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AULA 4
CONTEXTUALIZANDO
Nesta aula será apresentado um novo método para solução de
problemas de mecânica que envolvem a aplicação de forças variáveis, para
isso serão utilizados conceitos de trabalho e energia. A razão para utilização do
conceito de energia é o princípio da conservação da energia. Este princípio
mostra que em um sistema fechado a energia total do sistema se conserva,
não podendo ser criada nem destruída, ou seja, a energia total do sistema
pode ser transformada de um tipo de energia em outro, mas a energia total
continua a ser a mesma. Por exemplo, ao utilizar uma pilha para acender uma
pequena lâmpada de lanterna a energia química armazenada na pilha através
de uma reação química é transformada em corrente elétrica (energia
eletromagnética) que percorre fios condutores até a lâmpada, a corrente
elétrica passando pelo filamento da lâmpada acaba por aquecê-lo fazendo com
que a energia eletromagnética seja transformada em energia luminosa (luz) e
energia térmica (calor). Nesse e em outros processos energéticos a soma de
todas as formas de energia envolvidas no sistema permanece constante, é o
princípio da conservação da energia.
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mecânica. Veremos como calcular a energia do movimento, chamada de
energia cinética e sua relação com o conceito de trabalho, o teorema
trabalho - energia cinética. Além disso, veremos também outra forma de
energia mecânica, conhecida como energia de posição, a energia potencial,
elástica e gravitacional. Fixados estes conceitos primários estenderemos o
estudo relacionando essas formas de energia com o princípio da conservação
da energia.
TEMA 1 - TRABALHO
Apesar da palavra “trabalho” ter um significado bastante conhecido na
linguagem cotidiana popular, sendo visto como qualquer atividade que envolva
esforço físico ou intelectual, na física, ele possui uma definição muito mais
abrangente.
Vimos de acordo com a primeira lei de Newton que para mudar o estado
de movimento de determinado objeto necessitamos aplicar uma força. Se um
bloco de madeira está em repouso sobre uma mesa, devemos aplicar uma
força para colocá-lo em movimento, ou quando ele está em movimento, para
aumentar sua velocidade, devemos aplicar uma força no mesmo sentido do
movimento e para diminuir a velocidade, a força deve ser aplicada em sentido
contrário ao movimento. Em termos de energia, quando aplicamos uma força,
ou irá aumentar a energia do movimento, ou a força irá diminuir a energia do
movimento. No caso, quando a velocidade está aumentando com a aplicação
da força, a energia também está aumentando, ou quando a velocidade diminui,
a energia também diminui. A ação de aplicar a força fisicamente é chamada de
trabalho. Quando o trabalho for positivo a energia do sistema está
aumentando e quando o trabalho for negativo, a energia do sistema está
diminuindo.
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Figura 1 – Trabalho realizado por uma força constante com a mesma direção e sentido do
deslocamento
ou
1 J = 1 N.m
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Deve-se ter cuidado ao calcular o trabalho realizado pela força quando
essa não estiver na direção do deslocamento, veja a figura, onde o vetor força
( ) forma um ângulo com o vetor deslocamento ( ).
Figura 2 – Trabalho realizado por uma força constante que forma um ângulo em relação ao
deslocamento.
negativo.
Como na maioria dos casos existem mais de uma força sendo aplicada
no objeto, é muito importante, sempre que formos calcular o trabalho,
especificar para qual força o cálculo está sendo feito. Por exemplo, ao
erguermos determinado objeto do solo a um metro de altura precisamos
exercer uma força de baixo para cima, essa força, como está no mesmo
sentido do deslocamento, = 0o, irá realizar um trabalho positivo, porém a
força gravitacional, força peso do objeto, como está em sentido contrário ao
deslocamento, = 180o, de cima para baixo, irá realizar um trabalho negativo.
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representado pela área abaixo da curva entre a posição inicial (xi) e posição
final (xf).
A área do retângulo
embaixo do gráfico
representa o trabalho
realizado pela força
constante de módulo F
durante o deslocamento d.
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Esse produto nada mais é que a definição de trabalho. E, portanto, como
queríamos provar, a área geométrica embaixo do gráfico da força em função do
deslocamento é numericamente igual ao trabalho realizado por essa força.
Até aqui vimos que o trabalho total realizado pelas forças externas ao
movimentar um determinado corpo está relacionado com o deslocamento do
corpo. Agora iremos determinar uma equação, na qual o trabalho realizado
pelas forças externas pode ser determinado com relações referente a
velocidade de movimento do corpo. Considere o carro de brinquedo de massa
m movendo-se em uma superfície horizontal ao longo do eixo x devido a ação
da força resultante constante , com direção e sentido do eixo x positivo
conforme mostra a figura abaixo.
Logo:
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Substituindo a aceleração na equação da segunda lei de Newton,
, temos:
(k).
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Assim como Trabalho, a unidade de Energia Cinética no SI, é o Joule
(J).
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A variação da força em função da coordenada x, F(x), para o
deslocamento do carro de brinquedo do ponto xi até o ponto xf., está
representada no gráfico abaixo.
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Figura 8 – Cálculo da área no gráfico da força variável em função da posição x
A área total será dada pela soma de todas as áreas de cada retângulo,
para cada valor da coordenada x, do intervalo de xi até xf, multiplicado por x.
Diminuindo o valor de x de maneira que ele tenda a zero a quantidade de
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pequenos retângulos aumenta e o valor da soma aproxima-se da área da curva
abaixo do gráfico. Esta é definição de integral e, portanto, podemos escrever:
Vamos aplicar essa equação para calcular o trabalho realizado por uma
força externa para deformar uma mola, primeiramente precisamos escrever a
equação F(x) da força aplicada em função da coordenada x para esticar a
mola. O primeiro a observar como a força que estica a mola varia de acordo
com a deformação da mola, quando a deformação não é muito grande, foi
Robert Hooke.
