Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Resumo
Abstract
In recent years governance approaches have been influential in the design and
implementation of urban policies. The State and the public administration don’t
have anymore an exclusive role on these matters, focusing now on the
coordination of the public and private interests for achieving collective projects
and goals. The capacity of organization and articulation of the central/regional e
local powers is critical for the efficiency or urban management, namely at the
1
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
level of planning decisions for the development of metropolitan areas and urban
regions and through the creation of new municipal and inter-municipal
entrepreneurial structures.
2
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
1. Introdução
A habitual resposta às várias questões foi dada pelo Estado, mas as soluções
que têm sido eficazes num determinado contexto, em pouco tempo podem
tornar-se ineficazes. O processo de governação/governança representa uma
continuação da política conjunta de adaptações e de actividades
administrativas às mudanças na sociedade, no que constitui uma “adequação”
aos modos de desenvolvimento e implementação de metas colectivas (Peters,
2002).
3
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
4
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
5
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
1
Estado mínimo; governança corporativa; nova gestão pública; "boa governação"; socio-
cybernetic governança; redes auto-organizadas; direcção dos recursos – auto-regulação da
sociedade; governança global; governança da economia; governança e governabilidade;
governança europeia - governança multi-nível; governança participada.
6
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
7
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
8
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
9
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
10
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
2
Tal como foi apresentada no Livro Branco, a governança, corresponde a regras,
procedimentos e comportamentos que afectam a forma como o poder é exercido a nível
europeu, nomeadamente no que diz respeito à abertura, participação, responsabilidade,
eficácia e coerência. A conotação positiva dada ao termo governança diz respeito a uma
oportunidade para resolver problemas através de uma cooperação do Estado com o mercado e
com a sociedade civil.
11
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
12
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
Ao longo dos últimos anos, as teorias da governança têm vindo a moldar muito
do pensamento sobre a política urbana (Dowding, 1996; Goldsmith, 1997; Le
Galès, 2006; Stoker, 1998). Estas abordagens estão principalmente
preocupadas com a coordenação e a fusão dos recursos públicos e privados,
que se tornaram numa estratégia adoptada, em graus diferenciados, pelas
autoridades locais um pouco por toda a Europa Ocidental. Embora haja um
crescente corpo de investigação amplamente definido sobre a natureza das
parcerias público-privado (Pierre, 1995, 1998), a questão dos objectivos
políticos que guiam a governança urbana foram deixados, em grande parte,
sem resposta.
13
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
14
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
Entendendo governança urbana num sentido mais lato, isto é, para investigar
em que medida diferentes forças sociais, políticas e económicas tendem a
produzir diferentes modelos de governança urbana, requer uma abordagem
comparativa (Pierre, 2005).
15
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
16
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
17
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
3
http://ec.europa.eu/regional_policy/consultation/terco/contrib_en.htm
18
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
A questão estará na criação das condições para que estas articulações tenham
lugar. No debate sobre Coesão Territorial Europeia o contributo enviado pela
Associação Portuguesa de Geógrafos, resultado de uma discussão alargada
promovida a nível nacional por esta associação, referia de forma oportuna:
4
http://ec.europa.eu/regional_policy/consultation/terco/pdf/4_organisation/134_1_apg_pt.pdf
19
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
20
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
estruturas. O que acontece não é muito diferente dos problemas que enfrentam
muitas regiões urbanas ou áreas metropolitanas com ritmos e cenários de
desenvolvimento condicionados a imperativos de articulação entre níveis de
decisão, agentes e instituições com diferentes agendas e prioridades, em que o
nível local é normalmente o parceiro mais fraco.
21
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
5
http://www.gestaoestrategica.ccdr-lvt.pt/1056/estrategia-regional:-lisboa-2020.htm
6
Projecto Totta/UTL/01(2004-2006) – Dinâmicas de Localização, Transformação do Território e
Novas Centralidades na Área Metropolitana de Lisboa: que papel para as políticas públicas?
Projecto financiado pelo Colégio de Estudos Integrados - UTL com a participação de quatro
escolas da Universidade Técnica de Lisboa – Clara Mendes (FA) (coord.), Romana Xerez
22
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
A análise que foi feita mostra que, entre 1991 e 2001, o aumento do
preenchimento, em termos de área, pelas edificações no espaço urbano
consolidado, apresenta um nível médio de cerca de 17%, enquanto que no
espaço urbanizável o nível médio é de cerca de 5%. Por outro lado, em
espaços com restrições e limitações à construção, como sejam os espaços
agrícola, florestal ou natural, a urbanização dispersa continuou a aumentar. O
estudo conclui que o índice de concretização do que estava programado,
nomeadamente no espaço urbano, foi baixo e que o edificado foi-se
dispersando por áreas com outras apetências fora do tecido urbano
consolidado ou do espaço previsto ser urbanizado pelo PDM.
Uma outra conclusão do projecto foi de que, sendo um dos objectivos das
políticas municipais o controle do desenvolvimento urbano, estas não se
revelaram eficazes, pois foram as infra-estruturas, principalmente as
rodoviárias, tuteladas pelo poder central, que condicionaram esse mesmo
desenvolvimento urbano, funcionando dessa forma como um guia para o
assentamento e o desenvolvimento de novas urbanizações, equipamentos e
infra-estruturas. Nesta sequência, os municípios tiveram um papel reduzido no
controle do desenvolvimento urbano, ficando este alicerçado na eficácia das
(coord. ISCSP), Manuel Brandão Alves (coord. ISEG – CIRIUS), Fernando Nunes da Silva
(coord. IST – CESUR) e João Cabral (coord. FA).
