Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)3321-3562 / 8403-6163
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.
__________________________________________________________________________________________________________________
_
EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
ESTADO DO PARANÁ - PR.
Página 1 de 23
Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)3321-3562 / 8403-6163
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.
__________________________________________________________________________________________________________________
_
kj
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
RAZÕES DO RECURSO
EGRÉGIO TRIBUNAL
COLENDA TURMA
ÍNCLITO JULGADORES
I – DOS FATOS
Página 2 de 23
Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)3321-3562 / 8403-6163
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.
__________________________________________________________________________________________________________________
_
O juiz verificando o documento juntado pelos
Recorridos entendeu que embora os Recorridos não terem juntado o
Contrato de compra e venda a fim de comprovar a alienação, a
procuração era prova apta e suficiente para comprovar que os
Recorridos não detinham mais a posse desde de março/2004.
Inconformado o Recorrente interpôs Recurso de
Apelação requerendo a reforma do julgado singular, eis que, o
documento apresentado não comprovava a venda ou qualquer transação
jurídica havida entre os Recorridos e o Ocupante/Nomeado.
II – DO ACÓRDÃO HOSTILIZADO
Página 3 de 23
Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)3321-3562 / 8403-6163
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.
__________________________________________________________________________________________________________________
_
inobstante constar naquele registro o nome de determinada
pessoa, responde pelas taxas quem detém a posse do imóvel
no período da inadimplência.
Subsiste a responsabilidade do proprietário
tão somente nos casos em que não restasse comprovado que
outra pessoa estava na posse do imóvel, ou ainda se ela
fosse de todo desconhecida.
No caso vertente, porém, tal situação no se
verifica. Apesar da FRAGILIDADE da prova carreada aos
autos, é possível concluir que bem foi transferido
mediante contrato de gaveta, tanto é que os apelados
outorgaram procuração a OTÁVIO LUIZ DA SILVA, com poderes
específicos para receber citação e intimação de penhora
relativos ao imóvel(doc.64).
Ademais, ao contrário do que o Condomínio
alega, ele tinha conhecimento de que o imóvel foi vendido,
tanto é que no boleto de cobrança de fls.65, vencido em
07/09/2004, constava o nome de OTÁVIO.
Página 4 de 23
Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)3321-3562 / 8403-6163
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.
__________________________________________________________________________________________________________________
_
Destarte, temos que não há nos autos qualquer prova
dos Recorridos terem vendido o Imóvel, malgrado, ainda que houvesse
o Contrato de Compra e Venda sem registro, o que não há, este, não
poderia atingir terceiros que não participaram nem tiveram
conhecimento da relação, fato este, que não pode ser ignorado ou
relevado.
Art.4º omisses...
Parágrafo único: “A alienação ou transferência de
direitos de que trata este artigo dependerá de prova
de quitação das obrigações do alienante para com o
respectivo condomínio”.
Página 5 de 23
Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)3321-3562 / 8403-6163
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.
__________________________________________________________________________________________________________________
_
ou a instituição de condomínio se formalizar na
vigência desta Lei;
Página 6 de 23
Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)3321-3562 / 8403-6163
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.
__________________________________________________________________________________________________________________
_
Não obstante, o Condomínio tem a prerrogativa de
escolher de quem cobrar as taxas condominiais “podendo propor a ação
tanto contra o proprietário como contra o adquirente, pois o
interesse prevalente é o da coletividade condominial em receber os
recursos para o pagamento de despesas indispensáveis e inadiáveis,
podendo assim o credor escolher dentre estes o que tenha uma melhor
relação jurídica vinculada ao imóvel (proprietário, possuidor,
promissário-comprador etc.)” ou seja, o que mais prontamente poderá
cumprir com a obrigação “in casu” os Recorridos, “ressalvado o
direito regressivo contra quem de direito.”
1
(TAPR – AC 145922500 – (10541) – Curitiba – 7ª C.Cív. – Rel. Juiz Conv. Noeval de Quadros –
DJPR 28.04.2000)
Página 7 de 23
Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)3321-3562 / 8403-6163
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.
