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Bruno Sampaio de Sousa

15 03 2018 Sintra, Portugal, Edições Poeta


Prefácio
Este livro aborda temas como as
verdades do homem, carne, paixão e
pensamento. A personalidade animal
de cada um, a continuidade,
transcendência. A mecânica quântica
de Deus, a luz estrelar. A ligação
subjacente entre o pensamento
filosófico e a ciência. A alma e os
sentimentos mais profundos, a poesia
e o amor. A construção do
pensamento filosófico ao longo de 26
séculos. O desejo e a loucura, o
hedonismo e o superficialismo.
As provas de coragem, os verdadeiros
heróis, o altruísmo. O alocentrismo, a
capacidade de empatia com o maior e
o menor. O poder das palavras e o
poder do silêncio, a base do saber.
Assim vamos evoluindo e
envelhecendo, esse é o paradoxo da
carne, o valor do homem através do
tempo.
“O sábio nunca diz tudo o que pensa,
mas pensa sempre tudo o que diz.” –
Aristóteles
EXÓRDIO
Existe uma fórmula mágica para o
sucesso. O fermento que edifica o
bolo perfeito, uma resposta, um
propósito, algo que todos temos
dentro de nós como Sócrates afirmava
“conhece-te a ti mesmo”, que não é,
nada mais, nada menos, que a
partícula de Deus. Não existe uma
verdade, mas muitas. Não existe uma
realidade, mas imensas. Na verdade,
nada existe senão a ilusão da própria
existência. Sem nos descobrirmos a
nós, não temos acesso a mais nada,
somos um fruto sem árvore, uma gota
sem oceano. A fórmula do sucesso
está nessa mesma descoberta, quem
somos. O escorpião nasce para picar,
para matar. É o seu propósito, nada
mais. O homem tem outro propósito,
mas existem muitos homens e muitos
propósitos. Aquele que se descobre,
atinge o nirvana, tudo passa a fazer
sentido. Não há como não ter sucesso,
é inevitável. Seja a pintar paredes, seja
a cantar, seja a escrever ou a ensinar.
Se todos tivéssemos o mesmo
propósito, certamente seriamos todos
presidentes da republica, todos
modelos ou todos atores. A ansiedade
é uma força estrelar que nos acorda,
uma magia que nos empurra para
ouvir a nossa própria verdade. Não
importa o que os outros acham, não
importa o que parece bem, o que
parece mal. Importa a verdade interior
de cada um ser ouvida pela vibração
de Deus. Essa sim, é senhora de todas
as verdades. O lutador, nasceu para
lutar, se esse é o seu propósito,
morrerá a lutar. Quando descobrimos
quem somos, onde estamos, para onde
vamos, seremos senhores do tempo na
medida em que sabemos exatamente
qual a razão do passado e qual será o
futuro. O homem determinado tem a
força de muitos leões. Se Maomé não
vai à montanha, a montanha vai a
Maomé.
O ERRO
Do erro nascemos, crescemos,
morremos, mas sempre no caminho
da evolução, desde o carvão que nada
vale até ao mais puro diamante. Não
somos mais do que células, mas
seremos, um dia, mais do que Deuses
a caminho da continuidade estrelar.
Percorrendo trilhos e desertos de dor,
alimentados por sentimentos de
prazer, fomentados pela paixão que
nos move por viver. Assim, nada nos
faltará, muitas formigas são
esmagadas, sempre serão, até que não
sejam mais formigas, mas guerreiras
de um castelo cósmico que é a
gloriosa humanidade, dona dos mais
vastos céus e inderrubáveis castelos.
Porque somos homens, criados à
semelhança de Deus.
Um escritor é um artista, um criador.
O criador tem de criar, é uma
necessidade absoluta, se não o fizer, a
sua cabeça explode! A cantora que
não canta, porque não a deixam
cantar, desenvolve problemas de
garganta, até cancro pode
desenvolver. O atleta tem de correr, o
peixe tem de nadar, o poeta tem de
romantizar, porque todos nós somos
animais com um propósito divino, até
mesmo o escorpião “tem” de picar, é
a sua natureza. Se não obedecermos
àquilo para que fomos destinados,
estaremos a ir contra o propósito,
entramos em ansiedade. Miguel
Ângelo não pintou a Capela Sistina
para ficar rico, fê-lo porque a ordem
divina assim o determinou. Chamarei
a este livro - O MANUSCRITO -
porque vai ser um grande texto,
mesmo. Quando o artista cria, cria de
sua alma e com intervenção divina,
pois somos a continuidade das nossas
velhas almas. Luís Vaz de Camões era
um combatente, perdeu um olho numa
batalha por causa de um amor
frustrado, em África. Na verdade,
frequentou muitas batalhas, matou
muita gente, mas o que ele era,
realmente, um poeta.
Por isso escreveu a epopeia
portuguesa os Lusíadas, com 8816
versos decassilábicos. Morreu na mais
indigna pobreza, na altura, sem um
trapo para se vestir, mas cumpriu com
a sua missão.
Buda disse - “o propósito de um
homem é descobrir o seu propósito”.
Nem todos compreendem a visão
louca e exacerbada do artista. Ele é
bombardeado o tempo todo com
paixão, com desejo, com a
necessidade de emanar algo, a
criação. Somente quem cria conhece a
sensação de completude que se sente,
ao criar. Tal como uma mulher a ter
um filho, as dores são muitas, mas o
prazer inerente ao ato é indescritível.
O propósito deste livro é dar
continuidade aos meus trabalhos,
particularmente com um tema - o
homem. O homem é a composição de
três parâmetros, o amor, o saber e a
dor. Logo, essa é a temática deste
livro, parece pouco, mas é
imensurável, somente o amor já é
assunto para horas de dissertação, o
homem vive para o amor, para o
desejo, para o prazer.
Platão disse: o amor é desejo, o
homem ama o que deseja, e deseja o
que não tem. Se não tem, é porque não
pode ter e isso traz o desejo. Mas dado
momento que ele pode, tudo muda,
porque se pode e tem. Se tem, não
deseja mais, porque já se tem, se não
deseja mais, já não ama, porque já
tem!

As verdades mais consistentes estão


nos silogismos, aquela fórmula
mágica que Aristóteles inventou 300
anos antes de Cristo. Quando olhamos
para o passado, compreendemos o
futuro, já o dizia Confúcio, aquele
filósofo Chinês realmente sábio.
Agrada-me saber que sou a
continuidade de alguma coisa, porque
todos somos. Mesmo sabendo que sou
a continuidade de uma minhoca, um
Leão ou até mesmo, de Napoleão.
Enquanto houver movimento, há vida,
há evolução.
Nós somos a emanação cósmica da
inteligência autossustentável, somos o
princípio de Deus. Vivendo,
revivendo e sofrendo durante todo
processo de evolução e de
crescimento até um dia alcançarmos
as estrelas. Somos seres milenares,
que atravessam o universo numa luz
viva constante. Chegaremos lá,
garanto, nada provém do nada e com
propósito de nada. A compreensão
desse mesmo propósito é o que faz
deste tipo de leitura, algo interessante.
PERSONALIDADE ANIMAL
Supostamente somos todos iguais,
não existem diferenças entre as
pessoas e isto é demagogia pura. Com
a experiência vamos aprendendo a
observar certas características que
identificam claramente multiplicidade
nas atitudes, diferenciando alguns
tipos de personalidades, de outras
específicas.

Observamos filhos, provenientes dos


mesmos pais, com a mesma educação
seguirem caminhos muito diferentes,
levando a crer que a personalidade já
nasce com o indivíduo e há coisas que
nenhum pai consegue mudar. Será
pelos astros, os signos, a posição dos
planetas na altura no nascimento, ou
quando fomos concebidos? Um nasce
na hora tal, a meio da noite de lua
cheia, no ano do porco Chinês, as
marés estavam revoltadas e pronto,
nasce um revoltado! O outro nasce
pela manhã, no dia lindo de sol, o mar
está calmo, nesse dia houve um jogo
de futebol e as pessoas estavam
eufóricas, além do mais ele é do signo
Capricórnio, então vai ter uma
vidinha confortável e apreciado por
todos, mesmo porque é um sortudo.
Será que as coisas se processam
assim? É possível...
Também podemos acreditar no
arquétipo da ascensão espiritual,
significando que através do processo
evolutivo, cada um pode apresentar
diferentes traços de personalidade
animal, algo que tenha migrado
subtilmente ao longo do processo
reencarnatório. Pode-se estabelecer
uma comparação provável com
alguns tipos de característica animal,
não é difícil. Existem pessoas com a
personalidade de leão, pessoas que
aspiram ao poder, com apanágios
predominantes que são o
individualismo, a falta de
sensibilidade e muita objetividade.
Elas demonstram força e frieza,
conseguem proliferar na vida, dizem o
que pensam, impondo a sua vontade
com determinação. Os leões têm
facilidade em fazer fortuna, são
firmes e determinados. Outro tipo de
pessoas podemos chamar de ratos,
corroem tudo por onde passam,
tendencialmente insatisfeitos e
frustrados. Sobrevivem a situações
humilhantes, reclamam quando têm
muito, e quando têm pouco. Nada os
satisfaz, a reclamação é a
característica do rato. Onde há um
rato, há um milhão de ratos, são
numerosos e revoltados, a voz do
povo. Outras pessoas demonstram a
personalidade das cobras. Geralmente
elegantes, não se denunciam
facilmente, são pessoas cuja inveja é
predominante, seduzem pela beleza, e
encontram presas com facilidade. As
cobras raramente sentem remorsos,
vivem para elas e para elas somente.
Depois existem os pássaros. Os
pássaros são um tipo de pessoa
diferente, são pessoas instáveis,
ambiciosas, corajosas e que
necessitam muito de viajar. São
pessoas inteligentes, mas altamente
inseguras do que querem e podem ser
companheiros divertidos, mas muito
difíceis de tolerar. A necessidade
absurda por altos voos tanto
representa sucesso como grandes
quedas, sucessivamente. A ambição e
egocentrismo desmesurado é a
suscetibilidade dos pássaros.
Algumas pessoas inserem-se na
personalidade de lobos. Os lobos são
impiedosos, ladrões sem princípios
que dominam pela força, como
algumas tribos rebeldes. A ignorância
e ausência de caráter é o fator
determinante dos lobos. Roubam para
comer, matam para enriquecer,
cometem iniquidades e vivem em
ambientes degradantes. Os elefantes
são pessoas sólidas, estruturadas, o
tipo de pessoa que não abusa do poder
que tem. São pensadores, justiceiros
corajosos e protetores, capazes de
chorar pelos seus semelhantes, são
pessoas de muita nobreza de caráter,
facilmente reconhecidos pelos outros,
alcançando facilmente posições em
locais superiores. As gazelas são
como os elefantes, mas de uma
sensibilidade maior. Carecem de
muito amor e proteção pois não têm
capacidades bélicas, sendo facilmente
enganados pelos outros. São seres de
elevada pureza cuja fragilidade
emocional pode levar à depressão.
São dotados de elevada intuição,
tendem para atividades artísticas,
criativas e altruístas. Uma gazela
necessita de um leão ou de um
elefante para a amparar, amar e
admirar. Os escaravelhos são pessoas
com uma impressionante capacidade
para predominar nas excrescências.
São aquela mulher que,
independentemente da sua beleza, vai
sempre escolher o homem errado.
Aquela pessoa que faz sempre as
escolhas menos inteligentes, casa uma
vez com um parceiro violento, uma
segunda vez com um outro mais
violento ainda, e por aí adiante. Não
importa o tamanho da coça que o
escaravelho leve, será sempre uma
vítima. O escaravelho nasce para
andar a vida toda na porcaria, é atraído
pelo pior emprego, o pior marido, o
pior patrão. A inteligência e a intuição
não são fatores predominantes nestas
pessoas. Os sapos são pessoas pouco
escrupulosas, cuja missão na vida é a
conquista e o poder. São pessoas que
alcançam elevadas posições sociais
através de manipulação, mentira e
corrupção. Tendencialmente ocupam
posições na política, e no exército.
Caráter e moral não existem para os
sapos, atropelam-se a eles próprios
apesar das aglomerações. O único
princípio do sapo, é o sapo. Acreditam
convictamente aos seus ideais, sendo
que os mesmos são egoístas e
individualistas, ignoram as regras, a
ética e a religião. Os macacos são
pessoas incautas com capacidades
medianas que se julgam inteligentes.
Fazem escolhas erradas e atribuem a
culpa aos outros. Não aprendem com
os erros e, como tal, estão condenados
a penalizações constantes. A pouca
inteligência que têm associada a um
orgulho gigantesco leva-os a cair
constantemente em desgraça. São
pessoas vítimas da justiça e do jogo,
por isso, perdem tudo. Não são
necessariamente mefíticos, mas
prejudicam-se a eles próprios pela
falta de bom senso. Os cisnes são
pessoas que nasceram iluminadas,
tendencialmente belas e carismáticas,
logo alcançam o estatuto de
celebridades. São pessoas complexas
e de elevado caráter e,
tendencialmente, a atração magnética
que exercem sobre os outros atribui-
lhes um elevadíssimo poder. O cisne
pode ser muito rico, ou pobre, mas
nunca passa despercebido. Cada um
de nossos atributos nos define como
pessoas, o caráter diz muito sobre
cada um de nós. Igualmente definidos
pela nossa inveja, os nossos ódios e
impulsos idiotas. Assim como pelas
nossas capacidades, empatia, coragem
e determinação. Para evoluir devemos
aceitar os nossos erros, refletir no que
podemos mudar para um dia alcançar
a admiração dos cisnes, leões e
elefantes, cada qual com a sua
personalidade animal, afinal de
contas, não somos deuses, ainda.
GENIALIDADE
Os malucos são os criadores da a
moda. Em inúmeros exemplos, o que
chamamos de moda, originou de
mentes completamente doidas, ou
irreverentes. A moda das calças de
ganga rasgadas, por exemplo, foi
iniciada por um jovem revoltado, com
problemas de enquadramento. Tinha
problemas com a autoridade, com os
pais, professores, etc. Um dia caiu de
mota e rasgou as calças todas. Como
era um rebelde, só para contrariar os
pais, continuou a usar as calças
rasgadas, mesmo na escola. Para
chamar a atenção, ia rasgando as
calças aos poucos, durante as aulas,
para manifestar a sua revolta com tudo
e todos, como todos os rebeldes. As
pessoas olhavam e estranharam,
diziam: -coitado, não tem dinheiro
para umas calças sem buracos- e por
aí além. Mas não demorou muito para
começarem a haver imitadores

daquela nova paranoia. No início, um


buraco no joelho era sinônimo de
masculinidade de motoqueiro, isto
entre os jovens, claro. Mas a moda foi
pegando, e quem não tinha calças
rasgadas não era Tuff. Até que as
mulheres começaram a fazer o
mesmo. Iam buscar as calças velhas,
acrescentavam alguns buracos, e
pronto. Ao fim de alguns anos, já
apareciam fotos de supermodelos a
preto e branco, com as calças
completamente rasgadas, roupas de
marca e a um preço bem acima do
convencional. Outros tipos de loucura
foram manifestados nas pinturas de
Jackson Pollock, um artista alucinado
que bebia litros de vodka por dia e ao
invés de pintar normalmente as telas
com um pincel, deitava-as no chão do
seu jardim, e ao mesmo tempo que
bebia até cair para o lado, entornava a
tinta para cima das telas, de forma
desmesurada. No final, ficava a
contemplar o que a sua loucura tinha
feito, acordava já sóbrio e colocava as
telas na parede. Ele não queria saber
do mundo, de nada, de ninguém, só
queria andar o tempo todo bêbado e a
respingar as suas telas
exorbitantemente. O certo é que as
pessoas começaram a olhar para
aquilo, estranhavam, era diferente! E
mais uma vez a moda pegou, Pollock
começou a vender as suas bebedeiras
pintadas e todos adoravam aquela
nova expressão de arte. Hoje, um
quadro de Pollock é dos mais
dispendiosos do mercado, atingindo o
preço de muitos milhões de dólares. A
simples assinatura Pollock já é motivo
para não ter preço. De facto, todo
louco tem algo de gênio, e todo gênio
tem algo de louco. Pessoas assim, que
fazem tudo o que bem entendem numa
relação de ódio e rebeldia para com os
outros, são as que ganham fama e
criam o que hoje chamamos de moda.
Porque o ser humano não procura
normalidade, mas excentricidade. Na
verdade, somos todos um pouco
loucos e com eles nos identificamos.
O homem vai fazer tudo aquilo que
não pode e não deve ser feito.
Somente assim causa mediatismo e
fanatismo, somente assim é diferente.
Um dia, um doido resolve furar o
próprio nariz para impressionar os
outros todos, e sai pela rua com um
doloroso brinco no nariz. A loucura é
algo que pega rápido e em menos de
um ano, mil pessoas têm o nariz
perfurado, até que uma outra resolva
perfurar uma parte do olho, para ser
ainda mais extravagante. Quando
repararmos, quem não tiver uma
tatuagem na testa e 16 piercings na
cara, não está na moda. A moda vai
mudando, mas sempre provém da
loucura, da rebeldia, dos jovens que
querem, de alguma forma, manifestar-
se. Nos anos 50, após a segunda
guerra mundial, foi o apogeu da droga
e do sexo. Surgiram os hippies,
grupos de drogados a promover o
amor livre, permitindo assim o sexo
liberal e incondicional. A sigla eram
as calças à boca de sino, chapéu largo,
cabelo e barba muito compridos.
Quem era hippie, fazia muito sexo e
vestia-se assim. Era a moda. Mais
uma vez, os drogados e embriagados,
com as taras todas e mais algumas,
mudaram o mundo. Claro que para as
gerações seguintes, as coisas
mudaram, pois isso passara a ser a
moda dos pais, os pais são uns velhos,
ninguém quer andar com roupas de
velho. Vamos à procura do maior
doido, um com 300 tatuagens no
corpo, e seguir o exemplo da nova
moda. Se uma pessoa furar a língua, o
que não é propriamente agradável, mil
irão fazer o mesmo, como simbolismo
sexual, são modernas e gostam de
proporcionar prazer, com a língua. E
a moda pega, no início choca, a ideia
é essa, eventualmente todos entram na
mesma onda. Portanto, temos de
aceitar tudo, a juventude é irreverente,
mas é o futuro, e é hedonismo puro.
Só não tem prazeres infinitos, quem
não quer, os jovens sempre irão
mandar, eles são a continuidade. A
moda, não é nada mais, nada menos
que a expressão máxima do prazer e
da loucura. Portanto, se você é
irreverente e louco, é porque está na
moda.
Simplesmente vamos selecionar a
informação condicionante e fazer uma
análise profunda. Temos de retirar
todas as excrescências mentais e
aprender a arte da abstração, olhar o
mundo com a alma, de dentro para
fora, tranquilamente.
Temos uma consciência cósmica,
capacidades transcendentes, uma
intuição divina e só temos de focar um
pouco, o que parece difícil nos dias de
hoje, não é? Devemos obedecer ao
silêncio requerido, neutralizando o
ruído externo.
CONDICIONAMENTOS
As pessoas no tempo da Grécia antiga
sabiam mais delas próprias que agora.
Conseguiam gerir o pensamento com
mais lucidez. Agora as pessoas sabem
tudo sobre publicidade, internet e
comunicação, adquirem quantidades
absurdas de informação exterior e não
aprendem nada, ficam baralhadas,
confusas. Ninguém sabe mesmo nada
de nada, todos alienados na paranoia
social, condicionamentos constantes,
embriagantes e mesmo, hipnotizantes.

Os condicionamentos são aquelas


palavras e mensagens que nos
formatam, são conceitos, ideais,
propostas e medos. Tudo aquilo que
nos condiciona a seguir e a pensar,
desde o anúncio da coca-cola aos
perigos do tabaco, desde o conceito de
magreza à obrigação de riqueza,
desde ideais de responsabilidade e
obrigações de trabalho, pouco somos
de nós próprios, senão
condicionamentos multiplicados por
biliões de opiniões partilhadas nos
órgãos sociais, amizades e colegas de
trabalho. Cada um recebe mais
informação, partilha com os restantes
e na multiplicação dos conceitos
nasce uma multi formação pessoal.
Tecnicamente, ninguém pensa, não é
possível pensar. Sócrates foi o
primeiro homem a pensar que
tínhamos de parar para pensar. Os
outros, simplesmente viviam, como
cães e gatos, mais nada. Nem há
tempo para isso, os cérebros já tão
lotados e cansados com a informação
externa, simplesmente seguem ideias
dos outros, que seguem outras ideias
extravasadas, de uns outros. As
pessoas vivem de ideias e conceitos
que não foram criados por elas. Elas
nem se apercebem que no fundo,
vivem sem pensamento. Isto não é
difícil de compreender. Se dermos
uma certa quantidade de informação a
uma pessoa, como um livro, essa
pessoa começa a ler e a perceber. Mas
se colocarmos duzentos livros e mais
uma narrativa de fundo, e
multiplicarmos por uma rede social a
encher o cérebro, tudo isto com
bilhões de conexões e mais uns jogos
pelo meio, garantidamente a pessoa
não vai conseguir ler um livro, não vai
aprender absolutamente nada. Mas vai
ser condicionada sim, vai ouvir
informação, vai seguir essa
informação recebida estritamente
pelos seus padrões mentais sem nunca
nada questionar. Mas onde fica o
pensamento? Seguindo a diretriz que
uma pessoa está onde a sua alma se
encontra, o seu pensamento está lá
fora, na rua. O seu pensamento não
está na pessoa, uma vez que a alma
não está cá dentro. A pessoa já não é
ela, é um padrão social. É uma ideia
de uma ideia que ninguém criou mas
a estrutura social, que é uma
consciência externa à do individuo.
Não tem sequer a coerência de um
robot, uma vez que esse é programado
por alguém para fazer algo específico.
Agora se colocarmos quinhentas
pessoas a programar um robot, cada
uma com uma ideia diferente, cada
uma com uma linguagem diferente,
cada uma com uma vontade,
sentimento e frustração diferente, aí o
robot não conseguirá fazer nada, nem
fritar batatas. No século V antes de
cristo, Grécia antiga, existiam rituais
de pensamento. Pensadores pouco
informados, relativamente aos dias de
hoje, como Sócrates, Platão e
Aristóteles, entre muitos mais,
estabeleceram regras impressionantes
para o pensamento. Conseguiram
estruturar cada linha de pensamento e
focar a razão do existir, do ser, da
pessoa e do caráter. Como é que 2500
anos depois, as pessoas com tantos
meios de informação se esquecem de
pensar? Elas puri simplesmente, não
conseguem. Não é possível meter
água numa piscina cheia. E todos
estão cheios, isso é nítido. Faz-se
impreterivelmente necessário
começar a recondicionar, retirar toda
a água suja empestada por falsos
conceitos e ideais pré-concebidos
para que as pessoas recomecem a
pensar por elas próprias. Ninguém
perde a informação recebida, não será
feita lobotomia alguma. Mas temos de
começar a reestruturar tudo, do início.
As pessoas vão ficar espantadas com
as suas capacidades, vão começar a
ver algo que nem sabiam existir, uma
inteligência interna que é o seu EU
divino, o outro lado do ser. Vão
começar a descobrir erros e mais erros
nas suas atitudes e opções, vão
começar, finalmente, a ratificar as
próprias vidas, acalmando a ira do
pensamento exaltado, desgovernado.
Assassinos paranoicos irão
perspetivar conscientemente as suas
loucuras, outras pessoas em desespero
e ansiedade irão finalmente abrandar,
acordar. Porque, no meio de tanto
stress, nem todos aguentam a
informação, as almas ficam perdidas
no exterior do corpo e entram em
pânico, paranóia. Esse pânico dá
origem a medo, insegurança e
hipertensão, e ninguém se apercebe
sequer do que está a acontecer, apenas
dizem que o mundo está louco! E
louco porque, afinal? É a relatividade,
algo que Einstein descobriu a cem
anos atrás, se acelerarmos alguma
matéria a uma velocidade absurda
essa matéria explode. O mesmo se
passa com os nossos cérebros, antes
de explodirem, enlouquecem, depois
não adianta lamentar. Vamos acalmar,
vamos recondicionar a mente e
permitir que o nosso poder mental nos
guie, o pensamento limpo, puro,
poderoso como um computador
novinho em folha, capaz de processar
diversos programas sem aquecer. Para
isso devemos ser almas limpas,
isentas de tudo que nos foi imposto
desde o primeiro dia das nossas vidas.
Sempre foram almas prisioneiras do
condicionamento social, muitas sem
darem conta. Que se abram as portas
das almas e gradativamente todos
possamos ver o que um dia parecia um
sonho, a realização pessoal.
“Eu não me importo com o que os
outros pensam sobre o que eu faço,
mas eu me importo muito com o que
eu penso sobre o que eu faço. Isso é
caráter.”
Theodore Roosevelt
Carne, paixão e pensamento.
São as três verdades do homem. A
carne é a matéria e o alimento que a
sustenta. A paixão é o amor, o
sentimento de prazer e de dor, o que
nos move. O pensamento é a soma da
inteligência com a consciência. Estes
dois elementos, quando juntos ao
sentimento, formam a alma. Por
exemplo, uma minhoca tem
sentimento, porque sente dor. Tem
consciência porque sabe que existe,
ou não se moveria. Também tem
carne, precisa de alimento. Mas
desprovida de pensamento racional,
inteligência, não pode conter a alma.
A alma é a mistura da paixão com o
pensamento inteligente. Por
conseguinte, o homem pode se reduzir
a apenas duas coisas, alma e carne. A
carne necessita de sustento, por isso
contém fome, fome é desejo, vontade.
O desejo junta-se à vontade,
originando o amor, a força que move
todas as outras forças. Sem a carne,
não haveria a necessidade do amor,
logo, a força que nos move está na
carne. A alma desprovida de carne
não precisa de movimento, é apenas o
espírito vivente, não precisa de
desejo, é o pensamento inteligente.
Podendo ou não estabelecer uma
conexão com outras almas,
independentemente da carne, do
desejo e da paixão. Esse é o amor
verdadeiro, é o que sentimos por um
filho, ou por uma pessoa mais velha
que não desperte o desejo carnal,
havendo, ainda assim, uma conexão
mental. Podemos amar alguém que
admiramos muito e que já morreu,
porque estamos na mesma linha de
pensamento, as almas iguais unem-se
de forma inteligente, desprovidas de
corpo e de carne. A união dessas
almas forças dá origem ao princípio
de Deus, a força criadora universal. Se
unirmos umas quantas almas, pela lei
inevitável da atração por semelhança,
iriamos criar uma luz divina, um sol.

