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CUNICULTURA

INTRODUÇÃO/APRESENTAÇÃO DO TEMA
Há mais de 20 anos atrás a cunicultura de grande rentabilidade resumia-se basicamente à venda de filhotes para laboratórios que produziam vacinas
contra febre aftosa. Com novas técnicas de se produzir estas vacinas, este tipo de produçào de coelhos decaiu muito, mas hoje em dia existe outras
finalidades para os coelhos, inclusive um grande mercado consumidor de carne de coelho, o que representa uma quantidade de cinquenta a cem
vezes superior à capacidade de abate e estocagem dos produtores. Portanto revela a cunicultura como um grande potencial econômico .
O coelho é uma espécie animal criada para diversos fins e utilidades .Em laboratórios ainda são utilizados como cobaias para se determinar a eficácia
e efeitos colaterais de medicamentos . Nos Estados Unidos por exemplo são utilizados anualmente mais de 800.000 em trabalhos de laboratório
Os coelhos também são de grande utilidade na obtenção de pelos destinado a fabricação de feltros e tecidos finos. As peles de boa qualidade também
são utilizadas na fabricação de peças para o vestuário.
A carne para o consumo humano é a finalidade mais nobre da cunicultura .Graças a sua qualidade, ela apresenta um altíssimo valor nutritivo para o
homem .
Como algumas características dos coelhos temos uma ampla variação das cores dos olhos e dos pelos. Também o peso pode variar muito dependendo
da raça. Ao nascer , os de pequeno porte pesam de 40 a 45g; os de porte médio, de 60 a 64g e os gigantes, de 75 a 80g. Quando adultos podem chegar
a mais de 5Kg , dependendo da raça, sendo que as fêmeas pesam de 300 a 500g a mais que os machos. Outra característica é que até o vigésimo
primeiro dia os filhotes permanecem no ninho, só se alimentando do leite materno . E ao contrário do que muitos pensam, os coelhos necessitam
muito de água . Aliás grande parte da água ingerida diariamente é eliminada com a urina, a qual apresenta uma coloração amarelada, opaca e muito
densa .
A raça define um conjunto de indivíduos de uma mesma espécie ou variabilidade genética com origem e características comuns; e que, em mesmas
condições transmitem aos seus descedentes as mesmas características. Dentre os coelhos existe um grande número de raças e também de variedades
dentre as mesmas. As raças de coelhos são classificadas segundo cor, tamanho de pelo, porte e função econômica :
Quanto à cor da pelagem :
- Branco uniforme: nova-zelândia-branca, gigante-de-flandres-branco, gigante-de-bouscat, gigante-espanhol, angorá.
- Branco com manchas escuras espalhadas: borboleta
- Branco com extremidades escuras: califórnia e himalaia.
- Azul: azul-de-viena e azul-de-beveren.
- Negro uniforme: alasca, preto-de-hotot, gigante-de-flandres-negro.
- Negro mesclado: negro e fogo.
- Negro com manchas brancas: holandês.
- Avermelhado: leonado-de-borgonha ou fuvo-de-borgonha, gigante-espanhol, nova-zelândia-vermelho e havana.
- Prateado: champagne-d"argent e prateado-de-champanha.
- Difuso: chinchila.
- Listrado: japonês.
- Cinza: gigante-de-flandres-cinza.
Quanto ao tamanho do pêlo:
- Pêlos extracurtos (com menos de 1,3cm)
- Pêlos curtos(maiores que 1,5 cm, mas menores que 2,5 cm)
- Pêlos normais(com 2,5 cm)
- Pêlos semilongos(com mais de 2,5 cm e menos que 7cm)
- Pêlos longos (com mais de 7cm)
Quanto ao porte:
- Gigante (adulto acima de 5 Kg)
- Médio (peso adulto acima de 3Kg , mas abaixo de 5Kg)
- Pequeno (peso adulto de 2,5 a 3Kg)
- Anão (peso adulto abaixo de 2,5Kg)
Quanto à função econômica:
- Raças produtores de carne
- Raças produtores de pele
- Raças produtores de pêlo
Processo/formulação
(descrever e informar procedimentos de manuseio)
O primeiro passo para o cunicultor é o planejamento de sua produção, esquematizando todas as etapas de produção em ordem sequencialmente
prática e correta.
É necessário definir o objetivo da produção. Quando se tem por objetivo a produção de carne, os animais são abatidos na idade de 60 a 90 dias. Se a
finalidade principal é obter pele, os animais devem ser abatidos com 180 dias de vida. Para a produção de pelos, os animais permanecem no rebanho
até 4 anos de idade.
Os machos escolhidos para reprodução podem permanecer vivos de 3 a 4 anos, enquanto as fêmeas devem ser usadas no máximo até 10 ou 12
partos .Embora todas as raças produzam carne, só as de porte gigante e médio preenchem os requisitos econômicos, por alcançarem o peso de 1,8 a
2,0 Kg com idade de 70 a 75 dias. Do ponto de vista econômico, é de grande importância para o cunicultor, produtor de carne, atingir essas metas. O
adiamento do abate resulta em redução da margem de lucro, devido ao aumento de gastos com insumos.
Através de uma pesquisa de mercado o cunicultor deve chegar a uma conclusão do planejamento da produção , em relação a :
- Determinar o intervalo da produção, ou seja se ela deve ser entregue mensal, quinzenal ou semanalmente para melhor atender a demanda do
consumidor ;
- Estabelecer o número de animais que serão abatidos ou comercializados por intervalo de produção;
- Calcular o número de gaiolas, ninhos, comedouros e bebedouros necessários;
- Apurar o gasto de ração por intervalo de produção;
- Calcular a conversão alimentar do rebanho e o custo de produção;
- Esquematizar a evolução do rebanho.
Além dos índices pré-estabelecidos pelo estudo de mercado, alguns dados zootécnicos são imprescindíveis para a efetuação dos cálculos
mencionados:
- Idade de abate ( relacionada ao peso ) : 1,8 a 2 Kg em 60 dias; 2,3 a 2,5 Kg em 75 dias e 2,8 a 3 Kg em 90 dias;
- Prolificidade ( número de láparos nascidos vivos por parto ) : oito ;
- Produtividade ( número de láparos desmamados e comercializados por parto ) : sete
- Intensidade de uso das matrizes (número de partos por ano ) : seis:
Marcelo Duarte 1
- Número total de partos por matriz : dez;
- Período de gestação : 30 dias ;
- Período de lactação : 30 dias ;
- Número de cobrições por reprodutor ao dia : até três ;
- Período de cobrição : máximo de 3 dias ;
- Idade de aquisição das matrizes e reprodutores : depende da disponibilidade do mercado ;
- Idade de inicío na reprodução : 4 meses ;
- Gaiolas a utilizar : é interessante para o criador padronizar as gaiolas quanto as dimensões, porque facilitará a montagem, distribuição e manejo.

