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Este livro aborda temas como as verdades do homem, carne, paixão e pensamento. A personalidade animal de cada um, a continuidade, transcendência. A mecânica quântica de Deus, a luz estrelar. A ligação subjacente entre o pensamento filosófico e a ciência. A alma e os sentimentos mais profundos, a poesia e o amor. A construção do pensamento filosófico ao longo de 26 séculos. O desejo e a loucura, o hedonismo e o superficialismo.
As provas de coragem, os verdadeiros heróis, o altruísmo. O alocentrismo, a capacidade de empatia com o maior e o menor. O poder das palavras e o poder do silêncio, a base do saber. Assim vamos evoluindo e envelhecendo, esse é o paradoxo da carne, o valor do homem através do tempo.
“O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz.” –
Aristóteles
Este livro aborda temas como as verdades do homem, carne, paixão e pensamento. A personalidade animal de cada um, a continuidade, transcendência. A mecânica quântica de Deus, a luz estrelar. A ligação subjacente entre o pensamento filosófico e a ciência. A alma e os sentimentos mais profundos, a poesia e o amor. A construção do pensamento filosófico ao longo de 26 séculos. O desejo e a loucura, o hedonismo e o superficialismo.
As provas de coragem, os verdadeiros heróis, o altruísmo. O alocentrismo, a capacidade de empatia com o maior e o menor. O poder das palavras e o poder do silêncio, a base do saber. Assim vamos evoluindo e envelhecendo, esse é o paradoxo da carne, o valor do homem através do tempo.
“O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz.” –
Aristóteles
Este livro aborda temas como as verdades do homem, carne, paixão e pensamento. A personalidade animal de cada um, a continuidade, transcendência. A mecânica quântica de Deus, a luz estrelar. A ligação subjacente entre o pensamento filosófico e a ciência. A alma e os sentimentos mais profundos, a poesia e o amor. A construção do pensamento filosófico ao longo de 26 séculos. O desejo e a loucura, o hedonismo e o superficialismo.
As provas de coragem, os verdadeiros heróis, o altruísmo. O alocentrismo, a capacidade de empatia com o maior e o menor. O poder das palavras e o poder do silêncio, a base do saber. Assim vamos evoluindo e envelhecendo, esse é o paradoxo da carne, o valor do homem através do tempo.
“O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz.” –
Aristóteles
Prefácio Este livro aborda temas como as verdades do homem, carne, paixão e pensamento. A personalidade animal de cada um, a continuidade, transcendência. A mecânica quântica de Deus, a luz estrelar. A ligação subjacente entre o pensamento filosófico e a ciência. A alma e os sentimentos mais profundos, a poesia e o amor. A construção do pensamento filosófico ao longo de 26 séculos. O desejo e a loucura, o hedonismo e o superficialismo. As provas de coragem, os verdadeiros heróis, o altruísmo. O alocentrismo, a capacidade de empatia com o maior e o menor. O poder das palavras e o poder do silêncio, a base do saber. Assim vamos evoluindo e envelhecendo, esse é o paradoxo da carne, o valor do homem através do tempo. “O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz.” – Aristóteles EXÓRDIO Existe uma fórmula mágica para o sucesso. O fermento que edifica o bolo perfeito, uma resposta, um propósito, algo que todos temos dentro de nós como Sócrates afirmava “conhece-te a ti mesmo”, que não é, nada mais, nada menos, que a partícula de Deus. Não existe uma verdade, mas muitas. Não existe uma realidade, mas imensas. Na verdade, nada existe senão a ilusão da própria existência. Sem nos descobrirmos a nós, não temos acesso a mais nada, somos um fruto sem árvore, uma gota sem oceano. A fórmula do sucesso está nessa mesma descoberta, quem somos. O escorpião nasce para picar, para matar. É o seu propósito, nada mais. O homem tem outro propósito, mas existem muitos homens e muitos propósitos. Aquele que se descobre, atinge o nirvana, tudo passa a fazer sentido. Não há como não ter sucesso, é inevitável. Seja a pintar paredes, seja a cantar, seja a escrever ou a ensinar. Se todos tivéssemos o mesmo propósito, certamente seriamos todos presidentes da republica, todos modelos ou todos atores. A ansiedade é uma força estrelar que nos acorda, uma magia que nos empurra para ouvir a nossa própria verdade. Não importa o que os outros acham, não importa o que parece bem, o que parece mal. Importa a verdade interior de cada um ser ouvida pela vibração de Deus. Essa sim, é senhora de todas as verdades. O lutador, nasceu para lutar, se esse é o seu propósito, morrerá a lutar. Quando descobrimos quem somos, onde estamos, para onde vamos, seremos senhores do tempo na medida em que sabemos exatamente qual a razão do passado e qual será o futuro. O homem determinado tem a força de muitos leões. Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé. O ERRO Do erro nascemos, crescemos, morremos, mas sempre no caminho da evolução, desde o carvão que nada vale até ao mais puro diamante. Não somos mais do que células, mas seremos, um dia, mais do que Deuses a caminho da continuidade estrelar. Percorrendo trilhos e desertos de dor, alimentados por sentimentos de prazer, fomentados pela paixão que nos move por viver. Assim, nada nos faltará, muitas formigas são esmagadas, sempre serão, até que não sejam mais formigas, mas guerreiras de um castelo cósmico que é a gloriosa humanidade, dona dos mais vastos céus e inderrubáveis castelos. Porque somos homens, criados à semelhança de Deus. Um escritor é um artista, um criador. O criador tem de criar, é uma necessidade absoluta, se não o fizer, a sua cabeça explode! A cantora que não canta, porque não a deixam cantar, desenvolve problemas de garganta, até cancro pode desenvolver. O atleta tem de correr, o peixe tem de nadar, o poeta tem de romantizar, porque todos nós somos animais com um propósito divino, até mesmo o escorpião “tem” de picar, é a sua natureza. Se não obedecermos àquilo para que fomos destinados, estaremos a ir contra o propósito, entramos em ansiedade. Miguel Ângelo não pintou a Capela Sistina para ficar rico, fê-lo porque a ordem divina assim o determinou. Chamarei a este livro - O MANUSCRITO - porque vai ser um grande texto, mesmo. Quando o artista cria, cria de sua alma e com intervenção divina, pois somos a continuidade das nossas velhas almas. Luís Vaz de Camões era um combatente, perdeu um olho numa batalha por causa de um amor frustrado, em África. Na verdade, frequentou muitas batalhas, matou muita gente, mas o que ele era, realmente, um poeta. Por isso escreveu a epopeia portuguesa os Lusíadas, com 8816 versos decassilábicos. Morreu na mais indigna pobreza, na altura, sem um trapo para se vestir, mas cumpriu com a sua missão. Buda disse - “o propósito de um homem é descobrir o seu propósito”. Nem todos compreendem a visão louca e exacerbada do artista. Ele é bombardeado o tempo todo com paixão, com desejo, com a necessidade de emanar algo, a criação. Somente quem cria conhece a sensação de completude que se sente, ao criar. Tal como uma mulher a ter um filho, as dores são muitas, mas o prazer inerente ao ato é indescritível. O propósito deste livro é dar continuidade aos meus trabalhos, particularmente com um tema - o homem. O homem é a composição de três parâmetros, o amor, o saber e a dor. Logo, essa é a temática deste livro, parece pouco, mas é imensurável, somente o amor já é assunto para horas de dissertação, o homem vive para o amor, para o desejo, para o prazer. Platão disse: o amor é desejo, o homem ama o que deseja, e deseja o que não tem. Se não tem, é porque não pode ter e isso traz o desejo. Mas dado momento que ele pode, tudo muda, porque se pode e tem. Se tem, não deseja mais, porque já se tem, se não deseja mais, já não ama, porque já tem!
As verdades mais consistentes estão
nos silogismos, aquela fórmula mágica que Aristóteles inventou 300 anos antes de Cristo. Quando olhamos para o passado, compreendemos o futuro, já o dizia Confúcio, aquele filósofo Chinês realmente sábio. Agrada-me saber que sou a continuidade de alguma coisa, porque todos somos. Mesmo sabendo que sou a continuidade de uma minhoca, um Leão ou até mesmo, de Napoleão. Enquanto houver movimento, há vida, há evolução. Nós somos a emanação cósmica da inteligência autossustentável, somos o princípio de Deus. Vivendo, revivendo e sofrendo durante todo processo de evolução e de crescimento até um dia alcançarmos as estrelas. Somos seres milenares, que atravessam o universo numa luz viva constante. Chegaremos lá, garanto, nada provém do nada e com propósito de nada. A compreensão desse mesmo propósito é o que faz deste tipo de leitura, algo interessante. PERSONALIDADE ANIMAL Supostamente somos todos iguais, não existem diferenças entre as pessoas e isto é demagogia pura. Com a experiência vamos aprendendo a observar certas características que identificam claramente multiplicidade nas atitudes, diferenciando alguns tipos de personalidades, de outras específicas.
Observamos filhos, provenientes dos
mesmos pais, com a mesma educação seguirem caminhos muito diferentes, levando a crer que a personalidade já nasce com o indivíduo e há coisas que nenhum pai consegue mudar. Será pelos astros, os signos, a posição dos planetas na altura no nascimento, ou quando fomos concebidos? Um nasce na hora tal, a meio da noite de lua cheia, no ano do porco Chinês, as marés estavam revoltadas e pronto, nasce um revoltado! O outro nasce pela manhã, no dia lindo de sol, o mar está calmo, nesse dia houve um jogo de futebol e as pessoas estavam eufóricas, além do mais ele é do signo Capricórnio, então vai ter uma vidinha confortável e apreciado por todos, mesmo porque é um sortudo. Será que as coisas se processam assim? É possível... Também podemos acreditar no arquétipo da ascensão espiritual, significando que através do processo evolutivo, cada um pode apresentar diferentes traços de personalidade animal, algo que tenha migrado subtilmente ao longo do processo reencarnatório. Pode-se estabelecer uma comparação provável com alguns tipos de característica animal, não é difícil. Existem pessoas com a personalidade de leão, pessoas que aspiram ao poder, com apanágios predominantes que são o individualismo, a falta de sensibilidade e muita objetividade. Elas demonstram força e frieza, conseguem proliferar na vida, dizem o que pensam, impondo a sua vontade com determinação. Os leões têm facilidade em fazer fortuna, são firmes e determinados. Outro tipo de pessoas podemos chamar de ratos, corroem tudo por onde passam, tendencialmente insatisfeitos e frustrados. Sobrevivem a situações humilhantes, reclamam quando têm muito, e quando têm pouco. Nada os satisfaz, a reclamação é a característica do rato. Onde há um rato, há um milhão de ratos, são numerosos e revoltados, a voz do povo. Outras pessoas demonstram a personalidade das cobras. Geralmente elegantes, não se denunciam facilmente, são pessoas cuja inveja é predominante, seduzem pela beleza, e encontram presas com facilidade. As cobras raramente sentem remorsos, vivem para elas e para elas somente. Depois existem os pássaros. Os pássaros são um tipo de pessoa diferente, são pessoas instáveis, ambiciosas, corajosas e que necessitam muito de viajar. São pessoas inteligentes, mas altamente inseguras do que querem e podem ser companheiros divertidos, mas muito difíceis de tolerar. A necessidade absurda por altos voos tanto representa sucesso como grandes quedas, sucessivamente. A ambição e egocentrismo desmesurado é a suscetibilidade dos pássaros. Algumas pessoas inserem-se na personalidade de lobos. Os lobos são impiedosos, ladrões sem princípios que dominam pela força, como algumas tribos rebeldes. A ignorância e ausência de caráter é o fator determinante dos lobos. Roubam para comer, matam para enriquecer, cometem iniquidades e vivem em ambientes degradantes. Os elefantes são pessoas sólidas, estruturadas, o tipo de pessoa que não abusa do poder que tem. São pensadores, justiceiros corajosos e protetores, capazes de chorar pelos seus semelhantes, são pessoas de muita nobreza de caráter, facilmente reconhecidos pelos outros, alcançando facilmente posições em locais superiores. As gazelas são como os elefantes, mas de uma sensibilidade maior. Carecem de muito amor e proteção pois não têm capacidades bélicas, sendo facilmente enganados pelos outros. São seres de elevada pureza cuja fragilidade emocional pode levar à depressão. São dotados de elevada intuição, tendem para atividades artísticas, criativas e altruístas. Uma gazela necessita de um leão ou de um elefante para a amparar, amar e admirar. Os escaravelhos são pessoas com uma impressionante capacidade para predominar nas excrescências. São aquela mulher que, independentemente da sua beleza, vai sempre escolher o homem errado. Aquela pessoa que faz sempre as escolhas menos inteligentes, casa uma vez com um parceiro violento, uma segunda vez com um outro mais violento ainda, e por aí adiante. Não importa o tamanho da coça que o escaravelho leve, será sempre uma vítima. O escaravelho nasce para andar a vida toda na porcaria, é atraído pelo pior emprego, o pior marido, o pior patrão. A inteligência e a intuição não são fatores predominantes nestas pessoas. Os sapos são pessoas pouco escrupulosas, cuja missão na vida é a conquista e o poder. São pessoas que alcançam elevadas posições sociais através de manipulação, mentira e corrupção. Tendencialmente ocupam posições na política, e no exército. Caráter e moral não existem para os sapos, atropelam-se a eles próprios apesar das aglomerações. O único princípio do sapo, é o sapo. Acreditam convictamente aos seus ideais, sendo que os mesmos são egoístas e individualistas, ignoram as regras, a ética e a religião. Os macacos são pessoas incautas com capacidades medianas que se julgam inteligentes. Fazem escolhas erradas e atribuem a culpa aos outros. Não aprendem com os erros e, como tal, estão condenados a penalizações constantes. A pouca inteligência que têm associada a um orgulho gigantesco leva-os a cair constantemente em desgraça. São pessoas vítimas da justiça e do jogo, por isso, perdem tudo. Não são necessariamente mefíticos, mas prejudicam-se a eles próprios pela falta de bom senso. Os cisnes são pessoas que nasceram iluminadas, tendencialmente belas e carismáticas, logo alcançam o estatuto de celebridades. São pessoas complexas e de elevado caráter e, tendencialmente, a atração magnética que exercem sobre os outros atribui- lhes um elevadíssimo poder. O cisne pode ser muito rico, ou pobre, mas nunca passa despercebido. Cada um de nossos atributos nos define como pessoas, o caráter diz muito sobre cada um de nós. Igualmente definidos pela nossa inveja, os nossos ódios e impulsos idiotas. Assim como pelas nossas capacidades, empatia, coragem e determinação. Para evoluir devemos aceitar os nossos erros, refletir no que podemos mudar para um dia alcançar a admiração dos cisnes, leões e elefantes, cada qual com a sua personalidade animal, afinal de contas, não somos deuses, ainda. GENIALIDADE Os malucos são os criadores da a moda. Em inúmeros exemplos, o que chamamos de moda, originou de mentes completamente doidas, ou irreverentes. A moda das calças de ganga rasgadas, por exemplo, foi iniciada por um jovem revoltado, com problemas de enquadramento. Tinha problemas com a autoridade, com os pais, professores, etc. Um dia caiu de mota e rasgou as calças todas. Como era um rebelde, só para contrariar os pais, continuou a usar as calças rasgadas, mesmo na escola. Para chamar a atenção, ia rasgando as calças aos poucos, durante as aulas, para manifestar a sua revolta com tudo e todos, como todos os rebeldes. As pessoas olhavam e estranharam, diziam: -coitado, não tem dinheiro para umas calças sem buracos- e por aí além. Mas não demorou muito para começarem a haver imitadores
daquela nova paranoia. No início, um
buraco no joelho era sinônimo de masculinidade de motoqueiro, isto entre os jovens, claro. Mas a moda foi pegando, e quem não tinha calças rasgadas não era Tuff. Até que as mulheres começaram a fazer o mesmo. Iam buscar as calças velhas, acrescentavam alguns buracos, e pronto. Ao fim de alguns anos, já apareciam fotos de supermodelos a preto e branco, com as calças completamente rasgadas, roupas de marca e a um preço bem acima do convencional. Outros tipos de loucura foram manifestados nas pinturas de Jackson Pollock, um artista alucinado que bebia litros de vodka por dia e ao invés de pintar normalmente as telas com um pincel, deitava-as no chão do seu jardim, e ao mesmo tempo que bebia até cair para o lado, entornava a tinta para cima das telas, de forma desmesurada. No final, ficava a contemplar o que a sua loucura tinha feito, acordava já sóbrio e colocava as telas na parede. Ele não queria saber do mundo, de nada, de ninguém, só queria andar o tempo todo bêbado e a respingar as suas telas exorbitantemente. O certo é que as pessoas começaram a olhar para aquilo, estranhavam, era diferente! E mais uma vez a moda pegou, Pollock começou a vender as suas bebedeiras pintadas e todos adoravam aquela nova expressão de arte. Hoje, um quadro de Pollock é dos mais dispendiosos do mercado, atingindo o preço de muitos milhões de dólares. A simples assinatura Pollock já é motivo para não ter preço. De facto, todo louco tem algo de gênio, e todo gênio tem algo de louco. Pessoas assim, que fazem tudo o que bem entendem numa relação de ódio e rebeldia para com os outros, são as que ganham fama e criam o que hoje chamamos de moda. Porque o ser humano não procura normalidade, mas excentricidade. Na verdade, somos todos um pouco loucos e com eles nos identificamos. O homem vai fazer tudo aquilo que não pode e não deve ser feito. Somente assim causa mediatismo e fanatismo, somente assim é diferente. Um dia, um doido resolve furar o próprio nariz para impressionar os outros todos, e sai pela rua com um doloroso brinco no nariz. A loucura é algo que pega rápido e em menos de um ano, mil pessoas têm o nariz perfurado, até que uma outra resolva perfurar uma parte do olho, para ser ainda mais extravagante. Quando repararmos, quem não tiver uma tatuagem na testa e 16 piercings na cara, não está na moda. A moda vai mudando, mas sempre provém da loucura, da rebeldia, dos jovens que querem, de alguma forma, manifestar- se. Nos anos 50, após a segunda guerra mundial, foi o apogeu da droga e do sexo. Surgiram os hippies, grupos de drogados a promover o amor livre, permitindo assim o sexo liberal e incondicional. A sigla eram as calças à boca de sino, chapéu largo, cabelo e barba muito compridos. Quem era hippie, fazia muito sexo e vestia-se assim. Era a moda. Mais uma vez, os drogados e embriagados, com as taras todas e mais algumas, mudaram o mundo. Claro que para as gerações seguintes, as coisas mudaram, pois isso passara a ser a moda dos pais, os pais são uns velhos, ninguém quer andar com roupas de velho. Vamos à procura do maior doido, um com 300 tatuagens no corpo, e seguir o exemplo da nova moda. Se uma pessoa furar a língua, o que não é propriamente agradável, mil irão fazer o mesmo, como simbolismo sexual, são modernas e gostam de proporcionar prazer, com a língua. E a moda pega, no início choca, a ideia é essa, eventualmente todos entram na mesma onda. Portanto, temos de aceitar tudo, a juventude é irreverente, mas é o futuro, e é hedonismo puro. Só não tem prazeres infinitos, quem não quer, os jovens sempre irão mandar, eles são a continuidade. A moda, não é nada mais, nada menos que a expressão máxima do prazer e da loucura. Portanto, se você é irreverente e louco, é porque está na moda. Simplesmente vamos selecionar a informação condicionante e fazer uma análise profunda. Temos de retirar todas as excrescências mentais e aprender a arte da abstração, olhar o mundo com a alma, de dentro para fora, tranquilamente. Temos uma consciência cósmica, capacidades transcendentes, uma intuição divina e só temos de focar um pouco, o que parece difícil nos dias de hoje, não é? Devemos obedecer ao silêncio requerido, neutralizando o ruído externo. CONDICIONAMENTOS As pessoas no tempo da Grécia antiga sabiam mais delas próprias que agora. Conseguiam gerir o pensamento com mais lucidez. Agora as pessoas sabem tudo sobre publicidade, internet e comunicação, adquirem quantidades absurdas de informação exterior e não aprendem nada, ficam baralhadas, confusas. Ninguém sabe mesmo nada de nada, todos alienados na paranoia social, condicionamentos constantes, embriagantes e mesmo, hipnotizantes.
