma li- Orçamento Geral da União são investidos direta- Detalhamento •  Fundo Municipal de Saneamento Ambien-
nha de financiamento federal substancial, com mente em habitação no município, por meio do dos investimentos •  Operações Urbanas Consorciadas (OUCs) – tal e Infraestrutura (FMSAI) – São os recursos Recursos Próprios da Cohab – São as receitas
Municipais 113mi 221mi obtidas pela Cohab com a venda de imóveis e
boa parte dos recursos aplicados a fundo perdido, Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e do São os recursos provenientes da venda de títu- transferidos ao município pela Companhia de
(16,3%) (31,9%)
los de potencial construtivo adicional (Cepacs) Saneamento Básico do Estado de São Paulo – outras atividades de comercialização do patri-
criou uma dependência forte da política munici- Fundo de Desenvolvimento Social (FDS) e con-  Operações Urbanas
136mi em áreas de Operações Urbanas Consorciadas. Sabesp por obrigação contratual na prestação mônio imobiliário da empresa.
pal – assim como ocorreu em todos os municí- tam ainda com recursos do Fundo de Garantia  Tesouro Municipal (19,6%)
Com o Plano Diretor de 2014, estabeleceu-se
 FMSAI
165mi dos serviços de abastecimento de água e es- Receitas condicionadas – São as receitas con-
pios e estados brasileiros – para com o programa. por Tempo de Serviço (FGTS), para a produção de (23,9%) que no mínimo 25% das receitas das Opera- gotamento sanitário no município. O fundo foi
 Fundurb dicionadas a aprovação de leis específicas.
Com as dificuldades políticas e financeiras que moradias voltadas para o mercado popular.  FMH ções Urbanas Consorciadas deveriam ser apli- instituído em 2009 (Lei 14.934) e é destinado a
afetaram a continuidade do PMCMV, os inves- Já o Governo do Estado de São Paulo partici-  Transferências Estaduais
(convênios Sabesp e CDHU)
timentos municipais em habitação ficaram dese- pa, atualmente, de convênios com o município  Transferências Federais (PAC)
quilibrados, tendo-se investido substancialmen- para a produção de unidades habitacionais de  Outras Fontes - Receitas organizá-los em três grandes fontes: as transfe- Esses recursos foram distribuídos entre as li- Favelas, cuja maior parte dos recursos se origi-
Condicionadas e Recursos
te em desapropriações – disponibilizando terras interesse social por meio da Companhia de De- Próprios da Cohab rências federais, as transferências estaduais e nhas orçamentárias e programáticas atuais da nou das Operações Urbanas Consorciadas, uti-
em áreas centrais e infraestruturadas – sem que senvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), os recursos do tesouro municipal e dos fundos política habitacional, expressas no Programa lizados em obras de infraestrutura e na aqui-
se obtenha a liberação dos recursos para a reali- que recebe receitas do ICMS do Estado, e está municipais (conforme descrito no quadro acima e de Metas do município, que estão organizadas sição de terrenos para produção de habitações
zação dos empreendimentos nessas áreas. promovendo parcerias público privadas na Total dos Investimentos: nos gráficos à esquerda). com base em quatro programas abrangentes: de interesse social para reassentamento da po-
1,111 bilhão
Desta forma, é necessário reequilibrar o or- área habitacional, além de apoiar o PMCMV, Em 2015, os investimentos em habitação, so- Regularização Fundiária, Urbanização de Fa- pulação. Também utilizando a maior parte dos
Total dos Investimentos
çamento habitacional e criar alternativas de fi- por meio do aporte de recursos adicionais como Indiretos Federais e Estaduais: mados ao custeio do auxílio aluguel, foram da velas, Programa Mananciais e Provisão Habi- recursos com esta última finalidade, o Programa
416 milhões
* Considerados os gastos
nanciamento para a provisão de moradia e para forma de aumentar a viabilidade dos empreen- Total dos Investimentos com Auxílio Aluguel, ordem de R$ 695 milhões, representando cerca tacional; além de uma ação de apoio, o auxílio de Construção de Unidades Habitacionais foi o
Municipais em Habitação em 2015:
a melhoria habitacional e urbana que sejam dimentos, que é fortemente influenciada pelos 695 milhões
que integram as despesas
correntes de custeio.
de 24% dos valores investidos pelo município. aluguel - na forma de verba de atendimento segundo maior investimento do ano. O auxílio
mais integradas e sustentáveis, permitindo ao elevados custos de terreno no município. Es- Esses recursos foram provenientes principal- habitacional (considerada despesa corrente) - aluguel, que apoia as famílias removidas para a
município atingir suas metas. ses recursos não são integrados ao orçamento mente de fontes municipais, a saber das Opera- que é conferido às famílias removidas por esta- realização de obras públicas e de urbanização e
A estruturação financeira da política habita- municipal, mas compõem os investimentos em Quanto aos recursos que integram o orça- ções Urbanas Consorciadas, do Tesouro Muni- rem em frentes de obras públicas ou em decor- aquelas em situação de vulnerabilidade ou risco,
cional do município, sobretudo, deverá pautar habitação na cidade. O município de São Paulo mento municipal da habitação e que são inves- cipal, do Fundurb, do FMSAI e do FMH, sendo rência de risco ambiental ou ainda para aquelas consumiu o terceiro maior orçamento entre os
seus esforços pelo uso mais eficiente e eficaz participa dessas iniciativas, aportando também tidos nas ações da política habitacional, hoje bastante significativa a presença de recursos em situação de vulnerabilidade. Programas, com recursos do Tesouro Munici-
dos recursos disponíveis, de acordo com os ob- recursos complementares ao PMCMV e alocan- agrupadas do ponto de vista orçamentário como indiretos, que não integram o orçamento muni- Considerando os investimentos municipais, pal, atendendo cerca de 30 mil famílias em 2015
jetivos e diretrizes da política. Ainda, propõe-se do terrenos para a realização da parceria público Urbanização de Favelas, Programa Mananciais, cipal, por meio do PMCMV e Casa Paulista, que e excetuando-se o PMCMV, aquele com maior (conforme gráfico no topo da página 100).
que estes objetivos e diretrizes sejam sistemati- privada de produção habitacional na área cen- Regularização Fundiária, Construção de Uni- somam R$ 416 milhões, entre recursos federais importância em termos de destinação de recur- É importante também analisar a alocação de
zados de forma a permitir o monitoramento e a tral da cidade. dades Habitacionais e auxílio aluguel, podemos (R$ 363 milhões) e estaduais (R$ 53 milhões). sos em 2015 foi o programa de Urbanização de recursos para investimentos em habitação no

