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CAMINHOS PARA A PRODUÇÃO DE SÉRIES - OUTUBRO/2017

POR JONAS BRANDÃO


QUEM SOU EU

Olá! Sou o Jonas Brandão.

Sou um dos proprietários do Split Studio, uma produtora de


animação e games em São Paulo. Além disso, sou animador,
roteirista, produtor e diretor, e estou muito envolvido na
produção de séries de animação.

Sou formado em Imagem e Som, pela UFSCar, e trabalho


com animação desde 2006. Passei pela National Film Board
of Canada em 2007, fui professor da Universidade Anhembi
Morumbi por 5 anos e, pela Split, dirigi mais de 400 jogos
educativos, muitos comerciais, clipes, curtas e séries de TV,
como a atual temporada de “Turma da Mônica”, que está
passando no Cartoon Network (a qual tive o prazer de
escrever e dirigir todos os episódios), e a série “Que corpo é
esse?”, do canal Futura.

Atualmente estou dirigindo a minha primeira série como


criador, “Wee Boom”, para o Boomerang Latin America.
CONHEÇA O SPLIT STUDIO

O Split Studio foi fundado em 2009 por 4 ● Entre 2015 e 2017, o estúdio produziu mais
profissionais da área de game e animação de 1.000 minutos de animação 2D para TV,
(profissionais e fans!), em busca de desenvolver e cinema e games;
produzir conteúdos em animação atraentes e
divertidos, em qualquer mídia que possa comportar ● Espaço físico de cerca de 600m², muito bem
nossas histórias. localizado na cidade de São Paulo;

Ao logo dos anos, a Split se tornou uma das maiores ● Cerca de 55 colaboradores muito talentosos
e principais empresas de animação 2D no Brasil, participam das atividades no estúdios, seja na
produzindo conteúdo original e provendo serviços área de produção, animação, arte,
para o mercado, seja em trabalhos para TV, longas, storyboard, tecnologia e games.
web, ou plataformas interativas como aplicativos e
jogos.

Yeaaah!!! :)
CLIQUE NA IMAGEM E CONHEÇA
O TRABALHO DO SPLIT STUDIO
ESTA APRESENTAÇÃO

Fazer séries de TV em animação é algo cada vez mais Felizmente, existem muitos cursos e livros dedicados a
comum no Brasil. É uma área que tem crescido ensinar animação, facilitando a iniciação de novos
muito. No entanto, nem sempre foi assim. profissionais e o aprimoramento técnico. Porém,
aprender sobre o mercado é um processo empírico. As
Vivemos um ótimo momento, graças aos esforços leis, tecnologia e o mercado mudam muito rápido, e
combinados do governo, da iniciativa privada e materiais de referência que expliquem e ensinem como
sobretudo de nós, animadores e profissionais da área, funciona o mercado de série de TV no Brasil são raros.
que sempre batalhamos muito nesses 100 anos de
animação no Brasil. É por isso que compartilho com você um resumo de todo
o conhecimento que adquiri sobre o mercado de séries
Fazer animação não é algo fácil. Nossa profissão de TV nos últimos 7 anos. Espero que este guia lhe seja
parece mágica, mas dar vida a personagens e criar útil e que você. Informação é um bem universal, e para
histórias exige muito esforço, entrega e paixão, que termos um mercado forte e saudável, é necessário nos
frequentemente nos põe a trabalhar por 10, 12 horas, juntarmos e nos ajudarmos. Espero que você também
às vezes atravessando a madrugada. Como um todo, possa dividir com outras pessoas suas experiências e
é uma tarefa muito árdua e difícil. Difícil não apenas conhecimento adquiridos no futuro. :)
pelo processo, que é bastante artesanal e lento, mas
também pela dificuldade de formação e acesso a Por fim, sinta-se livre para compartilhar este material
informação. por aí. Esta apresentação foi feita para isso mesmo. \o/
AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer ao BAF, Brasília Animation Agradeço aos amigos Victor Canela, Toco Alves, Henrique
Festival, que me convidou para apresentar um painel Lira e Roger Keesse, pelas intermináveis parcerias,
sobre os assuntos tratados aqui e que me motivou a companheiros de tantos projetos, madrugadas à fio e
registrar essa apresentação. Fernando Gutierrez, risadas.
Fernando Nisio e companhia, vocês são verdadeiros
heróis! A todos os colaboradores da Split. Vocês fazem a mágica
acontecer!
O Cesar Coelho e o Anima Mundi gentilmente me
autorizaram a compartilhar alguns dados levantados, A minha namorada e família, e, por fim, a todos os
e a eles agradeço não só por isso, mas também por animadores e profissionais da área no Brasil. É
tudo que já fizeram pela animação brasileira. importante estarmos juntos, fazendo o que fazemos
sempre mais e melhor.
Agradeço também a Cristiane Fariah, cuja dissertação
de mestrado ajudou a traçar um panorama da Um abraço!
demografia do Brasil.

Aos meus sócios Cid Makino e Guille Hiertz por


estarem nessa jornada a tanto tempo comigo, fiéis
companheiros.
ENTENDENDO O MERCADO BRASILEIRO
ENTENDENDO O MERCADO

● Ancine A Agência Nacional do Cinema (Ancine) é um órgão oficial do governo federal do Brasil,
constituída como agência reguladora, com sede na cidade de Brasília, cujo objetivo é
fomentar, regular e fiscalizar a indústria cinematográfica e videofonográfica nacional.
Praticamente todas as políticas e recursos que utilizamos de alguma maneira passam pela
Ancine. Ela é uma entidade comum na nossa vida.

● Lei 12.485 Lei de 2011 que regulamenta a entrada das empresas de telecomunicação (Vivo, Tim, etc)
no setor de distribuição de TV a cabo. Entre as muitas coisas definidas pela lei está o
regime de cotas para produções audiovisuais brasileiras independentes, muito importante
para nós. Antes dela, era muito difícil conseguirmos espaço para negociar e vender
conteúdo para as TVs a cabo. Elas historicamente sempre compraram produções prontas
de fora e nunca investiram no mercado local de conteúdo.

Hoje, os canais que atendem ao “espaço qualificado” têm que exibir 3:30h semanais de
conteúdo brasileiro independente no horário nobre, o que abriu nosso mercado e
possibilitou que surgissem muitas produções nacionais, geração de emprego e
oportunidades de negócio. Importante dizer que praticamente todos os países que têm
um mercado audiovisual interno desenvolvido também têm cotas, como França e
Canadá, dois grandes expoentes no mundo da animação.
ENTENDENDO O MERCADO

● Espaço São os canais que devem atender à cota. São canais que veiculam ficção, animação,
qualificado documentário, reality show, programas video musicais e de variedades em mais de 50%
da grade da programação.

● Produtora Para poder usufruir da cota, a produtora precisa ser registrada na Ancine como produtora
independente brasileira independente. Para tanto, é necessário que a produtora tenha sede
administrativa no Brasil; 70% do capital deve pertencer a brasileiros ou naturalizados há
mais de 10 anos; não ter qualquer vínculo societário e de controle de TVs e distribuidoras;
não ter vínculo de exclusividade com nenhum canal. Além disso, existem alguns CNAES
que qualificam a produtora como independente. Empresas que têm CNAES relacionados
exclusivamente a serviços de publicidade, por exemplo, não atendem aos requisitos
básicos.

● Produção A cota só atende às produções chamadas independentes. São aquelas cujos direitos
independente econômicos pertençam em no mínimo 51% ao produtor independente. Ou seja, o canal
ou qualquer outra empresa (ex. coprodutores internacionais) pode ter uma porcentagem
de propriedade do conteúdo, desde que a produtora brasileira seja majoritária.
ENTENDENDO O MERCADO

● A produção no O governo Brasileiro reconhece que a produção audiovisual independente é um assunto


Brasil estratégico e da maior importância. Países como a França e Canadá, que possuem uma
produção forte em animação, também se beneficiam de cotas e leis de incentivo do
governo. Hoje felizmente nós temos à disposição uma série de mecanismos de incentivo
para alavancarmos a produção nacional.

● Demografia A produção no Brasil está altamente concentrada no eixo Rio-São Paulo. Esta é uma dura
da produção realidade, que tem a ver com a economia dessas duas cidades e com a proximidade com
os canais, que estão baseados em sua grande parte nas duas cidades. É necessário
capilarizar a produção, e espalhá-la pelo Brasil. Nesse momento, existe uma intenção do
governo federal e de muitos estados em facilitar e promover a produção fora do eixo
Rio-São Paulo, na forma de leis e editais de apoio à produção.