Com a inteligência e amor


imensurável que ilumina um planeta,
dando origem a todos os outros seres,
essa é a base da evolução, ou seja,
ascensão. A união de todas as estrelas
em todos os planos da inteligência, no
equilíbrio perfeito é o absoluto, Deus,
potestade que originou este texto
através do processo de inspiração,
algo para lá da nossa compreensão.
Provas de coragem
Onde se escondem os heróis
verdadeiros, será que existem, para
que serve a coragem, afinal? A vida é
uma prova constante, um abismo
infinito onde as pedras não param de
bater. Associamos a coragem ao
soldado suicida, ao brutamontes da
rua, ao policia que se expõe numa
profissão de risco. Mas a verdadeira
coragem está escondida por detrás das
dores, dos desafios enormes
subjacentes, por vezes, a verdadeira
coragem escondida num sorriso, de
quem é triste. Está na mãe zelosa
pelos seus filhos, lutando e
sacrificando para os alimentar.
Aceitando serviços desonrosos,
degradantes para os sustentar, para
que nada lhes falte. A verdadeira
coragem está nas vítimas de violência
doméstica, de abusos sexuais, que de
alguma forma, conseguiram
ultrapassar. Está naquela pessoa que
se prejudica para ajudar uma amizade,
por vezes um desconhecido até, por
solidariedade. Está na mulher que
sustem a mão do seu esposo enquanto
este falece, alimentando a esperança
com a sua força interior, entregando-
se até ao fim... está naquela pessoa
cuja vida despedaçou gradativamente,
atacada por acidentes constantes,
ferimentos internos, incuráveis,
desgostos de amor e rejeição, ainda
conseguindo, de alguma forma
milagrosa, abençoar os outros com
amor, agradecendo pelo pouco que
tem.
A coragem está no sofrimento e na
dor, na capacidade de tolerar aquilo
que muitos derrubava, a capacidade
de continuar viva, não está nos fortes
que assim se manifestam, mas nos
fracos que se revelam fortes, é uma
coragem da alma. A coragem de
David perante Golias, a coragem de
Cristo mediante o sofrimento
excruciante causado pela maldade dos
homens, é a coragem de perdoar, a
capacidade de amar. A verdadeira
coragem está na mulher que se casa
com um parceiro vinte anos mais
velho, aceita o desafio de o
acompanhar tolerantemente na sua
jornada de vida, aguentando os
flagelos da tenra idade, por amor e
ética pessoal. É preciso muita
coragem para aceitar desafios, nunca
perdendo nunca a dignidade pessoal,
não é necessária coragem para receber
nada, mas sim para dar tudo, para
entregar uma casa completa a um
companheiro e companheira, apenas
para poder viver em liberdade, no seu
próprio caminho predestinado, por
vezes complicado. A coragem está no
jovem que estuda, que se dedica por
anos e anos com afinco,
desperdiçando grande parte da sua
juventude apenas para um dia ser
considerado gente neste mundo
selvagem onde nada mais importa
senão o conhecimento e o poder.
Encontramos coragem na dedicação,
naqueles que lutam incessantemente
por uma ideia de sucesso, é preciso
muita coragem para acreditar, para ter
fé. É preciso coragem para estar vivo,
ver os anos passar, a saúde mirrar e
envelhecer, é preciso coragem para
ser feliz, aceitar a pobreza e o
sacrifício, para superar o corpo com a
alma mediante sacrifícios. Para
ignorar aqueles que nada falta, sem
invejar um centavo de ninguém,
coragem para manter o caráter e a
dignidade, para superar todos os
desafios da vida sem reclamar,
chorando internamente em silêncio. É
preciso muita coragem para pensar
bem, quando tudo parece estar mal,
descobrir uma luz homizia na
escuridão. Devemos ser corajosos e
sentir orgulho do que somos, da
integridade que vale muito mais do
que excrescências sem utilidade, da
delicadeza, que demonstra muito mais
nobreza, que a temeridade do
impulsivo. Estas são as verdadeiras
provas, todas estas pessoas são dignas
de admiração, respeito e lealdade.
Que haja sempre pessoas com virtude
no coração e nunca lhes falte a
coragem para amar, ajudar, proteger e
sorrir, esta é a razão e o propósito da
humanidade, vencer!
“Coragem é resistência ao medo,
domínio do medo, e não ausência do
medo.”
Mark Twain
INCONFORMISMO
O ser humano é por idiossincrasia
insatisfeito. O rico morre de tédio e
sente a incompletude da alma, o pobre
protesta pelo que não tem. A esposa é
incompreendida e o patrão paga
sempre pouco. O estado tem dinheiro,
porque rouba as pessoas, se não tem
dinheiro e o país está na desgraça, a
culpa é também do estado. Os amigos
não são de confiança e não se pode
confiar em ninguém. Se a casa é
grande, a renda é alta demais, se á casa
é pequena, não tem condições. Se a
pessoa é bela de aparência, é uma
vítima dos oportunistas sexuais com
falsas promessas, se é simples e pouco
atraente aí então é uma mal-amada,
ninguém a compreende. Se ganha
muito é porque ganha muito, se ganha
pouco é porque ganha pouco. Se a
família é grande são muitas bocas a
alimentar, se é uma família pequena o
natal fica solitário. As pessoas
reclamam de tudo, se está sol faz calor
demais, se chove não dá para sair à
rua, se faz frio é insuportável, tudo é
motivo de reclamação e insatisfação.

Poucos são os que dão graças pela


mulher que têm, pela saúde dos filhos,
pela companhia dos irmãos. O
descontentamento é uma forma de
ignorância passiva que leva à
infelicidade e depressão. O pessimista
fica desmoralizado, procura uma
saída rápida para a sua autoflagelação,
pode fazer escolhas idiotas como
beber álcool, tomar antidepressivos e
a sair para festas e boates. A pessoa
não está bem e resolve piorar. O
marido descontente afunda-se na
bebida, ou no jogo e procura uma
amante. A esposa descontente vai
trocando de marido por outro pior, os
ideais de perfeição só trazem
desilusão. O empregado descontente
não segura um emprego e não ganha
estabilidade na vida, tendencialmente
perfilam para algo pior. Os pais nem
sempre se sentem suficientemente
orgulhosos dos filhos e os filhos
sempre reclamam do muito e do
pouco que recebem dos pais. Se o pai
grita, é porque grita, se não grita é
porque não se preocupa, todos os
filhos são traumatizados. Até no
funcionalismo público, onde há bons
empregos, predomina a expressão de
descontentamento implícita de
obrigação. O médico atende os
pacientes sem qualquer tolerância, os
doentes sentem-se constrangidos por
irem ali incomodar o doutor, mesmo
que contemplado com uma posição
privilegiada, todos devem e ninguém
paga o suficiente. O esposo
descontente é um companheiro
desagradável e o sexo torna-se algo de
martirizante. Tudo perde a graça à luz
do descontentamento. As pessoas
acreditam que são umas vítimas, nada
as convence do contrário. Ninguém é
vítima de nada. É tudo uma perspetiva
mental. Se começarem a desenvolver
apreço e humildade, tudo muda. O
homem é escravo do seu pensamento.
Ao apreciar as pequenas coisas,
pequenos gestos, uma simples
palavra, um café ao acordar, surge um
outro brilho, uma nova realidade. Se
se sentirem abençoadas pelos filhos e
pelos pais que têm, pelas amizades
que foram surgindo, pela saúde, pelo
corpo, a carne e a beleza que todos
têm, nem que seja num único dedo do
pé. Contemplando o que têm em
dicotomia com que não têm, a
agradecer ao marido, à esposa, todos
os gestos bons, por mais pequenos que
sejam, toda estrutura familiar muda
imediatamente. Mesmo que se tenha
realmente pouco, é um motivo de
satisfação, pois menos têm com que se
preocupar, valorizando essa
simplicidade sem stress. A aceitação é
uma graça e uma lição de vida. Aquele
que não aprecia e valoriza o que tem,
acaba por perder tudo. Jesus disse -
“aquele que tem, continuará a ter, até
ter com fartura, aquele que não tem,
até o pouco que tem lhe será tirado”.
Isto foi uma mensagem para os
insatisfeitos. Até por um pedaço de
pão devemos agradecer, é um
reconhecimento perante Deus. Se
fizemos determinadas escolhas,
devemos ficar com elas sem protestar,
como néscios. Ninguém nos obrigou a
casar com aquela, a comer disto e
aquilo, tudo foi uma escolha, só nossa.
Se escolhemos algo e isso nos foi
concedido, até um simples chá é digno
de satisfação, para que nunca falte o
chá. Não há forma de o pessimista ser
feliz, é impossível, todos à sua volta
estarão descontentes, por inércia. As
pessoas não são idiotas nem ingratas,
mas inevitavelmente influenciadas
pelo indisposto. A aceitação é o
princípio da razão. Sejam felizes com
tudo o que têm, porque já o têm.
“O pessimista vê dificuldade em cada
oportunidade; o otimista vê
oportunidade em cada dificuldade.”
Winston Churchill
INSECURIY
O ciúme é um insulto passivo, um
atentado ao amor. A pessoa ciumenta
ofende-se a ela e ao parceiro,
concomitantemente. Se uma pessoa
não confia no seu parceiro é porque
ele, ou ela, não é de confiança. Se
assim for, não deve manter essa
relação. Caso contrário, se ele for
respeitador não merece essa
desconfiança. O ciúme é um insulto

para o companheiro, o mesmo que


dizer - você não merece confiança,
não tem caráter. Ao mesmo tempo é
um sinal de insegurança proveniente
de um impulso de medo da rejeição. A
pessoa ciumenta revela-se então
inferior ao outro, sem se aperceber.
Basicamente, estamos a informar o
outro que não estamos ao nível dele,
que no fundo ele merece alguém
melhor e isso leva-nos a fazer
perguntas e iniciar um problema. O
ciúme é um enorme desrespeito por
nós, algo subconsciente, um impulso.
Se tivermos confiança nas nossas
qualidades, como amantes e com a
consciência da nossa unicidade,
demonstrações impulsivas de ciúme
só podem levar à descredibilização. O
ciúme informa o outro da nossa
inferioridade perante ele. Um pouco
de ciúme calculado pode até ser algo
interessante, apenas para apimentar
uma relação, como enaltecimento do
companheiro. Dizemos assim - tu és
uma pessoa tão bela, qualquer dia
foges com uma estrela de cinema e eu
ficarei eternamente só! Isto é um tipo
de fantasia, não ciúme, desta forma
não tem mal algum de ser utilizado.
Mas o verdadeiro ciúme funciona com
críticas, pequenas ilações impulsivas
demonstrativas de insegurança.
Funciona como um tipo de controle
sobre o outro, uma obsessão de posse
que rapidamente se torna perturbante.
O medo da traição é um trampolim
que pode levar à traição. Se a conduta
usual do outro é desrespeitosa, fale
com ele e leve-o à razão pelo uso de
simples lógica. Se existe realmente
um compromisso exclusivo, como o
casamento ou uma união oficial, um
namoro firme por exemplo, deve
haver algum respeito nas atitudes.
Mas respeito não obriga a controle por
parte de ninguém, respeito é
liberdade. Devemos respeitar o
máximo da liberdade do nosso
companheiro, permitindo que esteja
connosco por opção, não por
obrigação. Obviamente que não
vamos escolher uma companhia para
a vida que seja de antemão promíscua
e incauta, isso já é uma escolha
pessoal nossa. Se optamos por alguém
assim, considerando inteligente
namorar uma desenfreada, alguém
que não tenha capacidade de refletir e
se entregue a qualquer desejo súbito
de impulso sexual, nesse caso não
temos o direito ao ciúme. Partindo do
princípio que tanto nós, como a nossa
companheira somos pessoas sensatas,
que salvaguardam o relacionamento,
qualquer ciúme nunca será menos que
pernicioso. É importante para o
ciumento que saiba as consequências
deletérias dos seus impulsos. A
companheira não só ficará ofendida
como se também sentirá constrangida,
isso só pode prejudicar a relação. O
ciúme é um ato reflexo, impulsivo e
recorrente que bem analisado pode ser
neutralizado, ratificando perguntas
desnecessárias e observações
irritantes que de nada servem senão
para gerar discórdia no casal.
Devemos tratar o amor com amor e
consideração constante, as respostas
passivas e palavras explosivas dão
maus resultados. Se uma pessoa não
tiver qualquer problema físico e for
amada, se o parceiro já mereceu a sua
confiança ao ponto de ficarem
realmente juntos, de corpo e alma, não
deve contaminar essa união com
hipóteses hipotéticas de traição.
Devemos sempre caminhar no
aprofundar da nossa índole, somente
assim, escorreitamente, teremos
maturidade suficiente para sentirmos
plenitude conjugal.
“Despreza-se um homem que tem
ciúmes da mulher, porque isso é
testemunho de que ele não ama como
deve ser, e de que tem má opinião de
si próprio ou dela.”
René Descartes
TIME
O homem não tem tempo para pensar.
Não tem tempo para refletir sozinho,
livre de condicionantes externos. Não
tem tempo para ler “O Erro de
Descartes”, de António Damásio e
compreender algo que aos próximos
100 anos ainda vai estar em
observação, o fato de que o
pensamento não está no cérebro, mas
nas sinapses nervosas, tal como um
polvo, que não tem um cérebro.

A falta de tempo é lógica, porque o


tempo ocupa-se a si mesmo, já está
pré-estipulado pelos condicionantes
da vida. Não há tempo para ler algo
como “A Cura Quântica “, um livro de
Deepak Chopra, um mestre das
palavras, que ensina a prevalência das
doenças, a cura para males como o
cancro, através do uso quântico das
energias, e seja, do próprio
pensamento. Porque de alguma
forma, as pessoas sabem que vão
morrer, o tempo passa rápido demais,
elas querem ver todos os filmes,
ganhar o máximo dinheiro, fazer amor
e por aí além, fazendo do tempo uma
rotina diária. No meio de tanto ruído
externo, o homem ouve muita coisa,
absorve muitas conversas, mas não
aprende quase nada. De fato, ele só
aprende quando - para - para pensar,
quando é obrigado, porque teve um
acidente de mota, e ficará internado
meses em recuperação. Aí, com um
pouco de sorte, talvez comece a ler
algo interessante, como um dos livros
do Lobsang Rampa, perfeitos para dar
um salto quântico da sua perceção
com a realidade. Compreendendo em
pouco tempo noções de
transcendência completas e
inovadoras, de clarividência e por aí
além. E aprendendo que aquele
acidente que parecia tão doloroso,
acabou por alterar o rumo de toda sua
vida, porque de alguma forma,
também aprendeu que o tempo não
existe, como ensinou Einstein, com a
relatividade. O tempo só existe aqui,
numa correlação espacial com o sol,
que é a nossa medida de tempo. Assim
o leitor percebe que neste momento, o
tempo parou, de fato, porque algo
aconteceu, chamado - reflexão
intemporal. Você não é novo, nem
velho, simplesmente está inserido
num determinado ponto, onde a luz
solar determina, até certo ponto, o seu
tempo. O tempo é vida, é movimento,
tudo roda à sua volta, a terra roda à
volta do sol, o sol à volta da via láctea,
a via láctea a uma velocidade
indeterminadamente rápida em volta
das outras galáxias, que se expandem
no universo. Morrem pessoas em cada
segundo, nascem muitas mais do que
morrem, só durante esta leitura já
surgiu mais uma Maria, um José e
quatro Margaridas, assim de repente.
Ao final do dia, nasceram mais de
100.000 pessoas, e morreram cerca de
metade desse valor, muitos por idade,
outros por doença, acidentes, etc.
Portanto, durante o período em que o
tempo - parou - para si, para refletir
um pouco, já aconteceram tantos
milagres de felicidade, nascimento e
dor, que pode se considerar um
privilegiado, por ter afinal, um pouco
de tempo para pensar.
“Só existem dois dias no ano que nada
pode ser feito. Um se chama ontem e
o outro se chama amanhã, portanto
hoje é o dia certo para amar, acreditar,
fazer e principalmente viver.”
Dalai Lama
Mais um dia se passou, tenho 42 anos,
são 7 horas da manhã, nas últimas 24
horas já fui trabalhar para lisboa, já
visitei a minha avozinha que está bem
velhinha, acamada, já conheci mais
um ator, que admiro pessoalmente,
participei numa série de televisão, o
que foi interessante. Ainda escrevi 13
páginas deste livro, conversei com
umas 10 amigas minhas, eduquei
ligeiramente o meu filho mais novo,
acompanhei o mais velho nos seus
estudos universitários, já dormi o
suficiente e agora aguardo enquanto a
luz solar começa a surgir,
gradativamente, para mais um dia,
como os outros. Fumei o meu cigarro,
bebi o meu purificante chá, agora vou
tomar o meu café, que é um prazer
indispensável, depois vou fotografar a
minha plantação de flores, que gosto
de ver brotar, diariamente, entretanto
acabou mais um capítulo e vou
emaná-lo para o universo, sabendo
conscientemente que cada palavra,
tem o seu poder, será dissipada pelo
tempo, mas fará parte da minha
história. Normalmente não se escreve
na primeira pessoa, mas farei deste
livro algo de diferente, sempre gostei
de ler as reflexões dos autores,
aqueles pormenores que nos
identificam, como pessoas. Afinal de
contas, não somos Deuses, ou somos?
“O valor das coisas não está no tempo
que elas duram, mas na intensidade
com que acontecem. Por isso existem
momentos inesquecíveis, coisas
inexplicáveis e pessoas
incomparáveis.”
Maria Júlia Paes da Silva
Cinco meses se passaram, desde o
capítulo anterior. A minha avó acabou
por falecer, era inevitável. No entanto,
o meu avô que já estava acamado há
14 anos, vitima de um AVC, continua
vivo, ainda que num estado quase
vegetal. A minha vida continua meio
na mesma, à exceção do tabaco, que
larguei, foi um desafio que resolvi
aceitar, afinal de contas, sou um
homem determinado e não podia
permitir que a nicotina exercesse
poder sobre o meu corpo. Continuo a
ouvir palestras espiritas de Anita
Guimarães e as outras, de Kryon. Uma
coisa eu descobri, no ultimo livro que
escrevi. O meu nome estrelar é Atom,
e estou na terra com uma missão
específica, que não é nada fácil. Em
15 dias escrevi um livro chamado “ As
13 vidas do Faraó”, mais uma
psicometria de Atom, o meu EU
divino. Também tenho ajudado os
meus colegas da faculdade sempre
que posso, a facilidade com que faço
os trabalhos é algo quase inexplicável.

Resolvi começar a acrescentar


capítulos reflexivos aos meus livros,
na primeira pessoa, é uma forma de
me aproximar do leitor, como pessoa
que tem as suas fragilidades e
sentimentos. Financeiramente, tudo
na mesma, as vendas de livros são
escassas e as discussões com a minha
mãe, constantes. Ela pura e
simplesmente não acredita no meu
sucesso, como aliás, não acredita em
nada que não seja uma vida dura e
difícil para toda gente. Gosto muito
dela, mas, no entanto, sempre
impugnou todas as minhas
esperanças. O meu pai era diferente,
ele tinha uma visão multifocal da vida
e conseguia milagres em tudo que
fazia, com o seu toque de midas.
Nunca nos faltou nada, literalmente.
E literalmente se matou a trabalhar,
morreu do coração aos 50 anos de
idade, em serviço.
A influência do pensamento no
nosso corpo.
Através do entendimento e estudo de
livros como “A Cura pelo
Pensamento”, de Luiz António
Gasparetto, encontramos facilmente
uma razão para muitos de nossos
males. Não existem doenças, se
existissem, nós diríamos assim: - Olha
ali aquela doença tão bonitinha a
passar na esquina… O nosso
pensamento é a origem de tudo, cada
sentimento provém de uma imagem
mental, que se integra suavemente na
nossa personalidade, originando
energia negra, e branca, matéria e
antimatéria. Foi assim que Jesus
matou a figueira, proferindo as
palavras - não mais darás figos.
Depois, nas cartas de Cristo, explicou
a mecânica quântica do pensamento,
alertando para o poder das palavras,
para o que dizemos e sentimos. Se
uma pessoa for possessiva, tentar
controlar tudo, querer exercer a sua
vontade perante a potestade do
universo, ela desenvolverá asma, o ar
lhe será retirado. A cura para isso, está
em libertar os seus sentimentos
reprimidos, aceitar as coisas como
elas são, sentir-se livre e dona da
própria vida, não da vida dos outros.
Se a pessoa tiver medo da vida, nesse
caso irá desenvolver apendicite, terá
de relaxar e deixar as sensações
fluírem, é a cura para a sua doença. Se
tiver falta de interesse pela vida, então
aí ela vai ganhar anemia, terá de se
interessar mais pelo mundo, com
alegria, e está curada. Se se sentir
insegura, com medo do mundo,
ganhará alergias recorrentes. Os
sentimentos de futilidade e
autorrejeição levam ao alcoolismo, a
cura está em aceitar o passado e
começar a se autovalorizar. Os
acidentes provêm da rebelião, da
violência e da raiva, há que começar a
aceitar as intempéries da vida. A
amargura e o ressentimento dão
origem a artrites. Problemas aos
ossos, o interior da pessoa. A
ansiedade leva a problemas na bexiga,
tente despreocupar-se, aceitar o
passado, e viver para o futuro. As
ideias fixas de uma mente fechada,
desenvolvem problemas na boca. O
ambiente familiar irritante provoca
bronquites, entre em paz com a
família… As pessoas oprimidas,
desenvolvem cãibras, dores enormes.
Há que relaxar e deixar a vida fluir…
Bem, por alguma razão Jesus deixou a
mensagem da despreocupação, não te
preocupes com o dia de amanhã, já
cabe a cada dia, o seu mal. A retenção
longa dos sentimentos, angústia
profunda, provoca o cancro, isso é
muito mau, mesmo, deixe que o
passado se vá, aceite o futuro
alegremente. Somos o que criamos
em nós próprios, inclusive as doenças
e a cura, temos muitos erros e
imperfeições, mas há uma forma de
corrigir isso tudo. Aceitando o
universo, como ele é!

