PRESIDENTE DO KWANZA CONTINUA

MPLA REAFIRMA A PERDER VALOR E BNA

COMPROMISSO PARA VENDE MAIS EUROS
DESENVOLVER O PAÍS O sétimo leilão de divisas do BNA
confirmou a tendência para a
A afirmação foi feita na abertura depreciação da moeda nacional em
da 1ª reunião do Secretariado do mais de 0,8% em cada sessão
Bureau Político do partido, que teve realizada. O Kwanza recuou 29%
lugar, ontem, em Luanda. P. 9 face ao euro,desde 9 de Janeiro. P. 21

OPAÍS
Director:
José Kaliengue

O DIÁRIO DA
NOVA ANGOLA
Edição n.º 1031
Quinta-feira, 22/02/2018
Preço: 40 Kz

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Pai e filho mortos

REPATRIAMENTO DE CAPITAIS supostamente por
envenenamento

EM DISCUSSÃO NO PARLAMENTO
l Aconteceu no município de
Viana, bairro Kapalanga. As
vítimas, Guilherme da Graça, 34
anos, e Álvaro da Graça, 3, terão
ingerido comida envenenada,
POLÍTICA. A Assembleia Nacional debate hoje o projecto de Lei de Repatriamento de supostamente servida pela esposa
Capitais, aprovado pelo Executivo no início deste mês em Conselho de Ministros, e uma da vítima, Romalda Dias dos Santos.
P. 13
outra proposta submetida pela UNITA, que defende a entrega de 45 por cento ao Estado
angolano de todo os proventos que regressarem ao país. P. 8 Sistema de Cabos
do Sul do Atlântico
ARQUIVO/OPAIS
chega hoje à costa
brasileira
l A primeira ligação directa entre a
África e a América do Sul começa a
ser instalada hoje, Quinta-feira, em
Fortaleza, no Brasil. O projecto,
orçado em mais de USD 300
milhões, vai permitir captar novos
investimentos para Angola. P. 19

ooooo gg

Estado gasta USD 3 mil 1º de Agosto defronta

Bidvest Wits da África
do Sul em Março
ano por cada paciente l Na primeira eliminatória dos 16
avos-de-final de acesso à Liga dos

com tuberculose P. 12
Clubes Campeões, os militares
defrontam o emblema de
Joanesburgo em casa. Na Taça
Nelson Mandela, o Petro de Luanda
joga com o Supersport United. P.26

E AINDA NO CARTAZ:
Museu Nacional de Rainha da Inglaterra ‘Obra de José Luís
Antropologia expõe estreia-se na Semana Mendonça dá sequência ao
a peça “Mabela” da Moda de Londres livro “Sagrada Esperança”
para estudo de Agostinho Neto’
 EM FOCO 2 O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018

Maquela: um projecto
adiado sine die
ANDRÉ MUSSAMO

Uma das avenidas do município em que o português é destronado pelo lingala

O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018
Maquela do Zombo,
a secular vila que
Norton de Matos
quis transformar na
capital do Congo
português, em opo-
sição às capitais dos
Congos Belga e
Francês, continua a
ser uma vila pacata
onde procurar por
falantes da língua
portuguesa é um bi-
co-de-obra. Por cá,
é o lingala que do-
mina
André Mussamo
enviado a Maquela do Zombo
C
onsta dos anais da
história que tal co-
mo o general Nor-
ton de Matos to-
mara a decisão de
criar uma cidade,
a partir de uma fortificação exis-
tente no Planalto Central de An-
gola: a cidade do Huambo, houve
decisão de carácter idêntico, to-
mada pelo mesmo governador-
geral de Angola. Todavia, logrou
êxitos com a Cidade Vida, mas no
extremo Norte de Angola, a dois
passos da fronteira com o Con-
go, fracassou.
Apesar do fracasso daque-
la entidade colonial, Maquela
do Zombo faz jus à sua história,
mantém-se viva e firme, mas a
reclamar por mais atenção. Por
cá não há asfalto e a principal
carência colocada pelas poucas
fontes que se expressam em por-
tuguês é “a falta de emprego”.
Tal como no resto do país, o
sector informal continua a ser
Estes vícios
vêm do Congo,
papa. Nós aqui
essa anarquia
não”
3
A agricultura é um dos pontos fortes de Maquela do Zombo, no Uige
uma das fontes vitais de sobre-
vivência de inúmeras famílias.
O campo é “o tesouro”. O nosso
guia, um taxista que sobrevive,
ele e a família de mais oito mem-
bros, fazendo mototaxi, diz que a
melhor decisão que tomou na vi-
da foi comprar uma motorizada
de 125cc que lhe permite arre-
cadar em média de 2.500 a 3 mil
Kwanzas por dia.
Conta que na localidade clien-
tes para táxi é uma raridade. Os
estudantes via de regra cami-
nham a pé e não usam táxi na
ida e regresso das escolas.
A nossa oferta em troca de le-
var-nos a conhecer Maquela, por
1500Kz, soou-lhe como uma dá-
diva caída do céu. E para expres-
sar verdadeiramente a sua grati-
dão preferiu comunicar em lín-
gua nacional: “tu tondele tata”.
Depois de se certificar que po-
dia dialogar em kikongo , o mo-
totaxista aumenta o seu grau de
confiança e conta-nos mais de-
talhes: “em Maquela quase to-
dos os funcionários têm uma la-
vra por mais pequena que seja e
a delinquência é ao nível de rou-
bo de galinha, cabritos e migra-
ção ilegal”.
Aconselhado a rodar mais de-
vagar, replica dizendo que co-
lecciona anos de prática a con-
duzir motorizada, incluindo idas
à fronteira com o Congo, fazen-
do-se transportar sobre o seu
veiculo de duas rodas. Leva-nos
a conhecer os pequenos merca-
dos e auxilia na tradução.
As pessoas vendem um pou-
co de tudo. Felizmente, Maque-
la é ainda uma vila ordeira. Sem
trafego caótico e nem venda am-
bulante desordenada. Conta-nos
ANDRÉ MUSSAMO
que as autoridades fazem ques-
tão de combater a ideia de cada
um fazer a sua praça.
Mais, a toda extensão da vi-
la, vende-se de tudo um pouco.
Quem chega de Luanda quase
que considera oferta comprar o
quilo de fuba de bombó a 50 Kz,
a mesma unidade de ginguba-
descascada a 250 Kz, o monte de
ginguba torrada fresca a 100, sa-
fo, milho fresco, mel, mandio-
Sinais de grandeza profunda religiosidade
Os edifícios da administração
local revelam a grandeza que
resta do adiado sonho do então
colonizador. Por exemplo, os
resquícios de um luxuoso
palácio (para a época), no meio
de um exuberante jardim
tropical, ainda prevalecem,
embora já desgastados pelo
tempo.
Dizem os nossos
interlocutores que a
exuberância de Norton de
Matos teria sido propositada
para que os que chegassem de
Léopoldville vissem bem
aquele símbolo da “grandeza
da colonização portuguesa
assim que entrassem em
Angola”.
Apesar do sonho de Norton
de Matos ter fracassado e a
capital do distrito ter sido
transferida para a actual
cidade do Uíge, ficaram por cá
sinais claros do ambicioso
projecto. Por exemplo, as
avenidas amplas, se bem que
ca, e por aí…
Entretanto, na zona mais co-
mercial da extensa vila parece
que a disputa é entre o melhor
sistema sonoro. A cada porta
os comerciantes colocam colu-
nas de som para chamar a aten-
ção para o seu estabelecimento.
A música predominante é a con-
golesa, mas de forma salpicada
aqui e ali ouve-se alguma músi-
ca nacional.
O guia clarifica: “estes vícios
vêm do Congo, papa! Nós aqui
essa anarquia não”. Seguin-
do viagem, desembocámos na
“maratona”, uma improvisa-
da feira com barracas de “co-
mes e bebes” que funciona em
plena Terça-Feira. As vende-
deiras convidam, mas somente
em lingala. Mais uma vez escla-
rece o nosso cicerone que a vin-
da de peregrinos à localidade é
uma grande oportunidade para
fazer negócio.
Maquela reclama por investi-
mentos
A decisão tomada pelo general
Norton de Matos em reanimar a
histórica vila, transformando-a
numa cidade e fazer dela a ca-
pital do Congo Português, de tal
sorte que ela fosse capaz de riva-
lizar com as capitais dos Congos
belga e francês, bem podia ser
sem asfalto, até aos nossos dias.
Parece que a intenção das
autoridades da época também foi
acompanhada por um projecto de
expansão do cristianismo, tal é a
abundancia de estruturas
missionárias e templos de
adoração a Deus na região.
Uma das notas positivas
registadas no nosso passeio de
constatação é o fervor com que
adolescentes e jovens frequentam
as aulas. Podem até atropelar as
regras da língua veicular no país,
mas é bem perceptível no
retomada no projecto de Angola
independente, mas não se notam
sinais de tal vontade.
A vila continua sem asfal-
to, pouco crescimento urbano e
um tímido movimento comer-
cial alimentado por produtos
manufacturados de importação
que são vendidos a uma popula-
ção de consumidores de baixís-
simos rendimentos. Felizmen-
te já chegou a energia eléctrica
de Capanda, fruto de um gran-
de investimento público, que
permitiu a extensão de uma li-
nha desde Lucala, passando por
Samba Caju, Camabatela (loca-
lidades do Cuanza-Norte), e que
vem desembocar em Maquela do
Zombo.
Para os cidadãos, a chegada
da electricidade foi um “grande
avanço”. Contam que antes vi-
veram dias amargos com gera-
dores comprados a preço de ou-
ro e combustível escasso.
Revelaram as nossas fontes
que a região é detentora de um
potencial agropecuário invejá-
vel. Neste quesito acrescenta-
ram os nossos entrevistados que
Maquela aguarda por verdadei-
ros fazendeiros “que venham
para trabalhar de verdade e dar
emprego às pessoas e não turis-
tas que ocupam vastas extensões
apenas para se exibirem”.
comportamento dos estudantes
a vontade de aprender.
Porém, esta vontade deverá
ser correspondida por um
esforço maior. Foi surpresa no
intervalo das aulas ter ouvido
crianças do ensino primário a
falar apenas em lingala e, se
questionados em português,
literalmente fugirem à fala.
“Por cá, encontrar pessoas
para dialogar em português é o
mesmo que procurar uma
agulha no palheiro”, disse-nos o
nosso guia, o motoqueiro João
Ngombo, que sonha um dia ser
um grande fazendeiro.
ANDRÉ MUSSAMO

DESTAQUES
POLITÍCA PÁG.08 Adalberto Cos-
ta Júnior defende auditoria à
dívida pública
SOCIEDADE PÁG.10 Escutismo:
Um movimento que dá a vida por
outras vidas
CARTAZ PÁG.15 ‘Obra de José
Luís Mendonça dá sequência ao
livro “Sagrada Esperança” de
Agostinho Neto’
ECONOMIA PÁG. 18 Defendida
menos burocracia na constitui-
ção de empresas
4 O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018
HOJE:
o editorial os números do dia
1
Imagens e desafios Acordo de supressão
de vistos em passapor-
O
tes diplomáticos e de
lhando para os noticiários das nossas te- serviços foi rubricado
levisões, certamente que se apanha um entre Angola e a Vene-
zuela
pequeno susto. Fábricas que fecham,
20
produções agrícolas abandonadas, estradas Mil toneladas de produtos agríco-
intransitáveis, pontes caídas, etc.. Não está las diversos foram colhidas na
nada bem a realidade deste país. época agrícola 2016/2017, na co-
muna do Piri, província do Bengo
É quase desesperante, principalmente se
olharmos para a dimensão do território. O mais
normal, nos comentários que se ouven, é que
490
tudo isso se resolverá com a implementação Vagas estão disponí-
das autarquias, como se estas fossem a solução veis para o ano lectivo
de tudo e como se não fossem lideradas, tam- 2018 no Instituto Supe-
rior Politécnico do Libo-
bém, por pessoas. É que, infelizmente, algumas lo, província do Cuanza-
autarquias terão igualmente gente incompe- Sul
tente a liderar. Todo o esquema e estrutura po-
368
derá ser diferente, mas é preciso não ter muitas
ilusões. As coisas só se resolvem com trabalho, Famílias foram desalojadas nos
municípios do Soyo, Cuimba e Nze-
feito por pessoas, não há outra maneira de agir. to, província do Zaire, em conse-
As imagens que vamos recebendo do interior quência das chuvas torrenciais que
do país são também um desafio, para que se caíram naquela região
trabalhe, para que sejam geradas soluções en-
genhosas, para que se crie riqueza. É assim que
devemos interpretá-las.
o que foi dito
“ “
“
Esperamos que a tão fala- Temos tido contactos
Deve-se potenciar uma permanentes com a
da impunidade nos servi- comissão de gestão.
maior interacção ços públicos tenha os dias
entre os depu- Tanto é assim que a
contados” direcção do partido
tados e os ór- João Lourenço
Presidente da República de Angola está a preparar um
gãos de comu- périplo”
nicação Quintino Moreira
Presidente da Aliança Patriótica
social” Nacional
Luísa Damião
Deputada do MPLA
O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018 5

e assim...
José Kaliengue
Director

Hoje no online de O PAÍS veja a grande entrevista com

a professora universitária Francisca Tungumuna e
saiba mais o comércio internacional
Teste de miséria

