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1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................6
2 PARTE GERAL .............................................................................................................................................................6
2.1 Da pessoa natural ...............................................................................................................................................6
2.2 Capacidade civil ..................................................................................................................................................6
2.3 Da pessoa jurídica ...............................................................................................................................................7
2.4 Fatos, atos e negócios jurídicos ..........................................................................................................................7
2.4.1 Dos defeitos do negócio jurídico .....................................................................................................................8
2.4.2 Da nulidade e da anulabilidade do negócio jurídico .......................................................................................8
3 NOÇÕES DE DIREITO DAS COISAS ..............................................................................................................................8
3.1 Da posse..............................................................................................................................................................8
3.2 Da propriedade ...................................................................................................................................................9
3.3 Direitos Reais ....................................................................................................................................................10
3.4 Direitos de vizinhança.......................................................................................................................................10
4 NOÇÕES DE DIREITO DE FAMÍLIA ............................................................................................................................10
4.1 Divórcio .............................................................................................................................................................11
4.2 Relações de Parentesco ....................................................................................................................................11
4.2.1 Graus de parentesco......................................................................................................................................11
4.3 Filiação ..............................................................................................................................................................12
4.4 Poder familiar ...................................................................................................................................................12
4.5 Regimes de bens entre os cônjuges .................................................................................................................12
4.6 Alimentos ..........................................................................................................................................................12
4.7 Concubinato e União Estável ............................................................................................................................13
4.8 Tutela e Curatela...............................................................................................................................................13
5 NOÇÕES DE DIREITO DAS SUCESSÕES .....................................................................................................................13
5.1 Transmissão da herança ...................................................................................................................................13
5.2 Vocação hereditária..........................................................................................................................................13
5.3 Herdeiros necessários.......................................................................................................................................14
REFERÊNCIAS ..............................................................................................................................................................14
ANEXO.........................................................................................................................................................................14
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FUNDAMENTOS DO DIREITO CIVIL
DISCIPLINA
Fundamentos do Direito Civil
CONTEUDISTA(S)
André Luis Soares – Maj PM
Tertuliano da Costa Nobre – Maj PM
FORMATAÇÃO
JOELSON Pimentel da Silva
• 2017•
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FUNDAMENTOS DO DIREITO CIVIL
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assistência), assim, alienar, emprestar, dar quitação, apenas se o postulante demonstrar a culpa da pessoa
transigir, hipotecar, agir em juízo, dentre outros, jurídica.
podendo, todavia, praticar todos os demais atos da Extingue-se a pessoa jurídica no caso de
vida civil. dissolução (por deliberação de seus membros ou por
força de lei) ou na hipótese de cassação da autorização
2.3 Da pessoa jurídica para seu funcionamento. Em ambos os casos, far-se-á a
averbação da dissolução no mesmo local onde se acha
Pessoa jurídica é, segundo Gonçalves (1955) , a inscrita a pessoa jurídica. Somente após sua liquidação
unidade de pessoas naturais ou de patrimônios que será providenciado o cancelamento da inscrição.
visa à consecução de certos fins, reconhecida pela
ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações. 2.4 Fatos, atos e negócios jurídicos
São de direito público (interno ou externo) e de direito
privado. Fatos jurídicos são todos os eventos, provindos
da atividade humana ou decorrentes de fatos naturais,
São pessoas jurídicas de direito público interno: capazes de ter influência na órbita do Direito, por
• a União; criarem, transferirem, conservarem, modificarem ou
• os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; extinguirem relações jurídicas.
• os Municípios; Quando decorre da ação humana, denominam-
• as autarquias, inclusive as se atos jurídicos, os quais se subdividem em ato
jurídico lícitos e ilícitos. Estes, por se contraporem à lei,
associações públicas; produzem efeitos jurídicos não desejados pelo agente,
• as demais entidades de caráter público
pois, praticados em desacordo com a ordem jurídica,
criadas por lei (fundações públicas, p.ex.).
violam direito subjetivo individual, causam dano a
outrem e, em consequência, criam o dever de reparar
São pessoas jurídicas de direito público externo
o prejuízo1. Aqueles, por outro lado, dividem-se em
os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem
atos jurídicos meramente lícitos e em negócios
regidas pelo direito internacional público (ONU, OEA,
jurídicos.
OTAN, etc).
Atos jurídicos meramente lícitos são aqueles
Enquanto a pessoa natural surge com o fato
delineados por lei em sua forma, termos e efeitos, com
biológico (nascimento), a pessoa jurídica tem seu
quase nenhuma margem de deliberação (ex.:
início, em regra, com um ato jurídico ou com normas.
descoberta de tesouro, reconhecimento de
As pessoas jurídicas de direito público iniciam-se em
paternidade, etc.). Já os negócios jurídicos, de modo
razão de fatos históricos, de criação constitucional, de
diverso, é ato de autonomia privada, com o qual o
leis especiais ou de tratados internacionais.
particular regula por si os próprios interesses. Logo, a
sua essência é a “auto-regulamentação” dos interesses
São pessoas jurídicas de direito privado:
particulares reconhecida pelo ordenamento jurídico.
• as sociedades civis ou comerciais;
• as associações;
- Fatos Naturais (alheios à vontade humana) Fatos jurídicos em sentido estrito
• as organizações religiosas;
Fatos Jurídicos - Lícitos - meramente lícitos
• os partidos políticos; - Atos Jurídicos (humanos) - negócios jurídicos
- Ilícitos
• as fundações privadas;
• entidades estatais (empresas públicas e
sociedades de economia mista). A validade do negócio jurídico requer (art. 104
do Código Civil):
Quanto à responsabilidade pelos atos praticados
pelas pessoas jurídicas, há, basicamente duas regras: I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou
a) As pessoas jurídicas de direito público interno determinável;
são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes III - forma prescrita ou não defesa em lei.
que nessa qualidade causem danos a terceiros,
1
ressalvado direito regressivo contra os causadores do
dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo; Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
b) As pessoas jurídicas de direito privado serão imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito. (Código Civil, art. 186)
responsabilizadas por atos de seus representantes
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Coação: a concordância é decorrente de uma Segundo Savigny apud Diniz (2012), a posse é “o
ameaça, de modo que lhe falta a espontaneidade, poder imediato que tem a pessoa de dispor
condição essencial. É a violência física ou moral que fisicamente de um bem com a intenção de tê-lo para si
impede alguém de decidir livremente; e de defendê-lo contra a agressão de quem quer que
seja”. Para Ihering apud Monteiro (2012), posse é a
Estado de perigo: ocorre quando alguém assume “exteriorização do domínio, ou seja, a relação exterior
obrigação excessivamente onerosa para salvar-se, ou à intencional, existente, normalmente, entre o
pessoa de sua família, ou a outrem, de dano grave; proprietário e sua coisa.” É o animus domini. São
efeitos da posse:
Fraude contra credores: ocorre quando, • Invocar interditos possessórios: ação de
deliberada e conscientemente, o devedor diminui manutenção da posse (face à turbação), ação de
maliciosamente seu patrimônio com o objetivo de reintegração da posse (face ao esbulho), interdito
prejudicar seus credores, onerando ou alienando bens, proibitório (ante à ameaça de turbação ou esbulho),
subtraindo-os à garantia comum. ação de nunciação de obra nova (diante de prejuízo na
posse em virtude de obra nova em prédio contíguo),
2.4.2 Da nulidade e da anulabilidade do negócio ação de dano infecto (na hipótese de ruína, demolição
jurídico ou vício de construção em prédio vizinho causa dano à
posse), ação de imissão de posse (visa aquisição da
A nulidade pode ser absoluta ou relativa posse por via judicial), etc;
(anulabilidade). Aquela se caracteriza pela ausência de • Direito à percepção dos frutos;
algum elemento substancial do negócio jurídico, quais • Direito à indenização das benfeitorias e
sejam: livre manifestação de vontade, agente capaz, direito de retenção;
objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei. Já • Responsabilidade pela deterioração e perda
esta decorre da incapacidade relativa do agente ou por da coisa;
vício resultante de erro, dolo, coação, estado de • A posse conduz ao usucapião;
perigo, lesão ou fraude contra credores. • O ônus da prova compete ao adversário do
A nulidade absoluta é questão de ordem pública possuidor, quando for contestado o direito deste;
e pode ser arguida a qualquer tempo, por qualquer • O possuidor goza, processualmente, de
pessoa, não sendo passível de convalidação ou posição mais favorável.
ratificação. Por outro lado, a nulidade relativa somente
pode ser questionada pelo interessado direto, bem Perde-se a posse quando cessa, embora contra a
como admite convalidação ou ratificação. vontade do possuidor, o poder sobre o bem. Só se
considera perdida a posse para quem não presenciou o
3 NOÇÕES DE DIREITO DAS COISAS esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de
retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é
O direito das coisas cuida das regras que violentamente repelido.
constituem faculdades de pessoas (naturais ou
jurídicas) sobre bens materiais ou imateriais
(propriedade literária, científica ou artística, marcas,
patentes, etc.). Também chamado de direito real (Do
latim res = coisa).
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• Penhor – Consiste na tradição de uma coisa Segundo Clóvis Beviláqua5, o Direito de Família
móvel ou imobilizável, suscetível de alienação, constitui o complexo de normas que regulam a
realizada pelo devedor ou por terceiro ao credor, a fim celebração do casamento, sua validade e os efeitos
de garantir o pagamento do débito. que dele resultam, as relações pessoais econômicas da
• Hipoteca – Grava coisa imóvel ou bem que a sociedade conjugal, a dissolução desta, as relações
lei entende por hipotecável, pertencente ao devedor entre pais e filhos, o vínculo do parentesco e os
ou terceiro, sem transmissão de posse ao credor, institutos complementares da tutela, curatela e da
conferindo a este o direito de promover a sua venda ausência.
judicial, pagando-se preferentemente, se inadimplente Dessa lição se extrai, portanto, que o casamento
o devedor. estabelece a comunhão plena de vida baseada na
• Anticrese – Nessa modalidade, o devedor igualdade de direitos entre os consortes. O Código
entrega ao credor um imóvel, cedendo-lhe o direito de Civil, em seus artigos 1.511 a 1.570, estabelece as
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In Código Civil Comentado, 1. ed., 1954, v. 2, p. 6.
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b) Grau de parentesco entre você e seu irmão: 4.5 Regimes de bens entre os cônjuges
2º grau.
Os nubentes poderão, no processo de
habilitação, optar por qualquer dos regimes de bens
que o Código Civil regula. Caso o regime escolhido seja
a comunhão parcial, essa opção será simplesmente
reduzida a termo. Já se a escolha recair nos regimes de
comunhão universal ou de separação de bens, deverá
ser celebrado o pacto antenupcial por escritura
c) Grau de parentesco entre você e seu primo: 4º pública. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou
grau. ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o
regime da comunhão parcial.
• Comunhão parcial – Segundo Sílvio Rodrigues
(2007), é aquele que inclui na comunhão apenas os
bens adquiridos posteriormente à celebração do
casamento, excluindo aqueles que os consortes
possuem ao casar ou que venham a adquirir por causa
anterior e alheia ao casamento, a saber:
(a) os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e
4.3 Filiação os que lhe sobrevierem, na constância do casamento,
por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu
Antes da Constituição Federal de 1988, havia lugar;
uma distinção entre algumas espécies de filhos, que (b) os bens adquiridos com valores
podiam ser legítimos (havidos do casamento), exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em
ilegítimos naturais (quando não havia impedimento sub-rogação dos bens particulares;
para o casamento dos pais), ilegítimos espúrios (c) as obrigações anteriores ao casamento;
(quando havia impedimento absoluto para o (d) as obrigações provenientes de atos ilícitos,
casamento dos pais, como o adultério ou o incesto) e salvo reversão em proveito do casal;
os adotivos. Ocorre que o § 6° do art. 227 da Carta (e) os bens de uso pessoal, os livros e
Magna aboliu por completo todas e quaisquer instrumentos de profissão;
diferenças em relação aos filhos ao dispor que “os (f) os proventos do trabalho pessoal de cada
filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por cônjuge; e
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, (g) as pensões, meios-soldos, montepios e outras
proibidas quaisquer designações discriminatórias rendas semelhantes.
relativas à filiação.” • Comunhão universal – É aquele em que todos
os bens dos cônjuges, presentes ou futuros, adquiridos
4.4 Poder familiar antes ou depois do casamento, tornam-se comuns,
constituindo uma só massa, tendo cada cônjuge o
Anteriormente denominado pátrio poder, trata- direito à metade ideal do patrimônio comum, havendo
se do rol de direitos e obrigações estabelecidas entre comunicação do ativo e do passivo, instaurando-se
pais e filhos para a salvaguarda dos filhos menores. Na uma verdadeira sociedade.
constância do casamento ou da união estável recaí • Separação de bens – É aquele em que cada
indistintamente sobre a mãe e o pai. Caso haja consorte conserva, com exclusividade, o domínio, a
discordância entre ambos, compete ao Poder Judiciário posse e a administração de seus bens presentes e
dirimi-la. Na ausência de um deles, o remanescente o futuros e a responsabilidade pelos débitos anteriores e
exercerá de modo exclusivo. posteriores ao casamento.
O exercício do poder familiar implica a
administração e o usufruto dos bens dos filhos e se 4.6 Alimentos
extingue, nos termos do art. 1.635 do Código Civil, pela
morte dos pais ou do filho, pela emancipação, pela São prestações para a satisfação das
maioridade, pela adoção ou por decisão judicial. necessidades vitais de quem não pode provê-las por si.
Têm por finalidade fornecer a um parente (pais e
filhos, ascendentes e descendentes, irmãos e cônjuges
ou companheiros) aquilo que lhe é necessário à
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“Comprovada a existência de sociedade de fato entre os Se a pessoa faleceu sem testamento, se este
concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a partilha do caducou ou é ineficaz, opera-se a chamada sucessão
patrimônio adquirido pelo esforço comum.” (STF. Súmula N.° 380)
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legítima, deferida por lei. Para tanto, esta mesma lei ANEXO
estabeleceu uma relação preferencial das pessoas que ANEXO
são chamadas a suceder ao finado. A esse rol dá-se o
nome de ordem de vocação hereditária. GRUPOS DE VERBALIZAÇÃO E DE OBSERVAÇÃO
A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte
(art. 1.829/CC): 1ª Etapa: a turma deverá ser dividida em 06 (seis) grupos de
I - aos descendentes, em concorrência com o 05 (cinco) candidatos cada, sendo 03 (três) de verbalização
cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o (GV) e 03 (três) de observação (GO). Cada GO observará e
falecido no regime da comunhão universal, ou no da analisará a dramatização e a exposição do tema por parte de
um GV.
separação obrigatória de bens; ou se, no regime da
comunhão parcial, o autor da herança não houver 2ª Etapa: Cada GV receberá um caso prático para resolver à
deixado bens particulares; luz dos novos conhecimentos civilistas e na condição de
II - aos ascendentes, em concorrência com o policial integrante do programa “Ronda do Quarteirão”. O
cônjuge; GV deverá encenar a ocorrência policial, incluindo
III - ao cônjuge sobrevivente; solicitantes, vítimas, testemunhas, policiais, etc.
IV - aos colaterais.
3ª Etapa: Encerrada a encenação, o GO previamente
5.3 Herdeiros necessários designado tecerá seus comentários sobre a adequação ou
não da solução apresentada pelo GV.
São herdeiros necessários os descendentes, os
1º Caso: A equipe do “Ronda do Quarteirão” percebe que
ascendentes e o cônjuge, se for o caso. A eles dois vizinhos estão travando uma acirrada discussão
pertence, de pleno direito, a metade dos bens da defronte suas residências. Ao abordarem os cidadãos
herança, à qual se dá o nome de herança legítima. descobrem que o motivo da contenda diz respeito a uma
Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, árvore cujo tronco nasce no quintal de um, mas os galhos
da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para projetam-se sobre o quintal do outro. Um reclama que as
depois de sua morte. A herança legítima dos herdeiros folhas e frutos caídos em sua propriedade têm provocado
necessários, todavia, não poderá ser incluída no muito aborrecimento e exige que o vizinho corte a árvore. O
testamento. outro argumenta que a planta é sua e que não tem intenção
de cortá-la, além de não estar em condições financeiras de
fazê-lo. Ambos fazem ameaças recíprocas de invasão de
domicílio e agressão.
REFERÊNCIAS
2º Caso: A viatura do “Ronda do Quarteirão” é acionada por
• DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil um cidadão que se diz bastante preocupado com as
Brasileiro. São Paulo: Ed. Saraiva, 29 ed., 7 volumes, constantes brigas na casa vizinha envolvendo os pais e um
2012. casal de filhos adolescentes. A animosidade vem
• GONÇALVES, Luiz da Cunha. Tratado de Direito aumentando e está na iminência de transformar-se em
Civil. São Paulo: Ed. Max Limonad, 1 ed., v. 1, t. 1, agressões físicas. Segundo o solicitante, todo o problema
1955. gira em torno da rebeldia dos jovens, os quais resistem às
ordens dos pais, que, por outro lado, têm exigido que os
• MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de
filhos, ainda menores de dezesseis anos, trabalhem pesado e
Direito Civil. São Paulo: Ed. Saraiva, 42 ed., v. 3, no período noturno para ajudar nas despesas domésticas.
2012.
• RODRIGUES, Silvio. Direito Civil. São Paulo: Ed. 3º Caso: A guarnição do “Ronda do Quarteirão”, ao passar
Saraiva, 30 ed., 7 volumes, 2007. pela mercearia do Sr. Nonato, tradicional comerciante do
bairro, o encontra irritado e fazendo ameaças contra um
cliente. Abordando-os, os policiais descobrem que, sem sua
autorização, o filho do tal cliente, de apenas doze anos, fez
uma “conta” no estabelecimento e seu pai relutava em
pagar a dívida alegando que não tinha autorizado o
fornecimento de quaisquer produtos a seu filho. O
comerciante, por sua vez, exigia o pagamento ou, pelo
menos, uma garantia de receber a dívida, a qual poderia ser,
segundo ele, a hipoteca da motocicleta do devedor.
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