98 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Quadro Orçamentário e Estratégias de Financiamento 99
Quadro Orçamentário e Estratégias de Financiamento

município ao longo do tempo, tendo em vista uma ximos anos para um maior número de assenta- de algumas premissas (apresentadas no quadro
Investimentos municipais* em HABITAÇÃO, por fonte e programa (2015) avaliação da capacidade de investimentos do mu- INVESTIMENTOS DO MUNICÍPIO mentos precários, influenciando de forma posi- da página 102).
Principais investimentos do município
* Considerados os gastos com Auxílio Aluguel, que integram as despesas correntes de custeio. nicípio e do papel que têm cumprido os repasses tiva, direta e indiretamente, o atendimento dos É importante frisar que o Cenário Base des-
e amortização da dívida pública
e transferências de recursos federais e estaduais. objetivos da política habitacional. te Caderno de propostas constitui somente uma
Assim, ao longo dos últimos anos, os recursos R$ Milhões Considerando os investimentos dos últimos referência inicial e cenários alternativos devem
1800 3,5%
gastos em investimentos de iniciativa direta do 3,3% anos e as perspectivas que se abrem tanto pela ser discutidos até a conclusão final do Plano Mu-
 Transferências Federais
Urbanização
286,3  Transferências Estaduais
município e em auxílio aluguel, oriundos de fon- renegociação da dívida pública municipal quan- nicipal de Habitação.
de Favelas 1600 3,1%
 Tesouro Municipal tes e fundos municipais, aumentaram a partir 2,9% 3,0% to pelos instrumentos de financiamento que Assim, considerando o aporte de subsídios
Construção de  FMH
Unidades 229,3
de 2009, mantendo-se num patamar médio de apoiam a política habitacional, revisados no novo federais para, aos moldes do financiamento do
1400
Habitacionais  FMSAI
R$ 686 milhões por ano desde 2012, com uma PDE, podemos ter uma perspectiva da capaci- PMCMV, estima-se que seriam necessários re-
 Fundurb 2,5%
 Operações Urbanas tendência de diminuição das transferências fe- 1200
dade de investimentos do município na política cursos municipais da ordem de R$ 34,4 bilhões
Auxílio Aluguel 117,7
2,2%
 Outras fontes: receitas derais e estaduais, exceto PMCMV (conforme habitacional, o que permite estabelecer diretri- para o atendimento das necessidades habitacio-
condicionadas e recursos

