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Elaboração de Edital,

Termo de Referência e
Projetos Básicos

O Saber para conquistar um lugar

Carlos Henrique Machado


João Marcos Farias da Cunha
Universidade Federal de Santa Catarina
Centro Socioeconômico
Departamento de Ciências da Administração

Elaboração de Edital,
Termo de Referência e
Projetos Básicos

Carlos Henrique Machado


João Marcos Farias da Cunha

Florianópolis
2017
© 2017 Departamento de Ciências da Administração CSE/UFSC. Todos os direitos reservados. A responsabilidade pelo
conteúdo e imagens desta obra é do(s) respectivo(s) autor(es). O conteúdo desta obra foi licenciado temporária e gratuita-
mente para utilização no âmbito do Programa O Saber para conquistar um lugar, através da UFSC. O leitor se compromete
a utilizar o conteúdo desta obra para aprendizado pessoal, e sua reprodução e distribuição ficarão limitadas ao
âmbito interno dos cursos. A citação desta obra em trabalhos acadêmicos e/ou profissionais poderá ser feita com indicação
da fonte. A cópia desta obra sem autorização expressa ou com intuito de lucro constitui crime contra a propriedade intelectual,
com sanções previstas no Código Penal, artigo 184, parágrafos 1º ao 3º, sem prejuízo das sanções cíveis cabíveis à espécie.

PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Michel Temer

MINISTRO DA SAÚDE
Ricardo Barros
SECRETÁRIO EXECUTIVO
Antonio Carlos Figueiredo Nardi
SUBSECRETÁRIO DE ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS
Leonardo Rosário de Alcântara
COORDENADOR GERAL DE GESTÃO DE PESSOAS
Pablo Marcos Gomes Leite
COORDENADORA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS
Delciene Aparecida Oliveira Pereira

M149e Machado, Carlos Henrique


Elaboração de edital, termo de referência e projetos básicos / Carlos
Henrique Machado, João Marcos Farias da Cunha. – Florianópolis :
Departamento de Ciências da Administração / UFSC, 2017.
170 p.

Programa: O saber para conquistar um lugar


Inclui referências
Curso de Capacitação
ISBN: 978-85-7988-324-8

1. Edital. 2. Licitação pública. 3. Contrato público – Legislação – Brasil.


4. Administração pública. 5. Educação a Distância. I. Título.

CDU: 351.712.2.025

Catalogação na publicação por: Onélia Silva Guimarães CRB-14/071


UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
REITOR
Luiz Carlos Cancellier de Olivo
VICE-REITORA
Alacoque Lorenzini Erdmann

CENTRO SOCIOECONÔMICO
DIRETOR
Irineu Manoel de Souza
VICE-DIRETORA
Maria Denize Henrique Casagrande

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO


CHEFE DO DEPARTAMENTO
Eduardo Lobo
SUBCHEFE DO DEPARTAMENTO
André Luís da Silva Leite

PROJETO MINISTÉRIO DA SAÚDE/UFSC/CSE/CAD


COORDENADOR
Gilberto de Oliveira Moritz
SUBCOORDENADOR
Alexandre Marino Costa
COORDENADOR DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Marcos Baptista Lopez Dalmau
COORDENADOR ADMINISTRATIVO
Silvio Machado Sobrinho
COORDENADOR DE APOIO LOGÍSTICO
Marcus Venícius Andrade de Lima
COORDENADOR DO CONSELHO EDITORIAL
Maurício Fernandes Pereira
COORDENADOR TÉCNICO
Rogério da Silva Nunes
COORDENADOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Eduardo Lobo
COORDENADOR DE PRODUÇÃO DE VÍDEO
Aureo Moraes
LABORATÓRIO DE PRODUÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS PARA A
FORMAÇÃO DE GESTORES – LABGESTÃO

COORDENADOR-GERAL
Gilberto de Oliveira Moritz
SUBCOORDENADOR
Alexandre Marino Costa
COORDENADORA DE PRODUÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS
Denise Aparecida Bunn
SUPERVISORA DE PRODUÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS
Claudia Leal Estevão
DESIGNER INSTRUCIONAL
Patricia Regina da Costa
REVISÃO TEXTUAL
Patricia Regina da Costa
PROJETO GRÁFICO
Annye Cristiny Tessaro
Rita Castelan Minatto
CAPA, DIAGRAMAÇÃO E FINALIZAÇÃO
Cláudio José Girardi
ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDO
Carlos Henrique Machado
João Marcos Farias da Cunha
Prefácio

A Subsecretaria de Assuntos Administrativos do Ministério da Saúde


(MS), por meio da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, atenta às ne-
cessidades de desenvolvimento e valorização de seus servidores, reafirmou
convênio com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para ofertar
ações de educação a distância neste ano de 2017.
O ensino na modalidade a distância tem sido cada vez mais utilizado nas
organizações públicas. A evolução das tecnologias de informação e comunicação
possibilita inúmeras escolhas e estratégias para lidar com a crescente produção
e disseminação de conhecimentos e informações. A gestão do conhecimento
e o desenvolvimento dos trabalhadores da saúde são imprescindíveis para o
cumprimento do preceito constitucional do direito à saúde – nosso objetivo
maior.
Nessa perspectiva, o Ministério da Saúde está dando continuidade ao
Programa de Educação a Distância iniciado em 2007, em parceria com a
UFSC, que já qualificou mais de 10 mil trabalhadores do MS em todo o território
nacional, em diferentes ações de atualização e aperfeiçoamento profissional.
Com outras iniciativas, essa atividade contribui para o desenvolvimento
do Plano de Educação Permanente do Ministério da Saúde, quer pela reconhe-
cida excelência da UFSC, quer pelo empenho de nossas Unidades responsáveis
pela gestão de pessoas, no apoio à utilização desse instrumental.
Esta é mais uma oportunidade para que você, trabalhador da saúde,
possa qualificar seu processo de trabalho e contribuir para a melhoria dos
serviços públicos prestados aos cidadãos!

Ministério da Saúde
Sumário

Sobre o Curso.............................................................................................11
Apresentação.............................................................................................13

UNIDADE 1
Procedimento de Licitação e suas Etapas
Introdução à Licitação...............................................................................17
Por que Licitar?..................................................................................17
Mas, Afinal, o que é Licitação?..........................................................21
Princípios Legais da Licitação...........................................................22
Modalidades de Licitação e Características Gerais...........................24
O Pregão.............................................................................................26
Procedimento: fases interna e externa..............................................27
Resumo......................................................................................................47
Atividades de Aprendizagem.....................................................................48

UNIDADE 2
Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação
Introdução ao Projeto Básico, ao Termo de Referência e ao Edital de Licitação...51
Aspectos Legais..................................................................................51
Quem Elabora e Quem Aprova..........................................................57
Elementos do Projeto Básico e do Termo de Referência..................60
Edital de Licitação.............................................................................87
Resumo......................................................................................................97
Atividades de Aprendizagem.....................................................................99
UNIDADE 3
Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Servi-
ços Continuados
Instrução Normativa do Ministério do Planejamento..............................103
Serviços Continuados (Instrução Normativa do Ministério do
Planejamento)....................................................................................103
Do Projeto Básico e do Termo de Referência nos Serviços
Continuados.......................................................................................107
Resumo......................................................................................................127
Atividades de Aprendizagem.....................................................................128

UNIDADE 4
Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços
Planejamento das Licitações.....................................................................133
Antes de Tudo, Planejar!...................................................................133
Prática da Elaboração do Projeto Básico ou do Termo de Referência.....137
Prática da Elaboração do Edital de Licitação....................................148
Resumo......................................................................................................160
Atividades de Aprendizagem.....................................................................161

Referências................................................................................................163
O Saber para conquistar um lugar

Sobre o Curso

Curso de Capacitação
Elaboração de Edital, Termo de Referência e Projetos Básicos.

Objetivo
Entender as Regras Essenciais das Compras e das Contratações. Conhecer
as disposições preliminares (síntese dos procedimentos de uma contratação) e
a legislação pertinente. Estudar a Lei n. 8.666/93, os princípios norteadores, o
procedimento (fase interna e fase externa) e o Projeto Básico e Termo de Refe-
rência: aspectos legais. Compreender os elementos do Projeto Básico e do Termo
de Referência: definição do objeto; justificativa; especificação do objeto/serviço;
responsabilidades das partes; estimativa de custos; cronograma físico-financeiro;
condições de recebimento; prazo de execução; procedimento de gerenciamento e
fiscalização. Fazer estudo de casos. Aprender a elaborar projetos básicos para con-
tratação de serviços. Conhecer a jurisprudência, o Projeto Básico e o Termo de
Referência em conformidade com a Instrução Normativa n. 02/2008, com as
modificações introduzidas pela Instrução Normativa n. 05/2017. Estudar a Lei
Complementar n. 123/2006 e o Decreto n. 8.538/2015.

Público Participante
Servidores do Ministério da Saúde com escolaridade mínima de nível
médio completo.

Promoção
Ministério da Saúde, SAA/CGRH/CODER.

11
O Saber para conquistar um lugar

Execução
Departamento de Ciências da Administração do Centro Socioeconômico
da Universidade Federal de Santa Catarina.

Carga Horária
60 horas.

Horário de Atendimento
De segunda a sexta, das 8h às 20h.

12
O Saber para conquistar um lugar

Apresentação

Caro participante,
Vamos iniciar o curso de Elaboração de Edital, Termo de Re-
ferência e Projetos Básicos! Este curso é extremamente importante
para servidores públicos federais atuantes nas áreas de licitações,
pois eles poderão conhecer e compreender de melhor forma a dis-
ciplina jurídico-legal que rege as suas atividades. O curso também é
de grande valia para aqueles que trabalham em setores que solicitam
aquisições de produtos e serviços e que precisam elaborar Termos de
Referência e/ou Projetos Básicos.
Partindo de conceitos fundamentais acerca do procedimento de
licitação que o curso aborda, você será apresentado a conhecimentos
específicos sobre o Edital, o Projeto Básico e o Termo de Referência,
especialmente no âmbito dos serviços continuados. Basicamente, o
curso se desenvolve a partir de noções básicas introduzidas pela Lei
Federal n. 8.666/93, que chamamos de Lei Geral de Licitações (LGL),
e pela Lei Federal n. 10.520/2002 ou Lei do Pregão (LP), avançando
no estudo de legislações que oferecem suporte à elaboração de Pro-
jetos Básicos e Termos de Referência para a contratação de serviços
e de produtos.
Dividimos este curso em quatro Unidades, a primeira Uni-
dade discutirá o procedimento de licitação e suas etapas. Na se-
gunda Unidade, vamos entender o Projeto Básico, o Termo de
Referência e o Edital de Licitação. Na terceira Unidade, vamos
discutir a Instrução Normativa do Ministério do Planejamento.
E, finalmente, na última Unidade, vamos aprender como funciona a
elaboração de Projetos Básicos para contratação de serviços.

13
O Saber para conquistar um lugar

Desejamos que você possa aplicar os conhecimentos aqui ad-


quiridos e que tenhamos influenciado sua vida para que você se torne
um excelente profissional.
Grande abraço!

Professores Carlos Henrique Machado e


João Marcos Farias da Cunha

14
1
UNIDADE
Procedimento de
Licitação e suas Etapas
Objetivos
Nesta Unidade, você vai:

„„ Entender a licitação e as suas peculiaridades.

„„ Compreender as características e as diferenças entre as fases interna e externa do procedimento da contratação


pública.
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

Introdução à Licitação

Caro participante,
Seja bem-vindo ao curso Elaboração de Edital, Termo de
Referência e Projetos Básicos. Vamos agora abordar algu-
mas das noções principais sobre a licitação, que é o proce-
dimento destinado a selecionar a proposta de contratação
mais vantajosa para a Administração Pública. Você sabia
que é dever da Administração Pública sempre licitar antes
de uma contratação? Nosso foco principal, portanto, será
fazer você compreender a disciplina jurídica do procedi-
mento licitatório e analisar as suas fases interna e externa.
Está pronto? Então, vamos ao trabalho e bons estudos!

Por que Licitar?

Neste curso, a Lei


A regra geral determina que toda contratação pública deve
n. 8.666/1993 será
ser precedida de licitação. É o que dispõe a Constituição Federal de chamada de Lei Geral
1988, em seu artigo 37 de Licitações (LGL) não
apenas para facilitar
[...] XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, a sua referência, mas
as obras, serviços, compras e alienações serão contratados também para enfatizar
mediante processo de licitação pública que assegure seu papel central no
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláu- conjunto de normas
sulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas que tratam do tema.
as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual Conheça a íntegra da
somente permitirá as exigências de qualificação técnica e eco- Lei n. 8.666/93 em:
nômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obri- <http://www.planalto.
gações. (BRASIL, 1988, art. 37). gov.br/ccivil_03/leis/
L8666compilado.htm>.

Ainda pela obrigatoriedade de licitação, o artigo 2º da Lei Geral Acesso em: 11 jan. 2017.

de Licitações (LGL) dispõe:

17
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alie-


nações, concessões, permissões e locações da Administração
Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessa-
riamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóte-
ses previstas nesta Lei. (BRASIL, 1993, art. 2º, grifo nosso).

A chamada “contratação direta”, situação em que a aquisição de


bens e serviços é realizada sem prévia licitação, somente é admitida
nas hipóteses de dispensa e inexigibilidade de licitação, tais como
são definidas na LGL (BRASIL, 1993).

É importante que você saiba que contratar sem licitação


e fora dos casos em que a lei permite a contratação direta
caracteriza crime, confira o artigo 89 da Lei n. 8.666/93.
Para o aprofundamento desse assunto, recomendamos a
leitura dos artigos 24, 25 e 26 da Lei Geral de Licitações.

Conforme ensina Di Pietro (2010, p. 365),

[...] a diferença básica entre as duas hipóteses está no fato de


que, na dispensa, há possibilidade de competição que justifi-
que a licitação, de modo que a lei faculta a dispensa, que fica
inserida na competência discricionária da Administração.
Nos casos de inexigibilidade, não há possibilidade de compe-
tição, porque só existe um objeto ou uma pessoa que atenda
às necessidades da Administração; a licitação é, portanto, in-
viável.

A obrigação de licitar estende-se a todos os órgãos da Admi-


nistração Pública, seja Direta ou Indireta, da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, como definido pela LGL, em seu
artigo 1º, parágrafo único:

[...] Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da


administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as

18
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de


economia mista e demais entidades controladas direta ou in-
diretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municí-
pios. (BRASIL, 1993, art. 1º).

Mas o que significa Administração Direta ou Indireta? Nem to-


das as atividades estatais podem ou devem ser realizadas diretamente
pela estrutura básica da Administração Pública (com centralização).
É importante que você saiba que Administração Pública Direta

[...] é o conjunto de órgãos que integram as pessoas federati-


vas, aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de
forma centralizada, das atividades administrativas do Estado.
Ela abrange todos os órgãos dos Poderes políticos das pesso-
as federativas cuja competência seja a de exercer a atividade
administrativa. (CARVALHO FILHO, 2012, p. 449-450).

Existem alguns serviços e/ou atividades que precisam ter sua


execução descentralizada a outra pessoa jurídica, que, mesmo
criada por lei, manterá vínculo com a pessoa política que a criou.
Estamos falando das autarquias, empresas públicas, socieda-
des de economia mista e fundações públicas. Nesses casos,
seja pelo tipo de atividade, seja pela necessidade de imprimir maior
celeridade, eficiência e flexibilização na sua execução, o gestor público
escolhe destacar certos serviços e repassar a essas entidades – aqui
temos a descentralização (CARVALHO FILHO, 2012).
Observe no Quadro 1 que traz um esquema exemplificativo
sobre as Administrações Direta e Indireta.

19
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

Ente Pessoa Jurídica Exemplos


Poder
Federativo Descentralizada (órgão controlador)

Universidade Federal de San-


ta Catarina (controlada pelo
Ministério da Educação)
Autarquia
ANVISA e ANS (ambas
controladas pelo Ministério
da Saúde)

Caixa Econômica Federal


(controlada pelo Ministério
da Fazenda); Empresa Brasi-
Empresa Pública
leira de Correios e Telégrafos
(controlada pelo Ministério
das Comunicações)
União Executivo
Petrobras SA (controlada
Sociedade de
pelo Ministério das Minas e
Economia Mista
Energia)

Fundação Instituto Brasilei-


ro de Geografia e Estatística
– IBGE (controlada pelo
Ministério do Planejamen-
Fundação Pública to); Fundação Nacional de
Saúde – FUNASA; Funda-
ção Oswaldo Cruz – FIO-
CRUZ (ambas controladas
pelo Ministério da Saúde)

Autarquia Universidades Estaduais

Empresas de Saneamento e
de Fornecimento de Água;
Empresa Pública
Empresas de Fornecimento
de Energia (*)
Estados Executivo Empresas de Saneamento e
Sociedade de de Fornecimento de Água;
Economia Mista Empresas de Fornecimento
Sugerimos que você de Energia (*)
assista ao vídeo AGU Fundação de Amparo ao
Fundação Pública
Explica Diferenças entre Meio Ambiente (*)
Sociedade de Economia (*) O Quadro trata-se de mera exemplificação, nada impedindo que uma empresa de saneamento estadual
Mista e Empresa Pública assuma a forma de empresa pública ou sociedade de economia mista; o mesmo vale para uma fundação de
meio ambiente, que pode assumir, por exemplo, a natureza jurídica de uma autarquia.
em: <https://youtu.be/
G2IZDQa1qV0>. Acesso Quadro 1: Administração Direta e Indireta
em: 11 jan. 2017. Fonte: Adaptado de Advocacia-Geral da União (2012)

20
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

Finalmente, importante dizer que, com a edição da Lei n. 13.303,


de 30 de junho de 2016, que dispõe sobre o estatuto jurídico da
empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas
subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, as licitações e os contratos dessas entidades devem
respeitar as regras constantes nesta Lei, em especial os artigos 28 a 84.

Mas, Afinal, o que é licitação?

Muito bem, vamos agora entender o que exatamente é Licitação:

[é] o procedimento administrativo destinado a selecionar,


segundo critérios objetivos predeterminados, a proposta de
contratação mais vantajosa para a Administração e a promo-
ver o desenvolvimento nacional sustentável, assegurando-se
a ampla participação dos interessados e o seu tratamento iso-
nômico, com observância de todos os requisitos legais exigi-
dos. (JUSTEN FILHO, 2012, p. 11).

Segundo Di Pietro (2010, p. 351, grifos nossos), por meio da


licitação,

[...] a Administração abre a todos os interessados que se su-


jeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a
possibilidade de apresentação de proposta. Quando a Admi-
nistração convida os interessados pela forma de convocação
prevista na lei (edital ou carta-convite), nesse ato convocató-
rio vêm contidas as condições básicas para participar da lici-
tação, bem como as normas a serem observadas no contrato
que se tem em vista celebrar; o atendimento à convocação
implica a aceitação dessas condições por parte dos interessa-
dos. Daí a afirmação segundo a qual o edital é a lei da
licitação e, em consequência, a lei do contrato.

21
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

A LGL elenca os objetivos da Licitação, nos seguintes termos:

[...] garantir a observância do princípio constitucional da iso-


nomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a adminis-
tração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentá-
vel [...] (BRASIL, 1993, art. 3º, caput).

Vejamos o Quadro 2 com breve explicação sobre cada um destes


objetivos:

Objetivo Comentário

Busca-se aqui afastar todo e qualquer favorecimento ilegal na


Garantir a
escolha da pessoa física ou jurídica que contratará com a Ad-
observância
ministração. O edital deverá conter todos os elementos para
do princípio
classificar as propostas a ser apresentadas pelos licitantes.
constitucional
Entre esses elementos estão o Projeto Básico e o Ter-
da isonomia
mo de Referência.

“A maior vantagem corresponde à situação de menor custo


Garantir a sele-
e maior benefício para a Administração” (JUSTEN FILHO,
ção da proposta
2012, p. 61). Veremos que a correta elaboração do Projeto Bá-
mais vantajosa
sico, do Termo de Referência e do Edital, ao caracterizar devi-
para a adminis-
damente o objeto, permite a adequada elaboração de propos-
tração
tas e consequentemente influi na qualidade da escolha destas.

Incluído pela Lei n. 12.349/2010, este objetivo está ligado ao


Garantir a
anterior (maior vantagem), determinando que a contratação
promoção
pública (e, por consequência, a licitação) prime também pela
do desen-
melhora nos padrões nacionais de emprego, renda, desenvol-
volvimento
vimento industrial, atendendo o necessário equilíbrio am-
nacional
Princípio biental. Falaremos no final do curso sobre sustentabilidade
sustentável
em licitações (Decreto n. 7.746/2012).
Esse vocábulo, na lin-
guagem corrente, tem Quadro 2: Objetivos Gerais da Licitação
o sentido de “aquilo
Fonte: Elaborado pelos autores deste livro
que vem antes de ou-
tro”, “origem, começo”,
“momento em que se
faz uma coisa pela pri- Princípios Legais da Licitação
meira vez”. Princípio
contrapõe-se a fim,
assinalando marco Identificada a necessidade de contratar, e antes mesmo de
inicial, no tempo e no
iniciar a licitação propriamente dita, o gestor deve prestar atenção
espaço. Fonte: Cretella
Júnior (1989, p. 28).
aos princípios da licitação, igualmente definidos no artigo 3º da
LGL. Observe o que diz este dispositivo sobre a Licitação:

22
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

A licitação [...] será processada e julgada em estrita confor-


midade com os princípios básicos da legalidade, da impes-
soalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento con-
vocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correla-
tos. (BRASIL, 1993, art. 3º).

No Quadro 3, trazemos comentário e exemplos sobre cada


Nos termos da
princípio da administração.
Constituição Federal, o
Princípio Comentário Exemplo prático TCU é órgão do Poder
Todo ato realizado na lici- Legislativo que tem
Toda restrição à participação
tação deverá ser baseado na o papel de auxiliar o
Legalidade de um licitante deve ser pre-
lei, sob pena de tornar-se Congresso Nacional no
vista em lei.
inválido. exercício do controle
A licitação visa tornar a es- A experiência prévia pode ser externo da atividade
colha do contratado um ato considerada na habilitação administrativa da
impessoal. Não devem ser técnica, desde que previsto no União. Ver mais sobre as
consideradas característi- edital, mas estipular condi-
atribuições deste órgão
Impessoalidade cas pessoais para escolha ções de pagamento diferentes
ou afastamento de um lici- entre empresas nacionais e em: <http://portal.tcu.
tante, a não ser que seja um estrangeiras nas licitações in- gov.br/institucional/
aspecto relevante para o in- ternacionais, não é admitido conheca-o-tcu/
teresse público. (BRASIL, 1993, art. 40, IX). competencias/>. Acesso
O Tribunal de Contas da em: 11 jan. 2017.
Administração Pública e
União (TCU) decidiu que a
licitantes devem se pautar
contratação de servidor do
pela honestidade e pela se-
Moralidade órgão licitante pela empresa
riedade. Uma decisão legal,
que venceu a licitação trata-
mas imoral afronta este
-se de ato imoral (Decisão n.
princípio.
133/1997, Plenário).

Visa “assegurar igualdade


de direitos a todos os inte- O edital não pode restringir
ressados em contratar.” (DI a participação na licitação a
PIETRO, 2010, p. 355). Ex- empresas sediadas no Estado
Igualdade
ceção: Preferências nos cri- do órgão licitante, sob pena
térios de desempate a pro- de infringir o art. 3º, § 1º, I,
dutos produzidos no País da LGL.
(art. 3º, § 2º, II, da LGL).

“[...] visa garantir a trans-


Os chamados atos secre-
parência da atuação estatal
tos expedidos no Congresso
e a plena participação da
Publicidade Nacional em passado recen-
sociedade na produção dos
te são exemplos de violação
atos administrativos” (JUS-
deste princípio.
TEN FILHO, 2012, p. 76).

23
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

Probidade Completa o princípio da


Ver exemplo de moralidade.
Administrativa moralidade.

O próprio artigo 41 da LGL A Comissão de Licitação não


estabelece que “A Adminis- pode escolher outro critério
Em licitações este direito tração não pode descum- de classificação das propos-
prir as normas e condições tas, que não seja aquele defi-
subjetivo tem natureza
Vinculação ao do edital, ao qual se acha nido previamente no Edital
pública, ou seja, não
instrumento estritamente vinculada.” O (art. 43, V, LGL). Os partici-
pode ser alterado pelas convocatório licitante também é alcan- pantes da licitação têm direi-
partes. çado por este princípio, já to subjetivo público à fiel
que arca com os prejuízos observância do procedimento
de não atender o disposto estabelecido em lei (BRASIL,
Direito subjetivo no edital. 1993, art. 4º, caput).

Prerrogativa legal No artigo 45 da LGL está


conferida, de forma disposto que “O julgamento
das propostas será objetivo,
expressa ou presumida, O § 1º do art. 45 da LGL es-
devendo a Comissão de lici-
a alguém, para agir ou pecifica os tipos de licitação,
tação ou o responsável pelo
se omitir conforme o quais sejam: I) menor preço;
convite realizá-lo em con-
II) melhor técnica; III) técni-
preceito legal que a formidade com os tipos de
Julgamento ca e preço; IV) maior lance
criou. Fonte: Acquaviva licitação, os critérios pre-
Objetivo ou oferta. Se o órgão decidiu
(2001, p. 152). viamente estabelecidos no
licitar pelo menor preço, não
ato convocatório e de acor-
poderá mudar a regra do
do com os fatores exclusi-
jogo no momento da sessão
vamente nele referidos, de
de julgamento.
maneira a possibilitar sua
aferição pelos licitantes e
pelos órgãos de controle”.

Quadro 3: Princípios da Licitação Pública


Fonte: Elaborado pelos autores deste livro

Modalidades de
Licitação e Características Gerais

As modalidades de licitação estão previstas no artigo 22 da Lei


Geral de Licitações, conforme o Quadro 4 a seguir. Segundo Justen Filho
(2012, p. 89), a expressão modalidade “[...] é utilizada, tecnicamente,
para indicar cada uma das espécies de procedimentos licitatórios, que
se diferenciam entre si no tocante à estrutura e aos fins buscados”.

24
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

Tomada de
Concorrência Convite Concurso Leilão
Preços

Selecionar
Contratações Contratações trabalho
Contratações de de obras e de obras e técnico,
Venda de
obras e serviços serviços de serviços de científico,
Aplicação

bens móveis
de engenharia, engenharia, engenharia, projeto ar-
inservíveis ou
compras e de compras e compras e de quitetônico
venda de bens
serviços de ou- de serviços serviços de ou artístico,
semoventes.
tra natureza. de outra outra natu- de natureza
natureza. reza. personalís-
simas.

Acima de R$ Até R$ 1,5


Valor estimado da

Até R$ 150
1,5 milhão para milhão para
mil para obras
contratação

obras e serviços obras e ser-


e serviços de
de engenharia; viços de en-
engenharia; - -
acima de R$ genharia; até
até R$ 80 mil
650 mil para R$ 650 mil
para demais
demais licita- para demais
licitações.
ções. licitações.

Convidados
pela Admi-
Interessados
nistração 3
Quem participa

previamente
interessados,
Qualquer inte- cadastra-
no mínimo,
ressado, inde- dos ou que Quaisquer Quaisquer
cadastra-
pendentemente atendam as interessados interessados
dos ou não,
de cadastro. condições
estendendo-se
em 3 até dias
a qualquer um
antes.
até 24 horas
antes.

Convite, que
Divul-
gação

Edital Edital ficará afixado Edital Edital


na repartição.

Menor preço
Menor preço Menor preço
(usual), me-
julgamento
Critério de

(usual), me- (usual), me-


lhor técnica
lhor técnica e lhor técnica e Comissão
e técnica e Maior lance
técnica e preço técnica e pre- especial
preço (natu-
(natureza inte- ço (natureza
reza intelec-
lectual). intelectual).
tual).

Quadro 4: Modalidades de Licitação e Características Gerais


Fonte: Elaborado pelos autores deste Livro

25
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

E então, como está seu entendimento até o momento?


Sobre o tema, É muito importante que você esteja compreendendo o que
recomendamos a leitura estamos tratando para poder continuar seus estudos. Lem-
do artigo “Distinção
bre-se: se precisar, entre em contato com seu tutor!
entre modalidade
e tipo de licitação”,
disponível no Portal
Migalhas: <http:// O Pregão
www.migalhas.com.br/
dePeso/16,MI67167
,11049-Distincao+entre+
A LGL, em seu artigo 22, prevê cinco modalidades de licita-
modalidade+e+tipo+de+
licitacao>. Acesso em: 11 ção referenciadas: concorrência, tomada de preços, convite,
jan. 2017. concurso e leilão. No início dos anos 2000, no entanto, por meio
Medida Provisória da Medida Provisória n. 2.026, de 28 de julho de 2000, surgiu uma
É “norma legal editada nova modalidade licitatória: o pregão. Essa modalidade destina-
pelo Poder Executivo -se à aquisição de bens e serviços comuns e foi disciplinada
para vigorar proviso-
posteriormente pela Lei Federal n. 10.520/2002, a chamada “Lei do
riamente, a não ser que
o legislativo a converta Pregão” (LP), e pelo Decreto Federal n. 3.555/2000.
em lei”. Fonte: Cunha A definição legal sobre o que são os bens e serviços comuns
(2002, p. 165).
está bem longe de ser precisa, haja vista que as expressões nela con-
tidas são plurissignificativas. Diz a lei que tais bens e serviços são
aqueles “[...] cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser
objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais
no mercado” (CARVALHO FILHO, 2012, p. 304). Ainda sobre o tema,
sugerimos que você consulte o Decreto n. 3.555/2000.
Pelas regras do pregão, a disputa pelo fornecimento de
bens ou serviços comuns é feita em sessão pública, por meio
de propostas de preços escritas e lances verbais (BRASIL,
2000a, art. 2º).
Para o julgamento e a classificação das propostas será sempre
adotado o critério de menor preço, observados os prazos máxi-
mos para o fornecimento, as especificações técnicas e os parâmetros
mínimos de desempenho e qualidade definidos pelo Administrador
no Edital (BRASIL, 2000b, art. 4º, X). Uma vez encerrada a etapa

26
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro (que é o servidor


designado para conduzir as licitações) fará a abertura do envelope
contendo os documentos de habilitação do licitante que apresentou
a melhor proposta (BRASIL, 2000b, art. 4º, XII).

Observe que, nesses termos, o pregão tem se mostrado


mais ágil do que as modalidades previstas na Lei Geral de
Licitações, pois aqui a fase de habilitação é anterior
ao julgamento das propostas, diminuindo a burocra-
cia e a possibilidade de impugnações antes mesmo de ava-
liar o preço proposto por cada um dos licitantes.

