Sie sind auf Seite 1von 10

BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL PARA AUDITOR TCU – 2013

PROFESSOR LAURO ESCOBAR

Meus amigos e alunos

Nosso edital pode ser considerado simples em relação a outros


concursos. Não sendo muito extenso, o estudo torna-se mais fácil e o acerto
destas questões pode fazer toda a diferença. Vejamos algumas dicas e
resumos.

LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (Decreto-Lei


nº 4.657/42). Trata-se de uma lei pequena, com apenas 19 artigos. Neste item
aconselho o aluno a se preocupar mais com os seis primeiros artigos, que
são os que têm maior incidência nos concursos públicos. Não que os outros
artigos não possam cair. Mas em termos de estatísticas e importância prática,
eles se destacam.
A LINDB é um conjunto de normas sobre normas; é considerada como
um “Código de Normas”, ultrapassando o âmbito do Direito Civil, atingindo
tanto matéria de ordem privada, quanto pública. Trata dos seguintes temas:
vigência e eficácia das normas jurídicas públicas e privadas; apresenta
soluções aos conflitos de normas no tempo e no espaço; fornece critérios de
interpretação (hermenêutica); estabelece formas de integração das normas
quando houver lacunas e também contém normas de Direito Internacional.
Em relação ao tema vigência das leis devemos nos preocupar com os
seus princípios: obrigatoriedade (art. 3o, LINDB) e continuidade das leis
(art. 2o, LINDB). A regra geral (teórica) é que a lei começa a vigorar 45 dias
após a publicação (art. 1o, caput, LINDB: vacatio legis). Na prática, a lei entra
em vigor na data em que ela mesmo determinar. Já nos estados estrangeiros o
prazo é de três meses após a publicação. Se houver alguma alteração da lei
durante o prazo de vacatio, o prazo recomeça a contar da republicação (art.
1o, §3o, LINDB). Se alteração se deu após o prazo de vacatio, trata–se de lei
nova (art. 1o, §4o, LINDB). A contagem é feita incluindo-se o dia do começo e
também o último dia do prazo, entrando a lei em vigor no dia subsequente à
sua consumação integral (art. 8o, §1o, LC n° 95/98).
Outros dois temas importantes: a) Repristinação: uma lei revogada não
se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência, salvo disposição em
contrário (art. 2o, §3o, LINDB); b) Lei Especial que estabeleça disposições
gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica lei
anterior (art. 2o, §2o, LINDB). Princípio da Conciliação. Interpretar a lei é
descobrir o sentido da norma jurídica, fixando o seu alcance → hermenêutica.
Principais formas de interpretação: 1) Quanto às fontes: a) autêntica; b)
doutrinária; c) Jurisprudencial. 2) Quanto aos resultados: a) declarativa; b)
extensiva; c) restritiva. 3) Quanto ao método ou meio utilizado: a) gramatical;
b) lógica; c) sistemática; d) ontológica; e) histórica; f) sociológica ou
teleológica (adotada pelo art. 5°, LINDB): “Na aplicação da lei, o juiz atenderá
aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”.
Segundo o art. 4o, quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso
(formas de integração da norma jurídica) de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito. Na analogia aplica-se em hipótese
1
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL PARA AUDITOR TCU – 2013
PROFESSOR LAURO ESCOBAR
não prevista, dispositivo relativo a outro caso distinto, porém semelhante. O
costume é a reiteração constante de uma conduta (elemento objetivo), na
convicção de ser a mesma obrigatória (elemento subjetivo). Espécies: a)
segundo a lei → a própria lei determina a sua aplicação (admissível); b) na
falta da lei → quando a lei deixa omissões que podem ser preenchidas por ele
(admissível); c) contra a lei → quando ele contraria o que dispõe a lei
(inadmissível, segundo a teoria majoritária). Os princípios gerais de direito
são regras que se encontram na consciência dos povos, mesmo que não sejam
escritas, mas que estão implícitas em nosso ordenamento jurídico. Finalmente
a antinomia, que é a presença de duas normas conflitantes, sem que se
possa afirmar qual delas deverá ser aplicada a um caso concreto. Critérios
para solução do conflito aparente de normas: a) hierárquico (uma norma é
hierarquicamente superior à outra); b) especialidade (uma norma é especial
em relação a outra) e c) cronológico (baseado no princípio de que a norma
jurídica mais nova revoga a mais velha).
CÓDIGO CIVIL
O primeiro tema em relação a ele se refere à PESSOA NATURAL (todo
ser humano considerado como sujeito de obrigações e direitos, sem qualquer
distinção). O início da personalidade se dá com o nascimento com vida; mas
a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro (o que está por
nascer). Em relação ao fim da personalidade, o item de maior relevância é o
da morte presumida. Isto depende de um processo, que passa por três fases:
a) Ausência (arrecadando-se os bens que serão administrados por um
curador); b) Sucessão Provisória (é feita a partilha de forma provisória,
aguardando-se por 10 anos o retorno do ausente); c) Sucessão Definitiva – na
abertura já se concede a propriedade plena dos bens e se declara a morte
(presumida) do ausente. Seu cônjuge é reputado viúvo. Aguardam-se mais dez
anos, não comparecendo neste período encerra-se o processo.
Em relação à capacidade o mais importante é saber a classificação: 1)
Absolutamente Incapazes: a) menores de 16 anos; b) enfermidade ou
deficiência mental sem discernimento; c) pessoas que, mesmo por causa
transitória, não puderem exprimir sua vontade. 2) Relativamente
Incapazes: a) maiores de 16 e menores de 18 anos; b) ébrios habituais,
viciados em tóxico e os que por deficiência mental tenham discernimento
reduzido; c) excepcionais, sem desenvolvimento completo; d) pródigos
(pessoas que dissipam seus bens). Lembramos que os índios são regulados por
legislação especial (Lei n° 6.001/73 – Estatuto do Índio). 3) Capacidade Plena
– maiores de 18 anos ou emancipadas.
A emancipação é a aquisição da capacidade plena antes dos 18 anos.
Hipóteses: a) concessão dos pais (na falta de um deles, apenas a do outro),
por instrumento público, independentemente de homologação judicial – 16
anos; b) sentença do Juiz (ouvido o tutor, nos casos em que não há poder
familiar) – 16 anos; c) casamento – idade núbil → 16 anos; d) exercício de
emprego público efetivo; e) colação de grau em curso de ensino superior; f)
estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego,
com economia própria – 16 anos.