Programa
da Cohab gráfico apresentado abaixo, à esquerda). 1000
2,0% zes para a distribuição dos recursos municipais nais do município (ver quadro no topo da pági-
33,9 1,8%
Mananciais
Ainda que em relação ao orçamento geral do e propôr estratégias de financiamento comple- na 103). Porém, se a produção de moradias para
município tenha ocorrido uma queda na partici- 800
1,6% mentares e de articulação com outras formas e aquisição fosse realizada apenas com recursos
Regularização 1,5%
29,3
Fundiária pação dos investimentos em habitação, que foi 1,3%
fontes de financiamento, diante do montante re- municipais, os recursos necessários seriam da
0 100 200 300
R$ Milhões de 3,3% para 1,3%, o orçamento total de inves- 600
querido para o enfrentamento da precariedade ordem de R$ 56 bilhões.
timentos voltados para a política habitacional 1,0% habitacional no município e para a implementa- Frente a essas necessidades e à atual média
do município, incluindo os recursos para auxílio 400
ção da política habitacional ora em discussão. de investimentos em habitação (R$ 812 milhões
aluguel, tem sido em média de R$ 812 milhões por ano), o município - caso agisse isoladamente
anuais, representando para todo o período de 200
0,5%
Estimativa Orçamentária e não recorresse a nenhuma fonte de financia-
2009 a 2015, cerca de 31% do total dos recursos para o Atendimento das mento que não as municipais - necessitaria de
QUADRO DO ORÇAMENTO MUNICIPAL DA HABITAÇÃO* (2009–2015)
investidos pelo município. 0 0% Necessidades Habitacionais aproximadamente 69 anos para sanar as neces-
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
* Considerados os gastos com Auxílio Aluguel, que integram as despesas correntes de custeio. Percebe-se que, com maior intensidade a sidades e o déficit habitacional. Considerando-se
do Município
partir de 2009 e 2010, os recursos do Tesouro  Urbanismo  Saúde  Amortização da os subsídios federais para aquisição de moradias,
 Habitação  Desporto e Lazer Dívida Pública do
Total das Fontes e Fundos Municipais, Transferências Municipal passaram a ser substituídos pelos município As propostas de reestruturação da política habi- ainda assim seriam necessários 42 anos para a
 Saneamento  Gestão Ambiental
Fontes e Fundos Municipais e Transferências Federais e Estaduais Federais e Estaduais e Estimativa de Investimentos Indiretos
recursos dos Fundos Municipais (ver gráfico à  Transporte  Cultura
 % dos Investimentos
em Habitação em
tacional apresentadas neste Caderno devem im- resolução completa desta questão.
1200
R$ Milhões
50% 1200
R$ Milhões direita). E a já citada queda das transferências  Educação relação ao Orçamento plicar um redimensionamento e uma redistri- O município, portanto, deve continuar so-
do município
federais e estaduais, por outro lado, vinha sendo buição dos recursos orçamentários da habitação mando forças aos governos federal e estadual
994 1000
1000
40% compensada com o aumento dos recursos indi- de acordo com os programas e ações propostos. para a equalização destas questões, buscando
865
818 833 834 retos, sobretudo do Programa Minha Casa Mi- rá ao município acessar novamente linhas de fi- Assim, em primeiro lugar, é necessário esti- fontes alternativas de financiamento, de forma
800 769 800
746 nha Vida, sob a forma de subsídios federais para nanciamento para investimentos. A renegocia- mar os recursos necessários para o pleno aten- a promover um novo patamar de desenvolvi-
695 30% 701 700
675 669
622 aquisição de moradias. ção da dívida pública municipal significou sua dimento das necessidades habitacionais do mento da cidade, por meio da implementação da
600 600

20%
499 Quando se analisa o montante total gasto de redução para 80% da receita corrente, implican- município. Estes valores podem também ser Política Habitacional.
400 400 363 investimentos em habitação (desconsiderados os do uma margem fiscal para investimentos, inde- utilizados para avaliar o quanto o município é Em relação à distribuição dos recursos entre
319 325
recursos para auxílio aluguel) em relação ao or- pendentes dos recursos federais e do Fundurb, capaz de investir com recursos próprios e qual a os programas da política habitacional, e diante
10% 211
200 200
111
129 133 çamento geral de investimentos do município no de cerca de R$ 15 bilhões. Parte dessa margem necessidade de se buscar novas fontes de recur- do desafio de sanar as necessidades decorren-
99 93
61 53
17 12 46
26 período de 2009 a 2015, este foi o maior item de in- poderá ser destinada para financiar os investi- sos para a implementação da política habitacio- tes da precariedade habitacional e urbana, este
0 0% 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 vestimento municipal. Ao mesmo tempo, a amor- mentos na política habitacional. nal. Para isso, adotaram-se custos unitários de caderno propõe a diversificação das opções de
Fontes e Fundos Municipais
tização da dívida pública (pagamento da parcela Ainda, nota-se que os investimentos em sa- referência para os novos programas e suas res- acesso à moradia, adotando uma abordagem
 Tesouro  Operações  Transferências
 Total Fontes e Fundos Municipais principal da dívida, sem considerar os juros) no pe- neamento, transportes e urbanismo têm se ele- pectivas modalidades, que podem, entretanto, mais completa e integrada do déficit habitacio-
Municipal Urbanas Federais  Total Transferências Federais e Estaduais
 Estimativa de Investimentos Indiretos Federais
ríodo consumiu parcelas crescentes do orçamento vado nos últimos anos, graças em boa parte aos sofrer variações significativas durante sua im- nal e propondo a estruturação de novos progra-
 FMH  Outras fontes:  Transferências
 FMSAI
receitas Estaduais (ex.: MCMV, somente subsídio faixa 1) municipal, restringindo novos investimentos. mecanismos de venda de potencial construtivo plementação devido às características específi- mas, com ênfase na Intervenção Integrada em
condicionadas  Estimativa de Investimentos Indiretos Estaduais
 Fundurb e recursos (ex.: Casa Paulista)
Essa dívida, que tem influenciado fortemente por meio da outorga onerosa (Fundurb) e de títu- cas de cada projeto, dentre outros fatores. Esses Assentamentos Precários, no Locação Social e
da Cohab
a capacidade de investimento do município, foi, los (Cepacs), a partir da aprovação do novo PDE. custos unitários foram multiplicados pelas esti- no Serviço de Moradia Social (ver quadro abaixo
entretanto, renegociada em 2016, o que permiti- Esses investimentos devem se estender nos pró- mativas de necessidades habitacionais, a partir nesta página, à esquerda).

100 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Quadro Orçamentário e Estratégias de Financiamento 101
Quadro Orçamentário e Estratégias de Financiamento