A
nova moda agora é o teste

www.opais.co.ao de fidelidade na rádio e de-

pois deixar vazar tudo pa-
ra as redes sociais. E o povo
deleita-se com a miséria alheia, com
a miséria também de cabeça de quem
acha graça a isso, sem medir as conse-
Goutha (Síria) Um homem sírio resgata uma criança após um ataque aéreo no leste de Ghouta (DR) quências deste tipo de exposição pú-
blica daquilo que é privado, íntimo.
A condição humana dita que seja-
mos implacáveis com a desgraça
alheia, ainda que isso nada acres-
cente ao que somos. Então, umas
mentes brilhantes resolveram imi-
tar formatos execráveis de progra-
mas brasileiros e de outras paragens
e lançaram por cá um “teste de fi-
delidade” na rádio, sem terem tira-
do, é óbvio, tempo para reflectir so-
bre as implicações que a brincadeira
pode ter na vida das famílias visa-
das. Filhos, pais, irmãos, padri-
nhos, além das pessoas “apanha-
das”, são postos numa situação de
não retorno. Se uma pessoa é ex-
posta publicamente pela pessoa
com quem vive como tendo um
comportamento leviano e promís-
cuo, o mais normal é tratar-se de
uma despedida para sempre, por-
que depois não haverá mais condi-
ções para regressos. Se quer acabar
com uma relação, o melhor é fazê-
lo em casa, a sós. A tentativa de hu-
milhar o outro acaba por ser sempre
uma auto-humilhação também.
Não sei se se assina alguma espé-
cie de contrato nesta brincadeira,
mas certamente que há direitos que
são violados. A dita rádio que se
prepare para o tribunal.

o que vai acontecer e também...

Protecção Um projecto para pro-
dução de carvão vegetal sustentável
foi apresentado às autoridades da
Cultura O músico Tecnologia A instala- Música A obra musi- Girabola Os clubes Livro “Espigas de província do Cuanza-Sul, visando a
angolano Vlado Co- ção do cabo subma- cal intitulada “1990 e angolanos prosse- Sahel” é o título da redução de emissão de Gases de
ast promove no Sá- rino em fibra óptica pouco” (deluxe edi- guem a preparação, antologia da escritora Efeito de Estufa (GEE) à atmosfera.
bado na cidade de entre África e Améri- tion) do cantor e pro- visando a disputa da Amélia da Lomba, a Autorizado pelo Ministério do Am-
Ondjiva, província do ca do Sul é concluído dutor musical Nelly terceira jornada do ser lançada, hoje, às biente, em parceria com o Programa
Cunene, um show hoje, para que se Amazing será apre- Campeonato Nacio- 18h00, no Camões - das Nações Unidas para o Desenvol-
denominado “Fest estabeleça, no tercei- sentada na segunda nal no fim-de-sema- Centro Cultural Por- vimento (PNUD), o projecto visa
Show Navaye”, no ro trimestre deste quinzena de Março do na. O Domant FC do tuguês, na baixa da reduzir a insustentável e intensiva
âmbito de um pro- ano, as comunica- corrente ano, o artista Bengo, na ronda an- cidade de Luanda. A emissão de GEE na atmosfera, com
grama de solidarie- ções directas entre referiu que o disco que terior, perdeu fora de antologia reúne poe- a produção de carvão vegetal, que
dade que vai benefi- os dois continentes traz sete faixas musi- casa para o Cuando sia publicada entre se verifica por ora em várias provín-
ciar a leprosaria de - anuncia a Angola cais, em vários estilos, Cubango FC por duas 1995 e 2005, dividida cias
Oifidi com vários Cables foi produzida, captada bolas sem resposta em sete capítulos.
produtos e masterizada em Cada capítulo corres-
Luanda ponde a uma obra
 6 O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018

Media Nova, S.A NO TEMPO DO KAPARANDANDA

Presidente do Conselho
de Administração
Filipe Correia de Sá
Administrador Executivo
Luís Gomes Paulo
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OPAÍS
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Redacção: Norberto Sateco, Alberto
CARTA DO LEITOR

Invasores ocupam terras no Kikuxi

Bambi, Augusto Nunes, Rila Berta,
Domingos Bento, Neusa Filipe, Afrodite
Zumba, Milton Manaça, Borges Figueira,
Antónia Gonçalo, Maria Teixeira,
Iracelma Kaliengue, Hélder Caculo,
Patrícia Oliveira, Stela Cambamba e
Zuleide de Carvalho (Benguela).
Estagiários: Brenda Sambo, Maria Ilustre José Kaliengue, Direc- gue tanto dinheiro para de repente
Custódia, Isandra Capita, Madona tor do Jornal OPAÍS, bom dia construírem em muitos hectares
Lourenço e Valquíria Martins.
Arte: Ladislau Bernardo (Coordenador) e excelente semana de tra- de terra?
Valério Vunda (Coordenador adjunto) balho. Endereço também os São terrenos de 30, 20 e 10 hectares.
Lourenço Pascoal, Annette Fernandes,
Mariana Almeida, Nelson da Silva, meus cumprimentos a toda Alguns dos quais estavam veda-
Francisco da Silva equipa do jornal da nova An- dos ou cercados de árvores de fru-
Fotografia: Carlos Moco (Editor), Daniel
Miguel (Sub-editor), Pedro Nicodemos, gola. tos com portas de entrada que exi-
Jacinto Figueiredo, Carlos Augusto, Caro Director, a ocupação ile- gem respeito a qualquer um. Só vis-
Virgílio Pinto Santana Joaquim, Lito
Cahongolo (repórteres fotográficos), gal de terrenos na zona do Ki- to…… O Kikuxi està uma anarquia.
Rosa Gaspar e Yuri dos Santos kuxi está por demais. Muitos com pequenos bairros de casebres
(Assistentes de Departamento)
Revisão: Jimmy Rufino, António Setas espaços cujos proprietários no seu interior.
Agências: Angop, AFP, Reuters, Getty Images
Assistentes de Redacção: Antónia não estão lá em permanência Seriaóptimoachefiadereportagem
Correia, Rosa Gaspar, Inês Monteiro vão sendo ocupados de forma do Jornal OPAÍS mandar pra lá uma constantesdebanhistasqueteimo- o que é seu. Mas é um baile que nem
e Sílvia Henriques assustadoraerevoltantepara equipa. A TPA, a TV Zimbo, a Rádio samente mergulham no canal até com convite dá para entrar.
Impressão e acabamento:
DAMER, S. A. quemmora,visitaouvaicom- Luanda, Rádio MFM, Ecclésia, Lac, completamente nús. Espero não ser mal-entendido, mas
Luanda Sul, Edifício Damer prar algo no Kikuxi. Rádio Mais do Man Gomito, Des- A Polícia destacada no primeiro re- na verdade estamos perante uma
Distribuição: Media Nova Distribuição
Tel: +244 943028039 O que mais me impressiona pertar da UNITA, Rádio da Univer- gulador de água tem conhecimen- falta de autoridade aflitiva. Então,
Distribuidora@medianova.co.ao é que tudo acontece à luz do sidade Metodista e todos os jornais to desta triste situação. Os agentes os invasores mandam mais que o
pontodevenda@medianova.co.ao
Assinaturas: Francisca Simão dia. A uma velocidade nun- públicos e privados devem pres- pertencem ao COPOE, Comando de Governo Central, provincial, admi-
Tel: +244 945 501 040 ca vista. Abrem cabocos e le- tar atenção a este caso e à própria Protecçao de Objectivos Estratégi- nistrações municipais, comunais e
Francisca.Simão@medianova.co.ao
Online: Venâncio Rodrigues (Editor) vantam paredes de bloco e ci- região do Kikuxi, situada no mu- cos. Não tenho a certeza se eles in- a própria Policia? Façam como já di-
Isabel Dalla e Ana Gomes mento num momento em que nicípio de Viana. La há muita coi- formam aos seus superiores hie- zia o mais velho Chico de Castro: Se
Sítio Online: www.opais.co.ao
Contactos: info@opais.co.ao a maioria se queixa constan- sa para reportar. O péssimo aces- rárquicos,mas,senãoo fazemestão hádesordem,faltadecumprimento
Tel: 222 003 268 Fax: 222 007 754 temente da falta de dinheiro. so a todas as ruas. O mau estado do a falhar de forma grave. Os verda- às leis, dão um pontapé forte no tra-
Sede: Condomínio ALPHA, Talatona-
Luanda. Tel: 222 009 444 Os invasores e seus clien- canal de água que alimenta milha- deiros donos dos terrenos ocupa- seiro de um e verão que os restan-
República de Angola tes depositam inúmeras car- res de vidas humanas. As constru- dos andam diariamente pelas es- tes ficarão todos de sentido.
Comercial e Marketing: radas de areia, burgau e bri- ções anárquicas. A falta de energia quadras e outras instituições de
Senda Costa 922682440 ta. Aonde esta gente conse- eléctrica.Adelinquênciaeasmortes Polícia e Justiça para recuperarem Tio Kanzala
Vladimir Teixeira e Witman Luamba
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 POLÍTICA
Adalberto Costa Júnior defende
auditoria à dívida pública
O presidente da Bancada Parlamentar da UNITA, Adalberto Costa Júnior, defendeu ontem, em Luanda, a criação
de uma Comissão de Inquérito Parlamentar(CIP) para auditar a dívida pública angolana
Ireneu Mujoco
O
político fez este
pronunciamento
em conferência
de imprensa, que
serviu para apre-
sentar o Projec-
to de Lei de Regime Extraordi-
nário de Regulação Patrimonial
(RERP) que vai esta manhã à dis-
cussão em sessão extraordinária,
na Assembleia Nacional.
A auditoria permitirá aos ci-
dadãos angolanos conhecerem
qual é a real dívida pública, nu-
ma altura em que estão em cima
da mesa questões que têm a ver
com o dinheiro público, justifi-
cou Adalberto Júnior.
Segundo o deputado, é obriga-
ção do Executivo pronunciar-se
sobre o endividamento público
Adalberto Costa Júnior, presidente da Banca Parlamentar da UNITA
interno ou externo, para conhe-
cimento público, sendo que os ci-
dadãos angolanos são os princi-
pais contribuintes.
Sobre a sessão de hoje, cujo en-
contro será dominado com a vo-
tação na generalidade, o político
explicou que o projecto apresen-
tado pela UNITA, não só versa-
rá sobre o repatriamento de capi-
tais, mas também debruçar-se-á
sobre as finanças e o património.
Este projecto, de carácter ur-
gente, e com uma agenda de
seis pontos, segundo Adalber-
to Júnior, foi remetido à direc-
ção da Assembleia Nacional, há
dois meses, mas a sua aprovação
acontece apenas hoje.
Explicou que a direcção do par-
lamento havia privilegiado o de-
bate sobre o Orçamento Geral do
Estado (OGE) para 2018, apro-
vado no dia 14 de Fevereiro com
144 a favor, do MPLA, e com votos
8 O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018
contra da UNITA, em detrimen- ria para discussão.
to deste projecto. Por se tratar de Deplorou dizendo que a inicia-
um processo de carácter urgente, tiva legislativa da sua bancada
e não comum, segundo o deputa- mesmo sendo de carácter urgen-
do, o projecto em causa devia ser te, não teve o tratamento deseja-
remetido urgentemente à plená- do com base no que estabelece o
Regimento Interno da Assem-
bleia Nacional.
A auditoria per-
PGR e Tribunal de Contas
mitirá aos cida- Durante o encontro que du-
dãos angolanos rou mais de uma hora, Adalber-
to Costa Júnior teceu duras críti-
conhecerem qual cas à Procuradoria Geral da Re-
é a real dívida pú- pública (PGR) e ao Tribunal de
Contas (TC), acusando-os de ter
blica, numa altura feito pouco ou nada para comba-
ter a corrupção.
em que estão em Na opinião deste político da
cima da mesa UNITA, estes dois órgãos de jus-
tiça estiveram aquém das expec-
questões que têm tativas dos cidadãos e do próprio
a ver com o di- Estado, no anterior Governo, de
quem agora se espera uma actu-
nheiro público ação diferente neste Executivo.
ARQUIVO/OPAÍS
Diferença de
projectos
No encontro com os
jornalistas, Adalberto
Costa Júnior disse
haver uma diferença
substancial entre o
Projecto apresentado
pela sua bancada e o
do Grupo Parlamentar
do MPLA.
Exemplificou que, no
que tange ao repatria-
mento de capitais, o
projecto apresentado
pela bancada da UNI-
TA defende 55 por
cento do capital para o
proprietário, e 45 para
o Estado, enquanto o
MPLA defende 100
por cento para o dono
e nenhum para os
cofres públicos.
O artigo 6º do Projecto
de Lei de Regime Ex-
traordinário de Regu-
lamentação
Patrimonial(RERP)
refere que o montante
de activos financeiros
a repatriar se for su-
perior a 100 mil dóla-
res, o declarante de-
verá solicitar e
autorizar a instituição
financeira no exterior
a enviar informação
sobre o saldo desses
activos.
O mesmo artigo
acrescenta que, no
caso de impedimento
de quaisquer ordem
no repatriamento dos
activos financeiros, o
Estado angolano, pro-
cederá a todas as
diligências para a
protecção dos inte-
resses que visa alcan-
çar este propósito.
O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018 9