No entanto, aplicam-se ao pregão as normas da LGL


em caráter subsidiário, ou seja, as diferenças básicas entre
pregão e as demais modalidades estão previstas textualmente na
Lei do Pregão, utilizando-se no restante as regras da Lei de Lici-
tações (BRASIL, 2000b, art. 9º).
Quando são utilizados recursos de tecnologia da informação no
procedimento da disputa entre os concorrentes, temos o chamado
pregão eletrônico (BRASIL, 2000b, art. 1º, caput e art. 2º, §1º).

Procedimento: fases interna e externa

As fases interna e externa do procedimento de licitação, previstas


na Lei Geral de Licitações, apresentam algumas diferenças em relação
ao trâmite estabelecido pela Lei do Pregão. Por isso, trataremos das
fases considerando separadamente as duas leis.
De início, cabe ressaltar que o Tribunal de Contas da União
(TCU) tem afirmado a importância da fase interna da licita-

27
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

ção, que, infelizmente, acaba sendo relegada comumente por alguns


órgãos públicos, vejamos:

A ausência de cumprimento da fase de interna da licitação


inviabiliza o conhecimento integral do objeto que se pretende
contratar e as estimativas de custos a ele inerentes. A realiza-
ção da fase interna da licitação é condição prévia essencial à
contratação, inclusive nos casos de dispensa ou inexigibilida-
de de licitação. (TRIBUNAL DE CONTAS DE UNIÃO, Acór-
dão 2.684/2008, Plenário).

As folhas dos autos do processo de licitação devem ser


numeradas e as peças devem atender sequência lógica,
em cumprimento à legislação e conforme já afirmou o
Tribunal de Contas da União (Acórdão n. 1.257/2004,
Plenário; Acórdão 1.705/2003, Plenário e Decisão
955/2002, Plenário).

Passamos, então, aos procedimentos das fases interna e ex-


terna da licitação, de acordo com a Lei n. 8.666/1993 e com a Lei n.
10.520/2002.

Fase Interna na Lei de Licitações

A fase interna (preparatória) da licitação é a que se constitui


pelo conjunto de atos e atividades de caráter preparatório a cargo
do órgão administrativo. Trata-se daquela etapa que acontece antes
da publicação do edital ou da divulgação do convite. Como
explica Carvalho Filho (2012, p. 305), são providências administra-
tivas que antecedem a realização das atividades que contam com a
participação de terceiros.

28
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

É justamente na fase preparatória que se dá o momento ade-


quado para que a Administração Pública corrija eventuais falhas
e complemente as informações porventura insuficientes, sem ter que
anular os atos administrativos já praticados (TRIBUNAL DE CONTAS
DA UNIÃO, 2010, p. 138).
No Quadro 5 podemos observar a ordenação das etapas desta fase:
Etapa Dispositivo Legal

Solicitação expressa do setor requisitante interes-


1.
sado, com indicação de sua necessidade.

Aprovação da autoridade competente para início


do processo licitatório, devidamente motivada e Artigo 38, caput,
2.
analisada sob a ótica da oportunidade, conveniên- LGL
cia e relevância para o interesse público.

Autuação do processo correspondente, que deve- Artigo 38, caput,


3.
rá ser protocolizado e numerado. LGL

Elaboração da especificação do objeto, de forma


Artigo 38, caput,
4. precisa, clara e sucinta, com base em Projeto Bá-
LGL
sico ou em Termo de Referência apresentado.

Elaboração de Projeto Básico, prévio e obrigatório


5. nas licitações para contratação de obras e serviços, Artigo 38, XII, LGL
em caso de concorrência, tomada de preços e convite.

Estimativa do valor da contratação, por compro-


vada pesquisa de mercado, em pelo menos três
fornecedores do ramo correspondente ao objeto
da licitação; No caso de obras e serviços de en-
Artigo 38, caput,
6. genharia, a estimativa do custo faz parte do or-
LGL
çamento, que por sua vez está incluso no Projeto
Básico. O orçamento de obras comumente é reali-
zado com base nas tabelas de referência de preços
adotadas pela Administração Pública.

Indicação dos recursos orçamentários para fazer Artigo 38, caput,


7.
face à despesa. LGL

Verificação da adequação orçamentária e finan-


Artigo 38, caput,
8. ceira, em conformidade com a Lei de Responsabi-
LGL
lidade Fiscal, quando for o caso.

Elaboração de projeto executivo, que pode ser


9. Artigo 38, XII, LGL
concomitante com a realização da obra ou serviço.

Definição da modalidade e do tipo de licitação a


10.
serem adotados.

29
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

Elaboração do edital ou convite e respectivos ane- Artigo 38, I; artigo


11.
xos. 40, § 1º LGL

Ato de designação da comissão de licitação ou do


12. Artigo 38, III, LGL
responsável pelo convite.

Exame e aprovação prévia das minutas de edital e Artigo 38, parágrafo


13.
do contrato pela assessoria jurídica do órgão. único, LGL

Elaboração de pareceres técnicos ou jurídicos emi- Artigo 38, VI e pa-


14.
tidos sobre a licitação, dispensa ou inexigibilidade. rágrafo único, LGL

Quadro 5: Etapas da Fase Interna da Licitação Pública


Fonte: Adaptado de Tribunal de Contas da União (2010, p. 140)

Sobre a pesquisa de preços, o Tribunal de Contas da União


(2015, p. 1) decidiu que

As estimativas de preços prévias às licitações devem estar ba-


seadas em cesta de preços aceitáveis, tais como os oriundos
de pesquisas diretas com fornecedores ou em seus catálogos,
valores adjudicados em licitações de órgãos públicos, sistemas
de compras (Comprasnet), valores registrados em atas de SRP
[Sistema de Registro de Preços], avaliação de contratos recen-
tes ou vigentes, compras e contratações realizadas por corpo-
rações privadas em condições idênticas ou semelhantes.

Além disso, é preciso

[...] desconsiderar as informações relativas a empresas cujos


preços revelem-se evidentemente fora da média de mercado,
de modo a evitar distorções no custo médio apurado e, con-
sequentemente, no valor máximo a ser aceito para cada item
licitado. (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2015, p. 2).

Por sua vez, o atual Ministério do Planejamento, Desen-


volvimento e Gestão (antigo MPOG, Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão) disciplinou a pesquisa de preços por meio da
Instrução Normativa n. 5, de 27 de junho de 2014, que prevê em seu
artigo 2º:

A pesquisa de preços será realizada mediante a utilização de


um dos seguintes parâmetros: (Alterado pela Instrução Nor-

30
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

mativa n. 7, de 29 de agosto de 2014) I – Portal de Compras


Governamentais - www.comprasgovernamentais.gov.br; II -
pesquisa publicada em mídia especializada, sítios eletrônicos
especializados ou de domínio amplo, desde que contenha a
data e hora de acesso; III - contratações similares de outros
entes públicos, em execução ou concluídos nos 180 (cento e
oitenta) dias anteriores à data da pesquisa de preços; ou IV -
pesquisa com os fornecedores. § 1º No caso do inciso I será ad-
mitida a pesquisa de um único preço. § 2º No âmbito de cada
parâmetro, o resultado da pesquisa de preços será a média ou
o menor dos preços obtidos. § 3º A utilização de outro méto-
do para a obtenção do resultado da pesquisa de preços, que
não o disposto no § 2º, deverá ser devidamente justificada pela
autoridade competente. § 4º No caso do inciso IV, somente
serão admitidos os preços cujas datas não se diferenciem em
mais de 180 (cento e oitenta) dias. § 5º Excepcionalmente, me-
diante justificativa da autoridade competente, será admitida a
pesquisa com menos de três preços ou fornecedores. § 6º Para
a obtenção do resultado da pesquisa de preços, não poderão
ser considerados os preços inexequíveis ou os excessivamen-
te elevados, conforme critérios fundamentados e descritos no
processo administrativo. (BRASIL, 2014, art. 2º).

Instrumento Convocatório

O instrumento convocatório da licitação, termo que engloba


edital e carta convite, é peça fundamental do certame e cuja ela-
boração também faz parte da fase interna. Trataremos desse assunto
em tópico específico do nosso curso. Por enquanto é preciso ter em
mente que um bom planejamento da licitação contribui para um bom
instrumento convocatório.

Audiência Pública

Em casos de contratações com valores superiores a R$ 150


milhões de reais, a licitação deverá ser iniciada com a realização
de audiência pública, conforme disposto no artigo 39 da LGL.

31
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um


conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior
a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alí-
nea “c” desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obri-
gatoriamente, com uma audiência pública concedida
pela autoridade responsável com antecedência mínima de
15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do
edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez)
dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos
para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito
a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos os
interessados. Parágrafo único. Para os fins deste artigo, con-
sideram-se licitações simultâneas aquelas com objetos simi-
lares e com realização prevista para intervalos não superiores
a trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que, também
com objetos similares, o edital subsequente tenha uma data
anterior a cento e vinte dias após o término do contrato resul-
tante da licitação antecedente. (BRASIL, 1993, art. 39).

Muito bem, como está o seu entendimento? É muito impor-


tante que você entenda bem o que estamos discutindo até o
momento. Se precisar de ajuda, entre em contato com o seu
tutor, ele está preparado para auxiliá-lo no que for preciso!

Fase Externa na Lei de Licitações (aplicável às modali-


dades de concorrência, tomada de preços e convite)

A fase externa da licitação inicia-se com a publicação do


edital ou com a divulgação do convite. Furtado (2012) explica
que a maioria dos estudiosos do tema defende que a licitação somente
se inicia quando se divulga o instrumento convocatório. Todavia,
continua o autor, a prática administrativa demonstra o contrário.
Segundo ele,

[...] todos os que lidam em seu dia a dia com licitações sabem
que muito tem que ser feito anteriormente à divulgação do

32
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

instrumento convocatório, nesta que se denomina a fase in-


terna da licitação. (FURTADO, 2012, p. 172).

Bandeira de Mello (2004), por sua vez, defende que a licitação,


depois de sua abertura pelo edital, isto é, a partir de sua etapa
externa, compreende dois momentos fundamentais:

análise das condições dos interessados que afluem


‰‰
à licitação; e
análise das propostas.
‰‰
No quadro a seguir, é possível sintetizar as etapas que compre-
endem a fase externa do procedimento de licitação:

Dispositivo legal
Etapa
(Todos da LGL)

1 Publicação do resumo do ato convocatório.

Fase impugnatória, com republicação do edital


2 Artigo 41, §§ 1º a 4º
e reabertura do prazo, quando for o caso.

Recebimento dos envelopes com a documenta-


3 Artigo 43, I
ção e as propostas.

Abertura dos envelopes com a documentação.


Sempre em ato público previamente designado,
4 Artigo 43, I, § 1º
do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada
pelos licitantes presentes e pela Comissão.

Verificação da habilitação ou inabilitação dos


5
licitantes.

Fase recursal, com efeito suspensivo até a deci-


6 Artigo 38, VIII, 43, III
são do recurso, se houver.

Abertura dos envelopes com as propostas. Sem-


pre em ato público previamente designado, do
7 Artigo 43, III, § 1º
qual se lavrará ata circunstanciada, assinada
pelos licitantes presentes e pela Comissão.

Julgamento da proposta. A Comissão levará em


consideração os critérios objetivos definidos no
8 caput
edital ou convite, os quais não devem contrariar
as normas e princípios estabelecidos pela LGL.

9 Declaração do licitante vencedor.

Fase recursal, com efeito suspensivo até a deci-


10 Artigo 38, VIII
são do recurso, se houver.

33
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

Homologação/aprovação dos atos praticados


11 Artigo 43, VI; 38, VII
no procedimento.

Artigo 43, VI; artigo


12 Adjudicação do objeto à licitante vencedora.
38, VII

13 Empenho da despesa.

Assinatura do contrato ou retirada do instru-


14 Artigo 64
mento equivalente.

Quadro 6: Etapas da Fase Externa da Licitação Pública


Sobre o tema, Fonte: Adaptado de Tribunal de Contas da União (2010, p. 279)
recomendamos a leitura
dos artigos 27 a 33 da De acordo com a Lei Geral de Licitações, para a habilitação no
Lei n. 8.666/93 em: procedimento licitatório deverá ser exigida dos interessados, exclusi-
<http://www.planalto.
vamente, documentação relativa à: habilitação jurídica; qualificação
gov.br/ccivil_03/leis/
L8666compilado.htm>. técnica; qualificação econômico-financeira; regularidade fiscal e
Acesso em: 13 jan. 2017. trabalhista; e proteção do trabalho de menores de idade.

Diligências

Faculta-se à Comissão ou à autoridade administrativa, em


qualquer fase do procedimento, promover uma diligência destinada
a esclarecer ou a complementar a instrução do processo licitatório,
vedada, contudo, a inclusão posterior de documento ou de
informação que deveria constar originariamente das pro-
postas (BRASIL, 1993, art. 43, § 3º).

Revogação ou Anulação da Licitação

Mesmo após o recebimento das propostas, a autoridade compe-


tente pode revogar a licitação por razões de interesse público
decorrente de fatos supervenientes devidamente comprovados, perti-
nentes e suficientes para justificar tal conduta. A Administração deve
anular a licitação por ilegalidade, de ofício ou por provocação
de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado
(BRASIL, 1993, art. 49).

34
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

Em outras palavras, revoga-se uma licitação quando não há


mais necessidade ou interesse na contratação. Por exemplo: o órgão
está licitando o fornecimento de refeições para um evento que pos-
teriormente foi cancelado. Como não há mais interesse público na
contratação, a licitação pode ser revogada. Por outro lado, anula-se
a licitação quando estamos diante de ilegalidade no procedimento.

Observe que a autoridade administrativa pode ela mes-


ma decidir revogar a licitação por sua iniciativa, ou
atender a uma denúncia ou um pedido de terceira pes-
soa. Exemplo: após aberta a licitação, a imprensa divul-
ga vídeo em que o pessoal das empresas licitantes esta-
vam combinando os preços e as propostas para fraudar
o certame. Nesse caso, assegurado o direito de ampla
defesa e o contraditório, a licitação deve ser anulada.

A anulação da licitação por motivo de ilegalidade não gera ao


Estado a obrigação de indenizar, salvo casos em que o contratado já
iniciou os serviços, momento em que receberá pelo que executou e
por prejuízos comprovados (BRASIL, 1993, art. 49, § 1º e artigo 59,
parágrafo único).
Importante destacar o que estabelece o § 2º do artigo 49 da
LGL: “A nulidade do procedimento licitatório induz à do
contrato” (BRASIL, 1993, art. 49). Nesse sentido, se a licitação está
com problemas, digamos assim, o contrato firmado com base nela
também será atingido. Repetimos: o contratado ou o licitante têm
direito ao contraditório e à ampla defesa nos casos de revogação ou
anulação da licitação. Por fim, lembramos que as regras já citadas
valem também, no que couber, para a dispensa e inexigibilidade de
licitação (BRASIL, 1993, art. 49, §§ 3º e 4º).

35
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

Julgamento das propostas

Segundo a LGL,

[...] no julgamento das propostas, a Comissão levará em con-


sideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite,
os quais não devem contrariar as normas e princípios estabe-
lecidos por esta Lei. (BRASIL, 1993, art. 44).

Além disso, no julgamento das propostas, deverão ser obser-


vadas as seguintes regras, conforme a LGL:

‰‰
Não utilizar elementos ou critérios secretos, subjetivos,
que possam de alguma forma afetar a igualdade entre
os licitantes (art. 44, § 1º).
‰‰
As ofertas de vantagem não previstas no edital serão
desconsideradas (art. 44, § 2º).
‰‰
Propostas com preços globais ou unitários muito bai-
xos, iguais a zero ou incompatíveis com os preços dos
insumos e salários de mercado não serão admitidas,
exceto quando se referirem a materiais do próprio
licitante, para os quais ele renuncie a remuneração
(art. 44, § 3º).
‰‰
Preços irrisórios não serão admitidos mesmo em caso
de alegação de uso de mão de obra estrangeira ou
importações (art. 44, § 4º).

O julgamento das propostas será sempre objetivo, sendo rea-


lizado em conformidade com os tipos de licitação e com os critérios
previamente definidos no Edital (BRASIL, 1993, art. 45).
Os tipos de licitação são:

‰‰
menor preço;
‰‰
melhor técnica;
‰‰
melhor técnica e preço;
‰‰
maior lance ou oferta (para alienações).

36
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

No tipo de licitação menor preço, “[...] será vencedor o licitante


que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital
ou convite e ofertar o menor preço” (BRASIL, 1993, art. 45, § 1º, I).
É vedada a utilização de outro tipo de licitação não
previsto na Lei, segundo o artigo 45, § 5º, da Lei n. 8.666/1993.
Havendo empate, deverá ser assegurada preferência, suces-
sivamente, aos bens e serviços:

‰‰
produzidos no País;
‰‰
produzidos ou prestados por empresas brasileiras;
‰‰
produzidos ou prestados por empresas que invistam em
pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País; e
‰‰
produzidos ou prestados por empresas que compro-
vem cumprimento de reserva de cargos prevista em
lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado
da Previdência Social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação (BRASIL, 1993,
art. 2º, § 3º, alterado pela Lei n. 12.349/2010, Lei n.
11.196/2005 e Lei n. 13.146/2015).

A Lei Complementar n. 123/2006, por sua vez estabelece que “[...]


nas licitações, será assegurada, como critério de desempate,
preferência de contratação para as microempresas e empresas
de pequeno porte” (BRASIL, 2006, art. 5º). Esse texto legal ain-
da determina que “[...] entende-se haver empate quando as ofertas
apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte
sejam iguais ou até dez por cento superiores ao menor preço [...]”
no caso da Lei de Licitações e até cinco por cento superiores ao
menor preço, no caso do pregão (BRASIL, 2006, art. 5º, §§ 1º e 2º).
Se a melhor oferta válida houver sido apresentada por microempresa
ou empresa de pequeno porte, não se aplica o critério de desempate
nos termos acima mencionados (BRASIL, 2006, art. 5º, § 3º).

37
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

Sobre o modo como será aplicada a preferência a mi-


croempresas (ME) e a empresas de pequeno porte (EPP),
o chamamento das MEs e EPPs na fase de lances do
pregão e demais modalidades licitatórias, o desempate
em licitações do tipo técnica e preço e aplicação da
margem de preferência, consultar os parágrafos 4º
a 9º do artigo 5º da Lei Complementar n. 123/2006.

Prevalecendo o empate, mesmo após aplicado o § 2º do artigo


3º da LGL e o artigo 5º da Lei Complementar n. 123/2006, “[...] a
classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público,
para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer
outro processo.” (BRASIL, 1993, art. 45, § 2º).

Fase Interna na Lei do Pregão

Cumpre reprisar que a Lei n. 10.520/2002, que instituiu a


modalidade pregão, apresenta algumas peculiaridades em relação ao
procedimento utilizado pela Lei Geral de Licitações, utilizando, no
entanto, subsidiariamente, as normas daquela (BRASIL, 2002, art.
9º). Segue quadro explicativo das etapas da fase interna no pregão:

Dispositivo
Passos da Fase interna Modo de realização do ato
legal

Justificativa acompanhada
dos indispensáveis elementos
técnicos sobre os quais esti-
Justificar a necessidade verem apoiados, bem como o Artigo 3º, I,
1
de contratação. orçamento elaborado pelo ór- III, LP
gão ou entidade promotora da
licitação, dos bens e serviços a
serem licitados.

38
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

Definição deverá ser precisa,


suficiente e clara, vedadas espe-
cificações que, por excessivas, Artigo 3º, I,
irrelevantes ou desnecessárias II, LP
2 Definição do Objeto.
limitem ou frustrem a competi-
ção ou a realização do forneci- Art. 8º, I, DP
mento, devendo estar refletida
no termo de referência.

Definição das regras de


Definição acompanhada dos
disputa: exigências de
indispensáveis elementos téc-
habilitação, critérios de
nicos sobre os quais estiverem
aceitação das propos-
apoiados, bem como o orça- Artigo 3º, I,
3 tas, sanções por inadim-
mento elaborado pelo órgão III, LP
plemento, cláusulas do
ou entidade promotora da li-
contrato, inclusive com
citação, dos bens e serviços a
fixação dos prazos para
serem licitados.
fornecimento.

É o documento que deverá


conter elementos capazes de
propiciar a avaliação do custo
pela Administração, diante de
Elaboração do termo de orçamento detalhado, consi- Artigo 8º, II,
4
referência. derando os preços praticados DP
no mercado, a definição dos
métodos, a estratégia de su-
primento e o prazo de execu-
ção do contrato.

Valor estimado em planilhas,


de forma clara, concisa e obje-
tiva, de acordo com termo de
referência elaborado pelo Artigo 8º,
5 Definir o valor do objeto.
requisitante, em conjunto com III, a, DP
a área de compras, obedecidas
as especificações praticadas
no mercado.

Escolhido dentre os servi-


dores do órgão ou entidade
promotora da licitação. Com
atribuição de receber as pro- Artigo 3º,
6 Designação do pregoeiro.
postas e os lances, analisar a IV, LP
aceitabilidade e a classificação
das propostas, habilitar e ad-
judicar o objeto.

Quadro 7: Etapas da Fase Interna do Pregão


Fonte: Elaborado pelos autores deste livro

39
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

Motivação Todos os atos mencionados no quadro 7 são realizados pela


É a exposição dos moti- autoridade competente, exceto a definição do valor do objeto que
vos, ou seja, é a demons- pode ser realizada pela própria autoridade ou, por delegação, pelo
tração, por escrito, de
ordenador de despesa e pelo o agente encarregado da compra. Por
que os pressupostos de
fato realmente existi- sua vez, a tarefa de elaborar o termo de referência cabe ao servidor
ram. Podemos entender pertencente ao setor que requisitou a compra, a obra ou a aquisição
que a motivação é, em
de serviço. Mais adiante, trataremos, em mais detalhes, os aspectos
regra, necessária, seja
para os atos vincula- da elaboração do Projeto Básico ou do Termo de Referência.
dos, seja para os atos
discricionários, pois
constitui garantia da Motivação
legalidade, que tanto
diz respeito ao interes- Deverá constar dos autos do processo de licitação a motivação
sado como à própria
de cada um dos atos preparatórios destinados à realização do pregão
Administração Públi-
ca; a motivação é que eletrônico, com a indicação dos indispensáveis elementos técnicos
permite a verificação, a sobre os quais estiverem apoiados, bem como quanto aos elementos
qualquer momento, da contidos no orçamento estimativo e no cronograma físico-financeiro
legalidade do ato, até
de desembolso, se for o caso, elaborados pela Administração (BRASIL,
mesmo pelos demais
Poderes do Estado. 2005a, art. 9º, § 1º).
Fonte: Di Pietro (2010).

O pregão, na forma Fase Externa na Lei do Pregão


eletrônica, para
aquisição de bens e É importante relembrar que a legislação permite que o pregão
serviços comuns, está
seja realizado com a utilização de recursos de tecnologia da informação:
regulamentado pelo
Decreto n. 5.450, de trata-se do chamado pregão eletrônico. Em síntese, podemos dizer
31 de maio de 2005, que o pregão é modalidade de licitação em que o ganhador é aquele
você pode acessar este
que oferece o menor preço; como se fosse um “leilão ao contrário”.
decreto em: <http://
www.planalto.gov.br/ Passamos a discriminar os passos da fase externa do pregão,
ccivil_03/_ato2004- nos termos do artigo 4º da Lei do Pregão e do artigo 11 do Decreto
2006/2005/decreto/
do Pregão:
d5450.htm>. Acesso em
16 jan. 2017
Convocação dos interessados: ocorre por meio
‰‰
de publicação de aviso em diário oficial do respectivo

40
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

ente federado ou, não existindo, em jornal de circu-


lação local, e facultativamente, por meios eletrônicos
e conforme o vulto da licitação, em jornal de grande
circulação, nos termos do regulamento.
‰‰Disponibilização do Edital: cópias do edital e
do respectivo aviso serão colocadas à disposição
de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na
forma da Lei n. 9.755, de 16 de dezembro de 1998, e
deverão, no caso de órgão integrante do Sistema de
Serviços Gerais (SISG), estar disponíveis na íntegra
em meio eletrônico no site <www.comprasgover-
namentais.gov.br>, independentemente do valor.
Prazo para apresentação das propostas: contado
‰‰
a partir da publicação do aviso, não inferior a oito dias.
Sessão Pública para recebimento das pro-
‰‰
postas: realizada no dia, hora e local designados.
Os interessados deverão se identificar, comprovando
ter poderes para formular propostas.
‰‰Abertura do Pregão: apresentação de declaração

pelos interessados, dando ciência de que cumprem


plenamente os requisitos de habilitação e de que
entregarão os envelopes contendo a indicação do
objeto e do preço oferecidos. Os envelopes são
entregues em envelopes separados, a proposta de
preços e a documentação da habilitação.
‰‰Lances: o autor da oferta de valor mais baixo e
os autores das ofertas com preços até 10% (dez
por cento) superiores àquela poderão fazer novos
lances verbais e sucessivos, até a proclamação do
vencedor. Os lances verbais deverão ser formulados
em valores distintos e decrescentes. O pregoeiro
convidará individualmente os licitantes classificados,

41
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

de forma sequencial, a apresentar lances verbais,


a partir do autor da proposta classificada de maior
preço e os demais, em ordem decrescente de valor.
‰‰Desistência ou ausência de lances: a desistên-

cia em apresentar lance verbal, quando convocado


pelo pregoeiro, implicará a exclusão do licitante
da etapa de lances verbais e na manutenção do
último preço apresentado pelo licitante, para efeito
de ordenação das propostas. Caso não se realizem
os lances verbais, será verificada a conformidade
entre a proposta escrita de menor preço e o valor
estimado para a contratação.
‰‰Novos lances: não havendo pelo menos três ofertas

nas condições definidas no inciso anterior, poderão


os autores das melhores propostas, até o máximo
de três, oferecer novos lances verbais e sucessivos,
quaisquer que sejam os preços oferecidos.
Julgamento e classificação: a classificação se dará
‰‰
sempre pelo critério de menor preço, observados os
prazos máximos para fornecimento, as especificações
técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e
qualidade definidos no edital.
‰‰Aceitabilidade: examinada a proposta classificada

em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá


ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito da
sua aceitabilidade.
Negociação do preço: na análise de aceitabilidade,
‰‰
o pregoeiro poderá negociar diretamente com o pro-
ponente para que seja obtido preço melhor.
Habilitação: abertura do envelope contendo os do-
‰‰
cumentos de habilitação do licitante que apresentou

42
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

melhor proposta ou sua confirmação no Sistema de


Cadastramento Unificado de Fornecedores (SICAF).
‰‰Julgamento: será feito com a verificação de que
o licitante está em situação regular perante a Fa-
zenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), e as Fazendas
Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a
comprovação de que atende às exigências do edital
quanto à habilitação jurídica e qualificações técnica
e econômico-financeira.
‰‰Habilitação dispensada: os licitantes poderão
deixar de apresentar os documentos de habilitação
que já constem do SICAF e sistemas semelhantes
mantidos por Estados, Distrito Federal ou Municí-
pios, assegurado aos demais licitantes o direito de
acesso aos dados nele constantes.
Proclamação do vencedor: verificado o atendi-
‰‰
mento das exigências fixadas no edital, o licitante será
declarado vencedor.
Análise das ofertas subsequentes: se a oferta não
‰‰
for aceitável ou se o licitante desatender às exigências
habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas sub-
sequentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de
classificação, e assim sucessivamente, até a apuração de
uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante
declarado vencedor.
Negociação do preço: na análise das ofertas sub-
‰‰
sequentes, o pregoeiro poderá negociar diretamente
com o proponente para que seja obtido preço melhor.
Fase recursal: declarado o vencedor, qualquer lici-
‰‰
tante poderá manifestar imediata e motivadamente

43
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

(com registro em ata da síntese de suas razões) a in-


tenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo
de três dias para apresentação das razões do recurso,
ficando os demais licitantes desde logo intimados
para apresentar contrarrazões em igual número de
dias, que começarão a correr do término do prazo do
recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos
autos; o recurso não terá efeitos suspensivo, ou seja,
não interrompe a continuidade do processo.
‰‰Acolhimento: o acolhimento de recurso impor-
tará a invalidação apenas dos atos insuscetíveis de
aproveitamento.
‰‰Decadência do direito de recorrer: a falta
de manifestação imediata e motivada do licitante
importará a decadência do direito de recurso e a
adjudicação do objeto da licitação ao vencedor.
Adjudicação do objeto: decididos os recursos, a
‰‰
autoridade competente fará a adjudicação do objeto
da licitação ao licitante vencedor.
Homologação e assinatura do contrato: ho-
‰‰
mologada a licitação pela autoridade competente, o
adjudicatário será convocado para assinar o contrato
no prazo definido em edital.
Habilitação na assinatura: como condição para
‰‰
celebração do contrato, o licitante vencedor deverá
manter as mesmas condições de habilitação. Caso não
apresente situação regular, no ato da assinatura do
contrato, será convocado outro licitante, observada
a ordem de classificação, para celebrar o contrato, e
assim sucessivamente, sem prejuízo da aplicação das
sanções cabíveis.

44
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

Não assinatura no prazo – análise das ofertas


‰‰
subsequentes: se o licitante vencedor, convocado
dentro do prazo de validade da sua proposta, não ce-
lebrar o contrato, analisam-se as ofertas subsequentes.
Prazo de validade: o prazo de validade das propostas
‰‰
será de 60 dias, se outro não estiver fixado no edital.

Atenção para as regras de publicação do aviso de pre-


gão. Devem obrigatoriamente constar no aviso (i) a de-
finição precisa, suficiente e clara do objeto da licitação,
(ii) a indicação do local, dias e horários em que poderá
ser lida ou obtida a íntegra do edital e (iii) o local onde
será realizada a sessão pública do pregão (artigo 4º,
inciso II, da LP e art. 11, inciso II, do DP).