7
Na AML, ténues passos têm sido implementados no âmbito da governança, que podem ser
detectáveis na relação estabelecida entre a CCDR-LVT e os municípios, designadamente, na
implementação de protocolos de colaboração que foram firmados baseados nas orientações do
PROT-AML e da sua transposição para os instrumentos de planeamento do território, em
especial os PDM’s.
23
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
24
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
Neste contexto, o poder local procurou encontrar novas formas de gestão dos
bens e dos interesses públicos, regra geral, pela transição de uma gestão
directa para um regime empresarial, procurando parcerias com outros
municípios, ou outras entidades públicas e privadas. Assiste-se a uma clara
mudança do papel do poder local, de um governo mais interventor em que faz
tudo sozinho, para um outro, mais estratégico.
25
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
Nem sempre são perceptíveis as razões que levam as autarquias a optar por
uma empresa municipal, uma fundação, uma sociedade anónima ou uma por
quotas. Parecem ser sobretudo razões casuísticas de ordem política e pessoal
que orientam a escolha por um ou outro modelo, sobretudo quando as
entidades foram criadas por iniciativa directa das autarquias. As empresas
municipais também podem constituir uma forma de privatização “encapotada”
dos serviços camarários. Com efeito, na maior parte dos casos, a sua criação
mais não foi que a transferência de competências – que nem sempre significa
extinção – de serviços ou departamentos autárquicos, com os correspondentes
funcionários.
8
Depois de várias tentativas, através de vários pacotes legislativos, para a criação de um
regime legal para a constituição de empresas municipais, foi aprovada a Lei 58/98 que veio
permitir a criação de empresas municipais (Silva, 2000). Este quadro legal foi actualizado com
a introdução da Lei 53-F/2006. A legislação produzida nesse período permitiu às autarquias
participarem em vários modelos de gestão, a saber: Associações de Municípios, Áreas
Metropolitanas e Comunidades Urbanas, Fundações Municipais, Sociedades Anónimas, por
quotas e cooperativas e as Empresas Municipais que será a opção mais vulgarizada.
26
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
6. Conclusão
27
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
9
http://www.gestaoestrategica.ccdr-lvt.pt/1056/estrategia-regional:-lisboa-2020.htm
28
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
urbanas na AML.
Interessa, sobretudo, enfatizar que acção pública deve ser baseada numa
concertação entre todos os parceiros de um projecto territorial. Trata-se de
estabelecer procedimentos que permitam desenvolver trocas entre todas as
partes, de enfrentar problemáticas comuns, de construir progressivamente um
consenso e de estabelecer proposições de decisão. A avaliação constitui
igualmente um utensílio de primeira importância. Bem conduzida, ela pode
permitir de melhor enfrentar a complexidade crescente das políticas urbanas,
de reforçar a transparência da acção pública, de formar o julgamento dos
cidadãos e de proporcionar o debate democrático. É uma medida de
clarificação progressiva do sentido e das práticas da acção colectiva.
29
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
Referências bibliográficas
30
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
JESSOP, B. (1998) The rise of governance and the risks of failure: the case of
economic development. International Social Science Journal/UNESCO, Vol. 50,
29-45.
JORDAN, A., WURZEL, R. & ZITO, A. (2005) The rise of "new" policy
instruments in comparative perspective: has governance eclipsed government?
Political Studies, 53, 477-496.
JORDANA, J. & LEVI-FAUR, D. (2005) The politics of regulation in the age of
governance. IN JORDANA, J. & LEVI-FAUR, D. (Eds.) The politics of
regulation. Institutions and regulatory reforms for the age of governance.
Edward Elgar Publishing.
KICKERT, W. J. M., KLIJN, E.-H. & KOPPENJAN, J. F. M. (1997) Managing
complex networks : strategies for the public sector, London ; Thousand Oaks,
Calif., Sage.
KJAER, A. (2003) Governance: an overview of its usages. Democratic Network
Governance. Helsingor, Centre for Democratic Network Governance.
KJAER, A. (2004) Governance. Key concepts, Policy Press.
KOOIMAN, J. (1993) Modern governance: new government-society
interactions, London, Sage.
KOOIMAN, J. (1999) Social-political governance: overview, reflections and
design. Public Management, Vol. 1, n.º 1, 67-92.
KOOIMAN, J. (2003) Governing as governance, London, SAGE.
LE GALÈS, P. (1995) Du gouvernment des villes à la gouvernance urbaine.
Revue Française de Science Politique, Vol. 45, n.º 1, 57-95.
LE GALÈS, P. (2003) Le retour des villes européennes : sociétés urbaines,
mondialisation, gouvernement et gouvernance, Paris, Presses de sciences po.
LERESCHE, J.-P. (2002) Gouvernance locale, coopération et légitimité. Le cas
suisse dans une perspective comparée, Paris, Pedone.
MILWARD, B. (2004) The potential and problems of democratic network
governance. Democratic Network Governance. Copenhagen, Centre for
Democratic Network Governance.
PETERS, B. G. (2002) Governance: a garbage can perspective. Political
Science Series.
PETERS, B. G. & PIERRE, J. (2000) Citizens versus the new public manager.
The problem of mutual empowerment. Administration & Society, Vol. 32, n.º 1,
9-28.
PETERS, B. G. & PIERRE, J. (2003) Handbook of public administration,
London, SAGE.
PIERRE, J. (1998) Partnerships in urban governance : European and American
experience, Houndmills, Basingstoke, Macmillan Press.
PIERRE, J. (1999) Models of urban governance. The institutional dimension of
urban politics. Urban Affairs Review, Vol. 34, n.º 3, 372-396.
31
DRAFT – ORIGINAL EM Análise Social, vol. XLV (197), 2010, 639-662
32