Angola e Venezuela incrementam relações

As repúblicas de Angola e da Venezuela manifestaram a intenção de intensificar as relações de cooperação nos
sectores dos petróleos, diamantes, educação e transportes aéreos

O
ARQUIVO/OPAÍS

facto foi revelado nesta
Quarta-feira,21, em Lu-
anda, pelo ministro do
Poder Popular e dos Ne-
gócios Estrangeiros da Venezuela,
Jorge Alberto, à saída de uma au-
diência concedida pelo Presidente
da República, João Lourenço.
À imprensa, o governante ve-
nezuelano informou que avaliou,
com o Chefe de Estado angolano,
a situação política da Venezuela e
internacional, no quadro do in-
cremento das relações de coope-
ração.
A República Bolivariana da Ve-
nezuela é um país localizado no
Norte da América do Sul, com
uma área total de 916.445 quiló-
metros quadrados. Possui uma
economia mista, baseada no mer-
cado dominado pelo petróleo que
responde por cerca de um terço do
Produto Interno Bruto (PIB).
A Venezuela mantém desde
2005 relações diplomáticas ple- ses foram impulsionadas pela vi-
nas com o continente africano, sita do então Presidente da Vene-
onde Angola é tida como uma das zuela, Hugo Chávez, a Angola, em
parceiras de grande importância. Agosto de 2006.
As relações entre os dois paí- Em Julho de 2017, a Venezue-
la e Angola assinaram, em Ca-
racas, dois memorandos de en-
tendimento para desenvolver a
Em Julho de 2017, extracção de diamantes em terri-
tório venezuelano.
a Venezuela e An- Os acordos contemplam a coo-
gola assinaram peração para a formação de mi-
neiros profissionais venezuela-
em Caracas dois nos na produção de diamantes, a
memorandos de nível artesanal, semi-industrial e
industrial, a optimização de pro-
entendimento cessos de comercialização de dia-
mantes em bruto, lapidação, or-
para desenvolver ganização, tramitação e dinami-
a extracção de zação de procedimentos com base
no Sistema de Certificação do Pro-
diamantes em cesso Kimberley, que controla as
território vene- exportações de diamantes e a co-
mercialização legal no mercado
zuelano internacional.

CEDIDA
baseia nos princípios e valores do
socialismo democrático, pela jus-
tiça social, humanismo, liberdade,
igualdade e a solidariedade.
Considera que se trata de um
partido de quadros e de massas,
cujo objectivo é de contribuir pa-
ra o desenvolvimento do país e o
bem-estar dos cidadãos.
Pede aos dirigentes e militan-
tes para dominarem os princípios
e valores partidários (...), em prol
de uma democracia moderna e di-
nâmica.
Aconselha os militantes a pro-
moverem o empreendedorismo,
participando na criação de mi-
cro, pequenas e médias empre-
a realização de estudos para a re-
vitalização e adequação do fun-
cionamento dos comités de acção,
como estruturas fundamentais do
partido.
Pede ainda a harmonização da
responsabilidade de dirigentes
partidários com actividade go-
vernativa, até ao nível municipal.
A reunião teve como objectivo
traçar perspectivas de trabalho,
com vista à consolidação do papel
dirigente do MPLA como o prota-
gonista da acção política, organi-
zativa e social do país, e abordar
matérias relacionadas com a vida
interna do partido.
A análise minuciosa dos re-

MPLA deve impulsionar

sas privadas agrícolas, industriais
e comercias com vista a garantir o
crescimento da economia e garan-
tir emprego.
José Eduardo dos Santos subli-
sultados eleitorais de 2017 este-
ve também em debate na reunião
que contou com a presença do vi-
ce-presidente do MPLA, João Lou-
renço, e do secretário-geral, Antó-

desenvolvimento do país nhou que o partido deve apoiar

o esforço nacional, aplicando a
igualdade de oportunidades.
Defende a reactivação dos gru-
nio Paulo Kassoma.
O secretário para a Informação
do MPLA, Norberto Garcia, afir-
mou que está em vista a avaliação

J
O Presidente do MPLA, José Eduardo dos osé Eduardo dos Santos dis-
cursava na primeira reunião
Santos, reafirmou nesta Quarta-feira, em do Secretariado do Bureau
Luanda, o compromisso do partido com o Político do MPLA com di-
desenvolvimento do país e a melhoria das rigentes dos comités provinciais.
Disse que o MPLA é um parti-
condições de vida dos cidadãos do forte, unido, organizado e se
pos de estudo, com vista a capa-
citar quadros e dirigentes par-
tidários, e considera essencial a
melhoria e modernização das téc-
nicas de comunicação e informa-
ção partidárias.
Recomenda a eleição dos qua-
dros por mérito próprio e propôs
do desempenho dos dirigentes em
vários níveis.
Norberto Garcia salientou que
o MPLA vai continuar a manter
as máximas, segundo as quais “o
mais importante é resolver o pro-
blema do povo” e “melhorar o que
está bem e corrigir o que está mal”.
 SOCIEDADE 10 O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018

Escutismo: um movimento
que dá a vida por outras vidas
A participação dos humana que se deslocou ao ae- ros que, em 2015, trabalharam ra salvar outras vidas. E, nes-
escuteiros em ac- roporto para receber o falecido lado a lado com a Policia Na- sa caminhada, já são muitas as
tos de adversida- Papa João Paulo-II, o visitante
que, no país, arrastou mais gente
Pelo país, o es- cional e com o Serviço Nacional
de Protecção Civil e Bombeiros
vidas que, hoje, só continuam a
respirar graças ao braço solidá-
des e calamidade para as ruas. Na sequência, par- cutismo já conta durante as fortes chuvas que as- rio destes jovens que cedo abra-
social vêm desde ticiparam em outras tantas situ-
ações calamitosas como é o caso
com cerca de solaram o município do Lobi-
to, província de Benguela, onde
çaram o caminho do escutismo.
Tal como disse Ramiro Sousa,
o tempo de confli- do asseguramento e lançamen- 24mil membros , morreram mais de 60 pessoas e escuteiro há 18 anos, para salvar
to armado. São to da primeira campanha de va-
cinação contra a poliomielite em sendo que gran- deixaram centenas de casas, es-
colas e postos de Saúde destru-
outras vidas não é necessário a
utilização de armas nem outros
eles que, à seme- 2000 e no trabalho de recupera- de parte destes ídos. materiais contundentes. A for-
lhança da Policia ção, identificação e salvação das
vítimas do desabamento do edi- são jovens entre
Diferente das forças de segu-
rança, a participação dos escu-
ça e a inteligência são os únicos
recursos utilizados por ele e ou-
e dos Bombeiros, fício da ex-Direcção Nacional de os 18 e os 25 teiros em actos de risco não é de tros seus companheiros na sal-
sacrificam as Investigação Criminal (DNIC).
Foram igualmente os escutei- anos de idade
carácter obrigatório. É um gesto
voluntario que estes fazem pa-
vação de quem esteja em apuros.
“Passamos por diversas forma-
suas vidas para
salvar outras tan-
tas que estejam
em apuros. Hoje o
mundo assinala o
dia do fundador
do escutismo, Ba-
den-Powell