Os condicionamentos são aquelas
palavras e mensagens que nos formatam, são conceitos, ideais, propostas e medos. Tudo aquilo que nos condiciona a seguir e a pensar, desde o anúncio da coca-cola aos perigos do tabaco, desde o conceito de magreza à obrigação de riqueza, desde ideais de responsabilidade e obrigações de trabalho, pouco somos de nós próprios, senão condicionamentos multiplicados por biliões de opiniões partilhadas nos órgãos sociais, amizades e colegas de trabalho. Cada um recebe mais informação, partilha com os restantes e na multiplicação dos conceitos nasce uma multi formação pessoal. Tecnicamente, ninguém pensa, não é possível pensar. Sócrates foi o primeiro homem a pensar que tínhamos de parar para pensar. Os outros, simplesmente viviam, como cães e gatos, mais nada. Nem há tempo para isso, os cérebros já tão lotados e cansados com a informação externa, simplesmente seguem ideias dos outros, que seguem outras ideias extravasadas, de uns outros. As pessoas vivem de ideias e conceitos que não foram criados por elas. Elas nem se apercebem que no fundo, vivem sem pensamento. Isto não é difícil de compreender. Se dermos uma certa quantidade de informação a uma pessoa, como um livro, essa pessoa começa a ler e a perceber. Mas se colocarmos duzentos livros e mais uma narrativa de fundo, e multiplicarmos por uma rede social a encher o cérebro, tudo isto com bilhões de conexões e mais uns jogos pelo meio, garantidamente a pessoa não vai conseguir ler um livro, não vai aprender absolutamente nada. Mas vai ser condicionada sim, vai ouvir informação, vai seguir essa informação recebida estritamente pelos seus padrões mentais sem nunca nada questionar. Mas onde fica o pensamento? Seguindo a diretriz que uma pessoa está onde a sua alma se encontra, o seu pensamento está lá fora, na rua. O seu pensamento não está na pessoa, uma vez que a alma não está cá dentro. A pessoa já não é ela, é um padrão social. É uma ideia de uma ideia que ninguém criou mas a estrutura social, que é uma consciência externa à do individuo. Não tem sequer a coerência de um robot, uma vez que esse é programado por alguém para fazer algo específico. Agora se colocarmos quinhentas pessoas a programar um robot, cada uma com uma ideia diferente, cada uma com uma linguagem diferente, cada uma com uma vontade, sentimento e frustração diferente, aí o robot não conseguirá fazer nada, nem fritar batatas. No século V antes de cristo, Grécia antiga, existiam rituais de pensamento. Pensadores pouco informados, relativamente aos dias de hoje, como Sócrates, Platão e Aristóteles, entre muitos mais, estabeleceram regras impressionantes para o pensamento. Conseguiram estruturar cada linha de pensamento e focar a razão do existir, do ser, da pessoa e do caráter. Como é que 2500 anos depois, as pessoas com tantos meios de informação se esquecem de pensar? Elas puri simplesmente, não conseguem. Não é possível meter água numa piscina cheia. E todos estão cheios, isso é nítido. Faz-se impreterivelmente necessário começar a recondicionar, retirar toda a água suja empestada por falsos conceitos e ideais pré-concebidos para que as pessoas recomecem a pensar por elas próprias. Ninguém perde a informação recebida, não será feita lobotomia alguma. Mas temos de começar a reestruturar tudo, do início. As pessoas vão ficar espantadas com as suas capacidades, vão começar a ver algo que nem sabiam existir, uma inteligência interna que é o seu EU divino, o outro lado do ser. Vão começar a descobrir erros e mais erros nas suas atitudes e opções, vão começar, finalmente, a ratificar as próprias vidas, acalmando a ira do pensamento exaltado, desgovernado. Assassinos paranoicos irão perspetivar conscientemente as suas loucuras, outras pessoas em desespero e ansiedade irão finalmente abrandar, acordar. Porque, no meio de tanto stress, nem todos aguentam a informação, as almas ficam perdidas no exterior do corpo e entram em pânico, paranóia. Esse pânico dá origem a medo, insegurança e hipertensão, e ninguém se apercebe sequer do que está a acontecer, apenas dizem que o mundo está louco! E louco porque, afinal? É a relatividade, algo que Einstein descobriu a cem anos atrás, se acelerarmos alguma matéria a uma velocidade absurda essa matéria explode. O mesmo se passa com os nossos cérebros, antes de explodirem, enlouquecem, depois não adianta lamentar. Vamos acalmar, vamos recondicionar a mente e permitir que o nosso poder mental nos guie, o pensamento limpo, puro, poderoso como um computador novinho em folha, capaz de processar diversos programas sem aquecer. Para isso devemos ser almas limpas, isentas de tudo que nos foi imposto desde o primeiro dia das nossas vidas. Sempre foram almas prisioneiras do condicionamento social, muitas sem darem conta. Que se abram as portas das almas e gradativamente todos possamos ver o que um dia parecia um sonho, a realização pessoal. “Eu não me importo com o que os outros pensam sobre o que eu faço, mas eu me importo muito com o que eu penso sobre o que eu faço. Isso é caráter.” Theodore Roosevelt Carne, paixão e pensamento. São as três verdades do homem. A carne é a matéria e o alimento que a sustenta. A paixão é o amor, o sentimento de prazer e de dor, o que nos move. O pensamento é a soma da inteligência com a consciência. Estes dois elementos, quando juntos ao sentimento, formam a alma. Por exemplo, uma minhoca tem sentimento, porque sente dor. Tem consciência porque sabe que existe, ou não se moveria. Também tem carne, precisa de alimento. Mas desprovida de pensamento racional, inteligência, não pode conter a alma. A alma é a mistura da paixão com o pensamento inteligente. Por conseguinte, o homem pode se reduzir a apenas duas coisas, alma e carne. A carne necessita de sustento, por isso contém fome, fome é desejo, vontade. O desejo junta-se à vontade, originando o amor, a força que move todas as outras forças. Sem a carne, não haveria a necessidade do amor, logo, a força que nos move está na carne. A alma desprovida de carne não precisa de movimento, é apenas o espírito vivente, não precisa de desejo, é o pensamento inteligente. Podendo ou não estabelecer uma conexão com outras almas, independentemente da carne, do desejo e da paixão. Esse é o amor verdadeiro, é o que sentimos por um filho, ou por uma pessoa mais velha que não desperte o desejo carnal, havendo, ainda assim, uma conexão mental. Podemos amar alguém que admiramos muito e que já morreu, porque estamos na mesma linha de pensamento, as almas iguais unem-se de forma inteligente, desprovidas de corpo e de carne. A união dessas almas forças dá origem ao princípio de Deus, a força criadora universal. Se unirmos umas quantas almas, pela lei inevitável da atração por semelhança, iriamos criar uma luz divina, um sol.
Com a inteligência e amor
imensurável que ilumina um planeta, dando origem a todos os outros seres, essa é a base da evolução, ou seja, ascensão. A união de todas as estrelas em todos os planos da inteligência, no equilíbrio perfeito é o absoluto, Deus, potestade que originou este texto através do processo de inspiração, algo para lá da nossa compreensão. Provas de coragem Onde se escondem os heróis verdadeiros, será que existem, para que serve a coragem, afinal? A vida é uma prova constante, um abismo infinito onde as pedras não param de bater. Associamos a coragem ao soldado suicida, ao brutamontes da rua, ao policia que se expõe numa profissão de risco. Mas a verdadeira coragem está escondida por detrás das dores, dos desafios enormes subjacentes, por vezes, a verdadeira coragem escondida num sorriso, de quem é triste. Está na mãe zelosa pelos seus filhos, lutando e sacrificando para os alimentar. Aceitando serviços desonrosos, degradantes para os sustentar, para que nada lhes falte. A verdadeira coragem está nas vítimas de violência doméstica, de abusos sexuais, que de alguma forma, conseguiram ultrapassar. Está naquela pessoa que se prejudica para ajudar uma amizade, por vezes um desconhecido até, por solidariedade. Está na mulher que sustem a mão do seu esposo enquanto este falece, alimentando a esperança com a sua força interior, entregando- se até ao fim... está naquela pessoa cuja vida despedaçou gradativamente, atacada por acidentes constantes, ferimentos internos, incuráveis, desgostos de amor e rejeição, ainda conseguindo, de alguma forma milagrosa, abençoar os outros com amor, agradecendo pelo pouco que tem. A coragem está no sofrimento e na dor, na capacidade de tolerar aquilo que muitos derrubava, a capacidade de continuar viva, não está nos fortes que assim se manifestam, mas nos fracos que se revelam fortes, é uma coragem da alma. A coragem de David perante Golias, a coragem de Cristo mediante o sofrimento excruciante causado pela maldade dos homens, é a coragem de perdoar, a capacidade de amar. A verdadeira coragem está na mulher que se casa com um parceiro vinte anos mais velho, aceita o desafio de o acompanhar tolerantemente na sua jornada de vida, aguentando os flagelos da tenra idade, por amor e ética pessoal. É preciso muita coragem para aceitar desafios, nunca perdendo nunca a dignidade pessoal, não é necessária coragem para receber nada, mas sim para dar tudo, para entregar uma casa completa a um companheiro e companheira, apenas para poder viver em liberdade, no seu próprio caminho predestinado, por vezes complicado. A coragem está no jovem que estuda, que se dedica por anos e anos com afinco, desperdiçando grande parte da sua juventude apenas para um dia ser considerado gente neste mundo selvagem onde nada mais importa senão o conhecimento e o poder. Encontramos coragem na dedicação, naqueles que lutam incessantemente por uma ideia de sucesso, é preciso muita coragem para acreditar, para ter fé. É preciso coragem para estar vivo, ver os anos passar, a saúde mirrar e envelhecer, é preciso coragem para ser feliz, aceitar a pobreza e o sacrifício, para superar o corpo com a alma mediante sacrifícios. Para ignorar aqueles que nada falta, sem invejar um centavo de ninguém, coragem para manter o caráter e a dignidade, para superar todos os desafios da vida sem reclamar, chorando internamente em silêncio. É preciso muita coragem para pensar bem, quando tudo parece estar mal, descobrir uma luz homizia na escuridão. Devemos ser corajosos e sentir orgulho do que somos, da integridade que vale muito mais do que excrescências sem utilidade, da delicadeza, que demonstra muito mais nobreza, que a temeridade do impulsivo. Estas são as verdadeiras provas, todas estas pessoas são dignas de admiração, respeito e lealdade. Que haja sempre pessoas com virtude no coração e nunca lhes falte a coragem para amar, ajudar, proteger e sorrir, esta é a razão e o propósito da humanidade, vencer! “Coragem é resistência ao medo, domínio do medo, e não ausência do medo.” Mark Twain INCONFORMISMO O ser humano é por idiossincrasia insatisfeito. O rico morre de tédio e sente a incompletude da alma, o pobre protesta pelo que não tem. A esposa é incompreendida e o patrão paga sempre pouco. O estado tem dinheiro, porque rouba as pessoas, se não tem dinheiro e o país está na desgraça, a culpa é também do estado. Os amigos não são de confiança e não se pode confiar em ninguém. Se a casa é grande, a renda é alta demais, se á casa é pequena, não tem condições. Se a pessoa é bela de aparência, é uma vítima dos oportunistas sexuais com falsas promessas, se é simples e pouco atraente aí então é uma mal-amada, ninguém a compreende. Se ganha muito é porque ganha muito, se ganha pouco é porque ganha pouco. Se a família é grande são muitas bocas a alimentar, se é uma família pequena o natal fica solitário. As pessoas reclamam de tudo, se está sol faz calor demais, se chove não dá para sair à rua, se faz frio é insuportável, tudo é motivo de reclamação e insatisfação.
Poucos são os que dão graças pela
mulher que têm, pela saúde dos filhos, pela companhia dos irmãos. O descontentamento é uma forma de ignorância passiva que leva à infelicidade e depressão. O pessimista fica desmoralizado, procura uma saída rápida para a sua autoflagelação, pode fazer escolhas idiotas como beber álcool, tomar antidepressivos e a sair para festas e boates. A pessoa não está bem e resolve piorar. O marido descontente afunda-se na bebida, ou no jogo e procura uma amante. A esposa descontente vai trocando de marido por outro pior, os ideais de perfeição só trazem desilusão. O empregado descontente não segura um emprego e não ganha estabilidade na vida, tendencialmente perfilam para algo pior. Os pais nem sempre se sentem suficientemente orgulhosos dos filhos e os filhos sempre reclamam do muito e do pouco que recebem dos pais. Se o pai grita, é porque grita, se não grita é porque não se preocupa, todos os filhos são traumatizados. Até no funcionalismo público, onde há bons empregos, predomina a expressão de descontentamento implícita de obrigação. O médico atende os pacientes sem qualquer tolerância, os doentes sentem-se constrangidos por irem ali incomodar o doutor, mesmo que contemplado com uma posição privilegiada, todos devem e ninguém paga o suficiente. O esposo descontente é um companheiro desagradável e o sexo torna-se algo de martirizante. Tudo perde a graça à luz do descontentamento. As pessoas acreditam que são umas vítimas, nada as convence do contrário. Ninguém é vítima de nada. É tudo uma perspetiva mental. Se começarem a desenvolver apreço e humildade, tudo muda. O homem é escravo do seu pensamento. Ao apreciar as pequenas coisas, pequenos gestos, uma simples palavra, um café ao acordar, surge um outro brilho, uma nova realidade. Se se sentirem abençoadas pelos filhos e pelos pais que têm, pelas amizades que foram surgindo, pela saúde, pelo corpo, a carne e a beleza que todos têm, nem que seja num único dedo do pé. Contemplando o que têm em dicotomia com que não têm, a agradecer ao marido, à esposa, todos os gestos bons, por mais pequenos que sejam, toda estrutura familiar muda imediatamente. Mesmo que se tenha realmente pouco, é um motivo de satisfação, pois menos têm com que se preocupar, valorizando essa simplicidade sem stress. A aceitação é uma graça e uma lição de vida. Aquele que não aprecia e valoriza o que tem, acaba por perder tudo. Jesus disse - “aquele que tem, continuará a ter, até ter com fartura, aquele que não tem, até o pouco que tem lhe será tirado”. Isto foi uma mensagem para os insatisfeitos. Até por um pedaço de pão devemos agradecer, é um reconhecimento perante Deus. Se fizemos determinadas escolhas, devemos ficar com elas sem protestar, como néscios. Ninguém nos obrigou a casar com aquela, a comer disto e aquilo, tudo foi uma escolha, só nossa. Se escolhemos algo e isso nos foi concedido, até um simples chá é digno de satisfação, para que nunca falte o chá. Não há forma de o pessimista ser feliz, é impossível, todos à sua volta estarão descontentes, por inércia. As pessoas não são idiotas nem ingratas, mas inevitavelmente influenciadas pelo indisposto. A aceitação é o princípio da razão. Sejam felizes com tudo o que têm, porque já o têm. “O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade.” Winston Churchill INSECURIY O ciúme é um insulto passivo, um atentado ao amor. A pessoa ciumenta ofende-se a ela e ao parceiro, concomitantemente. Se uma pessoa não confia no seu parceiro é porque ele, ou ela, não é de confiança. Se assim for, não deve manter essa relação. Caso contrário, se ele for respeitador não merece essa desconfiança. O ciúme é um insulto
para o companheiro, o mesmo que
dizer - você não merece confiança, não tem caráter. Ao mesmo tempo é um sinal de insegurança proveniente de um impulso de medo da rejeição. A pessoa ciumenta revela-se então inferior ao outro, sem se aperceber. Basicamente, estamos a informar o outro que não estamos ao nível dele, que no fundo ele merece alguém melhor e isso leva-nos a fazer perguntas e iniciar um problema. O ciúme é um enorme desrespeito por nós, algo subconsciente, um impulso. Se tivermos confiança nas nossas qualidades, como amantes e com a consciência da nossa unicidade, demonstrações impulsivas de ciúme só podem levar à descredibilização. O ciúme informa o outro da nossa inferioridade perante ele. Um pouco de ciúme calculado pode até ser algo interessante, apenas para apimentar uma relação, como enaltecimento do companheiro. Dizemos assim - tu és uma pessoa tão bela, qualquer dia foges com uma estrela de cinema e eu ficarei eternamente só! Isto é um tipo de fantasia, não ciúme, desta forma não tem mal algum de ser utilizado. Mas o verdadeiro ciúme funciona com críticas, pequenas ilações impulsivas demonstrativas de insegurança. Funciona como um tipo de controle sobre o outro, uma obsessão de posse que rapidamente se torna perturbante. O medo da traição é um trampolim que pode levar à traição. Se a conduta usual do outro é desrespeitosa, fale com ele e leve-o à razão pelo uso de simples lógica. Se existe realmente um compromisso exclusivo, como o casamento ou uma união oficial, um namoro firme por exemplo, deve haver algum respeito nas atitudes. Mas respeito não obriga a controle por parte de ninguém, respeito é liberdade. Devemos respeitar o máximo da liberdade do nosso companheiro, permitindo que esteja connosco por opção, não por obrigação. Obviamente que não vamos escolher uma companhia para a vida que seja de antemão promíscua e incauta, isso já é uma escolha pessoal nossa. Se optamos por alguém assim, considerando inteligente namorar uma desenfreada, alguém que não tenha capacidade de refletir e se entregue a qualquer desejo súbito de impulso sexual, nesse caso não temos o direito ao ciúme. Partindo do princípio que tanto nós, como a nossa companheira somos pessoas sensatas, que salvaguardam o relacionamento, qualquer ciúme nunca será menos que pernicioso. É importante para o ciumento que saiba as consequências deletérias dos seus impulsos. A companheira não só ficará ofendida como se também sentirá constrangida, isso só pode prejudicar a relação. O ciúme é um ato reflexo, impulsivo e recorrente que bem analisado pode ser neutralizado, ratificando perguntas desnecessárias e observações irritantes que de nada servem senão para gerar discórdia no casal. Devemos tratar o amor com amor e consideração constante, as respostas passivas e palavras explosivas dão maus resultados. Se uma pessoa não tiver qualquer problema físico e for amada, se o parceiro já mereceu a sua confiança ao ponto de ficarem realmente juntos, de corpo e alma, não deve contaminar essa união com hipóteses hipotéticas de traição. Devemos sempre caminhar no aprofundar da nossa índole, somente assim, escorreitamente, teremos maturidade suficiente para sentirmos plenitude conjugal. “Despreza-se um homem que tem ciúmes da mulher, porque isso é testemunho de que ele não ama como deve ser, e de que tem má opinião de si próprio ou dela.” René Descartes TIME O homem não tem tempo para pensar. Não tem tempo para refletir sozinho, livre de condicionantes externos. Não tem tempo para ler “O Erro de Descartes”, de António Damásio e compreender algo que aos próximos 100 anos ainda vai estar em observação, o fato de que o pensamento não está no cérebro, mas nas sinapses nervosas, tal como um polvo, que não tem um cérebro.
A falta de tempo é lógica, porque o
tempo ocupa-se a si mesmo, já está pré-estipulado pelos condicionantes da vida. Não há tempo para ler algo como “A Cura Quântica “, um livro de Deepak Chopra, um mestre das palavras, que ensina a prevalência das doenças, a cura para males como o cancro, através do uso quântico das energias, e seja, do próprio pensamento. Porque de alguma forma, as pessoas sabem que vão morrer, o tempo passa rápido demais, elas querem ver todos os filmes, ganhar o máximo dinheiro, fazer amor e por aí além, fazendo do tempo uma rotina diária. No meio de tanto ruído externo, o homem ouve muita coisa, absorve muitas conversas, mas não aprende quase nada. De fato, ele só aprende quando - para - para pensar, quando é obrigado, porque teve um acidente de mota, e ficará internado meses em recuperação. Aí, com um pouco de sorte, talvez comece a ler algo interessante, como um dos livros do Lobsang Rampa, perfeitos para dar um salto quântico da sua perceção com a realidade. Compreendendo em pouco tempo noções de transcendência completas e inovadoras, de clarividência e por aí além. E aprendendo que aquele acidente que parecia tão doloroso, acabou por alterar o rumo de toda sua vida, porque de alguma forma, também aprendeu que o tempo não existe, como ensinou Einstein, com a relatividade. O tempo só existe aqui, numa correlação espacial com o sol, que é a nossa medida de tempo. Assim o leitor percebe que neste momento, o tempo parou, de fato, porque algo aconteceu, chamado - reflexão intemporal. Você não é novo, nem velho, simplesmente está inserido num determinado ponto, onde a luz solar determina, até certo ponto, o seu tempo. O tempo é vida, é movimento, tudo roda à sua volta, a terra roda à volta do sol, o sol à volta da via láctea, a via láctea a uma velocidade indeterminadamente rápida em volta das outras galáxias, que se expandem no universo. Morrem pessoas em cada segundo, nascem muitas mais do que morrem, só durante esta leitura já surgiu mais uma Maria, um José e quatro Margaridas, assim de repente. Ao final do dia, nasceram mais de 100.000 pessoas, e morreram cerca de metade desse valor, muitos por idade, outros por doença, acidentes, etc. Portanto, durante o período em que o tempo - parou - para si, para refletir um pouco, já aconteceram tantos milagres de felicidade, nascimento e dor, que pode se considerar um privilegiado, por ter afinal, um pouco de tempo para pensar. “Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.” Dalai Lama Mais um dia se passou, tenho 42 anos, são 7 horas da manhã, nas últimas 24 horas já fui trabalhar para lisboa, já visitei a minha avozinha que está bem velhinha, acamada, já conheci mais um ator, que admiro pessoalmente, participei numa série de televisão, o que foi interessante. Ainda escrevi 13 páginas deste livro, conversei com umas 10 amigas minhas, eduquei ligeiramente o meu filho mais novo, acompanhei o mais velho nos seus estudos universitários, já dormi o suficiente e agora aguardo enquanto a luz solar começa a surgir, gradativamente, para mais um dia, como os outros. Fumei o meu cigarro, bebi o meu purificante chá, agora vou tomar o meu café, que é um prazer indispensável, depois vou fotografar a minha plantação de flores, que gosto de ver brotar, diariamente, entretanto acabou mais um capítulo e vou emaná-lo para o universo, sabendo conscientemente que cada palavra, tem o seu poder, será dissipada pelo tempo, mas fará parte da minha história. Normalmente não se escreve na primeira pessoa, mas farei deste livro algo de diferente, sempre gostei de ler as reflexões dos autores, aqueles pormenores que nos identificam, como pessoas. Afinal de contas, não somos Deuses, ou somos? “O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.” Maria Júlia Paes da Silva Cinco meses se passaram, desde o capítulo anterior. A minha avó acabou por falecer, era inevitável. No entanto, o meu avô que já estava acamado há 14 anos, vitima de um AVC, continua vivo, ainda que num estado quase vegetal. A minha vida continua meio na mesma, à exceção do tabaco, que larguei, foi um desafio que resolvi aceitar, afinal de contas, sou um homem determinado e não podia permitir que a nicotina exercesse poder sobre o meu corpo. Continuo a ouvir palestras espiritas de Anita Guimarães e as outras, de Kryon. Uma coisa eu descobri, no ultimo livro que escrevi. O meu nome estrelar é Atom, e estou na terra com uma missão específica, que não é nada fácil. Em 15 dias escrevi um livro chamado “ As 13 vidas do Faraó”, mais uma psicometria de Atom, o meu EU divino. Também tenho ajudado os meus colegas da faculdade sempre que posso, a facilidade com que faço os trabalhos é algo quase inexplicável.