MATÉRIA-PRIMA
(qualificar e quantificar)
Embora seja um herbívoro típico, o coelho também consome grãos de cereais como fonte de nutrientes. Os reprodutores e as matrizes, por serem
mais idosos podem receber como alimento forragens à vontade e ração de forma controlada, sem que isso afete seu desempenho reprodutivo. Já aos
animais de engorda, deve-se fornecer forragens apenas para garantir suas necessidades em fibras, e ração à vontade. Dessa maneira cresceram
rápidamente, atingindo o peso ideal para abate em idade precoce, como é desejável.
Muitos criadores concordam que a ração peletizada ( granulada ) constitue a melhor opção, uma vez que é a preferida pelos animais, apresentando
menor despedício e uma conversão alimentar superior.
Para complementar à necessidade de fibras dos coelhos, segue aqui uma relação com as melhores e mais adequadas forrageiras para alimentação de
coelhos:
- Rami
- Soja perene
- Guandu
- Alfafa
Além dessas forrageiras já especificadas, pode-se usar outras plantas e restos culturais como: capim-elefante e suas variedades, capim-guatemala,
restos culturais, como palha de feijão, palha de arroz e restos de hortaliças.

INFRA-ESTRUTURA
(instalações, equipamentos, maquinários)
O sucesso da criação depende de quatro fatores:
- Disponibilidade de água de boa qualidade;
- Necessidade de isolamento e tranquilidade - os coelhos são animais dóceis, mas ficam estressados com muito barulho. Portanto necessitam de um
ambiente sossegado para terem desenvolvimento satisfatório;
- Local de fácil acesso;
- Proximidade do centro consumidor e das fontes de insumo.
As criações de coelho podem ser feitas em diferentes tipos de infra-estrutura.. Podem ser ao ar livre, em abrigos abertos e abrigos parcialmente
fechados ou totalmente, como os galpões. A escolha da melhor instalação depende principalmente das condições ambientais ( temperatura, umidade,
etc. ) e da quantidade de animais que se pretende produzir.
Outros equipamentos importantes na cunicultura são:
- Tatuador : usado na identificação dos animais na época da desmama;
- Seringas de injeção : usadas na aplicação de vacinas, antibióticos e etc.;
- Balança : importante para o acompanhamento do desenvolvimento dos láparos e pesagem de ração;
- Pulverizador : necessário para aplicação de desinfetantes e sarnicidas;
- Lança chamas : usados na higienização e no controle sanitário;
- Materiais de limpeza : como vassouras, escovas, etc.;
- Arquivos : muito importante para guardar e proteger as fichas de controle zootécnico do rebanho.

ASPECTOS ECONÔMICOS/COMERCIAIS/GERENCIAIS
Para que a criação de coelhos se transforme na atividade lucrativa com que sonha o produtor rural, é necessário ter os pés no chão. Este pequeno
produtor, antes de se lançar à cultura propriamente dita, deve planejá-la com todo cuidado. Assim ele deve proceder a uma verdadeira pesquisa de
mercado, coletando informações de diversas fontes para saber, por exemplo, quantos animais a região próxima da sua propriedade irá consumir e não
pecar por excesso ou falta ao adquirir suas matrizes. Assim feita esta pesquisa de mercado é necessário analisar racionalmente o projeto que irá
implantar e as condições financeiras para o investimento inicial.
É preciso também, levar em conta as facilidades e vantagens que a criação de coelhos proporcionam :
- Não exige cuidados exagerados com os animais, o que permite uma pessoa apenas cuidar de uma criação de até 300matrizes;
- O trabalho requerido não é extenuante ou pesado, podendo ser executado por mulheres ou crianças;
- A criação não necessita de muito espaço, e produções significativas podem ser alcançadas em áreas reduzidas;
- A exploração pode ser a céu aberto ou em abrigos, que podem ser abertos ou fechados ;
- Apesar de tudo é uma atividade econômica que não exige muito capital, pois as instalações não são complexas e a espécie, em questão, é muito
prolífica e precoce, permitindo que com poucas matrizes se chegue a um grande plantel de reprodutores;
- Outra vantagem adicional é a produção de esterco de alta qualidade, graças a sua composição em nitrogênio, fósforo e potássio que o tornam mais
valioso que o estrume de outros animais.

ASPECTOS LEGAIS
Nada, em especial, a ser observado.
OBSERVAÇÕES
Como já foi dito, é de suma importância que seja feito o controle zootécnico do rebanho. Esse controle pode ser feito através de fichas, e visa atingir
quatro objetivos básicos:
- Mostrar a situação da granja, permitindo o acompanhamento de todas as variáveis como: proporção entre cobrições e falhas de uma matriz, relação
entre falhas na cobrição e reprodutores utilizados, controle do número de desmame por parto de uma matriz, controle para que não haja
superutilização ou sub utilização de reprodutores, etc.
- Ajudar na resolução de problemas, possibilitando a detecção das falhas existentes nos cobrimentos e uso incorreto de reprodutores;
- Auxiliar nas práticas de manejo, funcionando como um lembrete do que deve ser feito, e quando;
- Auxiliar no melhoramento do rebanho, permitindo a identificação dos melhores animais de reprodução, e possibilitando uma seleção criteriosa,
com base na qualidade dos pais.
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Coelhos

Classificação filogenética: o coelho é um mamífero da ordem Lagomorpha, gênero Oryctolagus e pertencente à espécie Oryctolagus cuniculus.
A coelha é um animal que possuí um ciclo reprodutivo bem curto podendo cruzar novamente 4 dias após o parto. Todavia, este parto não deve ser
utilizado, pois causará deficiências aos fetos que estão sendo gerados, assim como, aos filhotes que estão sendo amamentados concomitantemente.