“Há um tempo em que é preciso


abandonar as roupas usadas, que já
tem a forma do nosso corpo, e
esquecer os nossos caminhos, que nos
levam sempre aos mesmos lugares. É
o tempo da travessia: e, se não
ousarmos fazê-la, teremos ficado,
para sempre, à margem de nós
mesmos.”
Fernando Teixeira de Andrade
CAUSALIDADE
Há cerca de 2700 anos, século 7 antes
de Cristo, um filósofo chamado Tales
de Mileto começou a olhar para as
estrelas...e a questionar a origem de
todas as coisas, o propósito do
homem. Nessa altura, as pessoas
preocupavam-se mais em sobreviver,
propriamente, do que sequer
especular sobre as razões da
existência, mas este, particularmente,
começou a questionar, dando origem
ao princípio da filosofia. Trezentos
anos depois, surge Sócrates, o homem
mais sábio do mundo, sendo o único a
reconhecer a sua pequenez, a sua
ignorância, o que fez dele o primeiro
grande filósofo. É claro, mataram o
coitado, os “espertos” nunca foram
bem aceites, geram polémica demais e
fazem os outros sentir-se inferiores.
Isto é uma realidade intemporal,
Abraham Lincoln era gozado e
enxovalhado por todos, ele dizia que
um dia ia ser o presidente da América,
quando era considerado idiota, no
geral, porque tinha uma mentalidade
avançada em relação aos demais.
Também foi assassinado, claro, com
um tiro na cabeça, durante uma ida ao
teatro, mas antes, foi eleito Presidente

dos Estados Unidos, considerado


como o melhor de todos os
presidentes. Ainda hoje é uma
referência pelos seus feitos e
pensamentos, pelos princípios
filosóficos e abolição da escravatura,
entre muitos outros atos. Bem, isto
para dizer que alguns homens
procuram pelo seu propósito, lutam
por ele, conseguem. Os maiores,
como Aristóteles, Einstein e
Descartes, sempre acreditaram por
dedução lógica e com convicção, na
existência de um Deus Uno, absoluto.
Somente alguns partiam do princípio
que existiam dúzias de deuses, não
seria lógico, um tinha de ser a
inteligência suprema, não uma
família, como os homens e os
macacos. Acreditavam nisso pelo
princípio da causalidade, reforçada
pelo filósofo John Mill, em 1843, é
uma questão de pura física, nada
provém do nada, o que sobe, desce, e
por aí adiante. Se uma formiga leva
uma migalha de pão, é porque havia
um pão, alguém comeu e caiu a
migalha. E se alguém para fazer esse
pão, e esse padeiro não surgiu da luz
nem do arco íris, tinha de ter um pai e
uma mãe. Se continuarmos por esta
linha de pensamento, nunca mais
acaba, até a origem das origens, e se
alguém criou essa origem, esse
alguém tinha necessariamente de ser
uma inteligência absoluta, una,
imutável. Dezenas de filósofos

pensaram e estudaram o assunto, a lei


da causalidade, até Cristo vir à terra.
Cristo foi o primeiro a dizer - eu sou -
e a falar com certezas, jamais
colocando dúvidas ou questões, mas
ensinando com conhecimento divino.
Jesus era um homem, sim, mas era o
considerado filho de Deus, o
iluminado supremo, senhor das
estrelas jamais contestado, até aos
dias de hoje, até mesmo pela ciência.
O importante desta mensagem é
perceber que tudo o que é bom, vem
de Deus, se recebemos intuição para
compor uma melodia, um soneto
como Tchaikovsky, Mozart e
Beethoven, isso é iluminação. O
homem sem a inspiração não criaria
absolutamente nada, pelo menos,
nada de maravilhoso. Através da
música compreendemos isso
perfeitamente, um homem pode ser o
mais culto do mundo, o mais
inteligente, e incapaz de criar uma
canção, e de pintar uma Gioconda.
Todas as magnitudes vêm de cima,
nunca de baixo. Isso são as dádivas
divinas, quem as tem, usa-as, seja para
cantar, para escrever, para pintar e
desenhar a torre Eiffel. Temos
realmente a divindade dentro de nós,
não a usamos se não o quisermos, se
formos objetivos, concretos,
pragmáticos. Pessoas assim não
deviam ouvir música, nem contemplar
as estrelas, merecem mesmo alguma
infelicidade. Porque não reconhecem
a magnificência da vida, o culminar
das montanhas, o brotar das rosas.
Querem a prestação da casa paga, e já
chega. Se uns são poetas, emanam
sentimentos de beleza, amor e
contemplação. A existência, somos
nós que a fazemos, consoante o brilho
dos nossos olhos. Se estes não
brilham, não serão reflexo de nada.
DESPRENDIMENTO
Deus é grande, eu sou um grão de
areia no deserto e uma gota no mar.
Isto é simplicidade, isenta de
ostentações e exaltações. Somente o
grande se faz pequeno, mas todo
pequeno se faz grande. Jesus lavou os
pés aos discípulos. Tratava a todos
com enorme respeito e cortesia, usava
palavras que enalteciam os outros.
Buda usava vestes simples, jamais
ostentou qualquer tipo de poder. Os
reis tentavam chegar a Buda com
joias, vestes, elogios. Mas de nada
servia, somente o desapego completo
os elevaria a Buda. Os exaltados serão
os humilhados, os derradeiros serão
os primeiros, essa é a mensagem de
Cristo. Muitos tentam conquistar uma
posição de valor pela matéria, pelas
vestes, automóveis de luxo e
demonstrações fúteis de poder. O
homem é a sua imagem, é o seu carro,
é o seu ordenado. Isto é o pão nosso
de cada dia do cidadão comum. A
mulher é o seu corpo, é o seu poder
económico, é a sua aparência.

Se somos um carro, se o carro for


velho e amassado, somos uma sucata.
Se somos a nossa casa, se a casa for
pequena, somos pequenos. Se somos
um corpo, se a cara for feia, somos
apenas idiotas. Estes são os conceitos
da futilidade, excrescências. Mas isto
só se aplica no vazio. Para quem é
realmente vazio, o único suprimento
são as coisas. Para quem já é
completo, tudo mais é matéria. Quem
tem realmente valor não fica
valorizado com um relógio
exorbitante, é apenas um relógio, nada
mais. Ou com um kilo de ouro, e
vestes esdrúxulas. Quem é procurado
pelo seu valor, é amado mesmo
estando nu, é apreciado mesmo
estando velho, é admirado sempre.
Quem é realmente rico não há fortuna
que o compre, veja-se o exemplo da
princesa Diana. Ela era pobre de
nascença, no entanto a família real
não tinha dinheiro para a comprar. O
mundo reconhecia o valor daquela
mulher. Artistas famosos como Elton
John foram homenageá-la no seu
funeral, ela era muito rica sem
precisar de dinheiro. Depois ainda há
a ironia. A ironia da riqueza procurar
a riqueza e por coesão aqueles que são
simples de coração acabam por se
tornarem ricos realmente.
Personalidades únicas, pessoas sem
qualquer tipo de mania, com uma
enorme simplicidade que só revela
grandeza interior. Podem ter este
mundo e o outro que não se deixam
obstinar pela arrogância,
permanecendo com a mesma presença
e beleza que todos admiram. A
simplicidade é um valor que não se
mede, a capacidade de servir, de dar
do coração, de doar com palavras,
com um gesto, um sorriso e com
empatia. Quando as pessoas
amadurecem, começam a descobrir o
que são os valores pessoais, o que as
enriquece realmente, então dá-se uma
epifania espiritual. O propósito de um
homem é descobrir o seu propósito,
disse Buda. Este é o maior de todos os
propósitos, crescer. Ao crescemos por
fora todos os néscios reconhecem, é
uma aprendizagem, um sucesso
aparente e um valor externo. Quando
crescemos por dentro, todas as
pessoas reconhecem, tanto os idiotas
como os sábios e esse valor não
desaparece com a inflação. É algo que
fica para sempre ultrapassando as
fronteiras da vida e da morte, é o
verdadeiro reconhecimento, o estado
de plenitude.
“A simplicidade é o último degrau da
sabedoria.”
Khalil Gibran
Existe uma referência ao preto no
branco. As pessoas obedecem a
critérios de pão-pão, queijo-queijo.
Ou tudo ou nada, ou é ou não é. Quem
não está comigo, está contra mim, ou
me amam, ou odeiam. Visando a
existência de forma prática e racional,
objetivando a ciência. Isto parecem
expressões de frontalidade, palavras
fortes. Mas é subjacente à sociedade
contemporânea. Nascemos para
cantar, sobrevoar as nuvens do
pensamento, muito para lá da
realidade aparente. Somente um
poeta, cantor, artista, pintor sente isso
e compreende. As pessoas desde que
levantam da cama até ao deitar só
vêem duas portas, duas opções, duas
escolhas. Isto simplifica tudo, mas
induz facilmente em erro. Ou vou para
o trabalho, ou fico em casa. Ou leio
um livro, ou vou para a festa. Ou caso,
ou separo. Isto é o modus operandi de
cada um, duas escolhas básicas. Pois
existe muito mais do que isso, saibam.
O realismo obedece a uma lógica
humana, lógica e de probabilidades do
homem, frias. Esquecendo da magia
da paixão que nos move, de forma
transcendental. Existe uma terceira
porta, uma terceira escolha
predominante e invisível. Que aos
ilumina numa sinfonia divina,
incontestável. Essa terceira porta
contém muitas vezes a escolha mais
correta, porque vem do alto, o
impreterível. Porque temos essa fonte
luminosa dentro de nós, que nunca
acaba e leva às maiores maravilhas.
Em comunhão com a luz das estrelas,
que sempre brilha sem uma razão.
Aprender a usar a terceira porta é um
princípio para começar a dominar o
pensamento multifocal. Este consiste
em olhar o mundo da parte de fora,
não diretamente, pessoalmente.
Temos de observar tudo na 3ª pessoa,
mesmo antes de falar, perante
ouvintes diversos. Olhando para nós
próprios com pensamento crítico,
ponderado. As nossas escolhas são a
base de tudo, são o caminho que leva
à vida. Se não utilizarmos o nosso
expoente máximo, a percepção,
seremos como macacos que aceitam
aquilo que nos dão, bananas.
Ignorando a divindade que nos move
com o poder do amor, da paixão e da
inspiração. Se em cada pensamento,
escolha ou reflexão visualizarmos
sempre uma terceira porta,
aumentamos as probabilidades de
sucesso em 50 por cento, diminuímos
o erro impulsivo em 50 por cento. É
uma espécie de acréscimo mental e
uma visão multifocal do pensamento.
Possibilitando a idéia de que não é só
você que interessa, ou a sua opinião.
Por mais inteligente que uma pessoa
possa ser, se no caminho perigoso
cheio de buracos, crocodilos e
obstáculos o sucesso diminui
drasticamente. Aceitando que o único
propósito vai muito para lá do que
conhecemos. Sentindo na íntegra o
que aos impulsiona para viver, o
instinto que nos aponta o caminho de
Deus. Como uma melodia constante
que nunca acaba, eterna. Apesar de
qualquer divergência ilógica da vida,
pois tudo tem um sentido.
Caminhando em conformidade com o
universo, nunca deixando de acreditar
no nosso próprio infinito. Que somos
a construção de nós próprios.
Divinamente perfeitos, escolhidos por
entre o erro e a purificação.
Escolhendo desde logo um caminho
seguro, limpo, uma autoestrada para o
sucesso, não há tantas dificuldades a
percorrer. Tudo na vida são caminhos,
a maior parte das vezes só vemos o
bem, e o mal, o sim e o não, raramente
ponderando a terceira das
possibilidades. A terceira porta é o
caminho da moderação, é a pausa para
pensar, é uma nova luz na razão e vai
levar sempre a mais três escolhas,
mais três portas para abrir, caminhos
a percorrer e escolhas a aceitar. Desta
vez com um brilho interior de
acreditar, jamais parando de lutar. Até
a magia finalmente acontecer, que é a
graça de Deus. Não há volta a dar,
quanto mais portas aparecerem, mais
serão as escolhas.
“Pequena é a porta e apertado o
caminho que leva à vida, e poucos são
os que passam por ele.”
Jesus Cristo.
O Protista é um organismo que
apresenta o maior grau de
simplicidade e se liga por caracteres
comuns ao reino vegetal e ao animal.
Um ser tão absolutamente simples,
que vive do nada. Não será um
conceito inteligente? E se
conseguíssemos ser assim,
protistas...viver do nada! Determinar
um propósito único de vida, o nada. O
nada é a isenção de tudo, de certo
modo, é algo tão poderoso como o
todo. Porque na realidade não existe o
nada, há um propósito absoluto em
tudo. No nosso nada, está o silêncio, a
isenção de problemas, de
responsabilidades, de
desejos…Isenção de obrigações e de
integração social, ostentação e status.
Está a isenção mental e corporal de
prazeres diversos, futilidades e
essências que são dispensáveis. A
capacidade de encontrar prazer no
nada já é um prazer e uma realização.
O princípio de não ter nada já é um
princípio e uma compreensão. Nada
de falsos amores, falsas ligações, nada
de aspirações impossíveis… no nada
encontra-se a paz do nada e uma
coligação divina, o substrato que
move sem se mostrar. Quando se vive
para nada, qualquer coisa parece
muito! Tudo é inteligente quando é
inteligente. Basta criarmos uma ideia,
um conceito absoluto, perfeito… Na
verdade, não há nada melhor do que
sermos amados, admirados. Como
não admirar alguém que não necessita
de nada? Esse é verdadeiramente o
conceito de riqueza. O minimalismo
ainda necessita de algo, os mínimos.
Mas o protista não precisa mesmo de
nada! Não necessita de amor, de
dinheiro, de aprovação de ninguém,
porque já o contém, subsiste em sua
essência ligado ao absoluto. Vive na
eterna beleza da singeleza, a candura
da própria simplicidade. Isso que
ofereço é uma isenção, uma perfeição.
Aqueles que acham que têm pouco
começam a somar e acabam por
encontrar um montão de muito
perante o nada, que é a força e a razão
de acreditar. E esse muito acaba por
ser até um excesso, uma abundância
quase desnecessária no pensamento
protista do que é magnânimo por si só.
Se não tenho nada não peço nada, sou
feliz no nada mesmo sem namorada.
Enquanto que tenha vida posso
sempre amar, e isso ninguém irá tirar.
A riqueza do pensamento, a vontade,
o desejo a força, tudo isso é permitido
e muito mais será acrescentado, pelo
poder das palavras, os gestos, o
amor… O desapego completo é, por si
só, um todo. A simples vantagem de
ninguém poder retirar nada ao nada já
é um poder, uma garantia de
satisfação. Depois ainda existe a
soma. O agregar de tudo que possa vir
inesperadamente! É como uma conta
bancária onde as moedas aparecem
sem qualquer explicação. Este é o
valor da vida, a fundamentação
absoluta, a riqueza. Descobrimos que
mesmo no nada há realmente uma
fonte de fortuna. Porque tudo é uma
questão de lógica. Quando as
expectativas apontam para o céu,
provavelmente ficamos desapontados.
Mas quando apontam para nada
haverá lucro garantido. O sábio
escolhe o seu caminho, procura e
encontra a felicidade. Não existe
deserto sem água e nem estrada sem
saída. Tudo é realmente simples e
perfeito, enquanto estiver satisfeito.
No nada está o todo, tudo tem um
sentido, um princípio, um meio e um
fim. Se existe um ser com algumas
células que vive do nada, então nós
somos multimilionários, porque
vivemos de Deus.
“A simplicidade é o último grau de
sofisticação.”
Leonardo da Vinci

Somos o que pensamos, pensamos o


que sentimos e sentimos o que nos é
dado a sentir, por intuição divina e
com um propósito absoluto. Eu sou a
continuidade de Leonardo, de
Sócrates e de Camões. Sou o fogo que
arde do infinito, desprovido do nada
que me completa. Tudo que vem de
mim, vem de Deus, nada mais. A
crença na descrença, do ocidentalismo
e aleatoriedade é acreditar em nada.
As pessoas saem à rua, vão para o
trabalho, voltam do trabalho, sobem
descem, adormecem acordam, tudo
numa torrente contínua. Consideram-
se algo, algo importante, com um
propósito qualquer. Nada é
exteriorizado, tudo interiorizado
egocentricamente, esquecendo a
razão que nos fomenta. Vivem na
ilusão que seus próprios conceitos e
ideais exíguos. Menosprezam a
própria existência com parâmetros
pessoais pré-definidos, seguindo
cegamente e julgando sem hesitar.
Fazem exigências, ditam regras e
procuram respostas a tudo,
desmesuradamente, como se Deus
lhes devesse algum tipo de
explicação. Nada sabem, mas
presumem com presunção. De alguma
forma, o universo deve-lhes algo.
Porque eles sim, são a divindade. Em
meio a uma ignorância profunda,
colocam questões em cima de
questões, onde acaba o universo, se
acaba, o que tem do outro lado, se
Deus existe, porque não aparece com
boas e lógicas explicações? Mas por
estranho milagre, Deus se
materializasse, saindo da sua absoluta
divindade simplesmente para
satisfazer a curiosidade de um, em
particular, como se este homem, só
por existir, merecesse
automaticamente a submissão do
próprio Deus ao seu ego humano, a
sua magnificência apenas porque
existe, claro… Se isto pudesse
acontecer, e realmente fosse
objetivado, o que aconteceria, que
perguntas seriam feitas ao senhor?
Realmente somos apenas formigas
aos olhos de quem criou os céus, e a
terra, menos do que isso, até. Do
ponto de vista humano, ao
observarmos umas formigas, o que
pensamos, perante a nossa grandeza e
analisando a exiguidade dos
comportamentos desses insetos
sociais? Ficamos a olhar para esses
bichinhos, em carreirinha levando
pequenas migalhas para um buraco, e
pensamos - como esses bichos são
pequenos e idiotas, só veem migalhas,
comida, nada mais! No entanto, se
uma formiga se distanciar das outras e
subir para cima da nossa mesa, então
consideramos aquele comportamento
abusivo, aquela petulante formiga
teve a presunção de querer se
aproximar deste reino, de Deuses que,
apenas com um dedo, estão dispostos
a esmagar impiedosamente. Ela não
sabe que é apenas uma ridícula
formiga à procura de protagonismo
onde não deve? Sim, vou esmagar
essa idiota, para as outras aprenderem
a não subir à mesa sagrada do Deus
homem, e seja, nós. Ora isto para nós,
Deuses por entre os insetos, é muito
lógico com certeza. Mas mediante os
olhos da formiguinha, que tem lá
dentro uma alma, uma pergunta e
muita arrogância tal como nós temos
perante Deus, tudo parece injusto.
Também ela se acha importante,
também ela pretende saber porque não
pode comer à mesa como as pessoas.
Porque é impiedosamente esmagada
sem qualquer explicação. Isto é a
razão das coisas. Perante a
consciência cósmica formadora das
correntes do mar, criadora de planetas
infinitos, reguladora do tempo e do
espaço, magnificamente perene e
infinita, nós não somos sequer
formigas, somos… algo petulante! A
menos que tenhamos uma profunda
humildade no ser, no existir, na oração
de exaltação ao grande criador e na
absoluta aceitação de tudo e todos,
como foi ensinado pelo único Cristo,
não somos mesmo nada, senão
palavras perdidas no tempo. Este é o
sentido, o simples e perfeito propósito
do homem, a ascensão ao pai.

“Todos os vales serão aterrados, e


todos os morros e montes serão
aplanados; os terrenos cheios de altos
e baixos ficarão planos, e as regiões
montanhosas virarão planícies.”
Isaías 40:4, Bíblia sagrada
Agora vou convidar o leitor, a fazer
uma viagem no pensamento de um
poeta. A beleza está aos olhos de
quem vê, na alma de quem sente, aos
lábios de quem beija. No sabor de uma
deliciosa fatia de bolo de chocolate,
tomada numa esplanada, como
sobremesa ao almoço. No contemplar
do céu, seja azul, ou nublado, o que
sempre traz a novidade. No caminhar
pela rua, observando um casal de
velhinhos de longa idade, perto dos
cem anos, no olhar daquele homem,
de olhos tão azuis e cabelo tão branco,
com uma expressão de felicidade por
ainda estar ali, ao lado da sua amada,
ao final de tantos anos… somente
resta admirar, invejar até, nem todos
conseguem essa fortuna. Ao virar da
rua, está a ribeira velha, algo do tempo
dos mouros, mais de 8 séculos, uma
pequena ponte de madeira, rodeada de
pombos. Eram tantos, simpáticos,
familiares e despreocupados, quase
permitindo tocar… Não resisti a
parar, por uns momentos, ao ouvir a
água da ribeira escorrer, e fotografar
aquela paisagem emoldurada por
árvores de outono, por entre as aves
descansadas. Uns metros à frente,
descubro um soneto de folhas caídas,
composição perfeita de tonalidades
quentes, secas, uma pintura natural,
pulcra. Não estava frio, mas uma
frescura agradável, a pureza da serra
de Sintra, filtrada pelas chuvas
matinais. Passo a passo visando a
variedade de cores, das folhas de
plátanos mortas, inicialmente
vermelhas, outras amarelas,
castanhas, tapetes no chão de
mármore do passeio branco. Tudo isto
depois de duas jovens mulheres,
provavelmente irmãs, altas, cabelos
compridos, magras e esbeltas olharem
para mim com um sorriso de mel… A
contemplação da mulher é como o
observar das rosas, que vão brotando,
suavemente no meu jardim. Já havia
acordado inspirado, como de
costume, infelizmente há sempre
intempéries na vida, a visita
obrigatória a um familiar que está
prestes a falecer, ainda hoje,
inevitavelmente. Com 83 anos, uma
lutadora, Touro de signo, amada por
centenas, guerreira inelutável pela
vida, mas a todos chega a hora, é
apenas uma passagem, como tantas
outras. Enquanto aguardava pela
minha hora, a ser chamado na sala de
espera do hospital, ali enamorava uma
linda enfermeira, que se mostrou
interessada por conhecer um escritor-
poeta, a conversa estava boa, mas,
entretanto, vem de lá um jovem
médico e mesmo ao meu lado,
informa uma linda senhora, com uns
bons 60 anos, que o marido acabara de
falecer. Assim abruptamente, não a
levou a um canto, não a acalmou
passivamente, nem um calmante lhe
deu. E aquela senhora, de ar tão nobre
e singela, assim no segundo, lança as
mãos ao peito, mesmo ao meu lado,
tentando conter o grito das lágrimas
que nem saiam, por choque! Tentei
ajudar, obviamente, aproximei-me,
toquei suavemente no braço,
perguntei se eram muito próximos,
um do outro. Ela responde que sim,
eram muito próximos, mesmo muito,
era amor verdadeiro, e acabava ali. É
difícil até de explicar, estas coisas
quando acontecem a quem é bom,
ainda jovem, tinha 58 anos o senhor,
morte por AVC, o que é usual aos dias
de hoje. Sabendo que eu era um
escritor, compreendendo quem sou,
pediu-me o contacto, fez questão de
me conhecer melhor, enquanto ia
recebendo chamadas e mais
chamadas, tendo de informar a família
toda que aquele pai, filho e irmão
acabara de partir. A vida é curta e
bela, até mesmo no sofrimento
encontramos beleza, porque há
manifestações de amor puro,
verdadeiro. Quem não ama, não sofre,
mas também não sente. Se estamos
vivos é para sentir, para amar, para
viver. O dia não foi um dia mau, foi
apenas mais uma experiência, por
entre tantas que nos ensinam,
gradualmente, a reparar no quanto é
belo o estar vivo. A morte só existe
enquanto há vida, temos de saber
contemplar a graça de cada segundo,
cada beijo, cada palavra. Assim fica a
máxima, a felicidade está nos olhos de
quem sente, completamente,
eternamente.