Domingos Bento

D
epois das forças
de segurança, são
os escuteiros que,
sempre que ne-
cessário, se dis-
ponbilizam a acu-
dir situações de calamidade so-
cial onde são precisas forças e
inteligência para salvar vidas
que estejam em risco. Em Ango-
la, a sua participação em situa-
ções de adversidades vêm desde
o tempo do conflito armado. São
os escuteiros que, ao meio a crise
eleitoral, em 1992, entraram em
acção para apoiar na organiza-
ção, distribuição e assistência
médica e alimentar às pessoas
alojadas no campo dos refugia-
dos do Bengo.
Ainda em 1992, foram igual-
mente os escuteiros que, na ca-
rência de forças de segurança,
asseguraram todo o processo de
organização da grande moldura Grupo de escuteiros em actividade formativa
O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018
ções integrais. Aprendemos to-
dos os processos de socorro, de-
fesa pessoal e de terceiros. Pa-
ra nós, não importa o perigo, o
mais importante é fazer os ou-
tros felizes. Acreditar que nós,
apesar de não termos armas, te-
mos sim a capacidade de deixar
um mundo melhor com o nosso
gesto”, frisou,
No entanto, quando a combi-
nação da força e inteligência fa-
lha, em muitos casos são os pró-
prios escuteiros que acabam
perdendo a vida ou contraindo
lesões graves que podem deixar
sequelas para toda vida. “Já tive-
mos escuteiros que até contra-
íram doenças quando tentavam
simplesmente ajudar. É que fo-
mos instruídos a não olhar para
o sofrimento dos outros de forma
impávida. Quando alguém está
em perigo, temos sempre a ne-
cessidade de ajudar. Está no nos-
so sangue ajudar os outros”.
DR
11
Um movimento em ascensão
Apesar de verem os outros seus
companheiros a partirem, os que
ficam não desanimam, apren-
dem a superar a dor da perda e
continuam o seu caminho na re-
alização do bem comum. Por es-
te motivo, o movimento regista,
todos os dias, novos membros
ávidos de partilhar o sentimen-
to da solidariedade.
Pelo país, o escutismo já con-
ta com cerca de 24mil membros,
sendo que grande parte des-
tes são jovens entre os 18 e os 25
anos de idade. Até 2022, segun-
do António Sardinha, chefe na-
cional da Associação dos Escu-
teiros de Angola (AEA), a ideia
é atingir aos 100mil escuteiros.
O caminho para se chegar a es-
ta meta já está a ser feito, com a
recepção e integração de novos
membros, muitos deles sugeri-
dos pelas próprias famílias que
hoje descobriram o valor do es-
cutismo que, em Angola, não é
um movimento novo. É um pro-
cesso que vem desde a era colo-
nial. Em 1975, houve um inter-
regno, tendo o movimento re-
tomado em 1991 com a fundação
da AEA
De lá para cá, António Sardi-
nha conta que o movimento tem
crescido de forma exponencial e
ocupando um papel importante
Desmistificar a farsa
Segundo António Sardinha, a
educação para a vida é a
principal missão do movi-
mento escutista, que hoje
está a celebrar o dia do seu
fundador, Baden-Powell.
Segundo o responsavel, não
é verdade o que muitos, sem
conhecimento, afirmam di-
zendo que o escutismo é um
movimento ligado exclusiva-
mente à Igreja Católica. O
escutismo está presente em
todas as denominações reli-
giosas e a forma como os
membros sãos educados e
orientações não diferem uma
da outra.
“Se for a todas as igrejas
desde a IEBA, Apostólica,
Católica e tantas outras vai
encontrar o escutismo. E
todos com o mesmo espírito.
Mudam os grupos, a quanti-
“
Somos ainda das
poucas organiza-
ções onde se pode
ver jovens de di-
ferentes denomi-
nações religiosas
a relacionarem-
se perfeitamente
bem. A há, entre
nós, o espirito de
mútua ajuda
Paca João, escuteiro
na construção da personalidade
de milhares de crianças e jovens
embuídos na causa que assenta
na formação integral no domínio
cultural, psicológico, emo
dade dos elementos, mas a
vocação é a mesma”, clarifi-
cou.
Por outro lado, a realização
de acampamentos, caminha-
das, retiros e outras activida-
des servem de exercicios de
fortalecimento do espirito e
coesão dos membros com
vista a enxergarem os mes-
mos objectivos enquanto
grupo coeso, afirma Paca
João, escuteiro.
Para o jovem, antes de salvar
a comunidade, os escuteiros
devem aprender a salvar-se
a si mesmo. Neste aspecto,
os acampamentos e as reu-
niões semanais têm servido
de verdadeiro espaço de pe-
paração, onde os membros
são preparados a lidar com
as diversidades e as diferen-
ças.
Também, o espirito de tole
DR
Sobre o fundador
O Escutismo foi obra de Ro-
bert Stephenson Smith Ba-
den-Powell que nasceu em
Londres a 22 de Fevereiro de
1857.
Ainda novo, Baden-Powell,
como é carisnhosamente
chamado, participava junta-
mente com os seus irmãos
em excursões de barco,
onde aprendeu a manobrar
um barco, a acampar, a cozi-
nhar e a obedecer às ordens
com rapidez e elegância.
Aos 12 anos recebeu uma
bolsa para estudar na escola
de Charterouse, uma das
mais famosas escolas públi-
cas de Inglaterra. A escola
era localizada em Londres,
mas foi transferida para
Godalming, no Surrey. Junto
à escola havia um bosque
vedado aos alunos. Foi aí
que Baden-Powell aprendeu
e praticou as suas capacida-
des de sobrevivência e con-
vívio com a natureza. Apa-
nhava coelhos (que assava
“
em fogueiras sem fumo para
não ser denunciado), obser-
vava animais, seguia pistas.
O movimento Todo este treino foi-lhe mui-
to útil mais tarde na sua
tem crescido de carreira como escuteiro.
forma exponen-
cial e ocupando
um papel impor-
tante na cons-
trução da perso-
nalidade de
milhares de ci-
dadãos que se
identificam com
a causa
António Sardinha
 SOCIEDADE
Tuberculose matou mais
de 3500 pessoas em três anos
Angola faz parte dos 30 países no mundo com mais casos de tuberculos e o Estado gas-
ta, anualmente, mais de USD 2 mil, para o tratamento de cada paciente, segundo o coor-
denador Nacional do Programa de Controlo da Tuberculose, Ambrósio Disadidi
Milton Manaça
A
tuberculose matou
três mil e 693 pes-
soas nos últimos
três anos, de acor-
do com a directo-
Bombeiros chamados a evitar mortes
O Serviço de Pro-
tecção Civil e Bom-
beiros (SPCB) reali-
zou ontem, em
Luanda, a cerimónia
de abertura do ano
de instrução 2018,
no âmbito das suas
políticas de forma-
ção e de capacitação
dos seus efectivos
O
comissário principal do
SPCB, Bênção Cavila Jú-
nior, apelou os efectivos a
trabalharem com afinco e
dedicação para evitar perdas de vi-
ra Nacional de Saúde Pública,
Isilda Neves. A fonte fez esta
revelação ontem, em Luanda,
na abertura do seminário de
gestão de casos desta patologia
dirigida aos técnicos de Saú-
de dos Serviços Penitenciários
que terá a duração de três dias.
DR
da humana e minimizar os danos
materiais.
Para melhorar o desempenho
dos membros da corporação, este
órgão afecto ao Ministério do Inte-
rior pretende organizar 21 cursos
de especialidade, por via do qual
formará 1.300 efectivos.
Fez estes pronunciamentos ao
dirigir-se aos presentes na cerimó-
nia de mais um ciclo de formação,
que contou com a participação de
altas patentes da corporação. Com
um discurso centrado no objecti-
vo de capacitação técnica e opera-
tiva dos efectivos da corporação,
bem como na elevação dos níveis
patrióticos e de responsabilização
na execução das tarefas superior-
mente emanadas.
Já o segundo comissário Valen-
tino Xavier, director da Escola Na-
cional de Bombeiros, revelou que a
12 O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018
Isilda Neves disse que nesses três
anos a tuberculose representou a
terceira maior causa de mortali-
dade do país, depois do paludis-
mo e dos acidentes de viação, por
isso é uma das doenças que inte-
gra a lista de prioridades do Mi-
nistério da Saúde.
Mesmo assim, Angola faz par-
te dos 30 países do mundo com
mais elevado número de casos de
tuberculose, segundo o coorde-
nador Nacional do Programa de
Controlo da Tuberculose, Am-
brósio Disadidi.
Em declarações a OPAÍS, à
margem do encontro, Disadidi
explicou que o maior número de
casos desta patologia é regista-
do na população penitenciária,
sendo esta uma das razões para
a realização do seminário diri-
gido aos médicos e enfermeiros
destacados em todas as cadeias
da capital do país. Apesar de
não enumerar os casos, Ambró-
corporação formou 1.046 efectivos,
dos quais 739 são do sexo masculi-
no e 306 do sexo feminino, no ano
transato.
“Para o presente período instru-
tivo, decorre o trabalho metodo-
sio Disadidi disse que a popula-
ção prisional representa o grupo
mais vulnerável onde os casos de
tuberculose é 100 vezes superior
ao da população em liberdade. A
situação está relacionada às con-
dições carcerárias do nosso pa-
ís, razão pela qual alerta que não
se deve esquecer das pessoas que
lá se encontram. “As condições
das nossas cadeias favorecem a
propagação da tuberculose. A
superlotação, a falta de ventila-
ção, a alimentação inadequada
e a falta de acesso aos cuidados
médicos são os factores que con-
correm para o alastramento da
doença”, disse. Acrescentou que
a mesma realidade se regista em
outros países africanos.
Em 2015 o Programa de Con-
trolo da Tuberculose registou 53
mil e 980 casos, em 2016 subiu
para 65 mil e 500 pessoas infec-
tadas e em 2017 foram contabi-
lizados 59 mil e 377.
lógico virado para a avaliação dos
conteúdos programáticos dos di-
ferentes cursos e preparação téc-
nica do corpo de instrutores, arro-
lamento dos meios didácticos que
facilitarão o processo docente edu-
DR
Um paciente
custa USD 2 a 3
mil por ano
Segundo Ambrósio
Disadidi, o Estado gas-
ta anualmente entre
USD 2 e 3 mil com o
tratamento de cada
paciente com tuber-
culose de segunda
linha, também conhe-
cida de TB resistente.
O responsável disse
que no caso dos pa-
cientes com tubercu-
lose de primeira linha
o custo é de 600 dóla-
res por ano.
“A saúde não tem pre-
ço, mas tem custos e
estes são os custos
que o nosso Governo
tem com cada um dos
pacientes com tuber-
culose”, rematou Am-
brósio Disadidi.
cativo”, disse o comissário.
Valentino Xavier incentivou ain-
da os monitores a trabalharem com
esperança. “Aos monitores e ins-
trutores incentivo a mais um ano
de desafio. A pátria vai reconhecer
os vossos feitos, por isso tenham
esperança e determinação”.
Sob o lema “Formar para Salvar
Vida, Proteger o Património e Pre-
servar o Meio Ambiente” o Servi-
ço de Bombeiros pretende valori-
zar a imagem do efectivo e as mais
variadas competências.
Assim, tendo sempre como refe-
rência os triângulos do saber, no-
meadamente, as competências
psico-sociais e sócio-afectivas,
que permitem desenvolver as ati-
tudes e efeitos comportamentais,
as competências cognitivas que se
situam ao nível do desenvolvimen-
to intelectual e as competências
psico-motoras para o desenvolvi-
mento das capacidades manuais,
situadas ao nível do saber fazer.
O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018 13

Crime parece ter

sido premeditado
A desconfiança da família das
vítimas é de que o crime terá
sido premeditado, pois a jo-
vem acusada não se deu,
sequer, ao trabalho de buscar
ajuda dos vizinhos, quando o
marido e o enteado estavam
a desfalecer. Os vizinhos
dizem não terem ouvido gri-
tos, nem pedido de socorro.
Aventa-se ainda a possibili-
dade de a jovem ter pensado
apenas em matar o enteado e
não o marido, pois a família
também encontrou vestígios
de ovo (cru) que suposta-
mente, Romalda tentou ad-
ministrar ao marido, na es-
perança de que vomitaria o
alimento envenenado.
O marido provou a comida
envenenada, antes de ir dor-
mir, pois foi encontrado com
roupa interior, sentado à
mesa da sala e com uma toa-
lha de banho, que suposta-
mente terá sido amarrada
pela esposa.

Guilherme Dias da Graça (à esquerda) e Álvaro Figueiredo da Graça (à direita) morreram em casa, após terem supostamente terem ingerido veneno

Pai e filho mortos

conta. Encontrou ainda vómitos do resultado da autópsia, que foi
no chão do quarto, com cheiro a feita hoje (Quarta-feira, 21)”, su-
medicamento forte e da boca do blinhou Maria.
menino, sem roupa, saía espuma. A sogra tentou arrancar algu-

supostamente por
A família e todas as outras pes-
soas que estiveram no local des-
confiam que seja veneno. A polí-
cia levou toda a comida feita e que
os mesmos terão comido, para as
ma resposta da nora sob o que te-
rá acontecido com o seu marido e
enteado, mas esta nada disse, até
ao momento.
O casal está junto há dez anos e

envenenamento
devidas análises laboratoriais.
Romalda esteve detida um dia,
foi ouvida pela polícia que inves-
tiga o caso, mas foi posta em li-
berdade até que se encontre no-
vos elementos que provem a sua
Como possível suspeita de crime está a mulher da vítima, que terá autoria nas duas mortes.
“A polícia disse que não pode
colocado veneno no alimento por si confeccionado. Tanto o marido, fazer nada sem que existam pro-
de 34 anos, quanto o enteado, de 3 anos, tiveram morte imediata vas contra ela. Estamos à espera
sempre houve desentendimento,
tendo alguns dos quais resultado
em curta separação. A jovem ia
e, depois de um tempo, regres-
sava da casa dos pais. Na relação
dos dois, fizeram apenas um filho
(de 1 ano de idade), e Guilherme
tinha dois filhos doutra relação,
um de 10 anos e outro de 3 anos
de idade (vítima).

Romão Brandão
dada pela mulher, Romalda Dias
dos Santos. Maria Arlete, mãe (e
deslocado à casa do filho, para
saber o que se passava, recebeu
“
Encontrei ainda

O
avó) da vítima, foi a primeira fa- a ligação por telefone, duma das
facto aconteceu no mília das vítimas a chegar ao lo- cunhadas, a pedido da nora, di- vómitos no chão do
município de Via- cal do sucedido, e conta que a no- zendo que estavam com proble- quarto, com cheiro
na, bairro Kapa- ra não queria abrir a porta, mas mas.
langa. As vítimas, depois alguém saltou o muro, “Senti algo estranho no cora-
a medicamento
Guilherme Dias da abriu, e viu o filho e o neto in- ção e liguei para o Guilherme e forte e da boca do
Graça, de 34 anos (pai) e Álvaro
Figueiredo da Graça, de 3 anos
conscientes. O primeiro, senta-
do na cadeia e o segundo deita-
quem atendeu foi a esposa. Esta
disse que tinha problemas, por-
menino, sem rou-
(filho), terão ingerido alguma co- do no chão. que o marido caiu e já estava frio. pa, saía espuma
mida envenenada, supostamente Antes de Maria Arlete ter-se Deduzi logo que estava morto”, Maria Arlete, mãe da vítima
Música Show Álbum Cinema Gente
Moikanos, autores do sucesso ” Músicos Yannick Afroman, Big Cantora Sade prepara “Flower of O actor Sylvester Stallone usa Rainha da Inglaterra estreia-se na
Ninguém foge”, gravam, em Luan- Nelo, Lil Saint e Cage One partici- the universe”, a sua mais recente redes sociais para desmentir a sua Semana da Moda de Londres, as-

CARTAZ
da, o vídeo-clipe da música “ Oh Pai pam no show de Cef, neste Sába- canção suposta morte. sistindo o desfile de Richard Quinn.
“. do.