Resolvi começar a acrescentar
capítulos reflexivos aos meus livros, na primeira pessoa, é uma forma de me aproximar do leitor, como pessoa que tem as suas fragilidades e sentimentos. Financeiramente, tudo na mesma, as vendas de livros são escassas e as discussões com a minha mãe, constantes. Ela pura e simplesmente não acredita no meu sucesso, como aliás, não acredita em nada que não seja uma vida dura e difícil para toda gente. Gosto muito dela, mas, no entanto, sempre impugnou todas as minhas esperanças. O meu pai era diferente, ele tinha uma visão multifocal da vida e conseguia milagres em tudo que fazia, com o seu toque de midas. Nunca nos faltou nada, literalmente. E literalmente se matou a trabalhar, morreu do coração aos 50 anos de idade, em serviço. A influência do pensamento no nosso corpo. Através do entendimento e estudo de livros como “A Cura pelo Pensamento”, de Luiz António Gasparetto, encontramos facilmente uma razão para muitos de nossos males. Não existem doenças, se existissem, nós diríamos assim: - Olha ali aquela doença tão bonitinha a passar na esquina… O nosso pensamento é a origem de tudo, cada sentimento provém de uma imagem mental, que se integra suavemente na nossa personalidade, originando energia negra, e branca, matéria e antimatéria. Foi assim que Jesus matou a figueira, proferindo as palavras - não mais darás figos. Depois, nas cartas de Cristo, explicou a mecânica quântica do pensamento, alertando para o poder das palavras, para o que dizemos e sentimos. Se uma pessoa for possessiva, tentar controlar tudo, querer exercer a sua vontade perante a potestade do universo, ela desenvolverá asma, o ar lhe será retirado. A cura para isso, está em libertar os seus sentimentos reprimidos, aceitar as coisas como elas são, sentir-se livre e dona da própria vida, não da vida dos outros. Se a pessoa tiver medo da vida, nesse caso irá desenvolver apendicite, terá de relaxar e deixar as sensações fluírem, é a cura para a sua doença. Se tiver falta de interesse pela vida, então aí ela vai ganhar anemia, terá de se interessar mais pelo mundo, com alegria, e está curada. Se se sentir insegura, com medo do mundo, ganhará alergias recorrentes. Os sentimentos de futilidade e autorrejeição levam ao alcoolismo, a cura está em aceitar o passado e começar a se autovalorizar. Os acidentes provêm da rebelião, da violência e da raiva, há que começar a aceitar as intempéries da vida. A amargura e o ressentimento dão origem a artrites. Problemas aos ossos, o interior da pessoa. A ansiedade leva a problemas na bexiga, tente despreocupar-se, aceitar o passado, e viver para o futuro. As ideias fixas de uma mente fechada, desenvolvem problemas na boca. O ambiente familiar irritante provoca bronquites, entre em paz com a família… As pessoas oprimidas, desenvolvem cãibras, dores enormes. Há que relaxar e deixar a vida fluir… Bem, por alguma razão Jesus deixou a mensagem da despreocupação, não te preocupes com o dia de amanhã, já cabe a cada dia, o seu mal. A retenção longa dos sentimentos, angústia profunda, provoca o cancro, isso é muito mau, mesmo, deixe que o passado se vá, aceite o futuro alegremente. Somos o que criamos em nós próprios, inclusive as doenças e a cura, temos muitos erros e imperfeições, mas há uma forma de corrigir isso tudo. Aceitando o universo, como ele é!
“Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” Fernando Teixeira de Andrade CAUSALIDADE Há cerca de 2700 anos, século 7 antes de Cristo, um filósofo chamado Tales de Mileto começou a olhar para as estrelas...e a questionar a origem de todas as coisas, o propósito do homem. Nessa altura, as pessoas preocupavam-se mais em sobreviver, propriamente, do que sequer especular sobre as razões da existência, mas este, particularmente, começou a questionar, dando origem ao princípio da filosofia. Trezentos anos depois, surge Sócrates, o homem mais sábio do mundo, sendo o único a reconhecer a sua pequenez, a sua ignorância, o que fez dele o primeiro grande filósofo. É claro, mataram o coitado, os “espertos” nunca foram bem aceites, geram polémica demais e fazem os outros sentir-se inferiores. Isto é uma realidade intemporal, Abraham Lincoln era gozado e enxovalhado por todos, ele dizia que um dia ia ser o presidente da América, quando era considerado idiota, no geral, porque tinha uma mentalidade avançada em relação aos demais. Também foi assassinado, claro, com um tiro na cabeça, durante uma ida ao teatro, mas antes, foi eleito Presidente
dos Estados Unidos, considerado
como o melhor de todos os presidentes. Ainda hoje é uma referência pelos seus feitos e pensamentos, pelos princípios filosóficos e abolição da escravatura, entre muitos outros atos. Bem, isto para dizer que alguns homens procuram pelo seu propósito, lutam por ele, conseguem. Os maiores, como Aristóteles, Einstein e Descartes, sempre acreditaram por dedução lógica e com convicção, na existência de um Deus Uno, absoluto. Somente alguns partiam do princípio que existiam dúzias de deuses, não seria lógico, um tinha de ser a inteligência suprema, não uma família, como os homens e os macacos. Acreditavam nisso pelo princípio da causalidade, reforçada pelo filósofo John Mill, em 1843, é uma questão de pura física, nada provém do nada, o que sobe, desce, e por aí adiante. Se uma formiga leva uma migalha de pão, é porque havia um pão, alguém comeu e caiu a migalha. E se alguém para fazer esse pão, e esse padeiro não surgiu da luz nem do arco íris, tinha de ter um pai e uma mãe. Se continuarmos por esta linha de pensamento, nunca mais acaba, até a origem das origens, e se alguém criou essa origem, esse alguém tinha necessariamente de ser uma inteligência absoluta, una, imutável. Dezenas de filósofos
pensaram e estudaram o assunto, a lei
da causalidade, até Cristo vir à terra. Cristo foi o primeiro a dizer - eu sou - e a falar com certezas, jamais colocando dúvidas ou questões, mas ensinando com conhecimento divino. Jesus era um homem, sim, mas era o considerado filho de Deus, o iluminado supremo, senhor das estrelas jamais contestado, até aos dias de hoje, até mesmo pela ciência. O importante desta mensagem é perceber que tudo o que é bom, vem de Deus, se recebemos intuição para compor uma melodia, um soneto como Tchaikovsky, Mozart e Beethoven, isso é iluminação. O homem sem a inspiração não criaria absolutamente nada, pelo menos, nada de maravilhoso. Através da música compreendemos isso perfeitamente, um homem pode ser o mais culto do mundo, o mais inteligente, e incapaz de criar uma canção, e de pintar uma Gioconda. Todas as magnitudes vêm de cima, nunca de baixo. Isso são as dádivas divinas, quem as tem, usa-as, seja para cantar, para escrever, para pintar e desenhar a torre Eiffel. Temos realmente a divindade dentro de nós, não a usamos se não o quisermos, se formos objetivos, concretos, pragmáticos. Pessoas assim não deviam ouvir música, nem contemplar as estrelas, merecem mesmo alguma infelicidade. Porque não reconhecem a magnificência da vida, o culminar das montanhas, o brotar das rosas. Querem a prestação da casa paga, e já chega. Se uns são poetas, emanam sentimentos de beleza, amor e contemplação. A existência, somos nós que a fazemos, consoante o brilho dos nossos olhos. Se estes não brilham, não serão reflexo de nada. DESPRENDIMENTO Deus é grande, eu sou um grão de areia no deserto e uma gota no mar. Isto é simplicidade, isenta de ostentações e exaltações. Somente o grande se faz pequeno, mas todo pequeno se faz grande. Jesus lavou os pés aos discípulos. Tratava a todos com enorme respeito e cortesia, usava palavras que enalteciam os outros. Buda usava vestes simples, jamais ostentou qualquer tipo de poder. Os reis tentavam chegar a Buda com joias, vestes, elogios. Mas de nada servia, somente o desapego completo os elevaria a Buda. Os exaltados serão os humilhados, os derradeiros serão os primeiros, essa é a mensagem de Cristo. Muitos tentam conquistar uma posição de valor pela matéria, pelas vestes, automóveis de luxo e demonstrações fúteis de poder. O homem é a sua imagem, é o seu carro, é o seu ordenado. Isto é o pão nosso de cada dia do cidadão comum. A mulher é o seu corpo, é o seu poder económico, é a sua aparência.
Se somos um carro, se o carro for
velho e amassado, somos uma sucata. Se somos a nossa casa, se a casa for pequena, somos pequenos. Se somos um corpo, se a cara for feia, somos apenas idiotas. Estes são os conceitos da futilidade, excrescências. Mas isto só se aplica no vazio. Para quem é realmente vazio, o único suprimento são as coisas. Para quem já é completo, tudo mais é matéria. Quem tem realmente valor não fica valorizado com um relógio exorbitante, é apenas um relógio, nada mais. Ou com um kilo de ouro, e vestes esdrúxulas. Quem é procurado pelo seu valor, é amado mesmo estando nu, é apreciado mesmo estando velho, é admirado sempre. Quem é realmente rico não há fortuna que o compre, veja-se o exemplo da princesa Diana. Ela era pobre de nascença, no entanto a família real não tinha dinheiro para a comprar. O mundo reconhecia o valor daquela mulher. Artistas famosos como Elton John foram homenageá-la no seu funeral, ela era muito rica sem precisar de dinheiro. Depois ainda há a ironia. A ironia da riqueza procurar a riqueza e por coesão aqueles que são simples de coração acabam por se tornarem ricos realmente. Personalidades únicas, pessoas sem qualquer tipo de mania, com uma enorme simplicidade que só revela grandeza interior. Podem ter este mundo e o outro que não se deixam obstinar pela arrogância, permanecendo com a mesma presença e beleza que todos admiram. A simplicidade é um valor que não se mede, a capacidade de servir, de dar do coração, de doar com palavras, com um gesto, um sorriso e com empatia. Quando as pessoas amadurecem, começam a descobrir o que são os valores pessoais, o que as enriquece realmente, então dá-se uma epifania espiritual. O propósito de um homem é descobrir o seu propósito, disse Buda. Este é o maior de todos os propósitos, crescer. Ao crescemos por fora todos os néscios reconhecem, é uma aprendizagem, um sucesso aparente e um valor externo. Quando crescemos por dentro, todas as pessoas reconhecem, tanto os idiotas como os sábios e esse valor não desaparece com a inflação. É algo que fica para sempre ultrapassando as fronteiras da vida e da morte, é o verdadeiro reconhecimento, o estado de plenitude. “A simplicidade é o último degrau da sabedoria.” Khalil Gibran Existe uma referência ao preto no branco. As pessoas obedecem a critérios de pão-pão, queijo-queijo. Ou tudo ou nada, ou é ou não é. Quem não está comigo, está contra mim, ou me amam, ou odeiam. Visando a existência de forma prática e racional, objetivando a ciência. Isto parecem expressões de frontalidade, palavras fortes. Mas é subjacente à sociedade contemporânea. Nascemos para cantar, sobrevoar as nuvens do pensamento, muito para lá da realidade aparente. Somente um poeta, cantor, artista, pintor sente isso e compreende. As pessoas desde que levantam da cama até ao deitar só vêem duas portas, duas opções, duas escolhas. Isto simplifica tudo, mas induz facilmente em erro. Ou vou para o trabalho, ou fico em casa. Ou leio um livro, ou vou para a festa. Ou caso, ou separo. Isto é o modus operandi de cada um, duas escolhas básicas. Pois existe muito mais do que isso, saibam. O realismo obedece a uma lógica humana, lógica e de probabilidades do homem, frias. Esquecendo da magia da paixão que nos move, de forma transcendental. Existe uma terceira porta, uma terceira escolha predominante e invisível. Que aos ilumina numa sinfonia divina, incontestável. Essa terceira porta contém muitas vezes a escolha mais correta, porque vem do alto, o impreterível. Porque temos essa fonte luminosa dentro de nós, que nunca acaba e leva às maiores maravilhas. Em comunhão com a luz das estrelas, que sempre brilha sem uma razão. Aprender a usar a terceira porta é um princípio para começar a dominar o pensamento multifocal. Este consiste em olhar o mundo da parte de fora, não diretamente, pessoalmente. Temos de observar tudo na 3ª pessoa, mesmo antes de falar, perante ouvintes diversos. Olhando para nós próprios com pensamento crítico, ponderado. As nossas escolhas são a base de tudo, são o caminho que leva à vida. Se não utilizarmos o nosso expoente máximo, a percepção, seremos como macacos que aceitam aquilo que nos dão, bananas. Ignorando a divindade que nos move com o poder do amor, da paixão e da inspiração. Se em cada pensamento, escolha ou reflexão visualizarmos sempre uma terceira porta, aumentamos as probabilidades de sucesso em 50 por cento, diminuímos o erro impulsivo em 50 por cento. É uma espécie de acréscimo mental e uma visão multifocal do pensamento. Possibilitando a idéia de que não é só você que interessa, ou a sua opinião. Por mais inteligente que uma pessoa possa ser, se no caminho perigoso cheio de buracos, crocodilos e obstáculos o sucesso diminui drasticamente. Aceitando que o único propósito vai muito para lá do que conhecemos. Sentindo na íntegra o que aos impulsiona para viver, o instinto que nos aponta o caminho de Deus. Como uma melodia constante que nunca acaba, eterna. Apesar de qualquer divergência ilógica da vida, pois tudo tem um sentido. Caminhando em conformidade com o universo, nunca deixando de acreditar no nosso próprio infinito. Que somos a construção de nós próprios. Divinamente perfeitos, escolhidos por entre o erro e a purificação. Escolhendo desde logo um caminho seguro, limpo, uma autoestrada para o sucesso, não há tantas dificuldades a percorrer. Tudo na vida são caminhos, a maior parte das vezes só vemos o bem, e o mal, o sim e o não, raramente ponderando a terceira das possibilidades. A terceira porta é o caminho da moderação, é a pausa para pensar, é uma nova luz na razão e vai levar sempre a mais três escolhas, mais três portas para abrir, caminhos a percorrer e escolhas a aceitar. Desta vez com um brilho interior de acreditar, jamais parando de lutar. Até a magia finalmente acontecer, que é a graça de Deus. Não há volta a dar, quanto mais portas aparecerem, mais serão as escolhas. “Pequena é a porta e apertado o caminho que leva à vida, e poucos são os que passam por ele.” Jesus Cristo. O Protista é um organismo que apresenta o maior grau de simplicidade e se liga por caracteres comuns ao reino vegetal e ao animal. Um ser tão absolutamente simples, que vive do nada. Não será um conceito inteligente? E se conseguíssemos ser assim, protistas...viver do nada! Determinar um propósito único de vida, o nada. O nada é a isenção de tudo, de certo modo, é algo tão poderoso como o todo. Porque na realidade não existe o nada, há um propósito absoluto em tudo. No nosso nada, está o silêncio, a isenção de problemas, de responsabilidades, de desejos…Isenção de obrigações e de integração social, ostentação e status. Está a isenção mental e corporal de prazeres diversos, futilidades e essências que são dispensáveis. A capacidade de encontrar prazer no nada já é um prazer e uma realização. O princípio de não ter nada já é um princípio e uma compreensão. Nada de falsos amores, falsas ligações, nada de aspirações impossíveis… no nada encontra-se a paz do nada e uma coligação divina, o substrato que move sem se mostrar. Quando se vive para nada, qualquer coisa parece muito! Tudo é inteligente quando é inteligente. Basta criarmos uma ideia, um conceito absoluto, perfeito… Na verdade, não há nada melhor do que sermos amados, admirados. Como não admirar alguém que não necessita de nada? Esse é verdadeiramente o conceito de riqueza. O minimalismo ainda necessita de algo, os mínimos. Mas o protista não precisa mesmo de nada! Não necessita de amor, de dinheiro, de aprovação de ninguém, porque já o contém, subsiste em sua essência ligado ao absoluto. Vive na eterna beleza da singeleza, a candura da própria simplicidade. Isso que ofereço é uma isenção, uma perfeição. Aqueles que acham que têm pouco começam a somar e acabam por encontrar um montão de muito perante o nada, que é a força e a razão de acreditar. E esse muito acaba por ser até um excesso, uma abundância quase desnecessária no pensamento protista do que é magnânimo por si só. Se não tenho nada não peço nada, sou feliz no nada mesmo sem namorada. Enquanto que tenha vida posso sempre amar, e isso ninguém irá tirar. A riqueza do pensamento, a vontade, o desejo a força, tudo isso é permitido e muito mais será acrescentado, pelo poder das palavras, os gestos, o amor… O desapego completo é, por si só, um todo. A simples vantagem de ninguém poder retirar nada ao nada já é um poder, uma garantia de satisfação. Depois ainda existe a soma. O agregar de tudo que possa vir inesperadamente! É como uma conta bancária onde as moedas aparecem sem qualquer explicação. Este é o valor da vida, a fundamentação absoluta, a riqueza. Descobrimos que mesmo no nada há realmente uma fonte de fortuna. Porque tudo é uma questão de lógica. Quando as expectativas apontam para o céu, provavelmente ficamos desapontados. Mas quando apontam para nada haverá lucro garantido. O sábio escolhe o seu caminho, procura e encontra a felicidade. Não existe deserto sem água e nem estrada sem saída. Tudo é realmente simples e perfeito, enquanto estiver satisfeito. No nada está o todo, tudo tem um sentido, um princípio, um meio e um fim. Se existe um ser com algumas células que vive do nada, então nós somos multimilionários, porque vivemos de Deus. “A simplicidade é o último grau de sofisticação.” Leonardo da Vinci
Somos o que pensamos, pensamos o
que sentimos e sentimos o que nos é dado a sentir, por intuição divina e com um propósito absoluto. Eu sou a continuidade de Leonardo, de Sócrates e de Camões. Sou o fogo que arde do infinito, desprovido do nada que me completa. Tudo que vem de mim, vem de Deus, nada mais. A crença na descrença, do ocidentalismo e aleatoriedade é acreditar em nada. As pessoas saem à rua, vão para o trabalho, voltam do trabalho, sobem descem, adormecem acordam, tudo numa torrente contínua. Consideram- se algo, algo importante, com um propósito qualquer. Nada é exteriorizado, tudo interiorizado egocentricamente, esquecendo a razão que nos fomenta. Vivem na ilusão que seus próprios conceitos e ideais exíguos. Menosprezam a própria existência com parâmetros pessoais pré-definidos, seguindo cegamente e julgando sem hesitar. Fazem exigências, ditam regras e procuram respostas a tudo, desmesuradamente, como se Deus lhes devesse algum tipo de explicação. Nada sabem, mas presumem com presunção. De alguma forma, o universo deve-lhes algo. Porque eles sim, são a divindade. Em meio a uma ignorância profunda, colocam questões em cima de questões, onde acaba o universo, se acaba, o que tem do outro lado, se Deus existe, porque não aparece com boas e lógicas explicações? Mas por estranho milagre, Deus se materializasse, saindo da sua absoluta divindade simplesmente para satisfazer a curiosidade de um, em particular, como se este homem, só por existir, merecesse automaticamente a submissão do próprio Deus ao seu ego humano, a sua magnificência apenas porque existe, claro… Se isto pudesse acontecer, e realmente fosse objetivado, o que aconteceria, que perguntas seriam feitas ao senhor? Realmente somos apenas formigas aos olhos de quem criou os céus, e a terra, menos do que isso, até. Do ponto de vista humano, ao observarmos umas formigas, o que pensamos, perante a nossa grandeza e analisando a exiguidade dos comportamentos desses insetos sociais? Ficamos a olhar para esses bichinhos, em carreirinha levando pequenas migalhas para um buraco, e pensamos - como esses bichos são pequenos e idiotas, só veem migalhas, comida, nada mais! No entanto, se uma formiga se distanciar das outras e subir para cima da nossa mesa, então consideramos aquele comportamento abusivo, aquela petulante formiga teve a presunção de querer se aproximar deste reino, de Deuses que, apenas com um dedo, estão dispostos a esmagar impiedosamente. Ela não sabe que é apenas uma ridícula formiga à procura de protagonismo onde não deve? Sim, vou esmagar essa idiota, para as outras aprenderem a não subir à mesa sagrada do Deus homem, e seja, nós. Ora isto para nós, Deuses por entre os insetos, é muito lógico com certeza. Mas mediante os olhos da formiguinha, que tem lá dentro uma alma, uma pergunta e muita arrogância tal como nós temos perante Deus, tudo parece injusto. Também ela se acha importante, também ela pretende saber porque não pode comer à mesa como as pessoas. Porque é impiedosamente esmagada sem qualquer explicação. Isto é a razão das coisas. Perante a consciência cósmica formadora das correntes do mar, criadora de planetas infinitos, reguladora do tempo e do espaço, magnificamente perene e infinita, nós não somos sequer formigas, somos… algo petulante! A menos que tenhamos uma profunda humildade no ser, no existir, na oração de exaltação ao grande criador e na absoluta aceitação de tudo e todos, como foi ensinado pelo único Cristo, não somos mesmo nada, senão palavras perdidas no tempo. Este é o sentido, o simples e perfeito propósito do homem, a ascensão ao pai.
“Todos os vales serão aterrados, e
todos os morros e montes serão aplanados; os terrenos cheios de altos e baixos ficarão planos, e as regiões montanhosas virarão planícies.” Isaías 40:4, Bíblia sagrada Agora vou convidar o leitor, a fazer uma viagem no pensamento de um poeta. A beleza está aos olhos de quem vê, na alma de quem sente, aos lábios de quem beija. No sabor de uma deliciosa fatia de bolo de chocolate, tomada numa esplanada, como sobremesa ao almoço. No contemplar do céu, seja azul, ou nublado, o que sempre traz a novidade. No caminhar pela rua, observando um casal de velhinhos de longa idade, perto dos cem anos, no olhar daquele homem, de olhos tão azuis e cabelo tão branco, com uma expressão de felicidade por ainda estar ali, ao lado da sua amada, ao final de tantos anos… somente resta admirar, invejar até, nem todos conseguem essa fortuna. Ao virar da rua, está a ribeira velha, algo do tempo dos mouros, mais de 8 séculos, uma pequena ponte de madeira, rodeada de pombos. Eram tantos, simpáticos, familiares e despreocupados, quase permitindo tocar… Não resisti a parar, por uns momentos, ao ouvir a água da ribeira escorrer, e fotografar aquela paisagem emoldurada por árvores de outono, por entre as aves descansadas. Uns metros à frente, descubro um soneto de folhas caídas, composição perfeita de tonalidades quentes, secas, uma pintura natural, pulcra. Não estava frio, mas uma frescura agradável, a pureza da serra de Sintra, filtrada pelas chuvas matinais. Passo a passo visando a variedade de cores, das folhas de plátanos mortas, inicialmente vermelhas, outras amarelas, castanhas, tapetes no chão de mármore do passeio branco. Tudo isto depois de duas jovens mulheres, provavelmente irmãs, altas, cabelos compridos, magras e esbeltas olharem para mim com um sorriso de mel… A contemplação da mulher é como o observar das rosas, que vão brotando, suavemente no meu jardim. Já havia acordado inspirado, como de costume, infelizmente há sempre intempéries na vida, a visita obrigatória a um familiar que está prestes a falecer, ainda hoje, inevitavelmente. Com 83 anos, uma lutadora, Touro de signo, amada por centenas, guerreira inelutável pela vida, mas a todos chega a hora, é apenas uma passagem, como tantas outras. Enquanto aguardava pela minha hora, a ser chamado na sala de espera do hospital, ali enamorava uma linda enfermeira, que se mostrou interessada por conhecer um escritor- poeta, a conversa estava boa, mas, entretanto, vem de lá um jovem médico e mesmo ao meu lado, informa uma linda senhora, com uns bons 60 anos, que o marido acabara de falecer. Assim abruptamente, não a levou a um canto, não a acalmou passivamente, nem um calmante lhe deu. E aquela senhora, de ar tão nobre e singela, assim no segundo, lança as mãos ao peito, mesmo ao meu lado, tentando conter o grito das lágrimas que nem saiam, por choque! Tentei ajudar, obviamente, aproximei-me, toquei suavemente no braço, perguntei se eram muito próximos, um do outro. Ela responde que sim, eram muito próximos, mesmo muito, era amor verdadeiro, e acabava ali. É difícil até de explicar, estas coisas quando acontecem a quem é bom, ainda jovem, tinha 58 anos o senhor, morte por AVC, o que é usual aos dias de hoje. Sabendo que eu era um escritor, compreendendo quem sou, pediu-me o contacto, fez questão de me conhecer melhor, enquanto ia recebendo chamadas e mais chamadas, tendo de informar a família toda que aquele pai, filho e irmão acabara de partir. A vida é curta e bela, até mesmo no sofrimento encontramos beleza, porque há manifestações de amor puro, verdadeiro. Quem não ama, não sofre, mas também não sente. Se estamos vivos é para sentir, para amar, para viver. O dia não foi um dia mau, foi apenas mais uma experiência, por entre tantas que nos ensinam, gradualmente, a reparar no quanto é belo o estar vivo. A morte só existe enquanto há vida, temos de saber contemplar a graça de cada segundo, cada beijo, cada palavra. Assim fica a máxima, a felicidade está nos olhos de quem sente, completamente, eternamente.