Confira alguns dados demográficos sobre a produção de animação no Brasil, gentilmente


fornecidos pelo Anima Mundi:

https://drive.google.com/open?id=0BxoSuHz-Qvq7RTZKemk3dmpEZUU
TÉCNICAS DE ANIMAÇÃO

● 2D Cutout A maior parte da produção de série de TV no Brasil hoje é feita em 2D, empregando
Toon Boom principalmente o software Toon Boom Harmony. Há muitos motivos para isso:

● Embora o software não seja muito barato, ele não exige um equipamento muito
sofisticado.
● Há maior facilidade em encontrar mão de obra capacitada
● Permite boa velocidade de produção
● Bom nível de acabamento
● Apesar das limitações, permite chegar a boas soluções narrativas

● 3D e outras Existem poucas séries sendo feitas em 3D e em Stop Motion. Isso se dá pela dificuldade em
técnicas encontrar mão-de-obra qualificada compatível com orçamentos praticados em série (a maior
parte dos bons profissionais dessas técnicas está no mercado publicitário, cuja prática de
valores é muito acima da prática do mercado de séries).

Além disso, exigem equipamentos mais caros, sejam computadores com alta capacidade de
processamento, render farms, até espaço de marcenaria e usinagem, no caso de Stop Motion.
No caso específico de 3D, além de tudo, para que a série tenha um bom acabamento, é
necessário investir bastante em profissionais de render, shading e modelagem, além de
composição. Estas são etapas bastante trabalhosas e custosas.
P R O D U T O R A S D E C O N T EÚ D O
ANIMADO EXPOENTES NO BRASIL

● SP Split Studio,TV Pinguim, Birdo, Super Toons, Tortuga Studios, Mixer, 44 Toons, Boutique,
Mariana Caltabiano, Filmes de Papel, Maurício de Sousa Produções, MonoStudio, Coala, Oca,
Start Anima

● RJ Copa Studio/Glaz, 2DLab, Animact!, Campo 4, Gava Produções, Combo Estúdio, Marão Filmes

● Campinas Bromélia, Núcleo de Animação de Campinas

● Porto Alegre Otto Desenhos Animados, Hype, Alopra

● Curitiba Cabong Studios, Zoom Elefante, Spirit

● Blumenau Belli Studio

● Belém Iluminuras

● Recife Mr. Plot, Viu Cine

● Florianópolis Plot kids, Cafundó Criativo, Anima King


CANAIS DE TV A CABO NO BRASIL QUE
SE INTERESSAM EM COMPRAR ANIMAÇÃO

0 A 6 ANOS 8 A 12 ANOS ADULTO

● Discovery Kids ● Cartoon Network ● Comedy Central

● Gloobinho ● Gloob ● Canal Brasil

● Boomerang (4 a 7) ● Nickelodeon ● History Channel

● Nick Jr. ● Disney Channel

● Disney Jr. ● Disney XD

● TV Ratimbum

● Zoomoo

● Natgeo Kids
GARGALOS NO BRASIL

● Mão-de-obra Apesar de existirem muitas escolas e cursos superiores surgindo na área, ainda é difícil de se
encontrar mão de obra especializada. Há uma certa defasagem entre o que é ensinado nas
escolas com o que é necessário saber para que o profissional possa entrar num processo de
produção de série já produzindo. Hoje os estúdios lidam com a realidade de treinar e formar
a própria mão de obra.

● Burocracia Embora tenhamos hoje muitos mecanismos para a produção de séries, o processo da maior
parte é muito lento e burocrático, o que acaba dificultando a produção das séries e a
organização das produtoras para conseguirem ter trabalho constante.

● Desnível de Existem hoje muitas empresas no Brasil fazendo animação. Mas há um desnível muito
preço grande entre os preços e a qualidade. Isso faz com que muitas produtoras de produção de
alto nível tenham mais dificuldade de competir e oferecer a seus colaboradores salários
melhores. Essa situação faz com que seja mais difícil convencer os mecanismos de
financiamento do custo real que existe para se produzir uma série de animação com
qualidade para disputar mercados internacionais.

● Poucos canais No caso específico de animação, há poucos canais no Brasil com quem podemos trabalhar.
Isso torna o mercado muito mais competitivo que ficção (live action), por exemplo.
GARGALOS NO BRASIL

● Baixo teto A maior parte dos fundos que temos acesso se baseiam em alguns parâmetros para
orçamentário calcular o montante do investimento a ser feito nas produções. O Fundo Setorial do
Audiovisual (FSA), por exemplo, que é o maior investidor das séries de TV hoje em dia,
tem o teto de R$ 10.000,00 por minuto para animação. Na prática, é um valor baixo,
e do meu ponto de vista seria necessário que o teto tivesse no mínimo 70% a mais.

A definição desse teto tem a ver com a distorção de preços praticados no mercado,
uma vez que tem produtoras que trabalham com esse valor naturalmente, às custas de
sacrificar a qualidade e pagar pouco para os profissionais envolvidos. Hoje há uma certa
organização das produtoras em tentar dialogar com o FSA e outros fundos para
mostrar que esses tetos estão abaixo do necessário para que possamos ter produtos
competitivos e fornecer aos trabalhadores do setor condições melhores de trabalho.

● Fluxo de caixa O fluxo de caixa também é um problemão, e também está relacionado ao tópico dos
mecanismos burocráticos e dos desníveis de preço. Além das muitas incertezas em
relação a projetos futuros, os orçamentos são muito apertados e, a maior parte das
produtoras não conseguem ter caixa para poder movimentar, investir ou mesmo
guardar para emergências, o que faz com que elas fiquem fragilizadas frente a
oscilações do mercado.
GARGALOS NO BRASIL

● Incertezas do A questão da lentidão e da burocracia faz com que as produtoras dificilmente consigam ter a
mercado / certeza de quando terão o aval e os recursos para começarem produções futuras. O impacto
dificuldade de financeiro e social é enorme para a produtora, uma vez que ela não consegue se planejar e
planejamento garantir a permanência de sua equipe entre produções.
a longo prazo
Além disso, como o nosso mercado depende muito de incentivos públicos, as incertezas de
mudança de gestão no governo, e a instabilidade política e econômica também prejudicam
o planejamento futuro das empresas.

● Dificuldade de A questão da minutagem das séries é um tópico abordado um pouco mais adiante. Mas
se financiar 26 importante dizer que no Brasil é difícil de se captar recursos para fazer 26 meias horas (52 x
meias horas 11’ ou 26 x 22’), que é o modelo internacional. A maior parte das séries consegue levantar
(half an hours) recursos para fazer metade disso. Isso faz com que as séries não atinjam o ciclo completo de
exibição na grade das tvs, o que prejudica a formação de fan base e, consequentemente,
audiência. Isso também dificulta o acesso ao mercado internacional e ao mercado de
licenciamento de produtos, uma vez que tanto as distribuidoras quanto os agentes de
licenciamento de produtos na maior parte das vezes só se interessam em começar a
conversar quando a série tem 26 meias horas.
O FUNCIONAMENTO DO MERCADO
PAPÉIS NO MERCADO

● Criador São as pessoas físicas responsáveis pela criação de um projeto audiovisual.

● Empresa Empresa que administra o projeto, criado por um criador externo ou por alguém
produtora internamente. É quem capta todos (ou parte) dos recursos financeiros necessários para
a produção. Pode ela mesma vir a produzir o conteúdo, ou contratar outra empresa
para fazê-lo. Vive da venda do conteúdo criado (Propriedade intelectual) para a maior
parte dos territórios possíveis pelo mundo, e também de desdobramento da
propriedade intelectual na forma de licenciamento de produtos.

● Operadora É quem compra o conteúdo e o coloca no ar. Geralmente vive de inserções de


(Canal de TV) publicidade na grade e de assinaturas (no caso da TV a cabo ou serviço de VOD)

● Distribuídora Empresa que vive de vender conteúdo das empresas produtoras nos mais diversos
territórios. Geralmente eles ficam com 30% da venda + taxas de gastos (ex: banners,
compra de mídia em revistas, etc).