As pessoas vão ficando mais otimistas


com o tempo, com o sofrimento.
Porque se vão lembrando de como
eram idiotas pessimistas quando
tinham tudo. Esse é o paradoxo do
sofrimento. A gente sofre, para
aprender a não sofrer, cresce, para ver
a vida com outros olhos, e reclama,
quando ainda lhe falta sofrer. Por isso
encontramos arrogância na juventude,
e humildade na maturidade. Quando
virem um sábio, quanto maior for o
seu sorriso, mais aquilo que já passou.
O guerreiro não se queixa da dorzinha
no dedão do pé, aguenta os ossos
quebrados, sabe que não vão quebrar
mais. Em dois dias conheci duas
senhoras, muito sábias. Ambas
perderam o marido, alguém que
amavam muito, ambas com um
sorriso na alma. Porque a gente só
reclama se estiver bem, pensem
nisso… a vida já está programada para
nos levar tudo, mas por enquanto não
levou! Alguém aí já viu o filme - E
tudo o vento levou? - é um exemplo
perfeito. Se a pessoa não se comover
com o final, é porque não sentiu,
ainda. O sofrimento de alguma forma
está sempre associado ao amor. Se
mais ama, mais sofre, e a quem mais
ama, mais perdoa. Como amamos um
filho, ou filha, perdoamos tudo, não
importa o quanto ele fez. Nas relações
amorosas, já usamos outro nível de
exigência. O outro não pode falhar, e
será severamente punido. Se for uma
jovem, e o namorado olhar para outra
rapariga, ela vai fazer uma cena e
acabar tudo ali, na hora. Depois de uns
quantos namorados, aos 30 anos, ela
já permite que o namorado atual tenha
algumas amigas. Aos 50 anos, se
estiver só, e encontrar um amor, já não
há limites nem ciúme. Portanto a dor
sempre somos nós a criar, seja no
emprego, seja no amor. O sábio tem
de conhecer o valor da tolerância,
jamais terá ciúmes, sentimentos de
posse, e expectativas. Se o outro é
idiota, problema dele, se não é para
mim, não o quero, e tudo segue na
maior perfeição da ordem divina das
coisas. A ideia de alma gêmea, é um
ideal, uma ficção, um sonho. No
máximo, há um maior número de
compatibilidades, entre um e outro, o
que pode levar a uma enorme
felicidade e prazer, até mesmo a
estranha sensação que sentimos o que
ele sente. Porque ao viver junto, nos
juntamos na alma. Se há proximidade
de alma, vai sempre haver prazer na
cama, não há isso de - ser bom na
cama. É mais um conceito idiota.
Sempre somos bons, quando amamos,
se não amarmos, se detestamos, como
no trabalho em que nos sentimos
desenquadrados, aí seremos maus
mesmo. Duas almas semelhantes,
pessoas com a mesma energia, por
similaridade, dão excelentes amantes,
não importa o tamanho dos seios, e
das outras coisas. Temos de ter
entendimento, algum entendimento,
só ganhamos, quando perdemos. Só
sofre por amor aquele que ainda não
entendeu, lamentavelmente. Se eu não
sou completo, sozinho, não o serei
acompanhado, nunca. Nem com mil
namoradas, ou mil automóveis, e mil
propriedades.
“Pensar é o trabalho mais difícil que
existe. Talvez por isso tão poucos se
dediquem a ele.”
Henry Ford
As minhas palavras são o meu
apanágio, a minha riqueza. Porque por
detrás do verbo está a alma, e a alma
sou eu. Toda vida houve a eterna
dúvida, onde reside a inteligência? O
arquétipo de que a inteligência
provém do cérebro e do seu tamanho,
já foi refutado por neurologistas,
António Damásio deu o seu
contributo com - O erro de Descartes
- comprovando que macacos cujo
cérebro havia sido retirado
cirurgicamente, quase na totalidade
apresentavam a mesma inteligência
que os outros, de cérebro completo. A
obra testifica que alguns animais sem
cérebro, como o polvo demonstravam
altas capacidades de intelecto. Onde
estava a inteligência, então? Do ponto
de vista prático, científico e por
dedução estava nas sinapses nervosas
que unem as células do nosso corpo
com ramificações internas. Nessa
consolidação estava a memória
formada e o conhecimento. Mas por
esse ponto de vista, um homem sem
um braço ficaria automaticamente
destituído de parte do seu
pensamento. Isto não seria lógico,
mas anulando a possibilidade de alma,
o homem precisa de uma explicação
qualquer, e a medicina simplesmente
não pode por razões evidentes atribuir
nenhum tipo de crédito à alma, uma
vez que esta é incognoscível, não se
pode ver nem comprovar. Também o
amor não se pode comprovar, também
o oxigênio não se pode ver, também
Deus é algo de especulativo
atendendo às propriedades
transcendentes da centelha divina. Se
o homem fosse o seu cérebro, se a sua
inteligência fosse a largura do seu
encéfalo, não seríamos mais do que
corpos e carne, sem propósito algum
senão a nossa real vontade, o impulso.
Questões como a memória genética da
célula obrigam a aceitar que a
inteligência já existe antes mesmo do
corpo, e isso é a alma.
Compreendendo que somos alma, não
corpo, tudo fica evidente. Podíamos
mesmo sofrer um acidente que nos
levasse grande parte do cérebro, que
nada mudaria, manteríamos a mesma
inteligência pois a alma é intocável,
perene. Naturalmente a alma habita
um corpo terrestre, um veículo para a
existência material, ou não teríamos
invólucro. No planeta onde tudo é
matéria, é necessário o desafio
ordinário, uma veste para a alma, uma
propriedade carnal. Sem esta, não
seria possível a procriação animal a
que somos sujeitos e que nos
proporcionam tanto prazer. Por
inerência, tornamo-nos corpos e esses
corpos nos definem como sujeitos.
São palpáveis, visíveis, identificáveis,
representam-nos. Então. além de
alma, somos também corpo, esse
corpo é o que fazemos dele, os nossos
abusos irão refletir-se nele. Se formos
moderados nos nossos suprimentos, o
corpo vai encontrar o seu estado
pleno. Se formos dedicados no
trabalho, se houver sacrifício pessoal,
o corpo vai ganhar robustez e firmeza.
Se pelo contrário, formos
preguiçosos, comilões e agressivos, o
corpo vai adoptar estas propriedades,
ficará pesado, caído, mole e nos olhos
se verá o negro da alma. Assim se
manifesta a beleza da alma, pelo bem
e pelo mal. Não existe realmente o
feio, mas o que se demonstra feio.
Aquele que é nobre em atos, limpo em
pensamentos e cuidado com a sua
veste, terá sempre brilho no seu corpo,
seja ele alto, baixo, escuro e claro, não
importa. A alma sempre encontra uma
forma de transparecer. Nem mesmo a
doença consegue apagar a beleza dos
olhos de quem é bom, o amor sempre
vai prevalecer, aquele que merece,
será amado. Inteligente não é o que
consegue fazer fortuna e comprar
propriedades, fazer extravagâncias.
Nenhum homem é uma ilha, nenhum
consegue ser feliz por si só, todos os
propósitos giram à volta do próximo,
do amor e da admiração. Os homens
mais amados abnegaram a tudo por
amor. Uma vez compreendendo que
aquele carro bonito vai realmente
atrair pessoas que gostam do carro
bonito, não do proprietário sortudo,
descobrindo que a riqueza atrai as
pessoas interesseiras e fúteis,
desprovidas de grandeza interior,
consequentemente, não saberão amar,
o homem inevitavelmente vai
desvalorizar esse amor. Mas o
dinheiro é necessário, ou todos
seríamos como monges, vivendo lá no
alto da montanha, pelo que
trabalhamos e assim encontramos a
dignidade. Se não houvesse o dinheiro
o desafio terreno acabaría rápido, pelo
que temos de trabalhar. Com o suor do
corpo cada um recebe a sua parte, o
seu quinhão. Não importa a
quantidade, importa a qualidade e a
aceitação do que se semeou, do que se
colhe. Aquele que por direito alcança
uma situação estável, confortável,
merece a admiração dos outros. Tudo
é um desafio, o desafio da pobreza, da
riqueza, da vida e da morte. Somos o
que escrevemos, o que pensamos, o
que doamos no nosso contributo para
o mundo, não para nós, pois tudo o
que temos nos foi dado e tudo o que
recebemos, veio de Deus. O homem
sensato sempre agradece, se está vivo
foi porque teve mãe e pai, se tem uma
família já tem grande riqueza, se
trabalha para viver tem um propósito.
A simples contemplação do céu já é
uma gratificação, toda vida em si é um
milagre divino. Sejamos sempre
sábios e merecedores do muito, pouco
e mesmo nada que nos foi destinado,
mais vale o nada limpo que o muito
sujo, cada qual com a sua cruz
conforme foi escrito, conforme será
feito. Não existem almas pequenas,
mas existem palavras pequenas. Até
mesmo no nada existe algo para dar,
enquanto houver o poder das palavras,
o amor e a vontade para amar.
“Não tentes ser bem-sucedido, tenta
antes ser um homem de valor.”
Albert Einstein

O que é a realidade? Cada um tem a


sua própria conceção do real,
Parmênides dizia que “o homem é a
medida de todas as coisas.” Esta é a
visão antropocêntrica da realidade. Na
visão teocêntrica, Deus é o centro do
universo. Na perspetiva do homem
comum a vida vai mudando consoante
o observador. Se existem dificuldades
então a realidade é dura, pesada e
injusta. Do ponto de vista
magnânimo, onde abunda o sexo e a
fartura e ninguém pensa em morte e
doença então aí a realidade é perfeita.
Tudo é uma concepção subjetiva e
irreal suportada por diferentes ideais.
No catolicismo há uma realidade
completamente diferente da religião
muçulmana. Essas diferenças levam a
uma disputa e essa ignorância
globalizada eclode na guerra. Milhões
morrem na torrente de uma realidade
que não compreendem, pois se cada
um soubesse que a realidade não
existe de facto, nada disso acontecia.
Aquilo que chamamos de realidade é
apenas uma ilusão mental. É um filme
projetado pelo olhar biocêntrico de
cada um. De facto, se nós voltássemos
no tempo uns trezentos anos e se
mostrássemos um filme às pessoas,
elas realmente iriam acreditar que
aquela ficção onde aparece um alien
alimentado por cérebros humanos e
que devora a barriga de dentro para
fora, todas as pessoas aceitariam
como realidade e fugiram pela janela.
O ser humano é assim idiota. Cada um
acredita que existe algo externo, uma
realidade. Não existe. O que
realmente existe é uma percepção
individual. A casinha amarela é
amarela para um, para outro já é
branca e para um outro nem casa é. A
gordinha é gordinha para o marido,
para o vizinho é uma sex model, e
para o paizinho até está magrinha.
Tudo é uma ilusão dos sentidos. A
realidade como estática não existe
porque para existir teria de ser igual
para todos, não é. Se considerássemos
esse pequeno pormenor, o julgamento
alheio acabava. Acabava o medo da
morte, uma vez que isso é uma outra
realidade, acabava o ciúme da mulher,
pois essa é a sua realidade, não a do
marido, acabava o preconceito, cada
um pode fazer o que quiser na sua
própria realidade, é tudo um filme,
afinal. A melhor perspetiva é não ter
perspetiva, é a compreensão da ilusão
onde todos estamos, cada um na sua,
isentos de sectarismo redundante,
quem mataria o colega do lado que
assiste ao mesmo filme? Todos
diriam, o filme é o mesmo, nada é
realidade. As pessoas têm atitudes
ignorantes derivado à ignorância de
cada um, a ignorância nasce
precisamente no acreditar da
realidade externa que não existe e
nunca vai existir. Muitos filósofos e
bons pensadores já procuraram uma
definição de realidade, e nunca
ninguém encontrou. Descartes
afirmou “penso, logo existo” e de
facto o pensamento é algo real. Mas o
bom pensamento orienta-nos para a
razão, e a razão mostra-nos que a
única realidade que existe é o nosso
olho. Um olho mental que difere de
pessoa para pessoa, um olho que
muda consoante o sentimento de cada
um. Nada é, de facto, real. Tudo é um
sentimento mutante, tanto somos
deuses, como pó. Tanto vítimas, como
agressores, tanto felizes, como
infelizes, tudo numa realidade
pessoal, nunca global. Nada é então,
uma realidade, tudo é uma edificação,
somos o que criamos de dentro para
fora, nada mais.
“É preciso ser um realista para
descobrir a realidade. É preciso ser
um romântico para criá-la.”
Fernando Pessoa
Todos nós temos uma tradição, uma
herança cultural que atravessou
gerações, condicionando cada povo a
depreciar aqueles que não seguem os
nossos próprios padrões culturais.
Levando a discriminar os
comportamentos que consideramos
desenquadrados perante a nossa
perspetiva pessoal, como povo. A
cultura resume-se a um olhar crítico
sobre o modo de vida enraizado em
cada país, povoação e localização. A
forma como cada cultura interpreta a
realidade, a visão do mundo dentro da
multiplicidade inerente à
subjetividade e os diferentes
comportamentos e posturas sociais
que foram sendo adotados por cada
civilização, de acordo com os fatores
determinantes condicionantes de cada
povo, acidentalismo e idealismo
religioso. Pelo que temos de aprender
a perspetivar, observando as variações
dos padrões culturais com
objetividade, tendo em conta os
fatores que condicionaram
diacronicamente o desenvolver de
cada tradição. Embora todos os
homens sejam semelhantes,
fisicamente, geneticamente, existem
variantes na aplicação dos nossos
equipamentos anatômicos,
dependentes do aprendizado que
herdamos em cada padrão grupal.
Porque vemos o mundo da forma
como fomos condicionados a ver,
então, se fossemos chineses,
provavelmente teríamos uma gaiola
com ratazanas vivas para serem fritas
e comidas ao jantar, da mesma forma
como, para nós, é natural comer um
bom frango assado no forno, e uma
bifana no pão, o que chocaria várias
culturas, onde o porco é sagrado, por
exemplo. A propensão em olhar o
mundo da nossa própria forma por
herança cultural, partindo do princípio
que agimos da forma mais correta, em
dicotomia com as outras culturas, que
consideramos talvez aberrantes, em
determinadas situações, chamamos a
isso de - Etnocentrismo - uma espécie
de “ego” enraizado em cada povo, raiz
de inúmeros conflitos sociais,
geradores de críticas, xenofobia e até
mesmo, guerras por entre algumas
nações. Porque se eu fui educado a
comer bife de vaca, e a cortar o cabelo
e respeitar a palavra de Deus, quem vê
o mundo de outra maneira,
perspetivando inúmeros deuses,
deixando o cabelo crescer até aos pés
e comendo ratos ao almoço, é uma
aberração. Dentro de uma sociedade,
também existem diferenças culturais,
vai variando de país para país,
continente para continente, família
para família. A compreensão e o
estudo destas nossas diferenças, como
humanos, em diferentes espaços e
com diferentes histórias assim
determinantes dos seus atos e
escolhas, é o princípio do
alocentrismo, se eu tivesse nascido
ali, provavelmente a minha vida,
forma de vestir, agir e pensar, seria
igual. Somente assim podemos evitar
situações de xenofobia, etnofobia e
racismo, os precursores das guerras
que são o flagelo da humanidade. Não
importa a crença religiosa dos outros,
o sistema económico e político de
cada nação, o discernir da igualdade
atendendo aos diferentes
condicionantes de cada povo, homem
e nação é o princípio da nossa
evolução, como humanidade.
Espelhamos nos outros o nosso sentir,
partindo do pressuposto que também
sentem. Algo impossível de concluir,
não deram os nossos passos, que nos
definem, na empatia com as mesmas
dores, resultado do aprendizado da
vida. Assim encontramos o
semelhante, na contagem dos mesmos
degraus e valores, por nós plantados e
na terra enraizados, nas profundidades
do ser. Brotando como rosas no
deserto, onde nem sempre a água
chega para suprir. E do mesmo lago
saem diferentes peixes, provenientes
da mesma água, da reverberante
criação. Se assim não fosse, seríamos
um, não mil. Que é o único propósito,
a unificação, passo a passo, mister
alcançar a perfeição, que é o absoluto
amor e criador. Somente sentindo pela
alma, essência do velcro carnal.
Assim se fazem grandes os pequenos,
e pequenos os grandes, porque já o
são. Ninguém procura a razão já
encontrada, ou sobe o mesmo degrau.
Entrando em sincronicidade com o
universo, o todo. No contemplar de
cada pássaro no ar, de cada rosa a
brotar, da vida, da terra e do mar.
Porque a nossa razão, nunca pode ser
singular. Aquele que não o vê, incapaz
será de amar.
“No momento em que uma criança
nasce, a mãe também nasce. Ela nunca
existiu antes. A mulher existia, mas a
mãe, nunca. Uma mãe é algo
absolutamente novo.”
Osho
Qual o motivo da nossa existência?
Por vezes fica o pensamento, a
dúvida, a pergunta constante, qual é o
nosso propósito? Qual o motivo do
sofrimento, doenças, desilusões,
catástrofes… A pessoa acredita em
Deus - ou não - acredita que existe
uma lógica por detrás de tudo. Mas as
injustiças acontecem, aparentemente,
a dificuldade em arranjar um
emprego, as provações económicas
que tanto podem pesar, o sofrimento e
a desilusão, a luta sem gratificação.
Sempre que não conseguimos
alcançar uma meta, ou mesmo após
alcançar o que seja e de seguida
perder todo cultivo de uma vida, como
acontece nos divórcios, no
falecimento de um ente querido, na
perda de um emprego de uma vida
inteira sempre a investir, a empresa
que vai à falência… Qual a
justificativa perante tais
acontecimentos, será que a pessoa
merece esses percalços, está a pagar
por algum tipo de crime, será karma?
E se essa pessoa até for conscienciosa,
amável e dedicada, e se ainda assim
for vítima de algum tipo de doença,
algum tipo de sina incurável que a vai
acompanhar a vida toda? É fácil
compreender a lógica das coisas, a
causalidade quando se tem uma vida
exemplar, basta proclamar um sermão
de boa conduta e tudo fica justificado!
Dizemos que conseguimos isso por
mérito, por esforço, por fé…, mas se
a vida não aos favorecer em algo e
esse algo for eventualmente injusto,
como o interpretamos? Este tipo de
sentimento perante as adversidades
deletérias que vão surgindo, leva à
autocomiseração. A desilusão toma
conta do indivíduo. Se é uma mulher
e foi injustamente enganada pelo
marido, se foi trocada no casamento
por uma mais nova, uma menos
afável, uma menos dedicada apenas
porque era mais nova, nesse caso a
mulher vai entrar em depressão. O
mesmo acontece ao empresário que
perde tudo após uma maré de azar que
surge do nada, novas leis, novas
normas, uma multa, muitas podem ser
as causas. Sempre que a pessoa sofre
este tipo de perdas não justificadas,
sempre que a desilusão surge, seja
com amizades, seja no amor e no
trabalho, sempre que há algo que não
tem uma explicação plausível a
pessoa começa a questionar as razões
inerentes à sua existência. Regressa a
pergunta, qual o propósito da vida,
esta pergunta é um vírus que a muitos
consome, a tristeza vai-se
acomodando no coração do desolado,
ele ou ela não tendo respostas perante
o desequilíbrio abismal de posses e
facilidades, não compreendendo
logicamente porque uns nascem com
todas as regalias próprias de um país
civilizado, com ascendentes ricos e
um apanágio gratificante que assim
proporciona logo à partida um
caminho promissor, enquanto que
outros nascem no meio dificil, lutam
para sobreviver e mesmo assim nada
conquistam. Logicamente que para o
privilegiado, tudo parece claro como
água e para o desgraçado tudo parece
uma nuvem densa, este começa agora
a duvidar da existência Divina. A
dúvida instala-se até que a vida jorre
algumas sementes promissoras. Qual
é, então, o propósito? O problema
começa precisamente aí. A dúvida, a
pergunta. O carrapato precisa chupar
o sangue à leoa, esse é o seu propósito.
Somente assim ele se tornará uma
leoa. A leoa precisa correr atrás da
zebra, precisa matar para viver. Esse é
o seu propósito, somente assim a leoa
irá ascender, somente assim chegará
um dia a zebra. A zebra precisa comer
o pasto e fugir da leoa para sobreviver.
Precisa de uma morte sangrenta,
somente assim chegará a àguia. A
águia voa livremente aos céus,
contempla todas as criações, somente
após essa experiência e mais umas
quantas chegará à humanidade. Agora
o humano. Este veio à terra com um
propósito, tudo tem um propósito.
Como é que o humano transcende
para uma posição mais elevada?
Como poderia aprender, evoluir,
ascendendo assim à escala divina,
encostado à beira da piscina? Todo
aprendizado nasce do sofrimento. A
vida é uma lição constante, ninguém
cresce por fora sem antes crescer por
dentro. A riqueza não é o propósito,
mas a alma. Aqueles que mais
sofreram, mais aprenderam.
Aceitaram que tudo tem um propósito
e continuaram a sua jornada eterna de
braços erguidos. O propósito está aqui
mesmo, neste livro, sem sofrimento
não haveria lição alguma. Qual aquele
que, após atropelado duas ou três
vezes, olha agora sem cautela ao
atravessar a estrada? Aquele que
ainda se dá ao desplante de contestar
as magnificências da vida, não sofreu
certamente ainda, o suficiente. Somos
formigas perante a criação divina,
somos uns felizardos cuja única causa
de existência é servir ao Deus criador
de todas as montanhas, de todas as
àguas, todos os seres. Contemplados
com uma fabulosa inteligencia,
nascemos por entre humanos porque
já ultrapassamos muitas esferas da
escala existencial e agora até
dormimos no conforto dos lençóis.
Não mais perseguidos pelo pesadelo
das bestas, não somos devorados,
podemos procriar com alguma
nobreza. Podemos amar, ser amados,
até nutrirmos da percepção divina,
compreensão que tudo é uma
passagem, uma lição. Ainda temos um
livro sagrado que muitos
gratificantemente conheceram, que
explica concretamente que - procurai
antes o reino dos céus e tudo mais vos
será acrescentado. Este é o propósito ,
Deus, o pai do pai, o mestre dos
mestres, o absoluto. Uma vez
constatando que nada disto à nossa
volta existirìa ao acaso, já é digno de
veneração. Uma vez sabendo que toda
violência é abominação e que somente
semeando o amor incondicional
respeitamos ao pai, nada mais
importa. Uma vez contemplando a
nossa fútil existência, egocêntrica,
que proporciona prazeres para lá do
merecido, uma vez aceitando o
propósito de servir, e não de ser
servidos, acabam as lamúrias e
lamentações. Uma vez descobrindo
que o propósito não é realmente
nosso, mas de Deus, finalmente
podemos enfrentar tudo e todos com a
sabedoria de agradecer sempre pelo
enorme benefício que é estar vivo. O
nosso propósito é algo superior,
superior a nós, a potestade que aos
rege, o senhor estrelar.
“Não há nada de tão belo como
aproximarmo-nos da Divindade e
espalhar os seus raios pela raça
humana.”
Ludwig van Beethoven
Existe uma coisa chamada conexão de
almas...é quando alguém se assemelha
a nós de tal forma, que se torna fácil
mostrar a nossa essência, a alma. Hoje
em dia, com a camuflagem necessária
para se sobreviver em sociedade, onde
tudo é um dilema constante, uma
ilusão forjada para sustentar falsos
ideais de igualdade e conceitos
absolutistas de invólucros externos, as
pessoas aprendem cedo a vestir a
máscara da personalidade, assim
desfilam. Isto conduz cada cada um a
se sentir seguro e confortável com
essa máscara, composta por
subterfúgios dentro de mais
subterfúgios, a certo ponto o conforto
que essa nova “persona” sustém
enraíza tal forma, que a mesma se
esquece de si mesma, é levada a
acreditar que a sua alma não existe,
mas o seu corpo, imagem e
designação social. A criança interior
morre ao metamorfosear em adulto. O
adulto segue a sua jornada, seguro que
esse indivíduo é de facto real, que a
criança morreu, desapareceu. Mas a
criança nunca morre, a criança é a
própria pessoa, é a alma que se
esconde de noite por entre almofadas,
no escuro em meditação. Surge uma
dupla identidade, a criança indefesa,
de noite e resguardada, e o adulto frio
objetivo e lutador que enfrenta a
sociedade com a sua máscara de
guerra. O problema é que essa
máscara vai tomando posse, vai
criando raízes no corpo e na cara da
pessoa, até que a própria pessoa já
nem se lembre do seu âmago. Fica
difícil, agora, despir-se até mesmo
perante o parceiro conjugal. Em
alguns casos, nem mesmo os pais
reconhecem mais os filhos, a máscara
tomou conta deles, não vai sair assim
tão facilmente. Qual o problema,
aqui? O problema está na fonte. A
fonte é o amor. Quando uma pessoa é
obrigada a viver resguardada de si
mesma, escondendo em segredo a sua
verdade, os seus desejos, medos e
sentimentos, ao final de vinte e trinta
anos de casamento o seu parceiro
ainda não faz sequer ideia de quem
tem realmente ao seu lado. Uma vez
que, provavelmente, ambos usam
concomitantemente as suas máscaras,
não as retirando nunca, por medo de
represálias, críticas ou julgamentos,
na realidade nenhum deles está
efetivamente com o outro, mas com a
“ideia” do outro. Isto pode parecer
absurdo, irreal, mas é uma realidade.
Se uma pessoa viver com outra, não se
despir para ela nunca, apenas
despindo suas roupas para os prazeres
do sexo, nada mais, é o mesmo que
partilhar a vida, com um estranho. A
sensação de incompletude é perene,
constante, por vezes agregada a uma
dúvida inexplicável. Isto acontece
quando as pessoas passam demasiado
tempo integradas socialmente, entram
em auto-hipnose. Ficam a conhecer a
consciência global humana e perdem
a sua própria perceção interior, o
conhecer a alma. A alma é a nossa
razão, a vontade, o propósito. Todos
precisamos de nos conhecer, a nós
próprios, como nos conhecíamos, em
crianças. Esses eram os valores
simples, a simplicidade e pureza, que
nos determina. Se não pudermos
partilhar dessa essência com ninguém,
estamos homiziados, escondidos para
sempre numa gruta escura. Até que
um dia alguém, semelhante, ajude a
libertar esse pombo, até agora retido,
algures no coração. A este podemos
nomear alma gêmea, amor
verdadeiro, eventualmente.
Tendencialmente, a alma esconde-se
quando atingimos a maioridade e por
motivos de integração. Logicamente,
ou seríamos devorados, como
carneirinhos entre os lobos. Os
critérios são elevados e os
estereótipos enraizados, para se
sobreviver, há a máscara social,
aquela que apresenta um super-
homem, uma supermulher. Pois nada
menos será aceite, na sociedade. Os
“abertos” rapidamente são
censurados, julgados como
aberrações, coisas com sentimentos,
fraquezas. A máscara ficou, não mais
saiu, até uma fase sênior da vida. Pode
nunca chegar a existir essa máscara,
se a pessoa for irreverente, um pintor,
um cantor excêntrico, um Elvis ou um
Salvador Dali. Uma vez admirados
pela excentricidade, a mesma irá
sustentá-los pela fama, ajudá-los a
inspirar multidões, através de música,
arte ou poesia. O artista não precisa de
máscaras, ele é ele, a sua alma está
nua, crua e sem preconceitos.
Simplesmente porque não se
preocupa com mais ninguém, só ele
mesmo importa. É um superego. Essa
liberdade, poucos conseguem receber.
Muitos nem tentam, já estão
condicionados a uma outra pessoa, o
seu próprio fantasma social. Despidas
as máscaras, ou persona, italiano de
pessoa, encontramos o ser, uma
essência digna de se ver, com bons
olhos. A beleza da alma, é algo que
ultrapassa qualquer escultura
corporal, é um brilho que não morre,
é perene. Não podemos esquecer este
oculto rubi, ser conhecedores de nós,
ainda que para tantos pareça difícil,
impossível…
“Todos julgam segundo a aparência,
ninguém segundo a essência.”
Friedrich Schiller
Por vezes somos confrontados com
dilemas pessoais, amorosos. A
solidão sempre é impulsionante, quem
está só há muito tempo, começa a
refletir, mediante a possibilidade de
ter uma paixão. Não existem certezas,
apenas hipóteses… Se o outro é
apelativo, bonitinho, ou bonitinha,
maior a tentação. Se há
compatibilidade nas conversas, ainda
que relativa, já é um incentivo. As
pessoas procuram ideais inexistentes,
de compatibilidade absoluta, que
eventualmente podem até surgir,
principalmente no fator carnal. É fácil
sentir atração, desejo. Difícil é a
combinação desse desejo com uma
compatibilidade mental. Geralmente,
as pessoas tendem a ignorar esse fator
- a inteligência. Não por ser
obrigatório ser-se um gênio, mas tem
de haver um equilíbrio na relação de
entendimento, para com a vida. Caso
contrário, estaremos apenas a acasalar
como macacos, impulsivamente. Mas,
como havia referenciado, a solidão é
um fardo, após meses, anos sem uma
companheira, surgindo uma hipótese
válida que pode apenas ser uma
experiência, ou não, o ser humano
tende a aceitar. O dilema é o seguinte,
as falsas paixões fazem mais mal, do
que bem. Causam danos internos,
psicológicos. Sem se aperceber,
apenas porque o ambiente estava
agradável, e a companhia
interessante, apelativa, com uma
química no ar, a pessoa vê-se
sexualmente envolvida com outra,
que mal conhece. Pode até parecer
que conhece, principalmente se
ambos estiverem carentes de amor
carnal, é uma necessidade. Mas, nem
todos os comprimidos são para a
gripe. Quando os corpos se unem,
numa relação de amor, sem existir
realmente amor, é estar a cultivar em
terreno seco. Quando a plantação
morre, todos sofrem. O ser humano
precisa de amor platônico, na sua
cabeça é criada a expectativa de
compromisso, a menos que a pessoa
seja absolutamente promíscua, sem
respeito próprio, não se importando
de ser objeto de satisfação alheio,
despropositadamente. Se assim for,
não há problema algum, é apenas uma
troca de fluidos, o que hoje em dia é
considerado moderno, incensurável.
Mas e se na realidade, o indivíduo
precisar mesmo de uma companheira,
de uma união real, algo de mágico,
puro, belo? Pois nesse caso, surge o
dilema, faço, ou não faço? Por
exemplo, ele está solteiro, e ela surge,
mas é casada. Aparentemente, são
compatíveis, as conversas,
intermináveis, quase uma fantasia,
algo de muito interessante! Agora
esquecemos que a outra é casada?
Mais um dilema… entre inúmeros
exemplos possíveis, a ideia deste
texto é ajudar a estruturar o
pensamento. O otimista, vai partir do
princípio que sim, há que arriscar, vai
ser algo de maravilhoso, farão sexo
intenso, prazeres indescritíveis e sabe-
se mais… ignorando o fato da outra
ser casada, do marido ser violento, ter
uma pistola, ou inúmeros riscos
subjacentes à relação. Outros fatores a
considerar, ela é casada realmente, ou
é o tipo de relação aberta, como se usa
agora, moram juntos, não sendo
casados. Tudo isto são fatores
pertinentes, pois quem ama, a sério,
não quer apenas morar junto, quer um
compromisso, uma ligação de posse,
saber que se pode contar com o outro,
esta é a realidade. Na verdade, para se
- ter sexo - é relativamente fácil, basta
querer ter sexo, como fazem os cães.
Para se encontrar um amor, já não é
bem assim. Há o jogo de interesses,
porque na maior parte das vezes, a
outra gosta mais das posses, do que do
dono dessas posses, depois há a
compatibilidade sexual, o que é
absolutamente importante, no casal,
ou rapidamente se afastam um do
outro. Ainda há a questão da
compatibilidade mental, as
conversações, que no início começam
por ser triviais, mal logo se tornam
mais profundas, levando ao
desentendimento. Na verdade, quanto
mais interessantes nós formos, como
pack pessoal integral, mais difícil se
torna, encontrar uma compatibilidade.
Seja por motivos de evolução
espiritual, educação, experiência ou
status. Ninguém quer ficar sozinho,
mas igualmente ninguém quer um
carrapato na sua perna. Em suma… é
muito natural que um elemento
perfeitamente válido, vá para titio, ou
titia, basta não ter muita sorte, durante
uns anos, e pronto, o seu tempo já
passou. O que leva novamente ao
eterno dilema, como a sopa, ou deixo
passar, pois prefiro a sobremesa? Isto
só se aplica a solteiros, divorciados,
etc, o dilema dos casados, é outro….
continuo com a sopinha, para sempre,
ou vou a procura do bife com batatas,
que pode nem sequer existir? ...pois
é…
“No amor nunca os pratos da balança
estão equilibrados. E como a essência
do amor é etérea, quem pesa mais é
quem ama menos.”
Vergílio Ferreira