Importante também verificar em que meio deverá ser publicado


o aviso, conforme os valores do objeto, como prevê o artigo 11, inciso
I do Decreto do Pregão:

Jornal de
Jornal de
Valores dos Diário grande
grande
Bens e/ou Oficial Internet circulação
circulação
Serviços da União regional ou
local
nacional

Até R$
X X
160.000,00

De R$
160.000,00 a X X X
R$ 650.000,00

Acima de R$
X X X
650.000,00

Quadro 8: Regras para Publicação do Aviso de Licitação


Fonte: Elaborado pelos autores deste livro

45
Unidade 1 – Procedimento de Licitação e suas Etapas

Por sua vez, o edital do pregão conterá os seguintes elemen-


tos: a) objeto do certame; b) exigências de habilitação; c) critérios de
aceitação das propostas; d) sanções por inadimplemento; e) cláusulas
do contrato, com fixação de prazos para fornecimento; f) normas que
disciplinarem o procedimento; e f) minuta do contrato (BRASIL,
2002, art. 4º, inciso III).
Por fim, lembramos que, no pregão, a Administração tem o dever
de negociar, pelo que é fundamental que o pregoeiro desenvolva essa
habilidade nos certames em que atue:

Nas licitações realizadas mediante pregão, constitui poder-


-dever da Administração a tentativa de negociação para re-
duzir o preço final do contrato, tendo em vista a maximização
do interesse público em obter-se a proposta mais vantajosa,
mesmo que eventualmente o valor da oferta tenha sido infe-
rior à estimativa da licitação (art. 24, §§ 8º e 9º, do Decreto
5.450/05). (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, Acórdão
2.637/2015, Plenário).

Complementando...

„„ Para saber mais sobre o assunto abordado nesta Unidade, sugerimos que
realize uma pesquisa para consultar os textos dos mais recentes decretos e
das mais atuais leis sobre o tema.

46
Resumo

RESUMO

Nessa Unidade, compreendemos que a licitação é


um procedimento de escolha utilizado pela Administração
visando à seleção de proposta mais vantajosa, com a garantia
de igualdade entre os participantes, contemplando diversas
modalidades. Vimos que o procedimento licitatório deve
ser realizado com observância aos princípios consagrados
na Lei Federal n. 8.666/1993, que asseguram os direitos
das partes e os interesses da Administração. Conhecemos
também o pregão, modalidade de licitação trazida pela Lei
Federal n. 10.520/2002 e regulamentada pelos Decretos
n. 3.555/2000 e 5.450/2005. Por fim, estudamos as fases
interna e externa, que dividem a licitação numa etapa
tipicamente administrativa, que ocorre anteriormente à
publicação do edital ou da divulgação do convite, e outra
que conta com a efetiva disputa dos participantes.

Muito bem, concluímos a Unidade 1 deste curso, neste


momento, você deverá realizar as atividades propostas a
seguir. Caso você tenha alguma dúvida, entre em contato
com o seu tutor, ele está preparado para auxiliá-lo no que
for preciso.
Bons estudos!

47
Atividades de Aprendizagem

Atividades de Aprendizagem

1. Quando a Administração Pública desejar a contratação de


obras e serviços de engenharia com valor até R$ 1.500.000,00,
a modalidade escolhida deverá ser:

a) Concorrência.
b) Tomada de preços.
c) Convite.
d) Concurso.
e) Leilão.

2. Não havendo natureza intelectual no serviço a ser con-


tratado pela Administração, o critério de julgamento será:

a) Maior lance.
b) Melhor técnica.
c) Técnica e preço.
d) Menor preço.
e) Maior preço.

3. O que é habilitação em licitação? Qual a documentação


que poderá ser exigida dos interessados?

______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
4. Faça a leitura do Acórdão n. 2.637/2015, do Plenário do
Tribunal de Contas da União, disponível em www.tcu.gov.br.

48
2
UNIDADE
Projeto Básico, Termo de
Referência e Edital de Licitação
Objetivos
Nesta Unidade, você vai:

„„ Entender o que são o Projeto Básico e o Termo de Referência.

„„ Identificar os elementos essenciais do Projeto Básico e do Termo de Referência.

„„ Compreender as principais regras sobre a elaboração de um Edital de Licitação.


Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

Introdução ao Projeto Básico, ao Termo


de Referência e ao Edital de Licitação

Caro participante,
Bem-vindo novamente! Você se lembra do que é uma lici-
tação? Buscaremos agora avançar numa das etapas mais
importantes do procedimento licitatório que é entender os
fundamentos para a elaboração do Projeto Básico e do
Termo de Referência. Nesta Unidade, vamos tratar sobre
os temas principais referentes aos elementos de constitui-
ção do Projeto Básico e do Termo de Referência, partindo
das definições consolidadas em lei. Ao final, trataremos do
Edital de Licitação, peça chave no relacionamento entre a
Administração Pública e os licitantes.
Então, vamos nessa?

Aspectos Legais

Vigora no modelo de Estado brasileiro o princípio da Supre-


macia Constitucional Federal, segundo o qual toda lei deve en-
contrar amparo na Lei Maior. Quando alguma norma contraria o texto
constitucional, estamos diante da chamada inconstitucionalidade.

A prerrogativa de declarar uma lei constitucional ou


inconstitucional é do Poder Judiciário. O Supremo Tri-
bunal Federal é o órgão máximo do Poder Judiciário e
tem o papel de “guardião da constituição”.

51
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

Como vimos na primeira etapa do curso, a disciplina da lici-


tação tem a sua origem na própria Constituição, notadamente no
artigo 37, inciso XXI. A partir desse comando constitucional, alguns
pontos são bastante relevantes ao estudo do Termo de Referência e
do Projeto Básico:

‰‰
igualdade de condições aos participantes da licitação;
‰‰
cláusulas no contrato administrativo que estabeleçam
Lei
infraconstitucional obrigações de pagamento;
É toda norma abaixo
‰‰
condições efetivas da proposta devem ser mantidas
da Constituição Federal
na hierarquia de im-
durante o contrato;
portância das leis. Seu expressão “nos termos da lei” significa que a lei in-
‰‰
conteúdo deve sempre
fraconstitucional disciplinará o assunto; e
estar de acordo com o
teor da Constituição. ‰‰
exigências de qualificação técnica e econômica indispen-
Fonte: Elaborado pelos sáveis para a garantia do cumprimento das obrigações.
autores deste livro.
Na esteira da Constituição Federal, foi editada a Lei n. 8.666,
de 21 de junho de 1993 (Lei Geral das Licitações), que justamente
“[...] regulamenta o art. 37, XXI, da Constituição Federal, e institui
normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá
outras providências”.
Sobre esse assunto,
sugerimos que leia O conhecimento da LGL é muito importante. Tanto a Lei do
o artigo 9º da Lei n. Pregão (Lei n. 10.520/02), quanto a Lei do Regime Diferenciado de
10.520/2002 e os
Contratações (Lei n. 12.462/11), embora definam regras gerais espe-
artigos 1º § 2º, artigos
ciais sobre os procedimentos, determinam que a LGL será utilizada
14, 35, 39, 44, 46 e 47
§ 2º, todos da Lei n. subsidiariamente; quer dizer, naquilo em que a Lei do Pregão ou
12.462/2011. do RDC não forem contrárias, aplica-se a LGL.
A LGL traz a definição de Projeto Básico, sendo fundamental
para a compreensão do tema uma leitura atenta do dispositivo legal

[...] IX – Projeto Básico – conjunto de elementos necessários


e suficientes, com nível de precisão adequado, para carac-
terizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços
objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos

52
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilida-


de técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental
do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo
da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução,
devendo conter os seguintes elementos: a) desenvolvimen-
to da solução escolhida de forma a fornecer visão global da
obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com
clareza; b) soluções técnicas globais e localizadas, suficien-
temente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de
reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração
do projeto executivo e de realização das obras e montagem;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de mate-
riais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas
especificações que assegurem os melhores resultados para o
empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a
sua execução; d) informações que possibilitem o estudo e a
dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e
condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter
competitivo para a sua execução; e) subsídios para monta-
gem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo
a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas
de fiscalização e outros dados necessários em cada caso; f)
orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado
em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente
avaliados. (BRASIL, 1993, art. 6º).

O “Projeto Básico” e o “Termo de Referência”, como já estuda-


mos, devem ser elaborados na fase preliminar da licitação, sendo
aprovados pela autoridade competente. Esses documentos constituem a
base principal para elaboração do edital do certame, pois são a fonte
de informações para a especificação do objeto da contratação.
Jurisprudência sobre o tema!

Na fase preparatória dos pregões, atente para a útil elabora-


ção do termo de referência de que trata o art. 8º do Decreto
nº 3.555/2000, de modo que o documento expresse a ade-
quação do objeto licitado aos preços praticados no mercado.
(TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, Acórdão 2.947/2004,
Primeira Câmara).

53
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

No mesmo sentido,

[...] defina de forma precisa os elementos necessários e su-


ficientes que caracterizem a prestação de serviço ou a exe-
cução da obra pretendida por ocasião da elaboração dos
Projetos Básicos e Termos de Referência das licitações, con-
forme regulamenta o art. 6º, inciso IX, e art. 40, § 2º, da Lei
8.666/1993. (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, Acórdão
428/2010, Segunda Câmara).

Mas, então, qual o conceito preciso de Termo de Referên-


cia e de Projeto Básico? Vamos a seguir, não se preocu-
pe! Lembre-se: caso haja alguma dúvida, entre em contato
com o seu tutor, ele está preparado para ajudá-lo!

Nos dizeres do Decreto n. 3.555/2000, por sua vez,

[...] o termo de referência é o documento que deverá conter


elementos capazes de propiciar a avaliação do custo
pela administração, diante de orçamento detalhado, con-
siderando os preços praticados no mercado, a definição dos
métodos, a estratégia de suprimento e o prazo de execução do
contrato. (BRASIL, 2000a, art. 8º, inciso II, grifos nossos).

Já a redação do Decreto n. 5.450/2005, em seu artigo 9º, § 2º, vai


um pouco além, estabelecendo que o termo de referência deve conter

[...] valor estimado em planilhas de acordo com o preço de


mercado, cronograma físico-financeiro, se for o caso, critério
de aceitação do objeto, deveres do contratado e do contra-
tante, procedimentos de fiscalização e gerenciamento do con-
trato, prazo de execução e sanções, de forma clara, concisa e
objetiva. (BRASIL, 2005a, art. 9º).

Outra significativa consideração sobre o conceito de termo de


referência, trazida pelo Decreto n. 5.450/2005, foi estabelecer que
o documento deverá ser elaborado de “forma clara, concisa e
objetiva.”

54
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

Podemos dizer, desse modo, que o “Projeto Básico” é um do-


cumento equiparado ao “Termo de Referência”, definido no artigo
6º, inciso IX, da LGL, como “[...] conjunto de elementos necessários e
suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra
ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação”.
(BRASIL, 1993, art. 6º).
Em síntese, portanto, quando se tratar de licitação realizada
nos termos da Lei n. 8.666/93 (obras, serviços, inclusive de publi-
cidade, compras, alienações e locações) o objeto estará definido no
Projeto Básico; e quando se tratar de licitação para aquisição de
bens e serviços comuns, com a adoção da modalidade de pregão (Lei
n. 10.520/2002), o documento base será o Termo de Referência.
“Em licitações realizadas na modalidade pregão, é obrigatória a ela-
boração de termo de referência, que deve dispor sobre as condições
gerais de execução do contrato.” (BRASIL, 2010, p. 78).
Importante salientar, segundo a Instrução Normativa n. 02/2008,
do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), que o
Termo de Referência e o Projeto Básico são tratados como conceitos
sinônimos ou documentos de igual valor, conforme definição
constante no inciso XV do seu anexo I:

PROJETO BÁSICO OU TERMO DE REFERÊNCIA: documen-


to que deverá conter os elementos técnicos capazes de propi-
ciar a avaliação do custo, pela Administração, com a contrata-
ção e os elementos técnicos necessários e suficientes, com nível
de precisão adequado, para caracterizar o serviço a ser contra-
tado e orientar a execução e a fiscalização contratual. (BRASIL,
2008, anexo I).

55
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

Importante! A Instrução Normativa n. 02/2008,


do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
(MPOG) foi revogada pela Instrução Normativa n.
05/2017, do Ministério do Planejamento, Desenvolvi-
mento e Gestão, que dispõe sobre as regras e diretrizes
do procedimento de contratação de serviços sob o regi-
me de execução indireta no âmbito da Administração
Pública federal direta, autárquica e fundacional. Mais
adiante, trataremos detidamente desse tema e das res-
pectivas alterações. O referido conceito não sofreu alte-
ração na Instrução Normativa n. 05/2017, sendo trata-
do no inciso XVIII do seu Anexo I.

Segundo o Tribunal de Contas da União, é preciso definir

[...] de forma precisa os elementos necessários e suficientes


que caracterizem a prestação de serviço ou a execução da obra
pretendida, conforme regulamenta o art. 6º, IX, e art. 40,
§2º, da Lei 8.666/93 e o art. 8º, II, do Decreto 3.555/2000.
(TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, Acórdão n. 771/2005,
Segunda Câmara).
[...] abstenha-se de licitar obra ou serviço sem a prévia apro-
vação de projeto básico, que defina as características, refe-
rências e demais elementos necessários ao perfeito enten-
dimento, pelos interessados, dos trabalhos a realizar, em
atendimento às exigências do art. 7º, §2º, inciso I, da Lei n.º
8666/93. (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, Acórdão
717/2005, Plenário).

56
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

É importante destacar ainda que nas contratações diretas,


mediante inexigibilidade ou dispensa de licitação, também é
exigida a elaboração do Projeto Básico e do Termo de Referência.

Em conclusão, podemos afirmar, tanto pela definição


legal, quanto pelos precedentes do Tribunal de Contas
da União, que Projeto Básico e Termo de Referência
são documentos obrigatórios na licitação.

Quem Elabora e Quem Aprova

O Termo de Referência e o Projeto Básico são documentos que


devem ser elaborados pelo setor que requisita a abertura da
licitação, em conjunto com a área responsável pelas compras. As-
sim, o que se pretende ao estabelecer essa regra, é que o objeto esteja
bem especificado, considerando as necessidades a ser atendidas
pela contratação. Ora, ninguém melhor para definir o que se precisa
contratar (objeto) do que aquela pessoa que verifica a necessidade,
e solicita a contratação.
Deve ser abandonada, portanto, uma prática muito comum na
Administração (mas incorreta!), de se entregar ao setor de compras
ou setor de licitações a elaboração de todo e qualquer Termo de Re-
ferência ou Projeto Básico.

57
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

Nos casos de contratação de Soluções em Tecnologia da


Informação, o Projeto Básico e o Termo de Referência
devem ser elaborados pela Equipe de Planejamento da
Contratação (art. 14, caput, da Instrução Normativa n.
04/2014) e posteriormente aprovados pela autorida-
de competente (art. 14, § 6º, da Instrução Normativa
n. 04/2014).

Em alguns casos ainda, as especificidades do Termo de Refe-


rência ou Projeto Básico exigirão que um profissional legalmente
habilitado seja seu autor.

A contratação de prestação de serviços será sempre precedi-


da da apresentação do Projeto Básico ou Termo de Referên-
cia, que deverá ser preferencialmente elaborado por técnico
com qualificação profissional pertinente às especificidades do
serviço a ser contratado, devendo o Projeto ou o Termo ser
justificado e aprovado pela autoridade competente. (BRASIL,
2008, art. 14).

Alteração relevante da Instrução Normativa n. 05/2017:

Art. 29. [...]


§ 2º Cumpre ao setor requisitante a elaboração do Termo de
Referência ou Projeto Básico, a quem caberá avaliar a perti-
nência de modificar ou não os Estudos Preliminares e o Ge-
renciamento de Risco, a depender da temporalidade da con-
tratação, observado o disposto no art. 23.
Art. 23 O órgão ou entidade poderá definir de forma diver-
sa a formação de equipe responsável pelo Planejamento das
Contratações quando contemplarem área técnica específica
em sua estrutura, observadas as disposições desta Seção no
que couber.

58
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

Quando se trata de profissões ligadas ao Conselho Federal de


Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA) e ao Conselho de
Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), os responsáveis pelo
Projeto Básico deverão também providenciar a devida Anotação
de Responsabilidade Técnica (ART) (ver Resolução CONFEA
n. 361/1991 e Súmula n. 260, TCU).
A seguir, segue transcrição dos trechos da Resolução do CON-
FEA n. 361/1991 e da Súmula n. 260 do Tribunal de Contas da União:

Art. 7º Os autores do projeto básico, sejam eles contratados


ou pertencentes ao quadro técnico do órgão contratante,
deverão providenciar a Anotação de Responsabilidade Téc-
nica – ART, instituída pela Lei Federal nº 6.496, de 07 de
dezembro de 1977, e regulamentada através de Resoluções
específicas do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura
e Agronomia – CONFEA. (CONFEA, Resolução n. 361, 1991).

É dever do gestor, exigir apresentação de Anotação de Respon-


sabilidade Técnica – ART referente a projeto, execução, su-
pervisão e fiscalização de obras e serviços de engenharia, com
indicação do responsável pela elaboração de plantas, orçamen-
to-base, especificações técnicas, composições de custos uni-
tários, cronograma físico-financeiro e outras peças técnicas.
(TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, Súmula n. 260, 2010).

Registramos, por fim, que a legislação permite que o Projeto


Básico e o Termo de Referência sejam elaborados por em-
presa especializada contratada pela Administração (BRASIL,
1993, art. 9º, II; BRASIL, 2002a, art. 9º).

59
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

O Projeto Básico e o Termo de Referência devem ao final,


ser aprovados pela autoridade competente (BRA-
SIL, 2005a, art. 9º, II). Segundo o Tribunal de Contas da
União (2010, p. 78), quem tem competência para deter-
minar o início da licitação, é também competente para
aprovar o Termo de Referência e o Projeto Básico.

Elementos do Projeto Básico e do Termo de


Referência

Os elementos essenciais do Projeto Básico e do Termo de


Referência são:

‰‰
definição do objeto;
‰‰
justificativa;
‰‰
especificação do objeto ou do serviço;
‰‰
definição das responsabilidades das partes;
‰‰
estimativa de custos;
‰‰
cronograma físico-financeiro;
‰‰
condições de recebimento do objeto;
‰‰
prazo de execução; e
‰‰
procedimento de gerenciamento e de fiscalização.

Nada impede, contudo, que a Administração julgue por bem


incluir outros elementos no termo de referência ao lado desses.
A lista, portanto, não é exaustiva, cabendo caso a caso a com-
plementação. Em seu tempo, a Lei Geral de Licitações estabelece

60
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

elementos que deverão constar no Projeto Básico (BRASIL, 1993,


art. 6º, IX, “a” a “f”):

Desenvolvimento da solução escolhida de forma


‰‰
a fornecer visão global da obra e identificar todos os
seus elementos constitutivos com clareza.
Soluções técnicas globais e localizadas, suficiente-
‰‰ Projeto Executivo
mente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade Nos termos legais, é o

de reformulação ou de variantes durante as fases de conjunto dos elementos


necessários e suficien-
elaboração do projeto executivo e de realização das
tes à execução completa
obras e da montagem. da obra, de acordo com
as normas pertinentes
Identificação dos tipos de serviços a executar
‰‰
da Associação Brasileira
e de materiais e equipamentos a incorporar a de Normas Técnicas
obra, bem como suas especificações que assegurem (ABNT). Seu detalha-
os melhores resultados para o empreendimento, sem mento é maior do que
o do Projeto Básico e
frustrar o caráter competitivo para a sua execução.
não raro é elaborado
Informações que possibilitem o estudo e a
‰‰ pela contratada para
dedução de métodos construtivos, instalações execução da obra ou
serviço de engenharia,
provisórias e condições organizacionais para a obra,
conforme permissão
sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução. legal. Fonte: Brasil
(1993, art. 6º, X; art.
Subsídios para montagem do plano de licitação
‰‰
9º, § 2º).
e gestão da obra, compreendendo a sua programação,
a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização
e outros dados necessários em cada caso.
Orçamento detalhado do custo global da obra,
‰‰
fundamentado em quantitativos de serviços e forneci-
mentos propriamente avaliados.

Temos aqui um regramento de Projeto Básico tipicamente


voltado para a contratação da execução de uma obra pública.
Aliás, a LGL foi claramente formatada e pensada para a realização
de obras de engenharia. Como o curso trata de forma geral todos
os tipos de contratação pública, incluindo os serviços e as compras,

61
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

focaremos nos elementos gerais do Termo de Referência e do


Projeto Básico, sem entrar demasiadamente nas especificidades da
contratação de obras.

Definição do Objeto

Paralelamente ao artigo 40, inciso I, da Lei n. 8.666/1993,


Decreto n. 3.555/2000 preconiza no artigo 8º, inciso I, que

[...] a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara,


vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou
desnecessárias, limitem ou frustrem a competição ou a rea-
lização do fornecimento, devendo estar refletida no termo de
referência. (BRASIL, 2000a, art. 8º).

Passo obrigatório da fase interna, a definição do objeto deverá


ser a mesma no termo de referência, no edital, no aviso de licitação
(BRASIL, 2000a, art. 11, II) e na minuta do contrato.
Segundo o Tribunal de Contas da União (2007), é preciso de-
finir o objeto de forma precisa, suficiente e clara, não se admitindo
discrepância entre os termos do edital, do termo de referência e da
minuta de contrato, sob pena de comprometer o caráter competitivo do
certame, em atendimento aos artigos 3º, inciso II, e 4º, inciso III, da
Lei n. 10.520/2002 c/c artigo 8º, inciso I, do Decreto n. 3.555/2000.

Mas o que é o objeto? E como conceituá-lo? Se você está


em dúvida, fique atento que responderemos a essas ques-
tões. Lembre-se: caso permaneça alguma dúvida, entre em
contato com o seu tutor!

Para Hanna Rebeca Silva Ferreira (2013), a definição do ob-


jeto decorre da definição do problema que a Administração visa
solucionar com a contratação.

62
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

Carvalho Filho (2012, p. 240) afirma que o objeto “[...] consiste


na obtenção de certa obra, serviço, compra, alienação, locação ou
prestação de serviço público, a serem produzidos por particular por
intermédio de contratação formal.” Considerando esses dois ensina-
mentos, podemos entender que, uma vez caracterizado o problema
e identificado que um particular pode ser chamado a concorrer para
a solução pretendida pela Administração, o objeto seria a própria
solução do problema em si.

Se o problema é a falta de um prédio para prestar aulas,


por exemplo, a solução seria a contratação de uma em-
presa para construir uma escola nos definidos moldes.
Esse é o objeto do procedimento licitatório a ser inicia-
do. Observe que o objeto sempre inicia com um verbo:
construir, comprar, adquirir, executar etc.

Em outro exemplo, se o problema é a falta de um veículo para


efetuar rondas pela polícia militar, o objeto (ou a solução!) é a aqui-
sição de um automóvel nas especificações próprias para
realização de rondas.
Nessa ótica, uma licitação que atenda ao interesse público e ao
princípio da igualdade entre os licitantes, passa sempre pela defini-
ção precisa e suficiente do objeto, como já assentou o Tribunal
de Contas da União na Súmula n. 177:

A definição precisa e suficiente do objeto licitado constitui


regra indispensável da competição, até mesmo como pressu-
posto do postulado de igualdade entre os licitantes, do qual é
subsidiário o princípio da publicidade, que envolve o conhe-
cimento, pelos concorrentes potenciais das condições básicas
da licitação, constituindo, na hipótese particular da licitação

63
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

para compra, a quantidade demandada uma das especifica-


ções mínimas e essenciais à definição do objeto do pregão.
(TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 1982).

Justificativa

A Instrução Normativa n. 02/2008, do Ministério do Planeja-


mento, Desenvolvimento e Gestão (antigo Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão), define bem quais são os elementos que devem
ser considerados na justificativa da contratação (BRASIL, 2008, art.
15, I):
O Projeto Básico ou Termo de Referência deverá conter a justifi-
cativa da necessidade da contratação, dispondo, dentre outros, sobre:

‰‰
a motivação da contratação;
‰‰
os benefícios diretos e indiretos que resultarão da
contratação;
‰‰
sempre que possível, a conexão entre a contratação e
o planejamento existente;
‰‰
o agrupamento de itens em lotes, quando houver;
‰‰
os critérios ambientais adotados, se houver;
‰‰
a natureza do serviço, se continuado ou não;
‰‰
a inexigibilidade ou dispensa de licitação, se for o caso; e
‰‰
as referências a estudos preliminares, se houver.

Lembramos que houve uma alteração relevante com a edição


da Instrução Normativa n. 05/2017, disciplinando que o órgão ou
entidade deverá utilizar os modelos de minutas padronizados de
Termos de Referência e Projetos Básicos da Advocacia-Geral da União
(art. 29). Na hipótese de não utilização desses modelos, ou utilização
com alterações, o órgão deverá apresentar as devidas justificativas,
anexando-as aos autos (BRASIL, 2017, art. 29, § 1º).

64
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

Segundo a Lei da Ação Popular (Lei Federal n 4.717/1965, art.


2º), um dos requisitos de todo ato administrativo é o motivo. A ação popular serve
para pleitear a anulação
Para Maria Sylvia Di Pietro (2010, p. 210), “[...] motivo é o
ou a declaração de
pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato nulidade de atos lesivos

administrativo”. José dos Santos Carvalho Filho (2012, p. 112), por ao patrimônio público
e, como o próprio
sua vez, conceitua o motivo como “[...] a situação de fato por meio
nome sugere, pode ser
da qual é deflagrada a manifestação de vontade da Administração”. proposta por qualquer

Em todo e qualquer ato administrativo, assim compreendida cidadão, desde que


tenha título eleitoral.
cada etapa da licitação, o motivo (ou justificativa) é obrigatório.
No artigo 2º da Lei
Carvalho Filho (2012, p. 113) destaca o seguinte: n. 4.717/1965, que
regula a Ação Popular,
[...] dúvida não subsiste de que [o motivo] é realmente obri- são estabelecidos
gatório. Sem ele, o ato é írrito e nulo. Inconcebível é aceitar- os requisitos ou
-se o ato administrativo sem que se tenha delineado determi- elementos do ato
nada situação de fato. administrativo, quais
sejam: competência,
Ainda na esteira da Lei da Ação Popular, uma contratação forma, objeto, motivo e

pública poderá ser anulada pelo Poder Judiciário quando os finalidade.

motivos forem inexistentes (BRASIL, 1965, art. 2º, d). Nos exatos
termos do artigo 2º, parágrafo único, alínea “d”, “[...] a inexistência
dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que
se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente
inadequada ao resultado obtido.” (BRASIL, 1965, art. 2º).
Dentro do termo de referência, todas as escolhas, dentre as
possíveis, devem ser justificadas, por exemplo: a escolha por uma
determinada característica do objeto e não de outra. Seguindo no
tema compra de veículo: qual a razão de escolher um veículo tração
4x4 em vez de outro de tração comum.
Aliás, a jurisprudência do Tribunal de Contas da União já de-
monstrou que a escolha do tipo de cartucho de tinta entre remanufa-
turados ou não é escolha lícita, acolhendo a justificativa apresentada
pelo órgão auditado:

65
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

É legítimo exigir em edital o fornecimento de cartuchos de


impressora, originais ou similares, de primeiro uso e a não-
-admissão de cartuchos remanufaturados, recondicionados
ou recarregados, sem que isso configure preferência por
marca ou restrição prejudicial ao caráter competitivo do
certame. (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Acórdão n.
1.033/2007, Plenário).

Diante de tudo isso, podemos dizer que o motivo está direta-


mente relacionado com a justificativa (motivação).

Especificação do Objeto ou do Serviço

Especificar o objeto ou o serviço nada mais é do que detalhá-lo.


Como já vimos, o objeto é a solução definida pela Administração para
atacar o problema detectado. Aqui, mais do que definir, o elaborador
do Termo de Referência ou de Projeto Básico deverá especificar a
solução tanto quanto for necessário para que o licitante elabore a
sua proposta adequadamente e o Estado adquira o produto ou serviço
que supra as suas reais necessidades.
Trazendo o exemplo tratado anteriormente, ao escolher pela
compra de um veículo para realizar rondas policiais, a Administra-
ção não pode se limitar a disponibilizar no edital do certame apenas
a informação de que pretende “um automóvel para rondas” e que o
critério de julgamento será o menor preço. O termo de referência
deverá conter informações, por exemplo, o tipo do motor, a cor em
que o veículo deverá ser apresentada, quais equipamentos acessórios
são necessários, como sirenes, rádiocomunicador, GPS, estrutura
para conduzir pessoas detidas, entre tantos outros. Tudo para que o
licitante vencedor não apresente um veículo que não satisfaça, pelas
suas características, o interesse público com a sua aquisição.
Em resumo, deverão ser enfrentados pelo autor do termo de refe-
rência os seguintes pontos, entre outros, conforme Ferreira (2013, p. 29):

66
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

I) o local a ser entregue o objeto;


II) o prazo de execução do serviço ou de entrega do objeto;
III) o prazo de garantia e de assistência técnica;
IV) se o objeto deve ser entregue montado ou não;
V) a necessidade ou não de amostra;
VI) a necessidade ou não de vistoria;
VII) a necessidade ou não de suporte técnico;
VIII) a necessidade ou não de treinamento;
IX) a necessidade ou não de entrega de equipamentos ou de
pessoal treinado.

Em outras palavras, não apenas as características básicas


do objeto devem ser definidas, mas também (sempre que necessário)
as acessórias, especificando todos os recursos técnicos e os itens que
devem acompanhar o produto ou serviço a ser entregue.
Segue um modelo de Termo de Referência nos elementos objeto
e especificação do objeto:

Elemento Descrição

Objeto Aquisição de aparelho fac-símile.

Aparelho de Fac-Símile, com as seguintes características e


recursos técnicos: impressão permanente das mensagens re-
cebidas em papel comum: (carta, ofício e A-4); possibilidade
de transmissão de gráficos com minúcias de detalhes, sem im-
perfeições nos contornos; telefone acoplado; alimentador au-
tomático de, no mínimo, 10 páginas; bandeja para, no mínimo,
50 folhas; memória para discagem automática; memória para
Especificação recepção de fax na ausência de papel ou cartucho de impres-
do Objeto são; cartucho de impressão de fácil substituição e capacidade
de impressão de aproximadamente 250 (duzentos e cinquen-
ta) páginas; transmissão automática; expedição de relatório de
transmissão; display de cristal líquido com mensagens em por-
tuguês, com data e hora; comutador de corrente elétrica (110
ou 220 volts) automático ou manual; funções de rediscagem e
viva voz; manual de instrução em português; referência Olivet-
ti ou similar.

Quadro 9: Exemplo de Especificação do Objeto em Termo de Referência


Fonte: Brasil (2010, p. 872)

67
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

O detalhamento excessivo do objeto, porém, é desencorajado


pela jurisprudência do Tribunal de Contas da União, a fim de evitar
que a licitação seja dirigida ou que tenha diminuído o seu
caráter competitivo:

Abstenha-se de incluir, nos instrumentos convocatórios, ex-


cessivo detalhamento do objeto, de modo a evitar o direcio-
namento da licitação ou a restrição de seu caráter competiti-
vo, devendo justificar e fundamentar tecnicamente quaisquer
especificações ou condições que restrinjam o universo de
possíveis fornecedores do bem a ser adquirido ou prestadores
do serviço objeto do certame. (TRIBUNAL DE CONTAS DA
UNIÃO. Acórdão n. 1.547, 2008, Plenário).