Podemos re-acasalar os reprodutores somente após o desmame dos filhotes, o que não deve acontecer antes que a ninhada tenha completado pelo
menos 50 dias de idade. A gestação da coelha dura aproximadamente 30 dias, podendo parir, em média, 8 láparos (filhote do coelho até o desmame)
por parto. Estas características são as responsáveis pela fama do coelho ser um animal extremamente prolífero. Outro fato que chama grande atenção
para esta espécie é a sua grande capacidade de crescimento, atingindo o peso para o abate em aproximadamente 70 dias.
A carne deste animal apresenta um alto valor nutritivo quando comparada com a de outras espécies exploradas zootecnicamente. A carne de coelho
apresenta um alto teor de proteínas e um baixo teor de gorduras.

% proteína % gordura
coelho 20,8 10,2
frango 20,0 11,0
boi 16,3 28,0
porco 11,9 45,0
A.P.C.C - Curso de Cunicultura
O coelho apresenta outra grande vantagem, este animal pode ser explorado com a venda de sua pele, patas, cérebro, esterco, além de poder ser
comercializado como animal de estimação.
Acasalamento
Devemos colocar cada fêmea adulta em uma gaiola de reprodução, da qual só sai para ir à gaiola do macho acasalar. Os animais, tanto machos e
fêmeas, estarão prontos para a reprodução aos 6 meses, em média.
Acasalamento natural
É onde se pega a fêmea com todo o cuidado e levamos à gaiola do macho. Este, a procura logo, montando-a. Devemos verificar se houve o
acasalamento, o que notamos quando o macho, após uma série de movimentos de vai-e-vem, dá um salto para frente e, em geral, cai para um dos
lados. Basta uma só cobertura, mas não há inconveniente que se realize uma logo após a primeira. Retiramos imediatamente a fêmea e levamos para
a sua gaiola. Cinco dias depois, devemos repetir o acasalamento, procedendo da mesma forma que da primeira vez.
Acasalamento confinado
Este método não deve ser utilizado em criações comerciais, uma vez que não permite acompanhamento dos índices zootécnicos.
Coloca-se varias fêmeas na gaiola do macho por um dia, podendo-se identificar a prenhez após 15 dias através de apalpação.
Inseminação artificial
Como a ovulação da coelha ocorre após 10 a 12 horas após a cópula, fazendo uso desse sistema, deve-se usar rufiões para saltar sobre as fêmeas,
estimulando-as a ovular. Pode ser ministrada uma injeção de hormônio, por via intravenosa, 75 U.I. de gonadotropina coriônica humana.
Para coleta de esperma utiliza-se a vagina artificial ou eletroejaculação. Esse método, que é ideal para médias e grandes criações, facilita o manejo
reprodutivo desde a gestação até a lida com os láparos. Permite a identificação de reprodutores especializados de alta linhagem para os fins a que se
destina a criação. Praticamente elimina as doenças transmitidas no coito.
Gestação - parto
Aconselha-se a apalpação após 15 dias da cobertura para se ter certeza da prenhez. 27 dias após o primeiro acasalamento colocamos um ninho dentro
da gaiola, para que a fêmea tenha ali os seus filhotes. Pode ser um simples caixote de 50x30cm, e de preferência, com uma tampa. Sua parte da frente
deve ser aberta, tendo apenas um parapeito de 15cm de altura para evitar que os láparos consigam sair dele, nos primeiros dias. O ninho deve ter uma
camada de palha ou capim bem seco e cortado em pedaços de 10cm a 15cm no máximo, para evitar que os coelhinhos fiquem debaixo dele e não
possam sair para mamar, morrendo de fome.
O parto ocorre de 27 a 32 dias após o acasalamento. Na véspera ou no dia do parto, a coelha arranca os pêlos do peito e da barriga para agasalhar os
filhotes e descobrir as mamas. Quando notarmos que o ninho está coberto por uma camada de pêlos e a coelha está calma é sinal de que o parto já
terminou. Normalmente, ele ocorre à noite; Assim sendo, no dia seguinte pela manha, com as mãos lavadas apenas com água (nada de sabão,
sabonete ou desinfetante) e com cuidado, afastamos os pêlos e em baixo dele encontramos os filhotes pelados e de olhos fechados, todos juntos.
Devemos contá-los, retirar algum morto, raquítico ou deixando com a fêmea somente 8 láparos, porque ela tem 10 mamas, e as 2 peitorais, em geral,
dão pouco leite. Os excedentes devem ser passados para outras coelhas que tenham ninhadas menores e da mesma idade ou, então, sacrificados.
Os láparos
Com 4 dias já possuem pêlos e com 12 abrem olhos; com 15 a 20 dias já saem do ninho e começam a comer mesma comida que a coelha. O ninho
deve ser retirado no máximo, quando atingem 20 dias. As coelhas são boas criadeiras e, por isso, não devemos interferir, exceto quando os láparos
começam a "chorar" dentro do ninho, o que significa que estão com fome, que a coelha não tem leite, tem pouco leite ou, então, por que abandonou o
ninho. O fato de não vermos a coelha amamentar filhos, não significa que ela não o faça, pois as mamadas são ao anoitecer e pela madrugada.
Desmama
Deve ser feita com 45 dias, sendo os láparos separados da mãe. São, então, separados por sexo, marcados e colocados em lotes de 6 em cada gaiola.
As fêmeas podem permanecer até à época da reprodução, enquanto que os machos devem separados, individualmente, aos 4 meses, porque começam
a brigar e suas brigas podem terminar em morte ou em castrações de uns pelos outros. Para que os machos possam permanecer juntos, após essa
idade, devemos castrá-los
Pronto para a Reprodução
Os coelhos machos e fêmeas estarão prontos para a reprodução a partir dos 5 meses de idade (animais da raça Nova Zelândia Branco), lembrando-se
que estes devem ser separados logo depois do acasalamento, afim de evitar brigas.
Acasalamento natural
Para esta forma de acasalamento a fêmea deve ser levada à gaiola do macho. Este ao perceber a presença da fêmea irá prontamente tentar realizar a
cobertura. Deve-se sempre verificar se houve acasalamento, o que pode ser feito pela observação de um movimento característico do coelho após a
monta, que é o de cair para o lado. Após a cobertura retiramos imediatamente a fêmea e a levamos para a sua gaiola.
Inseminação artificial (IA)
Esta técnica vem sendo utilizada na Europa em larga escala como uma tecnologia de aumento da eficiência da indústria cunícola. Todavia, em nosso
país a IA em coelhos ainda não é utilizada, mesmo sabendo-se de suas vantagens.
As principais vantagens no uso desta técnica são: a redução do número de machos necessários no plantel, o monitoramento da qualidade do sêmen, a
possibilidade de agendamento de práticas de manejo reprodutivo para dias fixos da semana, além do controle de doenças transmissíveis pela cópula.
Para a realização da inseminação artificial, o sêmen inicialmente deve ser colhido com o uso de uma vagina artificial própria para a espécie. Após
isto o sêmen deve ser avaliado por um veterinário quanto à qualidade e, se estiver dentro dos parâmetros mínimos de qualidade, o próximo passo será
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o de calcular o número de doses, para então ser realizada a diluição. Tendo em mãos o sêmen diluído, pode-se inseminar as coelhas com aparatos
próprios para a espécie.
Gestação (prenhez) - parto
Para o diagnóstico de prenhez aconselha-se palpar a barriga do animal após 15 dias da cobertura. Caso não se confirme a prenhez, a fêmea vazia
pode ser colocada novamente para cruzar. Caso a matriz esteja prenhe, 27 dias depois do acasalamento deve-se colocar um ninho dentro da gaiola
para que a fêmea tenha ali os seus filhotes. Este pode ser um simples caixote de 50 cm x 30 cm e, de preferência, com uma tampa. Sua parte da frente
deve ser aberta, tendo apenas um parapeito de 15cm de altura para evitar que os láparos consigam sair dele nos primeiros dias de vida. O ninho deve
ter uma camada de palha ou capim bem seco e cortado em pedaços de 10cm a 15cm no máximo, para evitar que os coelhinhos fiquem debaixo dele e
não possam sair para mamar, morrendo de fome.
O parto ocorre de 29 a 32 dias após o acasalamento. Sendo que a fêmea apresenta um comportamento muito característico na véspera ou no dia do
parto que é o de arranca os pelos do peito e da barriga para aquecer os filhotes e descobrir as mamas. Quando observarmos que o ninho está coberto
por uma camada de pelos e a coelha está calma é sinal de que o parto já terminou. Normalmente ele ocorre à noite. Assim sendo, no dia seguinte pela
manha, com as mãos lavadas apenas com água (nada de sabão, sabonete ou desinfetante), e com cuidado, afastamos os pelos e em baixo dele
encontramos os filhotes pelados e de olhos fechados, todos juntos. Devemos contá-los, retirar os mortos, tentando deixar com a fêmea somente 8
láparos, porque ela tem 10 mamas, e as 2 peitorais, em geral, dão pouco leite. Os excedentes devem ser passados para outras coelhas que tenham
filhotes em menor quantidade e que sejam da mesma idade, lembrando-se de tomar cuidado com possibilidade de rejeição pela mãe adotiva. A
rejeição é evitada misturando-se dentro do ninho os filhotes introduzidos com os da ninhada original.
Os láparos
Com 4 dias já apresentam pelos e com 12 dias abrem olhos. Com 15 a 20 dias já saem do ninho e começam a comer a mesma comida que a matriz. O
ninho deve ser retirado, no máximo, quando atingirem 20 dias de idade. As coelhas são boas mães e por isso não devemos interferir, exceto quando
os láparos começam a "chorar" dentro do ninho, o que significa que estão com fome, devido ao fato de que a coelha: não tem leite, tem pouco leite,
ou então, por que abandonou o ninho. O fato de não vermos a coelha amamentar seus láparos não significa que ela não o faça, pois a maioria das
mamadas ocorre ao anoitecer e durante madrugada.
Desmame
Apesar de haverem indicações de que os láparos podem ser desmamados a partir dos 21 dias de vida, por ser a época em que já ingerem uma grande
quantidade de ração, deve-se optar pelo desmame aos 50 dias de idade para termos ninhadas mais saudáveis.
Manejo
O melhor é o uso de gaiolas de arame galvanizado, especiais para coelhos.
Essas gaiolas podem medir 80x60x45cm ou 60x60x45cm de altura e devem ser penduradas ou dispostas em pequenos galpões ou meias-águas ou
galpões telados lateralmente, permitindo uma boa aeração (mas evitando os ventos que são nocivos), impedindo a entrada de animais estranhos à
criação, a uma altura de 80cm do solo. Podemos cimentar ou não o piso, mas deixar sob as gaiolas, uma valeta de terra de 30/40cm de profundidade
para que permaneça permeável à água. Nela cairão os detritos que devem ser retirados periodicamente e que podem ser aproveitados como esterco
para plantas ou como substrato para a produção de húmus e minhocas. Dentro dessa valeta, podemos colocar uma camada de pedra britada, uma
camada de carvão vegetal, e em cima uma camada de areia lavada.
A água deve ser fornecida à vontade através de bebedouros automáticos ou em bebedouros tipo vaso, já a ração deve ser fornecida de maneira
controlada, com a utilização de comedouros semi-automáticos ou comedouros tipo vaso.
Posicionamento das gaiolas
- Individuais: colocadas em um só plano (andar), facilitam a inspeção, podem ser fixadas nas paredes, por outro lado, não se aproveita bem o espaço
vertical do galpão.
- Sistema de Baterias: as instaladas em vários andares superpostas, aproveitando o espaço vertical. Não dever ter mais de três andares, sendo que as
gaiolas devem possuir coletores, em declive, de dejetos dos animais.
- Sistema Californiano: as gaiolas são instaladas em andares, sendo que uma fica sobre as outras, em níveis diferentes.
OBS. Atualmente o único modelo utilizado é o individual, onde todas as gaiolas estão jno mesmo plano. Isto facilita a higienização e diminui a
incidência de doenças entre os animais, além de facilitar a mão-de-obra.
Temperatura e Umidade
Para o bem estar dos animais seria bom que a temperatura interna do galpão se mantivessem estáveis, sem variações bruscas, para tal pode se fazer
uso de isolantes térmicos, como isopor, vermiculite, etc. Um sistema de ventilação, seja natural ou forçada pode colaborar para a mantença de
temperatura ideal, através de exaustores, ventiladores ou injetores de ar, sempre preservando baixo nível de ruído, pois o barulho estressa os animais.
A umidade deve ser alta, mas a temperatura não. O ideal seria uma temperatura entre 18 e 22 ºC e umidade de 70%.
Cuidados
De acordo com Segui 1989, sendo o coelho um animal de alta prolificidade e com um custo pequeno por animal, não compensa o custo de
tratamento, havendo o risco de contaminação do restante do rebanho, no caso de ocorrência de certas doenças. Portanto, todos os animais que
apresentarem sintomas de doenças devem ser retirados do galpão e, caso não apresentem melhora devem ser sacrificados.
A melhor forma de manter os animais livres de doenças consiste em proporcionar boas condições de higiene dentro dos galpões. Sendo o principal
manejo para limpeza e desinfecção das gaiolas (comedouros, bebedouros e ninhos) feito com o auxílio de um lança chamas e desinfetantes.
Para a desinfecção dos galpões, principalmente do piso, utiliza-se a cal virgem (calhação), água sanitária, iodo, etc. Em entradas de coelhários não se
pode esquecer do pedilúvio, que pode ser de cal virgem ou algum tipo de desinfetante, prevenindo a entrada de algum agente patogênico para o
interior da criação.
Raças
Embora existam muitas raças, separa-se conforme o objetivo da criação: carne, pele, lã ou filhotes (pet).
Características das principais raças:
Nova Zelândia
Raça americana, pesando 4,5kg os machos e 5kg as fêmeas, embora possam ultrapassar esses pesos. Existem as variedades branca e vermelha.
São coelhos muito mansos, com uma bela e espessa pelagem branca ou vermelha uniformes, conforme a variedade. Os da variedade branca têm os
olhos vermelhos ou róseos. É considerada uma das melhores raças mistas, para carne e pele, sendo a mais criada em todo o mundo, inclusive no
Brasil.
Aptidões e qualidades
É uma raça de introdução relativamente recente, que tende a prosperar continuamente, em virtude de suas excelentes qualidades para a criação. É
prolífica, precoce, rústica, de excelente carcaça e peles de média categoria, bem aproveitáveis. As fêmeas são mansas e boas criadeiras (as brancas
são melhores que as vermelhas). Os láparos atingem 1,8-2,0 Kg com 8-10 semanas, quando podem ser abatidos para o consumo.
Califórnia
Peso de 4kg para os machos e 4,5kg para as fêmeas. Tem um aspecto geral harmonioso e uma ótima pele de pêlos branco-gelo, macios, sedosos e
brilhantes. Possuem as extremidades (focinho orelhas, patas e cauda) escuras (quanto mais escura, melhor, sendo ideal a cor preta). É considerada
uma das melhores raças, criada em todo o mundo.
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Aptidões e qualidades
O Californiano está ganhando cada vez mais reputação como excelente coelho de dupla utilidade: ótima pele branca, como ideal para o corte carne
fina, precoce, boas qualidades de criação, quer em a estado puro, quer para cruzamentos industriais, particularmente com o Nova Zelândia Branco.
No Brasil, apesar de introduzido recentemente, o número de criadores vem aumentando progressivamente, como acontece em outros países.
Chinchila
Raça originária da França, de nível médio, pesando em média 4,0 Kg machos e 4,5 Kg fêmeas. O pelo é constituído de três cores: base cinzenta,
médio branca e a ponta preta, que dá a impressão de um conjunto cinzento mais claro ou mais escuro.
Aptidões e qualidades
O coelho chinchila vem ganhando espaço na cunicultura por apresentar boa aptidão para a produção de carne e de peles, além de responder muito
bem a cruzamentos industriais, principalmente com a raça Nova Zelândia Branco, produzindo coelhos precoces.
Coelho Azul de Viena
Originário da Áustria, o coelho Azul de Viena é uma das raças de porte médio mais populares, provavelmente por preencher satisfatoriamente os
requisitos de dupla utilidade: carne e pele. Foi obtido por J. K. Schultz, em 1893 (em Viena), supostamente como resultado de cruzamentos de
coelhos gigantes preto e amarelo. É bem conhecido no Brasil.
Descrição
Peso de 3,5 a 5,5 Kg no adulto, ou 4,5 Kg em média. O tipo primitivo, de tamanho gigante foi abandonado.
Pelagem de coloração azul escuro, uniformemente distribuída na parte superior do corpo, descobrindo-se para as extremidades e ventre, que é claro.
As tonalidades marrom, preta e clara são indesejáveis, assim a como a presença de pelos brancos. Os pelos são de comprimento uniforme, lisos,
macios e brilhantes - mesmo no ventre.
Aptidões e outras qualidades
É esta uma das raças mais rústicas e fáceis de criar, prestando-se tanto para a produção de carne, com boa carcaça, como para a produção de peles,
que, embora não imitem a de qualquer outro animal prolífero, é muito bonita, para a confecção de agasalhos. Para este fim, é necessário dedicar
muita atenção à seleção evitando a reprodução de animais com defeitos graves de pelagem, principalmente a presença de "ferrugem", muito comum.
O excesso de luz, falta de limpeza das jaulas e a idade, contribuem para o agravamento deste defeito.
Coelho Rex ou Cartorrex
A raça Rex (rei dos coelhos) foi criada em 1919, na França, por Caillon, separando um casal de láparos que tinha nascido com "pelo de rato" e
fazendo-os reproduzir. Tratava-se de uma mutação recessiva, pela qual os pelos caprinos ou churdos se atrofiavam, ficando confundidos no meio da
borra ou anafaia (sub-pêlo). Estes também se tornavam mais densos, tomando uma direção perpendicular à pele, que lhe dava a aparência aveludada.
Posteriormente foi melhorado pelo Abade Gillet e pelo Prof. Kohler.
Foi reconhecido como raça a partir de 1924, e era, a princípio, tido como um coelho muito fraco e de difícil criação. Os primeiros coelhos eram de
cor de castor, donde derivou o nome de Castor-Rex.
Mais tarde foi cruzado com numerosas raças e obtiveram-se coelhos Rex de todas as cores possíveis. Os mais estimados são Castor Rex escuro,
Castorrex castanho ou Havano, Castorrex azul ou' Lince Rex, Negro ou Lontra Rex, Alasca Rex, Arminho Rex, Azul Rex, Chinchila Rex, Nutria
Rex, Topo Rex, Lilás Rex, Branca Rex, etc. Após esses cruzamentos' para obtenção das variedades, verificou-se que esses coelhos não eram tão
difíceis de criar.
