Sie sind auf Seite 1von 18

ESCOVA PROGRESSIVA E OS SEUS PRINCIPIOS ATIVOS

1 2
Jossefem Padilha de Oliveira Sena Danielle de Cassia

1 Acadêmica do curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do


Paraná (Curitiba, PR);
2 Tecnologia em Estética – Professora adjunta da Universidade Tuiuti do Paraná.

Endereço para correspondência: Jossefem Padilha de Oliveira Sena,


jossefem.padilha@yahoo.com.br

RESUMO: Existem diversos procedimentos de alisamentos químicos, que proporcionam a


obtenção de cabelos lisos por um curto intervalo de tempo ou por um período prolongado. A
partir de 2003, introduziu-se no Brasil em salões de beleza um novo procedimento de
alisamento capilar, conhecido como escova progressiva. Esse procedimento promete um
alisamento duradouro, em torno de 1 a 4 meses, e é utilizado, em escala crescente, nos
setores de beleza. Existem diversos tipos de escovas progressivas, a maioria delas
apresenta formaldeído na composição química. Neste contexto o objetivo deste trabalho foi
desenvolver uma pesquisa sobre escova progressiva. A metodologia adotada foi a pesquisa
de campo descritiva, feita através de um questionário enviado para dez salões de beleza da
região metropolitana de Curitiba, sobre o tema a fim de reunir informações que possam ser
relevantes aos profissionais e clientes interessados nesse procedimento.

Palavras-chave: escova progressiva, formol, cabelos.


_________________________________________________________________________
ABSTRACT: There are several procedures for chemical hair straightening, which provides
straight hair for a short period of time or for a prolonged period. In recent years, it was
introduced in salons a new Brazilian hair straightening procedure, known as progressive hair
straightening. This smoothing procedure is supposed to last around 1-4 months, and it is
used in an increasing scale in many salons. There are several types of progressive hair
straightening, and most of them frequently present formaldehyde is in the composition. In this
context, the objective of this study was to develop a research concerning chemical hair
straightening. A field survey was made through a questionnaire sent to ten salons in order to
gather information that may be relevant to professionals and clients interested in these
processes.

Keywords: keratin, formaldehyde, hair


__________________________________________________________________________

1
1 INTRODUÇÃO

Os cabelos são considerados de suma importância, pois se trata de um


atributo físico que pode ser facilmente mudado, o que por vezes gera uma
modificação notável no estilo da pessoa1. Os cabelos influenciam a aparência e o
aspecto do rosto. Mas, além dessa função estética, eles também funcionam como
um isolante térmico, protegendo a cabeça das radiações solares2. Os cuidados com
os cabelos são uma preocupação constante para homens e mulheres modernos3.
Desde os tempos mais remotos, a forma e a aparência dos cabelos indicavam se o
indivíduo era um guerreiro, um sacerdote, um rei ou um escravo4. Hoje os cabelos
podem indicar diversas características da personalidade, de suas condições físicas
e/ou do estilo de vida de uma pessoa, tais quais o estado de saúde, o nível de
cuidados pessoais, a autoestima, além das aspirações individuais de elegância,
liberdade (um estilo clássico ou radical) e outros aspectos importantes1.
O presente trabalho tem como objetivo abordar uma das técnicas mais
comuns oferecidas por salões de beleza no país, a Escova Progressiva, técnica
essa utilizada para alisar os cabelos. Busca-se investigar se os profissionais que
realizam esse procedimento são capacitados e se os produtos são eficazes. Como
forma de convalidar os dados e servir de amostra, bem como melhor ilustrar o
estudo, foi realizada uma pesquisa de campo em 10 Salões de Beleza na região
Metropolitana de Curitiba, com um questionário sobre a utilização da Escova
Progressiva.

2 ESTRUTURA DO FIO CABELO

O fio é uma estrutura queratínica, secretada pelo folículo piloso. O folículo


piloso, formado pelo bulbo de uma papila dérmica, produz sem cessar células que,
empilhadas e queratinizadas, dão origem à haste pilar. As paredes do folículo são
constituídas de duas bainhas concêntricas em torno dessa haste, assim formando o
folículo piloso, semelhante a uma glândula cujo produto de secreção, sólido, é o
pelo5.