As pessoas vão ficando mais otimistas
com o tempo, com o sofrimento. Porque se vão lembrando de como eram idiotas pessimistas quando tinham tudo. Esse é o paradoxo do sofrimento. A gente sofre, para aprender a não sofrer, cresce, para ver a vida com outros olhos, e reclama, quando ainda lhe falta sofrer. Por isso encontramos arrogância na juventude, e humildade na maturidade. Quando virem um sábio, quanto maior for o seu sorriso, mais aquilo que já passou. O guerreiro não se queixa da dorzinha no dedão do pé, aguenta os ossos quebrados, sabe que não vão quebrar mais. Em dois dias conheci duas senhoras, muito sábias. Ambas perderam o marido, alguém que amavam muito, ambas com um sorriso na alma. Porque a gente só reclama se estiver bem, pensem nisso… a vida já está programada para nos levar tudo, mas por enquanto não levou! Alguém aí já viu o filme - E tudo o vento levou? - é um exemplo perfeito. Se a pessoa não se comover com o final, é porque não sentiu, ainda. O sofrimento de alguma forma está sempre associado ao amor. Se mais ama, mais sofre, e a quem mais ama, mais perdoa. Como amamos um filho, ou filha, perdoamos tudo, não importa o quanto ele fez. Nas relações amorosas, já usamos outro nível de exigência. O outro não pode falhar, e será severamente punido. Se for uma jovem, e o namorado olhar para outra rapariga, ela vai fazer uma cena e acabar tudo ali, na hora. Depois de uns quantos namorados, aos 30 anos, ela já permite que o namorado atual tenha algumas amigas. Aos 50 anos, se estiver só, e encontrar um amor, já não há limites nem ciúme. Portanto a dor sempre somos nós a criar, seja no emprego, seja no amor. O sábio tem de conhecer o valor da tolerância, jamais terá ciúmes, sentimentos de posse, e expectativas. Se o outro é idiota, problema dele, se não é para mim, não o quero, e tudo segue na maior perfeição da ordem divina das coisas. A ideia de alma gêmea, é um ideal, uma ficção, um sonho. No máximo, há um maior número de compatibilidades, entre um e outro, o que pode levar a uma enorme felicidade e prazer, até mesmo a estranha sensação que sentimos o que ele sente. Porque ao viver junto, nos juntamos na alma. Se há proximidade de alma, vai sempre haver prazer na cama, não há isso de - ser bom na cama. É mais um conceito idiota. Sempre somos bons, quando amamos, se não amarmos, se detestamos, como no trabalho em que nos sentimos desenquadrados, aí seremos maus mesmo. Duas almas semelhantes, pessoas com a mesma energia, por similaridade, dão excelentes amantes, não importa o tamanho dos seios, e das outras coisas. Temos de ter entendimento, algum entendimento, só ganhamos, quando perdemos. Só sofre por amor aquele que ainda não entendeu, lamentavelmente. Se eu não sou completo, sozinho, não o serei acompanhado, nunca. Nem com mil namoradas, ou mil automóveis, e mil propriedades. “Pensar é o trabalho mais difícil que existe. Talvez por isso tão poucos se dediquem a ele.” Henry Ford As minhas palavras são o meu apanágio, a minha riqueza. Porque por detrás do verbo está a alma, e a alma sou eu. Toda vida houve a eterna dúvida, onde reside a inteligência? O arquétipo de que a inteligência provém do cérebro e do seu tamanho, já foi refutado por neurologistas, António Damásio deu o seu contributo com - O erro de Descartes - comprovando que macacos cujo cérebro havia sido retirado cirurgicamente, quase na totalidade apresentavam a mesma inteligência que os outros, de cérebro completo. A obra testifica que alguns animais sem cérebro, como o polvo demonstravam altas capacidades de intelecto. Onde estava a inteligência, então? Do ponto de vista prático, científico e por dedução estava nas sinapses nervosas que unem as células do nosso corpo com ramificações internas. Nessa consolidação estava a memória formada e o conhecimento. Mas por esse ponto de vista, um homem sem um braço ficaria automaticamente destituído de parte do seu pensamento. Isto não seria lógico, mas anulando a possibilidade de alma, o homem precisa de uma explicação qualquer, e a medicina simplesmente não pode por razões evidentes atribuir nenhum tipo de crédito à alma, uma vez que esta é incognoscível, não se pode ver nem comprovar. Também o amor não se pode comprovar, também o oxigênio não se pode ver, também Deus é algo de especulativo atendendo às propriedades transcendentes da centelha divina. Se o homem fosse o seu cérebro, se a sua inteligência fosse a largura do seu encéfalo, não seríamos mais do que corpos e carne, sem propósito algum senão a nossa real vontade, o impulso. Questões como a memória genética da célula obrigam a aceitar que a inteligência já existe antes mesmo do corpo, e isso é a alma. Compreendendo que somos alma, não corpo, tudo fica evidente. Podíamos mesmo sofrer um acidente que nos levasse grande parte do cérebro, que nada mudaria, manteríamos a mesma inteligência pois a alma é intocável, perene. Naturalmente a alma habita um corpo terrestre, um veículo para a existência material, ou não teríamos invólucro. No planeta onde tudo é matéria, é necessário o desafio ordinário, uma veste para a alma, uma propriedade carnal. Sem esta, não seria possível a procriação animal a que somos sujeitos e que nos proporcionam tanto prazer. Por inerência, tornamo-nos corpos e esses corpos nos definem como sujeitos. São palpáveis, visíveis, identificáveis, representam-nos. Então. além de alma, somos também corpo, esse corpo é o que fazemos dele, os nossos abusos irão refletir-se nele. Se formos moderados nos nossos suprimentos, o corpo vai encontrar o seu estado pleno. Se formos dedicados no trabalho, se houver sacrifício pessoal, o corpo vai ganhar robustez e firmeza. Se pelo contrário, formos preguiçosos, comilões e agressivos, o corpo vai adoptar estas propriedades, ficará pesado, caído, mole e nos olhos se verá o negro da alma. Assim se manifesta a beleza da alma, pelo bem e pelo mal. Não existe realmente o feio, mas o que se demonstra feio. Aquele que é nobre em atos, limpo em pensamentos e cuidado com a sua veste, terá sempre brilho no seu corpo, seja ele alto, baixo, escuro e claro, não importa. A alma sempre encontra uma forma de transparecer. Nem mesmo a doença consegue apagar a beleza dos olhos de quem é bom, o amor sempre vai prevalecer, aquele que merece, será amado. Inteligente não é o que consegue fazer fortuna e comprar propriedades, fazer extravagâncias. Nenhum homem é uma ilha, nenhum consegue ser feliz por si só, todos os propósitos giram à volta do próximo, do amor e da admiração. Os homens mais amados abnegaram a tudo por amor. Uma vez compreendendo que aquele carro bonito vai realmente atrair pessoas que gostam do carro bonito, não do proprietário sortudo, descobrindo que a riqueza atrai as pessoas interesseiras e fúteis, desprovidas de grandeza interior, consequentemente, não saberão amar, o homem inevitavelmente vai desvalorizar esse amor. Mas o dinheiro é necessário, ou todos seríamos como monges, vivendo lá no alto da montanha, pelo que trabalhamos e assim encontramos a dignidade. Se não houvesse o dinheiro o desafio terreno acabaría rápido, pelo que temos de trabalhar. Com o suor do corpo cada um recebe a sua parte, o seu quinhão. Não importa a quantidade, importa a qualidade e a aceitação do que se semeou, do que se colhe. Aquele que por direito alcança uma situação estável, confortável, merece a admiração dos outros. Tudo é um desafio, o desafio da pobreza, da riqueza, da vida e da morte. Somos o que escrevemos, o que pensamos, o que doamos no nosso contributo para o mundo, não para nós, pois tudo o que temos nos foi dado e tudo o que recebemos, veio de Deus. O homem sensato sempre agradece, se está vivo foi porque teve mãe e pai, se tem uma família já tem grande riqueza, se trabalha para viver tem um propósito. A simples contemplação do céu já é uma gratificação, toda vida em si é um milagre divino. Sejamos sempre sábios e merecedores do muito, pouco e mesmo nada que nos foi destinado, mais vale o nada limpo que o muito sujo, cada qual com a sua cruz conforme foi escrito, conforme será feito. Não existem almas pequenas, mas existem palavras pequenas. Até mesmo no nada existe algo para dar, enquanto houver o poder das palavras, o amor e a vontade para amar. “Não tentes ser bem-sucedido, tenta antes ser um homem de valor.” Albert Einstein
O que é a realidade? Cada um tem a
sua própria conceção do real, Parmênides dizia que “o homem é a medida de todas as coisas.” Esta é a visão antropocêntrica da realidade. Na visão teocêntrica, Deus é o centro do universo. Na perspetiva do homem comum a vida vai mudando consoante o observador. Se existem dificuldades então a realidade é dura, pesada e injusta. Do ponto de vista magnânimo, onde abunda o sexo e a fartura e ninguém pensa em morte e doença então aí a realidade é perfeita. Tudo é uma concepção subjetiva e irreal suportada por diferentes ideais. No catolicismo há uma realidade completamente diferente da religião muçulmana. Essas diferenças levam a uma disputa e essa ignorância globalizada eclode na guerra. Milhões morrem na torrente de uma realidade que não compreendem, pois se cada um soubesse que a realidade não existe de facto, nada disso acontecia. Aquilo que chamamos de realidade é apenas uma ilusão mental. É um filme projetado pelo olhar biocêntrico de cada um. De facto, se nós voltássemos no tempo uns trezentos anos e se mostrássemos um filme às pessoas, elas realmente iriam acreditar que aquela ficção onde aparece um alien alimentado por cérebros humanos e que devora a barriga de dentro para fora, todas as pessoas aceitariam como realidade e fugiram pela janela. O ser humano é assim idiota. Cada um acredita que existe algo externo, uma realidade. Não existe. O que realmente existe é uma percepção individual. A casinha amarela é amarela para um, para outro já é branca e para um outro nem casa é. A gordinha é gordinha para o marido, para o vizinho é uma sex model, e para o paizinho até está magrinha. Tudo é uma ilusão dos sentidos. A realidade como estática não existe porque para existir teria de ser igual para todos, não é. Se considerássemos esse pequeno pormenor, o julgamento alheio acabava. Acabava o medo da morte, uma vez que isso é uma outra realidade, acabava o ciúme da mulher, pois essa é a sua realidade, não a do marido, acabava o preconceito, cada um pode fazer o que quiser na sua própria realidade, é tudo um filme, afinal. A melhor perspetiva é não ter perspetiva, é a compreensão da ilusão onde todos estamos, cada um na sua, isentos de sectarismo redundante, quem mataria o colega do lado que assiste ao mesmo filme? Todos diriam, o filme é o mesmo, nada é realidade. As pessoas têm atitudes ignorantes derivado à ignorância de cada um, a ignorância nasce precisamente no acreditar da realidade externa que não existe e nunca vai existir. Muitos filósofos e bons pensadores já procuraram uma definição de realidade, e nunca ninguém encontrou. Descartes afirmou “penso, logo existo” e de facto o pensamento é algo real. Mas o bom pensamento orienta-nos para a razão, e a razão mostra-nos que a única realidade que existe é o nosso olho. Um olho mental que difere de pessoa para pessoa, um olho que muda consoante o sentimento de cada um. Nada é, de facto, real. Tudo é um sentimento mutante, tanto somos deuses, como pó. Tanto vítimas, como agressores, tanto felizes, como infelizes, tudo numa realidade pessoal, nunca global. Nada é então, uma realidade, tudo é uma edificação, somos o que criamos de dentro para fora, nada mais. “É preciso ser um realista para descobrir a realidade. É preciso ser um romântico para criá-la.” Fernando Pessoa Todos nós temos uma tradição, uma herança cultural que atravessou gerações, condicionando cada povo a depreciar aqueles que não seguem os nossos próprios padrões culturais. Levando a discriminar os comportamentos que consideramos desenquadrados perante a nossa perspetiva pessoal, como povo. A cultura resume-se a um olhar crítico sobre o modo de vida enraizado em cada país, povoação e localização. A forma como cada cultura interpreta a realidade, a visão do mundo dentro da multiplicidade inerente à subjetividade e os diferentes comportamentos e posturas sociais que foram sendo adotados por cada civilização, de acordo com os fatores determinantes condicionantes de cada povo, acidentalismo e idealismo religioso. Pelo que temos de aprender a perspetivar, observando as variações dos padrões culturais com objetividade, tendo em conta os fatores que condicionaram diacronicamente o desenvolver de cada tradição. Embora todos os homens sejam semelhantes, fisicamente, geneticamente, existem variantes na aplicação dos nossos equipamentos anatômicos, dependentes do aprendizado que herdamos em cada padrão grupal. Porque vemos o mundo da forma como fomos condicionados a ver, então, se fossemos chineses, provavelmente teríamos uma gaiola com ratazanas vivas para serem fritas e comidas ao jantar, da mesma forma como, para nós, é natural comer um bom frango assado no forno, e uma bifana no pão, o que chocaria várias culturas, onde o porco é sagrado, por exemplo. A propensão em olhar o mundo da nossa própria forma por herança cultural, partindo do princípio que agimos da forma mais correta, em dicotomia com as outras culturas, que consideramos talvez aberrantes, em determinadas situações, chamamos a isso de - Etnocentrismo - uma espécie de “ego” enraizado em cada povo, raiz de inúmeros conflitos sociais, geradores de críticas, xenofobia e até mesmo, guerras por entre algumas nações. Porque se eu fui educado a comer bife de vaca, e a cortar o cabelo e respeitar a palavra de Deus, quem vê o mundo de outra maneira, perspetivando inúmeros deuses, deixando o cabelo crescer até aos pés e comendo ratos ao almoço, é uma aberração. Dentro de uma sociedade, também existem diferenças culturais, vai variando de país para país, continente para continente, família para família. A compreensão e o estudo destas nossas diferenças, como humanos, em diferentes espaços e com diferentes histórias assim determinantes dos seus atos e escolhas, é o princípio do alocentrismo, se eu tivesse nascido ali, provavelmente a minha vida, forma de vestir, agir e pensar, seria igual. Somente assim podemos evitar situações de xenofobia, etnofobia e racismo, os precursores das guerras que são o flagelo da humanidade. Não importa a crença religiosa dos outros, o sistema económico e político de cada nação, o discernir da igualdade atendendo aos diferentes condicionantes de cada povo, homem e nação é o princípio da nossa evolução, como humanidade. Espelhamos nos outros o nosso sentir, partindo do pressuposto que também sentem. Algo impossível de concluir, não deram os nossos passos, que nos definem, na empatia com as mesmas dores, resultado do aprendizado da vida. Assim encontramos o semelhante, na contagem dos mesmos degraus e valores, por nós plantados e na terra enraizados, nas profundidades do ser. Brotando como rosas no deserto, onde nem sempre a água chega para suprir. E do mesmo lago saem diferentes peixes, provenientes da mesma água, da reverberante criação. Se assim não fosse, seríamos um, não mil. Que é o único propósito, a unificação, passo a passo, mister alcançar a perfeição, que é o absoluto amor e criador. Somente sentindo pela alma, essência do velcro carnal. Assim se fazem grandes os pequenos, e pequenos os grandes, porque já o são. Ninguém procura a razão já encontrada, ou sobe o mesmo degrau. Entrando em sincronicidade com o universo, o todo. No contemplar de cada pássaro no ar, de cada rosa a brotar, da vida, da terra e do mar. Porque a nossa razão, nunca pode ser singular. Aquele que não o vê, incapaz será de amar. “No momento em que uma criança nasce, a mãe também nasce. Ela nunca existiu antes. A mulher existia, mas a mãe, nunca. Uma mãe é algo absolutamente novo.” Osho Qual o motivo da nossa existência? Por vezes fica o pensamento, a dúvida, a pergunta constante, qual é o nosso propósito? Qual o motivo do sofrimento, doenças, desilusões, catástrofes… A pessoa acredita em Deus - ou não - acredita que existe uma lógica por detrás de tudo. Mas as injustiças acontecem, aparentemente, a dificuldade em arranjar um emprego, as provações económicas que tanto podem pesar, o sofrimento e a desilusão, a luta sem gratificação. Sempre que não conseguimos alcançar uma meta, ou mesmo após alcançar o que seja e de seguida perder todo cultivo de uma vida, como acontece nos divórcios, no falecimento de um ente querido, na perda de um emprego de uma vida inteira sempre a investir, a empresa que vai à falência… Qual a justificativa perante tais acontecimentos, será que a pessoa merece esses percalços, está a pagar por algum tipo de crime, será karma? E se essa pessoa até for conscienciosa, amável e dedicada, e se ainda assim for vítima de algum tipo de doença, algum tipo de sina incurável que a vai acompanhar a vida toda? É fácil compreender a lógica das coisas, a causalidade quando se tem uma vida exemplar, basta proclamar um sermão de boa conduta e tudo fica justificado! Dizemos que conseguimos isso por mérito, por esforço, por fé…, mas se a vida não aos favorecer em algo e esse algo for eventualmente injusto, como o interpretamos? Este tipo de sentimento perante as adversidades deletérias que vão surgindo, leva à autocomiseração. A desilusão toma conta do indivíduo. Se é uma mulher e foi injustamente enganada pelo marido, se foi trocada no casamento por uma mais nova, uma menos afável, uma menos dedicada apenas porque era mais nova, nesse caso a mulher vai entrar em depressão. O mesmo acontece ao empresário que perde tudo após uma maré de azar que surge do nada, novas leis, novas normas, uma multa, muitas podem ser as causas. Sempre que a pessoa sofre este tipo de perdas não justificadas, sempre que a desilusão surge, seja com amizades, seja no amor e no trabalho, sempre que há algo que não tem uma explicação plausível a pessoa começa a questionar as razões inerentes à sua existência. Regressa a pergunta, qual o propósito da vida, esta pergunta é um vírus que a muitos consome, a tristeza vai-se acomodando no coração do desolado, ele ou ela não tendo respostas perante o desequilíbrio abismal de posses e facilidades, não compreendendo logicamente porque uns nascem com todas as regalias próprias de um país civilizado, com ascendentes ricos e um apanágio gratificante que assim proporciona logo à partida um caminho promissor, enquanto que outros nascem no meio dificil, lutam para sobreviver e mesmo assim nada conquistam. Logicamente que para o privilegiado, tudo parece claro como água e para o desgraçado tudo parece uma nuvem densa, este começa agora a duvidar da existência Divina. A dúvida instala-se até que a vida jorre algumas sementes promissoras. Qual é, então, o propósito? O problema começa precisamente aí. A dúvida, a pergunta. O carrapato precisa chupar o sangue à leoa, esse é o seu propósito. Somente assim ele se tornará uma leoa. A leoa precisa correr atrás da zebra, precisa matar para viver. Esse é o seu propósito, somente assim a leoa irá ascender, somente assim chegará um dia a zebra. A zebra precisa comer o pasto e fugir da leoa para sobreviver. Precisa de uma morte sangrenta, somente assim chegará a àguia. A águia voa livremente aos céus, contempla todas as criações, somente após essa experiência e mais umas quantas chegará à humanidade. Agora o humano. Este veio à terra com um propósito, tudo tem um propósito. Como é que o humano transcende para uma posição mais elevada? Como poderia aprender, evoluir, ascendendo assim à escala divina, encostado à beira da piscina? Todo aprendizado nasce do sofrimento. A vida é uma lição constante, ninguém cresce por fora sem antes crescer por dentro. A riqueza não é o propósito, mas a alma. Aqueles que mais sofreram, mais aprenderam. Aceitaram que tudo tem um propósito e continuaram a sua jornada eterna de braços erguidos. O propósito está aqui mesmo, neste livro, sem sofrimento não haveria lição alguma. Qual aquele que, após atropelado duas ou três vezes, olha agora sem cautela ao atravessar a estrada? Aquele que ainda se dá ao desplante de contestar as magnificências da vida, não sofreu certamente ainda, o suficiente. Somos formigas perante a criação divina, somos uns felizardos cuja única causa de existência é servir ao Deus criador de todas as montanhas, de todas as àguas, todos os seres. Contemplados com uma fabulosa inteligencia, nascemos por entre humanos porque já ultrapassamos muitas esferas da escala existencial e agora até dormimos no conforto dos lençóis. Não mais perseguidos pelo pesadelo das bestas, não somos devorados, podemos procriar com alguma nobreza. Podemos amar, ser amados, até nutrirmos da percepção divina, compreensão que tudo é uma passagem, uma lição. Ainda temos um livro sagrado que muitos gratificantemente conheceram, que explica concretamente que - procurai antes o reino dos céus e tudo mais vos será acrescentado. Este é o propósito , Deus, o pai do pai, o mestre dos mestres, o absoluto. Uma vez constatando que nada disto à nossa volta existirìa ao acaso, já é digno de veneração. Uma vez sabendo que toda violência é abominação e que somente semeando o amor incondicional respeitamos ao pai, nada mais importa. Uma vez contemplando a nossa fútil existência, egocêntrica, que proporciona prazeres para lá do merecido, uma vez aceitando o propósito de servir, e não de ser servidos, acabam as lamúrias e lamentações. Uma vez descobrindo que o propósito não é realmente nosso, mas de Deus, finalmente podemos enfrentar tudo e todos com a sabedoria de agradecer sempre pelo enorme benefício que é estar vivo. O nosso propósito é algo superior, superior a nós, a potestade que aos rege, o senhor estrelar. “Não há nada de tão belo como aproximarmo-nos da Divindade e espalhar os seus raios pela raça humana.” Ludwig van Beethoven Existe uma coisa chamada conexão de almas...