● Agente de São empresas que fazem o licenciamento da propriedade intelectual para produtos
licenciamento (brinquedos, cadernos, livros, etc). Este é um mercado específico e à parte do nosso
mercado, e é um mercado que poucas propriedades intelectuais brasileiras
conseguiram atingir.
PECULARIEDADES DO MERCADO

● Propriedade Propriedade intelectual é o nome dado aos projetos. Cada projeto criado é uma
intelectual propriedade intelectual. Seus personagens e universos configuram uma propriedade
única, que pode ser explorada a partir da venda de episódios prontos para canais de TV
ou desdobramento de produtos de outras mídias (games, peças de teatro, brinquedos,
cadernos, etc).

● Unidade de As TVs planejam sua programação de meia em meia hora. Portanto, as TVs pensam em
compra “meias horas” quando compram conteúdo. O termo usado para isso é half an hour e
essa é a unidade de compra. Quantos mais half an hours um programa tiver, melhor é
pro canal.

● Half an hour O half an hour comercial consiste em 22 minutos de conteúdo. Os demais 8 minutos
são dedicados aos intervalos comerciais. Nas TVs públicas e comerciais, pelo fato das
Tvs terem menos comerciais na grade, o half an hour pode chegar a ter 26 minutos (4
de comerciais).

● Divisão de Nesse caso, é sempre legal formatar a minutagem de episódios da sua série de TV
minutagem como múltiplo de 22. No caso, episódios podem ter 22 minutos (Ex. Simpsons, Avatar)
para a série ou 11 minutos (2 x 11=22; Ex. Bob Esponja, Hora de Aventura). Episódios de 7 minutos
também são comuns no mercado (3 x 7 = 21; Ex. Turma da Mônica, Pocoyo).
COMO PENSAR A MINUTAGEM DA SÉRIE

● Como Quando você está começando a pensar uma série, dificilmente você consegue afirmar
defino? categoricamente que os episódios tem 11 minutos. Ou 7. Sem experimentar e testar a ideia
no formato de roteiro e animatic, é difícil de ter uma certeza. Geralmente criamos a bíblia e
escrevemos lá que os episódios tem uma determinada minutagem a partir de uma
vontade, um pouco de intuição e entendimento do tipo de histórias que devemos contar.
Se a trama é muito complexa, talvez você precise de um tempo maior para contar a sua
história do que se o episódio for só uma série de gags, por exemplo.

● 22 minutos Episódios de 22 minutos geralmente te permitem criar uma trama mais complexa, com
mais de um núcleo simultâneo de história. Ex. Simpsons: é comum ver episódios que tem
uma trama do Bart acontecendo em paralelo com uma do Homer, por exemplo.

● 11 minutos 11 minutos é o formato mais comum em animação. Não costuma permitir histórias
paralelas, mas permite que a história tenha uma boa curva dramática, com pontos de virada
bem distribuídos.

● 7 minutos 7 minutos é um formato cada vez mais comum. A trama precisar ser simples e mais direta,
ou menos sem muitos pontos de virada. Também são possíveis formatos mais curtos que 7 minutos,
às vezes pra internet ou como interprogramas. Geralmente são histórias que cobrem o
desenrolar de alguma situaçãozinha, com começo, meio e fim.
INVESTIR NA PRODUÇÃO vs
LICENCIAMENTO

● Produção de O custo de produção de uma série de animação é muito alto. No Brasil, 13 half an hours
conteúdo costumam variar de 4 a 6 milhões de reais. Esse é um investimento que leva pelo
original menos 2 anos para começar a se pagar, que é mais ou menos o tempo de se produzir a
série e começar a levar ao ar. O custo de desenvolvimento de qualquer produto, em
qualquer mercado, costuma ser alto. Com séries de animação não é diferente.

● Licenciamento A maior parte dos canais exibe conteúdo comprado pronto fora do Brasil. Esse
produto, em algum momento, também exigiu que fosse investido muito dinheiro, e
passou pelas mesmas agruras que uma produção nacional passa. A diferença é que,
quando as tvs aqui do Brasil compram esse conteúdo, ele já está pronto. Todo o custo
de produção já foi pago. Então, o que a TV paga por esse produto não é o valor pela sua
produção e sim uma taxa para poder exibir esse conteúdo na sua grade, geralmente
com exclusividade e por um período definido (e /ou número de exibições), por um
valor infinitamente mais baixo do que custou para que esse conteúdo existisse. É o
chamado licenciamento. E é assim que as produções audiovisuais começam a se pagar.
Vendendo episódios prontos pelo mundo.

O termo usado pelas TVs quando elas licenciam um produto audiovisual já pago é
aquisição.
PRÉ COMPRA E JANELA

● Pré compra A pré compra é quando um canal fica interessado num conteúdo audiovisual antes
dele começar a ser feito, ou enquanto ele está sendo feito, e o canal resolve comprar a
série antecipadamente para que ela tenha a exclusividade de lançá-la em seu território.
A pré compra costuma custar mais do que o valor do licenciamento, e é um excelente
negócio para as produtoras, que podem encorpar a produção da série ou mesmo já
contar com esse dinheiro como abatimento de seus custos já como um primeiro
retorno financeiro do movimento. As pré-vendas são feitas a partir de territórios. Uma
produtora pode fazer uma pré-venda na América Latina, outra na França, Itália e
Turquia, por exemplo.

● Janela Janela é o termo usado no mercado audiovisual para definir a ordem de exibição de um
conteúdo. Geralmente a 1ª janela é a primeira forma de exibição de uma série. 2ª janela
é a segunda forma de exibição, que acontece depois da 1ª janela. E assim
sucessivamente. Ex. uma produção pode estrear como 1ª janela na TV à cabo, no
Cartoon Network, 2ª janela na TV aberta seis meses depois, na TV Cultura e na 3ª
janela, digamos, 8 meses depois, na internet, no Netflix. Geralmente a ordem das
janelas altera o valor do licenciamento. Quem exibe antes paga mais caro.
FORMATO DE TEMPORADA

● Lançamento No modelo de televisão, costumam-se lançar episódios novos semanalmente, em


de temporada uma data e horário fixo. As TVs se empenham em divulgar o lançamento de
episódios novos através de campanhas com promos nos intervalos comerciais,
anúncios em impressos, eventos, etc. Durante todo o período de lançamento de
episódios inéditos, a tendência é que uma série vá ganhando adeptos e firmando
uma fan base crescente, aumentando progressivamente a audiência.

● A temporada Para que uma série tenha a chance de se consolidar de forma satisfatória, o cálculo
no exterior que as TVs fazem é que é necessário que a temporada tenha 26 half an hours (52
episódios de 11 minutos, ou 26 de 22 minutos). Isso significa que, por exemplo, a TV
lança 2 episódios de 11 min por semana (1 half an hour), durando 26 semanas de
lançamentos contínuos (+- 6 meses). Esse é um bom tempo pra série começar a se
popularizar, e esses são os formatos de temporada mais comuns nos EUA e
Europa.
FORMATO DE TEMPORADA

● A temporada No Brasil, uma temporada de animação costuma ter 13 half an hours (26 x 11’ ou 13 x
no Brasil 22’). Ou seja, metade do que é nos EUA e Europa. Isso está abaixo do ideal e
dificulta que nossas séries façam a trajetória tradicional de crescimento de fan base.

Isso se dá porque é muito difícil conseguir financiar 26 half an hours no Brasil de


uma vez só. O que as produtoras costumam fazer é financiar 13 half an hours,
lançar no mercado como 1ª temporada, e financiar as 13 seguintes, lançando como
2ª temporada.

Financiar 26 half an hours, no entanto, é uma barreira que aos poucos vem sendo
quebrada. Hoje já existem algumas séries sendo financiadas e produzidas já no
formato 26 half an hours, especialmente as séries do canal Gloob, que costuma
investir o chamado “dinheiro bom” em suas produções originais, fugindo do
modelo de financiamento público.
AS TVS ABERTAS

● TVs TVs abertas, como Globo, SBT e Record, têm enorme audiência no Brasil. No entanto,
abertas a lei 12.485, que institui cotas para produção nacional independente, entre outras
coisas, se aplica só às TVs a cabo. Ou seja, as TVs abertas não precisam comprar
conteúdo nacional independente.