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Ao esticar qualquer mola deve-se aplicar forças iguais e opostas nas
extremidades da mola e aumentar gradualmente o módulo dessas forças.
Como uma das extremidades da mola está presa à parede e, portanto, está em
repouso, ela não realiza trabalho, apenas a força que atua na extremidade livre
realiza trabalho. O trabalho realizado por essa força, F(x), quando a mola é
deformada de zero até um valor máximo x, (conforme figura 9), pode ser
calculado pela integral
Resolvendo a integral:
Ou seja, o trabalho para uma força externa F(x) deformar uma mola de
sua posição de equilíbrio (x = 0) até um comprimento x é igual ao produto da
constante elástica da mola K pelo valor da coordenada x ao quadrado dividido
por dois.
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A área abaixo do gráfico
representa o trabalho
realizado sobre a mola,
quando essa é alongada de x
= 0 até um valor máximo x.
Figura 10 – Trabalho realizado pela força externa para esticar uma mola da posição
não deformada até um comprimento x.
Para verificar a teoria do trabalho realizado por uma força externa para
deformar uma mola, partimos do exemplo em que a força aplicada estica a
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mola, porém se existir espaço entre as espirais da mola, pode-se também a
comprimir. Neste caso, valem também as relações vistas, tanto a lei de Hooke,
como também a relação do trabalho.
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:2009-07-28_Bungee_Scheveningen.JPG
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No inicio do salto o saltador parte do repouso e conforme cai sua
velocidade aumenta gradativamente e consequentemente sua energia cinética
também aumenta. Uma explicação para isso, com base na dinâmica, seria
considerar que a força peso (força gravitacional) realiza trabalho sobre o
saltador durante a sua queda. A energia cinética do saltador, energia do
movimento, aumenta em quantidade igual ao trabalho realizado sobre ele pela
força peso.
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queda à medida que a energia cinética aumenta. Nesta seção iremos explorar
o teorema trabalho-energia e mostrar que as duas maneiras descritas são
equivalentes.
Sendo:
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Segundo a equação, pode-se verificar que o trabalho da força peso é
obtido em função das quantidades (m.g.y) no início e no fim do deslocamento.
Essa grandeza, o produto da força peso (mg) pela coordenada (y) acima da
origem do sistema de coordenadas, denomina-se energia potencial
gravitacional, representada por, Ugrav.
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Esse teorema demonstra que o trabalho realizado por uma força para
deslocar um corpo é numericamente igual a variação da energia cinética.
Podemos igualar,
Desmembrando,
Reescrevendo,
Essas relações são válidas apenas se a única força que realiza trabalho
for a força gravitacional, nessa condição a soma da energia cinética do objeto
em movimento em determinado ponto da trajetória, com a energia potencial
gravitacional no mesmo ponto, é denominada energia mecânica total do
sistema (E).
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De acordo com a equação da conservação da energia, quando apenas a
força gravitacional realiza trabalho, a energia mecânica total do sistema é a
mesma para qualquer ponto da trajetória, então:
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energia potencial elástica. Um corpo é dito elástico, quando ele volta a ter a
mesma forma e mesmo tamanho que tinha antes de sofrer a deformação.
A figura abaixo representa uma mola ideal presa a um bloco que desliza
na superfície horizontal sem atrito, (a) representa a mola em equilíbrio, x = 0,
neste momento não há deformação na mola pois não há nenhuma força sendo
aplicada. Vamos deslocar o bloco até a posição xi (ver figura 13 – (b)),
esticando a mola pela aplicação de uma força externa F.
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Reescrevendo,
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Se, e somente se, a única força atuante no sistema massa-mola for a
força da mola, a energia mecânica se conserva.
Por exemplo, quando se lança uma bola de baixo para cima, no instante
em que a bola deixa a mão do lançador, ela possui determinada velocidade,
conforme ela ganha altura sua velocidade diminui, até atingir a altura máxima,
onde sua velocidade é nula. Em termos de energia, no momento em que a bola
deixa a mão do lançador, ela possui energia cinética, conforme sobe, a energia
cinética diminui e é transformada em energia potencial gravitacional, a qual
aumenta. Na altura máxima a energia cinética é nula e toda ela foi
transformada em energia potencial, a qual é máxima neste ponto.
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2 – É reversível.
Por outro lado, quando a energia mecânica não é conservada, parte dela
é convertida em outra forma de energia e essa parcela da energia convertida
não pode ser recuperada pelo sistema. As forças que dissipam energia são
chamadas de forças não conservativas, um exemplo desse tipo de força é a
força de atrito.
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SÍNTESE
Energia cinética: a energia cinética K associada ao movimento de uma
partícula de massa m e velocidade escalar v, em que v é muito menor que a
velocidade da luz, é dada por:
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Força elástica: A força de uma mola é: , em que x é o
deslocamento da extremidade livre da mola em relação à posição que ocupa
quando a mola está no estado relaxado (nem comprimida nem alongada) e k é
a constante elástica (uma medida da rigidez da mola).
REFERÊNCIAS
YOUNG, H. D e FREEDMAN, R. A.; Sears e Zemansky; Física I -
Mecânica. São Paulo - 12ª ed.: Pearson, 2008
RESNICK, R., HALLIDAY, D. e MERRILL, J.; Fundamentos de Física
Mecânica. São Paulo - 9ª ed. vol1: LTC, 2012
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