2
Numa invaginação da epiderme para formar o saco interior, que engloba uma
pequena papila dérmica, forma-se o bulbo capilar6. A formação dessas estruturas
ocorre por um processo similar ao que ocorre na pele: as células da base do folículo
dividem-se e se diferenciam, produzindo a haste capilar, que é dividida em três
partes7. A primeira chama-se córtex, a parte central do fio, responsável pelas
características de elasticidade, resistência e da cor dos fios. É formado por um
conjunto de fibras unidas por uma alta concentração de queratina rica em enxofre e
grãos de melanina. As intervenções químicas mais radicais como alisamentos,
coloração e permanentes, atuam principalmente nessa região, alterando sua
estrutura7. A segunda é a cutícula, a parte externa do fio, de estrutura delicadas,
constituídas fundamentalmente pela queratina, uma proteína elástica e flexível,
presente nos cabelos em estado normal. Sua função principal é proteger o fio. A
cutícula, por ser transparente, permite-nos ver a cor do fio do cabelo7. A terceira
parte é a medula. Os fios de cabelo nascem com medula, mas na medida em que
crescem, esse canal da medula pode estar vazio ou preenchido com queratina
esponjosa7.

2.1 pH – POTENCIAL DE HIDROGÊNIO

O potencial de hidrogênio é usado para determinar o grau de acidez ou


alcalinidade de uma substância. A camada hidrolipídica que protege o cabelo tem
um pH levemente ácido, um valor compreendido entre 4 e 6 na escala do pH. Dessa
forma, todos os produtos que entram em contato com o corpo humano devem ser
neutros ou levemente ácidos. Isso significa que se os cabelos forem lavados com
shampoo alcalino, por exemplo, as escamas se abrem, e eles ficam sem brilho, difícil
de pentear e embaraçados8.

2.2 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO CABELO

Os princípios ativos dos produtos para alisamento de cabelos agem


diretamente sobre a estrutura química do fio. Por esse motivo, há a necessidade de
uma breve descrição de sua estrutura e formação bioquímica9.

3
A maior parte do cabelo é constituída pela proteína denominada queratina. A
queratina, como outras proteínas, é formada por aminoácidos em forma de íons com
cargas positivas e negativas6. Esses aminoácidos podem formar grandes estruturas
poliméricas através de ligações amidas entre o grupo ácido de um aminoácido e o
amido de outro2. Para a queratina ter uma estrutura organizada, modelada e fixa,
formam-se outras ligações químicas adicionais, que se dispõem de três modos: a
formação de pontos de hidrogênio entre cadeias polipeptídios paralelas: são
consideradas fracas, quebram-se com a simples ação da água, porém são
numerosas e significativas para a estabilização da estrutura da proteína10. A
formação de ligações salinas entre as ligações paralelas de ácidos e bases: algumas
cadeias de polipeptídios possuem grupos ácidos e outros básicos, por isso há a
formação de sais (ligações iônicas); essas cadeias são consideradas de força
média. A formação de ligações pelos átomos de enxofre ou dissulfeto, essas
ligações fortes. A insolubilidade da queratina atribui-se à grande quantidade do
aminoácido cistina, este contendo dois grupos amino e dois grupos cabroxilo, por
isso, pode ligar-se a cadeias polipeptídicas paralelas através dos átomos de enxofre.
6,2,10.