é quando alguém se assemelha a nós de tal forma, que se torna fácil mostrar a nossa essência, a alma. Hoje em dia, com a camuflagem necessária para se sobreviver em sociedade, onde tudo é um dilema constante, uma ilusão forjada para sustentar falsos ideais de igualdade e conceitos absolutistas de invólucros externos, as pessoas aprendem cedo a vestir a máscara da personalidade, assim desfilam. Isto conduz cada cada um a se sentir seguro e confortável com essa máscara, composta por subterfúgios dentro de mais subterfúgios, a certo ponto o conforto que essa nova “persona” sustém enraíza tal forma, que a mesma se esquece de si mesma, é levada a acreditar que a sua alma não existe, mas o seu corpo, imagem e designação social. A criança interior morre ao metamorfosear em adulto. O adulto segue a sua jornada, seguro que esse indivíduo é de facto real, que a criança morreu, desapareceu. Mas a criança nunca morre, a criança é a própria pessoa, é a alma que se esconde de noite por entre almofadas, no escuro em meditação. Surge uma dupla identidade, a criança indefesa, de noite e resguardada, e o adulto frio objetivo e lutador que enfrenta a sociedade com a sua máscara de guerra. O problema é que essa máscara vai tomando posse, vai criando raízes no corpo e na cara da pessoa, até que a própria pessoa já nem se lembre do seu âmago. Fica difícil, agora, despir-se até mesmo perante o parceiro conjugal. Em alguns casos, nem mesmo os pais reconhecem mais os filhos, a máscara tomou conta deles, não vai sair assim tão facilmente. Qual o problema, aqui? O problema está na fonte. A fonte é o amor. Quando uma pessoa é obrigada a viver resguardada de si mesma, escondendo em segredo a sua verdade, os seus desejos, medos e sentimentos, ao final de vinte e trinta anos de casamento o seu parceiro ainda não faz sequer ideia de quem tem realmente ao seu lado. Uma vez que, provavelmente, ambos usam concomitantemente as suas máscaras, não as retirando nunca, por medo de represálias, críticas ou julgamentos, na realidade nenhum deles está efetivamente com o outro, mas com a “ideia” do outro. Isto pode parecer absurdo, irreal, mas é uma realidade. Se uma pessoa viver com outra, não se despir para ela nunca, apenas despindo suas roupas para os prazeres do sexo, nada mais, é o mesmo que partilhar a vida, com um estranho. A sensação de incompletude é perene, constante, por vezes agregada a uma dúvida inexplicável. Isto acontece quando as pessoas passam demasiado tempo integradas socialmente, entram em auto-hipnose. Ficam a conhecer a consciência global humana e perdem a sua própria perceção interior, o conhecer a alma. A alma é a nossa razão, a vontade, o propósito. Todos precisamos de nos conhecer, a nós próprios, como nos conhecíamos, em crianças. Esses eram os valores simples, a simplicidade e pureza, que nos determina. Se não pudermos partilhar dessa essência com ninguém, estamos homiziados, escondidos para sempre numa gruta escura. Até que um dia alguém, semelhante, ajude a libertar esse pombo, até agora retido, algures no coração. A este podemos nomear alma gêmea, amor verdadeiro, eventualmente. Tendencialmente, a alma esconde-se quando atingimos a maioridade e por motivos de integração. Logicamente, ou seríamos devorados, como carneirinhos entre os lobos. Os critérios são elevados e os estereótipos enraizados, para se sobreviver, há a máscara social, aquela que apresenta um super- homem, uma supermulher. Pois nada menos será aceite, na sociedade. Os “abertos” rapidamente são censurados, julgados como aberrações, coisas com sentimentos, fraquezas. A máscara ficou, não mais saiu, até uma fase sênior da vida. Pode nunca chegar a existir essa máscara, se a pessoa for irreverente, um pintor, um cantor excêntrico, um Elvis ou um Salvador Dali. Uma vez admirados pela excentricidade, a mesma irá sustentá-los pela fama, ajudá-los a inspirar multidões, através de música, arte ou poesia. O artista não precisa de máscaras, ele é ele, a sua alma está nua, crua e sem preconceitos. Simplesmente porque não se preocupa com mais ninguém, só ele mesmo importa. É um superego. Essa liberdade, poucos conseguem receber. Muitos nem tentam, já estão condicionados a uma outra pessoa, o seu próprio fantasma social. Despidas as máscaras, ou persona, italiano de pessoa, encontramos o ser, uma essência digna de se ver, com bons olhos. A beleza da alma, é algo que ultrapassa qualquer escultura corporal, é um brilho que não morre, é perene. Não podemos esquecer este oculto rubi, ser conhecedores de nós, ainda que para tantos pareça difícil, impossível… “Todos julgam segundo a aparência, ninguém segundo a essência.” Friedrich Schiller Por vezes somos confrontados com dilemas pessoais, amorosos. A solidão sempre é impulsionante, quem está só há muito tempo, começa a refletir, mediante a possibilidade de ter uma paixão. Não existem certezas, apenas hipóteses… Se o outro é apelativo, bonitinho, ou bonitinha, maior a tentação. Se há compatibilidade nas conversas, ainda que relativa, já é um incentivo. As pessoas procuram ideais inexistentes, de compatibilidade absoluta, que eventualmente podem até surgir, principalmente no fator carnal. É fácil sentir atração, desejo. Difícil é a combinação desse desejo com uma compatibilidade mental. Geralmente, as pessoas tendem a ignorar esse fator - a inteligência. Não por ser obrigatório ser-se um gênio, mas tem de haver um equilíbrio na relação de entendimento, para com a vida. Caso contrário, estaremos apenas a acasalar como macacos, impulsivamente. Mas, como havia referenciado, a solidão é um fardo, após meses, anos sem uma companheira, surgindo uma hipótese válida que pode apenas ser uma experiência, ou não, o ser humano tende a aceitar. O dilema é o seguinte, as falsas paixões fazem mais mal, do que bem. Causam danos internos, psicológicos. Sem se aperceber, apenas porque o ambiente estava agradável, e a companhia interessante, apelativa, com uma química no ar, a pessoa vê-se sexualmente envolvida com outra, que mal conhece. Pode até parecer que conhece, principalmente se ambos estiverem carentes de amor carnal, é uma necessidade. Mas, nem todos os comprimidos são para a gripe. Quando os corpos se unem, numa relação de amor, sem existir realmente amor, é estar a cultivar em terreno seco. Quando a plantação morre, todos sofrem. O ser humano precisa de amor platônico, na sua cabeça é criada a expectativa de compromisso, a menos que a pessoa seja absolutamente promíscua, sem respeito próprio, não se importando de ser objeto de satisfação alheio, despropositadamente. Se assim for, não há problema algum, é apenas uma troca de fluidos, o que hoje em dia é considerado moderno, incensurável. Mas e se na realidade, o indivíduo precisar mesmo de uma companheira, de uma união real, algo de mágico, puro, belo? Pois nesse caso, surge o dilema, faço, ou não faço? Por exemplo, ele está solteiro, e ela surge, mas é casada. Aparentemente, são compatíveis, as conversas, intermináveis, quase uma fantasia, algo de muito interessante! Agora esquecemos que a outra é casada? Mais um dilema… entre inúmeros exemplos possíveis, a ideia deste texto é ajudar a estruturar o pensamento. O otimista, vai partir do princípio que sim, há que arriscar, vai ser algo de maravilhoso, farão sexo intenso, prazeres indescritíveis e sabe- se mais… ignorando o fato da outra ser casada, do marido ser violento, ter uma pistola, ou inúmeros riscos subjacentes à relação. Outros fatores a considerar, ela é casada realmente, ou é o tipo de relação aberta, como se usa agora, moram juntos, não sendo casados. Tudo isto são fatores pertinentes, pois quem ama, a sério, não quer apenas morar junto, quer um compromisso, uma ligação de posse, saber que se pode contar com o outro, esta é a realidade. Na verdade, para se - ter sexo - é relativamente fácil, basta querer ter sexo, como fazem os cães. Para se encontrar um amor, já não é bem assim. Há o jogo de interesses, porque na maior parte das vezes, a outra gosta mais das posses, do que do dono dessas posses, depois há a compatibilidade sexual, o que é absolutamente importante, no casal, ou rapidamente se afastam um do outro. Ainda há a questão da compatibilidade mental, as conversações, que no início começam por ser triviais, mal logo se tornam mais profundas, levando ao desentendimento. Na verdade, quanto mais interessantes nós formos, como pack pessoal integral, mais difícil se torna, encontrar uma compatibilidade. Seja por motivos de evolução espiritual, educação, experiência ou status. Ninguém quer ficar sozinho, mas igualmente ninguém quer um carrapato na sua perna. Em suma… é muito natural que um elemento perfeitamente válido, vá para titio, ou titia, basta não ter muita sorte, durante uns anos, e pronto, o seu tempo já passou. O que leva novamente ao eterno dilema, como a sopa, ou deixo passar, pois prefiro a sobremesa? Isto só se aplica a solteiros, divorciados, etc, o dilema dos casados, é outro…. continuo com a sopinha, para sempre, ou vou a procura do bife com batatas, que pode nem sequer existir? ...pois é… “No amor nunca os pratos da balança estão equilibrados. E como a essência do amor é etérea, quem pesa mais é quem ama menos.” Vergílio Ferreira
Não existem dores de dentes, existem
dentes com dores, o que é completamente diferente. O homem não sofre por amor. Sofre sim, porque acredita que está a sofrer o amor. Se ele arrancar esse dente, acaba a dor. É um axioma perfeito, a ilusão dos sentidos, a mente. Se existissem dores de dentes, todos eles iriam doer. A gente arranca aquele dente, apenas o que dói, o pensamento. E já não sofremos por acreditar que sofremos, é só desconstruir algo que nunca existiu. Quando dominarmos as nossas ilusões, seremos senhores de tudo. Nada é que não o permita ser. O mesmo sucede com a morte. Se acreditarmos nela, no sofrimento inerente à mesma, então sofremos mesmo, e muito. Mas sabendo que é apenas mais uma passagem, como cada dia em que acordamos, compreendemos o ridículo de sofrer a morte. Sofre aquele que não arranca o dente dolorido, sofre aquele que aceita acreditar na dor, sofre aquele que vê a morte, com dor. Só sofremos, porque queremos, ao abrir os olhos, já todos morremos, diversas vezes, e por idiotice, alguém chorou essa morte, esse dente que foi arrancado, porque tinha de ser. A gente sempre escolhe os nossos sofrimentos, e não os largamos, porque de alguma forma, não queremos. Sempre vão haver dentes para arrancar, somente assim acaba a dor. E aqui nasce mais um texto, suavemente, como gotas de orvalho pelo alvorecer… sempre com a mesma energia, que crepita de mim como o reverberar das estrelas. O equilíbrio é a chave para o discernimento. Encontrar o meio- termo em tudo é um tipo de iluminação. Por mais inteligentes que as pessoas sejam, tendem para o desequilíbrio. Isto porque se focam não no global, mas em situações específicas, pontuais, geralmente inclinados para o negativo. Aquele que vive desequilibrado não consegue ser feliz. O homem está onde a sua alma se encontra. É recorrente a pessoa estar a tomar o café da manhã, e já está com a sua cabeça no trabalho. Então, não está a saborear aquele momento, mas já está no trabalho. Desperdiçou o pequeno almoço. Também é usual as pessoas ampliarem o que não é bom, e ignorarem o que é ótimo. Se um dia corre tudo bem, há saúde, família, trabalho, sol e pelo meio acontece algo de errado, toca a focar nessa situação e revive-la eternamente. Quer dizer que a pessoa prefere se focar no indivíduo que a ofendeu do que em vinte outras que a amaram. Prefere, por exemplo, focar no jantar queimado do nos outros vinte, que estavam deliciosos. Prefere se concentrar naqueles que morreram do que noutros vinte viventes, à sua volta. Prefere enfatizar o grito que o marido deu um dia, que nas centenas de beijos que ele ofereceu. Isto é a natureza humana, a concentração naquilo que devia ser esquecido. Ora nem tudo pode ser bom, ou nada seria bom. As pessoas adoram proclamar o pensamento crístico, mas preferem esquecer dele o tempo todo. É mais fácil julgar do que perdoar, é fácil amar a nós mesmos e aos que nos amam, amar de volta, como recompensa. Estar preocupado é ignorar a mensagem sagrada - não andais solícitos… Aquele que se foca no correto sempre será feliz. Pode até passar por mais provações que seu pensamento estará em Deus. Pode até ter um trabalho pesado, seu pensamento estará no café da manhã. Pode por vezes ser insultado, a sua alma estará rodeada por carícias recebidas por anos. Pode sofrer um pouco, a sua alma compreenderá que o importante é o propósito maior, para o qual nasceu! Pode ficar doente, sabendo que na vida, tudo passa. Pode ser rico, abastado, não cairá em arrogância, na vida tudo passa, isso é ter equilíbrio, discernimento. Aqueles que vivem nas excrescências, é por opção própria. Porque ter o corpo limpo e a alma suja, antes o corpo sujo, a alma limpa. Há sempre algo de bom para dar, algo de bom para receber também, até o último sopro de vida, o último beijo, o último sorriso. Isto é viver em graça, na riqueza que a todos foi atribuída. Amor gera mais amor, esse é o maior semeio. Aquele que vive pela espada, morre pela espada, se vivermos de amor, morremos com amor. “Pratiquem a bondade, não criem sofrimento, dirijam a própria mente. Esta é a essência do Budismo.” Buda Por vezes somos levados a fazer uma introspeção, sobre o nosso próprio destino. Perguntando internamente, se realmente existe um destino, um propósito atribuído a cada um, pré- definido e inelutável. Albert Einstein dizia que temos o destino que merecemos, de acordo com os nossos méritos. O que pressupõe a inexistência de um destino determinado. Machado de Assis dizia que precisávamos esquecer o passado, para conquistar um futuro. “A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.” Arthur Schopenhauer defendia a ideia que o destino baralha as cartas, e nós jogamos. Mas houve quem dissesse que, quando se navega sem destino, nenhum vento é favorável. Inúmeras são as conceções de destino, é fácil acreditar que tudo está predestinado, uma espécie de karma, uma história que hoje foi desenhada pelo passado, acabando na eternidade. Onde uns ganham, porque tinham que ganhar, outros perdem, porque tinham que perder. Marguerite Yourcenar afirmava que era quase sempre preciso um golpe de loucura para se construir um destino, o que revela profundidade de pensamento. De fato, todos temos um pouco de louco. Se não somos loucos, não marcamos a nossa presença, passamos desapercebidos. Anthony Robbins concorda, afirmando que é nos momentos de decisão que o seu destino é traçado. “Se você não pode mudar seu destino, mude sua atitude” -Amy Tan, escritora contemporânea, autora de várias obras de ficção e romancista. Demócrito de Abdera (460 a.C.-370 a.C.) considerado um filósofo pré-socrático, já afirmava que o caráter de um homem faz o seu destino. Existe, então, um destino? É algo que sempre foi indagado, através da história, pelos maiores pensadores, filósofos, escritores, desde séculos antes de Cristo. Pessoalmente, vou neste caso responder com a máxima Socrática, só sei que nada sei… “Agradeço ao destino por ter-me feito nascer pobre. A pobreza foi-me uma amiga benfazeja; ensinou-me o preço verdadeiro dos bens úteis à vida, que sem ela não teria conhecido. Evitando-me o peso do luxo, devotou- me à arte e à beleza.” Anatole France Dizem que Mahatma Gandhi, ao sair do comboio, que chegava a África do Sul, teve uma visão, fechou os olhos e viu o império Britânico a desagregar- se pelo mundo inteiro. Gandhi era um iluminado, um ser de elevadíssima perceção extrassensorial. Por vezes, conseguimos despertar certas potencialidades adormecidas, poderes considerados sobrenaturais, como a cognição, telepatia e sincronicidade com o universo. Gandhi viu o que mais ninguém viu, e usou esse poder para ganhar a guerra contra a Grã- Bretanha, sem o uso da força. Pessoas assim são uma inspiração para o mundo inteiro, casos excecionais de poder pelo pensamento, ação geradora de todas as outras. Mostrando que podemos ser muito mais do que pensamos. Ele dizia que a alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita. Que a força não provém da capacidade física, mas de uma vontade indomável. Mostrando que o perdão era uma característica dos mais fortes, ele ensinava a controlar a ira e converter essa ira em energia, ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo. Enfatizando que nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer. Isso é o poder da vontade, a força da determinação, o poder do pensamento. Gandhi era um homem simples, mas corajoso, defendia que o medo tem alguma utilidade, mas a covardia não. O medo é apontado pelos mais sábios, diversas vezes, Charles Chaplin dizia que a vida é maravilhosa se não se tem medo dela. Platão afirmava que podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz. O medo vem sempre acompanhado pela dúvida, a descrença. Os grandes homens, eram todos crentes. A fé anula as dúvidas, apaga o medo e traz a coragem. Paulo Coelho, o escritor, tem a máxima “Imagine uma nova história para sua vida e acredite nela.” Precisamos, acima de tudo, acreditar, esse é o nosso maior poder. “Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.” Dalai Lama Devemos objetivar tudo com clareza e definição. A realidade aparenta ser fria, um filme na qual somos intervenientes. É necessário inferir a nossa própria exiguidade e pequenez, isso já é um passo para a aceitação e integração. Nada é de facto simples, senão a própria simplicidade do pensar. Tudo representa obstáculos, portas a abrir e outras a encerrar. Não adianta temer nada, nem mesmo a morte, uma vez que somos perenes na nossa própria mutação. O invólucro que apresentamos morre diariamente e volta a renascer, nada é eterno senão a própria e constante mudança, já Heraclito dizia... O que hoje parece bom, amanhã será insuficiente e vamos sempre ratificando as nossas escolhas com vista alcançar o ideal de perfeição. De facto, nada somos senão a aspiração inevitável a Deus. O sofrimento aparentemente injusto são pérolas que adquirimos, lição após lição, esse sim edifica-nos perante a resiliência e sabedoria da alma. Não é realmente importante quem foram os pais, onde fomos largados nesta experiência terrena. É sim importante o propósito global, a reunião, aquilo que alguns chamam de religião. Se não nos foi permitido isto, e aquilo, foi por alguma razão, na verdade ninguém é feliz por fora, não adianta nada o incauto viver em ostentação. Mas estamos perante a matéria e esse desafio nos é submetido. É uma obrigação, a preocupação com o corpo, o respeito, a autoestima e toda disciplina é recompensada. A carne pesa-nos e semeia a preguiça, o ócio. Aquele que tem medo da dor, acaba por sofrer mais, aquele que evita o trabalho, acaba por trabalhar mais, tudo é uma consequência de uma consequência. Somos a causa das nossas causas, não há uma regra, há um somatório. O corpo molda-se com o pensamento, vamos adquirindo expressões de pureza e de bondade, ou de revolta e maldade. Vamos recebendo a escultura do sacrifício e assim ficamos apelativos ao próximo, a recompensa está no amor, no prazer. Nada vem sem um preço, tudo tem a sua moeda, seja com trabalho, seja em ouro e em preocupação. Se o outro tem muito, pagou por muito, não nos compete opinar, que cada um receba de seu semeio. Sempre vão aparecer mais desafios, maiores para os maiores guerreiros, basta observar a natureza, as flores mais delicadas nascem no pior pântano, os maiores mamíferos alimentam-se de plâncton. Somos formigas em degraus ascendendo à lua. Existem de facto regras, o não prejudicar o próximo é evidente. Se tudo colhemos após o semeio, não compensa semear o mal. Então, só nos resta a aceitação e determinante ascensão. O amor é gratificante, quando descontaminado pela loucura e pela paixão. Tudo aquilo que nos afague o pensamento é deletério, seja vícios, tentações pejorativas, seja o próprio amor irracional. Nada deve ser forçado, o universo trabalha por si só. Se até mesmo o sol irradia toda manhã, fugazmente virá o amor, como a água se junta à água, como o vento se faz ao vento. O difícil é simplificar, já dizia Einstein, todas as fórmulas se lhe sucedem. Do sentimento nasce o pensar, do pensar surgem as palavras e cada uma delas tem o seu efeito, inevitavelmente. No final, todos aspiram pelo amor, pela admiração, pela aceitação, pelo sexo. A nossa real causa é, então, o próximo, de que serve sermos causa de nós próprios?...nada! “A alma é a causa eficiente e o princípio organizador do corpo vivente”. Aristóteles Todas as dúvidas nascem do homem, todas as respostas acabam em Deus. “Se pudéssemos observar o milagre de uma única flor claramente, toda a nossa vida mudaria” - Buda Podemos comparar as mensagens dos mestres, que são sempre as mesmas, Jesus declamou “por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam” -Mateus 6:28 todas as nossas dúvidas, resumem-se a meia-dúzia de verdades absolutas, axiomas que tendemos a ignorar. Sócrates, o filósofo, dizia “conhece-te a ti mesmo, e encontrarás a resposta para tudo” essa máxima Socrática é o princípio da divindade, que se encontra dentro de nós. Buda disse - “O amor cura todas as coisas “Jesus afirmou “amai ao próximo como a ti mesmo “ Buda disse “ o ódio não cessa pelo ódio, mas somente por amor “ e Jesus afirmou “ O ódio excita contendas, mas o amor cobre todos os pecados.” -Provérbios 10:12 Quanto ao temperamento de cada um, Buda diz “Um homem sábio não é chamado porque ele fala e fala de novo; mas se ele é calmo, amoroso e destemido, então ele é na verdade chamado sábio “nas palavras de Jesus, a mesma mensagem é “Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra “-Mateus 5:5 As mensagens repetem- se continuamente, ao longo dos séculos, dos milênios, e o homem não aprende. Sempre opta por duvidar, a falta de fé parece ter algo de irresistível, contagiante, como uma doença. O segredo da boa saúde é viver plenamente no agora. Buda ensinou - “Não resida no passado, não sonha do futuro, concentre a mente no momento presente.” o que já havia sido declarado por Jesus com as palavras “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.” -Mateus 6:34 Diversos escritores divulgaram estas mesmas palavras, como Eckhart Tolle em “ O Poder do Agora “ e muitos outros que são discípulos das palavras santas, aquelas que têm lugar em toda parte. Este é o nosso compromisso, como