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Wilmar Weigert(1)
Engenheiro Químico - Superintendente de Desenvolvimento - SANEPAR
com 22 anos de trabalhos na Área Operacional, Pesquisa e
Desenvolvimento da SANEPAR.
Carlos Antonio Rattmann
Técnico Químico com 18 anos de trabalho na Área Operacional da
SANEPAR
RESUMO
A formação destas incrustações e da “água suja”, está intimamente ligada a dois fatores principais:
a) A presença de metais, principalmente o Ferro e o Manganês na água produzida, resultando
em pós precipitação, ocorrendo reações secundárias,
b) A correção do pH da água tratada.
O presente trabalho, relaciona os fatores acima citados, com a formação de tubérculos
“água suja” e principalmente demonstra que com a utilização de Orto -Polifosfatos na água
potável, pode-se promover a redução/eliminação da água suja, bem como efetuar a
remoção de incrustações na rede de distribuição. Isto somente sendo possível em função da
capacidade que o Orto -Polifosfato possue em Quelar (sequestrar) íons metálicos e
estabilizar uma água.
O trabalho apresenta os estudos realizados em escala piloto, a metodologia de aplicação e
controle, bem como os resultados obtidos em escala real do uso de Orto-Polifosfato no
sistema de abastecimento de água de Curitiba.
Já no 3o mês da aplicação do Orto-Polifosfato os resultados obtidos, foram: redução do
índice de reclamações dos clientes relativos a “água suja”/”água vermelha”, superiores a 90
%; ocorreu uma redução bastante significativa do volume de água gasto em descargas de
rede, redução do consumo de cloro e cal superior a 25 %, e o Índice de Qualidade da Água
Produzida e Distribuída, foi o melhor dos últimos 5 anos.
O trabalho apresenta como conclusão geral, que a utilização de Orto-Polifosfato, traz uma
série de benefícios à operação de um Sistema de Abastecimento de Água e que o custo-
benefício de sua utilização demonstra a viabilidade econômica de seu uso.
Para cada caso uma análise completa da água específica envolvida deve ser feita para prever a
formação de incrustações considerando principalmente as possíveis reações secundárias, como
a dos precipitados ferrosos coloidais, que resultam nas reclamações dos usuários quanto a
“água vermelha”.
A grande maioria dos sistemas de abastecimento de água no Brasil, utilizam como regra geral a
correção do pH da água tratada, baseada no índice de Langelier, e não consideram as reações
secundárias, resultando em redes de distribuição altamente incrustadas e “água suja”, “água
vermelha”.
Durante muitos anos o pH da água distribuída em Curitiba, foi baseado no Índice de Langelier
foi de 8,8. A água produzida apresentava teores de metais rigorosamente dentro do padrão de
potabilidade, com teores de Ferro inferiores a 0,2 mg/l e Manganês a 0,05 mg/l. A rede de
distribuição apresentava um grau de incrustação elevado e ocorriam inúmeras reclamações por
parte dos clientes quanto a “água suja”/ “água vermelha”.
Estes fatos que estavam ocorrendo eram perfeitamente explicáveis, o que não tinha explicação
lógica eram as reclamações de clientes em bairros, onde as adutoras são cimentadas e a malha
de distribuição de PVC , ligadas diretamente a produção.
Com o intuito de avaliarmos a existência de reações secundárias, foi implantado nas ETAs
monitoramento de 48 horas que, consistia basicamente em coletar uma amostra de água tratada
e analisar cor e turbidez a cada 12 horas. Já nos primeiros testes, a cor iniciava dentro do
padrão de potabilidade e em 48 horas, estava totalmente fora do padrão. A turbidez
praticamente não alterava.
Para comprovarmos que realmente estavam ocorrendo reações Químicas secundárias, partimos
para outro projeto piloto que consistia em uma caixa d’água impermeabilizada com tinta a base
epoxi, onde se fez passar água produzida na ETA Iguaçu, a baixa velocidade. Na verdade
simulamos as condições de tempo na rede de distribuição
Desta forma concluiu-se que finalmente estavam ocorrendo reações Químicas secundárias.
Os metais que estão presentes na água in-natura, possivelmente e fortemente complexados com
os compostos humicos, são muito solúveis e difíceis de serem removidos por processos
convencionais de tratamento. Após a filtração e aplicação de Cloro, este oxida a Matéria
Orgânica liberando e oxidando os metais, principalmente o Ferro e o Manganês. Esses metais
O USO DO ORTO-POLIFOSFATO
Neste sentido, como vimos anteriormente, a grande maioria dos Sistemas de Abastecimento de
Água, utiliza técnicas convencionais de tratamento/correção de pH desconsidera totalmente os
efeitos das reações secundárias, resultando em águas que apresentam no sistema distribuidor
colorações que são rejeitados pelo consumidor, bem como ocorre formação de grande
quantidade de deposição (incrustação) na rede de distribuição.