2
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL PARA AUDITOR TCU – 2013
PROFESSOR LAURO ESCOBAR
Em relação à PESSOA JURÍDICA, a dica é saber o seu conceito, a
classificação principal e a desconsideração da personalidade. Vejamos.
Conceito: unidade de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa à
consecução de certos fins, reconhecido como entidade com aptidões de direitos
e obrigações. Corrente majoritária → Teoria da Realidade Técnica. Súmula
227 do Superior Tribunal de Justiça: “A pessoa jurídica pode sofrer dano
moral”. Classificação principal: A) Pessoas Jurídicas de Direito Público: 1)
Externo → Regulamentadas pelo Direito Internacional – Ex: outros países,
organismos internacionais (ONU, OEA). 2) Interno → O Estado: a)
Administração Direta: União, Estados Membros, Distrito Federal, Territórios e
Municípios. b) Administração Indireta: Autarquias, Associações Públicas e
demais entidades de caráter público criadas por lei (Fundações Públicas). B)
Pessoas Jurídicas de Direito Privado: 1) Fundações Particulares; 2)
Partidos Políticos; 3) Organizações Religiosas; 4) Associações – união de
pessoas, sem finalidade lucrativa; 5) Sociedades – Simples ou Empresárias →
ambas visam finalidade lucrativa; no entanto a diferença está no seu objeto:
exercício (ou não) de atividade mercantil. Palavras chaves: organização e
atividade. Obs.: Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista são
consideradas como Pessoas Jurídicas de Direito Privado. 6) Empresa Individual
de Responsabilidade Limitada (EIRELI). Grupos Despersonalizados: sociedades
comuns (sociedade de fato e irregulares), massa falida, espólio.
Desconsideração da personalidade jurídica (disregard of the legal entity)
– Art. 50, CC → atinge e vincula responsabilidades dos sócios, atingindo seus
bens particulares, com intuito de impedir abuso da personalidade jurídica,
desvio de finalidade ou confusão patrimonial.
Em relação ao tema BENS, costuma cair a classificação completa. Vamos
então fornecer esta classificação de forma resumida:
A) Bens considerados em si mesmos (arts. 79/91, CC)
1.1 Imóveis: são os que não podem ser removidos ou transportados de um
lugar para o outro sem a sua destruição. Subdividem-se em: a) imóveis por
natureza (ex: solo, subsolo e espaço aéreo); b) acessão física ou artificial (ex:
plantações e construções); c) disposição legal (ex: direito à sucessão aberta,
ainda que a herança seja formada apenas por bens móveis). Não perdem o
caráter de imóvel: as edificações que, separadas do solo, mas conservando a
sua unidade, forem removidas para outro local; materiais provisoriamente
separados de um prédio, para nele se reempregarem.
1.2 Móveis: são os que podem ser transportados de um lugar para outro, por
força própria ou estranha, sem alteração da sua substância ou da destinação
econômico-social. Subdividem-se em: a) móveis por natureza – podem ser
transportados por força própria (semoventes – animais de uma forma geral)
ou alheia (carro, joia); b) móveis por antecipação (árvore plantada para corte
ou frutos de um pomar que ainda estão no pé, mas destinados à venda - safra
futura); c) móveis por determinação legal (energias que tenham valor
econômico).
Observações: a) os materiais de construção enquanto não forem empregados
nesta construção, ainda são considerados como bens móveis; b) as árvores,