A estrutura das cadeias polipeptídicas vai se adaptando em uma forma


helicoidal com 3,7 aminoácidos em cada volta de hélice. Cada volta da hélice está
fixada a outra por ligações de hidrogênio, formando a cerda elementar que, por sua
vez, liga-se à outra cerda de uma forma retorcida pelos átomos de enxofre (ligações
dissulfeto) e por ligações iônicas (salinas). A influência dessas ligações em relação à
estrutura do fio está bem definida, por exemplo: se as ligações dissulfeto se
quebram, o cabelo se debilita, mas não partirá se forem mantidas íntegras as
ligações salinas (iônicas). Da mesma maneira acontece com as ligações salinas, se
forem mantidas as ligações dissulfeto. 6,2.
A forma do cabelo nas diferentes raças não está relacionada a uma estrutura
bioquímica diferente: na verdade, ela é determinada pela forma do folículo piloso.
Por exemplo: no cabelo afro, o folículo piloso encontra-se em forma de espiral,
explicando a forma crespa do cabelo: o folículo dos orientais é completamente reto,
e a haste do cabelo é tesa: já o folículo piloso do caucasiano é intermediário5.

4
2.3 ESCOVA PROGRESSIVA

A escova progressiva é uma técnica de alisamento semelhante a uma escova


definitiva. É muito importante lembrar que os métodos de alisamento não são
registrados pela ANVISA, mas apenas os produtos que são utilizados para tal
procedimento11.
O nome “escova progressiva” vem sendo associado a compostos químicos
tais como: formaldeído, cabocisteína, tioglicolato de amônia. Normalmente quem
busca fazer essa escova submete-se ao procedimento com esses compostos4.
Em geral esses consumidores desconhecem os efeitos do uso inadequado
desses compostos no cabelo, porque não têm preocupação ou porque o profissional
não tem conhecimento suficiente para explicar sua composição. O uso de
formaldeído em concentrações maiores do que o padrão aprovado pela ANVISA é
prejudicial à saúde11 e traz graves riscos à saúde, tais como: irritação, dor e
queimadura na pele, ferimentos nas vias respiratórias e danos irreversíveis aos
olhos e aos cabelos.
As escovas progressivas sem formol estão ganhando espaço nos salões e
sendo cada vez mais procuradas por quem procura tratamentos para alisar o cabelo
sem danificá-lo tanto. Atualmente já existem diversos tipos de escovas progressivas
sem formol que, além de alisar, tratam e deixam os fios saudáveis2. Desde que
a ANVISA limitou a utilização de formol a apenas 0,2%, muitos salões substituíram a
substância por outros conservantes, com efeito, parecido11.
O mais comum é o óxido acetamine, que permite que você saia do salão com
os fios lavados. O princípio ativo é misturado a um creme para agir nos cabelos. É
esse creme que define o nome da escova, que elimina o cheiro forte do formol ou do
óxido acetamide12. Dentre elas destaca-se: escova inteligente, escova de indiana e
escova marroquina. Esses produtos contêm a amônia, substância que, em contato
com os fios, consegue amolecê-los, deixando-os prontos para uma nova
modelagem14. No caso, do alisamento, o líquido neutralizante, indispensável após
qualquer química, possui formulação rica em proteínas, nutrindo o fio e o garantindo
que ele fique macio, brilhante e com balanço natural13.

5
2.4 ALISANTES CAPILARES

Os alisantes capilares são produtos cosméticos que alisam, relaxam,


amaciam ou reduzem o volume dos cabelos, de maneira mais ou menos duradoura,
podendo se apresentar com denominações variadas como: amaciantes, relaxantes,
defrizantes e escovas definitivas6. Esses produtos possuem substâncias que são
irritantes para a pele e, se não utilizados adequadamente, podem causar
queimaduras graves na córnea e no couro cabeludo, quebra dos fios e queda dos
cabelos14.
Os tipos de alisamentos podem ser classificados de acordo com as suas
formulações. As substâncias químicas presentes em alisantes são os hidróxido de
sódio, que é o mais eficiente, mas também o mais agressivo aos cabelos, o
hidróxido de guanidina, que está numa posição intermediária, tanto em relação à
eficiência quanto aos possíveis danos, o tioglicolato de amônio, um sal do ácido
tioglicólico e o menos nocivo aos fios, mas também o que menos alisa, e por fim o
formaldeído, que não é diretamente responsável pelo alisamento, mas, quando
aplicado em presença de calor, promove uma espécie de plastificação nos fios15 .