premissas das estimativas do cenário base


Valores unitários e quantidade de atendimentos estimados por programa Assim, de acordo com o Cenário Base e consi-
estimativas de Recursos municipais necessários derando a manutenção dos subsídios federais à
Programa Modalidade
Valor unitário Fontes e referências para atendimento Fontes e referências para Cenário Base considerando a participação e ausência dos subsídios federais produção habitacional de interesse social, a nova
(total ou anual) cálculo do valor unitário estimado cálculo do atendimento estimado
proposta para a política habitacional apresentaria
Acolhimento Institucional
Intensivo
valor anual por família atendida no 282.000
R$ Bilhões a seguinte distribuição de recursos por programa,
R$60
Aluguel de Imóveis Privados R$ 4.800 Auxílio Aluguel, conforme Portaria atendimentos considerando o equacionamento das necessida-
para Abrigamento Transitório n. 131/2015/Sehab até 2032 substituição do Auxílio Aluguel pelo Serviço
SERVIÇO DE
de Moradia Social, apresentada no programa R$56 des habitacionais e as premissas apresentadas:
MORADIA SOCIAL Bolsa Aluguel Subsídios
Serviço de Moradia Social (ver página 42)
Federais
R$50
valor máx. faixa 1 pmcmv 2: R$ 96 mil/uh acrescido de R$22 bi
Locação Social para o
Serviço de Moradia Social R$ 116.000 R$ 20 mil/uh, referentes aos 8000
UHs
Propostas de Estratégias
custos de manutenção predial (até 2032).
de Financiamento
valor máx. faixa 1 pmcmv 2: R$ 96 mil/uh, R$40
Promoção Pública de Moradia (R$ 76 mil/construção e R$ 20 mil/terreno)
com subsídios federais:   Considerando o Cenário Base e diante da esti-
Promoção Privada de Moradia
R$ 96.000 R$ 76 mil/uh (recursos federais) R$34
Promoção de Moradia + R$ 20 mil/uh (recursos municipais)
 Provisão de Moradia para Aquisição mativa de custos para o atendimento das neces-
das 368.731 moradias que integram a demanda R$30
por Autogestão sem subsídios federais:  Serviço de Moradia Social
PROVISÃO R$ 96 mil/uh (recursos municipais)
por UH até 2032, considerou-se que 355.731 sidades habitacionais, algumas estratégias de fi-
 Locação Social
DE MORADIA 355.731 UHs seriam viabilizadas pelo programa
UHs Provisão de Moradia para Aquisição, sendo  Locação Social de Mercado nanciamento estão sendo propostas, no sentido
PARA AQUISIÇÃO 20% por autogestão, 20% em assentamentos
Promoção Pública de Moradia em custo da UH sem necessidade
Assentamentos Precários R$ 76.000 de aquisição de terreno precários e 60% de promoção pública e privada. R$20  Urbanização de garantir a destinação de fundos públicos não
 Regularização Fundiária
onerosos prioritariamente para o atendimento à
não foi considerado no Cenário Base  Melhorias Habitacionais
Aquisição de Moradia Pronta — pois carece de um estudo sistemático para  Intervenções em Cortiços
população de mais baixa renda, que possui me-
aferição dos valores da carta de crédito R$10
 Auxílio Aluguel nor capacidade de financiar seu acesso à mora-
 Assistência Técnica
das 368.731 moradias que integram dia digna. Dessa forma, pretende-se equilibrar
Locação Social valor máx. faixa1 pmcmv 2: R$ 96 mil/uh a demanda por UH até 2032, considerou-se  Subsídios Federais à Produção
LOCAÇÃO SOCIAL de Promoção Pública
R$ 116.000 acrescido de R$ 20 mil/uh, referentes aos 13.000 que 13 mil UHs seriam viabilizadas pelo 0 (MCMV, somente subsídio faixa 1) as oportunidades de acesso à moradia e à me-
UHs
custos de manutenção predial (até 2032). programa Locação Social, sendo 11 mil de Com subsídios federais Sem subsídios federais
Locação Social Por Autogestão
promoção pública e 2 mil para autogestão. à produção para aquisição à produção para aquisição
lhoria habitacional e urbana, promovendo uma
distribuição mais igualitária dos recursos na ga-
não foi considerado no Cenário Base
LOCAÇÃO SOCIAL não foi considerado para
DE MERCADO
Locação Social de Mercado — pois carece de um estudo sistemático para —
os fins do Cenário Base.
rantia do direito à cidade.
aferição dos valores da carta de crédito
Dentre estas estratégias, podemos citar:
valor máx. Faixa 1 PMCMV 2, Distribuição dos investimentos em habitação
Urbanização Complexa R$ 22.800 PAC UAP (30% do valor da UH) dos 722.344 domicílios a serem consolidados, Comparação entre o orçamento de 2015 e o Cenário Base
conforme o quadro de necessidades considerou- •  Proposta de atribuição de faixas de subsídios
URBANIZAÇÃO 577.875 se que 35% seriam atendidos por urbanização
domicílios
complexa e 45% por pequenas intervenções a grupos de atendimento, estabelecidos confor-
Pequenas Intervenções 40% do valor adotado de urbanização.
de Urbanização R$ 9.120 para Urbanização Complexa 100% 100% me sua renda familiar, associados a fontes de
recursos (ver quadro na página 104).
considerou-se 90% das moradias em 90% 90%
valor praticado pela assentamentos precários consolidados
REGULARIZAÇÃO Regularização Fundiária 668.741
FUNDIÁRIA de Assentamentos Precários R$ 300 Coordenadoria de Regularização
domicílios
e consolidáveis, uma vez que o restante
80% 80% •  Associação das modalidades dos programas,
Fundiária da Sehab dos domicílios já está em processo
de regularização fundiária. propostos neste caderno, a grupos de aten-
70% 70%
Melhorias Habitacionais dimento, de forma a possibilitar um direcio-
Integradas atendimento a 50% das moradias em
MELHORIAS valor máx. Faixa 1 PMCMV 2, 371.523  Locação Social
HABITACIONAIS
R$ 22.800 PAC UAP (30% do valor da UH) domicílos
assentamentos precários consolidados 60% 60% namento da política para cada situação, com
Melhorias de Conjuntos e consolidáveis.  Intervenção