3
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL PARA AUDITOR TCU – 2013
PROFESSOR LAURO ESCOBAR
enquanto ligadas ao solo, são bens imóveis por natureza, exceto se se
destinam ao corte. Quando isso ocorre, elas se convertem em móveis por
antecipação.
2.1. Infungíveis: não podem ser substituídos por outros do mesmo gênero,
qualidade e quantidade (ex: todos os imóveis, veículos, etc.).
2.2. Fungíveis: podem ser substituídos por outros do mesmo gênero,
qualidade e quantidade (ex: gêneros alimentícios, dinheiro, etc.).
3.1. Inconsumíveis: proporcionam reiterados usos, permitindo que se retire
toda a sua utilidade, sem atingir sua integridade (ex: imóveis, livros, etc.).
3.2. Consumíveis: são bens móveis, cujo uso importa na destruição imediata
da própria coisa (gêneros alimentícios, bebidas, dinheiro, etc.).
4.1. Divisíveis:– podem ser partidos em porções reais e distintas, formando
cada qual um todo perfeito.
4.2. Indivisíveis: não podem ser fracionados em porções, pois deixariam de
formar um todo perfeito. Divide-se: por natureza (cavalo); determinação legal
(herança, lotes urbanos); vontade das partes (contrato).
5.1. Singulares: são os que, embora reunidos, se consideram de per si,
independentemente dos demais.
5.2. Coletivos (ou Universais): são as coisas que se encerram agregadas em
um todo. a) Universalidade de Fato: pluralidade de bens singulares, corpóreos
e homogêneos, que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária
pela vontade humana (biblioteca, rebanho, etc.). b) Universalidade de Direito:
pluralidade de bens singulares, corpóreos, dotadas de valor econômico, ligadas
pela norma jurídica (patrimônio, herança, massa falida, etc.).
B) Bens reciprocamente considerados (arts. 92/97, CC)
1. Principais: existem por si mesmos, exercendo função e finalidade
independentemente de outro bem (terrenos, joias, etc.).
2. Acessórios: sua existência depende da existência de outro. Regra → o
acessório acompanha o principal.
2.1. Frutos: são as utilidades que a coisa principal produz periodicamente;
nascem e renascem da coisa e sua percepção mantém intacta a substância do
bem que as gera (frutas, aluguéis, etc.).
2.2. Produtos: são as utilidades que se retiram da coisa, alterando a
substância da coisa, com a diminuição da quantidade até o seu esgotamento.
2.3. Pertenças: são os bens que, não constituindo partes integrantes (como
os frutos, produtos e benfeitorias), se destinam, de modo duradouro, ao uso,
ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Ex: acessórios de um veículo;
ornamentos de uma residência, um trator destinado a uma melhor exploração
de propriedade agrícola, etc.
2.4. Benfeitorias: são obras ou despesas que se fazem em um bem móvel ou
imóvel, para conservá-lo, melhorá-lo ou embelezá-lo. Espécies: a) necessárias
(realizada para a conservação do bem: alicerces da casa), úteis (são as que
aumentam ou facilitam o uso da coisa: garagem) e voluptuárias (mero
embelezamento, recreio ou deleite: piscina).
C) Bens considerados em relação ao titular do domínio (arts. 98/103)
4
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL PARA AUDITOR TCU – 2013
PROFESSOR LAURO ESCOBAR