seu suplemento diário de lazer e cultura

Museu Nacional de Antropologia

expõe a peça “Mabela” para estudo
CARLOS MOCO

Está patente no
Museu Nacional
de Antropologia,
desde o dia 7 do
mês em curso, a
peça “Mabela”,
com o objectivo
de dar continui-
dade ao projecto
denominado “A
peça do mês”

Antónia Gonçalo

A
“Mabela” é um
tecido de ráfia
pre dom i n a n-
temente de cor
amarela e cas-
tanha que tem a
função de vestuário e, noutros ca-
sos, pode-se usar como esteira.
Cada limite do pano deixa uma
franja (remate numa peça de te-
cido, com fios tirados horizontal-
mente, ficando os outros penden-
tes). Para a realização deste traba-
lho o tecelão coloca uma barra de
separação e um alisador que, si-
multaneamente, serve de faca pa-
ra reduzir o volume de pressão.
Para decorar as fibras de rá-
fia com as cores mais correntes
da época (amarela e castanha),
as mesmas são colocadas dentro
de um recipiente contendo vá-
rias misturas preparadas à base
de plantas.
O tecelão encerra a sua activi-
dade antes do pôr-do- sol. A te-
celagem é comercializada pela sua
qualidade e beleza na execução e
decoração das fibras de ráfia ex-
traídas da palmeira.
Segundo o director do museu,
Álvaro Jorge, no passado, a “Ma-
bela” serviu como moeda de pa-
gamento, introduzida pelos por-
tugueses e produzida em grandes
quantidades para o comércio eu-
ropeu, substituindo, assim, a ser-
rapilheira.
Região
Alguns sub-grupos Kongo, co-
mo os Bayombe e Bansonso, des-
tacam-se no domínio de negócios
deste utensilio, que constitui uma
actividade importante na vida só-
cio-económica desta população.
Outros se especializam em te-
A tecelagem é celagem de ráfia, cujo tecido ex-
posto designa-se “Mabela ou
comercializada “Nzola”. Consta que a tecelagem
de ráfia é um trabalho essencial-
pela sua qua- mente masculino e transmitido
lidade e beleza hereditariamente desde a infân-
cia e no qual é excluída a presen-
na execução e ça feminina.
Este trabalho é executado so-
decoração das bre um tear vertical dentro de um
fibras de ráfia quadro de madeira, a partir do
qual os fios são estacados verti-
extraídas da calmente, fazendo mola sobre os
fios em pares pousando-os um
palmeira por um.
Peça do mês
O projecto tem como ob-
jectivo divulgar as peças
existentes no museu, bem
como propagar na socie-
dade a sua importância
como património cultural
e nacional, função social,
discrição, origem e cativar
os cidadãos a visitarem o
espaço.
Desde o arranque do pro-
jecto em Agosto de 2016
foram expostas mais de
10 peças, tendo começado
com a “Pedra de Hiroshi-
ma”, “Lilweka”, “Luena”,
“O Pensador” (Kuku Ka-
lamba), “Ndemba”, “Kie-
la”, “Kikondi”, “Mulondo”
e “Cihongo” (Txihongo),
“Kijinga”, Heholo”, “Minta-
di, Mufuka e o “Mondo”.
O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018
João Trindade
‘Obra de José Luís Mendonça
dá sequência ao livro “Sagrada
Esperança” de Agostinho Neto’
O livro é constitu-
ído por 54 poemas
escritos na década
de 80 e de 90 do
século XX, e nas
duas primeiras do
século XXI, carac-
terizadas, respec-
tivamente, pela
restrição das li-
berdades funda-
mentais e pelo
pluralismo de
ideias, razão pela
qual somente
agora é publicado
Augusto Nunes
O
historiador João Trin-
dade garantiu, em Lu-
anda, que a recém-lan-
çada obra do escritor
José Luís Mendonça dá sequência
ao livro “Sagrada Esperança” de
Agostinho Neto.
O académico, que fazia a apre-
sentação do livro “Angola me diz
ainda”, do referido autor, ontem
na União dos Escritores Angola-
nos, referiu que a obra traz o olhar
do escritor sobre os múltiplos pro-
blemas existentes na sociedade
angolana, desde o cerceamen-
to das liberdades fundamentais à
pobreza que grassa no seio da po-
pulação, a luta pela sobrevivên-
cia, a corrupção (“gasosocracia”,
um termo que o autor usa num dos
poemas para referir-se ao subor-
no, uma prática muito comum nos
nossos dias).
Realçou o facto de cada poema
trazer um diálogo que cada ango-
lano deve fazer em torno dos pro-
blemas que se vêm arrastando ao
15
longo do tempo.
Segundo o historiador, trata-
se de poemas que, na sua maio-
ria, foram escritos na década
de 80, numa altura em que o
contexto político não favore-
cia a sua publicação.
“Este facto por si é um in-
dicador para aferirmos até
que ponto nos encontramos
em termos de exercício dos
nossos direitos consagra-
dos constitucionalmente”,
disse.
O historiador sublinhou,
que “Angola me diz ainda”,
poema que dá título à obra,
é o retrato dos vários problemas
que vão do político ao social, não
deixando de lado os de nature-
za económica, que afligem uma
sociedade onde a corrupção tor-
nou-se o meio de enriquecimento
de uma minoria detentora de po-
der financeiro e se mostra indi-
ferente ao sofrimento da maioria
dos cidadãos, que pouco ou nada
tendo lutam para sobreviver atra-
vés da venda de sacos de água ou
de cerveja, negócios feitos na rua
e à porta da casa.
O historiador disse haver nes-
te poema um lamento de quem se
sente inconformado com a reali-
dade sócio-política marcada pe-
la pobreza extrema, a impunida-
de, a imposição do silêncio e do
medo, agravado com o desapa-
recimento trágico de dois cida-
dãos, Cassule e Kamulingue, que
reivindicavam os seus direitos, e
de um outro, Cherokee, aprecia-
dor da música do rapper MCK.
Referiu-se também ao fim trá-
gico, em 1995, do jornalista Ri-
cardo de Mello, director do Im-
parcial Fax, período em que a
imprensa independente criti-
cava o poder político, dando os
primeiros passos num país on-
de a comunicação social foi,
durante os primeiros 15 anos
de independência, apêndice do
Partido-Estado.
Homenagem a Ricardo Melo
José Luís Mendonça, além de
poeta é jornalista, presta assim
uma singela homenagem ao seu
antigo colega de profissão num
poema que publicamos aqui ao
lado nesta página.
Homenagem
a Ricardo Melo
José Luís Mendonça, que
além de poeta é jornalista,
presta assim uma singela
homenagem ao seu anti-
go colega de profissão
num poema que passa-
mos em seguida:
Em nome da liberdade de
imprensa te imolaste ao
Deus chamado trilhões.
Tombaste na frieza das
escadas que a política
constrói
para subir quem manda e
descer quem não tem
mais nada a perder que a
própria Vida.
Ricardo, a tua morte não
calou a maneira torta do
regime, mas um dia hás-
de subir com tua voz Im-
parcial as escadas da me-
mória onde caíste
segurado pelas bocas de
dizer nosso país.
Privatização dos monu-
mentos
João Trindade destacou
ainda, o predomínio do
interesse pessoal sobre o
interesse colectivo como
um dos sintomas de uma
sociedade onde a ganân-
cia e a apropriação de
bens públicos com ou
sem a cobertura da Lei
parece não ter fim.
“Não admira que alguns
monumentos tenham
sido privatizados. E, como
se não bastasse, privati-
zaram o mar, o céu, e as
estrelas, ou seja, tomaram
conta de tudo e o Estado
ficou sozinho. É verdade
que “eles comem tudo”,
desabafou o académico.
 CARTAZ
Gente
Rainha de Inglaterra estreia-se
na Semana da Moda de Londres
Isabel II da Inglaterra visitou, pela primeira vez, a Semana da Moda de
Londres, esta Terça-feira, tendo assistido a um desfile do estilista Ri-
chard Quinn em companhia da icónica editora da Vogue, Anna Wintour
C
onsiderada pelo British
Fashion Council como uma
“ícone da moda”, a Rai-
nha afirmou que “foi um enorme
prazer assistir ao desfile da jovem
promessa que apresentou uma co-
lecção plena em padrões coloridos
e lenços para a cabeça”.
As peças apresentadas foram
descritas como ‘um cruzamen-
to do castelo de Balmoral e o bair-
ro de Peckham’. Falando para to-
dos aqueles que estavam no desfi-
le, a raínha Isabel II afirmou que a
indústria da moda no Reino Uni-
do “é mundialmente reconheci-
da pela sua altíssima qualidade”
e que “continua a produzir têxteis
de qualidade mundial”.
EXIBIÇÃO
A Rainha Isabel II discursou na
Semana da Moda de Londres mo-
mentos antes de entregar um pré-
mio ao estilista Richard Quinn.
Depois de assistir ao desfile e ter
entregado o prémio ‘Queen Eliza-
beth II Award for British Design’
realçou que o prémio “é uma for-
ma de homenagear esta indústria,
e mostrar o meu apreço a todos os
que contribuem.”
A Rainha, que vestia um fato
azul com pormenores em cristal
criado pela designer Ângela Kelly,
passou grande parte do desfile a
conversar com Anna Wintour. No
final da cerimónia, Quinn revelou
ao The Telegraph que “Isto é tudo
um bocado surreal. Só soubemos
VÍDEOCLÍPE
Moikanos gravam novo Videoclípe
no bairro do Prenda
Os Moikanos, autores dos sucessos
”Ninguém foge”, “ Impró ” e outros
temas musicais, gravaram no Do-
mingo, no bairro do Prenda, em Lu-
anda, o vídeo clipe da música “ Oh
Pai “ que fará parte do novo traba-
lho discográfico do grupo.
As filmagens estiveram a cargo do
produtor Follow, que se mostrou sa-
tisfeito com o final das gravações. O
grupo adiantou que o vídeo terá es-
treia nos próximos meses e apela aos
fãs que apreciem o trabalho.
que ela vinha há uns dias e decidi-
mos juntar uns ‘toques à Rainha’
nos lenços para a cabeça e nos pa-
drões. Já tínhamos isto planeado,
mas tivemos de acelerar.”
O criador afirmou ainda que na
altura em que a rainha recebeu
o convite disse que tinha mui-
to prazer em apoiar jovens esti-
listas. “Não tenho dúvida que ela
é um ícone de moda. Afinal, foi a
primeira monarca a usar calças,
acho”.
Organização
Caroline Rush, a responsável má-
xima do British Fashion Council
(BFC) agradeceu a presença da rai-
nha. A responsável pelo BFC des-
SHOW
Show de Cef com participação de sete
artistas
Os cantores Yannick Afroman, Big
Nelo, MC Cabinda, Lil Saint, Cage
One, VC e Kletuz constam da lista
de convidados do primeiro grande
show “Cartel D’Amor Cef Tanzy”, a
decorrer no dia 24 de Março no Ci-
ne Atlântico.
O músico agenciado pela produto-
ra B26 vai realizar um espectácu-
lo totalmente acústico com banda,
sendo que o mês e a data escolhi-
da homenageia todas as mulheres
angolanas.
Cef levará ao Cine Atlântico temas
incluidos no seu CD Cartel D’ Amor.
16 O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018
tacou o papel importante de Isa-
bel II no mundo da moda, ten-
do “sempre apoiado a indústria”
e “usado o seu poder diplomático
como forma de comunicar com
outras culturas e nações”.
MÚSICA
Sade regressa aos palcos com música
nova oito ano depois
Depois de um silêncio de oito anos,
a cantora Sade prepara-se para dar
a conhecer “Flower of the univer-
se”, a sua mais recente canção.
“Flower of The Universe” é o títu-
lo da canção a editar e faz parte da
banda sonora de “A Wrinkle in ti-
me”, novo filme de ficção-cientí-
fica da Disney.
De acordo com a Entertainment
Weekly, a nova música foi remis-
turada pelo produtor de hip-hop
No I.D. e faz parte da banda sono-
ra de “A Wrinkle In time” (“Uma
Viagem no Tempo”, em portu-
guês), filme da realizadora Ava
DuVernay. Foi a própria cineasta
quem anunciou este novo projecto
de Sade, afirmando via Twitter que
“nunca pensou que ela aceitasse”
colaborar.
DR
Consta que a visita de Isabel II
surge um dia depois de ter convi-
dado vários estilistas e artesão ao
Palácio de Buckingham, para um
evento relacionado com a Com-
monwealth.
HOLLYWOOD
Sylvester Stallone usa redes sociais
para desmentir suposta morte
Os fãs do astro do cinema, Sylvester
Stallone, assustaram-se com a fal-
sa notícia que circulou pelo mun-
do todo sobre a sua suposta morte,
afirmando que Stallone teria mor-
rido após complicações de um cân-
cer de próstata.
Irritado com os rumores e para
mostrar que está vivo, Sylvester
usou as redes sociais e escreveu:
“Ignorem essa estupidez! Estou
vivo, bem, feliz e saudável ainda
dando socos.”
No entanto, a notícia falsa acabou
por virar piada para alguns usuá-
rios do Twitter, que postaram fra-
ses como se o Sylvester Stallone não
morreu nos três filmes do Rambo,
não morre mais.
 ECONOMIA
Defendida menos burocracia
na constituição de empresas
Agostinho Kapaia, presidente da Comunidade das Empresas Exportadoras e Internacionalizadas de Angola,
(CEEIA) mostrou-se preocupado com a morosidade que ainda se regista na constituição de uma empresa no país,
apesar do processo simplificado iniciado em 2010 com a introdução do Guiche Único da Empresa (GUE)
O processo para a constituição de empresas ficou mais facilitado com a abertura do GUE
Brenda Sambo
P “
ara o empresá-
rio, a simplifica-
ção dos proces-
sos de constitui-
ção de empresas
é um dos factores
decisivos para a melhoria da po-
sição de Angola no Doing Busi-
ness e também serve de termó-
metro na atração de novos inves-
timentos.
“Angola deve olhar para pa-
íses como Singapura e a Malá-
sia pelo facto de serem melho-
res ao nível do Doing Business,
e por outra, seguir o exemplo de
países africanos como o Rwan-
da que já oferece grandes facili-
dades para abrir uma empresa”,
referiu Agostinho Kapaia.
Falando a OPAÍS, o também
presidente do Grupo OPAIA é
de opinião que quanto menos
burocracia houver no proces-
so de constituição de empre-
sas, mais empresas o país terá,
factor que pode reduzir os níveis
de desemprego e contribuir pa-
ra a diversificação económica.
Alguns empresários ouvidos
por este jornal afirmaram que
o processo está mais facilitado,
mas queixam-se do tempo que
se espera até a empresa ser di-
18 O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018
DR
vulgada no Diário da Repúbli-
ca, podendo este fazer cerca de
60 dias.
É o exemplo do secretário-
geral da Federação das Asso-
ciações Empresariais de Luan-
da (FAEL), José Neto, que afir-
Angola deve mou que o processo tem sido
olhar para países fácil mas “há falta de informa-
ção por parte de alguns empre-
como Singapura endedores e empresários”.
e a Malásia pelo Por sua vez, o ministro da Jus-
tiça e dos Direitos Humanos rei-
facto de serem terou que o processo de cons-
melhores a nível tituição de uma empresa é fei-
to num ou dois dias, através da
do Doing Busi- implementação do GUE.
ness” “O Guiché Único da Empresa
AGOSTINHO KAPAIA-Empresário é um instrumento criado para
Passos para
constituir uma
empresa
Capital mínimo para
constituição de uma
Sociedade por Quotas:
USD 1.000,00 ou o
equivalente em Kz e 2
pessoas no mínimo.
Capital mínimo para
constituição de uma
Sociedade Anónima:
USD 20.000,00 ou o
equivalente em Kz e 5
pessoas no mínimo.
Requisitos:
1º Passo - Preenchimento
de Formulário
2º Passo - Estatuto
Jurídico
3º Passo - Efectuar o
Cadastro da Empresa
4º Passo - Documentos a
Reunir
5º Passo - Pagamentos a
Efectuar
facilitar a constituição de em-
presas “, disse
Francisco Queirós explicou
que tudo tem sido feito no sen-
tido de se diminuir os índices de
burocracia que se regista. Diss-
se que os cidadãos que preten-
dem constituir empresas devem
reunir os documentos exigidos
por lei, e no prazo de um ou dois
dias terão as suas empresas re-
gistadas. O Guichê Único da
Empresa (GUE) é o serviço pú-
blico criado em 2010, no âmbito
da simplificação do processo de
constituição, alteração ou ex-
tinção de empresas e actos afins.
O objectivo é aumentar o núme-
ro de empresas no país.
O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018
Cabos do Sul do Atlântico
chegam hoje à costa brasileira
A primeira ligação
directa entre Áfri-
ca e a América do
Sul começa a ser
instalada hoje,
Quinta-feira, em
Fortaleza, Brasil. A
sua concretização
vai melhorar signi-
ficativamente a
qualidade das tele-
comunicações e
colocar Angola
numa posição de
destaque na re-
gião. O projecto or-
çado em mais de
USD 300 milhões
vai permitir a
atracção de novos
investimentos
para o país
Borges Figueira
O
presidente da Comis-
são Executiva da An-
gola Cables, António
Nunes, anunciou, on-
tem, Quarta-feira, 21, em Lu-
anda, a chegada do cabo subma-
rino SACS à costa brasileira, em
Fortaleza, Estado do Ceará, um
evento que contará com a pre-
sença de autoridades angolanas
do sector das telecomunicações,
entidades do Governo brasileiro
e operadores do sector. A infra-
estrutura tecnológica poderá
atrair para o país novos investi-
mentos.De acordo com o CEO da
multinacional de telecomuni-
cações, a instalação do SACS na
costa brasileira é um marco im-
portante para a conclusão des-
19
António Nunes, CEO da Angola Cable
te projecto estratégico para An-
gola, de tal modo que representa
um virar de página nas comu-
nicações digitais mundiais, so-
bretudo, por ser a primeira liga-
O projecto or- ção directa entre os continentes
africano e sul -americano.
çado em mais Segundo António Nunes os re-
de USD 300 mi- sultados da construção do SACS
são satisfatórios. Fez saber que o
lhões vai per- projecto entra para a fase final, o
que traduz o quão próximo se es-
mitir a atração tá da sua concretização. O pro-
de novos inves- jecto orçado em mais de USD
300 milhões irá colocar Ango-
timentos no la no mapa mundial das teleco-
municações.
país, nos mais “Com a conclusão do SACS,
variados secto- para breve, e a sua entrada em
funcionamento no terceiro tri-
res mestre deste ano, Angola está
CARLOS AUGUSTO
cada vez mais próxima de se tor-
nar num dos centros das teleco-
municações na região subsaha-
riana”, disse acrescentando que
“os investimentos nos sistemas
de cabos submarinos, nomea-
damente o WACS, já operacio-
nal, o SACS e o Monet e os data
Centers estão a criar auto-estra-
das da informação que nos vão
aproximar dos grandes centros
de produção de conteúdos e ser-
viços digitais”.A Angola Cables
é uma multinacional angolana
de telecomunicações fundada
em 2009, que actua no mercado
grossista cujo negócio é a ven-
da de capacidade de transmis-
são internacional através de ca-
bos submarinos de fibra óptica e
IP Transit.
INADEC
apreende
produtos
expirados
O Instituto Nacional de
Defesa do Consumidor
(INADEC) apreendeu, recen-
temente, em Luanda, deze-
nas de unidades de produ-
to de activador de cachos da
marca “Cacho Kids“ de 250
ml em vários estabelecimen-
tos comerciais.
De acordo com o INADEC, os
produtos foram apreendidos
após denúncia recebida, que
relatava o facto de que os pro-
dutos estavam a ser comercia-
lizados em alguns estabeleci-
mentos comerciais de Luan-
da.
De acordo com a nota, além
deste facto foram constata-
das outras irregularidades
como a falta de asseio e higie-
ne no interior dos estabeleci-
mentos comerciais, a ausên-
cia de livros de reclamações
e do selo cuja exposição, dis-
ponibilização e o local de fá-
cil visualização ao público são
obrigatórios, ao abrigo do De-
creto Presidencial nº 234/16,
de 16 de Dezembro.
O Inadec refere ainda que, a
informação clara sobre as es-
pecificações e o uso adequado
dos produtos é um direito bá-
sico do consumidor.
Pois acrescenta que “A venda
de produtos expirados consti-
tui uma infracção grave à Lei
de Defesa do Consumidor,
pois coloca em risco a saúde e
a vida do consumidor”, lê – se
na nota.
Segundo o Inadec, os produ-
tos ora apreendidos serão des-
cartados e destruídos, e os es-
tabelecimentos comerciais
serão punidos nos termos da
legislação em vigor.
 ECONOMIA 20 O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018