● Extinção de A inexistência de grade infantil na grande maioria dos canais abertos se dá por conta de
programação uma lei de 2014 que proíbe ações publicitárias direcionadas para o público infantil.
infantil na TV Como os comerciais voltados para crianças sustentavam a grade infantil na TV aberta,
aberta a lei acabou fazendo com que a maior parte dos canais perdesse o interesse em
transmitir conteúdo para crianças.

De todas as TVs abertas no Brasil, somente SBT e as TVs públicas ainda exibem
conteúdo infantil, sendo que o SBT, à princípio, não investe em conteúdo original.

O fim da programação infantil nas TVs aberta suscita discussões importantes:

http://rebrinc.com.br/destaques/quem-se-preocupa-com-a-programacao-infantil-na-
tv-aberta/
AS TVS ABERTAS

● TVs públicas e As TVs públicas tradicionalmente investem em conteúdo independente, e sempre


o FSA foram boas parceiras no nosso mercado.

Atualmente, as TVs públicas trabalham bastante em parceria com o Fundo Setorial.


Recentemente, o Fundo Setorial anunciou a diminuição do valor da primeira licença de
15% para 8,4% para as TVs públicas. Ou seja, para a TV pública poder ter na sua grade
um produto financiado pelo FSA como primeira janela, ela não precisa mais pagar 15%
do orçamento total do produto e sim 8,4%.

Como uma forma de estimular produções fora do eixo Rio-SP, caso a produtora
proponente seja de qualquer outro estado que não seja Rio-SP, esse valor cai pela
metade (4,2%). Isso será um indutor para que a produção se espalhe pelo Brasil, e
provavelmente iniciará um movimento entre as produtoras do eixo Rio-SP em tentar
coproduzir com empresas de outros estados, o que é ótimo para todos. Os estados
mais afastados da cena audiovisual terão mais chance de serem incluídos, e poderão
contar com o expertise comercial e de produção de empresas mais consolidadas no
mercado.
VOD

● Video On O VOD (Video on demand) é um tipo de serviço de difusão de conteúdo audiovisual


Demand diferente do modelo de TV. No VOD, o usuário escolhe o que quer assistir e quando
quer assistir. É o caso do Youtube, por exemplo. Os VODs se dividem em duas
categorias. VOD e SVOD.

● VOD VOD costuma ser um modelo de distribuição gratuita, sustentado por inserções
publicitárias. É o caso do Youtube, por exemplo.

● SVOD SVOD (Subscription Video on Demand) é o mesmo modelo do VOD, com a diferença
de que ele exige assinatura paga. É o modelo do Netflix e do HBO Go, por exemplo.

● Vendendo A lei 12.485, das cotas, não se aplica à serviços de VOD. Serviços como Netflix e HBO
para a Netflix Go não têm a necessidade de comprar conteúdo nacional independente. No caso da
Netflix, até o presente momento eles não têm investido em produções originais de
animação no Brasil. No entanto, caso você tenha a série pronta, eles costumam ter
interesse em adquirir os direitos para exibição da série (licenciamento).
YOUTUBE

● Produzindo Com a popularização de serviços como Youtube e Netflix, começaram a surgir produções
para o formatadas especificamente para a internet. É o caso de canais como Nostalgia, Porta
Youtube dos Fundos, e mais recentemente, o canal animado Any Malu, do Combo Estúdio (RJ).

Trabalhar com o Youtube é um modelo ainda em experimentação, que tem despertado


regras próprias. A princípio, para se começar a tornar um negócio lucrativo, é necessário
que se tenha muita oferta de conteúdo no seu canal e o tempo todo novos conteúdos
sendo lançados. O próprio Youtube recomenda que sejam lançados pelo menos dois
vídeos por semana, em horários fixos, e que se inicie o canal já com um bom leque de
vídeos disponíveis.

Quando falamos de animação, é muito difícil atingir esse padrão de quantidade e


velocidade de lançamento, uma vez que o processo de produção de animação costuma
ser lento. É possível trabalhar nesse mercado com animação, desde que sejam
formatados projetos com uma realidade de produção compatível com a demanda.
BRANDED CONTENT E TRANSMÍDIA

● Branded Com a popularização da banda larga, redes sociais e youtube, o mercado publicitário tem
Content olhado para o segmento com novos olhares. Há um novo modelo de conteúdo chamado
de Branded Content, que é um tipo de conteúdo patrocinado e veiculado a imagem do
patrocinador de alguma forma.

A exemplo disso, está a série dos Mascotes da Olímpiada, produzidas pela Birdo para o
Cartoon Network, ou mesmo as séries “Mundo Ripilica”, com a mascote da marca de
roupas infantis Lilica Ripilica, produzida pela MonoStudio e a Singular para o Discovery
Kids e YoutubeKids, ou “Dino Aventuras”, com o personagem mascote da Danone,
produzido pela Cinefilm e Hype para o Disney Channel.

● Transmídia Um assunto muito em voga nos últimos 8 anos é o transmídia, que se baseia no
conceito de que o público não está mais acostumado a consumir conteúdos de uma
única forma, mas sim através de múltiplas plataformas. Um ótimo exemplo de produto
transmídia é a marca Star Wars, que se originou no cinema mas hoje conta com livros,
jogos, quadrinhos, e outras mídias, apresentando histórias novas que complementam e
expandem o universo dos cinemas. A televisão e o cinema têm perdido espaço com a
internet, e pensar em conteúdos que cruzem com vários formatos é uma tendência
natural do mercado.
VIABILIZANDO SUA SÉRIE
FINANCIANDO SEU PROJETO
DE SÉRIE DE TV

Uma série animada de 13 meias horas (26 x 11’, 13 x 22’) costuma custar entre 4 e 6 milhões de reais. No Brasil,
existem diversos mecanismos de financiamento para séries. A listar:

● Fundo Setorial do Fundo de investimento público (federal). Principal mecanismo de


Audiovisual (FSA) financiamento de séries no Brasil. Com recursos provenientes do Condecine
e do Fistel, o fundo trabalha com diversos modelos. Geralmente, para
acessar o fundo você precisa ter um canal comprometido em pagar 15% do
orçamento (8,4% se for TV pública). Caso o fundo aprove o projeto, eles
investem dinheiro e se tornam sócios do projeto por 7 anos, dividindo
rentabilidade da série com a empresa produtora. Em 2015, o fundo tinha
cerca de 1 bilhão de reais para investir.

● Artigo 1ºA Patrocínio. Recurso de imposto de renda da PJ (4%). Usado mais para longa
metragem.

● Artigo 3º Coprodução. Para produtoras e distribuidoras. Abatimento de 70% (setenta


por cento) do imposto de renda devido sobre remessa para o exterior.
FINANCIANDO SEU PROJETO
DE SÉRIE DE TV

● Artigo 3ºA Coprodução. Para canais de TV a cabo. Mesmo modelo do artigo 3º.

● Artigo 39 Coprodução. Para canais. São isentos de pagar o condecine desde que eles
retenham 3% do valor remessa de lucro para o exterior para investir em
projetos.

● Procult Fundo de empréstimo do BNDES. Geralmente casado com investimento


via 1ºA.

● Editais locais Editais de entidades municipais e estaduais. Ex: SPCine e Rio Filme.

● Editais de coprodução Existem alguns editais específicos para coprodução internacional.

● Capital privado Investimento direto de capital privado. É o chamado “Dinheiro bom”.


FORMAS DE RETORNAR INVESTIMENTOS
COM A SÉRIE

● Vendas para diversos Licenciar os episódios da tua série na maior quantidade de países possível (e fazer
territórios pré-vendas) é um excelente negócio. Por isso é interessante conceber a série
evitando temas muito regionais e específicos do Brasil. A unidade de venda é o
Half an hour (blocos de 22 minutos de episódios). Os valores negociados variam
de país para país. A revista TBI fornece tabelas com valor referencial de território a
território. Costuma-se contratar uma distribuidora para fazer essas vendas.

● Venda para VOD Vender para serviços de VOD e SVOD (Ex. Netflix, Playkids).

● Venda de DVD e Bluray Vendas em mídia física estão em franca decadência. Mas ainda é possível obter
algum resultado financeiro.