1. Particulares: pertencem às pessoas naturais/jurídicas de direito privado.
2. Res Nullius: são as coisas de ninguém (ex: um peixe no fundo do mar; as
coisas abandonadas).
3. Públicos: são os bens de domínio nacional pertencentes às pessoas
jurídicas de direito público interno. Uso comum do povo: destinados à
utilização do público em geral (rios, mares, estradas, ruas, etc.). Uso
especial: imóveis utilizados pelo poder público para a execução de serviço
público (hospitais e escolas públicas, secretarias, etc.). Dominicais:
constituem o patrimônio disponível das pessoas de direito público: terras
devolutas e terrenos de marinha. Característica dos Bens Públicos:
inalienáveis, impenhoráveis, imprescritíveis (não podem ser objeto de
usucapião, qualquer que seja a sua natureza – Súmula 340 STF).
Observação: os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial
são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação. Os dominicais
podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Bem de Família – arts. 1.711 a 1.722, CC (voluntário) X Lei n° 8.009/90 (ou
Impenhorabilidade do único imóvel – legal) – Não confundir os institutos!!
Cuidado, também, com a fiança nos contratos de locação (trata-se de uma
exceção que se aplica somente em relação à Lei n° 8.009/90).
Em relação ao NEGÓCIO JURÍDICO, a dica é saber bem os elementos
essenciais e os defeitos de consentimento. Os Elementos Essenciais dizem
respeito à existência e validade do Negócio Jurídico, dando-lhe a estrutura e a
substância. Dividem-se em: 1) Gerais – são comuns a todos os negócios
jurídicos: a) capacidade das partes; b) objeto lícito, possível, determinado ou
determinável e c) consentimento (que diz respeito à vontade das partes). 2)
Especiais – dizem respeito à forma prescrita ou não defesa em lei, aplicáveis
a apenas alguns negócios.
Defeitos do Negócio Jurídico (arts. 138 a 165, CC). Em regra o ato é
anulável (art. 171, II, CC), devendo ser alegado no prazo decadencial de 4
anos (art. 178, II, CC) 1. Ignorância ou Erro Essencial – recai sobre
circunstâncias e aspectos principais, relevantes do negócio de forma que se eu
soubesse do defeito jamais teria praticado o ato. 2. Dolo Essencial. Emprego
de manobras ardilosas ou maliciosas, para levar alguém à prática de um ato
que o prejudica, beneficiando o autor do dolo ou terceiros. 3. Coação. É a
pressão física (ato nulo) ou moral (anulável) exercida sobre alguém para
obrigá-lo a praticar (ou deixar de praticar) determinado ato. 4. Estado de
Perigo. Configura-se quando alguém, premido da necessidade de salvar a si,
ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume
obrigação excessivamente onerosa. 5. Lesão (art. 157, CC). Ocorre quando
uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a
prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. 6.
Fraude contra credores. Prática maliciosa, pelo devedor, de atos que desfalcam
seu patrimônio, com o fim de colocá-lo a salvo de uma execução por dívidas
em detrimento dos direitos creditórios alheios. 7. Simulação (art. 167, CC). É a
declaração enganosa da vontade, visando a obter resultado diverso do que
aparece, com o fim de criar uma aparência de direito, para iludir terceiros ou