novos programas
Habitacionais Irregulares em Cortiços ênfase no atendimento dos grupos G1 e G2 (até
50% 50%
Ação em Cortiços Isolados intervenção e consolidação de 85% dos
 Assistência Técnica 3 salários mínimos), que compõem a camada
INTERVENÇÃO valor máx. Faixa 1 PMCMV 2, 68.331  Construção  Melhorias
EM CORTIÇOS Ação Integrada em Cortiços R$ 22.800 PAC UAP (30% do valor da UH) domicílios
domicílios em cortiços e 15% de remoção, 40%
de Unidades
40%
Habitacionais
com menor poder de pagamento e nas quais se
Agrupados conforme adotado no PMH 2009.
Habitacionais
 Serviço de concentram as necessidades habitacionais do
30%  Urbanização
30% Moradia Social
ASSISTÊNCIA Assistência Técnica à Comunidade atendimento ao total de domicílios a
de Favelas município.
10% dos Valores de Referência 439.854 receberem intervenções de melhorias  Provisão de Moradia
TÉCNICA, Escritório Local de Assistência R$ 2.280 para Melhorias Habitacionais domicílios habitacionais mais os domicílios em 20%   Programa 20% para aquisição
JURÍDICA E SOCIAL Técnica Ao Munícipe cortiços passíveis de consolidação. Mananciais
 Urbanização
10%  Regularização 10%
•  Alinhamento com programas federais e esta-
 Regularização
atendimentos remanescentes do Auxílio Fundiária
105.000 Aluguel até sua completa substituição pelo
Fundiária duais, para composição do financiamento da po-
valor anual por família atendida no Auxílio 0%  Auxílio Aluguel
0%  Auxílio Aluguel
AUXÍLIO ALUGUEL Auxílio Aluguel R$ 4.800 Aluguel, conforme Portaria n. 131/2015/Sehab atendimentos Serviço de Moradia Social, apresentada no lítica habitacional.
até 2022 programa Serviço de Moradia Social Cenário em 2015 Cenário base
(ver página 42) com subsídios federais
à produção para aquisição
•  Estímulo à aplicação de instrumentos do PDE
Notas: 1) Diante do cenário incerto, adotou-se os valores dos contratos vigentes, tomando como referência o PMCMV 2 e o PAC UAP.  2) Não estão contabilizadas as receitas advindas da aplicação dos instrumentos e mecanismos de financiamento propostos.

102 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Quadro Orçamentário e Estratégias de Financiamento 103
Quadro Orçamentário e Estratégias de Financiamento

para a produção de HIS já regulamentados:


GRUPOS DE atendimento tégico e no Zoneamento - para as unidades que •  Transferência de Potencial Construtivo
Cota de Solidariedade: Prevista no PDE é apli- Conforme renda familiar forem registradas em cartório, por tempo inde- para doação de imóveis privados: Nos casos
cável a empreendimentos de grande porte (com terminado, como aderentes ao programa Loca- em que for conveniente à administração pú-
Tipo de Unidade
área computável superior a 20 mil m²), consis- Grupo Renda Familiar
Habitacional
Característica Fonte de recursos ção Social de Mercado. A condição de adesão ao blica, a mesma poderá ofertar potencial cons-
tindo na obrigatoriedade de destinação de 10% Federais: FNHIS, FAR, FDS, FGTS
programa, pelo empreendedor, deve ser a obser- trutivo passível de transferência como forma
até R$880 recurso a fundo
da área construída computável para HIS. Essa G1 HIS FAIXA 1
perdido
Estaduais: FPHIS vância de valores máximos de aluguel por re- de pagamento pela doação de terrenos de pro-
1 salário mínimo
Municipais: Tesouro, FMH, FMSAI, Fundurb priedade privada, de acordo com o regramento
destinação pode ser realizada de três formas: gião onde o incentivo será válido e controle por
produção de HIS pelo próprio promotor, doação de R$880 a R$ financiamento com Federais: FNHIS, FAR, FDS, FGTS sistema de gestão de ativos. Propõe-se que os va- previsto no PDE e regulamentação específica
2.640 subsídio parcial
G2 HIS FAIXA 1 Estaduais: FPHIS
em fase final de elaboração. Os terrenos assim
de terrenos para produção de HIS ou a doação 1 a 3 salários (complemento e/ lores de aluguéis sejam disponibilizados pela Se-
mínimos equilíbrio) Municipais: Tesouro, FMH, FMSAI, Fundurb
de recursos ao município, em conta do Fundurb, cretaria de Finanças e reajustados anualmente. adquiridos devem apoiar os processos de regu-
de R$ 2.640
para fins de produção de HIS e equipamentos a R$5.280
financiamento com Federais: FNHIS, FAR, FDS, FGTS larização fundiária de assentamentos precários,
subsídio parcial
G3 HIS FAIXA 2 Estaduais: FPHIS
públicos sociais complementares à moradia. 3 a 6 salários (complemento e/
equilíbrio) Municipais: Tesouro, FMH, FMSAI, Fundurb
Estratégias de apoio ao podendo também ser utilizados para implanta-
mínimos
Consórcio Imobiliário de Interesse Social: Re- financiamento e gestão ção de novas unidades habitacionais de interes-
de R$5.280 a
gulamentado pela Lei n. 16.377/2016, permite a SFH: unidades até se social, parques públicos ou para implantação
G4 R$8.880 6 a 10
salários mínimos
HMP
R$750 mil
Federais: FGTS / SBPE
da política habitacional
execução de consórcios imobiliários entre a pre- de novos corredores de ônibus.
acima de R$8.880 Federais: SBPE faixa livre / SFI financiamento
feitura e os proprietários de imóveis sujeitos ao SFH/Mercado:
direto com construtoras
G5 acima de 10 unidades acima de
e recursos próprios das famílias
Parcelamento, Edificação e Utilização Compul- salários mínimos R$ 750 mil
(aquisição sem financiamento) •  Criação de um Fundo Garantidor: Trata-se •  Implementação de um Sistema de Gestão de
sórios (Peuc) com o objetivo de produzir Habi- de um fundo que consolidará ativos municipais Ativos: Propõe-se o aprimoramento do sistema
tações de Interesse Social. Os imóveis sujeitos (como terrenos e edificações, por exemplo) ou de gestão de ativos municipais de forma que
ao Peuc são aqueles que não cumprem a função 1. Juros (subsidiados) de Financiamento neração do parceiro privado, que arcaria com a recebíveis, podendo ser utilizado para oferecer possibilite um controle automatizado e integra-
social da propriedade, que é determinada pelo da Carta de Crédito ou Microcrédito para reabilitação dos edifícios e sua gestão patrimo- garantias de liquidez imediata para as operações do da gestão de terrenos, edificações e unidades
coeficiente mínimo que cada lote deve atingir Melhorias Habitacionais: nial ao longo do período da Parceria Público-Pri- de crédito que estão sendo propostas. habitacionais abrangidos pelos programas habi-
(previstos no PDE e no Zoneamento). Por meio Propõe-se a criação de um mecanismo de micro- vada de Locação Social. tacionais aqui propostos, inclusive para acom-
destes consórcios, a prefeitura recebe o terre- crédito (pequenos empréstimos) e de cartas de •  Regulamentação específica do Reordena- panhamento do parque público utilizado para
no do proprietário e eventuais construções, e o crédito (cartões de crédito válidos em lojas ha- 3. Incentivos tributários: mento Urbanístico Integrado para Assenta- o programa Locação Social. Tal sistema deve