● Licenciamento da Esta é a melhor forma de se obter rendimento financeiro. Uma propriedade


marca para produtos intelectual forte, como Turma da Mônica, Pepa Pig, Galinha Pintadinha, Homem
e mídias (teatro, Aranha, vive principalmente de licenciamento da marca para produtos (comida,
disco, games, etc) vestuário, brinquedos, livros, cadernos, etc). É um mercado muito concorrido e
difícil de se alcançar, e existem agências específicas que cuidam de licenciar a sua
marca para produtos. Geralmente elas só se interessam em começar se sua série
tiver no mínimo 26 half an hours (52 x 11).
MODELOS DE REALIZAÇÃO
VOCÊ É UMA PESSOA FÍSICA?

● Parceria O criador geralmente é uma pessoa física, que irá conceber a ideia do projeto. Ele
pode fazer um trabalho solo de apresentar o projeto aos canais e ganhar o interesse
dos mesmos. Mas um canal, ou qualquer mecanismo de financiamento, só irá fazer
negócios com empresas produtoras (pessoas jurídicas), e que tenham claramente
capacidade de gerir recursos, produzir e entregar a série.

A melhor coisa que uma pessoa física pode fazer é se associar a uma empresa
produtora que atenda a esses requisitos.

Geralmente, as empresas produtoras não costumam comprar a ideia de um criador. O


modelo mais comum é o de as empresas produtoras negociarem uma porcentagem
da RLP da série (Receita Líquida do Produtor - lucro) com o criador (costuma ser de 7 -
10%). Ou seja, quando a série estiver pronta e começar a dar lucro, o criador receberá
a sua parte acordada.

É comum o criador também negociar sua participação de alguma forma na produção


como membro da equipe.
MODELOS DE REALIZAÇÃO
VOCÊ É UMA PESSOA FÍSICA?

● Empreender Caso você não queira se associar a alguma empresa e deseje você mesmo viabilizar o
projeto, do começo ao fim, a única saída é empreender. Isso significa, basicamente, abrir
uma empresa - uma pessoa jurídica, já que essa é a única forma de acessar os mecanismos
de financiamento e de realizar contratos com canais e outros players do mercado.

Neste caso, é importante dizer que empreender sempre envolve uma boa dose de riscos. É
comum empresas levarem 2, 3 anos para começarem de fato a render algum dinheiro.
Especialmente no Brasil, um país muito burocrático, instável politicamente e com altas
cargas tributárias. Mesmo assim, eu super encorajo as pessoas a empreender. Busque ajuda
e conhecimento na área, para estar melhor amparado para tomar suas decisões. Há
excelentes cursos no SEBRAE, que servem exatamente para isso. Um bom contador e
advogado também serão necessários.

O melhor modelo de empresa para se começar, e conseguir atingir os requisitos básicos da


Ancine para se firmar como Produtora Brasileira Independente na Ancine, é abrir uma ME
no regime de tributação Simples, que permite que é um regime um pouco menos
sacrificante de pagamento de impostos. A MEI, muito popular entre profissionais
autônomos na nossa área, não atende aos requisitos básicos da Ancine.
MODELOS DE REALIZAÇÃO
VOCÊ É UMA PESSOA JURÍDICA?

● Produção Empresa produtora levanta 100% dos recursos, assumindo todos os riscos em troca de ter
todo o retorno financeiro do produto. Ela faz a série ou contrata um estúdio para fazer.

● Coprodução Empresa produtora se junta a uma ou mais empresas, em que cada uma levanta uma
parte dos recursos de modo que, combinados os esforços, cheguem a 100% do
orçamento.

A coprodução pode ser entre empresas de um mesmo país (coprodução nacional) ou


entre empresas de países diferentes (coprodução internacional). Geralmente, se uma
empresa consegue levantar 40% do orçamento, por exemplo, ela será dona de 40% da
propriedade intelectual. Ou seja, ela divide 40% do lucro, e 40% do risco.

Coproduções podem ser entre empresas produtoras, mas distribuidoras e canais também
podem fazer parte da coprodução. Entre produtoras, geralmente divide-se o trabalho da
produção da série. Cada produtora banca a sua parte da produção com o dinheiro que ela
conseguiu levantar. Não costuma haver transferência de valores entre produtoras
internacionais. Ex: Coprodução entre um estúdio no Brasil e outro no Canadá. O Canadá
vai levantar dinheiro no Canadá, e gastar lá no Canadá mesmo, em serviços que ele
próprio irá fazer na produção. O mesmo se dará com a empresa do Brasil.
MATERIAIS DE VENDA
BÍBLIA

A Bíblia é um documento, impresso ou digital, que reúne informações básicas para que qualquer pessoa
entenda sobre o que é a série. É importante que a bíblia indique, de forma absolutamente resumida, qual é o
público alvo da série, quantos episódios tem a temporada, uma sinopse do que é a série, descrição dos
personagens principais, do universo (se for relevante) e sinopses de alguns episódios (pelo menos uns 5, com
começo, meio e fim). Não há uma regra do que pode ou não ter a bíblia. Você precisa saber quais são os
pontos mais interessantes de como vender a sua ideia. Veja essa bíblia da série Bravest Warriors, por exemplo:

https://pt.scribd.com/document/118981476/Bravest-Warriors-Pitch-Bible

Recomendo que haja um investimento de fazer com que a bíblia seja visualmente bastante atraente, ilustrada
com imagens relevantes para o entendimento do que são os personagens e o universo da série. Evitem
colocar imagens de mãozinhas, posições de cabeça ou coisas que sejam muito técnicas de animação, e
prefiram imagens que enfatizem melhor as características dos personagens. Se o teu personagem é medroso,
por exemplo, coloque imagens que ajudem a transmitir essa ideia. Também recomendo textos bem curtos e
poucos. Executivos de canais recebem muito material, e é possível que uma bíblia muito extensa e com muito
texto o desencoraje a querer conhecer melhor o projeto.

Recomendo que você sempre tenha uma versão da bíblia em inglês. Os canais sempre pedem.
MATERIAIS DE VENDA
PILOTO

● Devo fazer Um bom material em vídeo sempre ajuda a vender um projeto. Geralmente as pessoas
um piloto? pensam em fazer um piloto - o primeiro episódio.

Veja bem, para se fazer um bom piloto é necessário gastar muita energia, muito tempo e
recursos. Geralmente até temos a energia, mas não temos nem tempo, nem recursos. Hehe.
Então há uma chance muito grande de que o seu piloto não fique bom. E como diz a máxima,
a primeira impressão é a que fica. Pode ser que o teu piloto, se não estiver bem feito, queime
o projeto com canais e possíveis outros parceiros.

Além disso, geralmente, canais gostam de formatar melhor a ideia junto com a empresa
produtora para que a série se adeque melhor a sua linha editorial. Pode ser que o canal assista
e não tenha o interesse no projeto, por ele já parecer muito fechado e com elementos um
pouco diferentes do que o canal gostaria de exibir. Ou então, caso você consiga vender o seu
projeto, pode ser que você tenha que jogar o piloto fora quando você for desenvolver a ideia
com o canal se o projeto tiver mudanças. Não apenas, nos eventos não é raro você ter no
máximo 10 minutos (às vezes 5!) para apresentar teu projeto. Se você fizer um piloto de 11
minutos, você não vai conseguir apresentar neste período de tempo.

Deu pra entender que não recomendo fazer pilotos pra venda, né? Hehe!
MATERIAIS DE VENDA
VÍDEO PROMOCIONAL E ROTEIRO

● O que eu faço Recomendo que, se você tiver recursos para produzir algum material em vídeo, que
então? seja um promo - um vídeo curto, de até uns 4 minutos - que pode ser um teaser, ou
uma situação que ilustre a dinâmica de um episódio, ou ainda uma pequena história,
com começo, meio e fim, que ajude a apresentar personagens e a dinâmica e tom da
série. É a melhor forma de testar, bem mais barata que um piloto, e mais fácil de fazer
um material de boa qualidade. Veja, por exemplo, este promo que os criadores fizeram
para vender a série Gumball:

https://www.youtube.com/watch?v=ypLLO3wU0jE

Notem que, por mais que o design dos personagens tenha mudado, está tudo ali: A
estética mixed media, a personalidade dos personagens, o estilo de humor, etc.

Além disso, não necessariamente você precisa animar o promo. Às vezes só um bom
animatic basta.