5
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL PARA AUDITOR TCU – 2013
PROFESSOR LAURO ESCOBAR
burlar a lei. É importante notar que o novo Código Civil não trata mais a
simulação como um defeito social. Além disso, determina que a simulação é
hipótese de nulidade absoluta do ato.

Quadro comparativo entre nulidade a anulabilidade


Ato Nulo Ato Anulável
(nulidade absoluta) (nulidade relativa – anulabilidade)
1. Interesse da coletividade; matéria de 1. Interesse do prejudicado; matéria de
ordem pública. Eficácia erga omnes ordem privada. Os efeitos são extensíveis
(extensíveis a todos). apenas para quem alegar.
2. Pode ser arguida por qualquer 2. Somente pode ser alegada pelo
interessado ou pelo Ministério Público. prejudicado, legítimo interessado.
3. Não pode ser suprida pelo juiz. No 3. O juiz não pode reconhecê-la de ofício.
entanto ele pode reconhecê-la de ofício. No entanto, alegada, ele pode saná-la.
4. O vício não pode ser sanado pela 4. O vício pode ser sanado pela
confirmação, nem se convalesce pelo confirmação (expressa) ou pelo decurso do
decurso do tempo. tempo (tácita).
5. Em regra não prescreve. Exceções: 5. Prescreve em prazos mais ou menos
quando a lei assim o permitir, negócios de exíguos ou em prazos decadenciais.
fundo patrimonial, etc.

6. Efeito ex tunc (desde aquele 6. Efeito ex nunc (de agora em diante).


momento). A declaração de nulidade Não retroage. Os efeitos se operam somente a
retroage à data da celebração do negócio. partir da anulação.

Distinções entre Prescrição e Decadência

PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
Conceito: perda da pretensão em virtude Conceito: perda do direito material
da inércia do titular de um direito violado, pela inércia de seu titular que deixou
durante determinado espaço de tempo escoar o prazo legal ou convencional
previsto em lei.

1. Extingue a pretensão, pela inércia 1. Extingue o direito material pela


do agente. Não atinge o direito material, falta de exercício dentro do prazo.
que permanece intacto. Atinge indiretamente a ação e demais
pretensões.

2. Prazos estabelecidos somente 2. Os prazos podem ser pactuados


pela lei. Não podem ser suprimidos, nem pelas partes (convencionais) ou
alterados pela vontade das partes. Não estabelecidos pela lei (legais).
existe prazo prescricional convencional.

3. Atualmente “deve” ser declarada 3. Na decadência decorrente de


de ofício pelo Juiz, mesmo nas ações prazo legal o Juiz deve declará-la de
patrimoniais. O art. 194, CC foi revogado oficio (art. 210, CC). A convencional
e disposição expressa no art. 219, §5°, não pode ser reconhecida de ofício
CPC. (art. 211, CC).

6
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL PARA AUDITOR TCU – 2013
PROFESSOR LAURO ESCOBAR

4. A parte pode não alegá-la; é 4. A decadência decorrente de prazo


renunciável. A renúncia pode ser legal não pode ser renunciada pelas
expressa ou tácita. A renúncia só valerá partes: nem antes e nem depois de
depois da consumação da prescrição e consumada.
não pode ser feita em prejuízo de
terceiros.

5. Não corre contra determinadas 5. Em rega corre contra todos (efeito


pessoas. O prazo pode ser impedido, erga omnes). Não se suspende e nem
suspenso ou interrompido. Ex.: cônjuges, se interrompe. Exceção → não corre
poder familiar, tutela, curatela, contra os absolutamente incapazes
absolutamente incapazes, etc. (art. 208, c.c. art. 198, I, ambos do
CC).

6. Causas de impedimento ou 6. Não se admite suspensão ou


suspensão → arts. 197, 198, 199 e 200, interrupção em favor daqueles contra
CC. Causas de interrupção → art. 202 CC. os quais não corre prescrição. Só pode
As causas estão expressamente ser obstada pelo exercício efetivo do
previstas em lei, não se admitindo direito ou da ação.
analogia.

7. Regra Geral → Prazo de 10 anos 7. Não há regra geral para os


(art. 205, CC). Prazos Especiais → 01, 02, prazos. Eles podem ser de dias, meses
03, 04 e 05 anos (conforme previsão do e anos. Previstos em dispositivos
art. 206 e seus parágrafos, CC). esparsos pelo Código e em Leis
Especiais.

O instituto da confirmação do negócio anulável (também chamado de


convalidação) tem por objetivo aproveitar o negócio jurídico defeituoso, que
poderia ser anulado. Convalidar é sanar o defeito que inquina o ato. Pela
confirmação integra-se o negócio jurídico, dando-se validade àquilo que as
partes teriam contratado, se pudessem prever a anulabilidade. Não confundir
com conversão do negócio jurídico nulo em outro de natureza diferente (art.
170, CC): “Se o negócio jurídico nulo contiver requisitos de outro, subsistirá
este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam
querido, se houvessem previsto a nulidade”. O negócio não pode prevalecer da
forma como pretendida pelas partes. Ele é nulo. Mas como seus elementos são
idôneos para caracterizar um outro negócio, transforma-se neste, desde que
não haja uma proibição expressa.
Quanto ao tema ATO ILÍCITO E RESPONSABILIDADE CIVIL, há
previsão nos arts. 186 a 188 e 927 a 954, CC.
a) Ato Ilícito (art. 186, CC): é o praticado em desacordo com a norma
jurídica, causando danos a terceiros e criando o dever de repará-los.
b) Abuso de Direito (art. 187, CC): também comete ato ilícito o titular de um
direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos costumes. Corrente majoritária
→ responsabilidade objetiva (independe de comprovação da intenção em lesar:
dolo ou culpa).
7
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL PARA AUDITOR TCU – 2013
PROFESSOR LAURO ESCOBAR
Responsabilidade Civil
a) Responsabilidade Contratual → surge pelo descumprimento de uma
cláusula do contrato.
b) Responsabilidade Aquiliana (ou extracontratual) → deriva de
inobservância de qualquer outro preceito legal; de normas gerais de
conduta.
Teorias sobre Responsabilidade
A) Objetiva (Teoria do risco). Deve-se provar: 1. Conduta → positiva
(ação) ou negativa (omissão). 2. Dano → patrimonial e/ou moral
(extrapatrimonial). Danos emergentes = aquilo que efetivamente se perdeu; o
prejuízo efetivo. Lucros cessantes = aquilo que se deixou de ganhar. 3. Nexo
Causal (ou relação de causalidade) entre a conduta e o dano (o dano ocorreu
por causa da conduta).
B) Subjetiva (Teoria da culpa em sentido amplo). Deve-se provar: 1.
Conduta. 2. Dano. 3. Nexo Casual. 4. Elemento Subjetivo: Culpa em sentido
amplo → Dolo (ação voluntária) ou Culpa (em sentido estrito: imprudência,
negligência ou imperícia).
Teoria adotada pelo Código Civil
Regra → Subjetiva (art. 186, combinado com art. 927, caput, ambos
do CC): aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito. Quem, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Exceção → Objetiva (art. 927, parágrafo único, CC): o próprio Código
Civil admite expressamente a responsabilidade objetiva. Haverá obrigação de
reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei,
ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar,
por sua natureza, riscos para os direitos de outrem (substitui-se a culpa pela
ideia do risco). Outro exemplo: art. 931, CC – as empresas que exercem
exploração industrial respondem objetivamente pelos danos provocados por
seus produtos colocados em circulação.
CULPA (sentido amplo):
a) Contratual  resulta da violação de um dever inerente a um
contrato (ex: o inquilino que não paga o aluguel).
b) Extracontratual (aquiliana)  resulta da violação de um dever
fundado em princípios gerais do direito, como o respeito às pessoas e aos bens
alheios; deriva de infração ao dever de conduta (dever legal) imposto pela lei
(ex: motorista em excesso de velocidade que provoca um atropelamento).

Obrigação de Indenizar – art. 927, CC: aquele que, por ato ilícito (arts. 186
e 187, CC), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Responsabilidade por Atos de Terceiros. Art. 932, CC: pais, tutores,


curadores, empregadores, donos de hotéis. Responsabilidade Objetiva.
8
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL PARA AUDITOR TCU – 2013
PROFESSOR LAURO ESCOBAR
Exclusão da Ilicitude. Art. 188, CC: legítima defesa, exercício regular de um
direito, estado de necessidade (destruição da coisa alheia ou lesão à pessoa, a
fim de remover perigo iminente), ausência de nexo de causalidade, culpa
exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior.

Efeitos civis da decisão proferida no Juízo Criminal - A responsabilidade


civil (em regra) é independente da criminal, não se podendo, entretanto,
questionar mais sobre a existência do fato ou sobre quem seja o seu autor
quando essas questões já se acharem decididas no juízo criminal (art. 935,
CC). Assim, havendo responsabilidade criminal, poderá haver repercussão na
esfera civil.
a) Sentença penal condenatória (apreciou o fato e a sua autoria) – vincula
→ julga-se a ação procedente no juízo cível (condena-se o autor do dano).
Discute-se apenas o valor (quantum) da indenização.
b) Sentença penal absolutória (negatória do fato e/ou autoria, legítima
defesa, exercício regular de um direito, etc.) – vincula → absolve-se
também no cível.
c) Sentença penal absolutória por falta de provas (non liquet) – não
vincula → o Juiz do cível pode condenar ou absolver, dependendo do que
foi apurado no processo civil (verdade formal).
Transmissibilidade do dever de indenizar: tanto o direito da vítima de
exigir a reparação do dano, como o dever de prestá-la são transmissíveis aos
herdeiros, até o limite das forças da herança (art. 943, CC).

Finalmente o tema CONTRATOS.


Conceito → Acordo de vontades (negócio jurídico bilateral ou plurilateral) que
visa aquisição, resguardo, transformação, modificação ou extinção de relações
jurídicas de natureza patrimonial.
Elementos Essenciais: Duas ou mais pessoas (naturais ou jurídicas);
Capacidade plena das partes (representação ou assistência dos incapazes);
Consentimento sem vícios; Objeto lícito, possível determinado ou determinável
e economicamente apreciável; Forma prescrita ou não defesa em lei.
Formação: conjugação de pelo menos duas vontades (bilateral): a) Proposta
(oferta ou policitação): é a declaração de vontade dirigida por uma parte à
outra com a intenção de provocar uma adesão do destinatário; b) Aceitação.
Regra: feita a proposta, vincula o proponente (art. 427, CC). Exceções: art.
428, CC. Momento da Celebração. Entre presentes → momento da
aceitação da proposta. Entre ausentes → teoria da expedição da aceitação
(art. 434, CC): momento em que a aceitação é expedida (contratos
epistolares: cartas). VI. Local da Celebração: Regra dispositiva (admite-se
convenção em contrário): art. 435, CC → reputa-se celebrado no lugar em que
foi proposto.

Adimplemento (cumprimento) das Obrigações:


1) Pagamento Direto.
9
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br
BIZU DO PONTO – DIREITO CIVIL PARA AUDITOR TCU – 2013
PROFESSOR LAURO ESCOBAR
2) Formas Especiais de Pagamento: a) Pagamento em consignação
(arts. 334/345, CC): devedor deposita a coisa devida, liberando-se de
obrigação líquida e certa. Se a dívida for em dinheiro o depósito pode ser
extrajudicial (estabelecimento bancário oficial – art. 890, §1o, CPC). b)
Pagamento com sub-rogação (arts. 346/351, CC): substituição na
obrigação de uma pessoa por outra, com os mesmos ônus e atributos (avalista
que paga a dívida). c) Imputação do pagamento (arts. 352/355, CC):
pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, líquidos e
vencidos, a um só credor, tem o direito de escolher qual deles está pagando.
3) Pagamento Indireto a) Dação em Pagamento (arts. 356/359, CC):
acordo de vontades entre credor e devedor, com o objetivo de extinguir a
obrigação, no qual o credor consente em receber coisa (móvel ou imóvel)
diversa da originalmente devida. b) Novação (arts. 360/367, CC): criação de
obrigação nova e extinguindo a anterior, modificando o objeto (objetiva ou
real) ou substituindo uma das partes (subjetiva = ativa – substituição do
credor; passiva – substituição do devedor). c) Compensação (arts. 368/380,
CC): duas ou mais pessoas são ao mesmo tempo credoras e devedoras umas
das outras. Na compensação legal exige-se: reciprocidade, liquidez,
exigibilidade e fungibilidade. d) Confusão (arts. 381/388, CC): incidência em
uma mesma pessoa as qualidades de credor e devedor.
Observação. O Código Civil trata a transação (arts. 840/850, CC) e a
arbitragem (arts. 851/853, CC) como formas de contrato autônomo e não
mais como formas de adimplemento das obrigações.

10
Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br

Das könnte Ihnen auch gefallen