Liquidez absorvida pelo BNA em Janeiro

situou-se em Kz 124,1 mil milhões
As operações de mer-
cado aberto realiza-
das em Janeiro regis-
taram incremento de
87 por cento
ESPAÇO ANGOLA
• O Banco Nacional de Angola re-
alizou ao longo do mês de Janeiro
de 2018 operações de absorção de
liquidez no montante de Kz 124,1
mil milhões , um incremento de
87% face ao mês anterior.
• Os Títulos do Tesouro de lon-
go prazo representaram cerca de
95% do montante negociado no
mercado secundário de dívida
pública em Janeiro de 2018, si-
tuando-se em Kz 28,659 mil mi-
lhões
ESPAÇO INTERNACIONAL
• Zona Euro: A confiança dos con-
sumidores referente ao mês de Fe-
vereiro reduziu para 0,1 pontos, de
1,4 pontos registado no mês an-
terior, que representa a primeira
queda nos últimos sete meses.
•Japão: O índice PMI manufactu-
reiro da Nikkei registou uma ligei-
ra redução ao fixar-se em 54 pontos
durante o mês de Fevereiro, após
atingir 54,8 pontos em Janeiro.
VISÃO ATLANTICO
• O Banco Nacional de Angola
(BNA) realizou ao longo do pri-
meiro mês de 2018 operações
de mercado aberto para absor-
ção de liquidez no montante de
124,1 mil milhões AOA, que cor-
responde a um aumento de 87%
em comparação ao mês de De-
zembro de 2017. As operações
monetárias realizadas entre o
BNA e os bancos comercias têm
como principal objectivo a re-
gulação monetária. Destaca-se
que o total absorvido em Janeiro
representa o montante máximo
em comparação aos três meses
anteriores, tal como um aumen-
to de 171% em relação ao perío-
do homólogo de 2017.
• A confiança dos consumi-
dores referente ao mês de Feve-
reiro do ano corrente apresen-
tou uma redução para 0,1 pon-
tos, após atingir 1,4 pontos em
Janeiro do ano corrente, sen-
do que em Fevereiro de 2017 a
confiança do consumidor si-
tuou-se em -6,4%. Entretanto,
a queda registada corresponde
â primeira dos últimos sete me-
ses. Importa ressaltar que o op-
timismo dos consumidores para
a região atingiu o terceiro valor
positivo durante o período em
análise.

MERCADOS
Petróleo (BRENT) EUR/USD

Petrolífero Cambial

B rent: -0,64% (65,25 USD/barril). Os receios relativamente a possibilidade de aumen-

to da produção petrolífera nos EUA influenciou o preço da commodity.
E UR: -0,56% (1,2344 USD). A redução da confiança do consumidor da Zona Euro pe-
nalizou a cotação da moeda.
O PAÍS Quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018 21
Kwanza continua a Luís Faria
perder valor e BNA A
moeda nacional voltou
a perder valor no leilão
de divisas efectuado
pelo Banco Nacional
de Angola (BNA) esta semana,
vende mais euros
atingindo agora a sua deprecia-
ção face ao euro cerca de 29%,
com base nas contas realizadas
por OPAÍS tendo como referên-
cia a taxa de câmbio média face
à moeda europeia, a nova ânco-
O sétimo leilão de divisas deste ano confirmou a tendência para a ra da política cambial, apurada
depreciação da moeda nacional em mais de 0,8% em cada sessão no mercado primário no mês de
Dezembro.
realizada, com o kwanza a recuar face ao euro, desde 9 de Janeiro, A taxa de referência do kwan-
cerca de 29%. Por outro lado, aumentou substancialmente o mon- za face ao euro, após o leilão de
divisas desta semana, é de Kz
tante das divisas vendidas, o qual se fixou em EUR 200 milhões
DR
Após os dois
leilões iniciais
deste ano o
kwanza vem
desvalorizan-
do a um ritmo
que se acerca
de um por
cento em cada
leilão
262,306 por cada unidade da
moeda europeia, o que corres-
ponde, segundo o BNA, a uma
depreciação de 0,822% face à
apurada na semana anterior.
Contribuíram, refere a nota da
entidade reguladora da ban-
ca respeitante à venda de divi-
sas, para o apuramento da taxa
de câmbio de referência 22 dos
27 bancos participantes no lei-
lão realizado, tendo a taxa mais
alta sido de Kz 264,070 por Eu-
ro e a mais baixa de Kz 260,817
por Euro.
Já face ao dólar a depreciação
do kwanza chegou a 1,7% na
sessão desta semana, fixando-
se em Kz 212,7 por cada unida-
de da moeda norte-americana,
o que traduz uma depreciação de
cerca de 22% do kwanza face ao
dólar desde o início do ano.
Este é o sétimo leilão de divisas
realizado este ano e desde que
O BNA já vendeu em Fevereiro mais divisas à banca no mercado primário que no conjunto do mês de Janeiro
foi introduzido um novo regime
cambial que inclui uma banda de
flutuação para a moeda nacional
com o limite de 2% face à taxa de
câmbio de referência apurada na
última sessão de venda de moe-
da estrangeira. Após os dois lei-
lões iniciais o kwanza vem des-
valorizando a um ritmo que se
acerca de um por cento em cada
leilão, com excepção da primei-
ra sessão realizada este mês de
Fevereiro, quando, ao contrário
do que é habitual há mais de um
ano, foram transaccionados dó-
lares e não euros.
De referir ainda que, com es-
tas sucessivas depreciações o
BNA procura estreitar a dife-
rença entre o mercado de câm-
bio oficial e o mercado informal
de rua e aliviar a pressão sobre
a moeda nacional. Ontem, neste
mercado paralelo, cada euro era
vendido, em média, a Kz 535 e
cada dólar a USD 440, o que tra-
duz, mesmo assim, uma perda
de valor da moeda nacional face
à semana anterior, em que a uni-
dade da moeda norte-america-
na estava a ser vendida a Kz 430.
Mais divisas
Neste sétimo leilão do ano foi ba-
tido o recorde de venda de divi-
sas pelo banco central aos ban-
cos comerciais. O BNA colocou
no mercado primário EUR 200
milhões com as seguintes fina-
lidades: aquisição no exterior de
‘matéria-prima, peças, aces-
sórios e equipamentos (60% do
montante vendido), assegurar
as necessidades das ‘pequenas e
médias empresas’ (25%) e rea-
lização de ‘operações privadas’,
não especificadas, (15%).
Ao cabo da realização de três
leilões, o BNA já vendeu em Fe-
vereiro mais divisas à banca no
mercado primário (EUR 439,3
milhões) que no conjunto do
mês de Janeiro, em que nos qua-
tro leilões realizados após o dia
9 (quando foi introduzido o no-
vo regime cambial) colocou no
mercado EUR 442,2 milhões. Es-
te último leilão aumenta tam-
bém substancialmente o mon-
tante dos euros vendidos em re-
lação à sessão anterior, realizada
a 14 de Fevereiro, quando ha-
viam sido colocados no merca-
do EUR 55 milhões, o valor mais
baixo deste ano.
Em Janeiro de 2017 o banco
central colocou no mercado pri-
mário, em regime de venda di-
recta, EUR 1.606,6 milhões e em
Fevereiro de 2017 vendeu à ban-
ca comercial EUR 999,6 milhões.
 MUNDO
Mike Pence, vice-presidente dos Estados Unidos, foi uma das figuras presentes nos jogos de inverno em Pyeongchang
Coreia do Norte cancela reunião
com Pence no último minuto
Mike Pence e funcionários norte-coreanos tinham planeado reunir-se
em sigilo durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang-2018,
mas a Coreia do Norte cancelou o encontro “no último minuto”, informou
o Departamento de Estado
D
urante a visita recen-
te do vice-presidente
à Coreia do Sul para a
cerimônia de abertu-
ra dos Jogos Olímpicos, “surgiu
a possibilidade de um encontro
breve com os líderes da delega-
ção norte-coreana”, disse a por-
ta-voz do Departamento de Esta-
do, Heather Nauert.
“O vice-presidente estava
pronto para tomar essa oportu-
nidade e abordar a necessida-
de de a Coreia do Norte abando-
nar os seus programas ilícitos de
mísseis balísticos e nucleares”,
acrescentou. “No último minu-
to, os funcionários da RPDC (Re-
pública Popular Democrática da
Coreia) decidiram não seguir
adiante com a reunião”, desta-
cou Nauert.
“Lamentamos que tenham
aproveitado esta oportunida-
de”, acrescentou.
Antes, o secretário-geral do
vice-presidente, Nick Ayers,
também tinha lamentado o fra-
casso de a reunião, ao afirmar
que a Coreia do Norte aguarda-
va “o encontro com a esperança
de que o vice-presidente mode-
rasse a sua mensagem”.
“No lugar disso”, Mike Pence
“reuniu-se com norte-coreanos
que escaparam da tirania, rece-
beu Fred Warmbler, cujo filho foi
assassinado pela Coreia do Nor-
te, destacou a história atroz do
país no tema dos direitos hu-
manos e submissão de milha-
res de seus cidadãos, evocou os
seus projectos hostis com armas
nucleares e mísseis balísticos e
anunciou que uma nova bateria
de sanções está em andamento”,
disse Ayers.
No mesmo comunicado, o por-
ta-voz lembrou que a adminis-
tração de Donald Trump nunca
deixou de afirmar que “se oporia
ao desejo dos Kim de amenizar o
seu regime mortal com charmo-
sas sessões fotográficas durante
os Jogos. Talvez foi por isso que
recuaram ou pode ser que nunca
tenham sido sinceros a respeito
desta reunião”.
Após meses de silêncio sobre
a participação de Pyongyang
no evento desportivo, os Jogos
Olímpicos de Pyeongchang de-
ram lugar a uma aproximação
espectacular entre as Coreias do
DR
Sul e do Norte. O Norte enviou ao
Sul atletas, artistas e uma dele-
gação de alto nível.
O presidente sul-coreano re-
cebeu durante um jantar Kim
Yong Nam, que actua como chefe
de Estado, mas com funções so-
bretudo simbólicas e é a perso-
nalidade de maior importância
hierárquica do governo comu-
nista a visitar o Sul.
O número um norte-coreano,
Kim Jong Un, estendeu por sua
vez um convite formal ao presi-
dente Moon Je-In para participar
numa cúpula em Pyongyang.
Durante a cerimónia de aber-
tura dos Jogos Olímpicos, Moon
apertou a mão de Kim Yo Jong -
irmã de Kim Jong Un e primeira
integrante do clã familiar a pisar
em solo sul-coreano desde o fim
da Guerra da Coreia - e de Kim
Yong Nam.
Os três dignitários saudaram
os atletas dos dois países que
entraram simultaneamente no
campo portando a bandeira da
unificação. Sentado na mesma
tribuna, Mike Pence não mante-
ve qualquer contacto com a de-
legação norte-coreana.
22 O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018
Encontrados corpos de
pelo menos 30 vítimas da
queda do avião no Irão
F oram encontrados corpos
de 30 das 66 pessoas que
seguiam no avião da Aseman
Airlines, que caiu no Irão, no
Domingo. As buscas estão a ser
dificultadas devido ao facto de
ser uma zona montanhosa
As equipas de resgate en-
contraram os corpos de pe-
lo menos 30 dos 66 passagei-
ros e tripulantes que seguiam
no avião que caiu no Domin-
go numa zona montanhosa do
centro do Irão, revelaram as
autoridades. No local do aci-
dente, a serra de Dena, a qua-
tro mil metros de altitude, es-
tão diversas equipas de resga-
te para recuperar os cadáveres
e a caixa negra do avião.
A operação, que se concen-
trou na Terça-feira na busca
dos corpos, continuará esta
Quarta-feira com os especia-
listas em busca e salvamento a
começarem a descer a monta-
nha, disse o director do Cres-
cente Vermelho da província
de Isfahan, Mohsen Momení,
à agência oficial IRNA.
A escuridão e as más con-
dições climáticas impediram
a continuação das operações
na tarde de Terça-feira, após
a descoberta dos destroços do
aparelho. A identificação das
vítimas ocorrerá na cidade de
Yasuy, capital da província de
Kohguiluye Boyer Ahmad, de
acordo com as autoridades lo-
cais.
O director-geral do departa-
mento forense de Kohguiluye
Boyer Ahmad, Kamruz Ami-
ni, informou que 50 familiares
das vítimas já deram amostras
de ADN para ajudar na identi-
ficação.
O terreno íngreme do local do
acidente vai complicar a reti-
rada dos corpos, que pode du-
rar até à próxima Sexta-feira.
Tendo em conta a zona monta-
nhosa onde o avião caiu, não é
possível aterrarem helicópte-
ros de busca e salvamento no
local, razão pela qual muitas
das operações estão a ser fei-
tas a pé.
O director-geral das opera-
ções aéreas da Organização de
Aviação Civil do país, Moha-
mad Said Sharafi, disse na Ter-
ça-feira que o lugar é “muito
perigoso” e que a retirada dos
corpos será uma tarefa difícil.
O avião ATR-72, da compa-
nhia iraniana Aseman Airli-
nes, desapareceu do radar no
Domingo, cerca de 50 minutos
depois de ter descolado do ae-
roporto de Mehrabad, em Tee-
rão, para a cidade de Yasuy (su-
doeste).
O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018 23

11 mortos devido a chuvas torrenciais no Burundi

DR
Onze pessoas morreram devido a chuvas
torrenciais, acompanhadas de ventos for-
tes, que caíram nas últimas 48 horas no
Burundi, segundo um novo balanço noti-
ciado na Terça-feira pela rádio pública bu-
rundesa

E
ntre os mortos figuram
oito pescadores no Lago
Tanganyika e três pessoas
mortas no desabamento de uma
igreja em Rumonge, cidade cos-
teira do sul do Burundi, particu-
larmente afectada pelas intem-
péries, de acordo com a fonte.
O governador da província de
Rumonge, Juvénal Bigirimana,
indicou que os corpos dos pes-
cadores, pretensamente mortos
no lago, não foram encontrados,
apesar de intensas buscas reali-
zadas desde Segunda-feira últi-
ma.
Quanto aos danos materiais no
lago Tanganyika, o responsável
Onze burundeses perderam a vida por causa das chuvas que caem no país administrativo mencionou 18
barcos de pesca destruídos pe-
lo mau tempo.
Também fazem parte dos mor-
tos três mulheres de um coro du-
ma igreja pentecostal local, cujas
paredes ruíram, resultando em
seis feridos graves durante uma
sessão musical de louvor a Deus.
Na mesma província de Ru-
monge, a 80 quilómetros ao sul
de Bujumbura, assinala-se mais
de 300 casas e campos de cultu-
ras alimentares danificados.
Mais no centro do Burundi, na
província de Mwaro, 30 casas e
uma escola foram destruídas por
fortes chuvas Segunda-feira, de
acordo com fontes administra-
tivas locais.