2.5 PRINCÍPIOS ATIVOS MAIS USADOS NA ESCOVA PROGRESSIVA

Os alisantes à base de hidróxidos metálicos devem conter em sua formulação


uma ou mais das seguintes substâncias: hidróxido de sódio; hidróxido de cálcio;
hidróxido de potássio; hidróxido de lítio; hidróxido de magnésio; hidróxido de
guanidina; entre outros9.
O modo de ação desses produtos pode ser resumido em duas etapas
básicas: A primeira etapa se dá quando se aplica o creme com hidróxidos metálicos
sobre os cabelos, o seu pH (pH 12 a 13) faz com que as ligações iônicas (salinas) se
quebrem, deixando o cabelo maleável e pronto para ser alisado. No entanto, com o
pH tão alto, algumas ligações fortes (dissulfeto) são rompidas, por isso eles se
tornam mais agressivos. Na segunda etapa, após a ação do hidróxido, um produto
neutralizante ácido é aplicado9. O neutralizante tem a função de restabelecer o pH

6
para a faixa ácida natural dos cabelos, refazendo as ligações iônicas (salinas) para
que assumam a nova forma (alisado). Como esse tipo de neutralizante só
restabelece as ligações iônicas e de uma forma incompleta, os cabelos tornam-se
frágeis porque as ligações dissulfeto continuam abertas9. A seguir, aprofundemos
um pouco mais a particularidade desses princípios ativos.
Hidróxido de sódio ou, popularmente, soda cáustica, é o composto químico de
fórmula química NaOH. É uma base metálica (do metal alcalino sódio) cáustica15.
Age no fio do cabelo, transformando as ligações dissulfídicas da cistina em ligações
de lantiolina3. Essa classe de produtos, na maioria das vezes, não apresenta odor
forte e não requer neutralização. O hidróxido de sódio é compatível com ele mesmo
e com outros produtos à base de hidróxido de magnésio e cálcio. Como pertence à
mesma família de hidróxidos, sua compatibilidade com outros tipos de hidróxidos
deve ser feita mediante avaliação do estado dos fios. São produtos alcalinos, pH 13,
e uma lixívia cáustica que pode danificar os cabelos, produzindo queimaduras no
couro cabeludo e até mesmo cegueira, caso atinja os olhos. São restritos ao uso por
profissionais; produz um alisamento químico permanente e de eficiência máxima9.
O hidróxido de lítio Hidróxido de lítio (LiOH) é um corrosivo hidróxido alcalino.
É um sólido branco cristalino higroscópico7. É solúvel em água e levemente solúvel
em etanol7. É encontrado comercialmente na forma anidra, ou como mono hidrato.
Hidróxido de lítio pode ser produzido pela dissolução do lítio ou do óxido de lítio em
água. Age de forma semelhante ao sódio, porém, de forma mais lenta e suave.
Infelizmente não apresenta a mesma versatilidade do cálcio, mas, quando usado em
concentrações baixas e por um bom profissional, pode-se relaxar um cabelo
mechado, ou mesmo descolorido, desde que se tenha um bom conhecimento de
diagnóstico do fio, técnica de aplicação e um cabelo bem cuidado6. Neste caso, em
especial, a base cremosa, à qual o hidróxido de lítio está incorporado, deve ser
bastante emoliente e hidratante para suprir as deficiências do fio e controlar um
pouco a ação do lítio sobre o cabelo já enfraquecido. Deve-se levar em conta que,
se o fio já está muito poroso, o que poderemos conseguir será apenas alinhá-los um
pouco, acalmando as madeixas, e assim proporcionar mais brilho e um aspecto
saudável6.
O tioglicolato de amônia é um ativo químico obtido pela reação entre o ácido
tioglicólico e a amônia7. Ele age no córtex, quebrando as cadeias de cistina que