Não existem dores de dentes, existem


dentes com dores, o que é
completamente diferente. O homem
não sofre por amor. Sofre sim, porque
acredita que está a sofrer o amor. Se
ele arrancar esse dente, acaba a dor. É
um axioma perfeito, a ilusão dos
sentidos, a mente. Se existissem dores
de dentes, todos eles iriam doer. A
gente arranca aquele dente, apenas o
que dói, o pensamento. E já não
sofremos por acreditar que sofremos,
é só desconstruir algo que nunca
existiu. Quando dominarmos as
nossas ilusões, seremos senhores de
tudo. Nada é que não o permita ser. O
mesmo sucede com a morte. Se
acreditarmos nela, no sofrimento
inerente à mesma, então sofremos
mesmo, e muito. Mas sabendo que é
apenas mais uma passagem, como
cada dia em que acordamos,
compreendemos o ridículo de sofrer a
morte. Sofre aquele que não arranca o
dente dolorido, sofre aquele que
aceita acreditar na dor, sofre aquele
que vê a morte, com dor. Só sofremos,
porque queremos, ao abrir os olhos, já
todos morremos, diversas vezes, e por
idiotice, alguém chorou essa morte,
esse dente que foi arrancado, porque
tinha de ser. A gente sempre escolhe
os nossos sofrimentos, e não os
largamos, porque de alguma forma,
não queremos. Sempre vão haver
dentes para arrancar, somente assim
acaba a dor.
E aqui nasce mais um texto,
suavemente, como gotas de orvalho
pelo alvorecer… sempre com a
mesma energia, que crepita de mim
como o reverberar das estrelas. O
equilíbrio é a chave para o
discernimento. Encontrar o meio-
termo em tudo é um tipo de
iluminação. Por mais inteligentes que
as pessoas sejam, tendem para o
desequilíbrio. Isto porque se focam
não no global, mas em situações
específicas, pontuais, geralmente
inclinados para o negativo. Aquele
que vive desequilibrado não consegue
ser feliz. O homem está onde a sua
alma se encontra. É recorrente a
pessoa estar a tomar o café da manhã,
e já está com a sua cabeça no trabalho.
Então, não está a saborear aquele
momento, mas já está no trabalho.
Desperdiçou o pequeno almoço.
Também é usual as pessoas
ampliarem o que não é bom, e
ignorarem o que é ótimo. Se um dia
corre tudo bem, há saúde, família,
trabalho, sol e pelo meio acontece
algo de errado, toca a focar nessa
situação e revive-la eternamente.
Quer dizer que a pessoa prefere se
focar no indivíduo que a ofendeu do
que em vinte outras que a amaram.
Prefere, por exemplo, focar no jantar
queimado do nos outros vinte, que
estavam deliciosos. Prefere se
concentrar naqueles que morreram do
que noutros vinte viventes, à sua
volta. Prefere enfatizar o grito que o
marido deu um dia, que nas centenas
de beijos que ele ofereceu. Isto é a
natureza humana, a concentração
naquilo que devia ser esquecido. Ora
nem tudo pode ser bom, ou nada seria
bom. As pessoas adoram proclamar o
pensamento crístico, mas preferem
esquecer dele o tempo todo. É mais
fácil julgar do que perdoar, é fácil
amar a nós mesmos e aos que nos
amam, amar de volta, como
recompensa. Estar preocupado é
ignorar a mensagem sagrada - não
andais solícitos… Aquele que se foca
no correto sempre será feliz. Pode até
passar por mais provações que seu
pensamento estará em Deus. Pode até
ter um trabalho pesado, seu
pensamento estará no café da manhã.
Pode por vezes ser insultado, a sua
alma estará rodeada por carícias
recebidas por anos. Pode sofrer um
pouco, a sua alma compreenderá que
o importante é o propósito maior, para
o qual nasceu! Pode ficar doente,
sabendo que na vida, tudo passa. Pode
ser rico, abastado, não cairá em
arrogância, na vida tudo passa, isso é
ter equilíbrio, discernimento. Aqueles
que vivem nas excrescências, é por
opção própria. Porque ter o corpo
limpo e a alma suja, antes o corpo
sujo, a alma limpa. Há sempre algo de
bom para dar, algo de bom para
receber também, até o último sopro de
vida, o último beijo, o último sorriso.
Isto é viver em graça, na riqueza que
a todos foi atribuída. Amor gera mais
amor, esse é o maior semeio. Aquele
que vive pela espada, morre pela
espada, se vivermos de amor,
morremos com amor.
“Pratiquem a bondade, não criem
sofrimento, dirijam a própria mente.
Esta é a essência do Budismo.”
Buda
Por vezes somos levados a fazer uma
introspeção, sobre o nosso próprio
destino. Perguntando internamente, se
realmente existe um destino, um
propósito atribuído a cada um, pré-
definido e inelutável. Albert Einstein
dizia que temos o destino que
merecemos, de acordo com os nossos
méritos. O que pressupõe a
inexistência de um destino
determinado. Machado de Assis dizia
que precisávamos esquecer o passado,
para conquistar um futuro. “A vida é
uma lousa, em que o destino, para
escrever um novo caso, precisa de
apagar o caso escrito.” Arthur
Schopenhauer defendia a ideia que o
destino baralha as cartas, e nós
jogamos. Mas houve quem dissesse
que, quando se navega sem destino,
nenhum vento é favorável. Inúmeras
são as conceções de destino, é fácil
acreditar que tudo está predestinado,
uma espécie de karma, uma história
que hoje foi desenhada pelo passado,
acabando na eternidade. Onde uns
ganham, porque tinham que ganhar,
outros perdem, porque tinham que
perder. Marguerite Yourcenar
afirmava que era quase sempre
preciso um golpe de loucura para se
construir um destino, o que revela
profundidade de pensamento. De fato,
todos temos um pouco de louco. Se
não somos loucos, não marcamos a
nossa presença, passamos
desapercebidos. Anthony Robbins
concorda, afirmando que é nos
momentos de decisão que o seu
destino é traçado. “Se você não pode
mudar seu destino, mude sua atitude”
-Amy Tan, escritora contemporânea,
autora de várias obras de ficção e
romancista. Demócrito de Abdera
(460 a.C.-370 a.C.) considerado um
filósofo pré-socrático, já afirmava que
o caráter de um homem faz o seu
destino. Existe, então, um destino? É
algo que sempre foi indagado, através
da história, pelos maiores pensadores,
filósofos, escritores, desde séculos
antes de Cristo. Pessoalmente, vou
neste caso responder com a máxima
Socrática, só sei que nada sei…
“Agradeço ao destino por ter-me
feito nascer pobre. A pobreza foi-me
uma amiga benfazeja; ensinou-me o
preço verdadeiro dos bens úteis à
vida, que sem ela não teria conhecido.
Evitando-me o peso do luxo, devotou-
me à arte e à beleza.”
Anatole France
Dizem que Mahatma Gandhi, ao sair
do comboio, que chegava a África do
Sul, teve uma visão, fechou os olhos e
viu o império Britânico a desagregar-
se pelo mundo inteiro. Gandhi era um
iluminado, um ser de elevadíssima
perceção extrassensorial. Por vezes,
conseguimos despertar certas
potencialidades adormecidas, poderes
considerados sobrenaturais, como a
cognição, telepatia e sincronicidade
com o universo. Gandhi viu o que
mais ninguém viu, e usou esse poder
para ganhar a guerra contra a Grã-
Bretanha, sem o uso da força. Pessoas
assim são uma inspiração para o
mundo inteiro, casos excecionais de
poder pelo pensamento, ação geradora
de todas as outras. Mostrando que
podemos ser muito mais do que
pensamos. Ele dizia que a alegria está
na luta, na tentativa, no sofrimento
envolvido e não na vitória
propriamente dita. Que a força não
provém da capacidade física, mas de
uma vontade indomável. Mostrando
que o perdão era uma característica
dos mais fortes, ele ensinava a
controlar a ira e converter essa ira em
energia, ira controlada pode ser
convertida numa força capaz de
mover o mundo. Enfatizando que nas
grandes batalhas da vida, o primeiro
passo para a vitória é o desejo de
vencer. Isso é o poder da vontade, a
força da determinação, o poder do
pensamento. Gandhi era um homem
simples, mas corajoso, defendia que o
medo tem alguma utilidade, mas a
covardia não. O medo é apontado
pelos mais sábios, diversas vezes,
Charles Chaplin dizia que a vida é
maravilhosa se não se tem medo dela.
Platão afirmava que podemos
facilmente perdoar uma criança que
tem medo do escuro; a real tragédia da
vida é quando os homens têm medo da
luz. O medo vem sempre
acompanhado pela dúvida, a
descrença. Os grandes homens, eram
todos crentes. A fé anula as dúvidas,
apaga o medo e traz a coragem. Paulo
Coelho, o escritor, tem a máxima
“Imagine uma nova história para sua
vida e acredite nela.” Precisamos,
acima de tudo, acreditar, esse é o
nosso maior poder.
“Só existem dois dias no ano que nada
pode ser feito. Um se chama ontem e
o outro se chama amanhã, portanto
hoje é o dia certo para amar, acreditar,
fazer e principalmente viver.”
Dalai Lama
Devemos objetivar tudo com clareza e
definição. A realidade aparenta ser
fria, um filme na qual somos
intervenientes. É necessário inferir a
nossa própria exiguidade e pequenez,
isso já é um passo para a aceitação e
integração. Nada é de facto simples,
senão a própria simplicidade do
pensar. Tudo representa obstáculos,
portas a abrir e outras a encerrar. Não
adianta temer nada, nem mesmo a
morte, uma vez que somos perenes na
nossa própria mutação. O invólucro
que apresentamos morre diariamente
e volta a renascer, nada é eterno senão
a própria e constante mudança, já
Heraclito dizia... O que hoje parece
bom, amanhã será insuficiente e
vamos sempre ratificando as nossas
escolhas com vista alcançar o ideal de
perfeição. De facto, nada somos senão
a aspiração inevitável a Deus. O
sofrimento aparentemente injusto são
pérolas que adquirimos, lição após
lição, esse sim edifica-nos perante a
resiliência e sabedoria da alma. Não é
realmente importante quem foram os
pais, onde fomos largados nesta
experiência terrena. É sim importante
o propósito global, a reunião, aquilo
que alguns chamam de religião. Se
não nos foi permitido isto, e aquilo,
foi por alguma razão, na verdade
ninguém é feliz por fora, não adianta
nada o incauto viver em ostentação.
Mas estamos perante a matéria e esse
desafio nos é submetido. É uma
obrigação, a preocupação com o
corpo, o respeito, a autoestima e toda
disciplina é recompensada. A carne
pesa-nos e semeia a preguiça, o ócio.
Aquele que tem medo da dor, acaba
por sofrer mais, aquele que evita o
trabalho, acaba por trabalhar mais,
tudo é uma consequência de uma
consequência. Somos a causa das
nossas causas, não há uma regra, há
um somatório. O corpo molda-se com
o pensamento, vamos adquirindo
expressões de pureza e de bondade, ou
de revolta e maldade. Vamos
recebendo a escultura do sacrifício e
assim ficamos apelativos ao próximo,
a recompensa está no amor, no prazer.
Nada vem sem um preço, tudo tem a
sua moeda, seja com trabalho, seja em
ouro e em preocupação. Se o outro
tem muito, pagou por muito, não nos
compete opinar, que cada um receba
de seu semeio. Sempre vão aparecer
mais desafios, maiores para os
maiores guerreiros, basta observar a
natureza, as flores mais delicadas
nascem no pior pântano, os maiores
mamíferos alimentam-se de plâncton.
Somos formigas em degraus
ascendendo à lua. Existem de facto
regras, o não prejudicar o próximo é
evidente. Se tudo colhemos após o
semeio, não compensa semear o mal.
Então, só nos resta a aceitação e
determinante ascensão. O amor é
gratificante, quando descontaminado
pela loucura e pela paixão. Tudo
aquilo que nos afague o pensamento é
deletério, seja vícios, tentações
pejorativas, seja o próprio amor
irracional. Nada deve ser forçado, o
universo trabalha por si só. Se até
mesmo o sol irradia toda manhã,
fugazmente virá o amor, como a água
se junta à água, como o vento se faz
ao vento. O difícil é simplificar, já
dizia Einstein, todas as fórmulas se
lhe sucedem. Do sentimento nasce o
pensar, do pensar surgem as palavras
e cada uma delas tem o seu efeito,
inevitavelmente. No final, todos
aspiram pelo amor, pela admiração,
pela aceitação, pelo sexo. A nossa real
causa é, então, o próximo, de que
serve sermos causa de nós
próprios?...nada!
“A alma é a causa eficiente e o
princípio organizador do corpo
vivente”.
Aristóteles
Todas as dúvidas nascem do homem,
todas as respostas acabam em Deus.
“Se pudéssemos observar o milagre
de uma única flor claramente, toda a
nossa vida mudaria” - Buda Podemos
comparar as mensagens dos mestres,
que são sempre as mesmas, Jesus
declamou “por que andais solícitos?
Olhai para os lírios do campo, como
eles crescem; não trabalham nem
fiam” -Mateus 6:28 todas as nossas
dúvidas, resumem-se a meia-dúzia de
verdades absolutas, axiomas que
tendemos a ignorar. Sócrates, o
filósofo, dizia “conhece-te a ti
mesmo, e encontrarás a resposta para
tudo” essa máxima Socrática é o
princípio da divindade, que se
encontra dentro de nós. Buda disse -
“O amor cura todas as coisas “Jesus
afirmou “amai ao próximo como a ti
mesmo “ Buda disse “ o ódio não
cessa pelo ódio, mas somente por
amor “ e Jesus afirmou “ O ódio excita
contendas, mas o amor cobre todos os
pecados.” -Provérbios 10:12 Quanto
ao temperamento de cada um, Buda
diz “Um homem sábio não é chamado
porque ele fala e fala de novo; mas se
ele é calmo, amoroso e destemido,
então ele é na verdade chamado sábio
“nas palavras de Jesus, a mesma
mensagem é “Bem-aventurados os
mansos, porque eles herdarão a terra
“-Mateus 5:5 As mensagens repetem-
se continuamente, ao longo dos
séculos, dos milênios, e o homem não
aprende. Sempre opta por duvidar, a
falta de fé parece ter algo de
irresistível, contagiante, como uma
doença. O segredo da boa saúde é
viver plenamente no agora. Buda
ensinou - “Não resida no passado, não
sonha do futuro, concentre a mente no
momento presente.” o que já havia
sido declarado por Jesus com as
palavras “Não vos inquieteis, pois,
pelo dia de amanhã, porque o dia de
amanhã cuidará de si mesmo. Basta a
cada dia o seu mal.” -Mateus 6:34
Diversos escritores divulgaram estas
mesmas palavras, como Eckhart Tolle
em “ O Poder do Agora “ e muitos
outros que são discípulos das palavras
santas, aquelas que têm lugar em toda
parte. Este é o nosso compromisso,
como escritores, somos soldados da
paz. Alguns pensam, estudam e
trabalham para que os outros todos
possam viver em sincronicidade com
o universo, com Deus.
“O segredo da saúde para a mente e o
corpo não é lamentar o passado, nem
se preocupar com o futuro, mas viver
o momento presente sabiamente e
seriamente.”
Buda
O capítulo 33 deve ser algo especial,
foi a data da morte de Cristo, 33 anos,
um número mágico, quântico, divino.
Quem olha para dentro desperta. “A
maneira não está no céu. A maneira
está no coração “- Buda, “Mas ajuntai
tesouros no céu, onde nem a traça nem
a ferrugem consomem, e onde os
ladrões não minam nem roubam.
Porque onde estiver o vosso tesouro,
aí estará também o vosso coração.” -
Mateus 6:20,21
Esta é a lição da riqueza, o valor do
homem como caráter, a sua alma.
Vivemos por entre a matéria, porque
dela precisamos para viver, mas não
seremos nunca donos de nada, pois
nada levaremos, eventualmente. O
amor, a amizade, a preocupação uns
com os outros, isso sim, faz parte de
nós, jamais vai desaparecer porque é a
energia e fonte da nossa essência, o
brilhar da nossa estrela interior. “As
palavras têm o poder de destruir e
curar. Quando as palavras são
verdadeiras e amáveis, podem mudar
o nosso mundo. ” - Buda Não são
precisas muitas palavras para enviar
uma grande mensagem. Basta o
substrato do saber.
As pessoas precisam de uma mão, de
visar um caminho, um sentido,
precisam de orientação. Vivemos
perdidos num fragmento de tempo e
todos procuramos a melhor nota, no
exame final. Existem muitas
armadilhas, muitas ilusões. É
demasiado fácil cair em indução de
erro, o engano é eminente. Existe de
facto uma procura pela tão cobiçada
felicidade. Aparentemente está na
matéria, mas isso é só mais um
engodo. O maior desafio que
podemos enfrentar é realmente a vida,
esse é o exame supremo. O pobre
sente-se pobre, a sua lição é a pobreza.
Não é uma lição menos honrada que a
do rico, ele simplesmente está a passar
pela experiência da pobreza, coisa que
o rico provavelmente não passou,
ainda terá que passar. Existe uma
escala para tudo, se riqueza fosse
sinónimo de felicidade, então o país
considerado mais feliz do mundo, o
Brasil, seria então infeliz. A felicidade
são gotas perdidas por entre a
tempestade. Existe sempre uma forma
poética de observar a vida, Jesus
conseguiu ver pérolas de brancura nos
dentes do cadáver putrefato de um
cão. O simples ato de sentir tristeza já
se define ridículo por si só, é de facto
uma escolha, vou estar triste porque
quero, prefiro focar este momento
desagradável que já passou, que
contemplar as estrelas que brilham no
meu céu. Se alguém foi desagradável
para mim, isso não me trará tristeza,
pois o mal fica para quem o pratica,
continuarei a sorrir e a cantar, posso
até ser idiota talvez, mas ao menos
serei feliz. Se hoje estou velho, é sinal
que já fui novo e robusto e tive a sorte
de sobreviver até aqui. Se muito pelo
contrário sou ainda novo, então tenho
uma riqueza que não tem preço, que é
a tão cobiçada juventude que todos
procuram e não têm como comprar.
Se fui rejeitado por este e aquela, não
tem problema, é sinal que as minhas
qualidades não foram apreciadas e
então darei de mim a quem realmente
merece, não seria justo dar pérolas a
porcos nem ouro aos cães. Existe uma
realidade de acordo com as nossas
necessidades, o muito belo vai exigir
muita beleza exterior e não será feliz
com pouco, certamente. A pessoa
simples pode nutrir de prazeres
intensos, pode saborear comidas
rápidas com um prazer que um
abastado não tem pelo luxo da
confeção. É tudo uma ilusão, de facto,
seja nos prazeres da carne, seja no
desejo, no amor e no conforto. Aquele
que se encontra perdido no deserto
sem fim só precisa de água, de mais
nada, já o refinado repleto de iguarias
no enorme palácio onde nada falta,
facilmente sente a incompletude da
sua vida pobre por entre as joias. As
pessoas precisam de desafios para
viver, um dos mais belos países do
mundo é a Suécia, as pessoas são tão
absurdamente felizes que perdem o
amor à vida e desprezam-se, acabando
por ser o país com mais suicídios do
mundo. Na verdade, a aparente
felicidade é a infelicidade, e os que
mais sofrem e se julgam infelizes são
aqueles que mais lutam, que mais
amor à vida demonstram, são os
guerreiros da terra. Porque viver está
sempre associado à dor, a dor tem algo
de mágico, não é uma questão de
masoquismo, é uma questão de vida.
A vida é bela em todas as
circunstâncias, seja durante a luta,
seja quando há fome, sacrifício e dor.
A nossa força não acaba, somos
realmente heróis, somente por
estarmos vivos. Que seja contemplado
o senhor das propriedades porque tem
muito, e que seja mais contemplado
aquele que não tem nada, mas tem o
prazer de viver, que tem garra no
olhar. Porque um dia também esse irá
embora, como vamos todos e não
importa para onde e nem porquê,
importa que o hoje é eterno e podemos
ser absurdamente ricos e felizes, seja
com atos, com palavras, ou com amor.
“Você só perde ao que se agarrar.”
Buda