● Roteiro Para um primeiro contato, uma bíblia e um promo bastam. Mas caso o canal se
interesse e vocês comecem a negociar, em algum momento ele vai pedir um roteiro da
série. Tenha isso mais ou menos em mãos. De preferência, também tenha uma versão
em inglês.
LINHA DO TEMPO DE UMA
SÉRIE DE ANIMAÇÃO

LICENCIANDO MARCA PARA


IDEIA
DIVERSOS PRODUTOS

LICENCIANDO EPISÓDIOS
PARA DIVERSOS TERRITÓRIOS
IDENTIFICANDO O PÚBLICO

PRODUZINDO A SÉRIE

IDENTIFICANDO CANAIS E
OPORTUNIDADES FINANCIANDO A
PRODUÇÃO DA SÉRIE

BÍBLIA/MATERIAL DE VENDA VENDA PARA UM OU


MAIS CANAIS
APRESENTANDO SEU PROJETO

A melhor forma de apresentar um projeto, seja para um canal de TV, seja para algum possível estúdio, são
nos eventos de mercado. Abaixo, alguns dos principais eventos para se apresentar projetos de animação.

● Rio Content Market (Rio de Janeiro - RJ - ABR)

● Anima Forum (Anima Mundi) (Rio de Janeiro - RJ - JUN/JUL)

● Telas Forum (São Paulo - SP - NOV)

● Kidscreen (Miami - EUA - FEV)

● Mifa (Annecy - FRANÇA - JUN)

● Mip Jr. e Mipcom (Cannes - FRANÇA - OUT)

● CTN Expo (Burbank - EUA - NOV)

● Chilemonos (Santiago - CHILE - MAI)


PRECAUÇÕES COM O SEU PROJETO

Infelizmente, há muitas pessoas má intencionadas no mercado. Portanto, antes de você sair mandando seu
projeto por aí, é importante que você tome algumas precauções:

● Registro na É impossível se registrar uma ideia. Mas roteiros, o design e descrição dos
Biblioteca Nacional seus personagens e até o argumento da tua série (um texto que explica o que
é a tua série, o universo, sinopses, etc) é possível. O registro do seu material é
importante para, caso seja necessário no futuro, você tenha como provar que
você foi o criador daquele conceito. O registro no Brasil é feito pela Biblioteca
Nacional. Consulte o site para maiores informações:

https://www.bn.gov.br/servicos/direitos-autorais/servicos

● Contrato de Para se enviar uma bíblia ou qualquer material de uma série para alguém, é
confidencialidade comum que tanto o interessado em enviar quando o em receber assinem um
(NDA) termo de confidencialidade (é comum usarmos o termo em inglês, NDA -
Non disclosure Agreement). É uma formalidade necessária para proteger o
projeto de ser espalhado por aí sem o devido consentimento dos
proprietários. Consulte um advogado especializado em propriedade
intelectual ou em economia criativa para que ele lhe forneça um modelo.
PARA SE INFORMAR MAIS

Existem muitos periódicos especializados no mercado. É bom acompanhar e ficar de olho às novidades e
oportunidades. Alguns existem na forma impressa, mas você consegue ler notícias de todos eles online.
Conheça alguns.

● Tela Viva News (Brasil)

● Revista de Cinema (Brasil)

● Kidscreen (EUA)

● Animation Magazine (EUA)

● Cartoon Brew (EUA)


REDE DE APOIO

Para além das revistas, existem outras entidades no campo da animação no Brasil que podem ajudar de
alguma forma. Entre elas:

● Bravi A Bravi (Brasil Audiovisual Independente) é uma associação de produtoras independentes


que já conta com mais de 600 empresas filiadas, de todo o Brasil. A Bravi promove diversos
eventos para capacitação de profissionais, além de promover encontros entre empresas
produtoras, organizar delegações e estandes do Brasil nos eventos internacionais.
Geralmente, através de um convênio com a APEX, as afiliadas da Bravi conseguem
descontos nas credenciais dos eventos internacionais de mercado.

● ABCA A ABCA (Associação Brasileira de Cinema de Animação) é a principal entidade para Pessoas
Físicas interessadas em discutir e promover melhorias no setor. É composta por animadores
brasileiros de todas as regiões.
PERSPECTIVAS PARA O FUTURO

● Declínio da TV / Apesar de a Ancine ter o compromisso de investir no mercado de TV a cabo até


Ascensão dos 2020 (e eu acredito que eles devem prolongar esse investimento), há um
serviços de VOD movimento natural global de queda da audiência das TVs abertas e fechadas
frente à ascensão da internet. Em poucos anos, acredito que vai fazer pouco
sentido esperarmos chegar um determinado horário para assistirmos a um
determinado filme ou programa, uma vez que já estamos muito acostumados
com serviços de VOD como o Netflix.

As próprias TVs já estão se preparando para esse momento. Muitos dos grandes
grupos que controlam os canais estão anunciando serviços de VOD próprios.
Especialmente nos canais infantis, há uma tendência de os canais também
procurarem séries que tenham algum desdobramento na internet. Acredito que a
próxima luta será a de a produção independente brasileira buscar maior presença
no setor de VOD e internet.

● Games e Outro caminho que tem se aberto e demonstrado ser um excelente caminho são
realidade virtual games e realidade virtual. A indústria de games constitui um capítulo à parte, mas
criar histórias interativas é a nova fronteira a ser explorada, sobretudo no campo
da realidade virtual.
A PRODUÇÃO DE SÉRIES DE ANIMAÇÃO

FOCADO NA PRODUÇÃO DE ANIMAÇÃO 2D CUTOUT


TOON BOOM HARMONY
DESENVOLVIMENTO
E PRÉ-PRODUÇÃO

● Desenvolvimento Independentemente de você ter produzido uma bíblia muito bacana, é importante que
seja planejado um tempinho para que um grupo pequeno de roteiristas e artistas se
dediquem a aprofundar melhor o conceito da série e testar elementos pensados para
ver se eles de fato se encaixam no formato da série. É aqui que serão experimentados
estética de animação, de arte, construção de roteiros, etc. Não é necessariamente um
momento para se tomar decisões, mas para se experimentar e filtrar opções. É um
período muito importante, e é necessário que haja no orçamento da produção uma
verba separada para isso. Existem inclusive editais específicos para desenvolvimento.

● Pré-produção A pré-produção frequentemente é subdimensionada, mas é um dos períodos mais


importantes do projeto e um elemento importante que influenciará a qualidade do
resultado final. É um momento onde se formalizam uma porção de coisas, como
design de personagens, estilo de arte, modelo de rigging, etc. A produção de uma série
de animação exige a confecção de uma quantia gigantesca de animação, portanto é
necessário que se adotem estratégias de produção para dar conta de toda a demanda.
É por isso que na pré costuma-se fazer, com uma equipe muito reduzida e bastante
qualificada, uma série de elementos de animação que serão reaproveitados durante
toda a série, como banco de poses, banco de desenhos (mãos, olhos, sobrancelhas,
pés, bocas), e ciclos de animação (caminhando, correndo, etc).
LINHA DE PRODUÇÃO

A produção de uma série de animação é dividida em Não necessariamente este é um cronograma a


muitas etapas, e existem profissionais específicos para ser seguido por qualquer produção, mas ele
cada etapa. pode servir como uma referência para se
começar um pensamento sobre como produzir
Geralmente, o cronograma de uma série de TV a sua série. Todo cronograma precisa atender à
pressupõe a produção de muitos episódios demandas específicas do projeto, orçamento e
simultaneamente, cada um em estágios diferentes, de do canal.
modo que hajam entregas de episódios prontos de
uma forma regular a partir de um determinado Uma coisa que talvez pareça confuso são as
momento. Esse modelo atende a uma lógica de etapas em amarelo, que são momentos de
cronograma conhecido por “cascata”. aprovação com os canais (broadcaster é como
também são chamados os canais). Este é um
É necessário que haja muito cuidado tanto na definição cronograma bastante conservador, cheio de
do cronograma quanto no cumprimento, pois qualquer pracauções (e por isso, extenso). Nem sempre
atraso pode virar uma bola de neve e significar um tudo é tão segmentado assim, nem os canais
prejuízo enorme no final. aprovam etapa a etapa e acompanham a
produção tão de perto assim.
Eu fiz um exemplo de cronograma de uma série de
animação 2D em cutout. É só clicar para acessá-lo.
LÓGICA SIMPLIFICADA DE PRODUÇÃO
DE UM EPISÓDIO DE ANIMAÇÃO 2D CUTOUT
O QUE É CADA ETAPA?