7
compõem a fibra capilar, deixando o fio maleável, para ser moldado como desejar.
Tem PH alcalino em torno de 9 e necessita neutralização, feita comumente com
peróxido de hidrogênio. Seu pH elevado (de 9 a 9,5) é que abre o caminho. A fibra
se expande e, com o aumento de volume, as escamas da cutícula são abertas.
Estas se soltam, facilitando a entrada do alisante. Ele quebra as ligações de cistina e
a reação só é finalizada com a neutralização. Então as pontes são restabelecidas e
a estrutura do fio, alterada definitivamente. Ressalta-se que o tioglicolato apresenta
moléculas maiores que os hidróxidos7, por isso, tem menos força para agir na
cistina, ou seja, alisa menos. É que o agente oferece menor perda de proteínas e
não retira água da fibra, como acontece com os hidróxidos16. A carbocisteína,
derivada de um aminoácido (parte da proteína) chamado L-cisteína, confere força e
resistência aos fios, reparando as fibras capilares devido a sua alta bioafinidade com
os fios. Por apresentar uma estrutura molecular menor, penetra no córtex e forma
ligações fundamentais para reforçar sua estrutura. Essas ligações são responsáveis
pelas ondas que aparecem nos cabelos e permite ao cabeleireiro moldá-lo. A
cabocisteína sozinha não alisa, por isso é necessária sua associação a uma cadeia
de aminoácidos, que são moléculas de baixo peso e que atuam agentes de retenção
de moléculas de água17.
O ácido glioxílico ou formilfórmico é um ácido orgânico de fórmula OHC-
COOH, e é o mais simples dos ácidos-aldeídos. Consiste numa forma modificada do
ciclo dos ácidos tri carboxílica que ocorre na maioria das plantas e microorganismos,
mas não nos animais superiores. Esse ácido libera substâncias (aldeídos) que
promovem a quebra das pontes de cistina. Por ter um pH alto, quando aplicado ao
cabelo, dilata as cutículas, permitindo assim a entrado do ativo alisante, para que ele
possa agir no interior do fio, ou seja, no córtex. Esse ativo oferece variação no seu
poder de alisamento conforme a quantidade utilizada. Pode ser usado em
concentração de 1% a 20% e o resultado também depende do cabelo17 .
Gomes ressalta que:

Os alisamentos estão entre os processos químicos mais agressivos ao


cabelo, principalmente se forem feitos com produtos a base de hidróxido de
sódio. Os cosméticos usados para manutenção de cabelos alisados são
shampoo, condicionador e máscara de tratamento intensivo contendo
proteínas e aminoácidos. O processo de alisamento diminui a resistência do
cabelo, por isso é fundamental usar produtos contendo ceramidas,
aminoácidos e poliquatermiuns, que possuem a função de fortalecimento
dos fios.

8
O mecanismo do processo de alisamento depende dos constituintes químicos
do produto utilizado.

2.6 FORMOL

O formol, também conhecido como formaldeído, é um composto orgânico


pertencente ao grupo dos aldeídos. Sua fórmula molecular é CH2O e sua
nomenclatura oficial é metanol. Sua principal utilização é como conservante de
cadáveres e peças de cadáveres, mas também é usado como preservador na
borracha, adesivos, gelatinas e sucos, produção de alguns produtos químicos,
confecção de seda artificial, vidros, espelhos, corantes e explosivos18.
O formol é uma solução de formaldeído, matéria-prima com uso permitido em
cosméticos nas funções de conservantes (limite máximo de uso permitido 0,2%),
(RESOLUÇÃO ANVISA, 162/01) e como agente endurecedor de unhas (limite
máximo de uso permitido 5%) (RESOLUÇÃO ANVISA RDC n° 21505).
O uso dessa solução em alisantes resulta em graves riscos à saúde, tais
como: irritação, dor e queimadura na pele, ferimentos nas vias respiratórias e danos
irreversíveis aos olhos e aos cabelos18.
Em 2001, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 162 publicou a lista
de substâncias de ação conservante permitidas para produtos de higiene pessoal,
cosméticos e perfumes restringindo a porcentagem do formol nas misturas. Em
junho de 2009 foi publicada a Resolução RDC n°36, que proíbe a comercialização
do formol em estabelecimentos como drogarias, farmácias, supermercados e lojas
de conveniências. A finalidade desta Resolução é restringir o acesso da população
ao formol, coibindo o desvio de uso do formol como alisante capilar e protegendo a
saúde de profissionais cabeleireiros e dos consumidores. Já a RDC n°58, de
novembro de 2009, elenca as substâncias de ação conservante permitidas para
produtos de limpeza17.
O formol é considerado cancerígeno pela Organização Mundial de Saúde
(OMS). Quando absorvido pelo organismo por inalação e, principalmente, pela
exposição prolongada, apresenta como risco o aparecimento de câncer na boca, nas

