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felicidade
Nietzsche viu a mera busca da felicidade, aqui definida como aquilo que dá prazer,
como um desperdício sem graça da vida humana. Declarando: “ A humanidade
não se esforça para a felicidade; apenas o inglês o faz”, fazendo referência a
filosofia inglesa do utilitarismo, e seu foco na felicidade total.
Amor Fati
é amor pela vida como ela é. Esse conceito de Nietzsche veio para
combater principalmente a filosofia idealista de Platão. Esse, que foi um
grande pensador, apresenta a ideia de que existe o mundo sensível –
esse que percebemos com os nossos sentidos – e o mundo inteligível – o
mundo ideal, que só acessamos através do pensamento racional, das
ideias. Para Platão, o mundo perfeito é o ideal, onde está a verdadeira
essência das coisas, nossa alma, e o mundo em que vivemos, o do
corpo, é um rascunho, uma cópia mal feita do ideal. Tudo o que
sentimos com o corpo não pode ser confiável, já que os sentidos sempre
nos pregam peças!
Para Nietzsche, esse é um grande erro. O Amor Fati diz respeito a isso,
ou seja, amar a vida, as pessoas, o mundo, como eles são. Porque se
você ama um ideal – de marido, por exemplo -, você sempre,
invariavelmente, estará frustrado – o que não é uma vida boa. Você ama
um marido que lhe manda flores e seu marido não manda; você, então,
ama um ideal
Então, o Amor Fati faz mais sentido: ame sua vida como ela é e, para
isso, torne sua vida como quer que ela seja. E Nietzsche deixa claro que
isso tem a ver com a forma como VOCÊ quer que ela seja. Só você sabe
o que torna um momento digno de eternidade para você. Esses
momentos geralmente são do cotidiano, do dia a dia. Não se trata de
grandes feitos e grandes alegrias. Essas são exceção. Trata-se daquilo
que realmente compõe nossa vida: o dia a dia comum, na simplicidade
das coisas, porque não há como nossa vida ser somente composta de
prêmios, casamentos, nascimentos, etc.
niilismo
Em Nietzsche o termo niilismo é tido como perda de valores, perda de sentido. Por isso
podemos analisar diversas formas de vivencia do niilismo, das quais destacamos três: o
niilismo passivo, o niilismo reativo e o niilismo ativo.
Niilismo passivo é a negação como qualidade da vontade de poder, uma ficção de valores
superiores assumidos pela vida, uma vontade de nada expresso nos valores superiores.
Nega-se a vida em prol de valores superiores. No querer alcançar um valor superior futuro
ocorre à negação da vida. É quando se nega a vida em razão de algo que pode se ter
futuramente.
O Niilismo reativo é justamente uma reação a esses valores superiores que são
apresentados e contra esse mundo suprassensível. Descarta-se esses valores superiores,
nega-lhes a validade, a existência. Se com o niilismo passivo tínhamos um desprezo da vida
pelo desejo dos valores superiores, no niilismo reativo temos a negação desses valores
absolutos. O niilista reativo nega a Deus, bem como todas as formas do suprassensível: não
existe o verdadeiro, Deus morreu. “Conta-se também que no mesmo dia o homem louco
irrompeu em várias igrejas, e em cada uma entoou o seu Requien aeternam deo. Levado
para fora e interrogado, limitava-se a responder: ‘o que são ainda essas igrejas, se não os
mausoléus e túmulos de Deus?” (NIETZSCHE, GC, § 125 p. 148.)
O niilismo ativo é expresso pela força, um niilismo de luta e distinção. É assumir a vida com
todas as suas dimensões sem buscar algo que seja superior a si e sem perder a vontade de
viver.
Domínio da religião
A relação homem-natureza, nos primórdios da humanidade não era tão fácil como vemos
hoje. Para os primeiros homens ela permanecia um mistério impenetrável, pois que
“naqueles tempos nada se sabia sobre as leis da natureza;
É exatamente para isso que surge a religião: uma espécie de mágica que pode dominar e
driblar as monstruosidades da natureza.
A raça humana está a todo momento desesperada para libertar-se de todo sofrimento e,
quando encontra meios para superá-los, abraça os até mesmo cegamente. Uma das
possibilidades para libertar-se será a busca da raiz do problema tentando saná-lo. Agindo
desta forma o indivíduo não só se tornará mais forte, mas descobridor de suas limitações e,
ao mesmo tempo, da sua força em superá-las. Contudo, o caminho proposto pela religião
não é esse: ela propõe uma forma de ressignificação do sofrimento: “A religião e a arte (e
também a filosofia metafísica) se esforçam em produzir a mudança da sensibilidade, em
parte alternando nosso juízo sobre os acontecimentos (…), em parte despertando prazer na
dor
Com isso, a religião não supera o sofrimento, muito menos faz com que o homem evolua,
ela apenas os engana.