Provavelmente isto fora verdade nos primeiros exemplares da raça, devido à consangüinidade, mas o vigor foi restabelecido nos cruzamentos com
outras raças.
Hoje é considerada uma das melhores raças de coelho de dupla utilidade, produzindo as melhores peles e carne muito fina.
Descrição
Peso de 3 a 4 Kg, chega a idade adulta ao 5 meses.
Pelagem finíssima, com ausência aparentemente completa de pelos cáprios, de aspecto lanoso-aveludado, semelhante ao da lontra preparado, porém
mais fino e curto. Quanto mais curto for o pelo, melhor (de 1ª com 1,3 mm), admitindo-se até 1,6 mm de comprimento no meio do dorso. Quando os
pelos são mais longos, as peles tem pouco valor. O pelo é denso e se acama na direção que se lhe dá, com bastante brilho.
A cor do "Castor-Rex" vai do vermelho escuro até o acaju escuro, preferindo-se geralmente os tons mais escuros, que se aproximada cor do castor. A
cor é centrífuga e vai clareando para o ventre, a que é branco ou cinza muito claro. As coxas são às vezes um pouco acinzentadas.
O "Havana-Rex" deriva do cruzamento com fêmeas Havanas, tem a cor do castor, porém de maneira uniforme. Toda a pele pode ser aproveitada.
Não deve ter pelos brancos.
O "Lontra-Rex" tem o fundo do pelo cinzento e reflexos avermelhados. O ventre tem uma faixa cinza.
O "Chinchila-Rex" tem a cor do Chinchila, às vezes com um tom acastanhado e o ventre com faixa branca.
Os "Azuis-Rex", derivados do Azul de Beveren e de Viena, tem os pelos cinzentos muito claros na base, aveludados e brilhantes.

Os "Negro-Rex", provenientes de raças negras, tem pelos muito brilhantes.


Os "Branco-Rex", brancos uniformes, foram obtidos pelo cruza\mento com Branco de Viena, de Bouscat e da Vendéa. Pode-se utilizar a pele inteira.
O "Arminho-Rex", derivado do Polaco, dá peles pequenas, porém com pelos muito finos, sedosos e brilhantes.
Existem ainda numerosas variedades menos comuns, mas igualmente valiosas, tais como a "Rosa-Rex", a "Gris-Perle", a "Cor-de-fogo", a "Laranja",
a "Zibelina", a "Fuinha" etc.
Aptidões e outras qualidades
As peles dos Rex, quando uniformes e de cores definidas, possuem grande valor, por este motivo devem constituir o objetivo principal da criação e
da seleção. Não obstante, como o tamanho da pele também a valoriza, deve-se evitar a degenerescência no peso. Sua carne não é inferior à dos
demais coelhos - excelente em algumas variedades - e, embora valha menos que a pele, os Rex devem ser considerados mistos: para a pele e carne,
como o Chinchila.
A princípio, considerava-se o Castorrex um coelho fraco e doentio, porém, graças à seleção e ao cruzamentos bem conduzidos, é atualmente uma das
raças mais fáceis de criar, acreditando-se mesmo ser mais resistente a certas moléstias, como à coccidiose, do que outras raças.
Coelho Angorá
É freqüente referirem-se a esta raça como proveniente de Angorá, Turquia asiática, onde se diz ser antiga sua criação. Não se sabe ao certo quando e
onde se deu a mutação que originou o coelho Angorá, entretanto seu nome deve ter-se originado apenas na semelhança com a raça de cabras de
Angorá.
Distingue-se das demais raças da espécie por ser a mais importante produtora de pelos. No entanto, é considerada de tríplice utilidade: lã, carne e
pele.
Distinguem-se, quanto ao tamanho, três variedades, a pequena, com primitiva da raça é a branca, porém as variedades mais estimadas são hoje as
negra pura, azul-escura, havana e siberiana (branca com malhas típicas do russo).
O pelo longo e sedoso, que se destina à fiação, é obtido por depilação dos animais vivos. Penteiam-se os animais cada 15 dias (começando quando
tem um mês a um mês e meio de idade, geralmente na desmama), com uma escova de cerdas rijas ou pente grosso. A colheita de pelos é feita por
arranque, quando estão "maduros" (soltam) o que pode acontecer logo na oitava semana. As primeiras colheitas são inferiores e o produto não deve
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ser misturado com o dos animais idosos. O segundo arranque é feito 60 dias depois do primeiro, o terceiro, setenta, o quarto com 80 dias de intervalo
e daí por diante, cada três meses. Os coelhos não ficam completamente pelados, pois conservam os pelos curtos.
Descrição
Peso 1,5 a 4 Kg dependendo da variedade, e atinge a idade adulta aos 6 meses.
O pelo deve ser tão comprido quanto possível (de 12 a 18 cm), fino liso, sedoso, denso, suave ao tato, não permitindo ver-se porção alguma da pele.
Cor de acordo com as variedades, uniforme, salvo na Siberiana. O pelo não deve ser inferior a 8 cmpara julgamento. O pelo não deve ser
emaranhado, sujo, ralo, grosso, lanoso, maltinto, malhado, nem devem faltar os tufos característicos. A cor primitiva da raça é branca, sendo comuns
as variedades descritas na introdução.
Aptidões e outras qualidades
Conquanto o principal objetivo da criação do coelho Angorá seja a produção de pelos, é considerado misto, porque é utilizado pela sua excelente
carne e para a produção de peles.
A produção de pelos no primeiro ano atinge 200g e nos anos seguintes 300g por cabeça, havendo exemplares excepcionais, que chegam a produzir
600g.
O arranque obedece a uma técnica especial. Primeiro passa-se o pente para alisar, depois, segurando-se com a mão esquerda a pele, puxam-se os
pelos mais compridos, perpendicularmente ou segundo a inclinação dos pelos (conforme a região), deixando os da cabeça, cauda e patas e os mais
curtos do corpo. Os animais depilados são então reunidos em grupos pequenos com cama abundante para se aquecerem. Os pelos são guardados em
caixas, sem compressão, para evitar seu emaranhamento.
Os Angorás são coelhos rústicos, muito mansos e sociáveis, sentindo prazer em serem penteados. As coelhas são prolíficas, dando 07 a 08 láparos
por parição, os quais nascem nus e com a cabeça muito grande. Entre o 4º e o 8º dias, conforme o calor, nascem os pelos que crescem rapidamente. A
primeira muda se faz aos 03 meses, porém convem pentear desde a desmama.