escritores, somos soldados da paz. Alguns pensam, estudam e trabalham para que os outros todos possam viver em sincronicidade com o universo, com Deus. “O segredo da saúde para a mente e o corpo não é lamentar o passado, nem se preocupar com o futuro, mas viver o momento presente sabiamente e seriamente.” Buda O capítulo 33 deve ser algo especial, foi a data da morte de Cristo, 33 anos, um número mágico, quântico, divino. Quem olha para dentro desperta. “A maneira não está no céu. A maneira está no coração “- Buda, “Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” - Mateus 6:20,21 Esta é a lição da riqueza, o valor do homem como caráter, a sua alma. Vivemos por entre a matéria, porque dela precisamos para viver, mas não seremos nunca donos de nada, pois nada levaremos, eventualmente. O amor, a amizade, a preocupação uns com os outros, isso sim, faz parte de nós, jamais vai desaparecer porque é a energia e fonte da nossa essência, o brilhar da nossa estrela interior. “As palavras têm o poder de destruir e curar. Quando as palavras são verdadeiras e amáveis, podem mudar o nosso mundo. ” - Buda Não são precisas muitas palavras para enviar uma grande mensagem. Basta o substrato do saber. As pessoas precisam de uma mão, de visar um caminho, um sentido, precisam de orientação. Vivemos perdidos num fragmento de tempo e todos procuramos a melhor nota, no exame final. Existem muitas armadilhas, muitas ilusões. É demasiado fácil cair em indução de erro, o engano é eminente. Existe de facto uma procura pela tão cobiçada felicidade. Aparentemente está na matéria, mas isso é só mais um engodo. O maior desafio que podemos enfrentar é realmente a vida, esse é o exame supremo. O pobre sente-se pobre, a sua lição é a pobreza. Não é uma lição menos honrada que a do rico, ele simplesmente está a passar pela experiência da pobreza, coisa que o rico provavelmente não passou, ainda terá que passar. Existe uma escala para tudo, se riqueza fosse sinónimo de felicidade, então o país considerado mais feliz do mundo, o Brasil, seria então infeliz. A felicidade são gotas perdidas por entre a tempestade. Existe sempre uma forma poética de observar a vida, Jesus conseguiu ver pérolas de brancura nos dentes do cadáver putrefato de um cão. O simples ato de sentir tristeza já se define ridículo por si só, é de facto uma escolha, vou estar triste porque quero, prefiro focar este momento desagradável que já passou, que contemplar as estrelas que brilham no meu céu. Se alguém foi desagradável para mim, isso não me trará tristeza, pois o mal fica para quem o pratica, continuarei a sorrir e a cantar, posso até ser idiota talvez, mas ao menos serei feliz. Se hoje estou velho, é sinal que já fui novo e robusto e tive a sorte de sobreviver até aqui. Se muito pelo contrário sou ainda novo, então tenho uma riqueza que não tem preço, que é a tão cobiçada juventude que todos procuram e não têm como comprar. Se fui rejeitado por este e aquela, não tem problema, é sinal que as minhas qualidades não foram apreciadas e então darei de mim a quem realmente merece, não seria justo dar pérolas a porcos nem ouro aos cães. Existe uma realidade de acordo com as nossas necessidades, o muito belo vai exigir muita beleza exterior e não será feliz com pouco, certamente. A pessoa simples pode nutrir de prazeres intensos, pode saborear comidas rápidas com um prazer que um abastado não tem pelo luxo da confeção. É tudo uma ilusão, de facto, seja nos prazeres da carne, seja no desejo, no amor e no conforto. Aquele que se encontra perdido no deserto sem fim só precisa de água, de mais nada, já o refinado repleto de iguarias no enorme palácio onde nada falta, facilmente sente a incompletude da sua vida pobre por entre as joias. As pessoas precisam de desafios para viver, um dos mais belos países do mundo é a Suécia, as pessoas são tão absurdamente felizes que perdem o amor à vida e desprezam-se, acabando por ser o país com mais suicídios do mundo. Na verdade, a aparente felicidade é a infelicidade, e os que mais sofrem e se julgam infelizes são aqueles que mais lutam, que mais amor à vida demonstram, são os guerreiros da terra. Porque viver está sempre associado à dor, a dor tem algo de mágico, não é uma questão de masoquismo, é uma questão de vida. A vida é bela em todas as circunstâncias, seja durante a luta, seja quando há fome, sacrifício e dor. A nossa força não acaba, somos realmente heróis, somente por estarmos vivos. Que seja contemplado o senhor das propriedades porque tem muito, e que seja mais contemplado aquele que não tem nada, mas tem o prazer de viver, que tem garra no olhar. Porque um dia também esse irá embora, como vamos todos e não importa para onde e nem porquê, importa que o hoje é eterno e podemos ser absurdamente ricos e felizes, seja com atos, com palavras, ou com amor. “Você só perde ao que se agarrar.” Buda
Então Buda disse - você só perde ao
que se agarrar… Isto é uma frase muito interessante, a gente só pode perder o emprego, se antes tivermos optado por esse emprego. Só perdemos um filho, se tivermos o filho, uma namorada e esposa, se optarmos pelo casamento. Quem nunca se apega a nada, nem sequer a um automóvel, jamais perderá coisa alguma. Mas a vida também perdia a graça toda. É preciso coragem para se fazer uma escolha, qualquer escolha. Para não se fazer escolha alguma, basta ser covarde, evitar todas as escolhas e compromissos, por medo. Buda também diz que ninguém pode caminhar o seu caminho por si. “Ninguém nos salva sem ser a nós próprios. Ninguém pode e ninguém pode. Nós mesmos devemos trilhar o caminho.” Portanto, se está perante alguma decisão importante na sua vida, escute a sua voz interior, siga os seus instintos, com coragem. As escolhas mais fáceis não são as mais corajosas, mas as covardes. Quem pode ser louvado pela sua própria covardia? Medo de contrair matrimônio, medo de engravidar, medo de tirar o curso, de falhar… o medo sempre vai ser precursor de lugar nenhum, do insucesso. Só devemos ter medo das nossas escolhas materialistas e fúteis, idiotas. Esta vida não é para fracos, os fracos não são os pequenos, são os covardes, que se escondem por trás de artifícios e manhas, que se defendem com pistolas e facas, que enfrentam o menor, não o maior. Temos de ter, acima de tudo nobreza de caráter, algo chamado honra. Algo transmitido por muitas gerações e tantos preferem ignorar. A pessoa tem de ter coragem desde o momento em que se levanta da cama, enfrentar a vida com um sorriso, apesar de todas as dores. Enfrentar a vida tem um significado, entender que tudo aquilo que conquistamos, vamos eventualmente perder. Mas isso não é razão para desistir, para chorar, para autocomiseração. É sim, razão para ter orgulho de ser mais um guerreiro da fé. “E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo”. Mateus 10:28
Aqui fomos largados. Isentos de
noção do propósito maior. Somente sabendo que temos direito ao livre arbítrio. Isso significa que podemos fazer absolutamente tudo, ele não vai interferir. Einstein sabia disso quando disse - “Deus dá as nozes, mas não as abre”. O livre arbítrio é a escolha. Somos então responsáveis pelos nossos atos. Tudo tem um custo, uma paga, uma repercussão. Até mesmo o amor. Mas o amor é o único custo que vale a pena, pois é algo que podemos semear. Deus não tem culpa do holocausto, não tem culpa das atrocidades, mas o homem tem. O que podemos fazer? Semear o bem, acordar todos os dias com o mesmo propósito. Viver com dignidade e consideração ao próximo. “Se você agir sempre com dignidade, talvez não consiga mudar o mundo, mas será um canalha a menos.” -John F. Kennedy Devemos fazer dos nossos atos, pensamentos e palavras, um exemplo. Ao entrarmos na frequência da energia positiva, afastamo-nos automaticamente dos indesejáveis, vamos atrair semelhantes. É a famosa lei da atração. O rico ao rico, o pobre ao pobre, o bom ao bom. Esta é uma lei universal, incontestável. Até o ateu, o cético e o cientista são obrigados a concordar. Pois que todas as células e forças da natureza funcionam da mesma maneira. Mais importante que ser religioso, é ser lógico, prudente. Agir conscientemente é atrair outras pessoas conscientes, é buscar uma vida melhor. Os pensamentos inferiores, impulsivos, mefíticos, somente atrairão indesejados para as nossas vidas. Somos responsáveis por cada palavra, cada gesto, cada som. Ninguém se pode lamentar por tudo que semeou, ao longo da vida. Ignorância não é desculpa. “Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância.” -Sócrates Existem textos, escritos, avisos por todo lado, só não aprende quem não quer, esse já é um mau princípio. Não é mais fácil estudar um pouco e lucrar muito? Pois nada na vida vem gratuito, há que fazer um esforço. Não abrir a boca para dizer disparates, não agir em proveito próprio desprezando o semelhante, fazer por amar ao próximo. Não é assim tão difícil, basta ter um pouco de respeito, um pouco de atenção em cada palavra, basta querer ser decente. Pobreza não é desculpa, dificuldades também não. Há pessoas que lutam muito por uma vida simples e são puras de coração. Há outras que sendo mais beneficiadas pelas circunstâncias ainda assim escarnecem os outros. Ninguém faz nada por mal, mas os gestos, as palavras vão sendo contadas, serão pagas, inevitavelmente. Geralmente as piores atitudes vêm da tentação, vêm do lucro imediato, da proposta de lucro e de poder. O orgulho é a causa primordial, o eu, eu, eu. Se trocarmos o famoso eu pelo outro, começaremos a sentir - outro, outro, outro- esse é o princípio da humildade, o saber. Não adianta ler muito, e aprender pouco, falar muito, e fazer pouco. “O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz.” -Aristóteles Não adianta usar pretextos para o erro, desculpas como o bem dos filhos, para roubar e enganar quem for que seja. Mesmo que seja um pequeno crime, é um crime, mesmo que ninguém veja, o universo vê. Aquele que se considerar maior que o universo, é incauto. O maior dos homens, sempre sabe como é pequeno. O rei dos reis, veio para servir, não para ser servido, esse é o exemplo supremo. “Quem não vive para servir, não serve para viver.” Mahatma Gandhi Ter a noção do valor do próximo é já um bom princípio para alcançar um tipo de inteligência multifocal. Priorizar o semelhante é fundamental, mas o que fazer para contribuir neste novo processo altruísta? Uma ideia por si só, não manifestada é como uma árvore sem frutos. Se adotamos uma postura generosa, temos de ser fiéis a esse parâmetro. Primeiramente a pessoa tem de subsistir, não vai largar tudo e sustentar o vizinho do lado. Se nesta biblioteca mental atribuirmos um livro a nós, e todos os outros aos outros, então este nosso livro deve ficar bem arrumadinho. Mas, aceitando que o valor do próximo não é menor que o nosso, a postura a utilizar diariamente deve ser ponderada. Temos então um tempo para nós, e um tempo para o semelhante. Este tipo de escolha é pessoal, é uma decisão interior, não um sacrifício do qual escolhemos divulgar para proveito próprio. Em termos realistas, não devemos ceder à hipocrisia, tudo deve ser edificado primeiramente por dentro. Não adianta querer cambiar do dia para noite, falsos donativos não são donativos. “O diabo pode citar as Escrituras quando isso lhe convém.” - William Shakespeare Mister observar a simbiose interna, é um estado preceptivo de unificação. Somos unos para com o mundo, sofremos quando os outros sofrem, brilhamos quando os nossos brilham. A felicidade é partilhável, um sorriso clama por mais sorrisos, uma palavra germina noutras palavras e por aí adiante. Os órgãos de comunicação sociais, as redes de partilha são um bom exemplo. De nada serve pretender ajudar o próximo se não tiramos a cavilha do próprio olho, então o doente deve-se tratar primeiro, somente assim terá um principio de saúde a partilhar. Se existem tristezas, mágoas, ressentimentos, solidão e qualquer tipo de carência pessoal, que seja retificado primeiro. “A felicidade é uma estação intermédia entre a carência e o excesso.” -Henrik Ibsen Tendencialmente, os problemas desaparecem quando priorizamos o outro, somos demasiado insignificantes perante o prisma externo. O infeliz é o egocêntrico, olha para dentro e busca de seus próprios assuntos e preocupações. Se nos valorizarmos tanto quanto qualquer outro ser a morrer de fome a muitas milhas de distância, constatamos por empatia lógica que não há foco justificável em nenhuma situação problemática interna. A visão externa do nosso -EU- é um tipo de inteligência multifocal, a capacidade de pensar visto de cima, a perceção do global. “O valor fundamental da vida depende da perceção e do poder de contemplação ao invés da mera sobrevivência.” -Aristóteles De facto poucos conseguem atingir uma modalidade de consciência universal, mas apenas por motivos de educação e condicionantes enraizados pela estrutura social. “Age sempre de tal modo que o teu comportamento possa vir a ser princípio de uma lei universal.” -Immanuel Kant Somos aquilo por que fomos projetados, numa sociedade em que o consumo imediato se tornou o foco central. Existe, no entanto, um método para a reprogramação, serei eu o meu carro, a minha casa, a minha conta bancária, os meus próprios problemas que não interessam a ninguém, ou prefiro ser uma consciência cósmica cujo princípio vital é o amor? “Para os crentes, Deus está no princípio das coisas. Para os cientistas, no final de toda reflexão.” Max Planck
O que você tem de fazer para alcançar
o sucesso? Deus, com certeza, lhe atribuiu um dom natural. Você tem de ter uma aptidão qualquer, nessa aptidão você é realmente bom. Suponhamos que você tem, por exemplo, uma capacidade para colocar tijolos, um em cima do outro. E que essa é a sua única e especial capacidade. Você tem de descobrir o seu dom, seja ele qual for, estará dentro de si. “Não se pode ensinar nada a um homem; só é possível ajudá-lo a encontrar a coisa dentro de si.” Galileu Galilei Você tem de utilizar esse dom, de alguma forma. Mas ainda que tenha esse dom, e resolva construir um castelo, o maior de todos os tempos, esdrúxulo, fantástico, uma obra prima, construída por si, porque você tem o dom. Você até é lutador, trabalha e trabalha mais, mas ainda assim, não está a ver como pode construir o tal castelo. Pois há uma fórmula, uma fórmula que todos os grandes homens utilizaram, inclusive Henry Ford, para utilizarem seus dotes e serem reconhecidos no mundo inteiro. Antes de mais, e inevitavelmente, você tem de projetar o seu sucesso, e acreditar nele. “O homem não teria alcançado o possível se, repetidas vezes, não tivesse tentado o impossível.” Max Weber Nenhum homem é uma ilha ( John Donne ) não é possível ter sucesso isoladamente. Sempre vai precisar da ajuda de alguém. Os maiores projetos, necessitam de mais mãos e mais cabeças para apoiar. Então, vou apresentar a você, um grupo chamado - os caminhantes do sucesso. Esse grupo é fantástico, são os que irão caminhar a seu lado, torcendo para que tenha sucesso. Henry Ford, numa entrevista, confessou que conhecia o nome completo e a morada de todos os seus 5000 empregados. Ele, obteve sucesso, aliás, muito sucesso, chegando a ser um dos homens mais ricos do mundo, no início do séc. XX. Os caminhantes do sucesso serão a base para todo seu sucesso. Mesmo que a sua única aptidão seja construir muros de tijolos, você pode construir um castelo, e ter sucesso. Para isso, você terá de juntar, um a um, o seu grupo de caminhantes. Essas pessoas não são apenas amizades, são pessoas que acreditam em você, seja na construção de um castelo, na plantação de um gigantesco pomar ou na criação e divulgação de algum tipo de arte, uma pintura, um livro. A única forma de realmente se tornar um vencedor, é já ser considerado um vencedor, logo à partida, seja em que ramo for. No caso do tal castelo, faça uma análise, observe bem as suas amizades, há sempre umas que “fingem” caminhar ao seu lado, mas logo vão procurar uma desculpa para não o apoiar. Os verdadeiros caminhantes, irão aparecer, eventualmente, irão unir as suas forças, acreditar no seu projeto. Um irá ajudar a levantar os tijolos, outro irá fornecer o terreno para a construção do castelo. Até irá surgir um arquiteto, já com o projeto desenhado, somente para ajudar você. Mas você, para isso, terá de se tornar, você também, um caminhante do sucesso. Pois todos os homens de sucesso se rodeiam de caminhantes do sucesso, veja o caso dos políticos, por exemplo. Podem ser um monte de corruptos, ou não, mas trabalham juntos, assim que um coloca o pezinho de fora, é expulso da matilha, nunca mais será um lobo. A única forma de subir na vida, é com ajuda e essa ajuda tem de vir dos caminhantes. Até um ladrão compreende isso, logo se junta a um gang, e vão cometer assaltos. Claro que este não é o exemplo que recomendo, ou nem estava a ler este livro, mas seja qual for a sua aspiração, o seu destino está interligado a uma série de caminhantes. Se você só tiver um, não há problema, logo, logo, vai ter dois. Os caminhantes não são amizades comuns, eles partilham da sua força e desejo de ter sucesso. Muitos até lucraram com isso, pois você irá ajudar de volta, será um caminhante a vida toda, sempre acompanhando aqueles que o ajudaram. De outra forma, se você se considera uma ilha, apenas quiser o sucesso só para si, se não for um pouco alocêntrico, jamais obterá sucesso, ninguém acredita em idiotas individualistas. Esta é a única fórmula, o Rei Salomão era de longe o homem mais rico da terra, todos se juntavam a ele, colaboraram e caminhavam para o seu sucesso, “algumas amizades não duram nada, mas um verdadeiro amigo é mais chegado que um irmão.” Salomão
A visão egocêntrica do mundo
mostra-nos uma realidade pobre onde apenas os interesses do sujeito se destacam, em detrimento dos demais. Só existe o meu carro, a minha casa, os meus problemas, por aí adiante. Nós somos o que queremos, a alma não está presa, é livre para voar. A perspetiva alocêntrica, virada para o exterior, é uma nova dimensão para o ser. Não importa o meu carro, existem muitos automóveis bons, eu não sou o centro, o meu centro são os outros. Eu não estou preso em mim, mais do que uno, sou holístico. A minha riqueza e felicidade está lá fora, enormes palácios que me rodeiam, os sorrisos dos outros também são meus, pois não sou ego, sou halo. Se tivermos uma visão superior de tudo, essa riqueza não acaba, no fundo partilhamos de tudo, de todas as vitórias, de todas as alegrias e jamais nos falta fortuna. Não é desapego, é abundância. É sentir o que o outro sente, é ser sensível e belo, é ser magnânimo em todas as perspetivas. “A consciência de amar e ser amado traz um conforto e riqueza à vida que nada mais consegue trazer.” Óscar Wilde Porque o ser humano tem empatia, e quanto mais essa empatia, maior o seu valor. Qualquer tristeza é sempre enganosa, é fruto do interno, é ilusão do individualismo. Eu não preciso de ouro, existe muita fortuna neste mundo. “Há riqueza bastante no mundo para as necessidades do homem, mas não para a sua ambição.” -Mahatma Gandhi Não preciso de amor, existe muito amor no mundo. Não preciso de sorrisos, há muitos e todos são meus. Porque a minha alma é livre e fica onde eu quero. Fica no maior dos palácios, fica no voo das aves e no cintilar das estrelas. “Toda a poesia - e a canção é uma poesia ajudada - reflete o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre e a canção dos povos alegres é triste.” -Fernando Pessoa Não preciso de bajulação nem admiração, já sou feliz pelos atletas, pelos jogadores que tanto correm e lutam e fazem parte de mim. Partilho eu de suas vitórias, pois sou alocêntrico e o meu centro são os outros, não eu. Porque cresci por dentro e agora recebo o todo que se encontra lá fora. Porque um dia, alguém me mostrou o que era felicidade. E agora serei sempre, sempre feliz. Pois o meu propósito é a vida, e nunca mais me faltará nada, nada. Não são precisas muitas palavras, a música sempre será a minha eterna companheira. “Pois quando a sabedoria entrar no teu coração, e o conhecimento for agradável à tua alma, o bom siso te guardará e a inteligência te conservará.” Salomão É a capacidade de sentir-se único e, ao mesmo tempo, parte de algo maior… sentir-se dentro do universo e tê-lo dentro de si. Nós somos muito mais do que o uno. O nosso tamanho físico não é proporcional a verdadeira existência. Não somos Deus, mas à medida que vamos ascendendo com a evolução e pensamento, as fronteiras da alma tornam-se tangíveis, ultrapassadas. Um dia um homem olhou para a lua e sonhou… sonhou que seria possível, talvez alcançar. Poucos são aqueles que decidem voar, que decidem acreditar no impossível. De facto, os nossos poderes são ilimitados, na medida em que fomos concebidos por Deus, sem qualquer limitação. Tudo começa na vontade, na alma. A alma somos nós. É aquela coisinha cá dentro que nos faz sentir. Que nos permite sorrir, e sonhar. Quando olhamos para determinado objeto, com focagem, a nossa alma salta para ali. Quando sentimos um morango na boca, a alma passa pelo morango. Em suma, a alma está, onde o nosso pensamento se encontra. Podemos estar dentro, mas podemos estar fora. “O conhecimento da alma é a chave para a liberdade. Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor.” Johann Goethe Podemos sair um pouco numa breve viagem pelas montanhas nevadas, descer aos oceanos, atravessar florestas e vales, subir às estrelas… Também podemos ficar focados em problemas, visando mortes e desgraças, nesse caso a alma morre também um pouco. Mas se preferirmos, é possível transcender, é possível abranger todo universo, desde a terra até as galáxias mais distantes, muito para lá do nosso sol. Nós somos, o que sentimos, podemos mesmo sentir Deus em todo seu esplendor. Podemos ser o cântico das aves, o sorriso das crianças, o desabrochar das flores. “No fundo de cada alma há tesouros escondidos que somente o amor permite descobrir.” - Edouard Rod A nossa realidade é um voo permanente. É necessário que se aprenda a comunhão, a ligação com todas as coisas. Como cada gesto, por mais pequeno que seja será sempre recebido, interpretado. Como tanto podemos fazer de gratificante, de magnânimo. Porque realmente importa, importa a palavra do porteiro, o sorriso da lavadeira, o abraço do pai. E ninguém fica de fora, ninguém é cão. Existe sempre magia, seja no alto, no baixo, no rico e pobre. Enquanto houver alma, enquanto houver paixão. Esse é o nosso valor, a capacidade para sentir a emoção. “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.” Fernando Pessoa