__________________________________________________________________________________________________________________
_
Demonstrado esta o afronto às leis que dispõem sobre
o registro e a forma de aquisição, garantia, validade e eficácia dos
atos jurídicos praticados “inter vivos”.
Página 8 de 23
Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)3321-3562 / 8403-6163
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.
__________________________________________________________________________________________________________________
_
Art.1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade
mediante o registro do título translativo no Registro de
Imóveis.
Por fim,
Art. 860. omisses
Parágrafo único. Enquanto se não transcrever o título de
transmissão, o alienante continua a ser havido como dono
do imóvel, e responde pelos seus encargos.
Página 9 de 23
Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)3321-3562 / 8403-6163
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.
__________________________________________________________________________________________________________________
_
transferido, constituindo ou extinto, visto que do
negócio não se terá nenhum direito real sobre o
imóvel, pois, enquanto o bem não for registrado,
valerá apenas entre as partes no plano
obrigacional. Por tal razão, enquanto não se
assentar o título de transmissão, o alienante
continuará, legalmente, sendo o proprietário do
imóvel, e, conseqüentemente deverá responder pelos
seus encargos.”
Página 12 de 23
Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)3321-3562 / 8403-6163
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.
__________________________________________________________________________________________________________________
_
permanecendo a responsabilidade da ré pelo pagamento
das taxas de condomínio.
Sentenciando antecipadamente a lide, o Magistrado
singular afastou a preliminar de ilegitimidade
passiva, sob o entendimento de que enquanto não
transcrito o título de transmissão, o alienante
continua a ser o proprietário do bem imóvel,
respondendo, assim, por seus encargos; da mesma
forma, rejeitou o pedido de denunciação a lide, eis
que a cláusula contratual que imputa ao promitente
comprador a responsabilidade pelo pagamento de
obrigações decorrentes da propriedade não pode
prosperar, pois considerada coativa. Assim,
considerou que a ré não tem direito de regresso
contra o outro pactuante, seja por força da avença,
seja por força de lei.
Condenou a acionada ao pagamento das taxas
condominiais vencidas e não pagas desde setembro de
1995, bem como as que se vencerem no decorrer da
demanda, atualizadas monetariamente desde o
ajuizamento da ação, acrescidos de juros legais e
contados da citação, bem como custas e honorários
advocatícios arbitrados em 15% sobre o valor da
condenação.
Inconformada, apelou a vencida, reeditando as
alegativas da peça de defesa, no que tange a
obrigatoriedade do promitente comprador do bem em
responder pelas despesas do condomínio em virtude da
cláusula 6ª do contrato promessa de compra e venda
realizado com Aroldo Waldomiro Martins Filho,
pugnando, assim, pelo reconhecimento da ilegitimidade
passiva ad causam para a demanda ou pela denunciação
a lide do comprador.
O apelo obteve resposta.
É o relatório.
A insurgência apelatoriamente deduzida pela demandada
impõe-se repelida!
Incontestado os valores postos em cobrança, mesmo
aqueles vencidos durante o trâmite da demanda, cabe-
nos, então, a análise dos pontos que foram alvo da
peça contestatória e reaviventados no apelo
intentado.
Cuida-se, é de se observar de ação de cobrança de
despesas condominiais, relativa aos meses setembro de
1995 a setembro de 1996, no valor de R$ 945,48, já
acrescidas da multa legal (fls.25 a 28) e aquelas
vencidas no decorrer da ação (fls.64/67 e 82/85),
pleiteadas com base no art. 12 da Lei n.4591/64.
Argüiu o recorrente que por força do contrato de
compromisso de compra e venda do apartamento 702,
Bloco B do Condomínio Residencial Talismã efetuado
com Aroldo Waldomiro Martins Filho, o pagamento das
despesas de condomínio referentes ao imóvel seriam de
Página 13 de 23
Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)3321-3562 / 8403-6163
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.
__________________________________________________________________________________________________________________
_
responsabilidade deste, eis que assumiu o mesmo tal
obrigação, por força da cláusula sexta do referido
instrumento.
Tal possibilidade, porém, é de ser descartada, pois
tratando-se de obrigação a ser adimplida pelo
condômino, entendendo-se ser este o proprietário da
unidade habitacional.