Escolha de Marca

Outra vedação a ser destacada é a constante no artigo 7º, § 5º,


da LGL:

[...] § 5º É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua


bens e serviços sem similaridade ou de marcas, caracterís-
ticas e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for
tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de
tais materiais e serviços for feito sob o regime da administra-
ção contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.
(BRASIL, 1993, art. 7º).

A respeito o tema, escreve o professor Marçal Justen Filho


(2012, p. 181):

É possível a contratação de fornecedores exclusivos ou a


preferência por certas marcas, desde que seja essa a solução
mais adequada para satisfazer as necessidades coletivas. Não
se admite a opção arbitrária, destinada a beneficiar determi-
nado fornecedor ou fabricante. A proibição não atinge, ob-
viamente, a mera utilização da marca como instrumento de
identificação de um bem – selecionado pela Administração
em virtude de suas características intrínsecas. O que se proíbe

68
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

é a escolha do bem fundada exclusivamente em uma prefe-


rência arbitrária pela marca, processo psicológico usual entre
os particulares e irrelevante nos lindes do direito público.

Nesse sentido, a marca pode ser utilizada como uma referên-


cia na atividade de especificação do bem, mas nunca com o objetivo
de restringir a competição, pois em assim sendo, ficam violados a
economicidade (critério do menor preço) e os princípios da licitação.
Importante citar precedente do Tribunal de Contas da União,
em que a citação da marca no Edital foi permitida, com a devida
justificativa:

Não obstante, esta Corte de Contas admite a especificação


de marca, desde que ela se encontre técnica e juridicamen-
te justificada. No caso em exame, poder-se-ia admitir como
justificativa plausível a perda da garantia das impressoras
em decorrência da utilização de cartuchos de outras marcas.
Ocorre, todavia, que a restrição ao certame, mediante a exi-
gência de cartuchos originais do fabricante, ainda que pos-
sível, constituía uma prerrogativa do gestor e não uma obri-
gação à qual se visse vinculado. Competia ao gestor avaliar
as possibilidades e decidir-se por aquela que, em seu juízo,
melhor se adequasse aos interesses públicos. Essa avaliação
foi efetuada, tendo o gestor adotado precauções que, em prin-
cípio, estariam a resguardar a Administração, uma vez que foi
exigido, no Termo de Referência anexo ao edital do pregão
eletrônico, que as empresas licitantes comprovassem a qua-
lidade dos cartuchos ofertados mediante a apresentação de
laudos técnicos, [...] (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO,
Acórdão n. 1.008, 2011, Plenário).

Observe que se esse elemento do Projeto Básico ou do Termo


de Referência apontar que há inviabilidade de competição, estaremos
diante de inexigibilidade de licitação, vejamos:

É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de com-


petição, em especial: I – para aquisição de materiais, equi-
pamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por pro-
dutor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada

69
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusi-


vidade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de
registro do comércio do local em que se realizaria a licitação
ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confe-
deração Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes.
(BRASIL, 1993, art. 25).

Parcelamento e Fracionamento

Outra questão comum que surge quando se especifica o objeto


é a necessidade/ possibilidade do seu parcelamento.
O parcelamento, diga-se de passagem, é coisa bem diversa do
chamado fracionamento. O primeiro está em conformidade com
a lei, pois o § 1º do artigo 23 da LGL expressamente autoriza que

As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração


serão divididas em tantas parcelas quantas se com-
provarem técnica e economicamente viáveis, proce-
dendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento
dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da com-
petitividade sem perda da economia de escala. (BRASIL,
1993, art. 23, § 1º).

Por outro lado, fracionar o objeto é ilegal, pois nesse caso o


que se pretende é fugir da modalidade licitatória que o valor da obra
ou do serviço exigiria, realizando-se várias licitações. O legislador já
previu tal desvio, editando o § 5º do artigo 23 da LGL:

[...] É vedada a utilização da modalidade “convite” ou “toma-


da de preços”, conforme o caso, para parcelas de uma mesma
obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma na-
tureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e
concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores
caracterizar o caso de “tomada de preços” ou “concorrência”,
respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as par-
celas de natureza específica que possam ser executadas por
pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do exe-
cutor da obra ou serviço. (BRASIL, 1993, art. 23, § 5º).

70
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

O Tribunal de Contas da União, contudo, pacificou o entendi-


mento de que é possível fracionar o objeto quando a modali-
dade de licitação pertinente ao valor global seja respeitada
em cada licitação fracionada:

[...] se a Administração optar por realizar várias licitações


ao longo do exercício financeiro, para um mesmo objeto ou
finalidade, deverá preservar sempre a modalidade de licita- Fracionamento
ção pertinente ao todo que deveria ser contratado. Vale dizer,
Refere-se à despesa, ou
ilustrativamente: se a Administração tem conhecimento de
seja, à divisão do valor
que, no exercício, precisará substituir 1.000 cadeiras de um
da despesa para utilizar
auditório, cujo preço total demandaria a realização de toma-
modalidade de licitação
da de preços, não é lícita a realização de vários convites para
inferior à recomendada
compra das cadeiras, fracionando a despesa total prevista em
na legislação. Fonte:
várias despesas menores que conduzem à modalidade de lici-
Brasil (2010).
tação inferior à exigida pela lei. (BRASIL, 2010, p. 105).

No mesmo sentido, há precedente do mesmo Tribunal, que em


sessão plenária determinou à autoridade auditada que

[...] ao efetuar o parcelamento previsto no art. 23, § 1°, da


Lei n° 8.666/93, atente para a preservação da modalidade
licitatória pertinente à totalidade do objeto parcelado, con-
forme preconizado nos §§ 2° e 5° do citado dispositivo legal;
[...] (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, Acórdão n. 1.089,
2003, Plenário).

É importante observar que essa regra deverá ser observada tanto


para o parcelamento quanto para o fracionamento. Fique atento!
Em resumo, o parcelamento da compra de bens e da execução
de obras e de serviços é incentivado pela legislação para am-
pliar a competitividade desde que seja viável, enquanto que o
fracionamento que tem lugar apenas no objetivo de entrar na faixa
de preço da compra direta, ou para se utilizar a modalidade convite,
é proibido pela norma.

71
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

Licitação por Itens

Na elaboração do termo de referência também é possível que se


enfrente a necessidade de escolher por uma licitação por itens. Nela,

[...] há um único ato convocatório, que estabelece condições


gerais para realização de certames, que se processarão con-
juntamente, mas de modo autônomo. O ato convocatório dis-
crimina diferentes objetos, cada qual considerado como um
“item”. (JUSTEN FILHO, 2012, p. 311).

Em outras palavras, várias licitações serão reunidas em um


só procedimento, desde que haja viabilidade técnica e ganho
com economia para a Administração.
Trazemos exemplos com dois esquemas para licitação por item:

Aquisição de equipamentos de
Objeto
informática para o Setor X

a) Microcomputador

b) Notebook
Itens
c) Impressora a Laser

d) Impressora a jato de tinta

Quadro 10: Licitação por Item, Exemplo 1


Fonte: Brasil (2010, p. 238)

Aquisição de equipamentos de
Objeto
expediente para o Setor X

a) Caneta

b) Lapis

c) Borracha
Itens
d) Régua

e) Papel

f) Cola

Quadro 11: Licitação por Item, Exemplo 2


Fonte: Brasil (2010, p. 238)

72
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

Cada “item” da licitação representa um certame em si e deve


ser julgado independentemente dos demais. Por exemplo, se
a especificação de um dos itens for impugnada, isso não impede o
prosseguimento do processo para o restante.
A obra do Tribunal de Contas da União intitulada Licitações e
Contratos: orientações e jurisprudência do TCU traz advertência quanto
à utilização indevida da chamada licitação por lotes ou grupos:

Licitação em lotes ou grupos, como se itens fossem, deve ser


vista com cautela pelo agente público, porque pode afastar
licitantes que não possam habilitar-se a fornecer a totalida-
de dos itens especificados nos lotes ou grupos, com prejuízo
para a Administração. Em princípio, essa divisão só se justifi-
ca quando o lote ou grupo for constituído de vários itens para
um só local ou ambiente. Por exemplo: compra de móveis, em
que todos os itens constantes do lote ou grupo, destinados a
um determinado ambiente, devem ser adquiridos de uma só
empresa, de forma a manter idêntico estilo, modelo, design
etc. (BRASIL, 2010, p. 239).

É importante ainda lembrar que os

[...] requisitos de habilitação devem ser adequados e propor-


cionais aos itens, parcelas ou etapas resultantes da divisão,
devidamente especificados no ato convocatório. Assim, os
licitantes podem habilitar-se para uma ou mais partes licita-
das. (BRASIL, 2010, p. 239).

E então, como está o seu entendimento sobre o assunto


abordado até aqui? Lembre-se: em caso de dúvida, entre
em contato com seu tutor, ele está preparado para ajudá-lo
no que for preciso!

Amostra ou Protótipo

Em alguns casos, a Administração Pública poderá exigir a apre-

73
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

sentação da amostra ou protótipo, que significa incluir no Edital


a obrigação do licitante vencedor de submeter certas unidades
do bem licitado à análise de servidores públicos ou de pessoal
especializado designado pelo órgão.
A análise da amostra ou do protótipo nada mais é do que veri-
ficar se os elementos contidos no edital e/ou no termo de referência
estão presentes no produto.

Caso não esteja prevista essa obrigação no edital, a Ad-


ministração não poderá exigir a amostra. É preciso
atentar, também, no prazo de envio dos produtos para
análise, já que prazos curtos demais poderão impossibi-
litar, por exemplo, a classificação de algum licitante de
outro Estado do País.

A amostra ou protótipo não deve ser incluída como fase de


habilitação, mas apenas como prova de conceito do licitante
provisoriamente classificado em primeiro lugar. Caso deixe de apre-
sentar a amostra no tempo hábil, ou tenha apresentado produto que
não seja aprovado na prova de conceito, é preciso chamar o licitante
classificado em segundo lugar e assim por diante.
Sempre que o licitante desejar, poderá participar dos testes da
amostra, pois impedir a sua visita seria agir sem a transparência e
a publicidade indispensáveis ao certame. As despesas com o envio
da amostra e os seus testes, todavia, ficam por conta do licitante.
Sobre a amostra, já julgou o Tribunal de Contas da União:

Exija, em processos licitatórios, prova de conceito ou apre-


sentação de amostras, documente os procedimentos que
atestaram a avaliação e a homologação ou rejeição do obje-
to licitado, atentando para a descrição dos roteiros e testes

74
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

realizados e sua vinculação com as características técnicas e


funcionalidades desejadas, em obediência aos princípios do
julgamento objetivo e da vinculação ao instrumento convo-
catório, bem assim da publicidade e da motivação, previs-
tos no art. 3º da Lei nº 8.666/1993 e no art. 2º da Lei nº
9.784/1999. (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, Acórdão
n. 2.932, 2009, Plenário).

Vistoria

Diferentemente da amostra ou protótipo, a vistoria é exigida


já na fase de habilitação, mais especificamente na qualificação
técnica. Trata-se de uma forma de assegurar que “[...] o licitante
tomou conhecimento de todas as informações e das condições locais
para o cumprimento das obrigações relativas ao objeto licitado.”
(BRASIL, 2010, p. 424).
Eis o que consta no artigo 30, inciso II, da LGL:

A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á:


[...] III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que
recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou co-
nhecimento de todas as informações e das condições locais
para o cumprimento das obrigações objeto da licitação [...]
(BRASIL, 1993, art. 30).

A vistoria visa assegurar que o licitante tenha o máximo de


informação para apresentar a sua proposta, considerando as neces-
sidades da Administração, que não raro estão aparentes no próprio
local da obra ou no produto a ser vistoriado.
Lembrando que, optando-se pela vistoria, “[...] deve o edital
disciplinar a forma de fazê-la, a exemplo de inserção de condições que
estabeleçam prazo, data, horário endereço etc.” (BRASIL, 2010, p. 424).
Para finalizar as considerações sobre esse elemento do Projeto
Básico ou do Termo de Referência (especificação do objeto), enfatiza-
mos que o que trouxemos aqui são padrões mínimos que devem ser

75
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

observados ou considerados. A situação real enfrentada é que definirá


se o elaborador do termo de referência terá ou não que indicar ou-
tras informações especiais para determinado objeto. Como exemplo,
citamos os casos da contratação de serviços continuados e de bens e
serviços de tecnologia da informação, regulados respectivamente pelas
Instruções Normativas n. 02/2008 e n. 04/2014 do MPOG, sendo que
aquela, como já salientamos, será substituída no mundo jurídico pela
Instrução Normativa n. 05/2017.

Responsabilidade das Partes

Esse é o elemento do Termo de Referência ou Projeto Básico que


orientará em especial a elaboração da minuta do contrato
a ser firmado entre Administração e particular contratado. Em cada
caso, é preciso verificar se há uma ou outra obrigação peculiar ligada
à natureza do objeto e/ou aos objetivos específicos da Administração
com a contratação.
Trazemos relação das obrigações ordinárias em contratos ad-
ministrativos:

É obrigação da Administração

‰‰
Permitir acesso dos empregados do contratado ao local de forneci-
mento do material, execução da obra ou prestação dos serviços.

‰‰
Impedir que terceiros estranhos ao contrato forneçam o objeto licita-
do, executem a obra ou prestem os serviços, ressalvados os casos de
subcontratação admitidos no ato convocatório e no contrato.

‰‰
Prestar informações e esclarecimentos que venham a ser solicitados
pelo contratado.

‰‰
Solicitar reparação do objeto do contrato que esteja em desacordo
com a especificação apresentada e aceita, ou que apresente defeito.

‰‰
Fiscalizar e acompanhar a execução do objeto do contrato (essa fisca-
lização não exclui ou reduz a responsabilidade do contratado).

‰‰
Efetuar pagamento no prazo previsto no contrato.

Quadro 12: Exemplos de Obrigações da Administração em Contratos Administrativos


Fonte: Adaptado de Brasil (2010)

76
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

É obrigação do contratado

‰‰
Responder, em relação aos empregados, por todas as despesas decor-
rentes da execução do objeto, tais quais: salários, seguros de acidentes,
taxas, impostos, contribuições, indenizações, distribuição de vales refei-
ção, vales transporte e outras exigências fiscais, sociais ou trabalhistas.

‰‰Responder por quaisquer danos causados diretamente à Adminis-


tração ou a terceiros, decorrentes de culpa ou dolo na execução do
contrato (BRASIL, 1993, art. 70).

‰‰
Manter os empregados devidamente identificados, devendo substi-
tuí-los imediatamente caso sejam considerados inconvenientes à boa
ordem e às normas disciplinares da Administração.

‰‰
Arcar com despesas decorrentes de qualquer infração, seja qual for, des-
de que praticada pelos empregados nas instalações da Administração.

‰‰
Comunicar à Administração, por escrito, qualquer anormalidade de
caráter urgente.

‰‰
Prestar à Administração esclarecimentos que julgar necessários para
boa execução do contrato.

‰‰
Manter preposto (funcionário), aceito pela Administração, no lo-
cal da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato
(BRASIL, 1993, art. 68).

‰‰
Reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expen-
sas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem
vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de mate-
riais empregados (BRASIL, 1993, art. 69).

‰‰
Manter, durante a execução do objeto do contrato, em compatibili-
dade com obrigações assumidas, todas as condições de habilitação e
qualificação exigidas na licitação.

Quadro 13: Exemplos de Obrigações do Particular Contratado em


Contratos Administrativos
Fonte: Adaptado de Brasil (2010)

Importante também transcrever a redação atual do art. 71 da


LGL, que trata da responsabilidade do particular pelos encargos
da contratação:

O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, pre-


videnciários, fiscais e comerciais resultantes da execução
do contrato. [...] § 1º A inadimplência do contratado, com

77
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não


transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu
pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou res-
tringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclu-
sive perante o Registro de Imóveis. [...] § 2º A Administração
Pública responde solidariamente com o contratado pelos en-
cargos previdenciários resultantes da execução do contrato,
nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.
(BRASIL, 1993, art. 71).

Por força de lei, a Administração responde solidariamente com


o contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução
do contrato, nos termos do artigo 31 da Lei n. 8.212/1991. Daí se so-
bressai a importância da orientação contida na Decisão n. 705/1994,
Plenário, do TCU, que determina que a documentação relativa à
regularidade com a Seguridade Social é exigência obrigatória nas
contratações e pagamentos decorrentes de qualquer procedimento
de licitação, inclusive de dispensa e de inexigibilidade de licitação,
qualquer que seja o objeto.

Em contrato que tenha por objeto locação de mão‑de‑obra, a


cada pagamento feito deve a Administração efetuar recolhi-
mento prévio das contribuições relativas ao INSS incidentes
sobre a remuneração dos empregados, incluídas em nota fis-
cal ou fatura, sem se descuidar dos demais encargos obriga-
tórios incidentes. (BRASIL, 2010, p. 742).
O Governo Federal
lançou recentemente
importante ferramenta Estimativas de Custos
on-line de pesquisa de
preços, que trabalha É sabido de todos que os recursos orçamentários da Administra-
com a base de dados das ção Pública são limitados. Além disso, considerando o nosso sistema
contratações realizadas
republicano de Governo, os recursos públicos não são do gestor, do
pelos diversos órgãos
federais, trata-se do partido ou do servidor público, mas sim do povo.
Painel de Preços, Inspirado por essas diretrizes, e por obrigação legal, deve
disponível em: <http://
o Administrador Público zelar pelo Erário, empreendendo to-
paineldeprecos.
planejamento.gov.br/>. dos os esforços possíveis para pôr em prática os princípios da
Acesso em: 4 ago. 2017. economicidade e da eficiência.

78
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

Uma vez elaborada a definição do objeto e sua especifi-


cação, tem lugar a chamada pesquisa de preços, que
norteará primeiro a decisão do gestor de licitar ou não
(por exemplo, arquivar o projeto por falta de recursos),
depois a elaboração do edital e por fim a própria elabo-
ração da proposta de preços pelo licitante.

A LGL determina, em seu artigo 43, inciso IV, que a proposta


de preços deve estar em conformidade com os preços correntes
no mercado ou fixados por órgão oficial competente.
Nesse sentido, já decidiu o Tribunal de Contas da União que

[...] a estimativa de custos para fins de licitação deve ser feita


com base em efetiva pesquisa de preços no mercado, e não a
partir da aplicação de índices inflacionários sobre os valores
referentes a licitações similares anteriores. (TRIBUNAL DE
CONTAS DA UNIÃO. Acórdão n. 2.361, 2009, Plenário).

Precedente do TCU! Trazemos para análise decisão recente


do Tribunal de Contas da União, demonstrando as práticas indicadas Recomendamos a leitura
da decisão tal qual
na pesquisa de preços
descrita no Informativo
de Licitações e Contratos
1. No planejamento de suas aquisições de equipamentos, a
n. 266, TCU, 2015.
Administração deve identificar um conjunto representativo
Disponível em: <http://
dos diversos modelos existentes no mercado que atendam
portal.tcu.gov.br/lumis/
completamente suas necessidades antes de elaborar as espe-
portal/file/fileDownload.
cificações técnicas e a cotação de preços, de modo a carac-
jsp?inline=1&fileId=8A
terizar a realização de ampla pesquisa de mercado e evitar
8182A250D20C4801511
o direcionamento do certame para modelo específico pela
79FF32C1E98>. Acesso
inserção no edital de características atípicas. [...] Explicou
em: 17 jan. 2017.
o relator que “o direcionamento da licitação pode ocorrer,
por exemplo, mediante a utilização de critério subjetivo, o
favorecimento a alguma empresa, a preferência inadequada
por determinada marca, a ausência do devido parcelamento
ou o estabelecimento de exigências excessivas/limitadoras.

79
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

O direcionamento na descrição do objeto caracteriza-se pela


inserção, no instrumento convocatório, de características atí-
picas dos bens ou serviços a serem adquiridos”. Acrescentou
que “para mitigar tal risco, é indispensável atentar para a lição
contida no Acórdão 2.383/2014-TCU-Plenário, no sentido de
que, em licitações para aquisição de equipamentos, havendo
no mercado diversos modelos que atendam completamen-
te as necessidades da Administração, deve o órgão licitante
identificar um conjunto representativo desses modelos antes
de elaborar as especificações técnicas e a cotação de preços,
de modo a evitar o direcionamento do certame para modelo
específico e a caracterizar a realização de ampla pesquisa de
mercado. [...] (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, Acórdão
n. 2.829, 2015, Plenário).

Definido o preço, o administrador público poderá confirmar a


Recomenda-se a leitura
modalidade da licitação (caso esta seja regida pela LGL), os prazos
atenta do Decreto n.
7.983/2013 em: <http:// de publicação (na hipótese de pregão), o valor máximo da contrata-
www.planalto.gov.br/ ção, bem como possibilitar a análise e o julgamento das propostas
ccivil_03/_Ato2011-
de preço (FERREIRA, 2013).
2014/2013/Decreto/
D7983.htm>. Acesso em: No caso de obras e serviços de engenharia, deverá ser obser-
17 jan. 2017. vado o disposto no Decreto n. 7.983, de 8 de abril de 2013, que “[...]
estabelece regras e critérios para elaboração do orçamento de refe-
rência de obras e serviços de engenharia, contratados e executados
com recursos dos orçamentos da União.” (BRASIL, 2013b, caput).
A propósito, a própria LGL estabelece que

[...] as obras e os serviços somente poderão ser licitados


quando: [...] II – existir orçamento detalhado em pla-
nilhas que expressem a composição de todos os seus custos
unitários” e “[...] III – houver previsão de recursos or-
çamentários que assegurem o pagamento das obri-
gações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas
no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo
cronograma. (BRASIL, 1993, art. 7º, § 2º, incisos II e III, gri-
fos nossos).

80
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

O Decreto n. 7.983/2013 tem por finalidade padronizar a me-


todologia para elaboração do orçamento de referência e estabelecer
parâmetros para o controle da aplicação dos recursos dos orçamentos
da União (BRASIL, 1993, art. 1º, parágrafo único).
A definição do custo global de referência de obras e ser-
viços de engenharia que não sejam de infraestrutura de transporte
será realizada com base no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos
e Índices da Construção Civil (SINAPI) (BRASIL, 2013, art. 3º).
Para os casos de obras de infraestrutura de transporte,
o custo global de referência será quantificado com base no Sistema
de Custos Referenciais de Obras (SICRO) (BRASIL, 2013, art. 4º).
Ainda, estabelece o artigo 12 do Decreto 7.983/13 que “[...] a
minuta de contrato deverá conter cronograma físico-financeiro com
a especificação física completa das etapas necessárias à medição, ao
monitoramento e ao controle das obras.” (BRASIL, 2013b, art. 12).
Um ponto interessante do Decreto referido é exigir que constem
nos editais cláusulas que limitem os aditivos a 10% (dez por
cento) do valor do contrato, nos casos de erros de projeto, tal
O Tribunal de Contas
como define o artigo 13: da União editou, no ano
de 2014, um manual
Em caso de adoção dos regimes de empreitada por preço glo- de boas práticas na
bal e de empreitada integral, deverão ser observadas as se- realização de orçamento
guintes disposições para formação e aceitabilidade dos pre- de obras e serviços de
ços: [...] II - deverá constar do edital e do contrato cláusula engenharia, intitulado
expressa de concordância do contratado com a adequação Orientações para
do projeto que integrar o edital de licitação e as alterações elaboração de planilhas
contratuais sob alegação de falhas ou omissões em qualquer orçamentárias de obras
das peças, orçamentos, plantas, especificações, memoriais públicas, disponível em:
e estudos técnicos preliminares do projeto não poderão ul- <http://portal.tcu.gov.
trapassar, no seu conjunto, dez por cento do valor total do br/lumis/portal/file/
contrato, computando-se esse percentual para verificação do fileDownload.jsp?inlin
limite previsto no. e=1&fileId=8A8182A2
4F0A728E014F0B36A
Por fim, destacamos o artigo 16, que determina que o Decreto 7A04979>. Acesso em:

deverá ser observado também por entidades que firmaram convênio 17 jan. 2017.

com a União:

81
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

Para a realização de transferências a Estados, Distrito Fede-


ral e Municípios, os órgãos e entidades da administração pú-
blica federal somente poderão celebrar convênios, contratos
de repasse, termos de compromisso ou instrumentos congê-
neres que contenham cláusula que obrigue o beneficiário ao
cumprimento das normas deste Decreto nas licitações que re-
alizar para a contratação de obras ou serviços de engenharia
com os recursos transferidos. (BRASIL, 2013b, art. 16).

Muito bem, estamos quase chegando ao final desta Unida-


de, por isso queremos que você entenda bem o assunto tra-
tado até o momento. Em caso de dúvidas, entre em contato
com seu tutor para resolvê-las. É muito importante para o
seu aprendizado que você não deixe as dúvidas para o final!

Cronograma Físico-Financeiro

O cronograma físico-financeiro é um

[...] documento em que estão previstas as etapas ou parcelas


de execução da obra ou prestação dos serviços, datas e o de-
sembolso que a Administração deve fazer por ocasião das me-
dições e efetivação dos pagamentos. (BRASIL, 2010, p. 680).

O artigo 40, inciso XIV, alínea b, da LGL, já estabelece que o


edital deverá disciplinar as condições de pagamento, prevendo “[...]
cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade
com a disponibilidade de recursos financeiros.” (BRASIL, 1993, art. 40).
A previsão do cronograma físico-financeiro em editais de lici-
tação serve tanto à Administração quanto ao contratado, na
medida em que aquela assegura que a ordem e o fluxo de pagamentos
atendam ao interesse público e à disponibilidade orçamentária, e este

82
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

pode organizar sua força de trabalho e demais despesas para que


sejam atendidas conforme passa o tempo e evolui a obra ou serviço.
O interesse público é resguardado quando o cronograma
reflete o andamento e a realidade da obra ou do serviço e
define claramente:

‰‰
Os limites para pagamento de instalação e mobilização para execução
do contrato, em separado das demais parcelas ou etapas.

‰‰
Datas de início de execução, de conclusão e de entrega de cada etapa.

‰‰
Valor a ser pago por etapa concluída.

Quadro 14: O que Deve Definir o Cronograma Físico-Financeiro


Fonte: Brasil (2010, p. 680-681)

Observe que o cronograma físico-financeiro deverá


refletir o Projeto Básico ou Termo de Referência. Na-
turalmente, porém, esse elemento do Projeto Básico ou
do Termo Referência não se aplica às aquisições com
entrega imediata.

Condições de Recebimento do Objeto

Receber o objeto é aceitar o produto ou a obra entregue pelo


contratado, permitindo o seu imediato uso pela Administração Pú-
blica (BRASIL, 2010, p. 730). A LGL define as regras gerais para as
condições de recebimento do objeto nos seus artigos 73 e seguintes.

83
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

Elaboramos um esquema com essas regras, observe:


O objeto será recebido...

Para obras e serviços:

1. Provisoriamente, pelo servidor responsável pela fiscalização, me-


diante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 dias
após comunicação escrita do contratado.
2. Definitivamente, por servidor ou comissão designada, mediante
termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o final do prazo
de observação (que não poderá ser superior a 90 dias*), ou após vis-
toria que comprove a adequação do objeto aos termos do contrato,
observada a obrigação do contratado de reparar todos os vícios ou
problemas no objeto entregue.

Para compras ou locação de equipamentos:

3. Provisoriamente, para conferência posterior se o material corres-


ponde com a especificação.

4. Definitivamente, após verificada a qualidade e a quantidade do


material e sua consequente aceitação.

(*) salvo casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no Edital.

Quadro 15: Regras de Recebimento do Objeto da Licitação


Fonte: Elaborado pelos autores deste livro

Observe que o recebimento provisório pode ser dispensado nos


casos previstos no artigo 74 da LGL.
Recibo ou termo circunstanciado? O documento que ca-
racteriza o recebimento pode ser o recibo ou o termo circunstanciado.
Eis as hipóteses em que deve ser utilizado um ou outro:

Recibo Termo Circunstanciado

Equipamentos de grande
Equipamentos que não são de grande vulto vulto (valor superior a R$
37.500.000,00)

Casos em que o recebimento provisório é dispensado:


a) Gêneros perecíveis e alimentação preparada.
b) Serviços profissionais.
Obras e serviços em geral.
c) Obras e serviços de valor até R$ 80.000,00, desde
que não se componham de aparelhos, equipamentos e
instalações sujeitos à verificação de funcionamento e
produtividade.

Quadro 16: Diferenças entre Recibo e Termo Circunstanciado


Fonte: Elaborado pelos autores deste livro

84
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

É importante que você saiba o seguinte:

‰‰
O recebimento provisório ou definitivo não exclui a
responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra
ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita
execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos
pela lei ou pelo contrato (BRASIL, 1993, art. 73, § 2º).
‰‰
A Administração tem 90 dias para lavrar termo circuns-
tanciado para recebimento definitivo. Se isto não ocorrer
no prazo, o recebimento será considerado realizado,
desde que comunicados à Administração nos 15 (quin-
ze) dias anteriores à exaustão deles. O mesmo ocorre
para expiração do prazo de verificação da qualidade e
quantidade do material (BRASIL, 1993, art. 73, § 4º).
‰‰
Salvo disposições em contrário constantes do edital,
do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e
demais provas exigidos por normas técnicas oficiais
para a boa execução do objeto do contrato correm por
conta do contratado (BRASIL, 1993, art. 75).
A Administração rejeitará, no todo ou em parte,
‰‰
obra, serviço ou fornecimento executado em
desacordo com o contrato (BRASIL, 1993, Art.
76, grifos nossos).

Prazo de Execução

O tempo é fator imprescindível na contratação pública, pois


a necessidade que levou a Administração a licitar e contratar pode
estar presente hoje, mas não no futuro, ou aquilo que era necessário
no passado, deixa de ser importante no presente. Nesse sentido, o
Administrador Público deve dimensionar quando o objeto da lici-
tação deve ser entregue, sempre com o objetivo de melhor atender
o interesse público.

85
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

A própria Lei de Licitações estabelece que os editais deverão


conter obrigatoriamente a indicação do prazo “[...] para execução
do contrato e para entrega do objeto da licitação” (BRASIL, 1993,
art. 40, II).
Em execução de objetos complexos (por exemplo, obras), poderão
ser estabelecidos prazos para conclusão de etapas. Se o contratado
não cumprir tais prazos, poderá ser sancionado nos termos do ajuste
firmado (JUSTEN FILHO, 2012).