Formatado. O homem não sofre, ele é
formatado. É tudo uma questão de entendimento. A borboleta tem de ser larva, para se tornar borboleta. Tudo obedece a uma lógica perfeita, ainda que não seja nítida, fácil de aceitar, à primeira instância. Para os meus dois filhos poderem nascer, eu tive de abdicar de uma mulher única, maravilhosa. E ficar com uma outra, que era meio idiota. Mas, eventualmente, o universo conseguiu cumprir com a missão final. Nada passou de uma pequena formatação. O homem é obrigado a sofrer, ou até mesmo morrer, para ser formatado. Ele pode perder a mulher, o trabalho, os filhos, ele foi formatado. Como Luís Vaz de Camões, quando perdeu o olho, pela sua amada, durante uma batalha, ele não perdeu nada, ele foi formatado para escrever os Lusíadas, a maior obra de todos os tempos. Se as coisas não obedecessem a uma lei superior inelutável, os planetas afastariam-se ligeiramente da sua órbita, para colidirem uns com os outros. Dada poderia existir, sem a lei. Por vezes é drástico, horrível, inescrutável, como o holocausto, mas na realidade, tudo tinha que acontecer. Morrem seis milhões de pessoas, de uma forma terrível, mas hoje a humanidade está diferente. Por dia, nascem cerca de 150.000 pessoas, morre cerca de metade, em um mês já houve um aumento populacional de 2 milhões de almas novas. Estas almas, estão protegidas por convenções mundiais de direitos humanos, que impedem que um novo holocausto possa alguma vez acontecer. Houve um crescimento, mas para isso, veio o sofrimento inicial. O observar tudo com o máximo de clareza, é um princípio para a iluminação, o entendimento do nosso propósito superior, divino. Se uma floresta está contaminada, com algum tipo de problema ou vírus, que possa vir a afetar todas as outras florestas, implicando um risco para o desenvolvimento natural do ecossistema, essa floresta vai ter de sumir, arder por completo, para que depois possa brotar uma nova. Dos males, o menor, essa é a regra. Isto para compreendermos que por vezes, temos de perder algo, para ganhar muito. Se o homem tem de ir preso, ou ficar isolado, ou simplesmente solteiro, é para ser formatado numa coisa melhor. É uma forma de morte, em vida, uma evolução. Seja para o homem, seja para a mulher. Não é uma questão de punição, estar vivo já é punição suficiente. É uma questão de evolução. Para evoluirmos, não podemos simplesmente “estar”, temos de mudar, crescer, ascender. Permanência é morte, não estaríamos aqui, a fazer nada. O homem pode-se formatar sozinho, mas geralmente, isso não acontece. Ele tem de parar, para pensar e ele nunca pára, por isso ele é obrigado pelo universo, a mudar. O universo é perfeito, então ele vai, parte uma perna ao homem, o homem pára, e muda, é formatado para algo de muito melhor. O simples fato de este texto existir, já é uma prova que eu mesmo fui formatado, e como. Se tudo tivesse sido um mar de lazer, jamais perderia o meu tempo a matutar sobre os arquétipos do homem. Ficaria antes no bem bom, amor e uma cabana, com alguns luxos que tanto gosto. Por vezes demoramos anos a entender a nossa razão. Mas depois, se perguntarmos a nós próprios, se mudariamos algo na nossa vida, geralmente dizemos que não. Apesar das dores sofridas, apesar dos traumas, alguns bem grandes, imensuráveis, ainda assim, dizemos - não, não mudaria nada. Porque isso formatou-me para ser hoje a pessoa que sou. Quando erramos, aprendemos com o erro. Quando surge um acidente de percurso, toda nossa vida muda. Assim, Siddhartha Gautama se fez Buda. Ele era um príncipe, morava no castelo, tinha absolutamente tudo, uma mulher, um filho, vassalas para o satisfazer de mil maneiras… Apenas após olhar o mundo lá fora, ao conhecer o trauma de reconhecer a morte na humanidade, o sofrimento e a dor, ele decidiu largar todos os luxos e sair em busca do entendimento. Essa foi a formatação de Buda, um homem comum, da família real, bem abastado, mas que não era realmente ninguém. Só passou a ser Buda, depois de atravessar o inferno na terra. Se todos os homens conseguissem entender claramente este texto, suas vidas mudariam, certamente. Porque o princípio não está no porquê, que ninguém entende, mas na causa que é o próprio entendimento. A felicidade está no contemplar do propósito de cada um, que é tão importante, como um planeta, uma estrela, ou um átomo. Uma única célula, forma todas as outras. Por isso, todas são preciosas, algumas têm de ser formatadas e morrer, outras simplesmente se multiplicam. A causa, é sempre a mesma, para o universo existir, em toda potestade divina imanente em si, tudo tem de ser perfeito. Nós, somos perfeitos, mesmo com os nossos erros, porque sempre evoluímos, de uma forma, ou de outra. Ninguém passa duas vezes pela mesma dor, uma já basta. Existem muitos mais desígnios por revelar, serão revelados. Planeta, célula, átomo, elétron, sol, universo, homem, Deus. O que é maior, um planeta, ou uma célula? É claro que a lógica formal diz que um planeta tem de ser maior do que uma célula, até parece uma pergunta ridícula. Mas a lógica formal também parte do princípio dialético que o Algarve fica muito mais longe do que a lua, uma vez que daqui todos conseguimos ver, nitidamente, a lua, o Algarve não. Em termos quânticos, a pergunta da célula não é tão óbvia assim. O que é, uma célula, o que é, um planeta? A mecânica quântica, ou física quântica já estudava as partículas de uma perspetiva bastante informal, ou material. Niels Bohr tinha discussões constantes com Einstein, sobre estas matérias, o próprio Einstein costumava perder na argumentação. Porque já há mais de 100 anos que foi comprovada a inteligência do átomo, como consciência singular. As experiências elaboradas demonstravam resultados absolutamente milagrosos, como a particularidade de um átomo conseguir se situar em dois lugares distintos, simultaneamente. O que é um paradoxo existencial, uma vez que sabemos que uma coisa não pode nunca estar em dois locais diferentes, ao mesmo tempo. Uma célula é o quê, exatamente? É um universo composto de átomos, cada átomo é um pequeno sol, cada sol “atômico” está rodeado de elétrons, que funcionam como planetas, à sua volta. Dentro desses planetas, há o equivalente aos homens, uma micropartícula a que chamamos - a partícula de Deus - o Bóson de Higgs. Tudo isto dentro de uma molécula, composta por milhares de átomos, o que determina uma galáxia de estrelas e planetas, com maior quantidade numérica do que o nosso sistema solar. Se olharmos para um planeta, e o imaginarmos do tamanho de uma laranja, ao abrirmos esse planeta - terra - ao meio, o que encontramos? Uma crosta, ou casca, como de um ovo, recheado por uma lava incandescente, um líquido amarelo parecido com uma gema. Ora, um ovo, é uma célula, como todas as pessoas sabem, na verdade é a maior célula que existe. Portanto, em termos quânticos, ou de tamanho e quantidade, uma célula é maior do que um planeta, uma vez contendo milhões de planetas internos. É tudo uma questão de relatividade, quando vemos um avião ao longe, parece até que se move bem devagarinho...quase parado! E na realidade vai a 900 km/h. Se aos aproximarmos muito, se fosse possível observar o avião a poucos metros de distância a passar por nós, nem sequer o veríamos. A velocidade é tal, que seria como se nada passasse por nós, tirando o vento. A proximidade faz com que tudo mude, isso é a relatividade, simplificada. Através deste processo e umas quantas equações matemáticas, facilmente descobrimos a quantos anos-luz está uma estrela. Perguntando satiricamente, para onde vão todas elas, com tanta pressa?... Estas matérias parecem muito complicadas, mas uma vez traduzidas, ou melhor, simplificadas, até um leigo consegue, eventualmente, entender e usar, para impressionar.... Você é as 5 pessoas que estão à sua volta. Não existe singularidade alguma, só mesmo dentro da sua cabeça. Se você está rodeado por 3, 4 ou 5 pessoas, você vai ser essas pessoas. Se uma dessas pessoas for Bill Gates, e outra Mark Zuckerberg, você vai ser um outro milionário de sucesso, inevitavelmente. Porque as pessoas sempre matam ou constroem o que têm a sua volta. Como nas plantas, na natureza. Se surge uma flor por entre os cardos, os cardos darão conta dela. Somos sempre aqueles que nos rodeiam, constantemente. Se viver o tempo todo rodeado de velhinhos, você ficará um deles logo, logo. Se conviver com a juventude o tempo todo, vai entrar na moda e dançar Rap, ou o que mais irreverente for, mais jovem. Se viver rodeado de pessimistas, jamais irá a lugar algum, o mundo será uma nuvem negra na sua cabeça. E, se porventura não for de acordo com os que o rodeiam, aí será considerado louco. Porque louco é aquele que não se integra aos padrões gerais da sociedade. Mas somente é louco, até ser aceite, aí ele será visto como um gênio. Louco, e gênio, é a mesma coisa. A menos que seja violento, nesse caso pode ir preso, não é uma loucura saudável. Cada vez mais a sociedade procura pelos loucos, e se identifica com eles, acabando por os promover a gênios. Elvis Presley era um louco que mudou o mundo, naquela altura o rock era coisa de malucos mesmo, somente os jovens gostavam. Agora, todos os velhinhos consideram clássico, intemporal. Madonna foi a primeira a misturar pornografia chocante com espetáculos, era uma louca. Tornou-se apenas a rainha do pop, a mais vendida de todos os tempos. Ninguém sabe o que é loucura, as pessoas obedecem a padrões de normalidade que não têm graça nenhuma, e criticam quem não o faz. A única forma de você não ser os que o rodeiam, é ser completamente maluco. Nós somos as influências externas exercidas sobre nós, tão fácil quanto isto. Se vive por entre atores e famosos, será um deles. Mas tem de ser um deles mesmo, não aquele que tira o café para eles. Tem de acordar e deitar por entre os famosos. Ou políticos, ou cientistas, como você escolher. Aquele que mais se aproximar de si, sempre será a sua maior influência. Depois de nos integrarmos no meio onde estamos predestinados a viver, tudo se tornará fácil. As pessoas não são todas iguais, umas tendem para a virtude, para o sucesso, olhando a vida com um brilho intenso, otimismo. Outras pendem para a depressão, realismo, negativismo, sempre se queixando de alguma coisa. Os famosos, porque ganham muito dinheiro, podem fazer escolhas extravagantes, são os reis do mundo. Não ligam a mínima para a política, eles constroem o mundo à sua volta, são os todos poderosos, isso não é por sorte, é uma escolha que começa quando a pessoa decide se tornar poderosa. Os lobos são poderosos, por entre a matilha, eles dominam a selva, cada lobo é a sincronicidade de todos os outros. Você decide quem o rodeia, quem o influencia, para cima, para baixo ou para o lado. Observe bem as palavras que ouve, diariamente. Que tipo de pessoa exerce influência constante em você? Desperte para uma nova realidade, a sua própria. Onde tudo à sua volta é construído pela sua vontade e escolha. “Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor.” Johann Goethe
O que, para uns é agradável, para
outros uma depressão. Se sairmos do corpo, por uns breves instantes e subirmos bem alto numa projeção astral, atravessamos a camada de nuvens que é bem espessa e lá bem no alto, por cima dessas nuvens, a mesma quantidade de sol irradia com a mesma força, para todo lado. Se atravessarmos o oceano em poucos segundos, pairando e observando a beleza do atlântico, chegamos ao Brasil e de repente, é verão. Toda realidade muda, assim numa fração de segundo, porque ali as pessoas sentem o calor abrasador constante, clamam por uma nuvem, uma brisa mais fresca no ar… então vão para a praia dar um mergulho bem refrescante! Como mudámos a localização, parece que estamos numa outra realidade, mas é exatamente a mesma. Se continuarmos a viagem, chegamos ao México, o calor é intenso e não é dia, mas noite. Está toda gente a dormir, até mesmo os burros e os cavalos, ao olhar para o céu contemplamos o cintilar das estrelas, de repente estamos numa outra realidade. Apenas mudou a localização, o tempo é o mesmo, mas até as horas mudaram. Ao atravessar o mundo, no segundo, atravessámos também o tempo, foi uma viagem de regresso ao futuro. Ali, o dia ainda vai demorar 12 horas para alcançar o nosso tempo- espaço. Foi assim que Einstein criou a relatividade. Sempre olhamos para o mundo com a nossa perceção, mas essa perceção é a nossa própria criação da realidade. O que nos leva para o biocentrismo. O homem realmente cria o mundo à sua volta, cada qual à sua maneira, com base numa projeção mental constante. Não há tempo, nunca houve nem existiu. Se a pessoa é velha, só o é porque se sente velha. Esse sentimento cria uma realidade, aquela realidade. É apenas mais um estado de perceção, exatamente igual a observarmos o céu nublado que deixa todo mundo com cara de boi. Afaste-se por uns momentos dessa realidade e tudo à sua volta muda, de imediato. Somos, o que acreditamos que somos, não existe tempo. Não existindo tempo, você não pode estar sozinho, está tão acompanhado quanto as vezes em que sentiu que estava rodeado de gente. Não existe tempo, mas existe sentimento, essa é a única realidade. Dentro dessa realidade, criamos o nosso próprio tempo, pausas para ler um livro, para refletir, dentro de nós próprios e entrar em comunhão com o poder divino imanente em cada um. É o poder da mente, a força que faz girar o mundo à sua volta, erguendo montanhas e atravessando mares, se os pássaros voam, é porque você quer que eles voem. Se não quiser, não existem pássaros alguns, apenas um infinito deserto de nada. Sinta-se bem… você é o que pensa. Eu passo os dias a analisar o mundo... a escrever. Nos tempos em que fui casado e apaixonado, passava os dias a fazer outra coisa, ainda mais agradável, não tão gratificante. Porque o prazer não é o nosso propósito. A iluminação é a capacidade que alguns têm de criar algo de divino. É a melodia do Elvis, as composições de Beethoven, fruto de inspiração inexplicável e constante. Há pessoas que simplesmente recebem o dom e conseguem, de alguma forma, manifestá-lo sempre da mesma maneira. Ennio Morricone, um compositor, arranjador e maestro italiano, ao longo da sua carreira foi responsável pela composição e arranjo de mais de 500 filmes ficando as suas maravilhosas melodias imortalizadas na história. Depois temos o caso de muitos outros artistas iluminados, como Picasso, Leonardo da Vinci e agora o maravilhoso Luiz António Gasparetto. Poetas como Luís Vaz de Camões compuseram centenas de poemas sempre com a mesma força e brilho, isso é iluminação. A iluminação é um canal, uma fonte que jorra sem parar. Alguns escritores, mesmo privados de estudos primados conseguem escrever livros e mais livros com uma capacidade incrível e de riqueza literária incontestável. Porque bebem da mesma fonte que todos os contemplados pela divina providência. Não é uma questão de inteligência, a inteligência é uma outra propriedade. De nada serve ser muito inteligente e não ter iluminação. A iluminação é um estado de espírito, é uma abertura, um tipo de incongruência que faz do indivíduo um pouco diferente do comum. Existe uma necessidade interna de partilha, de manifestação artística inexplicável e absolutamente gratificante. É um tipo de transcendência magnífica, uma receção como que de um canal de rádio. Estes tipos de pessoas não são mágicas, nem únicas. São simplesmente incongruentes, não se deixaram condicionar da mesma forma linear, como todas as outras. De certo modo são como robôs que não foram devidamente programados e como tal têm defeito. Esse defeito permite-lhes manter a ligação com o alto. Todo ser humano é projetado para seguir em frente, meio aparvalhado. É condicionado para acreditar que isto, é apenas isto e nada mais. Para seguir em frente sem olhar para o lado, nem para cima e nem para baixo. Mas a experiência terrena é só uma experiência, a alma entra e percorre este filme todo até o final feliz, e infeliz, consoante o espetador. Em termos de eternidade, uma vida humana são alguns segundos apenas, se pensarmos bem qualquer tipo de lamento e comiseração é sempre algo de absurdo. Sim, é possível encontrar algumas paixões pelo caminho, viver algumas emoções fortes e inesquecíveis, mas também se pode dar aquela história comovente do amor que nunca apareceu. No fundo, tudo é belo, de uma forma e de outra, se soubermos apreciar a paisagem, partilhar alguns sorrisos e talvez, manifestar humildade se assim for de nosso agrado. Também podemos optar por falar mais alto para sermos ouvidos, mandar alguns gritos até, se necessário, os outros podem não gostar, passamos por idiotas egocêntricos, mas cada um tem o livre arbítrio para fazer o que bem entender. O importante é a constatação que a magia existe, antes de aqui chegarmos já tínhamos a capacidade de voar, de cantar o mais belo dos sonetos e isso está comprovado. Porque como almas divinas, retentores de qualidades imensuráveis e uma incrível capacidade para amar, somente nos resta sorrir, ainda que prisioneiros fugazes desta realidade carnal. Por vezes olhamos para a lua com uma certa admiração...uma contemplação daquele pequeno grande ser, que aos ilumina as noites é tanto revolta as marés. Partimos do princípio que ela está ali quietinha… sem fazer mal a ninguém! De fato, não é tão assim. A lua executa uma volta ao redor do nosso planeta a cada 27,322 dias, e sua mudança relativa de posição em relação ao Sol provoca seu ciclo de fases. Contudo, o satélite leva 29,5 dias para completar todo seu ciclo de fases e voltar à mesma posição em relação ao Sol, o que caracteriza o mês sinódico. A velocidade orbital da Lua é de 1,03 quilômetros por segundo, o equivalente a 3600 kms por hora, mais de o triplo da velocidade de um avião a jato. A lua não está minimamente quieta, na sua aparente simplicidade, viaja a uma velocidade constante muito para lá da nossa capacidade de compreensão. O carvão do tempo brota em diamante. É uma pedra simples, por esculpir. Uma matéria rude e obra prima. As coisas mais valiosas são simples. Somente o homem gosta de complicar. Realmente a beleza está nas coisas mais pequenas. Tudo é uma questão de projeção mental. Todo o foco deste livro está do recondicionamento da alma. Porque as pessoas sobrevalorizam o que não é importante. Na simplicidade encontramos a real riqueza. A riqueza do amor, do sexo. Isenta de conceitos estereotipados de perfeição. O humano complicado, confuso sempre a procura do que não tem, a procura de uma mulher melhor que a sua, de um carro mais moderno, de um relógio mais caro… Esse vive no sofrimento constante da sua própria mediocridade mental. Porque jamais será completo, uma vez que se sente incompleto. Nas coisinhas mais simples se encontra o prazer. Naquele simples almoço à beira-mar, na satisfação de tomar um café pela manhã. Na capacidade de apreciar um simples gesto, sorriso. Porque sendo rico de alma, tudo ganha outra beleza. Amando para lá da frivolidade, da ilusão da carne que tanto corrói. Pois há sempre beleza nas pessoas, nem que seja no dedinho do pé. E também há feiura escondida, até na mais bela das rosas. As verdadeiras excrescências estão aos olhos de quem vê, se vemos podridão estamos podres por dentro. Se vemos maldade é porque a sentimos em nós. A simplicidade é uma dádiva, é a felicidade se saborear um pouco de pão, de agradecer por uma doce palavra, de amar com paixão e coração, de viver todos os segundos com emoção. É a capacidade de escrever poesia no deserto, de sentir companhia por entre as flores, o campo e o mar. É a capacidade de sorrir, quando o mundo chora. Porque todas as escolhas são nossas, inclusive ser feliz, agradecer. A riqueza de uns é a pobreza de outros. Temos riqueza na juventude e na longa idade, temos riqueza no campo e na cidade, porque todos os sorrisos são ricos, muito mais ricos que o banco. Não importa o tamanho do telhado, se tivermos um telhado. Não importa se aparentemente temos pouco aos olhos dos outros, e se não sobra para vestes caras, não é o corpo a melhor veste? Não é importante o ouro das jóias, haverá jóia mais bela que um olhar doce? Nem mesmo importa se somos mais altos, e mais baixos, mais escuros, ou mais claros, mas a forma com que somos amados. Porque ninguém ama uma estátua sem coração, mas todos sabem onde mora a razão, o poder das palavras, dos gestos, da amizade e do amor. “O louco, o amoroso e o poeta estão recheados de imaginação.” William Shakespeare A loucura é um estado de desfragmentação mental. O pensamento é como uma colher de chá, de açúcar. Pode comportar milhares de grãos, se estruturado. Isso é o equivalente a uma pequena casinha, um e dois automóveis à porta, uma conta bancária moderada, mas crescente. Não é preciso muito, se houver equilíbrio. Nem sempre a quantidade é qualidade. Uma pequena fonte sempre desagua como grande rio no mar. Se espalharmos todo açúcar de uma pequena colher, pelo chão, temos a mesma quantidade de inteligência, a conflagrar no espaço. Ao invés de uma casinha modesta, podemos então obter uma quinta no campo, um barco no rio, dois mercedes à porta, tudo com prestações em atraso, uma ostentação falsa e preocupante. A loucura derivada da ambição desmedida pode levar a torrentes de problemas. O indivíduo considera-se um gênio, o suprassumo, quando na realidade está em queda livre no abismo da realidade. “Num filme o que importa não é a realidade, mas o que dela possa extrair a imaginação.” -Charles Chaplin A vida sempre aos apresenta escolhas mais aliciantes. Como o anúncio da supermodelo que adora limpar a casa com um sorriso aos lábios e jamais reclama, porque é um comercial. E o marido paciente que apesar de lindo e maravilhoso sempre lava as suas roupas com dedicação, á janela e com aquele sorriso CINTILANTE. Porquê ter apenas um automóvel simpático, que já tem alguns aninhos e não serve para mais nada senão levar a pessoa daqui, para ali, quando podemos adquirir uma bomba descapotável e todos vão cobiçar? Pois tudo isso é ego, um flagelo social que lentamente contamina a tudo, e a todos. As pessoas querem mais, e mais porque assim lhes foi sugerida a realidade. Mas devemos ter calma, não há nada mais importante que a completude interior. Existem muitos descapotáveis, muitas joias, muito ouro. Existe muita tentação, muita beleza e carne. Mas devemos discernir, a razão é o que nos separa da loucura. Buda disse - gota a gota se enche o vaso. Não há mal algum em obter sucesso na vida, fortuna e abundância. Podemos mesmo nutrir dos enormes prazeres da carne, do sexo, isso é maravilhoso, nem mesmo Jesus alguma vez censurou, muito pelo contrário, desfrutai e frutificai. Mas jamais devemos perder o fio do pensamento, o equilíbrio. Pois isso é o que aos define, como pessoas, como pai, mãe, filho e marido. A capacidade de terem orgulho em nós, de sermos pessoas exemplares em cada passo que damos, cada palavra proferida, cada gesto, cada escolha ponderada e sábia, pois nada mais temos realmente, senão a força da nossa vontade, da nossa voz. “Uma conduta irrepreensível consiste em manter cada um a sua dignidade sem prejudicar a liberdade alheia.” Voltaire O fabuloso conde de Saint Germain, mestre esotérico místico alquimista do século XVIII da Transilvânia alertou-nos no livro de ouro para o poder só -Eu sou. As palavras eu sou têm um mantra interno muito poderoso, ele define a pessoa em sua essência. Quando Moisés perguntou a Deus qual era o nome de Deus, Deus respondeu - Eu sou aquele que é, o meu nome é eu sou. Porque Deus é a representação cósmica da existência, é a imutabilidade intemporal, é o único que - é. Na ignorância do desconhecimento po poder das palavras, as pessoas por vezes dizem, eu sou velho, eu sou idiota, entre outras. A realidade eu sou é algo muito poderoso, muito importante de compreender. Na realidade tudo o que dizemos é um escrito mental, é um registo cósmico que nos transforma naquilo que acreditamos ser. “A maneira mais fácil e mais segura de vivermos honradamente consiste em sermos, na realidade, o que parecemos ser.” -Sócrates No meu livro - o poder das palavras - são abordados esses assuntos com muita clareza, mas agora estamos apenas centrados do poder do - eu sou. Se tudo nasce do verbo, e o verbo é Deus, então cada palavra tem um poder universal nas nossas vidas, é o poder da crença. Ao determinarmos com palavras dizendo eu sou isto, ou aquilo, estamos a inferir uma consequência inalterável na nossa própria realidade. Se devemos ter cuidado ao falar de alguém, dizendo aquela pessoa é assim, e assado, o que pode ser pejorativo para nós, mais cuidado devemos ter quando falamos de nós. Se eu digo - eu sou doente-, por exemplo, já estou a objetivar a minha própria incapacidade e depois pode ser difícil de neutralizar. Mas escolhendo cada palavra em especial o eu sou com o máximo de cautela criamos uma nova abertura para a vida. Incauto é aquele que diz tudo da boca para fora, ignorando as consequências e o poder de suas próprias palavras. Jesus alertou-nos enfaticamente para o cuidado com tudo o que dizemos, a palavra tem mais poder do que a espada. Mas pela magia maravilhosa do eu sou, podemos sempre criar uma nova realidade, podemos realmente ser tudo aquilo que pretendemos. Mesmo caindo no risco da presunção, o que não é assim tão mau, cada um é determinado pelo que diz, não há necessidade de escolher mal. Eu posso ser uma pessoa maravilhosa, todos podem, basta fazer o uso espontâneo do eu sou. Eu sou novo, porque quero, sempre serei novo e belo, sou uma pessoa fantástica agradável aos outros, sou divertido amoroso dinâmico, eu sou realmente tudo o que eu quiser. As minhas palavras são as mais importantes, não importa o que outros digam de mim, porque eu tenho as minhas próprias palavras e como tal construo a minha própria realidade. Sou dono do meu pensamento, sentimento e desejo o que escolho, para mim, darei uso a esse meu poder para ser exatamente quem eu quiser. Se digo que sou uma pessoa correta, então eu sou. Se alguma vez eu não fui uma pessoa feliz e completa, agora eu sou, o que importa é o que eu sou e sempre serei o meu próprio desejo e vontade, isso faz de mim uma pessoa extraordinária, por minha escolha. As pessoas precisam do poder das palavras, é uma bênção universal, é a comunhão com Deus e com todas as coisas belas, é ser as ondas do mar a bater na fraga, é ser o poder das montanhas, é ser amor que se estende pelos vales tamanhos, é ser vida, é ser paixão. A felicidade é um estado de plenitude, são gotículas de chuva doce que se adentram na alma. Deve ser partilhada, difundida, conflagrada. Como não é perene deve ser prorrogada ao máximo, não há um motivo concreto para o estado de felicidade, é um soro mágico proveniente do amor divino, do estado de completude para com o infinito. Não há melhor propósito, não há passado nem futuro, apenas o eterno presente no sorriso da criança em nós. É a fonte da vida, é a razão de tudo, são as palavras doces dos lábios de quem sente, ama, existe e partilha daquilo que naquele instante sente. Porque tudo é sentimento e estamos todos unidos numa conexão cósmica, linda, perfeita. É a união de almas, o estado de empatia, o natal perfeito, o nascimento e a celebração do amor, dia após dia, é a iluminação que temos, a graça das graças, o substrato da poesia. É o cântico das aves, o soneto absoluto que ecoa lá no alto das montanhas do ser, porque somos maravilhosos, estamos vivos e respiramos praia, campo e amor. Sejamos sempre felizes, no abraço perfeito, no olhar profundo, no beijo carinhoso tudo isso apenas com um só propósito, o estado humano de felicidade, amor e plenitude. Não é preciso muito, nem pouco, nem nada porque já temos tudo e como tal, somos felizes neste segundo eterno que é sempre nosso. A noite é um espaço profundo que desvela o pensamento. Ouvem-se os mantras da alma e cai a suave calma. A solidão é um fardo necessário, há sempre uma companhia interior. O tempo é um grande conselheiro, um bom livro sempre trás algo de novo e enriquecedor. Se tivermos a consciência de que somos o nosso pensamento, tudo que adquirimos de novo é sempre algo que se aos acrescenta, um alimento. Sabendo que toda tristeza é sempre interina, provisória, aguardamos ansiosamente pela bonança. “A paciência é a fortaleza do débil e a impaciência a debilidade do forte.” Immanuel Kant Mas o que não é temporário é o momento, o presente que se revela perene. Há, de facto algo de maravilhoso no momento, a pausa, a reflexão, a paz. O maravilhoso na alma é que é extremamente macia, maleável, mutável. Tão depressa é arrastada com a fugaz dor excruciante, como se abre para os intensos prazeres que tanto apraz receber. Somos de facto seres maravilhosos, até mesmo na solidão temos uma companhia, seja de Deus, seja dos outros milhões de solitários, seja da companhia das belas palavras agora recebidas. De facto ninguém, está só, nenhum grão de areia se espraia ilhado no deserto. A união do ser humano é uma constante universal. Estamos unidos pelas palavras, pelas semelhanças, pelo amor. Qualquer diferença aparente é apenas efémera, somos a massa da mesma massa, o fruto da mesma árvore, por isso existe empatia em cada gesto, sorriso e até mesmo, no sofrimento. “Em nossos pensamentos fazemos o nosso mundo.” Buda Essa empatia só revela que não somos apenas um, mas um todo absoluto, fascinante. Podemos sentir cada vitória, cada sucesso, cada beijo e abraço, por vezes levando a chorar de comoção bastando apenas ver um filme, um momento de muito amor. Durante a juventude irreverente, facilmente nos sentimos únicos no universo, é uma sensação demasiado poderosa para reparti-la com alguém. Não existem parâmetros que nos retraem, viver na crista da onda. Tudo é uma aventura, um furor. A vida é demasiado brilhante para desperdiçar, então o ego ganha todas as batalhas. Não é necessariamente idiotice, é juventude. As hormonas andam por ali aos saltos e não é necessária cafeína, nem chá verde. Sobreviver à juventude, já é um bom desafio, necessário… “O que deve caracterizar a juventude é a modéstia, o pudor, o amor, a moderação, a dedicação, a diligência, a justiça, a educação. São estas as virtudes que devem formar o seu caráter.” Sócrates Mas o tempo, a vida, as lições sobre lições matam aquele jovem, torna-se agora um adulto, a sua consciência está formada, começa a apreciar as vantagens da moderação, começa a selecionar. A vida não perde o gosto, muito pelo contrário, ganha um outro sabor. Aprende-se a valorizar cada gesto, cada palavra, cada olhar. Podemos mesmo admitir que renascemos, na medida em que tudo vemos com um olho diferente, mais paciente e sábio. A degustação de prazeres inferiores é substituída pelo paladar de escolhas refinadas. E a calma clama por mais calma, a compreensão e a paz, por mais equilíbrio, sabedoria, amor. Porque todos procuramos o mesmo, somos a chama sagrada que Deus acendeu, eventualmente vamos ascender, cada dia, cada passo vai nessa direção. Todo desafio será superado, cada sacrifício só o temos de fazer uma vez só. Esta é a mensagem, que haja paz e muito amor nesta eterna comunhão, os nossos amigos e irmãos, os homens.
O mestre é pai, é amigo e professor.
Um pai não pode chorar, não pode cair e nem fraquejar. Porque o seu propósito, é vencer, ensinar e concomitantemente proteger. Quando o pai cai, as suas folhas murcham, morrem. “O meu pai ensinou-me a trabalhar; não me ensinou a amar o trabalho.” Abraham Lincoln Ser mestre é ter uma obrigação moral superior, é um trabalho a tempo inteiro. Todo trabalho tem requisitos, protocolos, existe uma meta a cumprir, sem hesitação. Se o mestre tiver qualquer tipo de epifania, se sofrer qualquer percalço, deve parar para refletir, ele tem de aprender mais essa lição e usá-la como exemplo aos seus filhos, os instruendos. Existe uma hierarquia em tudo, dado momento em que se aceita uma respetiva função, a responsabilidade pela mesma aferida está implícita. Porque a sabedoria já é um posto, uma capacidade, um poder do qual todos devem poder dispor para aprender, evoluir, crescer. Uma mãe é mestre diante de seus filhos, um professor mestre, perante os alunos. A sabedoria é apanágio obrigatório, e não será sabedoria, mas arrogância, ostentação de ego. Nitidamente difícil de concretizar, até o maior mestre é humano, mas tudo aqui nesta terra é momento e lição. O mestre é comandante do navio, ele guia os cegos por entre tempestades, até que alguns consigam ver com clareza. “Falar obscuramente, qualquer um sabe; com clareza, raríssimos.” Galileu Galilei Não existem facilidades, a vida é uma lição difícil. Mas temos algo em nosso favor, uma arma superpoderosa, o pensamento. Aquele que nos ensina que cada momento é mais uma pérola a adquirir, de modo a que a nossa riqueza prospere, dia após dia. Há a responsabilidade da palavra certa, na hora certa, de partilhar o pesado fardo da aceitação, porque muitos são os que sofrem, porque precisam do amparo, de saber e sentir que alguém os acompanha e entende. Aqui temos o dever da empatia, algo que nos une sempre, o forte suporta o fraco, até que este adquira força por si mesmo. Já fomos todos fracos, já fomos pequenos, crianças e ignorantes. Já erramos e fomos perdoados, já caímos e fomos levantados, é nossa idiossincrasia o amparo ao próximo, mas o maior amparo está na força espiritual proveniente do tempo, está na experiência empática do sofrimento, está na voz protetora da mãe, na segurança do pai, na capacidade de transmitir amor, paz e compreensão. A humanidade busca pelo ouro da terra, pela abundância e fortuna. Somos seres carnais e como tal, matéria. Precisamos de sobreviver por entre a matéria, é uma questão de conforto, necessidade e prazer. A riqueza é então, um objetivo comum, não é nenhum pecado ser rico, aspirar a uma vida nobre e abundante. Se uma pessoa trabalha, semeia e colhe ao ponto de sentir sucesso, isso é um mérito seu. Uma pessoa de bem com a vida, vai ajudar muito mais pessoas com o seu contributo para a riqueza nacional, se for muito rica, proprietária de muitas empresas irá com certeza fornecer emprego a muitas outras pessoas, a ideia que o dinheiro é uma maldição é absurda, errada. Sem dinheiro ninguém vai a lugar nenhum, até mesmo as igrejas precisam do seu contributo para seu sustento. Mas existem muitos tipos de riqueza, uma pequena esmeralda pode valer por muitos milhões. A Riqueza não está só numa conta bancária, há muitas formas de riqueza. As pessoas trabalham uma vida inteira ao encontro da fortuna, porque querem conforto, prosperidade e beleza. O conforto é óbvio como privilégio, se podemos ir de carro não é necessário magoar os pés. Depois temos a prosperidade, se o nosso património cresce esse faz parte de nós, é um pilar para a família, amigos e conhecidos. De resto, temos a beleza como nossa riqueza, as pessoas adoram beleza, precisam mesmo de algo de belo nas suas vidas, investem algum dinheiro em joias, ouro, diamantes. Tudo é representativo da riqueza de cada um, alguns levam ao extremo, compram um relógio caríssimo, e colocam no cofre para ninguém ver. As pessoas precisam de beleza, isso é um facto. A beleza é sempre uma forma de riqueza, seja numa linda joia, seja no lindo olhar. E precisam da beleza porque? Para atrair uma outra riqueza, ainda maior, o amor, a admiração e a contemplação. Então, a nossa maior riqueza não está no dinheiro em si, mas aos outros. Precisamos do dinheiro sim, para sobreviver, mas precisamos de mais dinheiro para comprar beleza, para atrair os outros. Essa é a questão. Porque com uma grande fortuna e sem o amor de ninguém é o mesmo que morrer pobre. Esta é a ordem das coisas, na sociedade. A pessoa luta, luta mais, conquista a riqueza, os anos passam, a pessoa vai perdendo a beleza externa e vai comprando mais beleza. Compra beleza no cabeleireiro, nas suas vestes, em cirurgias até. Compra beleza com o carro novo, bonito, agradável à vista. Toda beleza que compra é com o propósito do amor. Tudo isso porque o ser humano vive com o objetivo primário que é o amor. Existem muitos tipos de riqueza, não só as joias. A juventude é um tipo de riqueza inestimável. A sabedoria, um outro tipo de riqueza. O equilíbrio, a mansidão, a calma. Se uma pessoa tiver muito dinheiro, mas outra tiver beleza, sabedoria e juventude, quem é mais rica? Então, temos muitas formas de avaliar a riqueza de cada um. Uma pele suave, macia e lisa pode ser um tipo de riqueza. Um sorriso branco, limpo, singelo, outro tipo de maravilha…Até mesmo um pezinho perfeito, esculpido, cuidado com muito amor pode ser um tipo de beleza e riqueza. Mas a maior riqueza está aos olhos de quem vê. Porque bons olhos veem beleza em tudo, bons ouvidos ouvem tudo de bom. A maior riqueza mesmo está na capacidade de amar, está em possuir o ouro mais procurado do planeta, o amor. Podemos ser muito mais ricos com pensamentos e palavras do que com o ouro de Salomão. Porque com as palavras somos amados, e com ouro não. E dessas palavras nasce o amor que atrai multidões. Essa é a fonte mais rara e valiosa que o mundo tem. Que nunca seque esta água que nos une e repara, que nos completa e alegra que é o ouro do coração.
As naves do tempo os soltaram pela
terra, por entre famílias diversas, aguardando a eclosão dentro de ventres maternos na aleatoriedade. Nesta alusão à vida, percorrem um caminho largo que se faz estreito numa elucubração mental. Estão de facto perdidos, nas areias do passado e do futuro, uns correm na margem da praia, investem na carne, no corpo. Outros trabalham na torrente financeira, o lucro máximo é seu propósito pontual, imediato, nada mais parece importar. Alguns ilham- se no pensamento, ficam solitários no seu espaço fechado, refletindo cautelosamente por todo caminho a percorrer. Uns atravessam a experiência da paixão, do amor intenso, e não, algo que é sempre uma agradável lição, tanto de dor, como de amor. A juventude é um mar de joias diversas, oportunidades dentro de mais oportunidades, portas abertas por todo lado. Porém acompanhada pela imaturidade da inexperiência, que pode levar facilmente a percorrer caminhos sinuosos, compridos e sem a saída esperada. A desilusão é inevitável, sem ela não haveria lição alguma. Todos aspiram ao sonho, à glória da completude e do sucesso absoluto. Segundos tornam-se horas, as horas meses, os meses anos, e tudo passa mais rápido que um piscar de olhos. É quando chega ao momento, ao presente do tempo que a todos une numa pausa infinita que assim reflete a pergunta universal, porque? Porque na realidade ninguém sabe de nada, ninguém compreende a causa, o início, o meio e o fim. Se vale a pena semear, acreditar, olhar para trás relembrando os rios que já secaram, as fontes que brotam, as águas que agora vivem numa loucura fervente aspirando à glória de um desaguar perfeito. Caem por terra as espadas, as armas que se tornam pesadas, sobrando as memórias ainda permeadas na alma em sua plurivocidade. Porque agora já não somos uno, morre o ego, nasce o alocentrismo, não merece a pena olhar só para dentro, as outras flores vão desabrochando, é muito mais sensato olhá-las de longe, de alguma estranha forma fazem parte de nós, talvez elas encontrem uma resposta, não importa, desde que todas as viagens não tenham sido para nós, em vão. Aparentemente somos massa, pele, carne. Quem o afirma não está errado. Somos realmente carne e vida. Dentro da carne, está o osso, dentro dos ossos, a medula. Constituída essa por células infinitas, cada célula é um ser vivo. E dentro da célula o componente é o átomo, com protões e eletrões. Dentro do átomo há os quarks, com força positiva e negativa mediada pelos gluões. Dentro desses quarks está o Bóson de Hicks, a chamada partícula de Deus, criadora de todas as outras. Isso é energia, somos, essencialmente, energia pura. Toda energia é luz, de alguma forma. Essa luz não está ali à toa, ela vem do cosmos infinito, é a luz que ilumina o próprio sol. A única coisa que nos separa uns dos outros é a carne. E a personalidade, não somos apenas luz, mas alma. Essa alma é o que aos atribui o pensamento, algo que de alguma forma intercede com a luz que trazemos. A morte é apenas mais uma mutação, uma vez que a energia muda, mas se veio do infinito, é infinita, apenas muda de forma. Então muda, como sempre mudou desde que nascemos, vai continuando a mudar, eventualmente. E onde vai parar essa luz? Há quem aposte no renascimento, na reencarnação, há quem prefira acreditar na ascensão divina, o espaço astral, os anjos. De facto, se sempre evoluímos, e se temos uma alma, Deus não a faria, com tantas qualidades maravilhosas para simplesmente desaparecer. Se somos energia cósmica e pensante, a nossa importância é pertinente, viemos da luz do passado e continuamos a ascender rumo ao futuro infinito, somos imortais. Não importa mesmo se vamos morrer hoje, ou amanhã, apenas a nossa missão de comunhão com o todo importa, a nossa vontade que sempre procura por semear amor, mais energia positiva para o universo. O ser humano é essencialmente bom, apesar de alguns erros de percurso que apenas nos ratifica simples humanos, um pouco ignorantes talvez, mas com uma centelha divina predestinada a grandes e impressionantes criações e manifestações fascinantes. Quando declaramos uma palavra amável, generosa, estamos a usar a nossa energia positiva, cada átomo vai interferir com os átomos positivos do próximo, desencadeando uma ação em cadeia. Em termos quânticos é uma força forte manifestada. Quando por outro lado agimos por impulso largando uma mensagem negativa, aí é a força fraca a trabalhar, os eletrões ficam agitados e produzem nervosismo, irritabilidade e mau estar. Sintetizando tudo isto, somos aquilo que pensamos, nada mais. Se soubermos utilizar bem a nossa luz, não há desejo nem vontade que não nos seja inevitavelmente atendido. É aqui que a ciência encontra a fé, a nossa luz nos guiará. Há dois mil anos atrás, um ser ascensionado de nome Jesus surge na terra e diz - eu sou a luz do mundo. Na altura não existe mecânica quântica, nem qualquer tipo de ciência atômica. Não haviam estudos de nada, e tão pouco lâmpadas sequer. Mas ele sabia que era luz. Com essa luz enorme proveniente da vontade, ele curava cegos e paralíticos. A sua vontade era tal, que todos os seus átomos vibravam ao favor do próximo e do amor. Com a força das palavras ele matou uma figueira e assim comprovou que cada palavra tem o poder da vontade. A sua mensagem era uma, amar ao próximo e acreditar. Porque se somos luz, devemos acreditar na luz. Nunca menosprezes a sabedoria do pobre, pois ele sabe o que é privação. Nem do alcoólico, pois este sabe o que é sofrimento. Nem do doente, pois ele sabe o que é a dor. Nem do obeso, pois ele sabe o que é desprezo. Nem do baixo de estatura, pois ele vive por entre os maiores e sabe o que é coragem. Nem do velho, porque sabe o que é a vida. Nem do pedinte, pois ele sabe o que é humilhação. Nem da mulher, pois ela sabe o que é o homem. Nem do estranho, pois também ele é teu irmão. Nem do ignorante, pois este sim sabe menosprezar. Bibliografia “O Erro de Descartes” - António Damásio “A Cura Quântica “ - Deepak Chopra “As 7 Leis da Realização pessoal” - Deepak Chopra “A Cura pelo Pensamento” - Luiz Antonio Gasparetto “Ansiedade” - Augusto Cury “A Crítica da Razão Pura” - Immanuel Kant “História da Filosofia” - Jean- François Pradeau “Pais Brilhantes, Professores Fascinantes”- Augusto Cury “Você e a Eternidade” - Lobsang Rampa “A 3º Visão” Lobsang Rampa “Fundamentos da Gnosis” - Samael Aun Weor “As Cartas de Cristo” - Escrituras “A Bíblia Sagrada” - Evangelhos “ O Mestre dos Mestres “ -Augusto Cury “Mensagens do Astral” - Ramatis “ O Livro de Seth” - Jane Roberts “ O Livro de Ouro de Saint Germain” - M.Soares Claussen “ Você é o que Pensa “ -Lauro trevisan “ Antropologia Gnóstica “ - Samael Aun Weor “ Einstein Relativamente Fácil ” -Teodoro Gómez Bruno Sampaio de Sousa 12/12/2017