9
narinas, no pulmão, no sangue e na cabeça11 .
2.6.1 RISCOS DO FORMOL

As reações tóxicas do uso do formol podem se dar no contato com a pele e


olhos, causando irritação, vermelhidão, dor, lacrimação e visão embaçada. Altas
concentrações causam danos irreversíveis; se inalado, por exemplo, pode causar
câncer no aparelho respiratório. Outros sintomas são dor de garganta, irritação do
nariz, tosse, diminuição da frequência respiratória, irritação e sensibilização do trato
respiratório. Pode ainda ocasionar graves ferimentos nas vias respiratórias, levando
ao edema pulmonar e à pneumonia. Fatal em altas concentrações. No caso de
exposição crônica, é possível que o indivíduo desenvolva hipersensibilidade,
levando às dermatites. O contato repetido ou prolongado pode causar reação
alérgica, debilitação da visão e aumento do fígado. No caso da escova progressiva,
dependendo da concentração do formol, pode ainda causar acentuada queda
capilar.

3. METODOLOGIA

Essa pesquisa foi realizada através de questionário descritivo e qualitativo


com a análise das perguntas abertas sobre a utilização da escova progressiva nos
salões de beleza.
Os questionários foram entregues em mãos aos responsáveis técnicos de 10
salões de Beleza da Região Metropolitana de Curitiba. No qual foram feitas 7
perguntas sobre o assunto. Esses salões estão localizados nos bairros do município
de Colombo e são frequentados por clientes de classe média baixa. Essa pesquisa
foi feita no mês de outubro de 2012.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para coleta de dados foi realizada uma pesquisa de campo com 10 Salões de

10
Beleza na região metropolitana de Curitiba, com o objetivo de descobrir quais os
produtos mais utilizados na escova progressiva e todos os questionários foram
respondidos por esses salões.
Figura 1 – Gráfico da utilização da escova progressiva com formol

Fonte: O Autor

Nas escovas progressivas, 70% informaram que não utilizam a escova com
formol, optando por outros princípios ativos para realização da escova progressiva,
porém 30% utilizam a escova com formol, alegando que o produto atende aos
padrões estabelecidos pela ANVISA.

Figura 2 –Gráfico dos tipos de Escova

Fonte: O Autor

O salões oferecem para os clientes 3 tipos de escovas progressivas, sendo as

11
mais utilizadas a escova marroquina, chocolate e inteligentes. Segundo os
profissionais, desde que a ANVISA limitou a utilização de formol a apenas 0,2%, os
salões foram condicionados a substituir o formol por outros conservantes, com
efeito, parecido. Desta forma 50% utilizam a escova inteligente, que é composta de
queratina líquida, proteínas, minerais e o formol a 0,2%. 30% utilizam a escova
marroquina, que é composta de argila branca, óleo de cacau do Marrocos e formol a
0,2%. Os 20% restantes utilizam a escova de chocolate, que é composta de
queratina líquida, proteína da seda, extrato de cacau, cafeína, ácidos graxos e, às
vezes, formol a 0,2%. Observa-se que nessas escovas - embora os profissionais e a
mídia aleguem que não utilizam o formol em sua composição química - há sim o
formol, porém conforme os padrões estabelecidos pela ANVISA, o que evita maiores
danos à saúde.