Então Buda disse - você só perde ao


que se agarrar… Isto é uma frase
muito interessante, a gente só pode
perder o emprego, se antes tivermos
optado por esse emprego. Só
perdemos um filho, se tivermos o
filho, uma namorada e esposa, se
optarmos pelo casamento. Quem
nunca se apega a nada, nem sequer a
um automóvel, jamais perderá coisa
alguma. Mas a vida também perdia a
graça toda. É preciso coragem para se
fazer uma escolha, qualquer escolha.
Para não se fazer escolha alguma,
basta ser covarde, evitar todas as
escolhas e compromissos, por medo.
Buda também diz que ninguém pode
caminhar o seu caminho por si.
“Ninguém nos salva sem ser a nós
próprios. Ninguém pode e ninguém
pode. Nós mesmos devemos trilhar o
caminho.” Portanto, se está perante
alguma decisão importante na sua
vida, escute a sua voz interior, siga os
seus instintos, com coragem. As
escolhas mais fáceis não são as mais
corajosas, mas as covardes. Quem
pode ser louvado pela sua própria
covardia? Medo de contrair
matrimônio, medo de engravidar,
medo de tirar o curso, de falhar… o
medo sempre vai ser precursor de
lugar nenhum, do insucesso. Só
devemos ter medo das nossas escolhas
materialistas e fúteis, idiotas. Esta
vida não é para fracos, os fracos não
são os pequenos, são os covardes, que
se escondem por trás de artifícios e
manhas, que se defendem com
pistolas e facas, que enfrentam o
menor, não o maior. Temos de ter,
acima de tudo nobreza de caráter, algo
chamado honra. Algo transmitido por
muitas gerações e tantos preferem
ignorar. A pessoa tem de ter coragem
desde o momento em que se levanta
da cama, enfrentar a vida com um
sorriso, apesar de todas as dores.
Enfrentar a vida tem um significado,
entender que tudo aquilo que
conquistamos, vamos eventualmente
perder. Mas isso não é razão para
desistir, para chorar, para
autocomiseração. É sim, razão para
ter orgulho de ser mais um guerreiro
da fé.
“E não temais os que matam o corpo
e não podem matar a alma; temei
antes aquele que pode fazer perecer no
inferno a alma e o corpo”.
Mateus 10:28

Aqui fomos largados. Isentos de


noção do propósito maior. Somente
sabendo que temos direito ao livre
arbítrio. Isso significa que podemos
fazer absolutamente tudo, ele não vai
interferir. Einstein sabia disso quando
disse - “Deus dá as nozes, mas não as
abre”. O livre arbítrio é a escolha.
Somos então responsáveis pelos
nossos atos. Tudo tem um custo, uma
paga, uma repercussão. Até mesmo o
amor. Mas o amor é o único custo que
vale a pena, pois é algo que podemos
semear. Deus não tem culpa do
holocausto, não tem culpa das
atrocidades, mas o homem tem. O que
podemos fazer? Semear o bem,
acordar todos os dias com o mesmo
propósito. Viver com dignidade e
consideração ao próximo. “Se você
agir sempre com dignidade, talvez
não consiga mudar o mundo, mas será
um canalha a menos.” -John F.
Kennedy Devemos fazer dos nossos
atos, pensamentos e palavras, um
exemplo.
Ao entrarmos na frequência da
energia positiva, afastamo-nos
automaticamente dos indesejáveis,
vamos atrair semelhantes. É a famosa
lei da atração. O rico ao rico, o pobre
ao pobre, o bom ao bom. Esta é uma
lei universal, incontestável. Até o
ateu, o cético e o cientista são
obrigados a concordar. Pois que todas
as células e forças da natureza
funcionam da mesma maneira. Mais
importante que ser religioso, é ser
lógico, prudente. Agir
conscientemente é atrair outras
pessoas conscientes, é buscar uma
vida melhor. Os pensamentos
inferiores, impulsivos, mefíticos,
somente atrairão indesejados para as
nossas vidas. Somos responsáveis por
cada palavra, cada gesto, cada som.
Ninguém se pode lamentar por tudo
que semeou, ao longo da vida.
Ignorância não é desculpa. “Sábio é
aquele que conhece os limites da
própria ignorância.” -Sócrates
Existem textos, escritos, avisos por
todo lado, só não aprende quem não
quer, esse já é um mau princípio. Não
é mais fácil estudar um pouco e lucrar
muito? Pois nada na vida vem
gratuito, há que fazer um esforço. Não
abrir a boca para dizer disparates, não
agir em proveito próprio desprezando
o semelhante, fazer por amar ao
próximo. Não é assim tão difícil, basta
ter um pouco de respeito, um pouco de
atenção em cada palavra, basta querer
ser decente. Pobreza não é desculpa,
dificuldades também não. Há pessoas
que lutam muito por uma vida simples
e são puras de coração. Há outras que
sendo mais beneficiadas pelas
circunstâncias ainda assim
escarnecem os outros. Ninguém faz
nada por mal, mas os gestos, as
palavras vão sendo contadas, serão
pagas, inevitavelmente. Geralmente
as piores atitudes vêm da tentação,
vêm do lucro imediato, da proposta de
lucro e de poder. O orgulho é a causa
primordial, o eu, eu, eu. Se trocarmos
o famoso eu pelo outro, começaremos
a sentir - outro, outro, outro- esse é o
princípio da humildade, o saber. Não
adianta ler muito, e aprender pouco,
falar muito, e fazer pouco. “O sábio
nunca diz tudo o que pensa, mas pensa
sempre tudo o que diz.” -Aristóteles
Não adianta usar pretextos para o erro,
desculpas como o bem dos filhos, para
roubar e enganar quem for que seja.
Mesmo que seja um pequeno crime, é
um crime, mesmo que ninguém veja,
o universo vê. Aquele que se
considerar maior que o universo, é
incauto. O maior dos homens, sempre
sabe como é pequeno. O rei dos reis,
veio para servir, não para ser servido,
esse é o exemplo supremo.
“Quem não vive para servir, não serve
para viver.”
Mahatma Gandhi
Ter a noção do valor do próximo é já
um bom princípio para alcançar um
tipo de inteligência multifocal.
Priorizar o semelhante é fundamental,
mas o que fazer para contribuir neste
novo processo altruísta? Uma ideia
por si só, não manifestada é como uma
árvore sem frutos. Se adotamos uma
postura generosa, temos de ser fiéis a
esse parâmetro. Primeiramente a
pessoa tem de subsistir, não vai largar
tudo e sustentar o vizinho do lado. Se
nesta biblioteca mental atribuirmos
um livro a nós, e todos os outros aos
outros, então este nosso livro deve
ficar bem arrumadinho. Mas,
aceitando que o valor do próximo não
é menor que o nosso, a postura a
utilizar diariamente deve ser
ponderada. Temos então um tempo
para nós, e um tempo para o
semelhante. Este tipo de escolha é
pessoal, é uma decisão interior, não
um sacrifício do qual escolhemos
divulgar para proveito próprio. Em
termos realistas, não devemos ceder à
hipocrisia, tudo deve ser edificado
primeiramente por dentro. Não
adianta querer cambiar do dia para
noite, falsos donativos não são
donativos. “O diabo pode citar as
Escrituras quando isso lhe convém.” -
William Shakespeare Mister observar
a simbiose interna, é um estado
preceptivo de unificação. Somos unos
para com o mundo, sofremos quando
os outros sofrem, brilhamos quando
os nossos brilham. A felicidade é
partilhável, um sorriso clama por mais
sorrisos, uma palavra germina noutras
palavras e por aí adiante. Os órgãos de
comunicação sociais, as redes de
partilha são um bom exemplo. De
nada serve pretender ajudar o próximo
se não tiramos a cavilha do próprio
olho, então o doente deve-se tratar
primeiro, somente assim terá um
principio de saúde a partilhar. Se
existem tristezas, mágoas,
ressentimentos, solidão e qualquer
tipo de carência pessoal, que seja
retificado primeiro. “A felicidade é
uma estação intermédia entre a
carência e o excesso.” -Henrik Ibsen
Tendencialmente, os problemas
desaparecem quando priorizamos o
outro, somos demasiado
insignificantes perante o prisma
externo. O infeliz é o egocêntrico,
olha para dentro e busca de seus
próprios assuntos e preocupações. Se
nos valorizarmos tanto quanto
qualquer outro ser a morrer de fome a
muitas milhas de distância,
constatamos por empatia lógica que
não há foco justificável em nenhuma
situação problemática interna. A visão
externa do nosso -EU- é um tipo de
inteligência multifocal, a capacidade
de pensar visto de cima, a perceção do
global. “O valor fundamental da vida
depende da perceção e do poder de
contemplação ao invés da mera
sobrevivência.” -Aristóteles De facto
poucos conseguem atingir uma
modalidade de consciência universal,
mas apenas por motivos de educação
e condicionantes enraizados pela
estrutura social. “Age sempre de tal
modo que o teu comportamento possa
vir a ser princípio de uma lei
universal.” -Immanuel Kant Somos
aquilo por que fomos projetados,
numa sociedade em que o consumo
imediato se tornou o foco central.
Existe, no entanto, um método para a
reprogramação, serei eu o meu carro,
a minha casa, a minha conta bancária,
os meus próprios problemas que não
interessam a ninguém, ou prefiro ser
uma consciência cósmica cujo
princípio vital é o amor?
“Para os crentes, Deus está no
princípio das coisas. Para os
cientistas, no final de toda reflexão.”
Max Planck

O que você tem de fazer para alcançar


o sucesso? Deus, com certeza, lhe
atribuiu um dom natural. Você tem de
ter uma aptidão qualquer, nessa
aptidão você é realmente bom.
Suponhamos que você tem, por
exemplo, uma capacidade para
colocar tijolos, um em cima do outro.
E que essa é a sua única e especial
capacidade. Você tem de descobrir o
seu dom, seja ele qual for, estará
dentro de si.
“Não se pode ensinar nada a um
homem; só é possível ajudá-lo a
encontrar a coisa dentro de si.”
Galileu Galilei
Você tem de utilizar esse dom, de
alguma forma. Mas ainda que tenha
esse dom, e resolva construir um
castelo, o maior de todos os tempos,
esdrúxulo, fantástico, uma obra
prima, construída por si, porque você
tem o dom. Você até é lutador,
trabalha e trabalha mais, mas ainda
assim, não está a ver como pode
construir o tal castelo. Pois há uma
fórmula, uma fórmula que todos os
grandes homens utilizaram, inclusive
Henry Ford, para utilizarem seus
dotes e serem reconhecidos no mundo
inteiro. Antes de mais, e
inevitavelmente, você tem de projetar
o seu sucesso, e acreditar nele.
“O homem não teria alcançado o
possível se, repetidas vezes, não
tivesse tentado o impossível.”
Max Weber
Nenhum homem é uma ilha ( John
Donne ) não é possível ter sucesso
isoladamente. Sempre vai precisar da
ajuda de alguém. Os maiores projetos,
necessitam de mais mãos e mais
cabeças para apoiar. Então, vou
apresentar a você, um grupo chamado
- os caminhantes do sucesso. Esse
grupo é fantástico, são os que irão
caminhar a seu lado, torcendo para
que tenha sucesso. Henry Ford, numa
entrevista, confessou que conhecia o
nome completo e a morada de todos
os seus 5000 empregados. Ele, obteve
sucesso, aliás, muito sucesso,
chegando a ser um dos homens mais
ricos do mundo, no início do séc. XX.
Os caminhantes do sucesso serão a
base para todo seu sucesso. Mesmo
que a sua única aptidão seja construir
muros de tijolos, você pode construir
um castelo, e ter sucesso. Para isso,
você terá de juntar, um a um, o seu
grupo de caminhantes. Essas pessoas
não são apenas amizades, são pessoas
que acreditam em você, seja na
construção de um castelo, na
plantação de um gigantesco pomar ou
na criação e divulgação de algum tipo
de arte, uma pintura, um livro. A única
forma de realmente se tornar um
vencedor, é já ser considerado um
vencedor, logo à partida, seja em que
ramo for. No caso do tal castelo, faça
uma análise, observe bem as suas
amizades, há sempre umas que
“fingem” caminhar ao seu lado, mas
logo vão procurar uma desculpa para
não o apoiar. Os verdadeiros
caminhantes, irão aparecer,
eventualmente, irão unir as suas
forças, acreditar no seu projeto. Um
irá ajudar a levantar os tijolos, outro
irá fornecer o terreno para a
construção do castelo. Até irá surgir
um arquiteto, já com o projeto
desenhado, somente para ajudar você.
Mas você, para isso, terá de se tornar,
você também, um caminhante do
sucesso. Pois todos os homens de
sucesso se rodeiam de caminhantes do
sucesso, veja o caso dos políticos, por
exemplo. Podem ser um monte de
corruptos, ou não, mas trabalham
juntos, assim que um coloca o pezinho
de fora, é expulso da matilha, nunca
mais será um lobo. A única forma de
subir na vida, é com ajuda e essa ajuda
tem de vir dos caminhantes. Até um
ladrão compreende isso, logo se junta
a um gang, e vão cometer assaltos.
Claro que este não é o exemplo que
recomendo, ou nem estava a ler este
livro, mas seja qual for a sua
aspiração, o seu destino está
interligado a uma série de
caminhantes. Se você só tiver um, não
há problema, logo, logo, vai ter dois.
Os caminhantes não são amizades
comuns, eles partilham da sua força e
desejo de ter sucesso. Muitos até
lucraram com isso, pois você irá
ajudar de volta, será um caminhante a
vida toda, sempre acompanhando
aqueles que o ajudaram. De outra
forma, se você se considera uma ilha,
apenas quiser o sucesso só para si, se
não for um pouco alocêntrico, jamais
obterá sucesso, ninguém acredita em
idiotas individualistas. Esta é a única
fórmula, o Rei Salomão era de longe
o homem mais rico da terra, todos se
juntavam a ele, colaboraram e
caminhavam para o seu sucesso,
“algumas amizades não duram nada,
mas um verdadeiro amigo é mais
chegado que um irmão.”
Salomão

A visão egocêntrica do mundo


mostra-nos uma realidade pobre onde
apenas os interesses do sujeito se
destacam, em detrimento dos demais.
Só existe o meu carro, a minha casa,
os meus problemas, por aí adiante.
Nós somos o que queremos, a alma
não está presa, é livre para voar. A
perspetiva alocêntrica, virada para o
exterior, é uma nova dimensão para o
ser. Não importa o meu carro, existem
muitos automóveis bons, eu não sou o
centro, o meu centro são os outros. Eu
não estou preso em mim, mais do que
uno, sou holístico. A minha riqueza e
felicidade está lá fora, enormes
palácios que me rodeiam, os sorrisos
dos outros também são meus, pois não
sou ego, sou halo. Se tivermos uma
visão superior de tudo, essa riqueza
não acaba, no fundo partilhamos de
tudo, de todas as vitórias, de todas as
alegrias e jamais nos falta fortuna.
Não é desapego, é abundância. É
sentir o que o outro sente, é ser
sensível e belo, é ser magnânimo em
todas as perspetivas.
“A consciência de amar e ser amado
traz um conforto e riqueza à vida que
nada mais consegue trazer.”
Óscar Wilde
Porque o ser humano tem empatia, e
quanto mais essa empatia, maior o seu
valor. Qualquer tristeza é sempre
enganosa, é fruto do interno, é ilusão
do individualismo. Eu não preciso de
ouro, existe muita fortuna neste
mundo. “Há riqueza bastante no
mundo para as necessidades do
homem, mas não para a sua ambição.”
-Mahatma Gandhi Não preciso de
amor, existe muito amor no mundo.
Não preciso de sorrisos, há muitos e
todos são meus. Porque a minha alma
é livre e fica onde eu quero. Fica no
maior dos palácios, fica no voo das
aves e no cintilar das estrelas. “Toda a
poesia - e a canção é uma poesia
ajudada - reflete o que a alma não tem.
Por isso a canção dos povos tristes é
alegre e a canção dos povos alegres é
triste.” -Fernando Pessoa Não preciso
de bajulação nem admiração, já sou
feliz pelos atletas, pelos jogadores que
tanto correm e lutam e fazem parte de
mim. Partilho eu de suas vitórias, pois
sou alocêntrico e o meu centro são os
outros, não eu. Porque cresci por
dentro e agora recebo o todo que se
encontra lá fora. Porque um dia,
alguém me mostrou o que era
felicidade. E agora serei sempre,
sempre feliz. Pois o meu propósito é a
vida, e nunca mais me faltará nada,
nada. Não são precisas muitas
palavras, a música sempre será a
minha eterna companheira.
“Pois quando a sabedoria entrar no teu
coração, e o conhecimento for
agradável à tua alma, o bom siso te
guardará e a inteligência te
conservará.”
Salomão
É a capacidade de sentir-se único e, ao
mesmo tempo, parte de algo maior…
sentir-se dentro do universo e tê-lo
dentro de si. Nós somos muito mais do
que o uno. O nosso tamanho físico não
é proporcional a verdadeira
existência. Não somos Deus, mas à
medida que vamos ascendendo com a
evolução e pensamento, as fronteiras
da alma tornam-se tangíveis,
ultrapassadas. Um dia um homem
olhou para a lua e sonhou… sonhou
que seria possível, talvez alcançar.
Poucos são aqueles que decidem voar,
que decidem acreditar no impossível.
De facto, os nossos poderes são
ilimitados, na medida em que fomos
concebidos por Deus, sem qualquer
limitação. Tudo começa na vontade,
na alma. A alma somos nós. É aquela
coisinha cá dentro que nos faz sentir.
Que nos permite sorrir, e sonhar.
Quando olhamos para determinado
objeto, com focagem, a nossa alma
salta para ali. Quando sentimos um
morango na boca, a alma passa pelo
morango. Em suma, a alma está, onde
o nosso pensamento se encontra.
Podemos estar dentro, mas podemos
estar fora.
“O conhecimento da alma é a chave
para a liberdade. Quando uma criatura
humana desperta para um grande
sonho e sobre ele lança toda a força de
sua alma, todo o universo conspira a
seu favor.”
Johann Goethe
Podemos sair um pouco numa breve
viagem pelas montanhas nevadas,
descer aos oceanos, atravessar
florestas e vales, subir às estrelas…
Também podemos ficar focados em
problemas, visando mortes e
desgraças, nesse caso a alma morre
também um pouco. Mas se
preferirmos, é possível transcender, é
possível abranger todo universo,
desde a terra até as galáxias mais
distantes, muito para lá do nosso sol.
Nós somos, o que sentimos, podemos
mesmo sentir Deus em todo seu
esplendor. Podemos ser o cântico das
aves, o sorriso das crianças, o
desabrochar das flores. “No fundo de
cada alma há tesouros escondidos que
somente o amor permite descobrir.” -
Edouard Rod
A nossa realidade é um voo
permanente. É necessário que se
aprenda a comunhão, a ligação com
todas as coisas. Como cada gesto, por
mais pequeno que seja será sempre
recebido, interpretado. Como tanto
podemos fazer de gratificante, de
magnânimo. Porque realmente
importa, importa a palavra do
porteiro, o sorriso da lavadeira, o
abraço do pai. E ninguém fica de fora,
ninguém é cão. Existe sempre magia,
seja no alto, no baixo, no rico e pobre.
Enquanto houver alma, enquanto
houver paixão. Esse é o nosso valor, a
capacidade para sentir a emoção.
“Tudo vale a pena quando a alma não
é pequena.”
Fernando Pessoa