● Roteiro É a história do episódio escrita, num formato bastante específico. É o


primeiro passo para o surgimento de um episódio

● Design de personagens É a criação do visual das personagens do episódio. É importante que o artista
crie nesse momento ângulos diversos da personagem (frente, ¾, lado, costas
e ¾ costas), além de bancos de boca, sobrancelhas, olhos, mãos e pés, tudo
em cores, que serão elementos importantes para os animadores.

● Gravação de vozes Gravam-se as vozes antes de animar. A voz é a matéria prima do animador.
Esse processo costuma ser erroneamente chamado de dublagem. O termo
correto é voz original.

● Storyboard / Animatic Storyboard é uma espécie de história em quadrinhos criada por um artista a
partir do roteiro. É no storyboard que serão definidos os enquadramentos de
cada cena, movimentos de câmera, e intenções dos personagens. O
storyboard costuma ser uma peça que detalha muito bem as ações que
deverão ser animadas. Geralmente é em preto e branco, com um desenho
bem solto e rápido. O animatic, por sua vez, é o storyboard na forma de
vídeo, editado, com as vozes finais. É o guia definitivo para toda a produção.
O QUE É CADA ETAPA?

● Design de A partir das definições de enquadramento e das sugestões de cenário do animatic, a


cenários equipe de arte cria todos os cenários pro episódio

● Rigging Rigging é um processo técnico do software Toon Boom Harmony que usamos no Split
Studio (e a maior parte do mercado). O profissional de rigging recebe os designs de
personagens e o divide em várias camadas, transformando cada parte do corpo em um
objeto selecionável. Essas camadas são então organizadas de uma forma hierárquica e
lógica. Ex. para se mexer o ombro, é necessário que o braço e a mão acompanhem. O
profissional de rigging configura esse tipo de relação.

● Setup Setup é um processo bastante técnico que nem todos os estúdios adotam. É uma
etapa na qual um profissional basicamente vai montar os arquivos para que os
animadores possam animar. Cada cena será um arquivo diferente. Se um episódio tem
120 cenas, o profissional de setup deverá configurar 120 projetos de Toon Boom
Harmony. Cada projeto terá embutido os riggings dos personagens da cena na
proporção correta com o cenário, o cenário, props (elementos que os personagens
interagem), movimento de câmera configurado, áudio da cena, animatic da cena. Ele
deve deixar o arquivo com a duração exata da cena e também configurar os
parâmetros para a exportação futura da cena no formato de vídeo (render).
O QUE É CADA ETAPA?

● Animação Essa é a etapa mais trabalhosa e custosa. O cálculo médio que se faz no Brasil é 2
minutos / animador / mês. Isso dá 6s por dia para cada profissional. Geralmente o
animador anima a cena completa, todos os personagens que houverem na cena.

● Composição / finalização
A composição é uma etapa para se juntar animação com cenário e efetuar
movimentos de câmera. Se o processo de série adotou a etapa de setup, esse
processo é desnecessário. No entanto, nesse momento, também é possível fazer
o trabalho de finalização, que é melhorar visualmente alguma cena ou conjunto de
cenas. Ex: alterar as cores de uma sequência de cenas para elas parecerem um
entardecer.

● Edição É o trabalho de juntar cada uma das cenas num mesmo vídeo. Geralmente
segue-se à risca o animatic, e o trabalho de edição é mínimo. É a etapa em que se
adiciona a abertura e cartelas de título e crédito.

● Edição de som Com um corte do vídeo com o tempo definido, é possível que a equipe de som
crie os efeitos sonoros (passos, ruídos de ambiente, etc).
O QUE É CADA ETAPA?

● Composição de trilhaA partir do animatic, geralmente o compositor musical já consegue começar a


sonora trabalhar na trilha sonora do episódio. Mas é só com o tempo do episódio fechado
que é possível fechar a trilha sonora também.

● Mixagem A mixagem é a etapa de se juntar vozes + efeitos sonoros + trilha sonora. O


mixador, nesse processo, define o volume de cada um desses elementos. Ele
também adiciona efeitos aos sons, quando necessário (Ex. personagens
conversando dentro de um banheiro. O mixador vai deixar os sons mais abafados).
No sistema stereo e 5.1, ele também define o que cada caixa de som deve tocar.

● Master A master é a etapa de consolidar imagem final + som final, e exportar o material
no formato certo para o canal. Cada canal tem especificações técnicas específicas.
Alguns aceitam receber arquivos digitalmente, outros te solicitam que você envie
o material gravado em mídia física, como a XDCam, que é a mais utilizada hoje em
dia. É nessa etapa que tudo isso é feito.
FIGURAS IMPORTANTES

A equipe de uma série de animação é altamente setorizada. Abaixo, uma descrição das funções. Importante
dizer que cada projeto tem suas peculiaridades, e as funções abaixo podem variar, inclusive em função do
orçamento. Orçamentos mais apertados costumam fazer com que pessoas acumulem mais de uma função.

● Produtor É a figura mais importante da produção junto do criador e do diretor da série. É comum que
Executivo as pessoas relacionem o produtor executivo à figura que capta e traz os recursos
financeiros para se fazer a série, mas ele faz mais do que isso. O produtor executivo cuida
do posicionamento da série e das estratégias do produto, do relacionamento com o canal
com demais parceiros importantes, como distribuidores e agentes de licenciamento, e
valida a contratação da equipe e o gasto do orçamento. Frequentemente é o detentor da
palavra final.

● Diretor da O diretor da série é uma figura criativa que irá cuidar das decisões estéticas e narrativas do
série projeto e cuidar para que a visão original do produtor executivo, do criador e sua estejam
presentes na série do começo ao fim.

● Criador O criador é quem cria o projeto. Às vezes ele ocupa alguma função na equipe, mas não
necessariamente ele se envolve na produção. Às vezes ele pode ser só um consultor, ou
até mesmo pode ter vendido a ideia para alguém produzir.
FIGURAS IMPORTANTES

● Chefe de O chefe de roteiro é quem irá comandar toda a equipe de roteirista e cuidar para que os
roteiro roteiros obedeçam às premissas do produtor executivo e do diretor da série.

● Showrunner O Showrunner é uma figura bastante comum no modelo de produção televisiva americano,
mas nem tanto no Brasil. O showrunner basicamente conjuga as funções de produtor
executivo, criador, chefe de roteiro e diretor da série, e ele é o responsável por praticamente
todas as decisões importantes. Para os canais americanos, é uma figura muito importante,
que gera a identidade do projeto.

● Roteirista Os roteiristas são os profissionais que escrevem o roteiro dos episódios

● Diretor do Os diretores de episódio dirigem episódios específicos, atendendo às premissas do


episódio produtor executivo e diretor geral, ou do showrunner.

● Diretor de O diretor de produção é quem define o cronograma e cuida da administração geral do


produção projeto (contratações, entregas, etc).

● Produtor de O produtor de linha é uma das figuras mais importantes na produção. É ele quem irá cuidar
linha da manutenção do cronograma e garantir que as informações estejam correndo
adequadamente entre as equipes e que cada indivíduo se mantenha dentro do cronograma
FIGURAS IMPORTANTES

● Storyboarder O Storyboarder é um dos profissionais mais importantes num projeto, pois é quem irá
decupar todo o roteiro na forma de desenhos sequênciais, o chamado storyboard. É ele
quem irá dar o tom do episódio, desenvolvendo detalhadamente como será executada
cada ação, incluindo posicionamento e movimentação de câmera.

● Diretor de É quem faz o casting de vozes dos personagens, e é quem dirige os atores durante as
voz original gravações.

● Atores São os atores que fazem as vozes dos personagens.

● Editor de Munido das vozes gravadas e do storyboard completo, o editor é quem combina todo esse
animatic material numa timeline e faz um vídeo de referência que será usado por toda a equipe
como o guia máximo para a produção do vídeo, o animatic. O animatic costuma ser muito
parecido com o filme, não apenas em termos de enquadramento e ação, mas de ritmo e
duração, seja a duração total ou cena a cena. Muitas vezes é o próprio storyboarder quem
também edita o animatic.

● Assistente de O assistente de direção pode ocupar funções muito diferentes, dependendo da produção,
direção mas de uma forma geral ele é quem cuida de conferir se cada pedido do diretor está sendo
atendido pela equipe.
FIGURAS IMPORTANTES

● Diretor de arte O diretor de arte é quem cuida do visual do filme. Ele lida com uma equipe de artistas, que
farão os designs de personagens, props, cenários, cartelas de créditos, logo, etc.