Figura 3 – Gráfico do perfil dos clientes

Fonte: O Autor

O tipo de cabelo dos clientes que fazem a escova progressiva seguem a


seguinte proporção: 70% têm cabelos crespos, e 30% cabelos lisos. Segundo os
profissionais, os clientes de cabelos crespos ainda são maioria, pois a moda atual é
ter cabelos lisos e para se enquadrarem nos padrões de beleza as clientes de
cabelos crespos são as maiores adeptas às escovas progressivas. E as clientes de
cabelos lisos que fazem a escova progressiva são clientes que querem deixar seus
cabelos mais hidratados e com brilho. Observa-se que se as clientes de cabelos
lisos fossem mais bem informadas, não submeteriam seus cabelos à escova

12
progressiva, e sim a uma hidratação.

Figura 4 – Gráfico da preocupação do cliente

Fonte: O Autor

A preocupação em saber se o produto utilizado tem formol é uma realidade


para 70% dos clientes, provavelmente devido a tantas reportagens na mídia sobre o
assunto. Por esse motivo já chegam ao salão com o objetivo de fazer a escova
progressiva inteligente, chocolate e marroquina. Porém 30% não fazem qualquer
pergunta sobre o produto utilizado e se mostram preocupadas apenas com o
resultado final.

Figura 5 – Gráfico da satisfação do cliente

Fonte: O Autor

Ressalta-se que 80% ficam totalmente satisfeitas com o resultado, pois

13
quando fazem a escova progressiva, saem do salão com os cabelos realmente lisos;
já 20% das que não ficam satisfeitas pertencem ao grupo de clientes que já tem os
cabelos lisos e a diferença não fica tão visível.

Figura 6 – Gráfico da duração da Escova Progressiva

Fonte: O Autor

Ressalta-se que 90% dos profissionais informam aos clientes o tempo de


duração das escovas e a possibilidade de fazer novamente após o período indicado,
porém 10% só informam se a cliente perguntar.

Figura 7 – Gráfico sobre a existência de escova sem formol

Fonte: O Autor

De todos os respondentes, 80% afirmam que não existe escova progressiva

14
sem formol, pois somente o creme não alisa o cabelo. Os 20% que afirmaram não
existir o formol nas escovas progressivas são profissionais que não conhecem os
produtos que estão usando e não estão qualificados para realizar esse
procedimento.
Através da pesquisa realizada, constatou-se que tantos os profissionais como
os clientes não têm a preocupação e nem o conhecimento necessários no que diz
respeito aos princípios ativos utilizados nas escovas progressivas. Os clientes estão
preocupados com a estética e os profissionais nos lucros e benefícios pessoais que
esse procedimento pode trazer. Os profissionais compram e oferecem os produtos,
mas não se preocupam se estão registrados na ANVISA e se são legais. Já os
clientes fazem perguntas sobre o produto, porém, não investigam se realmente a
resposta dos profissionais é verdadeira.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No mercado há uma grande evolução em relação a produtos estéticos e


especificamente aos produtos relacionados à escova progressiva. Graças às
tecnologias envolvidas, os resultados dos alisamentos são eficazes e satisfatórios
aos clientes, no entanto a presente pesquisa detectou que os profissionais
responsáveis por realizar o procedimento não acompanham essa evolução, fazendo
seu trabalho apenas com informações trazidas nos rótulos dos produtos ou das
explicações dos representantes que vendem os produtos. Já os clientes estão
sempre envolvidos e condicionados apenas aos resultados do processo, sem se
preocupar com os riscos à saúde.
Portanto, foi percebido, com base na fundamentação teórica e na pesquisa de
campo, que há a urgente necessidade de o profissional da área se informar sobre o
produto que está sendo utilizado, quais são as vantagens e as desvantagens que
podem advir após o procedimento, qual a procedência dos produtos utilizados.
Obviamente, isso deve ser feito sempre antes de se realizar qualquer processo
químico no cabelo do (a) cliente.
Cabe a nós, tecnólogas em Estética, supervisionar os salões e centros de
beleza, para que os procedimentos sejam devidamente realizados e os

15
componentes químicos corretamente aplicados, assim garantimos a procedência do
produto e a correta finalização do resultado.

6. AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado forças para realizar este
trabalho, aos meus pais pelo apoio, a todos os professores envolvidos em meu
desenvolvimento.

7. ANEXOS

QUESTIONÁRIO – ESCOVA PROGRESSIVA

1. Vocês utilizam o formol para a Escova Progressiva?


( ) sim ( ) não

2. Quais os tipos de Escova Progressiva que o Salão oferece para seus clientes?
( ) inteligente ( ) marroquina ( ) chocolate

3. Qual o perfil dos clientes que fazem a Escova Progressiva?


( ) crespos ( ) lisos

4. Os clientes que vão fazer a Escova Progressiva perguntam se tem formol?


( ) sim ( ) não

5. Ao fazer a Escova Progressiva os clientes ficam satisfeitos?


( ) sim ( ) não

6. Vocês informam aos clientes o tempo de duração da Escova Progressiva?


( ) sim ( ) não

7. Existe Escova Progressiva sem formol:


( ) sim ( ) não

Obrigada pela Colaboração.

16
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BOLDUC, CHANTAL; SHAPIRO, Jerris (Paris). Hair Care Products: Waving.


Straightening. Conditioning. And Coloring. Clinics In Dermatology. Disponível
em: <http://www.sciencedirect.com/>. Acesso em 25 de agosto de 2012.

2. GOMES, A. L., O uso da tecnologia cosmética no trabalho do profissional


cabeleireiro, 3ª Ed. Ed. SENAC, 2008.

3. ARCANGELI, C. Beleza a Vida Inteira. 3ª Ed. São Paulo, 2002.

4. PRUNEIRAS, M. Manual de cosmetologia dermatológica. 2ª Ed. São


Paulo, 1994.

5. FAGUNDES, L. Detetive da Beleza. Formação do Profissional de Beleza.


Curitiba: Allacriativa, 2008.

6. WILKINSON, J. B.; MOORE, R. J. Cosmetoloiga de Harry. Madri: Edicines


Diza de Santos, 1990.
7. ARAÚJO, N. C. de. Resposta Técnica. Minas Gerais, 2005.

8. RAMOS, Wagner. Revolução das escovas. Cabelos e Cia. N.128, p. 124.


out. 2006

9. ROMANOWSKI, P. SCHUELLER, R. Iniciação a química cosmética. São


Paulo: Tecnopress, 2001.

10. PEYREFITTE, G. M. M-Claude; C. M. Estética-Cosmética: cosmetologia,


biologia geral, biologia da pele. São Paulo: Andrei 1998

11. ANVISA. Alisamentos. Folheto explicativo. Disponível em

17
www.anvisa.org.br>, acessado dia 10/07/12.

12. DRAELOS, Z.D. Cosméticos em dermatologia. Rio de Janeiro: Revinter,


1999.

13. CORAZZA, S. Cabelo Afro-étnico, alisamento & relaxamento – II parte,


disponível em:
HTTP://www.belezainteligente.combr/site/modules.php?name=Conteudo&pid
e=176,acesso em 20/08/2012.

14. ANDERSON, S.G. Cabelo e Tintura. www.revistasp.org.São Paulo, 2006,


disponível em:
http://www.restasp.orgindex.phpoption=com_content&tas=view&id=16&itemid
=53, acesso em 25 de agosto de 2012

15. VALCINIR B. Escova progressiva e alisamentos. Cosmetics & Toiletries.


2008;20(2):36.

16. PINHEIRO, A. O formol no processo de alisamentos dos cabelos.


Cosmetics & Toiletries, (Ed Port) v. 16, p. 40, 2004.

17. Perguntas Frequentes disponível em


http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/perguntas_formol_03_08_11.pdf

18. RIBEIRO, C. Cosmetologia aplica a dermoestética. São Paulo: Ed.


Pharmabooks, 2010.

18

Das könnte Ihnen auch gefallen