Formatado. O homem não sofre, ele é


formatado. É tudo uma questão de
entendimento. A borboleta tem de ser
larva, para se tornar borboleta. Tudo
obedece a uma lógica perfeita, ainda
que não seja nítida, fácil de aceitar, à
primeira instância. Para os meus dois
filhos poderem nascer, eu tive de
abdicar de uma mulher única,
maravilhosa. E ficar com uma outra,
que era meio idiota. Mas,
eventualmente, o universo conseguiu
cumprir com a missão final. Nada
passou de uma pequena formatação.
O homem é obrigado a sofrer, ou até
mesmo morrer, para ser formatado.
Ele pode perder a mulher, o trabalho,
os filhos, ele foi formatado. Como
Luís Vaz de Camões, quando perdeu
o olho, pela sua amada, durante uma
batalha, ele não perdeu nada, ele foi
formatado para escrever os Lusíadas,
a maior obra de todos os tempos. Se
as coisas não obedecessem a uma lei
superior inelutável, os planetas
afastariam-se ligeiramente da sua
órbita, para colidirem uns com os
outros. Dada poderia existir, sem a lei.
Por vezes é drástico, horrível,
inescrutável, como o holocausto, mas
na realidade, tudo tinha que acontecer.
Morrem seis milhões de pessoas, de
uma forma terrível, mas hoje a
humanidade está diferente. Por dia,
nascem cerca de 150.000 pessoas,
morre cerca de metade, em um mês já
houve um aumento populacional de 2
milhões de almas novas. Estas almas,
estão protegidas por convenções
mundiais de direitos humanos, que
impedem que um novo holocausto
possa alguma vez acontecer. Houve
um crescimento, mas para isso, veio o
sofrimento inicial. O observar tudo
com o máximo de clareza, é um
princípio para a iluminação, o
entendimento do nosso propósito
superior, divino. Se uma floresta está
contaminada, com algum tipo de
problema ou vírus, que possa vir a
afetar todas as outras florestas,
implicando um risco para o
desenvolvimento natural do
ecossistema, essa floresta vai ter de
sumir, arder por completo, para que
depois possa brotar uma nova. Dos
males, o menor, essa é a regra. Isto
para compreendermos que por vezes,
temos de perder algo, para ganhar
muito. Se o homem tem de ir preso, ou
ficar isolado, ou simplesmente
solteiro, é para ser formatado numa
coisa melhor. É uma forma de morte,
em vida, uma evolução. Seja para o
homem, seja para a mulher. Não é
uma questão de punição, estar vivo já
é punição suficiente. É uma questão
de evolução. Para evoluirmos, não
podemos simplesmente “estar”, temos
de mudar, crescer, ascender.
Permanência é morte, não estaríamos
aqui, a fazer nada. O homem pode-se
formatar sozinho, mas geralmente,
isso não acontece. Ele tem de parar,
para pensar e ele nunca pára, por isso
ele é obrigado pelo universo, a mudar.
O universo é perfeito, então ele vai,
parte uma perna ao homem, o homem
pára, e muda, é formatado para algo
de muito melhor. O simples fato de
este texto existir, já é uma prova que
eu mesmo fui formatado, e como. Se
tudo tivesse sido um mar de lazer,
jamais perderia o meu tempo a
matutar sobre os arquétipos do
homem. Ficaria antes no bem bom,
amor e uma cabana, com alguns luxos
que tanto gosto. Por vezes demoramos
anos a entender a nossa razão. Mas
depois, se perguntarmos a nós
próprios, se mudariamos algo na
nossa vida, geralmente dizemos que
não. Apesar das dores sofridas, apesar
dos traumas, alguns bem grandes,
imensuráveis, ainda assim, dizemos -
não, não mudaria nada. Porque isso
formatou-me para ser hoje a pessoa
que sou. Quando erramos,
aprendemos com o erro. Quando
surge um acidente de percurso, toda
nossa vida muda. Assim, Siddhartha
Gautama se fez Buda. Ele era um
príncipe, morava no castelo, tinha
absolutamente tudo, uma mulher, um
filho, vassalas para o satisfazer de mil
maneiras… Apenas após olhar o
mundo lá fora, ao conhecer o trauma
de reconhecer a morte na
humanidade, o sofrimento e a dor, ele
decidiu largar todos os luxos e sair em
busca do entendimento. Essa foi a
formatação de Buda, um homem
comum, da família real, bem
abastado, mas que não era realmente
ninguém. Só passou a ser Buda,
depois de atravessar o inferno na terra.
Se todos os homens conseguissem
entender claramente este texto, suas
vidas mudariam, certamente. Porque
o princípio não está no porquê, que
ninguém entende, mas na causa que é
o próprio entendimento. A felicidade
está no contemplar do propósito de
cada um, que é tão importante, como
um planeta, uma estrela, ou um
átomo. Uma única célula, forma todas
as outras. Por isso, todas são
preciosas, algumas têm de ser
formatadas e morrer, outras
simplesmente se multiplicam. A
causa, é sempre a mesma, para o
universo existir, em toda potestade
divina imanente em si, tudo tem de ser
perfeito. Nós, somos perfeitos,
mesmo com os nossos erros, porque
sempre evoluímos, de uma forma, ou
de outra. Ninguém passa duas vezes
pela mesma dor, uma já basta.
Existem muitos mais desígnios por
revelar, serão revelados.
Planeta, célula, átomo, elétron, sol,
universo, homem, Deus. O que é
maior, um planeta, ou uma célula? É
claro que a lógica formal diz que um
planeta tem de ser maior do que uma
célula, até parece uma pergunta
ridícula. Mas a lógica formal também
parte do princípio dialético que o
Algarve fica muito mais longe do que
a lua, uma vez que daqui todos
conseguimos ver, nitidamente, a lua, o
Algarve não. Em termos quânticos, a
pergunta da célula não é tão óbvia
assim. O que é, uma célula, o que é,
um planeta? A mecânica quântica, ou
física quântica já estudava as
partículas de uma perspetiva bastante
informal, ou material. Niels Bohr
tinha discussões constantes com
Einstein, sobre estas matérias, o
próprio Einstein costumava perder na
argumentação. Porque já há mais de
100 anos que foi comprovada a
inteligência do átomo, como
consciência singular. As experiências
elaboradas demonstravam resultados
absolutamente milagrosos, como a
particularidade de um átomo
conseguir se situar em dois lugares
distintos, simultaneamente. O que é
um paradoxo existencial, uma vez que
sabemos que uma coisa não pode
nunca estar em dois locais diferentes,
ao mesmo tempo. Uma célula é o quê,
exatamente? É um universo composto
de átomos, cada átomo é um pequeno
sol, cada sol “atômico” está rodeado
de elétrons, que funcionam como
planetas, à sua volta. Dentro desses
planetas, há o equivalente aos
homens, uma micropartícula a que
chamamos - a partícula de Deus - o
Bóson de Higgs. Tudo isto dentro de
uma molécula, composta por milhares
de átomos, o que determina uma
galáxia de estrelas e planetas, com
maior quantidade numérica do que o
nosso sistema solar. Se olharmos para
um planeta, e o imaginarmos do
tamanho de uma laranja, ao abrirmos
esse planeta - terra - ao meio, o que
encontramos? Uma crosta, ou casca,
como de um ovo, recheado por uma
lava incandescente, um líquido
amarelo parecido com uma gema.
Ora, um ovo, é uma célula, como
todas as pessoas sabem, na verdade é
a maior célula que existe. Portanto,
em termos quânticos, ou de tamanho e
quantidade, uma célula é maior do que
um planeta, uma vez contendo
milhões de planetas internos. É tudo
uma questão de relatividade, quando
vemos um avião ao longe, parece até
que se move bem devagarinho...quase
parado! E na realidade vai a 900 km/h.
Se aos aproximarmos muito, se fosse
possível observar o avião a poucos
metros de distância a passar por nós,
nem sequer o veríamos. A velocidade
é tal, que seria como se nada passasse
por nós, tirando o vento. A
proximidade faz com que tudo mude,
isso é a relatividade, simplificada.
Através deste processo e umas
quantas equações matemáticas,
facilmente descobrimos a quantos
anos-luz está uma estrela.
Perguntando satiricamente, para onde
vão todas elas, com tanta pressa?...
Estas matérias parecem muito
complicadas, mas uma vez traduzidas,
ou melhor, simplificadas, até um leigo
consegue, eventualmente, entender e
usar, para impressionar....
Você é as 5 pessoas que estão à sua
volta. Não existe singularidade
alguma, só mesmo dentro da sua
cabeça. Se você está rodeado por 3, 4
ou 5 pessoas, você vai ser essas
pessoas. Se uma dessas pessoas for
Bill Gates, e outra Mark Zuckerberg,
você vai ser um outro milionário de
sucesso, inevitavelmente. Porque as
pessoas sempre matam ou constroem
o que têm a sua volta. Como nas
plantas, na natureza. Se surge uma flor
por entre os cardos, os cardos darão
conta dela. Somos sempre aqueles que
nos rodeiam, constantemente. Se
viver o tempo todo rodeado de
velhinhos, você ficará um deles logo,
logo. Se conviver com a juventude o
tempo todo, vai entrar na moda e
dançar Rap, ou o que mais irreverente
for, mais jovem. Se viver rodeado de
pessimistas, jamais irá a lugar algum,
o mundo será uma nuvem negra na
sua cabeça. E, se porventura não for
de acordo com os que o rodeiam, aí
será considerado louco. Porque louco
é aquele que não se integra aos
padrões gerais da sociedade. Mas
somente é louco, até ser aceite, aí ele
será visto como um gênio. Louco, e
gênio, é a mesma coisa. A menos que
seja violento, nesse caso pode ir preso,
não é uma loucura saudável. Cada vez
mais a sociedade procura pelos
loucos, e se identifica com eles,
acabando por os promover a gênios.
Elvis Presley era um louco que mudou
o mundo, naquela altura o rock era
coisa de malucos mesmo, somente os
jovens gostavam. Agora, todos os
velhinhos consideram clássico,
intemporal. Madonna foi a primeira a
misturar pornografia chocante com
espetáculos, era uma louca. Tornou-se
apenas a rainha do pop, a mais
vendida de todos os tempos. Ninguém
sabe o que é loucura, as pessoas
obedecem a padrões de normalidade
que não têm graça nenhuma, e
criticam quem não o faz. A única
forma de você não ser os que o
rodeiam, é ser completamente
maluco. Nós somos as influências
externas exercidas sobre nós, tão fácil
quanto isto. Se vive por entre atores e
famosos, será um deles. Mas tem de
ser um deles mesmo, não aquele que
tira o café para eles. Tem de acordar e
deitar por entre os famosos. Ou
políticos, ou cientistas, como você
escolher. Aquele que mais se
aproximar de si, sempre será a sua
maior influência. Depois de nos
integrarmos no meio onde estamos
predestinados a viver, tudo se tornará
fácil. As pessoas não são todas iguais,
umas tendem para a virtude, para o
sucesso, olhando a vida com um
brilho intenso, otimismo. Outras
pendem para a depressão, realismo,
negativismo, sempre se queixando de
alguma coisa. Os famosos, porque
ganham muito dinheiro, podem fazer
escolhas extravagantes, são os reis do
mundo. Não ligam a mínima para a
política, eles constroem o mundo à
sua volta, são os todos poderosos, isso
não é por sorte, é uma escolha que
começa quando a pessoa decide se
tornar poderosa. Os lobos são
poderosos, por entre a matilha, eles
dominam a selva, cada lobo é a
sincronicidade de todos os outros.
Você decide quem o rodeia, quem o
influencia, para cima, para baixo ou
para o lado. Observe bem as palavras
que ouve, diariamente. Que tipo de
pessoa exerce influência constante em
você? Desperte para uma nova
realidade, a sua própria. Onde tudo à
sua volta é construído pela sua
vontade e escolha.
“Quando uma criatura humana
desperta para um grande sonho e
sobre ele lança toda a força de sua
alma, todo o universo conspira a seu
favor.”
Johann Goethe

O que, para uns é agradável, para


outros uma depressão. Se sairmos do
corpo, por uns breves instantes e
subirmos bem alto numa projeção
astral, atravessamos a camada de
nuvens que é bem espessa e lá bem no
alto, por cima dessas nuvens, a mesma
quantidade de sol irradia com a
mesma força, para todo lado. Se
atravessarmos o oceano em poucos
segundos, pairando e observando a
beleza do atlântico, chegamos ao
Brasil e de repente, é verão. Toda
realidade muda, assim numa fração de
segundo, porque ali as pessoas sentem
o calor abrasador constante, clamam
por uma nuvem, uma brisa mais fresca
no ar… então vão para a praia dar um
mergulho bem refrescante! Como
mudámos a localização, parece que
estamos numa outra realidade, mas é
exatamente a mesma. Se
continuarmos a viagem, chegamos ao
México, o calor é intenso e não é dia,
mas noite. Está toda gente a dormir,
até mesmo os burros e os cavalos, ao
olhar para o céu contemplamos o
cintilar das estrelas, de repente
estamos numa outra realidade.
Apenas mudou a localização, o tempo
é o mesmo, mas até as horas
mudaram. Ao atravessar o mundo, no
segundo, atravessámos também o
tempo, foi uma viagem de regresso ao
futuro. Ali, o dia ainda vai demorar 12
horas para alcançar o nosso tempo-
espaço. Foi assim que Einstein criou a
relatividade. Sempre olhamos para o
mundo com a nossa perceção, mas
essa perceção é a nossa própria
criação da realidade. O que nos leva
para o biocentrismo. O homem
realmente cria o mundo à sua volta,
cada qual à sua maneira, com base
numa projeção mental constante. Não
há tempo, nunca houve nem existiu.
Se a pessoa é velha, só o é porque se
sente velha. Esse sentimento cria uma
realidade, aquela realidade. É apenas
mais um estado de perceção,
exatamente igual a observarmos o céu
nublado que deixa todo mundo com
cara de boi. Afaste-se por uns
momentos dessa realidade e tudo à sua
volta muda, de imediato. Somos, o
que acreditamos que somos, não
existe tempo. Não existindo tempo,
você não pode estar sozinho, está tão
acompanhado quanto as vezes em que
sentiu que estava rodeado de gente.
Não existe tempo, mas existe
sentimento, essa é a única realidade.
Dentro dessa realidade, criamos o
nosso próprio tempo, pausas para ler
um livro, para refletir, dentro de nós
próprios e entrar em comunhão com o
poder divino imanente em cada um. É
o poder da mente, a força que faz girar
o mundo à sua volta, erguendo
montanhas e atravessando mares, se
os pássaros voam, é porque você quer
que eles voem. Se não quiser, não
existem pássaros alguns, apenas um
infinito deserto de nada. Sinta-se
bem… você é o que pensa.
Eu passo os dias a analisar o mundo...
a escrever. Nos tempos em que fui
casado e apaixonado, passava os dias
a fazer outra coisa, ainda mais
agradável, não tão gratificante.
Porque o prazer não é o nosso
propósito. A iluminação é a
capacidade que alguns têm de criar
algo de divino. É a melodia do Elvis,
as composições de Beethoven, fruto
de inspiração inexplicável e
constante. Há pessoas que
simplesmente recebem o dom e
conseguem, de alguma forma,
manifestá-lo sempre da mesma
maneira. Ennio Morricone, um
compositor, arranjador e maestro
italiano, ao longo da sua carreira foi
responsável pela composição e
arranjo de mais de 500 filmes ficando
as suas maravilhosas melodias
imortalizadas na história. Depois
temos o caso de muitos outros artistas
iluminados, como Picasso, Leonardo
da Vinci e agora o maravilhoso Luiz
António Gasparetto. Poetas como
Luís Vaz de Camões compuseram
centenas de poemas sempre com a
mesma força e brilho, isso é
iluminação. A iluminação é um canal,
uma fonte que jorra sem parar. Alguns
escritores, mesmo privados de estudos
primados conseguem escrever livros e
mais livros com uma capacidade
incrível e de riqueza literária
incontestável. Porque bebem da
mesma fonte que todos os
contemplados pela divina
providência. Não é uma questão de
inteligência, a inteligência é uma
outra propriedade. De nada serve ser
muito inteligente e não ter
iluminação. A iluminação é um estado
de espírito, é uma abertura, um tipo de
incongruência que faz do indivíduo
um pouco diferente do comum. Existe
uma necessidade interna de partilha,
de manifestação artística inexplicável
e absolutamente gratificante. É um
tipo de transcendência magnífica,
uma receção como que de um canal de
rádio. Estes tipos de pessoas não são
mágicas, nem únicas. São
simplesmente incongruentes, não se
deixaram condicionar da mesma
forma linear, como todas as outras. De
certo modo são como robôs que não
foram devidamente programados e
como tal têm defeito. Esse defeito
permite-lhes manter a ligação com o
alto. Todo ser humano é projetado
para seguir em frente, meio
aparvalhado. É condicionado para
acreditar que isto, é apenas isto e nada
mais. Para seguir em frente sem olhar
para o lado, nem para cima e nem para
baixo. Mas a experiência terrena é só
uma experiência, a alma entra e
percorre este filme todo até o final
feliz, e infeliz, consoante o espetador.
Em termos de eternidade, uma vida
humana são alguns segundos apenas,
se pensarmos bem qualquer tipo de
lamento e comiseração é sempre algo
de absurdo. Sim, é possível encontrar
algumas paixões pelo caminho, viver
algumas emoções fortes e
inesquecíveis, mas também se pode
dar aquela história comovente do
amor que nunca apareceu. No fundo,
tudo é belo, de uma forma e de outra,
se soubermos apreciar a paisagem,
partilhar alguns sorrisos e talvez,
manifestar humildade se assim for de
nosso agrado. Também podemos
optar por falar mais alto para sermos
ouvidos, mandar alguns gritos até, se
necessário, os outros podem não
gostar, passamos por idiotas
egocêntricos, mas cada um tem o livre
arbítrio para fazer o que bem
entender. O importante é a
constatação que a magia existe, antes
de aqui chegarmos já tínhamos a
capacidade de voar, de cantar o mais
belo dos sonetos e isso está
comprovado. Porque como almas
divinas, retentores de qualidades
imensuráveis e uma incrível
capacidade para amar, somente nos
resta sorrir, ainda que prisioneiros
fugazes desta realidade carnal.
Por vezes olhamos para a lua com
uma certa admiração...uma
contemplação daquele pequeno
grande ser, que aos ilumina as noites
é tanto revolta as marés. Partimos do
princípio que ela está ali quietinha…
sem fazer mal a ninguém! De fato, não
é tão assim. A lua executa uma volta
ao redor do nosso planeta a cada
27,322 dias, e sua mudança relativa de
posição em relação ao Sol provoca seu
ciclo de fases. Contudo, o satélite leva
29,5 dias para completar todo seu
ciclo de fases e voltar à mesma
posição em relação ao Sol, o que
caracteriza o mês sinódico. A
velocidade orbital da Lua é de 1,03
quilômetros por segundo, o
equivalente a 3600 kms por hora, mais
de o triplo da velocidade de um avião
a jato. A lua não está minimamente
quieta, na sua aparente simplicidade,
viaja a uma velocidade constante
muito para lá da nossa capacidade de
compreensão. O carvão do tempo
brota em diamante. É uma pedra
simples, por esculpir. Uma matéria
rude e obra prima. As coisas mais
valiosas são simples. Somente o
homem gosta de complicar.
Realmente a beleza está nas coisas
mais pequenas. Tudo é uma questão
de projeção mental. Todo o foco deste
livro está do recondicionamento da
alma. Porque as pessoas
sobrevalorizam o que não é
importante. Na simplicidade
encontramos a real riqueza. A riqueza
do amor, do sexo. Isenta de conceitos
estereotipados de perfeição. O
humano complicado, confuso sempre
a procura do que não tem, a procura
de uma mulher melhor que a sua, de
um carro mais moderno, de um
relógio mais caro… Esse vive no
sofrimento constante da sua própria
mediocridade mental. Porque jamais
será completo, uma vez que se sente
incompleto. Nas coisinhas mais
simples se encontra o prazer. Naquele
simples almoço à beira-mar, na
satisfação de tomar um café pela
manhã. Na capacidade de apreciar um
simples gesto, sorriso. Porque sendo
rico de alma, tudo ganha outra beleza.
Amando para lá da frivolidade, da
ilusão da carne que tanto corrói. Pois
há sempre beleza nas pessoas, nem
que seja no dedinho do pé. E também
há feiura escondida, até na mais bela
das rosas. As verdadeiras
excrescências estão aos olhos de
quem vê, se vemos podridão estamos
podres por dentro. Se vemos maldade
é porque a sentimos em nós. A
simplicidade é uma dádiva, é a
felicidade se saborear um pouco de
pão, de agradecer por uma doce
palavra, de amar com paixão e
coração, de viver todos os segundos
com emoção. É a capacidade de
escrever poesia no deserto, de sentir
companhia por entre as flores, o
campo e o mar. É a capacidade de
sorrir, quando o mundo chora. Porque
todas as escolhas são nossas, inclusive
ser feliz, agradecer. A riqueza de uns
é a pobreza de outros. Temos riqueza
na juventude e na longa idade, temos
riqueza no campo e na cidade, porque
todos os sorrisos são ricos, muito mais
ricos que o banco. Não importa o
tamanho do telhado, se tivermos um
telhado. Não importa se
aparentemente temos pouco aos olhos
dos outros, e se não sobra para vestes
caras, não é o corpo a melhor veste?
Não é importante o ouro das jóias,
haverá jóia mais bela que um olhar
doce? Nem mesmo importa se somos
mais altos, e mais baixos, mais
escuros, ou mais claros, mas a forma
com que somos amados. Porque
ninguém ama uma estátua sem
coração, mas todos sabem onde mora
a razão, o poder das palavras, dos
gestos, da amizade e do amor.
“O louco, o amoroso e o poeta estão
recheados de imaginação.”
William Shakespeare
A loucura é um estado de
desfragmentação mental. O
pensamento é como uma colher de
chá, de açúcar. Pode comportar
milhares de grãos, se estruturado. Isso
é o equivalente a uma pequena
casinha, um e dois automóveis à porta,
uma conta bancária moderada, mas
crescente. Não é preciso muito, se
houver equilíbrio. Nem sempre a
quantidade é qualidade. Uma pequena
fonte sempre desagua como grande
rio no mar. Se espalharmos todo
açúcar de uma pequena colher, pelo
chão, temos a mesma quantidade de
inteligência, a conflagrar no espaço.
Ao invés de uma casinha modesta,
podemos então obter uma quinta no
campo, um barco no rio, dois
mercedes à porta, tudo com
prestações em atraso, uma ostentação
falsa e preocupante. A loucura
derivada da ambição desmedida pode
levar a torrentes de problemas. O
indivíduo considera-se um gênio, o
suprassumo, quando na realidade está
em queda livre no abismo da
realidade. “Num filme o que importa
não é a realidade, mas o que dela
possa extrair a imaginação.” -Charles
Chaplin A vida sempre aos apresenta
escolhas mais aliciantes. Como o
anúncio da supermodelo que adora
limpar a casa com um sorriso aos
lábios e jamais reclama, porque é um
comercial. E o marido paciente que
apesar de lindo e maravilhoso sempre
lava as suas roupas com dedicação, á
janela e com aquele sorriso
CINTILANTE. Porquê ter apenas um
automóvel simpático, que já tem
alguns aninhos e não serve para mais
nada senão levar a pessoa daqui, para
ali, quando podemos adquirir uma
bomba descapotável e todos vão
cobiçar? Pois tudo isso é ego, um
flagelo social que lentamente
contamina a tudo, e a todos. As
pessoas querem mais, e mais porque
assim lhes foi sugerida a realidade.
Mas devemos ter calma, não há nada
mais importante que a completude
interior. Existem muitos
descapotáveis, muitas joias, muito
ouro. Existe muita tentação, muita
beleza e carne. Mas devemos
discernir, a razão é o que nos separa
da loucura. Buda disse - gota a gota se
enche o vaso. Não há mal algum em
obter sucesso na vida, fortuna e
abundância. Podemos mesmo nutrir
dos enormes prazeres da carne, do
sexo, isso é maravilhoso, nem mesmo
Jesus alguma vez censurou, muito
pelo contrário, desfrutai e frutificai.
Mas jamais devemos perder o fio do
pensamento, o equilíbrio. Pois isso é o
que aos define, como pessoas, como
pai, mãe, filho e marido. A capacidade
de terem orgulho em nós, de sermos
pessoas exemplares em cada passo
que damos, cada palavra proferida,
cada gesto, cada escolha ponderada e
sábia, pois nada mais temos
realmente, senão a força da nossa
vontade, da nossa voz.
“Uma conduta irrepreensível consiste
em manter cada um a sua dignidade
sem prejudicar a liberdade alheia.”
Voltaire
O fabuloso conde de Saint Germain,
mestre esotérico místico alquimista
do século XVIII da Transilvânia
alertou-nos no livro de ouro para o
poder só -Eu sou. As palavras eu sou
têm um mantra interno muito
poderoso, ele define a pessoa em sua
essência. Quando Moisés perguntou a
Deus qual era o nome de Deus, Deus
respondeu - Eu sou aquele que é, o
meu nome é eu sou. Porque Deus é a
representação cósmica da existência,
é a imutabilidade intemporal, é o
único que - é. Na ignorância do
desconhecimento po poder das
palavras, as pessoas por vezes dizem,
eu sou velho, eu sou idiota, entre
outras. A realidade eu sou é algo
muito poderoso, muito importante de
compreender. Na realidade tudo o que
dizemos é um escrito mental, é um
registo cósmico que nos transforma
naquilo que acreditamos ser. “A
maneira mais fácil e mais segura de
vivermos honradamente consiste em
sermos, na realidade, o que parecemos
ser.” -Sócrates No meu livro - o poder
das palavras - são abordados esses
assuntos com muita clareza, mas
agora estamos apenas centrados do
poder do - eu sou. Se tudo nasce do
verbo, e o verbo é Deus, então cada
palavra tem um poder universal nas
nossas vidas, é o poder da crença. Ao
determinarmos com palavras dizendo
eu sou isto, ou aquilo, estamos a
inferir uma consequência inalterável
na nossa própria realidade. Se
devemos ter cuidado ao falar de
alguém, dizendo aquela pessoa é
assim, e assado, o que pode ser
pejorativo para nós, mais cuidado
devemos ter quando falamos de nós.
Se eu digo - eu sou doente-, por
exemplo, já estou a objetivar a minha
própria incapacidade e depois pode
ser difícil de neutralizar. Mas
escolhendo cada palavra em especial
o eu sou com o máximo de cautela
criamos uma nova abertura para a
vida. Incauto é aquele que diz tudo da
boca para fora, ignorando as
consequências e o poder de suas
próprias palavras. Jesus alertou-nos
enfaticamente para o cuidado com
tudo o que dizemos, a palavra tem
mais poder do que a espada. Mas pela
magia maravilhosa do eu sou,
podemos sempre criar uma nova
realidade, podemos realmente ser
tudo aquilo que pretendemos. Mesmo
caindo no risco da presunção, o que
não é assim tão mau, cada um é
determinado pelo que diz, não há
necessidade de escolher mal. Eu
posso ser uma pessoa maravilhosa,
todos podem, basta fazer o uso
espontâneo do eu sou. Eu sou novo,
porque quero, sempre serei novo e
belo, sou uma pessoa fantástica
agradável aos outros, sou divertido
amoroso dinâmico, eu sou realmente
tudo o que eu quiser. As minhas
palavras são as mais importantes, não
importa o que outros digam de mim,
porque eu tenho as minhas próprias
palavras e como tal construo a minha
própria realidade. Sou dono do meu
pensamento, sentimento e desejo o
que escolho, para mim, darei uso a
esse meu poder para ser exatamente
quem eu quiser. Se digo que sou uma
pessoa correta, então eu sou. Se
alguma vez eu não fui uma pessoa
feliz e completa, agora eu sou, o que
importa é o que eu sou e sempre serei
o meu próprio desejo e vontade, isso
faz de mim uma pessoa
extraordinária, por minha escolha. As
pessoas precisam do poder das
palavras, é uma bênção universal, é a
comunhão com Deus e com todas as
coisas belas, é ser as ondas do mar a
bater na fraga, é ser o poder das
montanhas, é ser amor que se estende
pelos vales tamanhos, é ser vida, é ser
paixão. A felicidade é um estado de
plenitude, são gotículas de chuva doce
que se adentram na alma. Deve ser
partilhada, difundida, conflagrada.
Como não é perene deve ser
prorrogada ao máximo, não há um
motivo concreto para o estado de
felicidade, é um soro mágico
proveniente do amor divino, do estado
de completude para com o infinito.
Não há melhor propósito, não há
passado nem futuro, apenas o eterno
presente no sorriso da criança em nós.
É a fonte da vida, é a razão de tudo,
são as palavras doces dos lábios de
quem sente, ama, existe e partilha
daquilo que naquele instante sente.
Porque tudo é sentimento e estamos
todos unidos numa conexão cósmica,
linda, perfeita. É a união de almas, o
estado de empatia, o natal perfeito, o
nascimento e a celebração do amor,
dia após dia, é a iluminação que
temos, a graça das graças, o substrato
da poesia. É o cântico das aves, o
soneto absoluto que ecoa lá no alto
das montanhas do ser, porque somos
maravilhosos, estamos vivos e
respiramos praia, campo e amor.
Sejamos sempre felizes, no abraço
perfeito, no olhar profundo, no beijo
carinhoso tudo isso apenas com um só
propósito, o estado humano de
felicidade, amor e plenitude. Não é
preciso muito, nem pouco, nem nada
porque já temos tudo e como tal,
somos felizes neste segundo eterno
que é sempre nosso.
A noite é um espaço profundo que
desvela o pensamento. Ouvem-se os
mantras da alma e cai a suave calma.
A solidão é um fardo necessário, há
sempre uma companhia interior. O
tempo é um grande conselheiro, um
bom livro sempre trás algo de novo e
enriquecedor. Se tivermos a
consciência de que somos o nosso
pensamento, tudo que adquirimos de
novo é sempre algo que se aos
acrescenta, um alimento. Sabendo que
toda tristeza é sempre interina,
provisória, aguardamos ansiosamente
pela bonança.
“A paciência é a fortaleza do débil e a
impaciência a debilidade do forte.”
Immanuel Kant
Mas o que não é temporário é o
momento, o presente que se revela
perene. Há, de facto algo de
maravilhoso no momento, a pausa, a
reflexão, a paz. O maravilhoso na
alma é que é extremamente macia,
maleável, mutável. Tão depressa é
arrastada com a fugaz dor
excruciante, como se abre para os
intensos prazeres que tanto apraz
receber. Somos de facto seres
maravilhosos, até mesmo na solidão
temos uma companhia, seja de Deus,
seja dos outros milhões de solitários,
seja da companhia das belas palavras
agora recebidas. De facto ninguém,
está só, nenhum grão de areia se
espraia ilhado no deserto. A união do
ser humano é uma constante
universal. Estamos unidos pelas
palavras, pelas semelhanças, pelo
amor. Qualquer diferença aparente é
apenas efémera, somos a massa da
mesma massa, o fruto da mesma
árvore, por isso existe empatia em
cada gesto, sorriso e até mesmo, no
sofrimento.
“Em nossos pensamentos fazemos o
nosso mundo.” Buda
Essa empatia só revela que não somos
apenas um, mas um todo absoluto,
fascinante. Podemos sentir cada
vitória, cada sucesso, cada beijo e
abraço, por vezes levando a chorar de
comoção bastando apenas ver um
filme, um momento de muito amor.
Durante a juventude irreverente,
facilmente nos sentimos únicos no
universo, é uma sensação demasiado
poderosa para reparti-la com alguém.
Não existem parâmetros que nos
retraem, viver na crista da onda. Tudo
é uma aventura, um furor. A vida é
demasiado brilhante para desperdiçar,
então o ego ganha todas as batalhas.
Não é necessariamente idiotice, é
juventude. As hormonas andam por
ali aos saltos e não é necessária
cafeína, nem chá verde. Sobreviver à
juventude, já é um bom desafio,
necessário…
“O que deve caracterizar a juventude
é a modéstia, o pudor, o amor, a
moderação, a dedicação, a diligência,
a justiça, a educação. São estas as
virtudes que devem formar o seu
caráter.”
Sócrates
Mas o tempo, a vida, as lições sobre
lições matam aquele jovem, torna-se
agora um adulto, a sua consciência
está formada, começa a apreciar as
vantagens da moderação, começa a
selecionar. A vida não perde o gosto,
muito pelo contrário, ganha um outro
sabor. Aprende-se a valorizar cada
gesto, cada palavra, cada olhar.
Podemos mesmo admitir que
renascemos, na medida em que tudo
vemos com um olho diferente, mais
paciente e sábio. A degustação de
prazeres inferiores é substituída pelo
paladar de escolhas refinadas. E a
calma clama por mais calma, a
compreensão e a paz, por mais
equilíbrio, sabedoria, amor. Porque
todos procuramos o mesmo, somos a
chama sagrada que Deus acendeu,
eventualmente vamos ascender, cada
dia, cada passo vai nessa direção.
Todo desafio será superado, cada
sacrifício só o temos de fazer uma vez
só. Esta é a mensagem, que haja paz e
muito amor nesta eterna comunhão,
os nossos amigos e irmãos, os
homens.