Para conservarem as excelentes características de seu pelo devem ser mantidos em gaiolas escuras, quentes e sem correntes de ar. Há criadores que
os criam principalmente para carne, sem se preocuparem muito em cuidar dos pelos, outros destinam as peles ao curtimento, a sacrificando os
animais depois da muda de inverno. Essas peles se destinam a confecção de abrigos.
Quem quiser criar essa raça em nosso país, deverá antes de começar, assegurar-se da colocação de seus produtos a preço remunerador.
Coelho Gigante de Flandres
Apesar das opiniões discordantes, é provável que a sua origem tenha tido lugar na Bélgica, pela seleção do coelho selvagem domesticado. Não se
conhece a história da formação desta raça, o que demonstra sua antiguidade.
O nome de Gigante provém de sua extraordinária corpulência, quando comparado ao tamanho de coelhos de outras raças, chegando algumas fêmeas
a pesar quase 10 Kg.
Quando jovem, dá carne de qualidade razoável e pele grande, apesar dos pelos não serem tão densos como noutras raças.
É criado em todos os países cunicultores em grande escala. No Brasil é uma das raças mais conhecidas tanto pelos amadores como pelos
profissionais.
Descrição
Peso quando adultos, de 6 a 8 Kg. Os animais com menos de 5 Kg com um ano ou de pesos exagerados devem ser eliminados. Comprimento de 80 a
100 cm, 90 em média, tomado da ponta do focinho à ponta da cauda. A fêmea é maior.
O pelo é fino, liso, de comprimento variável, segundo a variedade, preferivelmente denso e curto. Há duas cores típicas na raça, a cinza de lebre e a
cinza do coelho bravo (acastanhado), ambos com o ventre, parte inferior da cauda e pés brancos. Muitas variedades foram formadas posteriormente
pelo cruzamento com outras raças: Negra de olho róseo, Azul-prateada, Azul-afogueada, Branca-afogueada, Branca de olho escuro e de olho róseo.
Não se admitem barras negras ou brancas nos pés e mios nas variedades coloridas, porém não constituem defeitos pelos brancos disseminados nessas
regiões.
Em julgamento são desclassificações o pelo longo e lanoso e malhas brancas no focinho e na fronte das variedades coloridas, nas quais a cor deve ser
bem definida
Aptidões e outras qualidades
É considerada uma das melhores raças de carne e uma das mais populares no Brasil. A carne dos animais adultos é inferiores, moles e muito
gordurosas, devendo ser os animais sacrificados antes de completarem um ano. A carne dos jovens, contudo, é apreciada.
Dá peles grandes, uniformemente revestidas, prestando-se muito bem para curtir. Para peliças, dá-se preferência às variedades brancas por tomarem
melhores as cores no tingimento.

Embora uma raça grande é tardia e não das mais rústicas, devendo ser criada em gaiolas espaçosas (80x80 cm).
As coelhas são pouco prolíficas, dando de 04 a 07 láparos por parição. Criam mal, por cujo motivo se devem deixar apenas 03 a 04 láparos ou
simplesmente 02, quando se trata da primeira cria. Devem ser cobertas aos 06 meses, porém os machos só devem cobrir a partir de um ano de idade.
Os láparos são delicados, muito sensíveis à umidade e ao vento mães se ressentem da amamentação, que não deve prolongar-se.
Os coelhos Gigantes sofrem mais com o calor excessivo do que os das raças menores, de maneira que devem ser bem protegidos. É uma raça
indicada para criações em pequena escala, de amadores, e, na criação industrial, usada somente nos cruzamentos de compensação.
Alimentação
Os coelhos são herbívoros e, por isso, se alimentam de vegetais como as forrageiras, (gramíneas e leguminosas) que podem ser: rami, soja perene,
alfafa,... e outros vegetais como, folhas de goiabeira e bananeira. Além dos verdes, devemos fornecer-lhes também uma ração balanceada, comendo o
verde e a ração de maneira equilibrada.
Eles possuem um ceco bem desenvolvido que desempenha função importante para o aproveitamento alimentar. No ceco ocorre a proliferação
bacteriana (semelhante ao que ocorre no rúmem), e no período noturno o coelho se alimenta deste produto (cecotrofagia).
A energia contida no corpo dos animais é importante para as funções biológicas como o crescimento, reprodução, lactação...
Comedouros
Devem ser de fácil limpeza, feitos de materiais resistentes à ferrugem; com bordas dobradas para dentro a evitar que se espalhem os alimentos;
posicionados de forma a não contaminar os alimentos com os dejetos; de tamanho que não permita que o animal entre nele; deve ser prático,
permitindo o manuseio do lado de fora da gaiola e se possível automatizado.
Bebedouros
Comumente são utilizados os tipo vaso ou tipo "chupeta" (automático), pois evitam que os animais se banhem ou contaminem a água.
O Abate
O animal deve ser abatido com aproximadamente 70 dias. É aconselhável deixar o coelho 12 horas em jejum antes do abate. O método mais para este
fim é o da concussão. Para isso, deve-se segurar o coelho pelas patas traseiras, de cabeça para baixo e, com um bastão, dar uma forte pancada na
nuca, causando-lhe morte instantânea. Para tanto, somente pessoas experientes podem fazê-lo.
Pele
Para retirada da pele, suspendemos o coelho pelas patas, de cabeça para baixo e cortamos sua cabeça, o que permite uma boa sangria, melhorando o
aspecto e a qualidade da carne. Com uma faca bem afiada, fazemos um corte na pele, circundando as pernas traseiras, entre o pé e a perna. Depois,
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começando neste corte e pela parte interna das patas, fazemos um corte até a região anal, circundando os órgãos ano-genitais. (excluir: A mesma
coisa é feita na outra perna). A seguir, com os dedos, vamos descolando a pele, que sai inteira, pela cabeça, como um suéter. Quando chegar às patas
dianteiras, fazemos um corte circular, desprendendo a pele totalmente, saindo ela fechada, em forma de luva ou bolsa.