proprietário do imóvel recebe, após a realização bilitadas), que seriam utilizados pelos benefici- Em novas construções e construções existentes, mentos Precários: Por meio do reordenamen- permitir o acompanhamento de vistorias, dos
das obras, lotes ou unidades condominiais equi- ários para aquisição de materiais de construção poderão ser concedidos incentivos tributários to urbanístico integrado é possível, de forma gastos realizados, bem como o controle da ma-
valentes ao valor do terreno e eventuais edifi- e contratação de mão-de-obra para melhorias aos empreendedores ou proprietários que ofere- consensuada entre a maioria dos detentores nutenção desses ativos e seus valores contábeis
cações nele existentes, por meio de um contrato habitacionais. A assistência técnica, nestes ca- cerem unidades habitacionais para participar do da posse dos imóveis (ao menos dois terços), o para fins de prestação de contas. Espera-se com
de troca ou permuta. Os imóveis produzidos por sos, seria totalmente financiada a fundo perdido programa Locação Social de Mercado, com re- reajuste fundiário em áreas que necessitam de isso tornar a gestão mais eficiente e dar maior
meio do consórcio são incorporados ao patrimô- pelo município. Os juros deste financiamento gistro em cartório, por tempo indeterminado, no qualificação ambiental e melhoria de condições transparência às ações públicas.
nio público municipal. (abaixo dos juros normalmente praticados pelo caso de novas construções. A condição de ade- de acesso. Nas áreas próximas a eixos de trans-
mercado), seriam reinvestidos neste mesmo me- são ao programa, pelo proprietário ou empreen- porte público e com densidades relativamente
•  A adoção de novos instrumentos e mecanismos canismo, cujos recursos totais seriam comple- dedor, deve ser a observância de valores máxi- menores, ainda, é possível promover um maior
de financiamento, de forma a complementar os mentados por aportes municipais. mos de aluguel por região onde o incentivo terá adensamento e qualificação urbanística e am-
recursos disponíveis para a execução da Política validade, o que deve ser controlado por sistema biental, promovendo um uso mais adequado
Habitacional, apoiados por estratégias de imple- 2. Aluguéis de Unidades Habitacionais de gestão de ativos. Propõe-se que a Secretaria dos recursos fundiários. Tal estratégia permite
mentação, conforme apresentado a seguir. Públicas e de Espaços Comerciais de Finanças seja consultada anualmente sobre ao poder público economizar com a compra de
(PPP de Locação Social): os valores e reajustes dos incentivos. terrenos privados, utilizando suas próprias ter-
Novos mecanismos de Os aluguéis residenciais (estipulados de acordo ras (onde muitas das favelas se localizam atual-
mente) para promoção de provisão habitacional
financiamento e incentivos com as possibilidades de comprometimento de 4. Incentivos urbanísticos:
renda dos beneficiários) e de áreas comerciais Em novas construções, poderá ser concedido em novos conjuntos habitacionais.
Atendendo as diretrizes de estruturação fi- em térreos e sobrelojas (a valores de mercado desconto no total de Outorga Onerosa do Direi-
nanceira e de forma a suportar o cenário indi- locais) de edifícios públicos seriam aplicados em to de Construir a ser pago pelo empreendedor
cado, propõe-se a adoção dos seguintes instru- um fundo. Estes recursos, com as complementa- da edificação - adicional aos demais incentivos
mentos e mecanismos de financiamento. ções necessárias, seriam utilizados para a remu- urbanísticos previstos no Plano Diretor Estra-

104 Plano Municipal de Habitação de São Paulo | Caderno para discussão pública | Junho de 2016 Quadro Orçamentário e Estratégias de Financiamento 105
Próximas Etapas
Construção Participativa do Plano Municipal de Habitação

publicação caderno de propostas


junho de 2016

consulta pública on-line


de julho a outubro de 2016
em www.habitasampa.inf.br

audiências públicas
de novembro a dezembro de 2016

Prefeitura do Município de São Paulo


coordenação e projeto gráfico
Secretaria Municipal de Habitação
Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo
ilustrações
as ilustrações utilizadas neste caderno foram
produzidas com recursos do Freepik
tipografia
Aleo e Monserrat
formato
277 x 310 mm
papel: offset 70 g/m²
tiragem: 5000 exemplares
Prefeitura de São Paulo
Secretaria Municipal de Habitação
Rua São Bento, 405 – 11º andar
01008-905 – São Paulo – SP – Brasil

habitasampa.inf.br
prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/habitacao

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