O mestre é pai, é amigo e professor.


Um pai não pode chorar, não pode cair
e nem fraquejar. Porque o seu
propósito, é vencer, ensinar e
concomitantemente proteger. Quando
o pai cai, as suas folhas murcham,
morrem.
“O meu pai ensinou-me a trabalhar;
não me ensinou a amar o trabalho.”
Abraham Lincoln
Ser mestre é ter uma obrigação moral
superior, é um trabalho a tempo
inteiro. Todo trabalho tem requisitos,
protocolos, existe uma meta a
cumprir, sem hesitação. Se o mestre
tiver qualquer tipo de epifania, se
sofrer qualquer percalço, deve parar
para refletir, ele tem de aprender mais
essa lição e usá-la como exemplo aos
seus filhos, os instruendos. Existe
uma hierarquia em tudo, dado
momento em que se aceita uma
respetiva função, a responsabilidade
pela mesma aferida está implícita.
Porque a sabedoria já é um posto, uma
capacidade, um poder do qual todos
devem poder dispor para aprender,
evoluir, crescer. Uma mãe é mestre
diante de seus filhos, um professor
mestre, perante os alunos. A sabedoria
é apanágio obrigatório, e não será
sabedoria, mas arrogância, ostentação
de ego. Nitidamente difícil de
concretizar, até o maior mestre é
humano, mas tudo aqui nesta terra é
momento e lição. O mestre é
comandante do navio, ele guia os
cegos por entre tempestades, até que
alguns consigam ver com clareza.
“Falar obscuramente, qualquer um
sabe; com clareza, raríssimos.”
Galileu Galilei
Não existem facilidades, a vida é uma
lição difícil. Mas temos algo em nosso
favor, uma arma superpoderosa, o
pensamento. Aquele que nos ensina
que cada momento é mais uma pérola
a adquirir, de modo a que a nossa
riqueza prospere, dia após dia. Há a
responsabilidade da palavra certa, na
hora certa, de partilhar o pesado fardo
da aceitação, porque muitos são os
que sofrem, porque precisam do
amparo, de saber e sentir que alguém
os acompanha e entende. Aqui temos
o dever da empatia, algo que nos une
sempre, o forte suporta o fraco, até
que este adquira força por si mesmo.
Já fomos todos fracos, já fomos
pequenos, crianças e ignorantes. Já
erramos e fomos perdoados, já caímos
e fomos levantados, é nossa
idiossincrasia o amparo ao próximo,
mas o maior amparo está na força
espiritual proveniente do tempo, está
na experiência empática do
sofrimento, está na voz protetora da
mãe, na segurança do pai, na
capacidade de transmitir amor, paz e
compreensão.
A humanidade busca pelo ouro da
terra, pela abundância e fortuna.
Somos seres carnais e como tal,
matéria. Precisamos de sobreviver por
entre a matéria, é uma questão de
conforto, necessidade e prazer. A
riqueza é então, um objetivo comum,
não é nenhum pecado ser rico, aspirar
a uma vida nobre e abundante. Se uma
pessoa trabalha, semeia e colhe ao
ponto de sentir sucesso, isso é um
mérito seu. Uma pessoa de bem com
a vida, vai ajudar muito mais pessoas
com o seu contributo para a riqueza
nacional, se for muito rica,
proprietária de muitas empresas irá
com certeza fornecer emprego a
muitas outras pessoas, a ideia que o
dinheiro é uma maldição é absurda,
errada. Sem dinheiro ninguém vai a
lugar nenhum, até mesmo as igrejas
precisam do seu contributo para seu
sustento. Mas existem muitos tipos de
riqueza, uma pequena esmeralda pode
valer por muitos milhões. A Riqueza
não está só numa conta bancária, há
muitas formas de riqueza. As pessoas
trabalham uma vida inteira ao
encontro da fortuna, porque querem
conforto, prosperidade e beleza. O
conforto é óbvio como privilégio, se
podemos ir de carro não é necessário
magoar os pés. Depois temos a
prosperidade, se o nosso património
cresce esse faz parte de nós, é um pilar
para a família, amigos e conhecidos.
De resto, temos a beleza como nossa
riqueza, as pessoas adoram beleza,
precisam mesmo de algo de belo nas
suas vidas, investem algum dinheiro
em joias, ouro, diamantes. Tudo é
representativo da riqueza de cada um,
alguns levam ao extremo, compram
um relógio caríssimo, e colocam no
cofre para ninguém ver. As pessoas
precisam de beleza, isso é um facto. A
beleza é sempre uma forma de
riqueza, seja numa linda joia, seja no
lindo olhar. E precisam da beleza
porque? Para atrair uma outra riqueza,
ainda maior, o amor, a admiração e a
contemplação. Então, a nossa maior
riqueza não está no dinheiro em si,
mas aos outros. Precisamos do
dinheiro sim, para sobreviver, mas
precisamos de mais dinheiro para
comprar beleza, para atrair os outros.
Essa é a questão. Porque com uma
grande fortuna e sem o amor de
ninguém é o mesmo que morrer
pobre. Esta é a ordem das coisas, na
sociedade. A pessoa luta, luta mais,
conquista a riqueza, os anos passam, a
pessoa vai perdendo a beleza externa
e vai comprando mais beleza. Compra
beleza no cabeleireiro, nas suas
vestes, em cirurgias até. Compra
beleza com o carro novo, bonito,
agradável à vista. Toda beleza que
compra é com o propósito do amor.
Tudo isso porque o ser humano vive
com o objetivo primário que é o amor.
Existem muitos tipos de riqueza, não
só as joias. A juventude é um tipo de
riqueza inestimável. A sabedoria, um
outro tipo de riqueza. O equilíbrio, a
mansidão, a calma. Se uma pessoa
tiver muito dinheiro, mas outra tiver
beleza, sabedoria e juventude, quem é
mais rica? Então, temos muitas
formas de avaliar a riqueza de cada
um. Uma pele suave, macia e lisa
pode ser um tipo de riqueza. Um
sorriso branco, limpo, singelo, outro
tipo de maravilha…Até mesmo um
pezinho perfeito, esculpido, cuidado
com muito amor pode ser um tipo de
beleza e riqueza. Mas a maior riqueza
está aos olhos de quem vê. Porque
bons olhos veem beleza em tudo, bons
ouvidos ouvem tudo de bom. A maior
riqueza mesmo está na capacidade de
amar, está em possuir o ouro mais
procurado do planeta, o amor.
Podemos ser muito mais ricos com
pensamentos e palavras do que com o
ouro de Salomão. Porque com as
palavras somos amados, e com ouro
não. E dessas palavras nasce o amor
que atrai multidões. Essa é a fonte
mais rara e valiosa que o mundo tem.
Que nunca seque esta água que nos
une e repara, que nos completa e
alegra que é o ouro do coração.

As naves do tempo os soltaram pela


terra, por entre famílias diversas,
aguardando a eclosão dentro de
ventres maternos na aleatoriedade.
Nesta alusão à vida, percorrem um
caminho largo que se faz estreito
numa elucubração mental. Estão de
facto perdidos, nas areias do passado
e do futuro, uns correm na margem da
praia, investem na carne, no corpo.
Outros trabalham na torrente
financeira, o lucro máximo é seu
propósito pontual, imediato, nada
mais parece importar. Alguns ilham-
se no pensamento, ficam solitários no
seu espaço fechado, refletindo
cautelosamente por todo caminho a
percorrer. Uns atravessam a
experiência da paixão, do amor
intenso, e não, algo que é sempre uma
agradável lição, tanto de dor, como de
amor. A juventude é um mar de joias
diversas, oportunidades dentro de
mais oportunidades, portas abertas
por todo lado. Porém acompanhada
pela imaturidade da inexperiência,
que pode levar facilmente a percorrer
caminhos sinuosos, compridos e sem
a saída esperada. A desilusão é
inevitável, sem ela não haveria lição
alguma. Todos aspiram ao sonho, à
glória da completude e do sucesso
absoluto. Segundos tornam-se horas,
as horas meses, os meses anos, e tudo
passa mais rápido que um piscar de
olhos. É quando chega ao momento,
ao presente do tempo que a todos une
numa pausa infinita que assim reflete
a pergunta universal, porque? Porque
na realidade ninguém sabe de nada,
ninguém compreende a causa, o
início, o meio e o fim. Se vale a pena
semear, acreditar, olhar para trás
relembrando os rios que já secaram, as
fontes que brotam, as águas que agora
vivem numa loucura fervente
aspirando à glória de um desaguar
perfeito. Caem por terra as espadas, as
armas que se tornam pesadas,
sobrando as memórias ainda
permeadas na alma em sua
plurivocidade. Porque agora já não
somos uno, morre o ego, nasce o
alocentrismo, não merece a pena olhar
só para dentro, as outras flores vão
desabrochando, é muito mais sensato
olhá-las de longe, de alguma estranha
forma fazem parte de nós, talvez elas
encontrem uma resposta, não importa,
desde que todas as viagens não
tenham sido para nós, em vão.
Aparentemente somos massa, pele,
carne. Quem o afirma não está errado.
Somos realmente carne e vida. Dentro
da carne, está o osso, dentro dos ossos,
a medula. Constituída essa por células
infinitas, cada célula é um ser vivo. E
dentro da célula o componente é o
átomo, com protões e eletrões. Dentro
do átomo há os quarks, com força
positiva e negativa mediada pelos
gluões. Dentro desses quarks está o
Bóson de Hicks, a chamada partícula
de Deus, criadora de todas as outras.
Isso é energia, somos, essencialmente,
energia pura. Toda energia é luz, de
alguma forma. Essa luz não está ali à
toa, ela vem do cosmos infinito, é a
luz que ilumina o próprio sol. A única
coisa que nos separa uns dos outros é
a carne. E a personalidade, não somos
apenas luz, mas alma. Essa alma é o
que aos atribui o pensamento, algo
que de alguma forma intercede com a
luz que trazemos. A morte é apenas
mais uma mutação, uma vez que a
energia muda, mas se veio do infinito,
é infinita, apenas muda de forma.
Então muda, como sempre mudou
desde que nascemos, vai continuando
a mudar, eventualmente. E onde vai
parar essa luz? Há quem aposte no
renascimento, na reencarnação, há
quem prefira acreditar na ascensão
divina, o espaço astral, os anjos. De
facto, se sempre evoluímos, e se
temos uma alma, Deus não a faria,
com tantas qualidades maravilhosas
para simplesmente desaparecer. Se
somos energia cósmica e pensante, a
nossa importância é pertinente,
viemos da luz do passado e
continuamos a ascender rumo ao
futuro infinito, somos imortais. Não
importa mesmo se vamos morrer hoje,
ou amanhã, apenas a nossa missão de
comunhão com o todo importa, a
nossa vontade que sempre procura por
semear amor, mais energia positiva
para o universo. O ser humano é
essencialmente bom, apesar de alguns
erros de percurso que apenas nos
ratifica simples humanos, um pouco
ignorantes talvez, mas com uma
centelha divina predestinada a
grandes e impressionantes criações e
manifestações fascinantes. Quando
declaramos uma palavra amável,
generosa, estamos a usar a nossa
energia positiva, cada átomo vai
interferir com os átomos positivos do
próximo, desencadeando uma ação
em cadeia. Em termos quânticos é
uma força forte manifestada. Quando
por outro lado agimos por impulso
largando uma mensagem negativa, aí
é a força fraca a trabalhar, os eletrões
ficam agitados e produzem
nervosismo, irritabilidade e mau estar.
Sintetizando tudo isto, somos aquilo
que pensamos, nada mais. Se
soubermos utilizar bem a nossa luz,
não há desejo nem vontade que não
nos seja inevitavelmente atendido. É
aqui que a ciência encontra a fé, a
nossa luz nos guiará. Há dois mil anos
atrás, um ser ascensionado de nome
Jesus surge na terra e diz - eu sou a luz
do mundo. Na altura não existe
mecânica quântica, nem qualquer tipo
de ciência atômica. Não haviam
estudos de nada, e tão pouco lâmpadas
sequer. Mas ele sabia que era luz.
Com essa luz enorme proveniente da
vontade, ele curava cegos e
paralíticos. A sua vontade era tal, que
todos os seus átomos vibravam ao
favor do próximo e do amor. Com a
força das palavras ele matou uma
figueira e assim comprovou que cada
palavra tem o poder da vontade. A sua
mensagem era uma, amar ao próximo
e acreditar. Porque se somos luz,
devemos acreditar na luz.
Nunca menosprezes a sabedoria do
pobre, pois ele sabe o que é privação.
Nem do alcoólico, pois este sabe o que
é sofrimento. Nem do doente, pois ele
sabe o que é a dor. Nem do obeso,
pois ele sabe o que é desprezo. Nem
do baixo de estatura, pois ele vive por
entre os maiores e sabe o que é
coragem. Nem do velho, porque sabe
o que é a vida. Nem do pedinte, pois
ele sabe o que é humilhação. Nem da
mulher, pois ela sabe o que é o
homem. Nem do estranho, pois
também ele é teu irmão. Nem do
ignorante, pois este sim sabe
menosprezar.
Bibliografia
“O Erro de Descartes” - António
Damásio “A Cura Quântica “ -
Deepak Chopra “As 7 Leis da
Realização pessoal” - Deepak
Chopra “A Cura pelo Pensamento” -
Luiz Antonio Gasparetto
“Ansiedade” - Augusto Cury “A
Crítica da Razão Pura” - Immanuel
Kant “História da Filosofia” - Jean-
François Pradeau “Pais Brilhantes,
Professores Fascinantes”- Augusto
Cury “Você e a Eternidade” -
Lobsang Rampa “A 3º Visão”
Lobsang Rampa “Fundamentos da
Gnosis” - Samael Aun Weor “As
Cartas de Cristo” - Escrituras “A
Bíblia Sagrada” - Evangelhos “ O
Mestre dos Mestres “ -Augusto Cury
“Mensagens do Astral” - Ramatis “ O
Livro de Seth” - Jane Roberts “ O
Livro de Ouro de Saint Germain” -
M.Soares Claussen “ Você é o que
Pensa “ -Lauro trevisan “
Antropologia Gnóstica “ - Samael
Aun Weor “ Einstein Relativamente
Fácil ” -Teodoro Gómez
Bruno Sampaio de Sousa
12/12/2017

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