Para se evitar os inconvenientes acima citados, ou seja inibir as reações secundárias e formação
de incrustações bem como remoção das incrustações existentes, produtos a base de Orto-
Polifosfato podem ser utilizados, uma vez que , estes apresentam as seguintes características:
0 0
Pp 0 P
P
0 0 0 0
0 0 Fe Fe 0 0
P P
0 0
0 0
P 0 P
0 O
a) PROJETO PILOTO
O projeto piloto, para avaliação do uso de Orto-Polifosfato foi construído junto à Estação de
Tratamento de Água Iguaçú e basicamente foi constituído de duas caixas d’água de 1000 litros
cada, impermeabilizadas com tinta a base de epoxi.
Na caixa n° 1, foram acoplados 3 metros de tubo de Ferro fundido DN 75, retirado do sistema
distribuidor e totalmente incrustados, pelos quais se fez passar a água produzida na estação, a
baixa velocidade e adequada circulação na caixa.
Junto a estas redes foi instalado sistema de dosagem de Orto-Polifosfato. Da mesma forma, se
fez passar a água produzida na estação pelos dois tubos, a baixa velocidade e com adequada
circulação na caixa, aplicando uma dosagem de 5,0 mg/l de Orto-Polifosfato.
Antes de iniciar o projeto as caixas e as redes foram filmadas. Os pilotos ficaram em operação
por 90 dias, sendo filmado a cada 30 dias.
No primeiro piloto, onde a água não continha adição de Orto -Polifosfato, o tubo acoplado a
caixa apresentou visível piora de depósitos, ocorreu a formação de depósito marrom-
avermelhado no fundo da caixa e a água que circulou pela caixa apresentou em média um teor
de metais inferior a 0,05 ppm.
CONCLUSÃO
A metodologia de aplicação deve incluir: agitador mecânico com eixo e hélice de aço
inoxidável, tanques para dissolução e armazenagem revestidos de fibra de vidro e dosador
contínuo em fibra de vidro ou aço inoxidável.
Recolocar os tubos no lugar, tomando o cuidado para não alterar as condições dos
tubérculos;
RESULTADOS OPERACIONAIS
Já nos primeiros meses de aplicação, os seguintes dados foram observados, com relação a
situação da qualidade da água distribuída, onde dois indicadores mostram a significativa
melhora.
O primeiro indicador é de caráter externo, onde a resposta vem do cliente. Após a aplicação
do Orto-Polifosfato detectamos considerável diminuição do número de reclamações, passando
de 578 em Novembro, para 178 em Dezembro, 72 em Janeiro, 88 em Fevereiro, 119 em
Março, 100 em Abril e 59 no mês de Maio . Podemos observar, esses dados na Figura no 1 de
Reclamações de Qualidade da Água - RQA.
600
578
Número de Reclamações
500
370
400
292
300
229
200
178 119
72 88 100
59
100
0
Ago/96 Set/96 Out/96 Nov/96 Dez/96 Jan/97 Fev/97 Mar/97 Abr/97 Mai/97
100
90,04 90,24
88,99 90,06
90
84,64
80
83,12
70
61,8
60
58,96
49,27
50
48,92
46,43
40
30
20
10
0
Fev/97
Jan/97
Set/96
Ago/96
Mar/97
Mai/97
Jul/96
Nov/96
Dez/96
Abr/97
Out/96
.
Na seqüência, apresentamos os resultados das análises de Ferro no Sistema Produtor e Sistema
Distribuidor, onde se constata teores de Ferro bastante superiores no Sistema Distribuidor,
comparados aos valores encontrados no Sistema Produtor, demonstrando a remoção gradativa
das incrustações, conforme demonstra Figura no 1. Fato este que pode ser comprovado através
das Figuras/Fotografias no 1 e 2 também na seqüência, sendo a Figura/Fotografia no 1 antes da
aplicação do produto e a Figura/Fotografia no 2 após 3 meses de seu uso.
FIGURA/FOTOGRAFIA No 1. FIGURA/FOTOGRAFIA N o 2.
CONCLUSÃO
Com base em todos esses resultados até agora demonstrado podemos concluir que a aplicação
de Orto -Polifosfato traz uma série de benefícios a operação de um sistema de abastecimento de
água e o custo/benefício de sua utilização demonstra a viabilidade econômica de seu uso.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS