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Débora Grama de Oliveira

Isadora Carvalho Louzada


Luisa Aragão Nogueira de Freitas

OFICINA DE RECICLAGEM:
CONFECÇÃO DE ENFEITES DE MESA COM GARRAFAS DE VIDRO

Belo Horizonte,
Escola de Educação Física Fisioterapia e Terapia Ocupacional/UFMG
2017
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 2

OBJETIVO 2

METODOLOGIA 3

PASSO 1 3

PASSO 2 3

PASSO 3 3

PASSO 4 4

PASSO 5 4

PASSO 6 4

PASSO 7 5

PASSO 8 5

CONSIDERAÇÕES FINAIS 8

REFERÊNCIAS 9
OFICINA DE RECICLAGEM: CONFECÇÃO DE ENFEITES DE MESA COM
GARRAFAS DE VIDRO
INTRODUÇÃO

Os Centros de Convivência são unidades públicas, articulada às Redes de


Atenção à Saúde, em especial à Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do Sistema
Único de Saúde (SUS), onde são oferecidos à população espaços de sociabilidade,
produção e intervenção na cultura e na cidade. Desta forma, há a disponibilização
de diversas oficinas e atividades aos usuários estrategicamente para a inclusão
social das pessoas com transtornos mentais e pessoas que fazem uso de crack,
álcool e outras drogas, por meio da construção de espaços de convívio e
sustentação das diferenças na comunidade e em variados espaços da cidade
(BRASIL, 2011).
Neste modelo de atenção, entende-se que as oficinas terapêuticas
oferecidas pelos Centros de Convivência não devem possuir o sentido de causar
apenas ocupação e entretenimento, mas, também, de serem as grandes promotoras
da reinserção social, por meio de ações que podem envolver o trabalho, a criação de
produtos, a geração de renda e, principalmente, de estimular e retomar a autonomia
do sujeito (LIMA, 2008).
A oficina de reciclagem com garrafas de vidro realizada na disciplina
“Análise da atividade e ocupação humana”, foi pensada, portanto, a partir de uma
experiência vivida anteriormente às aulas dessa matéria pelas integrantes do grupo
junto aos usuários do Centro de Convivência São Paulo, no qual houve o
aprendizado do passo a passo de como confeccionar enfeites de mesa com as
garrafas de vidro.

OBJETIVO

O objetivo principal da oficina de reciclagem foi analisar, com clareza, o


processo da atividade, ou seja, observar as características específicas, tanto físicas
quanto mentais necessárias para a sua realização. Além disso, a oficina teve como
foco observar e entender os numerosos elementos que envolvem a atividade e
identificar possíveis graduações e adaptações que podem ser feitas. Por fim, houve
o intuito de proporcionar discussões acerca dos aspectos funcionais da atividade
abordados na oficina.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a implementação da oficina de reciclagem


contou com uma ampla variedade de materiais para a confecção dos enfeites de
mesa, dentre eles: barbante, garrafas de vidro, cola, pincel, retalhos de pano, tintas
e tesoura. Quanto a análise da atividade, esta ocorreu a partir da análise e revisão
de artigos responsáveis por informar acerca das habilidades necessárias para a
execução da atividade. Bases como o site do Ministério da Saúde e o livro
Desenvolvimento Humano também foram utilizadas para a obtenção de maior
conhecimento sobre o funcionamento de oficinas terapêuticas oferecidas pelos
centros de convivência e sobre o processo de desenvolvimento humano,
respectivamente.

PASSO 1 – Descreva a atividade brevemente

Confecção de enfeites de mesa a partir da reutilização de garrafas de vidro de


diferentes tamanhos e formatos.

PASSO 2 – Descreva a faixa etária típica das pessoas que realizam esta
atividade

A partir dos seis anos de idade a criança já adquiriu repertório suficiente para a
execução da atividade de forma independente, pois já tem pinça fina bem
desenvolvida, bem como trípode dinâmica. Além disso, com seis anos a criança já é
mais alerta em relação aos riscos de se cortar com a tesoura e/ou deixar a garrafa
de vidro quebrar (PAPALIA, FELDMAN, 2013).

PASSO 3 – Descreva os aspectos ambientais do contexto de desempenho no


qual a atividade está sendo analisada.

A. Físicos: preferencialmente em um local bem iluminado, com superfície plana e


boa ventilação.

B. Sociais: é uma atividade que pode ser usada para fins lucrativos ou para
aquisições pessoais.

C. Culturais: a cultura influencia na escolha dos materiais para a confecção do


enfeite e para o próprio entendimento de que a garrafa de vidro pode se tornar
um enfeite de mesa.
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PASSO 4 – Liste os suprimentos e equipamentos necessários para realizar a
atividade

Garrafa de vidro de qualquer tamanho ou formato, cola líquida, pincel, tesoura, tintas
coloridas, barbantes, retalhos de panos e glitter.

PASSO 5 – Descreva os riscos de segurança inerentes nesta atividade

Cortar-se com o vidro e/ou com a tesoura.

PASSO 6 – Liste etapas sequenciais da atividade. Cada etapa deve ser


explicada.

1. Lavar e tirar rótulos da garrafa para que haja boa aderência durante a colagem
do barbante;
2. Separar materiais necessários para a confecção do enfeite de mesa;
3. Com o auxílio do pincel, passar a cola no entorno do final da garrafa, pois para
boa fixação do barbante a atividade deve se dar debaixo para cima;
4. Preferencialmente, trabalhar com a base maior da garrafa fixada à mesa;
5. Colar a ponta do barbante virada para cima para que ela seja coberta no
decorrer do processo com o intuito de facilitar um bom acabamento;
6. Utilizar a cola de forma gradativa em conjunto com a fixação do barbante;
7. Enrolar o barbante de forma paralela e ordenada para que não haja espaço ou
sobreposição entre as camadas;
8. Caso o barbante acabe, um novo deve ser colado em sequência dando
continuidade ao processo;
9. Realizar esse procedimento – passar cola/fixar o barbante – até a garrafa estar
completamente coberta;
10. Cortar o barbante ao final do processo e fixar a ponta dentro da garrafa para que
o fio não descole;
11. Escolher quais cores de tintas serão utilizadas para a decoração da garrafa;
12. Com o auxílio do pincel, pintar, de forma livre, o entorno da garrafa;
13. De maneira opcional, após a secagem da tinta pode-se colar retalhos de tecidos
e adicionar glitter;
14. Deixar secar o produto final para que ele não estrague.

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PASSO 7 – Sumário da análise de atividades dos componentes de
desempenho

A. Escreva um parágrafo identificando e descrevendo os principais


componentes de desempenho necessários para esta atividade.

Em relação aos componentes sensório-motor analisou-se que as principais


habilidades recrutadas são: processamento sensorial para que a integração entre
a visão e o tato seja realizada; controle postural para que haja estabilidade durante
a execução da atividade; integração bilateral para o uso bimanual durante a
colagem; coordenação fina e destreza para a manipulação dos objetos; controle
motor, para que haja a integração de movimentos com maior precisão. Por fim, em
referências aos aspectos psicossociais pode-se citar: valores, interesses,
autoconceito e autoexpressão, pois são fatores que influenciam na escolha dos
materiais que serão utilizados e podem refletir a personalidade do sujeito.

B. Escreva um parágrafo identificando e descrevendo os componentes de


desempenho menos necessários para esta atividade.

No que tange os componentes de desempenho relacionados às habilidades


cognitivas, os itens utilizados são: capacidade de atenção para um desempenho
eficiente da tarefa; início e conclusão da atividade para que o produto seja
confeccionado; formação de sequência para que haja a compreensão do passo a
passo da atividade; memória necessária para a assimilação das etapas do
processo; solução de problemas, pois caso o barbante acabe ou a garrafa quebre
o sujeito deve ser capaz de buscar por soluções para a conclusão da atividade. Já
em relação aos componentes sensório-motor, a lateralidade é uma habilidade
utilizada para a realização de tarefas unimanuais, como usar o pincel para pintar a
garrafa.

PASSO 8 – Descreva como graduar e adaptar esta atividade.

A. Liste e descreva aproximadamente seis a dez componentes de


desempenho que poderiam ser desenvolvidos utilizando esta atividade.

Alguns dos componentes que podem ser trabalhados na confecção de enfeites de


mesa com garrafas de vidro são: interesse, buscando envolver o cliente em

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atividades que lhe desperte motivação e prazer; integração bilateral, com o objetivo
de se trabalhar ambos os Membros na atividade proposta; processamento sensorial,
buscando integrar o tato (passar a cola e enrolar o barbante) e a visão (enxergar os
materiais que devem ser utilizados e a sua manipulação); coordenação fina e
destreza, para que haja o controle de pinça fina no decorrer do processo;
capacidade de atenção, com o intuito de manter o sujeito focado na atividade por
um tempo suficiente para a sua finalização; formação de sequência, para que a
pessoa compreenda cada passo da tarefa; início e conclusão da atividade,
objetivando realizar todas as etapas que envolvem o processo; lateralidade, com o
intuito de fortalecer um membro em caso de amputação; controle motor, para que
haja maior precisão e coordenação de movimentos.

B. Selecione dois componentes de desempenho desta lista. Para cada


componente de desempenho, descreva como esta atividade poderia ser
graduada para aumentar a função.

 Componente de desempenho: Integração bilateral;


 Hemiparesia do membro superior esquerdo (membro negligenciado);
 Classificação do MACS: Grau II.

A estimulação para o uso da mão afetada ocorrerá da seguinte forma:


gradativamente o sujeito será provocado a realizar as etapas da confecção da
garrafa reciclada utilizando a mão afetada (embora o membro esquerdo seja
negligenciado sabe-se que o indivíduo hemiparético grau II é capaz de manipular a
maioria dos objetos, mas com qualidade e/ou velocidade da realização um pouco
reduzida). Sendo assim, o processo será iniciado com a mão esquerda apoiando a
garrafa sobre uma superfície, em seguida, o cliente será motivado a passar a cola
líquida com o pincel no entorno da garrafa, ainda com a mão esquerda e, por fim,
cobrirá toda a garrafa com o barbante usando a mão afetada. Dessa forma, a
graduação acontecerá entre as etapas do processo de confecção, de modo que, em
cada sessão, uma parte do enfeite será confeccionado utilizando a mão
hemiparética. O objetivo do método de incentivo do uso da mão hemiparética é
ocasionar um aumento na função bilateral, melhora nas habilidades manuais e,
consequentemente, na independência do sujeito.

 Componente de desempenho: Interesses;


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 Depressão.

A ideia é dar início à oficina com um número menor de materiais disponibilizados,


porém, que o indivíduo se identifique, por exemplo cores de tinta. Isso acontecerá
para despertar no cliente o poder de escolha de forma a facilitar sua tomada de
decisão, já que haverá poucas opções de materiais a serem utilizados. Com isso,
será possível identificar os materiais de interesse e de identificação do sujeito e,
gradativamente, disponibilizar uma quantidade maior de materiais proporcionando
uma ampla variedade de sugestões para a confecção. Dessa forma, espera-se que
o cliente consiga desenvolver, no decorrer do processo, maior motivação e,
consequentemente, maior interesse na atividade proporcionada, auxiliando
positivamente na condição de saúde do sujeito, uma vez que o quadro de depressão
é caracterizado por sintomas como desmotivação e falta de interesse.

C. Selecione dois outros componentes de desempenho. Para cada


componente de desempenho, descreva como esta atividade poderia ser
graduada para permitir que uma pessoa continuasse a realiza-la apesar de
diminuição da capacidade.

 Componente de desempenho: Capacidade de atenção;


 Alzheimer.

A atividade será iniciada com os materiais principais típicos (garrafa de vidro,


barbante sem cor e tinta) levando em consideração que o diagnóstico da doença
ainda não estará avançado, portanto, o indivíduo conseguirá realizar as etapas da
atividade. Conforme o diagnóstico da doença for se agravando, o material a ser
trocado será a garrafa, considerando seu formato e tamanho, que de acordo com o
estado de atenção do indivíduo, irá diminuindo e se tornando menos complexa para
que ele consiga realizar todas as etapas da atividade sem se dispersar.

 Componente de desempenho: coordenação fina e destreza;


 Osteoartrose.

A atividade será iniciada com os materiais principais típicos (garrafa de vidro,


barbante fino, sem cor e tintas) levando em consideração que o diagnóstico da
doença ainda não estará avançado, portanto, o indivíduo conseguirá realizar as
etapas da atividade. Conforme o diagnóstico da doença for se agravando a
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espessura do barbante será graduada, de modo que os materiais serão trocados por
barbantes mais grossos de acordo com a habilidade e destreza que o indivíduo
apresentar.

D. Selecione dois outros componentes de desempenho. Para cada


componente de desempenho, descreva como esta atividade poderia ser
adaptada para uma pessoa com uma incapacidade estável.

● Componente de desempenho: controle motor;


● Dispraxia visomotora.

Uma criança diagnosticada com dispraxia visomotora, oito anos de idade, com
dificuldade em realizar, com precisão, os movimentos. A adaptação será feita em
relação ao componente de desempenho “controle motor” fazendo a troca de uma
garrafa de vidro por uma de plástico, sendo, portanto, uma adaptação de
equipamento.

● Componente de desempenho: lateralidade;


● Membro direito amputado.

Um adulto tendo seu antebraço direito amputado, trinta e um anos de idade, com
dificuldade em realizar atividades bimanuais. A adaptação será feita em relação ao
componente de desempenho “lateralidade” fixando uma haste emborrachada à
mesa, de modo que a garrafa será encaixada no equipamento com a base menor
para baixo. A borracha servirá para dar maior aderência à garrafa. Ao mesmo
tempo, o rolo de barbante será encaixado em uma segunda haste. Ambas as
adaptações terão o objetivo de facilitar a rotação dos objetos para a construção do
enfeite. Com ambas as adaptações, o cliente poderá usar apenas o membro
superior esquerdo para realizar a atividade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da produção da oficina de reciclagem – confecção de enfeites de


mesa com garrafas de vidro – concluiu-se que esta é uma atividade que integra os
três grandes grupos dos componentes de desempenho – sensório-motor, cognitivo e
psicossocial – sendo, portanto, uma atividade que requer um amplo repertório de
habilidades, sendo a cognição o aspecto menos recrutado. Ademais, deve-se

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considerar o cliente quando a análise da atividade for realizada em um contexto
clínico, buscando compreender seus fatores pessoais, habilidades e padrões de
desempenho, pois são aspectos que influenciam a forma como a atividade será
realizada.
Vale ressaltar que, considerando o desenvolvimento humano típico, esta
atividade pode ser realizada, de forma independente, por crianças a partir de seis
anos de idade. Além do mais, o ambiente deve ser bem iluminado e com boa
ventilação, para que haja uma boa secagem dos produtos. Deve-se atentar para os
riscos inerentes a esta atividade, os quais são cortar-se com o vidro da garrafa ou
com a tesoura. Por fim, por ser uma atividade que trabalha com a criatividade, é
interessante deixar o sujeito livre para expressar suas ideias e interesses do modo
como desejar.

REFERÊNCIAS

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 3.088, de 23 de dezembro de 2011.


Disponível em:<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_
12_2011_rep.html>. Acesso em: 23 set. 2017.

2. LIMA, E. A. Oficinas, Laboratórios, Ateliês, Grupos de Atividades: dispositivos


para uma clínica atravessada pela criação. In: COSTA, C. M.; FIGUEIREDO, A.
C. Oficinas terapêuticas em Saúde Mental: sujeito produção e cidadania, Rio
de Janeiro: Contracapa Livraria, 2008. p. 1-18.

3. CREPEAU, E. B. Análise de atividades: Uma forma de refletir sobre


desempenho ocupacional. In: NEISTADT, M. E.; CREPEAU, E. B. Terapia
Ocupacional. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2002. p. 121-133.

4. PAPALIA, D.E.; OLDS, S.W.; FELDMAN, R.D. Desenvolvimento Humano. 8


ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.

5. SILVA, S. N. P. Análise da atividade In: CAVALCANTI, A.; GALVÃO, C. Terapia


Ocupacional: Fundamentação e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
2007. p. 110-124.

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