In verbis, dispõe o art. 12 da Lei 4.591/64:
Página 15 de 23
Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)3321-3562 / 8403-6163
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.
__________________________________________________________________________________________________________________
_
Humberto Theodoro Júnior, in Curso de Direito
Processual Civil (Vol. II. 17ª ed. Forense. Rio. 1996. pág. 61),
ensina que:
“O Código, estendeu a aplicação do instituto, também, à
hipótese de asseguração de direito regressivo,
genericamente. Assim, é cabível a denunciação da lide ao
terceiro que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a
indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que perder a
demanda (art. 70, III).
Ora, a legislação condominial é absolutamente sui
generis, com peculiaridades distintas das obrigações em
geral. Não há confundir eventual possibilidade de
chamamento ao processo com a obrigatoriedade da
denunciação à lide, como poderia uma rápida leitura do
art. 70, II, do CPC e do art. 625 do Código Civil, fazer
supor. A dívida, na espécie, não resulta de contratação
voluntária, mas de impositivo legal”.
“De todo o modo, produzida a sentença, não se
cogitando de hipótese de litisdenunciação
obrigatória, não há interesse na reversão do curso do
processo, em nome do princípio da economia” (ACV n.
96.009316-8, de São José).
Carlos Prudêncio
PRESIDENTE COM VOTO
Trindade dos Santos
RELATOR
Custas legais.
2. Desprovê-se o apelo.
Página 18 de 23
Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)3321-3562 / 8403-6163
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.
__________________________________________________________________________________________________________________
_
“Assim, também quanto ao pólo passivo da relação
processual, quanto ao réu, devem ser questionados o
interesse e a legitimidade. Legitimado a ser réu em
processo de cobrança de cotas condominiais é o
condômino, consoante disposto no art. 12 da Lei
4.591/64. Condômino é o proprietário da unidade
autônoma, aquele que detém o direito patrimonial nos
termos do art. 530 do Código Civil. Afere-se a
condição de condômino pela consulta à matrícula do
registro de imóveis. O condômino e proprietário cujo
nome consta da matrícula da respectiva unidade
autônoma é parte legítima para responder a ação de
cobrança de quotas condominiais. (g.n.)
Mais:
Página 19 de 23
Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)3321-3562 / 8403-6163
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.
__________________________________________________________________________________________________________________
_
imóvel.(TARGS , 5ª C., Rel. Dr. Márcio Borges Fortes,
J. 11.04.96).
Página 20 de 23
Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)3321-3562 / 8403-6163
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.
__________________________________________________________________________________________________________________
_
litisdenunciação obrigatória, não há interesse na reversão
do curso do processo, em nome do princípio da
economia.”
Página 21 de 23
Marcus Vinicius Ginez da Silva Advogado – OAB-PR.30.664
Rua Minas Gerais, 297 - 9º Andar-Sala 94 – Ed. Palácio do Comércio Fone/Fax (43)3321-3562 / 8403-6163
Email-marcuszenig21@hotmail.com
Londrina-Pr.
__________________________________________________________________________________________________________________
_
BUENO - J. 29.7.2002, com a seguinte referência:
REsp. 194.481-SP - STJ - 4ª T. - Rel. Min. RUY ROSADO
DE AGUIAR - DOU 22.3.99 - STJ Julgados nº 102/70
FONTE: Ap. s/ Rev. 754.090-00/0 - 1ª Câm. - Rel. Juiz
VIEIRA DE MORAES - J. 1.10.2002, com as seguintes
referências: STJ - REsp. 175.018 - Rel. Min. ARI
PARGENDLER - 3ª T. - J. 22.10.2001 - DJU em 4.2.2002
STJ - REsp. 261.303 - Rel. Min. ARI PARGENDLER - 3ª
T. - J. 23.10.2000 - DJU em 4.12.2000.
II - DO PEDIDO
Pelo exposto requer seja reformado o v. acórdão, para
que seja proferida outra Decisão, Condenando os Recorridos ao
Pagamento das taxas condominiais vencidas e vincendas até o efetivo
pagamento do débito, acrescida de seus consectários, e conseqüente
inversão das custas e honorários advocatícios.
Página 23 de 23