● Equipe de A equipe de arte é composta de designers de personagens, designer de props, cenaristas e


arte até mesmo designers. Dependendo da produção, a equipe pode ser ainda mais setorizada,
com pessoas exclusivas de criar layouts à lápis e outras para artefinaliar e colorir, por
exemplo.

● Diretor de É um animador bastante experiente que irá fazer a gestão da qualidade da equipe de
animação animação. Geralmente é o responsável pela montagem da equipe e tem papel importante
na definição da estética de animação a ser abordada pela série.

● Supervisor de Os supervisores costumam fazer a gestão qualitativa e orientação dos animadores num
animação determinado episódio. Geralmente cada supervisor supervisiona um episódio por vez. O
supervisor pode ou não animar durante a produção.

● Equipe de A equipe de animação é composta por animadores, que frequentemente se dividem e são
animação remunerados de acordo com sua experiência (júnior, pleno e sênior), além de profissionais
com um perfil mais técnico que irão cuidar do setup e do rigging dos personagens.
FIGURAS IMPORTANTES

● Editor O editor é quem irá montar os episódios, sequenciando cada cena animada, e incluindo
abertura, cartelas de título e créditos de encerramento, além de color bar, claquete e outros
elementos que variam de tv à tv. Não é uma função muito complexa, uma vez que o editor
de animatic já definiu todos os tempos e a sequência lógica das cenas, usados na produção
da animação. O mais comum é o editor fazer apenas ajustes finos.

● Compositor O compositor de imagem é um profissional que se dedica a juntar os personagens


de imagem / animados ao cenário, e fazer movimentos de câmera e ajustes finos de acabamento. Como
finalizador esse é um processo lento, no geral o seu trabalho é substituído pelo setup, antes de os
animadores animarem. Ou seja, o compositor de imagem não é uma figura tão comum
numa produção de animação 2D. Geralmente os estúdios têm algum profissional assim
para se dedicar à finalização, que é aplicar à algumas cenas específicas algum tratamento
especial que é difícil de fazer na animação, dependendo da necessidade. Ex: ele deixa uma
sequência inteira toda alaranjada, para dar um clima de pôr-do-sol.

● Compositor É um profissional da área musical especializado em criar trilhas sonoras. É ele quem
musical compõe todas as músicas e canções dos episódios.
FIGURAS IMPORTANTES

● Editor de som / O editor de som é um profissional que, munido de uma versão do episódio com todas as
Foley artist cenas já animadas e no tempo certo, irá aplicar ao filme uma série de efeitos sonoros, como
barulhos de passos, porta batendo, etc. Por uma questão de praticidade, limitação de
orçamento e cronograma apertado, no geral esse profissional usa principalmente sons já
gravados, os chamados bancos de sons. Em algumas situações, ou dependendo do projeto,
é possível entrar outra figura, o chamado Foley Artist, que é um profissional especializado
em produzir sons para ser gravado em estúdio.

● Mixador É o profissional responsável por conjugar o áudio final do episódio. Munido dos efeitos
sonoros, das vozes originais e da trilha sonora, é ele quem define o “peso” de cada
elemento cena a cena, ajustando o volume de cada elemento de acordo com a necessidade
narrativa. É ele quem também aplica distorções aos sons (ex: numa cena num banheiro, ele
pode deixar todos os sons mais abafados. Numa sala vazia, ele pode colocar eco no sons).
Além disso, é ele quem define que som irá tocar em cada uma das caixas de som, no caso
de som em stereo ou 5.1, além de fazer pans entre cada caixa (o efeito de fazer o som
correr de uma caixa para outra, que dá a impressão de elementos percorrendo um espaço
(ex, um carro passando da esquerda para a direita na tela pode ter o som percorrendo da
esquerda para a direita das caixas também. É mais comum em cinema, que tem um sistema
de som mais adequado para esse recurso)
CPB

Depois que você termina a série, é importante que para a aprovação de projetos via leis de incentivo
você tire o CPB. audiovisuais para captação de recursos.

O CPB é o certificado de Produto Brasileiro. Ele é um Se uma obra não possui o CPB, ela não poderá ser
selo que foi criado pela ANCINE em 2004. O CPB é a exibida. Hoje, todas as salas de exibição, TVs abertas
garantia que o filme é um produto brasileiro, é como e por assinatura são obrigadas a exibir somente
uma certidão de nascimento que prova a titularidade filmes brasileiros que tenham o CPB, caso contrário,
da obra audiovisual brasileira. elas serão autuadas.

O CPB garante que a obra audiovisual possa circular O CPB é mais um certificado que foi criado para
livremente pelo Brasil e principalmente por outros regularizar o mercado audiovisual, portanto para o
países em mostras e festivais. É um documento legal, diretor e para o produtor, o CPB garante seu
que informa as procedências do filme. O CPB é ingresso ao mercado, permitindo que sua obra seja
também um registro que garante os direitos comercializada.
patrimoniais ao diretor e produtor da obra. Além disso,
sem o CPB, o diretor e o produtor não conseguem Fonte:
pontuação na ANCINE, o que hoje é uma exigência http://www.guiadosfestivais.com.br/noticia/649
CONDECINE

Além do CPB, também será necessário que você Fonte:


pague a CONDECINE - Contribuição para o https://www.ancine.gov.br/pt-br/condecine
Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica
Nacional.

A contribuição incide sobre a veiculação, a produção, o


licenciamento e a distribuição de obras
cinematográficas e videofonográficas com fins
comerciais, bem como sobre o pagamento, o crédito,
o emprego, a remessa ou a entrega, aos produtores,
distribuidores ou intermediários no exterior, de
importâncias relativas a rendimento decorrente da
exploração de obras cinematográficas e
videofonográficas ou por sua aquisição ou importação,
a preço fixo.
SAIBA MAIS
REFERÊNCIAS

● Ancine https://www.ancine.gov.br/pt-br/ancine/apresentacao

● Lei 12.485 https://www.ancine.gov.br/pt-br/faq-lei-da-tv-paga

● Produtora brasileira https://www.ancine.gov.br/pt-br/node/16222


independente
● Espaço qualificado https://www.ancine.gov.br/pt-br/legislacao/instrucoes-normativas-consolida
das/instru-o-normativa-n-105-de-10-de-julho-de-2012

● FSA https://fsa.ancine.gov.br/o-que-e-fsa/introducao

● Artigo 3º, 3ºA e 39 https://www.ancine.gov.br/sites/default/files/manuais/Manual_art39.pdf

● Saiba mais sobre https://pt.slideshare.net/redecemec/financiamento-audiovisual-41019637


financiamento de
produções audiovisuais
no Brasil
REFERÊNCIAS

● Lei da propaganda https://www12.senado.leg.br/cidadania/edicoes/469/medida-proibe-publici


infantil dade-dirigida-ao-publico-infantil

● Exemplo de bíblia https://pt.scribd.com/document/118981476/Bravest-Warriors-Pitch-Bible


Bravest Warriors

● TBI - Tabela de https://drive.google.com/open?id=0BxoSuHz-Qvq7alBUX2JpZ0FTM2M


referência de preços
do half an hour

● Ex. de um cronograma https://drive.google.com/open?id=0BxoSuHz-Qvq7Ql9CdF9zUV9GSGs


de série em animação
2D cutout
● Exemplo Animatic https://www.youtube.com/watch?v=d7h6rdrCP-I
Futurama

● Processo de https://www.youtube.com/watch?v=n6KcCz4IKGY
produção Gumball
REFERÊNCIAS

● Imprensa Mahon Canal de youtube da Krishna Mahon, executiva do grupo A&E, que
entrevista executivos e profissionais do setor falando sobre mercado e
sobre o que os canais estão buscando:

https://www.youtube.com/channel/UCABE_Ie8l3NGX4Qw-qPE2Ig

● ICONIC O ICONIC é um congresso online sobre animação e artes digitais, de


Henrique Lira. Há excelentes vídeos e entrevistas com profissionais da área
de animação:

iconic.network

● Tela Viva News O principal periódico do mercado audiovisual brasileiro:

http://teletela.com.br/telaviva/
OBRIGADO!

Jonas Brandão
Produtor executivo, roteirista e diretor

jonas@splitstudio.com.br
www.splitstudio.com.br

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