Procedimento de Gerenciamento e Fiscalização

O Termo de Referência ou Projeto Básico deve prever o proce-


dimento de gerenciamento (ou acompanhamento) e fiscalização da
execução do contrato.
O artigo 67 da LGL preconiza que um representante da Adminis-
tração deve ser designado para realizar tal tarefa. É a figura do fiscal
do contrato (BRASIL, 1993, art. 67). Esse servidor público pode
também ser assistido e subsidiado com informações a serem presta-
das por empresa contratada pela Administração, a quem competirá
subsidiar as funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento.
No exercício de suas funções, o fiscal designado “[...] anotará
em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução
do contrato, determinando o que for necessário à regularização das
faltas ou defeitos observados.” (BRASIL, 1993, art. 67, § 1º).
O registro próprio das ocorrências poderá ser realizado

[...] em livro de capa dura, caderno, folhas impressas em


computador, ou qualquer outro meio de anotação que pos-
sam ter folhas numeradas, rubricadas, datadas e assinadas
pelo representante da Administração e preposto do contrata-
do. (BRASIL, 2010, p. 781).

86
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

O fiscal do contrato deve remeter em tempo hábil aos seus


superiores as necessidades de tomada de decisões e as providências que
não estejam dentro de suas atribuições (BRASIL, 1993, art. 67, § 2º).
O acompanhamento e a fiscalização de contrato são medidas
poderosas colocadas à disposição do gestor na defesa do interesse
público (BRASIL, 2010, p. 780). Como se diz no meio rural, “o olho
do patrão engorda o gado!” Esse dito também se aplica à Administra-
ção Pública, na medida em que se o contratado não for fiscalizado e
acompanhado, facilmente desvirtuará a execução do objeto em algum
detalhe, fugindo das suas especificações.

Muito bem, estamos quase chegando ao final desta Unida-


de, lembre-se de que você precisa entender o que estamos
abordando para poder continuar seus estudos. Em caso de
dúvidas, volte e releia para compreender bem o tema.

Edital de Licitação

Mesmo antes de pertencer à Administração Pública como


servidor(a), você já deve ter entrado em contato com o termo edital.
É comum ver nas publicações oficiais e mesmo nas notícias de jornal
os termos edital de concurso público, edital de processo seletivo,
edital do vestibular, edital de concessão pública, etc. Todos esses
documentos têm em comum o seguinte aspecto: são instrumentos
por meio do qual se pretende convidar interessados em participar
de determinado procedimento. Normalmente, esse procedimento
envolve uma seleção, uma escolha.
No caso das licitações públicas, não é diferente.

87
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

Edital ou Instrumento Convocatório? Vimos anterior-


mente que para a modalidade de convite, a convocação
dos interessados se dá por uma carta-convite, enquan-
to para as demais modalidades licitatórias se dá pelo
edital. Assim sendo, instrumento convocatório (ou ato
convocatório) é um termo genérico que se aplica tanto
para o edital quanto para a carta-convite. Em resumo,
todo edital é um instrumento convocatório, mas
nem todo instrumento convocatório é um edital!

Observe, então, que o edital de licitação

[...] é o instrumento por meio do qual a Administração torna


pública a realização de uma licitação. [...] Nele, a Adminis-
tração fixa os requisitos para a participação, define o objeto
e as condições básicas do contrato e convida a todos os in-
teressados para que apresentem suas propostas. A principal
função do edital, então, é estabelecer as regras definidas
para a realização do procedimento, as quais são de ob-
servância obrigatória, tanto pela Administração, quanto pe-
los licitantes. Após a publicação do edital, qualquer falha ou
irregularidade constatada, se insanável, levará à anulação do
procedimento. (BRASIL, 2011, p. 25).

Você também já deve ter ouvido que o Edital é a “lei da li-


citação”. Vejamos o comentário de Maria Sylvia Di Pietro (2010, p.
389-390, grifos da autora) sobre essa afirmação:

Costuma-se dizer que o edital é a lei da licitação, é preferí-


vel dizer que é a lei da licitação e do contrato, pois o que
nele se contiver deve ser rigorosamente cumprido, sob pena
de nulidade; trata-se de aplicação do princípio da vinculação
ao instrumento convocatório, previsto no artigo 3º da Lei nº
8.666/1993.

88
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

A propósito, a própria Lei Geral de Licitações assim determina:


“A Administração não pode descumprir as normas e condições do
edital, ao qual se acha estritamente vinculada.” (BRASIL, 1993, art.
41). Portanto, o edital é sim a “lei” (ou seja, a disciplina) da
licitação e do contrato!
De acordo com Brasil (2010, p. 254), são funções do instru-
mento convocatório:

‰‰
disciplinar prazos;
‰‰
dar instruções sobre recursos e impugnações;
‰‰
apresentar informações pertinentes ao objeto e ao
procedimento da licitação;
‰‰
descrever a forma de apresentação de documentos e
das propostas;
‰‰
tratar de todas as questões imprescindíveis à realização
da licitação.

A LGL prevê ainda questões formais que devem ser observadas


por quem prepara o edital e a documentação da licitação:

[...] O original do edital deverá ser datado, rubricado em


todas as folhas e assinado pela autoridade que o expedir,
permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-se
cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e forneci-
mento aos interessados. (BRASIL, 1993, art. 40, § 1º).

Observe sempre que o Edital deve ser claro, preciso e de


fácil consulta!

89
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

Elementos do Edital

Conforme estudamos até aqui, um aspecto essencial da fase


interna da licitação é precisamente a elaboração do instrumento
convocatório (edital ou convite).
A Lei Geral de Licitações dispõe com precisão o que deverá
constar no preâmbulo do edital no artigo 40, caput. Vejamos Qua-
dro sobre o assunto:

Elemento do preâmbulo Exemplo ou descrição

Número de ordem em séria


000/ANO ou 001/2017.
anual.

Nome do órgão ou entidade


Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência,
contratante e do setor inte-
Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE).
ressado.

Concorrência, tomada de preços, convite ou


Modalidade da licitação.
pregão.

Empreitada por preço global, empreitada por


Regime de Execução.
preço unitário, tarefa ou empreitada integral.

Tipo de Licitação. Menor preço, melhor técnica ou técnica e preço.

Menção de que o ato é regido


pela Lei n. 8.666/1993 ou
pela Lei n. 10.520/2002,
conforme o caso.

Local, dia e hora para rece-


bimento da documentação e
da proposta e para o início da
abertura dos envelopes.

Quadro 17: Elementos do Preâmbulo do Edital de Licitação


Fonte: Elaborado pelos autores deste livro

Superada a redação do preâmbulo, passamos ao corpo do


Edital, que é seu conteúdo propriamente dito. Segundo a Lei Geral
de Licitações, os elementos obrigatórios do Edital de licitação são os
seguintes:

90
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série


anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a moda-
lidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de
que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento
da documentação e proposta, bem como para início da abertura
dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
I – objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
II – prazo e condições para assinatura do contrato ou re-
tirada dos instrumentos, para execução do contrato e para
entrega do objeto da licitação;
III – sanções para o caso de inadimplemento;
IV – local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;
V – se há projeto executivo disponível na data da publicação
do edital de licitação e o local onde possa ser examinado e
adquirido;
VI – condições para participação na licitação e forma
de apresentação das propostas;
VII – critério para julgamento, com disposições claras e
parâmetros objetivos;
VIII – locais, horários e códigos de acesso dos meios de co-
municação à distância em que serão fornecidos elementos,
informações e esclarecimentos relativos à licitação e às con-
dições para atendimento das obrigações necessárias ao cum-
primento de seu objeto;
IX – condições equivalentes de pagamento entre empresas
brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais;
X – o critério de aceitabilidade dos preços unitário e
global, conforme o caso, permitida a fixação de preços má-
ximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios esta-
tísticos ou faixas de variação em relação a preços de referên-
cia, ressalvados os critérios legais para classificação do preço
como inexequível (art. 48);
XI – critério de reajuste, que deverá retratar a variação
efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices
específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresen-
tação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se
referir, até a data do adimplemento de cada parcela;
XII –  (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994);
XIII – limites para pagamento de instalação e mobilização
para execução de obras ou serviços que serão obrigatoriamente
previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas;
XIV – condições de pagamento, prevendo:

91
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a par-


tir da data final do período de adimplemento de cada parcela;
b) cronograma de desembolso máximo por período, em con-
formidade com a disponibilidade de recursos financeiros;
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pa-
gos, desde a data final do período de adimplemento de cada
parcela até a data do efetivo pagamento;
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atra-
sos, e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos;
e) exigência de seguros, quando for o caso;
XV – instruções e normas para os recursos previstos
na LGL;
XVI – condições de recebimento do objeto da licitação;
XVII – outras indicações específicas ou peculiares da licitação.
(BRASIL, 1993, art. 40, grifos nossos).

Segundo Marçal Justen Filho (2012, p. 608), a lista de elementos


que constam no artigo 40 da LGL é exemplificativa, ou seja, outros
elementos poderão ser incluídos pelo órgão que elabora o edital. Aliás,
o próprio Tribunal de Contas da União determina que em todo edital
conste o elemento dotação orçamentária, vejamos:

[...] considera-se parcialmente procedente representação


para determinar ao órgão que faça constar dos editais de
licitação que promover a indicação da dotação orça-
mentária pela qual correrão as despesas previstas,
com a especificação da classificação funcional-programática
e da categoria econômica. (TRIBUNAL DE CONTAS DA
UNIÃO. Acórdão n. 3.034, 2005, Primeira Câmara, grifos
nossos).

Adiante, temos os anexos obrigatórios do edital de licitação (1)


o projeto básico e/ou executivo ou termo de referência; (2) o orça-
mento estimado; (3) a minuta do contrato; e (4) as especificações
complementares juntamente com as normas de execução. Vejamos:

[...] § 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:


I – o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes,
desenhos, especificações e outros complementos;

92
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

II – orçamento estimado em planilhas de quantitativos e pre-


ços unitários;
III – a minuta do contrato a ser firmado entre a Administra-
ção e o licitante vencedor;
IV – as especificações complementares e as normas de execu-
ção pertinentes à licitação. [...]
Art. 62 [...] § 1º A minuta do futuro contrato integrará sempre o
edital ou ato convocatório da licitação. (BRASIL, 1993, art. 40).

Questões Específicas do Edital

Veremos a seguir algumas questões específicas do edital, fique


atento:

Direito de Impugnação

Uma vez publicado, o Edital poderá ser impugnado. A lei defi-


ne que não só os licitantes poderão fazê-lo, mas também qualquer
cidadão, no prazo e na forma definida na LGL. Para o cidadão não-
-licitante, o prazo se encerra cinco dias úteis antes da abertura da
habilitação, sendo que seu fundamento deve ser irregularidade
na aplicação da lei:

[...] § 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar


edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei,
devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da
data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, de-
vendo a Administração julgar e responder à impugnação em
até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no §
1º do art. 113. (BRASIL, 1993, art. 41, § 1º).

Os licitantes, porém, têm prazo um pouco maior para impug-


nação. Até o segundo dia útil anterior ao da abertura dos envelopes
de habilitação (envelope 1). Outra diferença entre a impugnação do
licitante e a do cidadão comum é que aquele pode abordar falhas e
irregularidades que comprometem o edital:

93
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

[...] § 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital


de licitação perante a administração o licitante que não o fizer
até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelo-
pes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes
com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso,
ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que vi-
ciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá
efeito de recurso. (BRASIL, 1993, art. 41, § 2º).

Observe também que a Administração não pode proibir o


licitante de participar do certame, pelo simples fato de este ter im-
pugnado o Edital: “A impugnação feita tempestivamente pelo licitante
não o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em
julgado da decisão a ela pertinente.” (BRASIL, 1993, art. 41, § 3º).
Em todo caso, o licitante ou o cidadão comum podem acionar
o Tribunal de Contas competente ou o controle interno do respectivo
órgão, alegando irregularidade ou ilegalidade no Edital ou no proce-
dimento da licitação:

[...] § 1º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou


jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos ór-
gãos integrantes do sistema de controle interno contra irre-
gularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto
neste artigo. (BRASIL, 1993, art. 113, § 1º).

Editais de Licitações Internacionais

Caso a licitação tenha abrangência internacional, o Edital de-


verá observar algumas regras específicas, previstas no artigo 42 da
Lei Geral de Licitações.
Lembre-se de que para as licitações internacionais, a modalidade
deverá ser concorrência, qualquer que seja o valor, salvo quando o
órgão tiver cadastro internacional de fornecedores, hipótese em que
poderá ser utilizada a tomada de preços, ou se não houver fornece-
dor do bem ou serviço no País, situação em que se permite o convite
(BRASIL, 1993, art. 23, § 3º).

94
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

Nas concorrências de âmbito internacional, o edital deverá


ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércio ex-
terior e atender às exigências dos órgãos competentes.
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço
em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante
brasileiro.
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente
contratado em virtude da licitação de que trata o parágrafo
anterior será efetuado em moeda brasileira, à taxa de câmbio
vigente no dia útil imediatamente anterior à data do efetivo
pagamento.
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão
equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.
§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas apresen-
tadas por licitantes estrangeiros serão acrescidas dos gravames
consequentes dos mesmos tributos que oneram exclusivamen-
te os licitantes brasileiros quanto à operação final de venda.
§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços ou aqui-
sição de bens com recursos provenientes de financiamento
ou doação oriundos de agência oficial de cooperação estran-
geira ou organismo financeiro multilateral de que o Brasil
seja parte, poderão ser admitidas, na respectiva licitação, as
condições decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou
tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional,
bem como as normas e procedimentos daquelas entidades,
inclusive quanto ao critério de seleção da proposta mais van-
tajosa para a administração, o qual poderá contemplar, além
do preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas exi-
gidos para a obtenção do financiamento ou da doação, e que
também não conflitem com o princípio do julgamento obje-
tivo e sejam objeto de despacho motivado do órgão executor
do contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imedia-
tamente superior.
§ 6º As cotações de todos os licitantes serão para entrega no
mesmo local de destino. (BRASIL, 1993, art. 42).

Destacamos o § 5º do artigo 42, que permite a utilização de ou-


tras regras além daquelas constantes na Lei Geral de Licitações, para
os casos de licitações com recursos internacionais (doados ou objeto
de financiamento). Essas regras precisam ser definidas em acordo

95
Unidade 2 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital de Licitação

internacional de que o Brasil seja parte ou que isso seja condição do


órgão internacional financiador para o uso dos recursos.
Sobre o assunto, trazemos importante decisão do Superior
Tribunal de Justiça:

ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MAN-


DADO DE SEGURANÇA. LICITAÇÃO INTERNACIONAL.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E DA ISONOMIA ENTRE OS
CONCORRENTES. ART. 42, § 5º DA LEI N. 8.666/1993.
1. Em se tratando de concorrência pública internacional com
recursos provenientes de agência estrangeira, a legislação pá-
tria admite a inserção de exigências diversas daquelas pre-
vistas na Lei Geral das Licitações. Dessa forma, não constitui
ilegalidade nem fere o princípio da isonomia entre os concor-
rentes a necessidade de comprovação de requisitos de capaci-
tação técnica e financeira estabelecidos por instituição inter-
nacional como condição para a aprovação do financiamento.
Inteligência do art. 42, § 5º, da Lei n. 8.666/1993.
2. Recurso ordinário não-provido. (BRASIL, 2005b, Recurso
Ordinário em Mandado de Segurança n. 14.579.).

Complementando...

„„ Pesquise sobre o assunto tratado aqui, discuta com seus colegas de curso
e com seu tutor, faça análises críticas e acompanhe os acontecimentos da
sua região e estado. É muito importante participar!

96
Resumo

RESUMO

Nesta Unidade, vimos que o Projeto Básico e o Ter-


mo de Referência são termos similares ou equiparados.
Quando se tratar de licitação realizada nos termos da Lei n.
8.666/93, ou seja, obras, serviços, inclusive de publicidade,
compras, alienações e locações, o objeto estará definido em
Projeto Básico; quando se tratar de licitação para aquisição
de bens e serviços comuns, com a adoção da modalidade de
pregão, prevista na Lei n. 10.520/2002, o documento base
será chamado termo de referência. Vimos que compete ao
profissional legalmente habilitado e qualificado a elaboração
do Projeto Básico e do Termo de Referência, cabendo à auto-
ridade, no entanto, aprovar os documentos. Estudamos quais
são os elementos essenciais do Projeto Básico e do Termo
de Referência, compreendendo a importância de definir,
justificar e especificar adequadamente o objeto a ser licita-
do. Aprendemos que a Administração Pública pode incluir
outros elementos no termo de referência sempre que julgar
importante e necessário. Por fim, exploramos a disciplina
do edital de licitação, instrumento pelo qual os interessados
em participar do certame são convocados. O edital não é
só a lei da licitação, como também do contrato adminis-
trativo assinado em decorrência dela, sendo que os seus
elementos obrigatórios estão previstos em lei.

97
Resumo

Muito bem, concluímos a Unidade 2. Este é o momento de


você conferir o seu aprendizado. Para tanto, realize as ativi-
dades propostas a seguir. Caso tenha dificuldades, entre em
contato com o seu tutor, ele está preparado para ajudá-lo.
Bons estudos!

98
Atividades de Aprendizagem

Atividades de Aprendizagem

1. Assinale a alternativa correta:

a) É sempre vedada a realização de licitação cujo


objeto inclua bens e serviços sem similaridade.
b) É sempre permitida a realização de licitação
cujo objeto inclua bens e serviços sem simila-
ridade ou de marcas.
c) É vedada a realização de licitação cujo objeto
inclua bens e serviços sem similaridade ou de
marcas, características e especificações exclu-
sivas, salvo nos casos em que for tecnicamente
justificável.
d) É vedada a realização de licitação cujo objeto
inclua bens e serviços sem similaridade ou de
marcas, sem exceção.
e) O Edital é a lei da licitação, mas somente para
o licitante, a Administração cumpre as regras
se quiser.

2. De acordo com o Decreto n. 7.983/2013, nos casos de


adoção dos regimes de empreitada por preço global e de
empreitada integral, deverá constar do edital e do contrato
cláusula expressa de concordância do contratado com a
adequação do projeto que integrar o edital de licitação e as
alterações contratuais sob a alegação de falhas ou omissões
em qualquer das peças, orçamentos, plantas, especificações,
memoriais e estudos técnicos preliminares do projeto que
não poderão ultrapassar, no seu conjunto:

a) dez por cento do valor total do contrato;


b) cinco por cento do valor total do contrato;

99
Atividades de Aprendizagem

c) vinte por cento do valor total do contrato;


d) vinte e cinco por cento do valor total do con-
trato;
e) cinquenta por cento do valor total do contrato.

3. Explique a diferença entre parcelamento e fracionamento


da licitação?

______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________

4. Qual destes itens não é obrigatório no Edital de Licitação?

a) o objeto da licitação em descrição sucinta e clara;


b) critério para julgamento, com disposições cla-
ras e parâmetros objetivos;
c) cláusula que estabeleça que somente os eleito-
res podem apresentar impugnações;
d) condições de pagamento.

5. Realize a leitura dos capítulos “introdução” e “conceitos e


definições” do Manual de boas práticas, elaborado pelo
TCU, intitulado Orientações para elaboração de planilhas
orçamentárias de obras públicas, disponível em: <http://
portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?inli
ne=1&fileId=8A8182A24F0A728E014F0B36A7A04979>.
Acesso em: 18 jan. 2017.

100
3
UNIDADE
Projeto Básico, Termo de
Referência e Edital no Âmbito dos
Serviços Continuados
Objetivos
Nesta Unidade, você vai:

„„ Entender os aspectos principais relativos à elaboração do Projeto Básico e do Termo de Referência no âmbito dos
serviços continuados ou não.

„„ Conhecer as definições encontradas nas leis gerais sobre licitações.


Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

Instrução Normativa do
Ministério do Planejamento

Caro participante,
Como está indo o curso? Não perca o ritmo! Nesta Unidade,
vamos tratar especificamente sobre a elaboração do Proje-
to Básico e Termo de Referência no âmbito dos serviços
continuados. Agora que você já conhece a disciplina legal
do Projeto Básico e Termo de Referência, vamos avançar
o estudo na direção dessas modalidades corriqueiras de
contratação. Está preparado? Então, vamos ao trabalho!

Serviços Continuados (Instrução Normativa do


Ministério do Planejamento)

Inicialmente, destacamos que esse curso foi idealizado a partir


da redação da Instrução Normativa n. 02/2008, do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Entretanto, em 25 de
maio de 2017, com o advento da Instrução Normativa n. 05/2017, do
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, a Instrução
Normativa n. 02/2008 foi expressamente revogada (artigo 74).
Ainda assim, permanecerão regidos pela Instrução Normati-
va n. 02/2008 os procedimentos administrativos autuados
ou registrados até a data de entrada em vigor da Instrução
Normativa n. 05/2017 (art. 75, parágrafo único). Não obstante, e
considerando que a Instrução Normativa n. 05/2017 somente entrará
em vigor 120 dias após a sua publicação, os dois textos normativos
produzirão efeitos concomitantemente no ordenamento jurídico.
Desse modo, o curso abordará o tema ainda a partir da

103
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

Instrução Normativa n. 02/2008, todavia destacando as


principais modificações introduzidas pela Instrução Nor-
mativa n. 05/2017.
Dispondo sobre a contratação pela Administração Pública
Federal direta, autárquica e fundacional, o Decreto n. 2.271/1997
estabelece que

[...] poderão ser objeto de execução indireta as atividades


materiais acessórias, instrumentais ou complementares aos
assuntos que constituem área de competência legal do órgão
ou entidade. (BRASIL, 1997, art. 1º).

É a chamada terceirização dos serviços continuados, que


por regra não poderá abranger as atividades típicas das catego-
rias funcionais, compreendidas no plano de cargos e salários de
cada órgão ou entidade (BRASIL, 1997, art. 1º, § 2º).
O Decreto define as atividades que deverão, preferencial-
mente, ser objeto de execução indireta:

‰‰
conservação;
‰‰
limpeza;
‰‰
segurança;
‰‰
vigilância;
‰‰
transportes;
‰‰
informática;
‰‰
copeiragem;
‰‰
recepção;
‰‰
reprografia;
‰‰
telecomunicações e,
‰‰
manutenção de prédios, equipamentos e instalações.

104
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

O objeto deve estar expressamente descrito no edital de


licitação, sendo que, no contrato, não poderá estar definido por outra
terminologia senão prestação de serviços (BRASIL, 1997, art. 3º).
Paralelamente, é preciso estar atento aos dispositivos contidos
nas Instruções Normativas do Ministério do Planejamento, Desenvol-
vimento e Gestão, antigo Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão (MPOG), que trazem as diretrizes e regras a serem obedecidas
no âmbito da Administração Pública Federal, ou conforme o caso,
pela Unidade Federativa (Estado, Município ou Distrito Federal) que
esteja aplicando dinheiro da União.
A Instrução Normativa n. 02/2008 “[...] dispõe sobre regras e
diretrizes para a contratação de serviços, continuados ou não [...]”,
incluindo os chamados serviços terceirizados e por meio dela o Go-
verno Federal regulamenta a contratação dos serviços continua-
dos ou não. Por sua vez, a Instrução Normativa n. 03/2009 trouxe
algumas alterações importantes na Instrução Normativa n. 02/2008.
Atualmente, contudo, foram revogadas pela Instrução Normativa n.
05/2017.
Ainda assim, os serviços continuados “[...] são aqueles
que apoiam a realização das atividades essenciais ao cumprimento
da missão institucional do órgão ou entidade” (BRASIL, 2008, art.
6º) e cuja “[...] interrupção possa comprometer a continuidade das
atividades da Administração e cuja necessidade de contratação deva
estender-se por mais de um exercício financeiro e continuamente.”
(BRASIL, 2008, Anexo I, XXI).
Alteração relevante da Instrução Normativa n. 05/2017:

Os serviços prestados de forma contínua são aqueles que,


pela sua essencialidade, visam atender à necessidade pública
de forma permanente e contínua, por mais de um exercício
financeiro, assegurando a integridade do patrimônio público
ou o funcionamento das atividades finalísticas do órgão ou
entidade, de modo que sua interrupção possa comprometer a

105
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

prestação de um serviço público ou o cumprimento da missão


institucional. (BRASIL, 2017, art. 15).

Dispõe ainda o artigo 7º da Instrução Normativa n. 02/2008 que:

As atividades de conservação, limpeza, segurança, vigilância,


transportes, informática, copeiragem, recepção, reprografia,
telecomunicações e manutenção de prédios, equipamentos e
instalações serão, de preferência, objeto de execução indi-
reta. (BRASIL, 2008, art. 7º, grifo nosso).

Alteração relevante da Instrução Normativa n. 05/2017: “Art.


7º Nos termos da legislação, serão objeto de execução indireta as
atividades previstas em Decreto que regulamenta a matéria”.
Lembrando que não podem ser objeto de terceirização as
atividades arroladas no artigo 9º da Instrução Normativa n. 02/2008:

Art. 9º É vedada a contratação de atividades que:


I – sejam inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo
plano de cargos do órgão ou entidade, assim definidas no seu
plano de cargos e salários, salvo expressa disposição legal em
contrário ou quando se tratar de cargo extinto, total ou par-
cialmente, no âmbito do quadro geral de pessoal;
II – constituam a missão institucional do órgão ou entidade;
e
III – impliquem limitação do exercício dos direitos individu-
ais em benefício do interesse público, exercício do poder de
polícia, ou manifestação da vontade do Estado pela emana-
ção de atos administrativos, tais como:
a) aplicação de multas ou outras sanções administrativas;
b) a concessão de autorizações, licenças, certidões ou decla-
rações;
c) atos de inscrição, registro ou certificação; e
d) atos de decisão ou homologação em processos administra-
tivos. (BRASIL, 2008, art. 9º).

Alteração relevante da Instrução Normativa n. 05/2017:

Não serão objeto de execução indireta na Administração Pú-


blica federal direta, autárquica e fundacional:

106
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

I – atividades que envolvam a tomada de decisão ou posicio-


namento institucional nas áreas de planejamento, coordena-
ção, supervisão e controle;
II – as atividades consideradas estratégicas para o órgão ou
entidade, cuja terceirização possa colocar em risco o controle
de processos e de conhecimentos e tecnologias;
III – as funções relacionadas ao poder de polícia, de regula-
ção, de outorga de serviços públicos e de aplicação de sanção;
e
IV – as atividades inerentes às categorias funcionais abrangi-
das pelo plano de cargos do órgão ou entidade, salvo expressa
disposição legal em contrário ou quando se tratar de cargo
extinto, total ou parcialmente, no âmbito do quadro geral de
pessoal. (BRASIL, 2017, art. 9º).

Muito bem, como está o seu entendimento até aqui? É mui-


to importante que você entenda o que estamos tratando
para poder continuar seus estudos. Se achar conveniente,
volte e releia as Unidades anteriores.

Do Projeto Básico e do Termo de Referência


nos Serviços Continuados

Como vimos anteriormente, no estudo das normas gerais, a


contratação de serviços será obrigatoriamente precedida da apre-
sentação do Projeto Básico ou Termo de Referência, o que é reiterado
pela Instrução Normativa n. 02/2008 (BRASIL, 2008, art. 14). Por
sua vez, a Instrução Normativa n. 05/2017 não só torna obrigatório
o Termo de Referência e o Projeto Básico, como determina que

[...] deverá ser elaborado a partir dos Estudos Preliminares,


do Gerenciamento de Risco e conforme as diretrizes constan-
tes do Anexo V, devendo ser encaminhado ao setor de licita-
ções, de acordo com o prazo previsto no artigo 27. (BRASIL,
2017, art. 28).

107
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

O artigo 15 da Instrução Normativa n. 02/2008 traz os requi-


sitos do Projeto Básico ou Termo de Referência. Elaboramos quadro
esquemático com essas exigências:

TR e PB devem conter: Especificações do item

a) motivação da contratação;
b) benefícios diretos e indiretos que resulta-
rão da contratação;
c) conexão entre a contratação e o planeja-
mento existente;
I – justificativa da necessidade d) agrupamento de itens em lotes;
da contratação, dispondo so-
bre: e) critérios ambientais adotados, se houver;
f) natureza do serviço, se continuado ou não;
g) inexigibilidade ou dispensa de licitação, se
for o caso; e
h) referências a estudos preliminares, se hou-
ver.

II – o objetivo, identificando o que se pretende alcançar.

III – o objeto da contratação, com os produtos e resultados esperados na exe-


cução dos serviços.

IV – a descrição detalhada dos


serviços a serem executados, e a) frequência e periodicidade;
das metodologias de trabalho,
b) ordem de execução;
nomeadamente a necessidade,
a localidade, o horário de fun- c) procedimentos, metodologias e tecnolo-
cionamento e a disponibilidade gias a serem empregadas;
orçamentária e financeira do
d) deveres e disciplina exigidos; e
órgão ou entidade, nos termos
do art. 12 da Lei n. 8.666, de e) demais especificações que se fizerem
1993, com a definição da rotina necessárias.
de execução, evidenciando:

V – a justificativa da relação entre a demanda e a quantidade de serviço a ser


contratada, acompanhada, no que couber, dos critérios de medição utilizados,
documentos comprobatórios, fotografias e outros meios probatórios que se fi-
zerem necessários.

108
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

a) a definição e especificação dos serviços a


serem realizados;
b) o volume de serviços solicitados e realiza-
dos, segundo as métricas definidas;
c) os resultados ou produtos solicitados e re-
alizados;
d) prévia estimativa da quantidade de horas
demandadas na realização da atividade de-
signada, com a respectiva metodologia utili-
VI – o modelo de ordem de zada para a sua quantificação, nos casos em
serviço, sempre que houver a que a única opção viável for a remuneração
previsão de que as demandas de serviços por horas trabalhadas;
contratadas ocorrerão durante e) o cronograma de realização dos serviços,
a execução contratual, e que incluídas todas as tarefas significativas e seus
deverá conter os seguintes respectivos prazos;
campos:
f) custos da prestação do serviço, com a res-
pectiva metodologia utilizada para a quanti-
ficação desse valor;
g) a avaliação da qualidade dos serviços reali-
zados e as justificativas do avaliador; e
h) a identificação dos responsáveis pela so-
licitação, pela avaliação da qualidade e pela
ateste dos serviços realizados, os quais não
podem ter nenhum vínculo com a empresa
contratada.

VII – a metodologia de avaliação da qualidade e aceite dos serviços executados.

VIII – a necessidade, quando for o caso, devidamente justificada, dos locais de


execução dos serviços serem vistoriados previamente pelos licitantes, devendo
tal exigência, sempre que possível, ser substituída pela divulgação de fotogra-
fias, plantas, desenhos técnicos e congêneres.

IX – o enquadramento ou não do serviço contratado como serviço comum para


fins do disposto no art. 4º do Decreto 5.450, de 31 de maio de 2005.

X – a unidade de medida utilizada para o tipo de serviço a ser contratado, in-


cluindo as métricas, metas e formas de mensuração adotadas, dispostas, sem-
pre que possível, na forma de Acordo de Níveis de Serviços, conforme estabele-
ce o inciso XVII deste artigo.

XI – o quantitativo da contratação.

109
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

a) por meio do preenchimento da planilha de


custos e formação de preços, observados os
custos dos itens referentes ao serviço, poden-
do ser motivadamente dispensada naquelas
XII – o custo estimado da con- contratações em que a natureza do seu objeto
tratação, o valor máximo glo- torne inviável ou desnecessário o detalha-
bal e mensal estabelecido em mento dos custos para aferição da exequibili-
decorrência da identificação dade dos preços praticados; e
dos elementos que compõem o b) por meio de fundamentada pesquisa dos
preço dos serviços, definido da preços praticados no mercado em contrata-
seguinte forma: ções similares; ou ainda por meio da adoção
de valores constantes de indicadores seto-
riais, tabelas de fabricantes, valores oficiais
de referência, tarifas públicas ou outros equi-
valentes, se for o caso.

XIII – a quantidade estimada de deslocamentos e a necessidade de hospedagem


dos empregados, com as respectivas estimativas de despesa, nos casos em que
a execução de serviços eventualmente venha a ocorrer em localidades distintas
da sede habitual da prestação do serviço.

a) rotinas de execução dos serviços;


b) quantidade e qualificação da mão-de-obra
XIV – a produtividade de refe-
estimada para execução dos serviços;
rência, quando cabível, ou seja,
aquela considerada aceitável c) relação do material adequado para a exe-
para a execução do serviço, cução dos serviços com a respectiva espe-
sendo expressa pelo quantitati- cificação, podendo, quando necessário, ser
vo físico do serviço na unidade indicada a marca, desde que acrescida da ex-
de medida adotada, levando-se pressão "ou similar";
em consideração, entre outras,
d) relação de máquinas, equipamentos e
as seguintes informações:
utensílios a serem utilizados; e
e) condições do local onde o serviço será realizado.

a) quantitativo de usuários;
b) horário de funcionamento do órgão e ho-
rário em que deverão ser prestados os servi-
ços;
XV – condições que possam
c) restrições de área, identificando questões
ajudar na identificação do
de segurança institucional, privacidade, se-
quantitativo de pessoal e in-
gurança, medicina do trabalho, dentre ou-
sumos necessários à execução
tras;
contratual, como:
d) disposições normativas internas; e
e) instalações, especificando-se a disposição
de mobiliário e equipamentos, arquitetura,
decoração, dentre outras.

110
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

XVI – deveres da contratada e da contratante.

a) os procedimentos de fiscalização e de ges-


tão da qualidade do serviço, especificando-se
os indicadores e instrumentos de medição
que serão adotados pelo órgão ou entidade
XVII – o Acordo de Níveis de
contratante;
Serviços, sempre que possível,
conforme modelo previsto no b) os registros, controles e informações que
anexo II, deverá conter: deverão ser prestados pela contratada; e
c) as respectivas adequações de pagamento
pelo não atendimento das metas estabeleci-
das.

XVIII – critérios técnicos de julgamento das propostas, nas licitações do tipo


técnica e preço, conforme estabelecido pelo artigo 46 da Lei n. 8.666, de 21 de
junho de 1993.

Quadro 18: Requisitos do Projeto Básico ou Termo de Referência na Instrução


Normativa n. 2/2008
Fonte: Elaborado pelos autores deste livro

Alteração relevante da Instrução Normativa n. 05/2017: essa


Instrução Normativa passou a tratar do tema no artigo 30, vejamos:

O Termo de Referência ou Projeto Básico deve conter, no mí-


nimo, o seguinte conteúdo:
I – declaração do objeto;
II – fundamentação da contratação;
III – descrição da solução como um todo;
IV – requisitos da contratação;
V – modelo de execução do objeto;
VI – modelo de gestão do contrato;
VII – critérios de medição e pagamento;
VIII – forma de seleção do fornecedor;
IX – critérios de seleção do fornecedor;
X – estimativas detalhadas dos preços, com ampla pesquisa
de mercado nos termos da Instrução Normativa nº 5, de 27
de junho de 2014; e
XI – adequação orçamentária.
§ 1º Nas contratações que utilizem especificações padroniza-
das, em atenção ao § 4º do art. 20, o responsável pela elabo-
ração do Termo de Referência ou Projeto Básico produzirá
somente os itens que não forem estabelecidos como padrão.

111
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

§ 2º Os documentos que compõem a fase de Planejamento da


Contratação serão parte integrante do processo administrati-
vo da licitação. (BRASIL, 2017, art. 30).

Muito bem, como está o seu entendimento até o momento?


Se surgirem dúvidas, entre em contato com o seu tutor, ele
está preparado para ajudá-lo no que for preciso!

Na definição do serviço são vedadas as seguintes especificações,


conforme o artigo 16 da Instrução Normativa n. 02/2008:

Que sejam restritivas, limitando a competitividade


‰‰
do certame, exceto quando necessárias e justificadas
pelo órgão contratante.
Que direcionem ou favoreçam a contratação de
‰‰
um prestador específico.
Que não representem a real demanda de desem-
‰‰
penho do órgão ou entidade, não se admitindo espe-
cificações que não agreguem valor ao resultado da
contratação ou que sejam superiores às necessidades
do órgão.
Que estejam defasadas tecnológica e/ou metodolo-
‰‰
gicamente ou com preços superiores aos de serviços
com melhor desempenho.

Na fase do certame, as propostas que não apresentarem as


especificações do Projeto Básico ou Termo de Referência serão des-
classificadas (BRASIL, 2008, art. 29, II, grifo nosso). Assunto não
abordado expressamente na Instrução Normativa n. 05/2017.
Em relação aos serviços de natureza intelectual, deverá
ser efetuada uma reunião inicial com o contratado para come-
çar a execução do serviço, com o esclarecimento das obrigações.

112
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

Nesse encontro deverão estar presentes os autores do Projeto Básico


ou do Termo de Referência (BRASIL, 2008, art. 32). Assunto não
abordado expressamente na Instrução Normativa n. 05/2017.
O Projeto Básico ou o Termo de Referência para os serviços
de vigilância deverão conter: “[...] i) a justificativa do número e
das características dos postos de serviço a serem contratados; e ii) os
quantitativos dos diferentes tipos de posto de vigilância, que serão
contratados por preço mensal do posto” (BRASIL, 2008, art. 49).
Alteração relevante da Instrução Normativa n. 05/2017.
Segundo o Anexo VI, item 1

Deverá constar do Projeto Básico ou Termo de Referência para


a contratação de serviços de vigilância: a) a justificativa do nú-
mero e das características dos Postos de Serviço a serem con-
tratados; e b) os quantitativos dos diferentes tipos de Posto de
Vigilância, que serão contratados por Preço Mensal do Posto.
(BRASIL, 2017, anexo VI).

Trazemos importantes julgados do Tribunal de Contas da União


sobre o tema:

Estime os custos previstos para as contratações, inclusive


dos materiais para cada tipo de serviço eventual, caso o custo
desses materiais não esteja incluso no preço desses serviços,
publicando-os no Projeto Básico ou no Termo de Referência,
por meio da planilha de custos e formação de preços, con-
forme disposto no art. 15, inciso XII, alínea “a”, da Instrução
Normativa SLTI/MPOG 02/2008, c/c o art. 7º, § 2º, inciso
II, da Lei 8.666/1993. (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO.
Acórdão n. 727/2009, Plenário).

Abstenha-se, em licitações para contratação de mão-de-obra


terceirizada, de fixar valores mínimos de remuneração, ten-
do em vista a vedação contida no art. 40, inc. x da Lei nº
8.666/1993, bem como no art. 20, inc. II da IN/SLTI-MP
nº 02/2008, que veda a fixação dos salários das categorias
ou dos profissionais que serão disponibilizados para a exe-
cução do serviço pela contratada, nos instrumentos convo-
catórios. (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Acórdão n.
3.570/2009, Segunda Câmara, Relação).

113
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

Do Edital nos Serviços Continuados

A Instrução Normativa n. 02/2008 trata da elaboração do Edital


(ou instrumento convocatório) nos artigos 18, 19 e 19-A, enquanto a
Instrução Normativa n. 05/2017 abordou o tema nos artigos 34 e 35.
O artigo 18 é claro ao estabelecer que a Instrução Normativa se
aplica às contratações de serviços continuados:

Os instrumentos convocatórios de licitação e os atos relativos


à dispensa ou inexigibilidade de licitação, bem como os con-
tratos deles decorrentes, observarão, além das disposições
contidas na Lei nº 8.666/93, na Lei n. 10.520/2002, na Lei
Complementar n. 123/2006, no Decreto n. 2.271/97 e no De-
creto n. 6.204/2007, o disposto nesta Instrução Normativa
e serão adaptados às especificidades de cada caso. (BRASIL,
2008, art. 18).

Alteração relevante da Instrução Normativa n. 05/2017:

Os atos convocatórios da licitação e os atos relativos à dis-


pensa ou inexigibilidade de licitação, bem como os contra-
tos deles decorrentes, observarão o disposto nesta Instrução
Normativa, além das disposições contidas na Lei n. 8.666,
de 1993, na Lei n. 10.520, de 2002, na Lei Complementar n.
123, de 14 de dezembro de 2006, no Decreto n. 8.538, de 6
de outubro de 2015, e no Decreto n. 2.271, de 1997, e serão
adaptados às especificidades de cada contratação.
Devem ser utilizados os modelos de minutas padronizados
de atos convocatórios e contratos da Advocacia-Geral União,
observado o disposto no Anexo VII, bem como os Cadernos
de Logística expedidos por esta Secretaria de Gestão do Mi-
nistério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, no que
couber. (BRASIL, 2017, art. 34-35).

Por sua vez, o artigo 19 da Instrução Normativa n. 2/2008 traz


os elementos ou cláusulas obrigatórias nos editais de serviços
continuados, devendo o administrador respeitar ainda o que deter-
mina o artigo 40 da LGL. Veja no quadro a seguir:

114
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

Elementos do Edital para Serviços Continuados (art. 19)

I – Disposição específica que garanta que as atividades de solicitação, avaliação e


atestação dos serviços não sejam realizadas pela mesma empresa contratada
para a realização dos serviços, mediante a designação de responsáveis, devidamente
qualificados para as atividades e sem vínculo com a empresa, e que deverão ser, preferen-
cialmente, servidores do órgão ou entidade contratante.

II – Cláusula específica para vedar a contratação de uma mesma empresa para


dois ou mais serviços licitados, quando, por sua natureza, esses serviços exi-
girem a segregação de funções, tais como a de executor e fiscalizador, assegurando
a possibilidade de participação de todos licitantes em ambos os itens, e estabelecendo a
ordem de adjudicação entre eles.

III – O modelo de Planilha de Custos e Formação de Preços, conforme Anexo


III desta Instrução Normativa, o qual constituirá anexo do ato convocatório e deverá ser
preenchido pelos proponentes.

IV – A exigência de realização de vistoria pelos licitantes, desde que devidamente


justificada no projeto básico, a ser atestada por meio de documento emitido pela Admi-
nistração.

V – As exigências de apresentação e condições de julgamento das propostas.

VI – Requisitos de habilitação dos licitantes.

VII – Nas licitações tipo "técnica e preço", os critérios de julgamento para compro-
vação da capacidade técnica dos licitantes.

VIII – O prazo de vigência contratual, prevendo, inclusive, a possibilidade de pror-


rogação, quando couber.

IX – A exigência da indicação, quando da apresentação da proposta, dos acordos


ou convenções coletivas que regem as categorias profissionais vinculadas à
execução do serviço, quando for o caso.

X – A forma como será contada a periodicidade para a concessão das repac-


tuações, nas contratações de serviços continuados com dedicação exclusiva de mão de
obra, conforme definido nos artigos 37 a 41-B desta Instrução Normativa.

XI – Indicação das sanções cabíveis por eventual descumprimento das obrigações


contratuais pactuadas.

XII – A necessidade de adequação dos pagamentos ao atendimento das metas na


execução do serviço, com base no Acordo de Níveis de Serviço e nos instrumentos de
fiscalização e medição da qualidade definidos no Projeto Básico ou Termo de Referência.

a) manter todas as versões anteriores para


XIII – cláusula, nas contratações de ser- permitir o controle das alterações; e
viços não continuados, prevendo que os
pagamentos estarão condicionados b) garantir a entrega de todos os documen-
à entrega dos produtos atualizados tos e produtos gerados na execução, tais
pela contratada, que deverá: como o projeto, relatórios, atas de reuni-
ões, manuais de utilização, etc.

115
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

XIV – A possibilidade ou não da participação de cooperativas, nos termos desta Ins-


trução Normativa.

XV – As hipóteses de substituição dos profissionais alocados aos serviços


contratados, quando for o caso, nos termos artigo 30, § 10, da 8.666/93, exclusivamen-
te em relação aos profissionais integrantes da equipe técnica que será avaliada.

a) o direito de propriedade intelectu-


al dos produtos desenvolvidos, inclu-
sive sobre as eventuais adequações e atua-
lizações que vierem a ser realizadas, logo
após o recebimento de cada parcela, de for-
ma permanente, permitindo à contratante
distribuir, alterar e utilizar os mesmos sem
limitações; e 
XVI – regras que prevejam, nas contrata-
ções de serviços não continuados, os se- b) os direitos autorais da solução, do
guintes direitos à contratante: projeto, de suas especificações técnicas, da
documentação produzida e congêneres, e
de todos os demais produtos gerados na
execução do contrato, inclusive aqueles
produzidos por terceiros subcontratados,
ficando proibida a sua utilização sem que
exista autorização expressa da contratante,
sob pena de multa, sem prejuízo das san-
ções civis e penais cabíveis.

XVII – Regra estabelecendo que, nas eventuais prorrogações contratuais, os custos não
renováveis já pagos ou amortizados no primeiro ano da contratação deverão
ser eliminados como condição para a renovação.

XVIII – Disposição prevendo que a execução completa do contrato só acontecerá


quando o contratado comprovar o pagamento de todas as obrigações traba-
lhistas referente à mão de obra utilizada, quando da contratação de serviço continuado
com dedicação exclusiva de mão de obra.

XIX – Exigência de garantia de execução do contrato, nos moldes do art. 56 da Lei


n. 8.666, de 1993, com validade durante a execução do contrato e 3 (três) meses após o
término da vigência contratual, devendo ser renovada a cada prorrogação, observados
ainda os seguintes requisitos:

a) A contratada deverá apresentar, no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis, prorrogáveis


por igual período, a critério do órgão contratante, contado da assinatura do contrato,
comprovante de prestação de garantia, podendo optar por caução em dinheiro ou títulos
da dívida pública, seguro-garantia ou fiança bancária, sendo que, nos casos de contrata-
ção de serviços continuados de dedicação exclusiva de mão de obra, o valor da garantia
deverá corresponder a cinco por cento do valor total do contrato.

116
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

1. prejuízos advindos do não cumprimento


do objeto do contrato;

2. prejuízos diretos causados à Administra-


ção decorrentes de culpa ou dolo durante a
b) a garantia, qualquer que seja a mo- execução do contrato;
dalidade escolhida, assegurará o pa-
gamento de: 3. multas moratórias e punitivas aplicadas
pela Administração à contratada; e

4. obrigações trabalhistas e previdenciárias


de qualquer natureza, não adimplidas pela
contratada, quando couber.

c) A modalidade seguro-garantia somente será aceita se contemplar todos os eventos


indicados nos itens da alínea "b", observada a legislação que rege a matéria.

d) A garantia em dinheiro deverá ser efetuada na Caixa Econômica Federal em conta


específica com correção monetária, em favor do contratante.

e) A inobservância do prazo fixado para apresentação da garantia acarretará a aplicação


de multa de 0,07% (sete centésimos por cento) do valor do contrato por dia de atraso,
observado o máximo de 2% (dois por cento).

f) o atraso superior a 25 (vinte e cinco) dias autoriza a Administração a promover a res-


cisão do contrato por descumprimento ou cumprimento irregular de suas cláusulas, con-
forme dispõem os incisos I e II do art. 78 da Lei nº 8.666, de 1993.

g) o garantidor não é parte para figurar em processo administrativo instaurado pelo con-
tratante com o objetivo de apurar prejuízos e/ou aplicar sanções à contratada.

1. com a devolução da apólice, carta fiança


ou autorização para o levantamento de im-
portâncias depositadas em dinheiro a título
de garantia, acompanhada de declaração da
Administração, mediante termo circunstan-
h) a garantia será considerada extinta: ciado, de que a contratada cumpriu todas as
cláusulas do contrato; e

2. após o término da vigência do contrato, de-


vendo o instrumento convocatório estabelecer
o prazo de extinção da garantia, que poderá ser
estendido em caso de ocorrência de sinistro.

i) O contratante executará a garantia na forma prevista na legislação que rege a matéria.

j) Revogado; (Revogado pela Instrução Normativa n. 4, de 19 de março de 2015).

k) Deverá haver previsão expressa no contrato e seus aditivos de que a garantia prevista
no inciso XIX deste artigo somente será liberada ante a comprovação de que a empresa
pagou todas as verbas rescisórias trabalhistas decorrentes da contratação, e que, caso
esse pagamento não ocorra até o fim do segundo mês após o encerramento da vigência
contratual, a garantia será utilizada para o pagamento dessas verbas trabalhistas, confor-
me estabelecido no artigo 19-A, inciso IV, desta Instrução Normativa, observada a legis-
lação que rege a matéria.

117
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

XX – Menção expressa aos dispositivos de tratamento diferenciado e favorecido para


as microempresas e empresas de pequeno porte que serão observados na licitação,
conforme previsto na Lei Complementar n. 123, de 2006 e no Decreto n. 6.204, de 2007.

XXI – A possibilidade de prorrogação contratual para os serviços continuados,


respeitado o disposto no art. 57, inciso II da Lei n. 8.666, de 1993.

XXII – O critério de reajuste de preços, observado o disposto no artigo 40, inciso XI,
da Lei n. 8.666, de 1993.

XXIII – Disposição de que a licitante, Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte, que


venha a ser contratada para a prestação de serviços mediante cessão de mão de obra não
Para comprovar a
poderá beneficiar-se da condição de optante pelo Simples Nacional, salvo as exceções
relação de compromissos
previstas no § 5o-C do artigo 18 da Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006.
assumidos, “[...]
XXIV – Disposição prevendo condições de habilitação econômico-financeira nos seguin-
contratada deverá
tes termos:
apresentar cópia do
ofício enviado à Receita a) Balanço patrimonial e demonstrações contábeis referentes ao último exercício social,
comprovando índices de Liquidez Geral – LG, Liquidez Corrente – LC, e Sol-
Federal do Brasil,
vência Geral – SG superiores a 1 (um).
com comprovante de
entrega e recebimento, b) Capital Circulante Líquido ou Capital de Giro (Ativo Circulante - Passivo Circu-
lante) de, no mínimo, 16,66% (dezesseis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento)
comunicando a assinatura
do valor estimado da contratação, tendo por base o balanço patrimonial e as demonstra-
do contrato de prestação
ções contábeis do último exercício social.
de serviços mediante
c) Comprovação de patrimônio líquido de 10% (dez por cento) do valor estimado da
cessão de mão de obra,
contratação, por meio da apresentação do balanço patrimonial e demonstrações contá-
até o último dia útil do beis do último exercício social, apresentados na forma da lei, vedada a substituição por
mês subsequente ao da balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais, quando
ocorrência da situação de encerrados há mais de 3 (três) meses da data da apresentação da proposta.
vedação.” (BRASIL, 2008, d) Declaração do licitante, acompanhada da 1. a declaração deve ser acompanhada da
art. 19, § 4º). relação de compromissos assumidos, Demonstração do Resultado do Exercício
conforme modelo constante do Anexo – DRE, relativa ao último exercício social;
VIII, de que um doze avos dos contratos e
firmados com a Administração Pública e/
ou com a iniciativa privada vigentes na 2. caso a diferença entre a declaração e a
data apresentação da proposta não é supe- receita bruta discriminada na Demons-
rior ao patrimônio líquido do licitante que tração do Resultado do Exercício – DRE
poderá ser atualizado na forma descrita na apresentada seja superior a 10% (dez por
alínea “c”, observados os seguintes requi- cento), para mais ou para menos, o licitan-
sitos: te deverá apresentar justificativas.

e) Certidão negativa de feitos sobre falência, recuperação judicial ou recuperação


extrajudicial, expedida pelo distribuidor da sede do licitante.

118
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

a) os atestados ou declarações de
capacidade técnica apresentados pelo
licitante devem comprovar aptidão para
desempenho de atividade pertinente e
compatível em características, quantida-
XXV – Disposição prevendo condições de des e prazos com o objeto de que trata o
habilitação técnica nos seguintes ter- processo licitatório; e
mos:
b) os atestados de capacidade técnico-ope-
racional deverão referir-se a serviços pres-
tados no âmbito de sua atividade econômi-
ca principal ou secundária especificadas no
contrato social vigente.

XXVI – Disposição que caracterize como falta grave, compreendida como falha na exe-
cução do contrato, o não recolhimento do FGTS dos empregados e das contri-
buições sociais previdenciárias, bem como o não pagamento do salário, do
vale-transporte e do auxílio alimentação, que poderá dar ensejo à rescisão
do contrato, sem prejuízo da aplicação de sanção pecuniária e da declaração de impedi-
mento para licitar e contratar com a União, nos termos do artigo 7º da Lei n. 10.520, de
17 de julho de 2002.

Quadro 19: Elementos do Edital para Contratação de Serviços, Conforme


Artigo 19 da Instrução Normativa n. 2/2008
Fonte: Elaborado pelos autores deste livro

Alteração relevante da Instrução Normativa n. 05/2017:


essa Instrução Normativa não estabeleceu em seu texto as cláusulas
obrigatórias, mas determinou a utilização dos modelos de minutas
padronizados de editais e contratos da Advocacia-Geral da União
Alteração relevante da
(BRASIL, 2017, art. 35).
Instrução Normativa
Observe ainda que nestes tipos de contratação, os editais po- n. 05/2017. O assunto
dem estabelecer passou a ser tratado
nos artigos 53 e nos
[...] como condição para as eventuais repactuações, que o seguintes.
contratado se comprometerá a aumentar a garantia prestada
com os valores providos pela Administração e que não foram
utilizados para o pagamento de férias. (BRASIL, 2008, art.
19, § 1º).

Assunto não abordado


Para aferição da habilitação técnica, ou julgamento da prova expressamente na
técnica, quando utilizado critério técnica e preço, a Instrução Nor- Instrução Normativa n.

mativa n. 02/2008 veda as seguintes ocorrências: 05/2017.

119
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

[...] § 2º [...]
I – exigir ou atribuir pontuação para mais de um atestado
comprobatório da experiência do licitante no mesmo critério
de avaliação;
II – a pontuação de atestados que foram exigidos para fins de
habilitação;
III – exigir ou atribuir pontuação para qualificação que seja
incompatível ou impertinente com a natureza ou a complexi-
dade do serviço ou da atividade a ser executada; e
IV – exigir ou atribuir pontuação para a alocação de profissio-
nais de nível e qualificação superior ou inferior aos graus de
complexidade das atividades a serem executadas, devendo-se
exigir a indicação de profissionais de maior qualificação ape-
nas para as tarefas de natureza complexa; e
V – exigir ou atribuir pontuação para experiência em ativida-
des consideradas secundárias ou de menor relevância para a
Assunto abordado pela execução do serviço. (BRASIL, 2008, art. 19, § 2º).
Instrução Normativo n.
05/2017 nos artigos 10 Quando o edital admitir a participação de cooperativas, observar
a 13. o disposto no § 3º do artigo 19 da Instrução Normativa n. 02/2008.
Assunto não abordado
Além das condições acima expostas, a Administração Pública
expressamente na
Instrução Normativa n. poderá realizar mais exigências endereçadas ao licitante, conforme
05/2017. disposto nos parágrafos 5º e 6º do artigo 19 da Instrução Normativa
n. 02/2008:

[...] § 5º Na contratação de serviços continuados, a Adminis-


tração Pública poderá exigir do licitante:
I – de que tenha executado serviços de terceirização compa-
tíveis em quantidade com o objeto licitado por período não
inferior a 3 (três) anos; e
II – declaração de que o licitante instalará escritório em local
(cidade/município) previamente definido pela Administra-
ção, a ser comprovado no prazo máximo de 60 (sessenta) dias
contado a partir da vigência do contrato.
§ 6º Para a comprovação da experiência mínima de 3 (três)
anos prevista no inciso I do § 5º, será aceito o somatório de
atestados. (BRASIL, 2008, art. 18).

120
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

A comprovação de experiência do licitante varia de acordo com


Assunto não abordado
o número de postos de trabalhos envolvidos na contratação, conforme
expressamente na
parágrafos 7º e 8º do artigo 19 da Instrução Normativa n. 02/2008, Instrução Normativa n.
vejamos o quadro a seguir: 05/2017.

Número de postos
Regra a ser cumprida
de trabalho que se Exemplo:
pelo licitante
pretende contratar

Comprovar que tenha


Edital para 80 postos,
executado contrato (s)
comprovação de con-
Mais de 40 postos com no mínimo 50% do
trato anterior de no
número de postos a ser
mínimo 40 postos.
contratado.

Edital para 30 postos,


Comprovar que tenha
comprovação de con-
40 postos ou menos executado contrato com
trato anterior de no
no mínimo 20 postos.
mínimo 20 postos.

Atenção: a Instrução Normativa n. 2/2008 admite a soma de atesta-


dos, desde que compatíveis com o objeto licitado e em período não
inferior a 3 anos (BRASIL, 2008, art. 19, § 12).

Quadro 20: Comprovação de Experiência Conforme o Número de Postos de


Trabalho Previstos no Edital, conforme §§ 7º e 8º do artigo 19 da Instrução
Normativa n. 02/2008
Fonte: Elaborado pelos autores deste livro

Os atestados somente serão aceitos se expedidos após o tér-


Assuntos não abordados
mino do contrato que lhe deu causa, ou após decorrido um ano do
expressamente na
início da execução, salvo se celebrado para prazo inferior (BRASIL, Instrução Normativa n.
2008, art. 19, § 9º). Ainda sobre atestados, observar que 05/2017.

O licitante deve disponibilizar todas as informações necessá-


rias à comprovação da legitimidade dos atestados solicitados,
apresentando, dentre outros documentos, cópia do contrato
que deu suporte à contratação, endereço atual da contratante
e local em que foram prestados os serviços. (BRASIL, 2008,
art. 19, § 10).

121
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

Observe o que estabelece


o parágrafo 2º do artigo Justificadamente, a depender da especificidade do ob-
2º da CLT: sempre jeto a ser licitado, os requisitos de qualificação técni-
que uma ou mais
ca e econômico-financeira constantes no artigo 19 da
empresas, embora
tendo cada uma delas Instrução Normativa n. 2/2008 poderão ser adapta-
personalidade jurídica dos, suprimidos ou acrescidos de outros considerados
própria, estiverem sob
importantes para a contratação, observado o disposto
a direção, controle ou
administração de outra,
nos artigos 27 a 31 da Lei Geral de Licitações (BRASIL,
constituindo grupo 2008, art. 19, § 11). Assunto não abordado expressa-
industrial, comercial mente na Instrução Normativa n. 05/2017.
ou de qualquer outra
atividade econômica,
serão, para os efeitos
da relação de emprego, Uma das grandes preocupações do gestor público ao contratar
solidariamente
serviços continuados é assegurar-se que o contratado cumprirá as
responsáveis a empresa
principal e cada uma das exigências das normas trabalhistas, pois o Judiciário já reconheceu
subordinadas. que o Estado responde solidariamente pelos débitos trabalhistas
das empresas contratadas para prestação de serviços terceirizados.
Por isso, à Instrução Normativa n. 2/2008 foi incluído o artigo 19-A,
Assunto não abordado vejamos:
expressamente na
Instrução Normativa n. O edital deverá conter ainda as seguintes regras para a garan-
05/2017. tia do cumprimento das obrigações trabalhistas nas contra-
tações de serviços continuados com dedicação exclusiva de
mão de obra:
I – previsão de provisionamento de valores para o pagamento
das férias, 13º (décimo terceiro) salário e verbas rescisórias
aos trabalhadores da contratada, que serão depositados pela
Administração em conta vinculada específica, conforme o
disposto no Anexo VII desta Instrução Normativa;
a) (revogado) (Revogado pela Instrução Normativa n. 3, de
24 de junho de 2014);
b) (revogado) (Revogado pela Instrução Normativa nº 3, de
24 de junho de 2014);
c) (revogado) (Revogado pela Instrução Normativa nº 3, de
24 de junho de 2014);

122
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

d) ao final da vigência do contrato, para o pagamento das ver-


bas rescisórias;
e) (revogado pela Instrução Normativa 06, de 23 de dezem-
bro de 2013).
II – (revogado pela Instrução Normativa 06, de 23 de dezem-
bro de 2013).
III – Previsão de que o pagamento dos salários dos empre-
gados pela empresa contratada deverá ser feito por depósito
bancário, na conta dos empregados, em agências situadas na
localidade ou região metropolitana em que ocorre a prestação
dos serviços.
IV – A obrigação da contratada de, no momento da assinatu-
ra do contrato, autorizar a Administração contratante a reter,
a qualquer tempo, a garantia na forma prevista na alínea “k”
do inciso XIX do art. 19 desta Instrução Normativa.
V – A obrigação da contratada de, no momento da assinatu-
ra do contrato, autorizar a Administração contratante a fazer
o desconto nas faturas e realizar os pagamentos dos salários
e demais verbas trabalhistas diretamente aos trabalhado-
res, bem como das contribuições previdenciárias e do FGTS,
quando estes não forem adimplidos.
VI – Disposição prevendo que a contratada deverá viabilizar,
no prazo de 60 (sessenta) dias, contados do início da presta-
ção dos serviços, a emissão do Cartão Cidadão expedido pela
Caixa Econômica Federal para todos os empregados.
VII – Disposição prevendo que a contratada deverá viabi-
lizar, no prazo de 60 (sessenta) dias, contados do início da
prestação dos serviços, o acesso de seus empregados, via in-
ternet, por meio de senha própria, aos sistemas da Previdên-
cia Social e da Receita do Brasil, com o objetivo de verificar se
as suas contribuições previdenciárias foram recolhidas.
VIII – Disposição prevendo que a contratada deverá oferecer
todos os meios necessários aos seus empregados para obten-
ção de extrato de recolhimento sempre que solicitado pela
fiscalização.
§ 1º Os valores provisionados na forma do inciso I somente
serão liberados para o pagamento das verbas de que trata e
nas seguintes condições:
I – parcial e anualmente, pelo valor correspondente ao 13º
(décimo terceiro) salário dos empregados vinculados ao con-
trato, quando devido;

123
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

II – parcialmente, pelo valor correspondente às férias e a um


terço de férias previsto na Constituição, quando do gozo de
férias pelos empregados vinculados ao contrato;
III – parcialmente, pelo valor correspondente ao 13º (déci-
mo terceiro) salário proporcional, férias proporcionais e à
indenização compensatória porventura devida sobre o FGTS,
quando da dispensa de empregado vinculado ao contrato; e
IV – ao final da vigência do contrato, para o pagamento das
verbas rescisórias.
§ 2º Os casos de comprovada inviabilidade de utilização da
conta vinculada deverão ser justificados pela autoridade
competente.
§ 3º Em caso de impossibilidade de cumprimento do dispos-
to no inciso III do caput deste artigo, a contratada deverá
apresentar justificativa, a fim de que a Administração possa
verificar a realização do pagamento. (Incluído pela Instrução
Normativa nº 6, de 23 de dezembro de 2013)
§ 4º O saldo existente na conta vinculada apenas será libera-
do com a execução completa do contrato, após a comprova-
ção, por parte da empresa, da quitação de todos os encargos
trabalhistas e previdenciários relativos ao serviço contratado.
§ 5º Quando não for possível a realização dos pagamentos
a que se refere o inciso V do caput deste artigo pela própria
administração, esses valores retidos cautelarmente serão
depositados junto à Justiça do Trabalho, com o objetivo de
serem utilizados exclusivamente no pagamento de salários e
Assunto não abordado das demais verbas trabalhistas, bem como das contribuições
expressamente na sociais e FGTS. (BRASIL, 2008, art. 19-A).
Instrução Normativa n.
05/2017. Por fim, atentar para as exigências proibidas nos editais
para contratação de serviços:

‰‰
Fixar o quantitativo de mão de obra a ser utilizado na
prestação do serviço, devendo sempre adotar unidade
de medida que permita a quantificação da mão de obra
que será necessária à execução do serviço.
‰‰
Fixar os benefícios, ou seus valores, a serem concedidos
pela contratada aos seus empregados, devendo adotar
os benefícios e valores previstos em acordo, dissídio

124
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

ou convenção coletiva, como mínimo obrigatório,


quando houver.
‰‰
Exigir o fornecimento de bens ou serviços não perti-
nentes ao objeto a ser contratado sem que exista uma
justificativa técnica que comprove a vantagem para a
Administração.
‰‰
Exigir qualquer documento que configure compromisso
de terceiro alheio à disputa.
‰‰
Exigir comprovação de filiação a Sindicato ou a Asso-
ciação de Classe, como condição de participação na
licitação, exceto quando a lei exigir a filiação a uma
Associação de Classe como condição para o exercício
da atividade, como nos casos das profissões regula-
mentadas em Lei, tais como a advocacia, engenharia,
medicina e contabilidade.
‰‰
Exigir comprovação de quitação de anuidade junto a
entidades de classe como condição de participação.
‰‰
Exigir certidão negativa de protesto como documento
habilitatório.
‰‰
Fixar a obrigação do contratante de ressarcir as des-
pesas de hospedagem e transporte dos trabalhadores
da contratada designados para realizar serviços em
unidades fora da localidade habitual de prestação
dos serviços que não estejam previstos nem orçados
no contrato.
‰‰
Fixar quantitativos ou valores mínimos para custos
variáveis decorrentes de eventos futuros e imprevisíveis,
tais como o quantitativo de vale transporte a ser forne-
cido pela eventual contratada aos seus trabalhadores,
ficando a contratada com a responsabilidade de prover
o quantitativo que for necessário, conforme dispõe o

125
Unidade 3 – Projeto Básico, Termo de Referência e Edital no Âmbito dos Serviços Continuados

Assunto não abordado art. 23 da Instrução Normativa n. 2/2008 (BRASIL,


expressamente na
2008, art. 20).
Instrução Normativa n.
05/2017. ‰‰
As exigências de comprovação de propriedade, apresen-
tação de laudos e licenças de qualquer espécie só serão
devidas pelo vencedor da licitação; dos proponentes
poder-se-á requisitar tão somente declaração de dis-
ponibilidade ou de que a empresa reúne condições de
apresentá-los no momento oportuno (BRASIL, 2008,
art. 20, § 1º).

Complementando...

„„ Para fixar o conteúdo abordado nesta Unidade, sugerimos que você leia
a Instrução Normativa n. 05/2017, disponível em: <https://www.compras-
governamentais.gov.br/index.php/legislacao/instrucoes-normativas/760-
-instrucao-normativa-n-05-de-25-de-maio-de-2017>. Acesso em: 4 ago. 2017.

126
Resumo

RESUMO

Nessa Unidade, começamos analisando os critérios


para a contratação dos serviços continuados, nos termos
da Instrução Normativa n. 02/2008, do Ministério do Pla-
nejamento. Observamos que a terceirização dos serviços
continuados não pode, como regra, abranger as atividades
típicas das categorias funcionais. Foram abordados os re-
quisitos previstos na legislação para a elaboração do Projeto
Básico e do Termo de Referência em serviços continuados.
Tratamos da importância do Acordo de Níveis de Serviços.
Por fim, lidamos com o edital nos serviços continuados,
seus elementos ou cláusulas obrigatórias e as exigências
e/ou cláusulas proibidas.

Muito bem, concluímos a Unidade 3. Estamos nos enca-


minhado para o final do curso. Não deixe de conferir o seu
aprendizado. Para tanto, realize as atividades propostas a
seguir. Caso tenha dificuldades, entre em contato com o
seu tutor, ele está preparado para ajudá-lo.
Bons estudos!

127
Atividades de Aprendizagem

Atividades de Aprendizagem

1. O que são os serviços continuados?

a) São aqueles que substituem as atividades es-


senciais ao cumprimento da missão institucio-
nal do órgão ou entidade.
b) São as atividades essenciais ao cumprimento
da missão institucional do órgão ou entidade
pública.
c) São aqueles que apoiam a realização das ativi-
dades essenciais ao cumprimento da missão
institucional do órgão ou entidade.
d) Nenhuma das alternativas.

2. Observe as seguintes cláusulas de edital de licitação para


contratação de serviços e marque Verdadeiro (V) para aquelas
que podem fazer parte do Edital ou Falso (F) para aquelas que
não podem, considerando a Instrução Normativa n. 2/2008:

(( ) As atividades de solicitação e avaliação de serviços não


poderão ser realizadas pela contratada para a realização
dos serviços.
(( ) O prazo de vigência contratual é de 10 meses, podendo
ser prorrogado, caso haja conveniência e oportunidade
para a Administração.
(( ) O pagamento será realizado mesmo se a contratada não
atender às metas na execução do serviço, tal qual definido
pelo Acordo de Níveis de Serviço.
(( ) O contrato de serviço continuado com dedicação exclu-
siva de mão de obra será considerado executado com-
pletamente, mesmo que a contratada deixar débitos de
obrigações trabalhistas referente à mão de obra utilizada.

128
Atividades de Aprendizagem

(( ) A contratada deverá conceder ao motorista constante


no seu quadro de empregados o valor fixo mensal de R$
1.500,00, ainda que o piso previsto em acordo coletivo
seja de R$ 1.200,00.

3. O Departamento de Trânsito do Estado X é responsável


pelo licenciamento de veículos terrestres, pela concessão de
habilitação para dirigir e pelo registro e aplicação de multas
de trânsito. Assim que nomeado pelo Governador do Estado
X, o novo Diretor desse órgão decidiu iniciar as seguintes
licitações: a) contratação do serviço de copeiragem para o
seu gabinete; b) contratação do serviço de segurança do
prédio do Departamento, dos servidores e dos usuários; c)
contratação de empresa para licenciar motocicletas. Per-
guntamos inicialmente, à luz da Legislação Federal (Decreto
n. 2.271/1997 e Instrução Normativa n. 2/2008) o que são
serviços continuados que poderão ser executados indire-
tamente pela Administração? Qual o conceito de serviços
continuados? Qual das atividades a ser licitadas pelo Diretor
no exemplo, não é considerada serviço continuado que pre-
ferencialmente deverá ser executado por terceirização? Por
quê? A copeiragem seria atividade considerada um serviço
continuado? Por quê?

______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________

4. Faça uma leitura atenta do Acórdão n. 727/2009, Plená-


rio do Tribunal de Contas da União, disponível em <www.
tcu.gov.br>.

129
4
UNIDADE
Elaboração de Projetos Básicos
para Contratação de Serviços
Objetivo
Nesta Unidade, você vai:

„„ Entender a fundamental importância do planejamento antes das licitações e das contratações administrativas,
analisando os procedimentos e as principais práticas a serem observadas na elaboração do Projeto Básico e do
Termo de Referência.
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

Planejamento das Licitações

Caro participante,
Estamos quase chegando ao fim deste curso, esta é a últi-
ma Unidade. Você já é quase um expert em elaboração de
Projetos Básicos, Termos de Referência e Editais. Precisa-
mos agora praticar e exercitar os conhecimentos até então
estudados. Nessa derradeira etapa, trataremos da impor-
tância do planejamento quando a Administração pretende
licitar. Você sabia que a fase de planejamento costuma ser
ignorada em grande parte dos procedimentos licitatórios
e que isso acaba trazendo sérios prejuízos futuros? Desse
modo, vamos concluir o nosso estudo com uma atenção
especial com relação às práticas voltadas à elaboração do
Projeto Básico, do Termo de Referência e do Edital, anali-
sando também algumas questões especiais que interferem
nesse processo.
Vamos lá! Então, ao trabalho!

Antes de Tudo, Planejar!

Antes de iniciar uma licitação, com as suas fases interna e


externa, o administrador público dever empreender o adequado
planejamento. É a chamada fase preliminar de licitação.

1 Planejamento
2 Fase interna 3 Fase externa
(Fase preliminar)

Elaboração do Projeto Publicação do Edital


Estudos das necessidades
Básico ou Termo de
Orçamento Referência Sessão de julgamento
(pesquisas de preço) Contratação
Elaboração do Edital

Quadro 21: Planejamento da Licitação


Fonte: Elaborado pelos autores deste livro

133
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

Nesse sentido, segue a seguinte recomendação do Tribunal


de Contas da União, na publicação Obras públicas, recomendações
básicas para a contratação e fiscalização e obras públicas:

As etapas incluídas na fase preliminar à licitação são de funda-


mental importância para a tomada da decisão de licitar, apesar
de, muitas vezes, serem menosprezadas. Elas têm o objetivo de
identificar necessidades, estimar recursos e escolher a melhor
alternativa para o atendimento dos anseios da sociedade local.
Passar para as demais fases de uma licitação sem a sinalização
positiva da viabilidade do empreendimento – obtida na eta-
pa preliminar – pode resultar no desperdício de recursos
públicos pela impossibilidade de execução da obra,
por dificuldades em sua conclusão ou efetiva futura utilização.
Antes de se tomar a decisão de iniciar novo empreendimento,
é importante lembrar o que a Lei de Responsabilidade Fiscal
estabelece no artigo a seguir: Art. 45. [...] a lei orçamentária e
as de créditos adicionais só incluirão novos projetos após ade-
quadamente atendidos os em andamento e contempladas as
despesas de conservação do patrimônio público [...] (BRASIL,
2013c, p. 12-13, grifos nossos).

Uma compra ou aquisição de serviço nasce de uma necessida-


de pública, que deve ser corretamente mensurada para subsidiar a
orçamentação da licitação, a escolha do momento da contratação, do
local, do momento e da periodicidade da entrega do objeto e demais
aspectos relevantes.

Observe que toda informação gerada pelo planejamen-


to deve ser levada em consideração na elaboração do
Projeto Básico ou Termo de Referência.

O planejamento também diz respeito, justamente, à previsão


dos recursos financeiros e orçamentários para realizar a futura con-
tratação. No setor público, toda despesa deve estar prevista no

134
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

orçamento. Estamos falando da Lei Orçamentária Anual (LOA), do


Plano Plurianual (PPA) e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Acesse todas essas
leis em: <http://
É importante lembrá-lo também da Lei Complementar n. 101, 4 de
www2.camara.leg.br/
maio de 2000, chamada de Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), atividade-legislativa/
que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a respon- orcamentobrasil/
cidadao/entenda/
sabilidade na gestão fiscal.
cursopo/planejamento.
Observe o quadro a seguir: html>. Acesso em: 27
jan. 2017.
Para os fins da LRF, considera-se:
Esta lei pode ser
Adequada com a lei orçamentária anual (LOA), a despesa objeto de do- acessada em: <http://
tação específica e suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de www.planalto.gov.br/
forma que somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar, ccivil_03/leis/LCP/
previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites estabe-
Lcp101.htm>. Acesso
lecidos para o exercício.
em: 27 jan. 2017.
Compatível com o plano plurianual (PPA) e a lei de diretrizes orça-
mentárias (LDO), a despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos,
prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não infrinja qualquer de
suas disposições.

Quadro 22: Lei de Responsabilidade Fiscal, LOA, PPA e LDO


Fonte: Brasil (2000c, art. 16)

Erros de planejamento levam a problemas nas aquisições públi-


cas; em outras palavras, os resultados esperados acabam não
sendo alcançados. Por exemplo, imaginemos um órgão público
que não tem muita variação nas quantidades de papel utilizadas
de um ano para o outro. Se o levantamento do número de resmas
de papel A4 utilizados no ano base for falho (ao desconsiderar o
consumo de vários setores do órgão), e esse dado servir de suporte
para a elaboração do termo de referência da compra de papel para o
ano seguinte, certamente teremos um contrato que não atenderá as
necessidades do órgão nos seus quantitativos. Seja pela falta ou pela
sobra de papel, teremos uma ineficiência.
No caso de obras públicas, o planejamento ganha ainda maior
relevância. Digamos que determinado município detectou a ne-
cessidade de construir um novo hospital em seu território. Alguém
poderia pensar que basta um “bom projeto básico” e uma “boa exe-

135
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

cução da obra” para que se tenha sucesso no empreendimento; mas


se esquece de que para o funcionamento do hospital são necessários
alocação de equipamentos e de pessoal, por exemplo. Em resumo,
o que adianta boa estrutura se não for contratado pessoal adequado
para lá trabalhar.
Quando se trata de serviços continuados, o planejamento é
igualmente relevante. A própria Instrução Normativa n. 02/2008
assim preconiza:

As contratações de que trata esta Instrução Normativa deve-


rão ser precedidas de planejamento, em harmonia com o
planejamento estratégico da instituição, que estabele-
ça os produtos ou resultados a serem obtidos, quantidades e
prazos para entrega das parcelas, quando couber.
Parágrafo único. O planejamento de que trata o caput, quan-
do dispor sobre serviços de natureza intelectual, deverá ob-
servar ainda as seguintes diretrizes:
I – (revogado). (Revogado pela Instrução Normativa nº 3, de
16 de outubro de 2009).
II – definir papéis e responsabilidades dos atores e áreas en-
volvidas na contratação, tais como:
a) ateste dos produtos e serviços;
b) resolução de problemas;
c) acompanhamento da execução dos trabalhos;
d) gerenciamento de riscos;
e) sugestão de aplicação de penalidades;
f) avaliação da necessidade de aditivos contratuais; e
g) condução do processo de repactuação, quando for o caso.
(BRASIL, 2008, art. 2º, grifos nossos).

Nesse ponto, a Instrução Normativa n. 05/2017 traz


importante novidade. Ela determina a obrigatorieda-
de da fase de Planejamento da Contratação (art. 20, I),
desmembrando-a nas etapas de Estudos Preliminares,
Gerenciamento de Riscos e Termo de Referência ou Pro-
jeto Básico (BRASIL 2017, art. 20).

136
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

É importante lembrar ainda que segundo a Instrução Norma-


tiva n. 02/2008, o Projeto Básico ou Termo de Referência deverá
conter “[...] conexão entre a contratação e o planejamento existente,
sempre que possível” (BRASIL, 2008, art. 15, I, c). Pela Instrução
Normativa n. 05/2017, “[...] o Projeto Básico ou Termo de Refe- Alteração relevante da
Instrução Normativa n.
rência deverá ser elaborado a partir dos Estudos Preliminares, do
05/2017.
Gerenciamento de Risco” (BRASIL, 2017, art. 28).

Com isso em mente, passaremos para a fase propriamente


dita de elaboração do Projeto Básico ou Termo de Referência.
Fique atento e entre em contato com seu tutor se precisar!

Prática da Elaboração do Projeto Básico


ou do Termo de Referência

Chegamos à parte prática do curso, em que colocaremos em uso


os conceitos e explicações teóricas desenvolvidos até aqui. De fato,
traremos a seguir um resumo do conteúdo já explanado, mas com
a finalidade de auxiliar na tarefa de elaboração do Projeto Básico ou
Termo de Referência.
Primeiramente, cabe ressaltar que o Projeto Básico ou Termo
de Referência devem ser elaborados pelo setor que requisita
a abertura da licitação. Em algumas situações, a elaboração deste
documento exigirá a atuação de um profissional legalmente ha-
bilitado, como é o caso de projeto básico de engenharia.
Com o autor definido, partiremos para a definição do pro-
blema e de sua solução. A solução nada mais é do que o objeto!
Exemplos: contratar a elaboração de serviço de copeiragem; adquirir
certo número de cadeiras, etc.

137
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

Verificar se não se trata de contratação que demande


‰‰
adequação a normas especiais. Por exemplo, traze-
mos os casos de contratação de serviço continuado
e de soluções de tecnologia da informação, em
que é obrigatória a consulta e observância respec-
tivamente da Instrução Normativa n. 02/2008 (ou
Instrução Normativa n. 05/2017, quando esta entrar
em vigor) e da Instrução Normativa n. 4/2014, ambas
do Ministério do Planejamento.
Elaborar a justificativa, expondo os motivos que
‰‰
levaram à escolha do objeto.
Especificar ou detalhar a solução (objeto). O Es-
‰‰
tado precisa do serviço ou bem mais adequado a suas
necessidades, enquanto que o interessado precisa do
maior número possível de elementos para decidir se
participará ou não na licitação e para possibilitar a
elaboração da sua proposta. O detalhamento ex-
cessivo, contudo, não deve ser realizado, pois limita
a competitividade. Ao especificar o objeto, quem
elabora o PB ou TR deve se atentar também para:
‰‰a necessidade ou não de incluir marca, como re-
ferência na especificação;
‰‰a necessidade ou não de parcelar a compra ou a
execução de obras e serviços;
‰‰a possibilidade ou não de reunir licitações diferentes

em um mesmo edital, que é a licitação por itens;


‰‰a necessidade ou não de pedir amostra ou protótipo

do bem a ser adquirido;


‰‰a necessidade de exigir na fase de habilitação a vistoria.

Realizar estimativa de custos, utilizando preços de


‰‰
mercado (pesquisa de preços). Jamais usar preços

138
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

desatualizados, ou preços praticados em licitações


anteriores apenas corrigidos monetariamente, ainda
que por índices oficiais.
Elaborar cronograma físico financeiro, se for o caso.
‰‰
Definir as condições de recebimento do objeto.
‰‰
Definir o prazo de execução do objeto.
‰‰
Definir as responsabilidades das partes.
‰‰
Definir o procedimento de gerenciamento e fisca-
‰‰
lização.
‰‰
Definir outros elementos para o Projeto Básico ou
Termo de Referência que se façam necessários.

Ao final, o documento deve ser aprovado pela autoridade


competente. Em continuidade ao proposto neste trabalho, trazemos
Projeto Básico com os elementos que estudamos na Unidade 2 deste
curso, quais sejam:

‰‰
definição do objeto;
‰‰
justificativa;
‰‰
especificação do objeto/serviço;
‰‰
responsabilidades das partes;
‰‰
estimativa de custos;
‰‰
cronograma físico-financeiro;
‰‰
condições de recebimento;
‰‰
prazo de execução;
Você pode acessar este
‰‰
procedimento de gerenciamento e fiscalização. Edital em: <http://www.
comprasgovernamentais.
Eis um exemplo de Termo de Referência para prestação de
gov.br/menu-de-apoio/
serviços. Trata-se de adaptação ao Termo de Referência elaborado placar-de-licitacoes>.
pelo Núcleo Estadual do Ministério da Saúde em Goiás, no Edital de Acesso em: 27 jan. 2017.

Pregão Eletrônico n. 01/2017

139
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

1.1. Contratação de serviço de natureza continuada para ma-

1. Definição
do objeto;
nutenção preventiva e corretiva, instalação e desinstalação de apa-
relhos de ar condicionado modelo split e janela, com fornecimento
de mão de obra especializada e de materiais sob demanda, confor-
me regras nestes edital e anexos e neste Termo de Referência.

2.1. A contratação prevê a manutenção preventiva e correti-


va, instalação e desinstalação dos aparelhos de ar condicionado
do CONTRANTE, visando à antecipação dos problemas e correção
dos defeitos que surgirem, garantindo condições adequadas para
seu uso, funcionamento e prolongando a vida útil dos equipamen-
tos. Tais medidas visam resguardar os ativos e demons-
tram zelo ao patrimônio público.
2.2. Considerando tratar-se de atividade meio e que
na estrutura das Carreiras do Ministério da Saúde ine-
xistem cargos referentes à execução das atividades de
manutenção e conservação de sistemas e aparelhos de ar
condicionado, e que a eventual atribuição dessas tarefas a fun-
cionários sem a necessária qualificação profissional representaria
sério risco ao patrimônio público, à integridade física dos próprios
funcionários e do próprio público, faz-se necessário a contratação
de empresa especializada com objetivo de proporcionar aos cola-
boradores e usuários dos ambientes no âmbito do CONTRANTE os
2. Justificativa;

níveis mínimos de qualidade do ar através de manutenção preven-


tiva e corretiva dos sistemas de climatização.
2.3. Cumprir o disposto pela Portaria n. 3.523, de 28/08/98,
do Ministério da Saúde, que contém medidas básicas referentes
aos procedimentos de verificação visual do estado de limpeza, re-
moção de sujeiras por métodos físicos, manutenção do estado de
integridade e eficiência de todos os componentes dos sistemas de
climatização para garantir a qualidade do ar de interiores e preven-
ções dos riscos à saúde dos ocupantes de ambientes climatizados.
2.4. Garantir as condições ideais de funcionamento dos equi-
pamentos de informática e manter a qualidade do ar de interiores
em ambientes climatizados, garantindo o bem-estar, o conforto e a
produtividade dos servidores, objetivando evitar o absenteísmo ao
trabalho dos ocupantes desses ambientes e a ocorrência e o agra-
vamento de problemas de saúde.
2.5. O serviço a ser contratado é de caráter continuado
sem dedicação exclusiva de mão de obra. De acordo com
o artigo 6º da Instrução Normativa n. 2, de 30/04/2008,
os serviços continuados “[...] são aqueles que apoiam a realização
das atividades essenciais ao cumprimento da missão institucional
do Órgão [...]”, portanto, não são definidos por sua dimensão, mas
por sua natureza.

140
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

2.6. Os itens foram reunidos em Grupo visando garantir a me-

2. Justificativa;
lhor viabilidade técnica favorecendo: o melhor acompanhamento
da execução dos serviços pela empresa vencedora, cobrança da
garantia pelos serviços executados, celeridade nos consertos dos
equipamentos.

Item 1. Manutenção preventiva e corretiva em 69 aparelhos de ar


3. Especificação
do objeto/ser-

condicionado modelo split e janela.


Item 2. Instalação e desinstalação de aparelhos de ar condicionado
viço;

modelo split e janela, com fornecimento dos materiais necessários


para esse serviço.
Item 3. Peças para manutenção estimativa.

4.1 Obrigações da contratante


4.1.1. Exigir o cumprimento de todas as obrigações assumidas
pela CONTRATADA, de acordo com as cláusulas contratuais e os
termos de sua proposta;
4.1.2. Exercer o acompanhamento e a fiscalização dos serviços,
por servidor especialmente designado, anotando em registro próprio
as falhas detectadas, indicando dia, mês e ano, bem como o nome dos
empregados eventualmente envolvidos, e encaminhando os aponta-
mentos à autoridade competente para as providências cabíveis;
4. Responsabilidades das partes;

4.1.3. Notificar a Contratada por escrito da ocorrência de even-


tuais imperfeições no curso da execução dos serviços, fixando pra-
zo para a sua correção;
4.1.4. Não permitir que os empregados da CONTRATADA re-
alizem horas extras, exceto em caso de comprovada necessidade
de serviço, formalmente justificada pela autoridade do órgão para
o qual o trabalho seja prestado e desde que observado o limite da
legislação trabalhista;
4.1.5. Pagar à CONTRATADA o valor resultante da prestação do
serviço, no prazo e condições estabelecidas no Edital e seus anexos;
4.1.6. Efetuar as retenções tributárias devidas sobre o valor da
Nota Fiscal/Fatura fornecida pela CONTRATADA, em conformi-
dade com o art. 36, §8º da IN SLTI/MPOG N. 02/2008.
4.2 Obrigações da Contratada
4.2.1. Executar os serviços conforme especificações deste Ter-
mo de Referência e de sua proposta, com a alocação dos empre-
gados necessários ao perfeito cumprimento das cláusulas contra-
tuais, além de fornecer os materiais e equipamentos, ferramentas
e utensílios necessários, na qualidade e quantidade especificadas
neste Termo de Referência e em sua proposta;

141
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

4.2.2. Reparar, corrigir, remover ou substituir, às suas expen-


sas, no total ou em parte, no prazo fixado pelo fiscal do contrato, os
serviços efetuados em que se verificarem vícios, defeitos ou incor-
reções resultantes da execução ou dos materiais empregados;
4.2.3. Responsabilizar-se pelos vícios e danos decorrentes da
execução do objeto, de acordo com os artigos 14 e 17 a 27, do Có-
digo de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078, de 1990), ficando a
CONTRATANTE autorizada a descontar da garantia, caso exigida
no edital, ou dos pagamentos devidos à CONTRATADA, o valor
correspondente aos danos sofridos;
4.2.4. Utilizar empregados habilitados e com conhecimentos
básicos dos serviços a serem executados, em conformidade com as
normas e determinações em vigor;
4.2.5. Apresentar os empregados devidamente uniformizados e
identificados por meio de crachá, além de provê-los com os Equi-
pamentos de Proteção Individual - EPI, quando for o caso;
4.2.6. Apresentar à CONTRATANTE, quando for o caso, a rela-
4. Responsabilidades das partes;

ção nominal dos empregados que adentrarão o órgão para a execu-


ção do serviço;
4.2.7. Responsabilizar-se por todas as obrigações trabalhistas,
sociais, previdenciárias, tributárias e as demais previstas na legis-
lação específica, cuja inadimplência não transfere responsabilida-
de à CONTRATANTE;
4.2.8. Atender as solicitações da CONTRATANTE quanto à
substituição dos empregados alocados, no prazo fixado pelo fiscal
do contrato, nos casos em que ficar constatado descumprimento
das obrigações relativas à execução do serviço, conforme descrito
neste Termo de Referência;
4.2.9. Instruir seus empregados quanto à necessidade de acatar
as normas internas da Administração;
4.2.10. Instruir seus empregados a respeito das atividades a se-
rem desempenhadas, alertando-os a não executar atividades não
abrangidas pelo contrato, devendo a CONTRATADA relatar à Con-
tratante toda e qualquer ocorrência neste sentido, a fim de evitar
desvio de função;
4.2.11. Relatar à Contratante toda e qualquer irregularidade ve-
rificada no decorrer da prestação dos serviços;
4.2.12. Não permitir a utilização de qualquer trabalho do menor
de dezesseis anos, exceto na condição de aprendiz para os maiores
de quatorze anos; nem permitir a utilização do trabalho do menor
de dezoito anos em trabalho noturno, perigoso ou insalubre;
4.2.13. Manter durante toda a vigência do contrato, em compati-
bilidade com as obrigações assumidas, todas as condições de habi-
litação e qualificação exigidas na licitação;

142
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

4.2.14. Guardar sigilo sobre todas as informações obtidas em de-


corrência do cumprimento do contrato;
4.2.15. Arcar com o ônus decorrente de eventual equívoco no di-
mensionamento dos quantitativos de sua proposta, devendo com-
plementá-los, caso o previsto inicialmente em sua proposta não
seja satisfatório para o atendimento ao objeto da licitação, exceto
quando ocorrer algum dos eventos arrolados nos incisos do § 1º do
art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993.
4.2.16. Arcar com a responsabilidade civil por todos e quaisquer
danos materiais e morais causados pela ação ou omissão de seus
empregados, trabalhadores, prepostos o representantes, dolosa ou
culposamente, à União ou a terceiros;
4.2.17. Vedar a utilização, na execução dos serviços, de empregado
que seja familiar de agente público ocupante de cargo em comissão
ou função de confiança no órgão CONTRATANTE, nos termos do
artigo 7° do Decreto n° 7.203, de 2010, que dispõe sobre a vedação
do nepotismo no âmbito da administração pública federal;
4. Responsabilidades das partes;

4.2.18. Não transferir a terceiros, por qualquer forma, nem mes-


mo parcialmente, as obrigações assumidas, nem subcontratar
qualquer das prestações a que está obrigada;
4.2.19. Registrar, no prazo máximo de 7 (sete) dias uteis da as-
sinatura do contrato, no Conselho Regional de Engenharia, Ar-
quitetura e Agronomia – CREA competente, a devida Anotação
de Responsabilidade Técnica – ART pelos serviços objeto das pre-
sentes especificações, em nome do(s) responsável(is) técnico(s)
indicado(s) em sua habilitação técnica;
4.2.20. Reparar qualquer erro e substituir quaisquer peças, às
suas expensas, em que se verifiquem defeitos resultantes da má
execução dos serviços;
4.2.21. Levar imediatamente ao conhecimento da CONTRATAN-
TE qualquer fato extraordinário ou anormal que ocorra durante a
vigência do contrato, para adoção das medidas cabíveis;
4.2.22. Informar para efeito de controle de acesso, a relação dos em-
pregados que prestarão serviços no CONTRATANTE com os respecti-
vos números de identidade e mantê-los identificados com crachá;
4.2.23. Substituir, imediatamente, qualquer empregado que seja
considerado inconveniente à boa ordem e às normas disciplinares
do CONTRATANTE, ou cuja capacidade técnica seja considerada
insuficiente por esta;
4.2.24. Executar os serviços de forma que não interfiram no bom
andamento das rotinas de funcionamento do órgão, cujo horário
a ser estabelecido deverá atender ao interesse e conveniência da
Administração;

143
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

4.2.25. Manter todos os equipamentos, materiais e produtos ne-


cessários à execução dos serviços em perfeitas condições de uso e,
em se tratando de equipamentos elétricos, estes devem ser dotados
de sistema de proteção, de modo a evitar danos à rede elétrica da
CONTRATANTE;
4.2.26. Manter durante toda execução do contrato objeto deste
Termo de Referência, em compatibilidade com as obrigações assu-
midas, todas as condições de habilitação exigidas para contratação;
4.2.27. Utilizar na limpeza dos componentes dos equipamentos
somente produtos biodegradáveis registrados no Ministério da
Saúde, sendo proibida a utilização de substâncias classificadas
como carcinogênicas, teratogênicas e mutagênicas;
4.2.28. Nos termos do Anexo V da Instrução Normativa STLI/
MPOG nº 2, de 30/04/2008, e da Instrução Normativa STLI/
MPOG nº1, de 19/01/2010, a CONTRATADA deverá adotar as se-
guintes providências:
4. Responsabilidades das partes;

4.2.28.1. Racionalizar o uso de substâncias potencialmente tóxicas;


4.2.28.2. Substituir, sempre que possível, as substâncias tóxicas
por outras atóxicas ou de menor toxicidade;
4.2.28.3. Usar produtos de limpeza que obedeçam às classificações
e especificações determinadas pela ANVISA;
4.2.28.4.
A CONTRATADA deverá cumprir, quando do forne-
cimento de peças, o disposto no art. 5° da Instrução Normativa
SLTI/MPOG nº 01/2010 que trata dos critérios de sustentabilida-
de ambiental para aquisição de bens, a qual preconiza:
4.2.28.4.1. Que os bens sejam constituídos, no todo ou em
parte, por material reciclado, atóxico, biodegradável, conforme
ABNT NBR – 15448-1 e 15448-2;
4.2.28.4.2. Que sejam observados os requisitos ambientais para
a obtenção de certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Norma-
lização e Qualidade Industrial – INMETRO como produtos sustentáveis
ou de menor impacto ambiental em relação aos seus similares;
4.2.28.4.3. Que os bens devam ser, de preferência, acondi-
cionados em embalagem individual adequada, com o menor volu-
me possível, que utilize materiais recicláveis, de forma a garantir a
máxima proteção durante o transporte e o armazenamento;
4.2.29. Observar a Resolução CONAMA nº 20, de 07 de setembro
de 1994, quanto aos equipamentos de limpeza que gerem ruído no
seu funcionamento;
4.2.30. Na execução dos serviços, considere critérios compatíveis com
padrões de consumo social e ambientalmente sustentáveis (artigo 7º, XI,
da Lei nº. 12.305, de 2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos).