Logo que tirada, a pele deve ser colocada em um esticador à sombra, para secar ou, então, em congeladores, para a sua conservação até ser curtida. É
de ótima qualidade e muito procurada para a confecção de belos agasalhos ou para uso industrial. Muitas peles imitam, com perfeição, a pele de
outros animais como chinchila, arminho, marta, etc. As mais valorizadas são as de cores uniformes e em lotes.
Evisceração
Para limpar o coelho, extraindo suas vísceras, fazemos um corte pela linha mediana, indo desde o pescoço até o ânus. Aberto o tórax e a barriga,
deles retiramos todas as vísceras deixando a carcaça limpa, a qual deve ser lavada em água fria e colocada na geladeira ou câmara de refrigeração. É
preciso cuidar para não perfurar os intestinos, estômago ou a vesícula biliar para que não haja prejuízo à qualidade da carcaça. As vísceras
comestíveis são: coração, rins, pulmões e intestino.
Cortes mais usados
O coelho pode ser preparado inteiro ou em pedaços. Neste caso, pode ser dividido em 9 partes: patas dianteiras, patas traseiras, coxas e lombo
dividido em 3 partes.
Cecotrofagia
Durante a noite os coelhos têm o hábito de ingerir cecotrofos diretamente do ânus. A prática permite que aproveitem nutrientes que não foram
digeridos no estômago, provenientes da fermentação do alimento no ceco.
Classificação Filogenética
Classificação filogenética: o coelho é um mamífero da ordem Lagomorpha, gênero Oryctolagus e pertencente à espécie Oryctolagus cuniculus.
A coelha é um animal que possuí um ciclo reprodutivo bem curto podendo cruzar novamente 4 dias após o parto. Todavia, este parto não deve ser
utilizado, pois causará deficiências aos fetos que estão sendo gerados, assim como, aos filhotes que estão sendo amamentados concomitantemente.
Podemos re-acasalar os reprodutores somente após o desmame dos filhotes, o que não deve acontecer antes que a ninhada tenha completado pelo
menos 50 dias de idade. A gestação da coelha dura aproximadamente 30 dias, podendo parir, em média, 8 láparos (filhote do coelho até o desmame)
por parto. Estas características são as responsáveis pela fama do coelho ser um animal extremamente prolífero. Outro fato que chama grande atenção
para esta espécie é a sua grande capacidade de crescimento, atingindo o peso para o abate em aproximadamente 70 dias.
A carne deste animal apresenta um alto valor nutritivo quando comparada com a de outras espécies exploradas zootecnicamente. A carne de coelho
apresenta um alto teor de proteínas e um baixo teor de gorduras.

7 mil coelhos ouvem rádio para aliviar estresse


Música e vozes ajudam no desenvolvimento dos animais
A juntar ao vasto auditório que possui, a Rádio Ansiães, emissora local de Carrazeda de Ansiães, pode gabar-se de ter mais sete mil fieis ouvintes.
São coelhos, é verdade, mas ouvem a Estação, 24 horas por dia, desde que nascem até ao fatídico momento em que rumam aomatadouro.
A história refere-se à cunicultura instalada, há cinco anos, em Riodades, freguesia do município de S. João da Pesqueira. O proprietário, Mário
Osório, explicou que a telefonia contribui essencialmente "para aliviar o stress dos animais", mas também evita que se assustem perante ruídos
exteriores provenientes de automóveis, pessoas, outros animais e até de intempéries. "Como estão acostumados ao som da rádio, os barulhos da
rua não os incomodam, mantendo-os calmos", disse. Mas há mais. O facto de os coelhos ouvirem música e, quase sempre as mesmas vozes,
ajuda-os no desenvolvimento. "Dormem menos e comem mais, crescendo mais depressa", explicou.
A cunicultura tem-se dedicado, basicamente, à produção do chamado "coelho de carne", para consumo. Por ano, saem da exploração, para abate,
cerca de 25 mil animais. Mas, a partir deste ano, vai também produzir as próprias fêmeas reprodutoras. Até agora eram compradas a uma
empresa nacional, mas, de acordo com o proprietário, a encomenda nem sempre oferecia a melhor qualidade. Estas serão obtidas pela
inseminação de coelhas brancas de raça pura, a que Osório chamou de "GP´s".
Todas as progenitoras são de cor branca e de tamanho apreciável. Uma raça que é mais produtiva e tem melhor qualidade de leite para amamentação.
As coelhas são, no entanto, fertilizadas com sémem de coelho preto, o que leva a que alguns descendentes tenham outras cores, como o
cinzento e o castanho, e cuja carne parece ser de melhor qualidade.
Processo reprodutivo
Após terem decorrido 10 dias sobre o nascimento de uma ninhada, é provocado o cio às "coelhas-mãe", através da injecção de uma hormona. Dois
dias depois, uma empresa especializada leva a cabo a inseminação artificial. Passado um mês, dão à luz entre 12 e 16 crias e repete-se o ciclo.
Cada coelha só amamenta 10 crias, independentemente das que pariu. Se o número for superior, as remanescentes são colocadas junto de
progenitoras que tenham gerado menos.
Actividade de risco
A higiene dos animais é muito importante numa cunicultura, seguindo-se os cuidados com a vacinação, que é realizada de seis em seis meses, contra
doenças como a Mixomatose. Por outro lado, o preço da carne de coelho conhece bastantes variações ao longo do ano. De acordo com o
cunicultor, a única coisa boa é que "está sempre garantida a sua venda ao matadouro".
Mário Osório queixa-se de alguns representantes de produtos para coelhos, como medicamentos, os quais, segundo disse, aparecem apenas com o
intuito de venderem sem darem quaisquer garantias. "Quando isto corre mal quem assume as responsabilidades somos nós. Não são eles. Nem
sequer temos seguro para este tipo de actividade", lamenta.
Na exploração, apenas trabalha a família. O dono, a mulher e os filhos. Desempenham funções que, segundo dizem, "dá gosto fazer", embora seja
"muito cansativa". "Não há fins de semana, feriados ou férias. Temos que estar aqui todos os dias", alegam.
Os dejetos dos coelhos são usados como fertilizante para 12 hectares de terra, que a família possui perto da cunicultura, mas também vende para fora.
Tem até muita procura "mas quase o dou de borla. Rende pouco", diz.
Mário Osório lamenta que o sector esteja pouco unido e deseja que, no futuro, se possa enveredar, por exemplo, pelo cooperativismo, como forma de
estarem mais bem preparados para enfrentar as adversidades relacionadas com actividade.

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