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CÓDIGO: 31117
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Trabalho realizado segundo o acordo ortográfico de 1990
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Jeremy Bentham (1748-1832), filósofo da época, sofrendo uma
influência empirista, “substitui" a teoria do direito natural,
característica do século anterior, por uma teoria denominada
utilitarismo cujas origens remontam ao epicurismo como reconhece
John Stuart Mill (cf. 1879, p. 8), discípulo de Bentham.
Bentham crítica as formas liberais que levem ao egoísmo e
advoga que todas as ações humanas são baseadas no prazer, na dor,
no bem-estar, sendo as mesmas mensuráveis com base em critérios
de intensidade e duração entre outros. Bentham iria definir um
princípio cujo objetivo principal seria fomentar a felicidade individual
e coletiva.
O princípio da Utilidade ou da maior felicidade do maior
número possível de pessoas. Segundo ele, uma ação será análoga a
este princípio, quando a sua tendência para aumentar a felicidade da
comunidade, for maior do que a tendência para a diminuir (entenda-
se que o interesse da comunidade é igual à soma do interesse dos
indivíduos).
Juntamente com o pai de Mill, Bentham formaria um grupo de
reformadores que no século XIX criticou de forma veemente as
instituições políticas e jurídicas defendendo uma reorganização social
tendo por base o princípio da utilidade. Os Radicals defendiam uma
reforma política e legal, o sufrágio universal e uma política orientada
pela felicidade humana. Whigs e Radicals acordavam em assuntos
económicos sendo apologistas de políticas pró-urbanas, pró-
industriais e de laissez-faire. Esta aliança levou a que se formasse o
Partido Liberal na década de 1840.
Stuart Mill foi visto como o natural sucessor dos movimentos
radicais filosóficos, após uma educação notável e exigente, marcada
pela rigidez intelectual desde tenra idade. Inicialmente segue a
corrente utilitarista, mas as influências sofridas quer pelo Positivismo
de Augusto Conte (1798-1857) quer pelo Socialismo de Saint Simon
(1760-1825), levou a que a modificasse profundamente. Mill
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considerou os pensamentos de seu pai e de Bentham limitados em
diversos aspetos. Influenciado por Wordsworth (1770-1850) e
Coleridge (1772-1834), insurge-se contra o facto de Bentham excluir
o sentimento e os valores humanos da sua teoria moral, pois apesar
de Mill possuir habilidades analíticas bastante desenvolvidas, fruto da
educação rigorosa, a capacidade de se sensibilizar encontrava-se
profundamente atrasada.
Com a morte dos seus mentores, Mill aproveitou a maior
liberdade de que passou a dispor, para criar um novo “radicalismo
filosófico” baseado em Coleridge, sem no entanto esquecer Bentham,
incorporando tudo o que de valioso a sua teoria tinha. Considerou-os
as mentes mais brilhantes da Inglaterra do século XIX.
Coleridge distinguia a razão e compreensão e valorizava as
emoções e os sentimentos, muito com base no idealismo germânico e
na sua intuição. Mill classificou esta teoria como “filosofia da cultura
humana”, em que o objetivo era a formação de um carácter de
superioridade moral e ética, onde a sociedade valorizava a
intervenção do estado nas áreas da educação e da saúde. As
doutrinas preconizadas por Bentham e Coleridge, no entender de Mill
complementavam-se em inúmeros aspetos.
Numa sociedade marcada por regras fixas e impostas pelas
desigualdades, o pensamento inglês evoluiu numa perspetiva social,
cultural e política. Stuart Mill desenvolve o liberalismo na linha da
democracia, pois preocupa-se com o destino das massas oprimidas e
em dar voz às fações minoritárias, visto que era um acérrimo
defensor da liberdade de expressão.
Em jeito de conclusão as teorias liberais do século XIX vão ao
encontro das ideias de igualdade, em grande parte fruto do trabalho
destes três ilustres pensadores. Se por um lado Bentham e Coleridge
defendiam os seus credos até às últimas consequências, Stuart Mill
absorveu o melhor dos dois contribuindo para a luta pela democracia,
direitos e liberdades.
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Bibliografia:
LORES, Francisco Xavier. John Stuart Mill. Vol. II, tradução de Mauro
Giménez Fernández, col. “Unidades Didáticas sobre Liberalismo.
Autores Liberais”, European Liberal Forum asbl, Bruxelas, 2012.
Disponível em: <file:///C:/Users/sandr/Downloads/JohnStuartMill-
PT.pdf>. Acedido em 10 de abril de 2018.
MILL, John Stuart. Utilitarianism. 7th ed., Longmans, Green, and CO.,
1879.
Disponível em:
https://books.google.pt/books?id=hm4IAQAAIAAJ&printsec=frontcov
er&dq=utilitarianism&hl=pt-
PT&sa=X&ved=0ahUKEwjcp7Kc2bXaAhVFcRQKHbVABD8Q6AEIKDAA
#v=onepage&q=utilitarianism&f=false. Acedido em 12 de abril de
2018
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