144
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

5.1. O valor global estimado por item, obedecendo os quantitativos


estimados no presente Termo de Referência [Valores fictícios]:

5. Estimativa de custos; Item 1. Manutenção preventiva e corretiva em 69 aparelhos de ar


condicionado modelo Split e janela: R$ 30.000,00
Item 2. Instalação e desinstalação de aparelhos de ar condicionado
modelo Split e janela, com fornecimento de materiais necessários
para esse serviço: R$ 4.000,00
Item 3. Estimativa de custo anual com peças para manutenção: R$
9.000,00
Valor global na vigência do contrato (12 meses): R$ 43.000,00
Valor mensal estimado: R$ 3.583,33
físico-financeiro;
6. Cronograma

A cada mês, a empresa receberá por estimativa R$ 3.583,33.

A execução dos serviços deverá ser na forma que segue:


7.1.1. Os serviços de manutenção preventiva e corretiva além da
instalação e desinstalação de aparelhos de ar condicionado (quan-
do necessárias) serão realizados no prédio onde está localizado a
CONTRATANTE, no endereço [...];
7.1.2. Os serviços de manutenção preventiva e corretiva deve-
rão ser iniciados em até 5 dias úteis após a assinatura do contrato;
7. Condições de recebimento;

7.1.3. Nos casos de manutenção preventiva a empresa realizará


uma manutenção por aparelho no intervalo máximo de 30 dias; e
7.1.4. Nos casos de manutenção corretiva sempre que for solici-
tado independente de sua frequência ou conforme disposto neste
Termo de Referência;
7.1.5. Os serviços de instalação e desinstalação de aparelhos de
ar condicionado deverão ser realizados sempre que solicitados;
7.1.6. Os serviços serão recebidos provisoriamente no prazo de 10
(dez) dias, pelo responsável pelo acompanhamento e fiscalização do
contrato, para efeito de posterior verificação de sua conformidade com
as especificações constantes neste Termo de Referência e na proposta.
7.2.1. Os serviços poderão ser rejeitados, no todo ou em parte,
quando em desacordo com as especificações constantes neste Ter-
mo de Referência e na proposta, devendo ser corrigidos/refeitos/
substituídos no prazo fixado pelo fiscal do contrato, às custas da
CONTRATADA, sem prejuízo da aplicação de penalidades.

145
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

8. Prazo de
execução;
12 (doze) meses a contar da assinatura do contrato.

9.1. O acompanhamento e a fiscalização da execução do con-


trato consistem na verificação da conformidade da prestação dos
serviços e da alocação dos recursos necessários, de forma a asse-
gurar o perfeito cumprimento do ajuste, devendo ser exercidos por
um ou mais representantes da Contratante, especialmente desig-
nados, na forma dos arts. 67 e 73 da Lei nº 8.666, de 1993, e do art.
6º do Decreto nº 2.271, de 1997.
9.2. O representante da CONTRATANTE deverá ter a experi-
ência necessária para o acompanhamento e controle da execução
dos serviços e do contrato.
9.3. A verificação da adequação da prestação do serviço de-
9. Procedimento de gerenciamento e fiscalização;

verá ser realizada com base nos critérios previstos neste Termo de
Referência.
9.4. A execução dos contratos deverá ser acompanhada e fis-
calizada por meio de instrumentos de controle, que compreendam
a mensuração dos aspectos mencionados no art. 34 da Instrução
Normativa SLTI/MPOG nº 02, de 2008, quando for o caso.
9.5. O fiscal ou gestor do contrato, ao verificar que houve
subdimensionamento da produtividade pactuada, sem perda da
qualidade na execução do serviço, deverá comunicar à autorida-
de responsável para que esta promova a adequação contratual à
produtividade efetivamente realizada, respeitando-se os limites de
alteração dos valores contratuais previstos no § 1º do artigo 65 da
Lei nº 8.666, de 1993.
9.6. A conformidade do material a ser utilizado na execução
dos serviços deverá ser verificada juntamente com o documento da
CONTRATADA que contenha a relação detalhada dos mesmos, de
acordo com o estabelecido neste Termo de Referência e na propos-
ta, informando as respectivas quantidades e especificações técni-
cas, tais como: marca, qualidade e forma de uso.
9.7. O representante da CONTRATANTE deverá promover o
registro das ocorrências verificadas, adotando as providências ne-
cessárias ao fiel cumprimento das cláusulas contratuais, conforme
o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 67 da Lei nº 8.666, de 1993.
9.8. O descumprimento total ou parcial das demais obrigações e
responsabilidades assumidas pela CONTRATADA ensejará a aplica-
ção de sanções administrativas, previstas neste Termo de Referência e
na legislação vigente, podendo culminar em rescisão contratual, con-
forme disposto nos artigos 77 e 80 da Lei nº 8.666, de 1993.

146
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

9.9. As disposições previstas nesta cláusula não excluem o


disposto no Anexo IV (Guia de Fiscalização dos Contratos de Ter-
9. Procedimento de gerenciamento e fiscalização;
ceirização) da Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 02, de 2008,
aplicável no que for pertinente à contratação.
9.10. A fiscalização da execução dos serviços abrange, ainda, as
seguintes rotinas:
9.10.1. Verificar se as manutenções preventivas estão sendo rea-
lizadas no prazo estabelecido;
9.10.2. Verificar se há falhas nas manutenções preventivas e cor-
retivas realizadas;
9.10.3. Verificar os laudos técnicos de qualidade do ar e das ma-
nutenções preventivas e corretivas realizadas;
9.10.4. Fiscalizar a aplicação de peça de reposição.
9.11. A fiscalização de que trata esta cláusula não exclui nem
reduz a responsabilidade da CONTRATADA, inclusive perante ter-
ceiros, por qualquer irregularidade, ainda que resultante de imper-
feições técnicas, vícios redibitórios, ou emprego de material inade-
quado ou de qualidade inferior e, na ocorrência desta, não implica
em corresponsabilidade da CONTRATANTE ou de seus agentes e
prepostos, de conformidade com o art. 70 da Lei nº 8.666, de 1993.

Quadro 23: Termo de Referência para Prestação de Serviços


Fonte: Portal de Compras (2017)

Observe que a Instrução Normativa n. 02/2008 sofreu alterações


introduzidas pela Instrução Normativa n. 05/2017, que deverão ser
contempladas na confecção do edital. Lembrando que, pelo artigo 29
da Instrução Normativa n. 05/2017,

Devem ser utilizados os modelos de minutas padroni-


zados de Termos de Referência e Projetos Básicos da
Advocacia-Geral União, observadas as diretrizes dispos-
tas no Anexo V, bem como os Cadernos de Logística expedi-
dos pela Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão, no que couber. (BRASIL, 2017,
art. 29, grifos nossos).

147
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

Outros exemplos de Projeto Básico e de Termo de Re-


ferência podem ser obtidos nos seguintes websites:
<http://www.sie.ufu.br/sites/sie.ufu.br/files/licita-
cao-modelo-para-projeto-basico-ou-termo-referen-
cia.pdf>;  <http://www.pra.uema.br/imagens-noti-
cias/projeto-basico-modelo-doc-1360008607.doc>;
<https://www.tjsc.jus.br/adm/formularios/dmp/pro-
jeto_basico.pdf>.

Prática da Elaboração do Edital de Licitação

Uma vez elaborado o Termo de Referência ou o Projeto Básico,


chega o momento da elaboração do Edital da Licitação. De fato, nesse
momento do curso, você pode observar que o Termo de Referência
é o “coração do Edital”, uma vez que as principais cláusulas deste já
estão delineadas por aquele.
É que ao definir o objeto e as regras principais para sua escolha,
o Termo de Referência ou Projeto Básico acaba adiantando parte do
conteúdo das cláusulas do edital.
Em sendo assim, o primeiro passo da elaboração do
Edital é receber o Projeto Básico ou Termo de Referência
concluído e aprovado pela autoridade competente.

Observe que os elementos do Termo de Referência ou do


Projeto Básico que se repetirão no Edital devem guardar
semelhança ou exatidão entre si.

148
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

Eis os nove elementos do Termo de Referência e do Projeto


Básico, estudados neste curso, que deverão também, no nosso en-
tendimento, constar no Edital de Licitação:

‰‰
definição do objeto;
‰‰
justificativa;
‰‰
especificação do objeto/serviço;
‰‰
responsabilidade das partes;
‰‰
estimativa de custos;
‰‰
cronograma físico-financeiro;
‰‰
condições de recebimento;
‰‰
prazo de execução;
‰‰
procedimento de gerenciamento e fiscalização.

Lembrando que, de acordo com a Instrução Normativa n. 05/2017,

Devem ser utilizados os modelos de minutas padronizados


de atos convocatórios e contratos da Advocacia-Geral União,
observado o disposto no Anexo VII, bem como os Cadernos
de Logística expedidos por esta Secretaria de Gestão do Mi-
nistério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, no que
couber. (BRASIL, 2017, art. 35).

Preâmbulo

Como já estudamos, o artigo 40 da LGL determina o conteúdo


mínimo do preâmbulo do edital de licitação, ao afirmar que:

[...] O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em


série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor,
o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que
será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimen-
to da documentação e da proposta, bem como para início da
abertura dos envelopes [...] (BRASIL, 1993, art. 40).

149
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

O objetivo do preâmbulo do Edital é dar ao interessado pela


licitação um resumo das informações do certame, de modo que este
poderá decidir logo se pretende ou não se aprofundar no assunto
e ler o corpo do edital. Para Marçal Justen Filho (2012, p. 609), as
informações do preâmbulo

[...] destinam-se a permitir que qualquer interessado, me-


diante simples e rasa leitura, identifique o certame, verifique
eventual interesse em de ele participar e tenha ciência acerca
do local onde poderá obter maiores informações.

Segue quadro-exemplo de preâmbulo:

EDITAL

PREGÃO ELETRÔNICO N. 01/2017


(Processo Administrativo n. ______/ano)

Torna-se público, para conhecimento dos interessados, que a União represen-


tada pelo [NOME DO SETOR, NÚCLEO OU UNIDADE], por meio do Serviço
de Gestão Administrativa, sediado na [ENDEREÇO DO ÓRGÃO], realizará li-
citação, na modalidade PREGÃO, na forma ELETRÔNICA, do tipo menor
preço, nos termos da Lei n. 10.520, de 17 de julho de 2002, do Decreto
n. 5.450, de 31 de maio de 2005, do Decreto 2.271, de 7 de julho de 1997, das
Instruções Normativas SLTI/MPOG n. 2, de 30 de abril de 2008 [ou Instrução
Normativa n. 05/2017, se esta já estiver em vigor no momento da autuação ou
registro do pedido de contratação (art. 75, parágrafo único)] e n. 02, de 11 de
outubro de 2010, da Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006, da
Lei n. 11.488, de 15 de junho de 2007, aplicando-se, subsidiariamente, a Lei n.
8.666, de 21 de junho de 1993, e as exigências estabelecidas neste Edital.

Data da sessão: dd/mm/aaaa


Horário: hh: mm (horário de Brasília-DF)
Local: Portal de Compras do Governo Federal – www.comprasgovernamentais.gov.br

Quadro 24. Exemplo de Preâmbulo de Edital de Licitação


Fonte: Adaptado de Portal de Compras (2017)

Observe no quadro-exemplo que o Edital não é regido direta-


mente pela Lei n. 8.666/1993, mas sim pela Lei n. 10.520/2002 com
aplicação subsidiária daquela norma. Isso ocorre por que a modalidade
escolhida foi a do pregão eletrônico, razão pela qual se aplica a Lei
do Pregão (Lei 10.520/02) e não apenas a Lei Geral de Licitações.

150
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

Tratamos dos elementos


Corpo do Edital do artigo 40 da LGL na
Unidade 2 deste curso.
No corpo do Edital constarão, conforme o caso os dezessete Vale a pena reprisar
pontos previstos nos incisos do artigo 40, da LGL. Dizemos confor- aquela lição.

me o caso, pois pode ocorrer que determinada regra não se aplica à


licitação em questão. Podemos dar de exemplo a regra do inciso IX,
“[...] condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras
e estrangeiras, no caso de licitações internacionais [...]” (BRASIL,
1993, art. 40, IX), que não se aplicará às licitações nacionais.
Cumpre dizer também que a lista de elementos é exemplificativa,
pois “[...] outras indicações específicas ou peculiares da licitação [...]”
(BRASIL, 1993, art. 40, XVII) poderão se fazer necessárias.

Ao elaborar o Edital, verifique no seu órgão se não exis-


tem regras específicas que devem ser observadas na li-
citação de determinado objeto ou serviço, além daque-
las previstas nas Leis que estamos citando neste curso.
Tais normas, conforme o caso, devem ser referidas no
preâmbulo do Edital.

Como vimos anteriormente, nos casos de contratações de ser-


viços continuados ou não, disciplinados pela Instrução Normativa n.
2/2008, o artigo 19 desta norma determina que além dos elementos
constantes no artigo 40 da Lei Geral de Licitações, outros vinte e seis
elementos devem ser indicados, que são os constantes nos incisos I
a XXVI do referido artigo. Por sua vez, o artigo 19-A da Instrução
Normativa n. 2/2008, traz outras sete regras que deverão constar
igualmente no instrumento convocatório. Observar as mudanças
trazidas pela Instrução Normativa n. 05/2017.

151
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

Questões Especiais em Termo de Referência, Projeto


Básico e Edital

A seguir veremos algumas questões especiais relacionadas ao


Termo de Referência, Projeto Básico e Edital de Licitação.

Sustentabilidade em Licitações – Decreto n.


7.746/2012

Em 5 de junho de 2012 foi editado o Decreto n. 7.746, que re-


gulamenta o artigo 3º da Lei Federal n. 8.666/1993 para estabelecer
critérios, práticas e diretrizes para a promoção do desenvolvimento
nacional sustentável nas contratações realizadas pela Admi-
nistração Pública Federal, e instituir a Comissão Interministerial
de Sustentabilidade na Administração Pública (CISAP).
Os critérios de sustentabilidade são admitidos em licitações
nos termos do artigo 2º do referido Decreto:

A administração pública federal direta, autárquica e funda-


cional e as empresas estatais dependentes poderão adquirir
bens e contratar serviços e obras considerando critérios e
Para mais informações,
práticas de sustentabilidade objetivamente definidos no ins-
sugerimos a visita aos
trumento convocatório, conforme o disposto neste Decreto.
seguintes websites:
Parágrafo Único. A adoção de critérios e práticas de sustenta-
<http://cpsustentaveis.
bilidade deverá ser justificada nos autos e preservar o caráter
planejamento.gov.
competitivo do certame. (BRASIL, 2012, art. 2º).
br/; http://www.
licitacoessustentaveis.
com>. Acesso em: 27 jan. O Decreto n. 7.746/2012 é regulamentado pela Instrução Nor-
2017. mativa n. 10/2012, do Ministério do Planejamento.

152
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

Sistema de Registro de Preços (SRP) – Decreto n.


7.892/2013

O Decreto n. 7.892/2013 regulamenta o Sistema de Registro


de Preços previsto no artigo 15 da LGL. O SRP é interessante ao ad-
ministrador público, pois permite:

‰‰
lançar edital sem dotação orçamentária;
‰‰
abrir o certame sem ter a obrigação de comprar;
‰‰
usar de forma mais adequada verbas de emendas
parlamentares;
‰‰
aderir a atas de registro de preços de outros órgãos;
‰‰
dispor que as condições de habilitação serão mantidas
na hora do empenho no SICAF, sendo que podem ser
definidos níveis para habilitação.

Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC)


– Lei n. 12.462/2011 e Decreto n. 7.581/2011

O Governo Brasileiro, ante a necessidade de imprimir maior


celeridade nas obras públicas e na aquisição de equipamentos para
os eventos esportivos internacionais sediados no País na década de
2010, a saber: Copa das Confederações FIFA; Copa do Mun-
do FIFA, Jogos Olímpicos e Jogos Paraolímpicos, editou a
Medida Provisória n. 527/2011, convertida na Lei Federal n. 12.462,
de 4 de agosto de 2011, que instituiu o Regime Diferenciado de
Contratações Públicas, conhecido pela sigla RDC. No entanto, aos
poucos esse Regime passou a ser aplicável também a outras obras e
programas de governo, quais sejam:

‰‰
Ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
‰‰
Obras e serviços de engenharia do Sistema Único de
Saúde.

153
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

‰‰
Obras e serviços de engenharia para construção, am-
pliação e reforma e administração de estabelecimentos
penais e de unidades de atendimento socioeducativo.
‰‰
Ações no âmbito da segurança pública.
‰‰
Obras e serviços de engenharia, relacionadas a melhorias
na mobilidade urbana ou ampliação de infraestrutura
logística.
‰‰
Licitações e contratos necessários para à realização de
obras e serviços de engenharia no âmbito dos sistemas
públicos de ensino e de pesquisa, ciência e tecnologia.
‰‰
Contratos de locação de bens móveis e imóveis, nos
quais o locador realiza prévia aquisição, construção
ou reforma substancial, com ou sem aparelhamento
de bens, por si mesmo ou por terceiros, do bem espe-
cificado pela administração.
‰‰
Ações em órgãos e entidades dedicados à ciência, à
tecnologia e à inovação (conforme alterações poste-
riores da Lei do RDC).

Podemos concluir que mesmo passados os eventos espor-


tivos citados anteriormente, o RDC veio para ficar. Reflita
sobre isso e converse com seus colegas de curso!

No que concerne ao Projeto Básico, chama a atenção o ar-


tigo 9º da Lei do RDC, pelo qual no regime de execução indireta da
contratação integrada, poderá ser atribuído a um só contratado
a elaboração do Projeto Básico e a execução da obra ou serviço de
engenharia.
Essa possibilidade, até então inédita para a Administração Pública
Direta Brasileira, exclui a regra geral da LGL pela qual quem elabora

154
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

o Projeto Básico não pode participar da licitação para a execução da


obra (BRASIL, 1993, art. 9º, I).
O Tribunal de Contas da União reconheceu que, na contratação
integrada, a Administração repassa ao contratado maior parcela de
risco, pois os aditivos contratuais neste regime, normalmente, não
são permitidos (BRASIL, 2011, art. 9º, § 4º).

Entenda: para evitar que, pelo maior risco assumido,


os contratados incluam em suas propostas valores mui-
to superiores aos razoáveis pelo serviço, o Tribunal de
Contas da União vem destacando em sua jurisprudência
a necessidade de inclusão nos editais licitatórios da cha-
mada matriz de risco e/ou reserva de contingência.

O Tribunal de Contas da União já decidiu que:

[...] a “matriz de riscos”, instrumento que define a repartição


objetiva de responsabilidades advindas de eventos superve-
nientes à contratação, na medida em que é informação in-
dispensável para a caracterização do objeto e das respectivas
responsabilidades contratuais, como também essencial para
o dimensionamento das propostas por parte das licitantes, é
elemento essencial e obrigatório do anteprojeto de engenha-
ria, em prestígio ao definido no art. 9º, § 2º, inciso I, da Lei
12.462/2011, como ainda nos princípios da segurança jurí-
dica, da isonomia, do julgamento objetivo, da eficiência e da
obtenção da melhor proposta. (TRIBUNAL DE CONTAS DA
UNIÃO. Acórdão n. 1.510/2013, Plenário).

Mendes (2013, p. 260) também destaca que para reduzir a


insegurança da Administração na gestão das obras por contratação
integrada,

155
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

[...] é altamente recomendável que o edital contenha uma


‘matriz de riscos’, na qual eventuais futuras necessidades de
No texto Regime ajustes estejam previstas, com a prévia atribuição da respon-
Diferenciado de sabilidade por assumir os riscos para realiza-los. Assim, por
Contratações Públicas: exemplo, a matriz poderá contemplar as alterações decorren-
Aplicado às licitações tes de aspectos geológicos desconhecidos por ocasião da lici-
e contratos de obras tação, ou as advindas de exigências para a emissão das licen-
públicas, de André ças ambientais, estabelecendo se as consequentes despesas
Pachioni Baeta (2013, serão assumidas pelo contratante ou pelo contratado. O Dnit
p. 148-156), existe já vem incluindo essa matriz em seus editais, que podem ser
modelo de Matriz de consultados em seu endereço eletrônico na internet.
Riscos recomendável
para consulta pelos Na prática, além do valor orçado pela obra e projeto, a Admi-
interessados.
nistração arcará também com percentual que remunerará o risco
assumido pelo contratado.

Cumpre ressaltar que a escolha pela contratação inte-


grada deverá ser sempre justificada técnica e economica-
mente (BRASIL, 2011, art. 9º, caput) e que o anteprojeto
de engenharia deverá ser disponibilizado pela Adminis-
tração, que o elaborará utilizando seu próprio pessoal de
carreira ou contratará de terceiros a sua realização.

Elencamos outros pontos relevantes do RDC:

‰‰
Inversão de fases (julgamento antes da habilitação,
como no pregão).
‰‰
Diminuição de prazos de publicação de avisos e do edital.
‰‰
Possibilidade de não divulgar a planilha de orçamento
no edital de licitação (orçamento sigiloso).
‰‰
Possibilidade de realização na forma eletrônica.
‰‰
Possibilidade de remuneração variável.

156
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

‰‰
Nova sistemática para lances (aberto/fechado, misto,
etc.).

Tratamento Diferenciado a Microempresas e


Empresas de Pequeno Porte – Lei Complementar
n. 123/2006 e Decreto n. 8.538/2015

É notória a importância das micro e pequenas empresas para


o desenvolvimento da economia nacional. Segundo publicação do
Sebrae (2014), em 2011, as micro e pequenas empresas detinham
44% dos empregos formais em serviços e 70% dos empregos gerados
no comércio.
Tendo em mente esta importância, o legislador brasileiro
optou por conferir tratamento diferenciado e favorecido às
microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
ao editar a Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006 – o
Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte.
Para os efeitos legais, segundo o artigo 3º da Lei Complementar
n. 123/2006:

[...] consideram-se microempresas ou empresas de pequeno


porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empre-
sa individual de responsabilidade limitada e o empresário a
que se refere o art. 966 do Código Civil, devidamente regis-
trados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Ci-
vil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:

‰‰
para microempresa, obtenha por ano receita bruta
igual ou inferior a R$ 360 mil;
‰‰
para empresa de pequeno porte, obtenha por ano re-
ceita bruta superior a R$ 360 mil e igual ou inferior
a R$ 3,6 milhões.

157
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

Nesse sentido, nas aquisições públicas, além da maior facilidade


para comprovar sua regularidade fiscal (artigos 42 e 43) e de receber
preferência nas hipóteses de empate entre licitantes (artigos 44 e 45),

[...] deverá ser concedido tratamento diferenciado e simpli-


ficado para as microempresas e empresas de pequeno porte
objetivando a promoção do desenvolvimento econômico e so-
cial no âmbito municipal e regional, a ampliação da eficiência
das políticas públicas e o incentivo à inovação tecnológica.
(BRASIL, 2006, art. 47).

Esse tratamento diferenciado será realizado nas seguintes


formas pelo Poder Público:

realização de licitações exclusivas para ME e EPP


‰‰
para contratações de até R$ 80 mil (art. 48, I);
‰‰
possibilidade de exigir dos licitantes a subcontratação
de ME e EPP (art. 48, II);
‰‰
estabelecer em certames para aquisição de bens divi-
síveis, cota de até 25% do objeto para contratação de
ME e EPP (art. 48, III).

O recente Decreto n. 8.538, de 6 de outubro de 2015, revogou


o antigo Decreto n. 6.204/1997 para regulamentar

[...] o tratamento favorecido, diferenciado e simplificado para


as microempresas, empresas de pequeno porte, agricultores
familiares, produtores rurais pessoa física, microempreende-
dores individuais e sociedades cooperativas de consumo nas
contratações públicas de bens, serviços e obras no âmbito da
administração pública federal. (BRASIL, 2015, caput).

Destacamos as regras que regulamentam respectivamente, as


licitações exclusivas para ME e EPP (art. 6º), a subcontratação de ME
e EPP (art. 7º) e a cota para ME e EPP (art. 8º) em certames para
aquisição de bens divisíveis. (BRASIL, 2015).

158
Unidade 4 – Elaboração de Projetos Básicos para Contratação de Serviços

Importante lembrar que: “Os critérios de tratamento diferenciado


e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte
deverão estar expressamente previstos no instrumento convocatório.”
(BRASIL, 2015, art. 11).

Complementando...

„„ Para complementar o seu aprendizado aqui, pesquise em outras fontes,


discuta com seus colegas de curso e com seu tutor.

159
Resumo

RESUMO

Nesta última Unidade, compreendemos a grande im-


portância do planejamento antes do início de um processo de
contratação pela Administração Pública, cabendo ao servidor
público estudar as necessidades e realizar as pesquisas de
preço (orçamentos). São as informações geradas na fase
de planejamento que serão levadas em consideração na
elaboração do Projeto Básico ou Termo de Referência.
Posteriormente, traçamos um roteiro prático contem-
plando as etapas essenciais que devem ser observadas na
elaboração do Projeto Básico e do Termo de Referência.
Em continuidade, propusemos a análise prática de um
projeto básico, a partir dos elementos teóricos que foram
estudados. A seu tempo, estudamos a prática da elaboração
do Edital de Licitação. Finalmente, analisamos algumas
questões especiais que interferem na elaboração do Pro-
jeto Básico, do Termo de Referência e do Edital, ou seja,
a sustentabilidade em licitações, o sistema de registro de
preços, aspectos do regime diferenciado de contratações
públicas e o tratamento diferenciado conferido às micro-
empresas e empresas de pequeno porte.

Muito bem, concluímos mais uma Unidade e, consequente-


mente, este curso. Você agora poderá conferir o seu apren-
dizado. Para tanto, realize as atividades propostas a seguir
e se precisar de ajuda, entre em contato com seu tutor!
Bom trabalho!

160
Atividades de Aprendizagem

Atividades de Aprendizagem

1. De acordo com a Lei n. 12.462, de 4 de agosto de 2011,


que institui o Regime Diferenciado de Contratações Públi-
cas (RDC), poderá ser atribuído a apenas um contratado a
elaboração do Projeto Básico e a execução da obra ou serviço
de engenharia, na seguinte modalidade:

a) Empreitada por preço global.


b) Empreitada por preço unitário.
c) Contratação por tarefa.
d) Contratação integrada.
e) Empreitada integral.

2. Qual a importância da precisa especificação do objeto


da licitação?

______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
3. Realize a leitura do artigo 15 e seguintes da Lei Com-
plementar n. 101/2000, que estabelece normas de finanças
públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal
(Lei de Responsabilidade Fiscal), disponível em <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm>.

161
Atividades de Aprendizagem

4. Procure no site <www.comprasgovernamentais.gov.


br> um Edital de Licitação de serviço continuado e realize
leitura comparando o que aprendemos no curso com os
termos do documento.

162
Referências

REFERÊNCIAS

ACQUAVIVA, Marcus Cláudio. Dicionário básico de direito Acqua-


viva. 4. ed. atual. rev. e ampl. São Paulo: Editora Jurídica Brasileira,
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tivo. 17. ed. rev. atual. São Paulo: Malheiros, 2004.

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nível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3555.htm>.
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Plenário, [2007a].

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (Brasil). Acórdão n. 1.089/2003,


Plenário, [2003].

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Plenário, [2004a].

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (Brasil). Acórdão n. 1.510/2013,


Plenário, [2004b].

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (Brasil). Acórdão n. 1.547/2008,


Plenário, [2008a].

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (Brasil). Acórdão n. 2.361/2009,


Plenário, [2009a].

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (Brasil). Acórdão n. 2.637/2015,


Plenário, [2015].

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (Brasil). Acórdão n. 2.684/2008,


Plenário, [2008b].

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Plenário, [2009b].

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Plenário, [2005b].

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (Brasil). Acórdão n. 727/2009,


Plenário, [2009c].

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