Mais de 250 mortos no “massacre do século XXI”

O exército sírio guns relatórios colocam actual- DR gundo uma tradução do The New
bombardeou o en- mente o número de mortos desse York Times.
clave rebelde de ataque em cerca de 1.400).
É aquilo a que um médico, cujo “Podemos morrer a qualquer mo-
Ghouta oriental, testemunho já se tornou um sím- mento”
onde vivem cerca de bolo deste ataque, descreve como
o “massacre do século XXI“.
Os testemunhos de quem vive
em Ghouta dão conta de um de-
400 mil pessoas e Numa tentativa de recuperar sespero total, com a maioria dos
que tem sido palco aquele enclave na zona oriental
da cidade de Damasco, que con-
residentes a fecharem-se em ca-
sas e bunkers para resistir o mais
de alguns dos ata- tinua nas mãos dos rebeldes sírios que podem aos ataques. “Pode-
ques mais mortífe- em luta contra as forças do regime
de Assad, o governo sírio avançou
mos morrer a qualquer momento.
Nunca se sabe de onde podem vir
ros do conflito para um ataque de peso contra a os rockets para acabar com as nos-

M
ais de 250 pesso-
as, incluindo de-
zenas de crianças,
morreram entre
Segunda e Terça-
feiras em Ghouta oriental, um en-
clave rebelde nos arredores da ca-
pital síria, Damasco, durante vá-
rios bombardeamentos levados
a cabo pelas forças do regime de
Bashar al-Assad. De acordo com
o Observatório Sírio para os Di-
reitos Humanos, este foi o ataque
mais mortífero naquela zona des-
de o ataque químico de 2013 que
matou centenas de pessoas (al-
região, onde se estima que vivam
cerca de 400 mil pessoas. Os ata-
ques nocturnos destruíram ou da-
nificaram pelo menos cinco hos-
pitais e dezenas de casas.
Segundo voluntários das orga-
nizações humanitárias presentes
no local citados pela imprensa in-
ternacional, dezenas de crianças
estão entre as vítimas mortais,
com famílias inteiras a terem si-
do retiradas sem vida dos escom-
bros. Entre as vítimas estão tam-
bém vários médicos e enfermei-
ros, uma vez que parte dos ataques
foram dirigidos a hospitais.
Num vídeo partilhado nas re-
O exercíto sírio intersificou os bombardeamentos em Ghouta, em Damasco
des sociais por elementos leais ao
regime é possível ver o general
Suheil al-Hassan, que está à fren-
te de uma brigada do exército sírio,
a lançar ameaças antes do ataque.
“Prometo, vou ensinar-lhes uma
lição, no combate e no fogo. Não
vão encontrar quem vos resga-
te. E se encontrarem, vão ser res-
gatados com água como se fosse
óleo a ferver. Vão ser resgatados
com sangue”, diz al-Hassan, se-
sas vidas”, disse ao The New York
Times Tareq al-Dimashqi com a
sua mulher e com a sua filha, de
apenas cinco meses.
“Ainda estamos vivos, não po-
demos andar fora da casa, nem
mesmo uns poucos metros”,
acrescentou Dimashqi, subli-
nhando que ele e a mulher estão a
passar dificuldades para alimen-
tar a filha Loulou. “Só tenho es-
ta bebé e não conseguimos en-
contrar comida para ela. Não te-
mos outra opção a não ser resistir
até ao último momento. A morte
e a vida tornaram-se iguais para
mim”, disse.
 ACTUAL 24 O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018

Defesa de Lula recorre da condenação do TRF4

DR

des” no julgamento da Apelação em troca da sua influência para

A defesa do ex-pre-
sidente Luiz Inácio
Lula da Silva apre-
sentou nesta Terça-
feira (20) um recur-
so contra a sentença
de mais de 12 anos
de prisão por cor-
rupção e lavagem
de dinheiro, com
base em possíveis
omissões e contra-
dições da condena-
ção, embora sem
potencial para re-
vertê-la
Criminal por um tribunal de se-
gunda instância, em 24 de Janeiro.
Na ocasião, os três magistrados
do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRF4), sediado em Porto
Alegre, ratificaram por unanimi-
dade a condenação por corrupção
e lavagem de dinheiro proferida
contra Lula e elevaram a sentença
inicial (de nove anos e meio de pri-
são) para 12 anos e um mês.
Estes mesmos juízes serão os en-
carregados de rever agora o recur-
so, para o que não há data de res-
posta. Embora a unanimidade da
condenação e da sentença impeça
recorrer a fundo da decisão, o re-
curso apresentado solicita “que a
correcção dessas omissões, con-
tradições e obscuridades altere o
resultado do recurso de apelação
(...) com o reconhecimento da nu-
lidade de todo o processo ou a ab-
conseguir contratos na Petrobras.
Lula, que enfrenta outros seis
processos, nega todas as acusações
e denuncia um assédio judicial pa-
ra impedir o seu retorno ao poder
nas eleições de Outubro próximo,
nas quais as pesquisas o apontam
como o favorito.
Se os três juízes do TRF4 inde-
ferirem o novo recurso, o proces-
so poderia estender-se um pou-
co mais, já que a réplica a este em-
bargo de declaração também prevê
apelação, confirmou à AFP a as-
sessoria de comunicação do escri-
tório de advogados que defende o
ex-presidente. Só depois de julga-
do este recurso, o tribunal poderia
decretar a prisão de Lula.
O ex-dirigente sindical aguarda,
ainda, o resultado de dois habeas
corpus apresentados ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ) e ao Su-

O
solvição de Lula”. premo Tribunal Federal (STF) pa-
recurso, denomina- O ex-presidente (2003-2010) ha- ra evitar ser detido antes de esgo- Lula aguarda o resultado de dois habeas corpus apresentados ao STJ e STF
do tecnicamente de via sido condenado em Julho do tadas todas as instâncias judiciais.
“embargos de decla- ano passado pelo juiz de primeira Grande parte do seu futuro de- Mas mesmo se conseguir preser- Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a
ração”, foi protoco- instância Sérgio Moro, a cargo da pende do tempo que estes recur- var a sua liberdade até 15 de Agos- invalide pela lei da “Ficha Limpa”,
lado pelos advoga- operação ‘Lava Jato’, como bene- sos vão consumir, o que alguns es- to, data limite para inscrever a sua que impede a condenados em se-
dos sobre 38 supostas “omissões”, ficiário de um apartamento tríplex pecialistas estimam em semanas e candidatura, ele precisará de bus- gunda instância disputar cargos
“16 contradições” e 5 “obscurida- que a empreiteira OAS teria dado outros em meses. car um caminho para evitar que o electivos.

DR

vis, entre eles quase 60 crianças,

e deixaram centenas de feridos. Raúl Castro recebe
Os bombardeamentos tam-
bém provocaram muitos danos, congressistas americanos
em particular em hospitais, que
ficaram sem condições de fun- em visita a Cuba
cionar.

Nas localidades de Arbin e Ain
Turma, as forças governamen-
tais lançaram barris de explosi-
vos, uma arma denunciada pela
ONU e diversas ONGs, segundo o
OSDH. Durante a noite, a artilha-
Cidadãos resgatam dos escombros sobreviventes aos bombardeamentos ria governamental disparou mais
O
presidente de Cuba, Raúl
Castro, recebeu Terça-
feira, 20, uma delegação
bipartidária de congressistas
americanos, que visitam a ilha
interessados no caso dos supos-
tos “ataques acústicos” contra
shington retirou mais de me-
tade dos seus diplomatas de
Havana e expulsou 15 funcio-
nários da embaixada de Cuba
em Washington.
O director-geral para os Es-
tados Unidos da chancelaria

Quarto dia de
de 100 obuses. diplomatas do seu país. cubana, Carlos Fernández de
A nova campanha aérea con- “Durante o encontro, conver- Cossío, recebeu os congressis-

bombardeamentos letais
tra Guta Oriental começou no saram sobre assuntos de interes- tas na Segunda-feira e assegu-
Domingo, após a chegada de re- se para os dois países”, destacou rou-lhes que “não existem evi-

contra área controlada por

forços para uma ofensiva terres- um comunicado oficial do go- dências de que tenham ocorri-
tre que ainda não teve início. verno cubano, sem dar maiores do ataques contra diplomatas

rebeldes na Síria
O governo quer reconquistar detalhes. americanos em Cuba”, segun-
esta região, a partir da qual os re- A delegação, comandada pe- do Johana Tablada, segunda
beldes lançam obuses contra Da- lo senador democrata Patrick chefe nesta direcção.

A
aviação síria voltou a
bombardear nesta Quar-
ta-feira Guta Oriental,
uma área próxima de Damas-
co e controlada pelos rebeldes,
numa operação que matou cinco
civis e deixou mais de 200 feri-
dos, informou a ONG Observató-
rio Sírio para os Direitos Huma-
nos (OSDH).
Os bombardeamentos atingi-
ram várias localidades da região,
onde quase 400 mil pessoas vi-
vem cercadas pelas forças gover-
namentais desde 2013, indicou o
OSDH.
Desde Domingo, os ataques da
aviação síria mataram 250 ci-
masco. Guta Oriental é o último
reduto controlado pelos rebeldes
perto da capital síria.
Segundo o jornal Al Watan, li-
gado ao governo, os bombarde-
amentos “são o prelúdio de uma
operação terrestre de grande en-
vergadura que pode começar a
qualquer momento”.
Leahy, do estado de Vermont,
chegou no Domingo a Cuba pa-
ra abordar diversos temas, en-
tre eles o dos supostos “ataques
acústicos” contra diplomatas do
seu país em Havana.
O tema levou as relações bi-
laterais a um ponto crítico. Wa-
Acompanham Leahy na visi-
ta os senadores Ron Wyden, do
Oregon, e Gary Peters, de Mi-
chigan. Também estão em Ha-
vana os representantes Kathy
Castor, da Flórida, Jim McGo-
vern, de Massachusetts, e Su-
san Davis, da Califórnia.

Theresa May, quer negociar um período de transição mais longo à revelia dos ultras
Reino Unido quer
renegociar período
de transição
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May,
quer negociar um período de transição mais longo
do que o que está definido para a saída do país da
União Europeia, revela a Bloomberg, citando um
documento do governo britânico.
O
Reino Unido abandona
oficialmente a União Eu-
ropeia em Março de 2019,
dois anos depois de ter da-
do início ao processo que
ficou conhecido como Brexit. Depois,
há um prazo — o período de imple-
mentação — para o país se adaptar à
nova realidade, prazo esse que está de-
finido para 31 de Dezembro de 2020. É
a partir daí que o Reino Unido passa
a estar completamente fora da União.
Um documento do governo britâni-
co, a cujo rascunho a Bloomberg te-
ve acesso, propõe que esse prazo se-
ja mais alargado e que não tenha uma
data definida. O objectivo de Theresa
May é que o período de implementação
dure enquanto for necessário.
O Reino Unido acredita que a dura-
ção do período deverá ser determina-
da simplesmente pelo tempo que irá
demorar a preparar e implementar os
novos processos e novos sistemas que
vão sustentar a futura parceria”, lê-se
no documento.
No documento lê-se ainda que o Rei-
DR
no Unido “deseja discutir com a UE a
avaliação que sustenta a sua proposta
de data final”.
A proposta poderá afectar ainda mais
a difícil relação de Theresa May com
os mais eurocépticos do governo bri-
tânico, que são apoiantes do chamado
hard Brexit e que defendem uma saída
com a maior rapidez possível, pedindo
um período de implementação o mais
breve possível após o dia 29 de Março
de 2019, data em que o Reino Unido sai
oficialmente da UE.
O objectivo do período de implemen-
tação que se segue a essa data é dar
tempo aos cidadãos e empresas para
se ajustarem às novas regras.
O governo britânico, porém, insis-
te que continua disponível para um
período de implementação de dois
anos. Citado também pela Bloomberg,
Stewart Jackson, o chefe de gabinete
do negociador britânico do Brexit, Da-
vid Davis, diz que o governo não mu-
dou os planos para um período de im-
plementação de “cerca de dois anos”.
OPINIÃO
BERNARDINO MUTEKA
A ditadura do casaco
N
os últimos
anos, Luanda
tem registado
uma média de
temp erat u-
ras altas aci-
ma dos 30 graus Celsius. Vá-
rias podem ser as razões des-
tas significativas alterações
climáticas mas o que impor-
ta aqui referir é o que se es-
tá a fazer a nível institucional
e pessoal para uma saudável
gestão deste calor stressante
e sufocante.
Do ponto de vista Institu-
cional quero acreditar que
as Instituições entendidas e
competentes estarão a tratar
do assunto.
Do ponto de vista pessoal
sinto e vejo alguma preocu-
pação e tímidas mudanças de
comportamento, manifestas
na edificação de casas mais
ecológicas e uso de vestuário
menos “aprisionante”.
Porém, ainda observo ca-
sos “dignos de memória”. Eis
alguns relatos: Há dias fui a
uma cerimónia a céu aber-
to. Uma cerimónia que se sa-
bia à partida que seria longa
e tudo apontava para tem-
peraturas altas acima dos 30
graus celsius. Todavia, o rigor
protocolar, os hábitos ances-
trais e os estatutos adquiri-
dos, quer durante o processo
de assimilação colonial, quer
no processo posterior, man-
tinham multidões cativas e
submissas à obra do alfaiate:
o fato, o terno e a gravata (a
encravada).
Vestidos de forma simples
e arejada, vi muita gente suar
e chamou a minha atenção o
sofrimento de um velhote na
casa dos 60 anos. Estava ves-
tido a rigor: fato preto, grava-
ta preta e camisa branca…um
fato de bom corte mas impró-
prio para as épocas quentes. E
OPAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018
o velho suava e era visível no
seu rosto o sofrimento e a lu-
ta entre o calor e a necessida-
de de se manter “impoluto”.
Aproximei-me do mais-ve-
lho e aconselhei-o a procu-
rar protecção debaixo de uma
árvore e a desmontar as lin-
das peças cujo brilho naquele
momento eram “nada” dian-
te da saúde física e psíqui-
ca…..e o velho, de forma fir-
me, recusou-se como se fos-
se perder um membro do seu
corpo. Fiquei espantado com
a reacção mas não havia na-
da a fazer.
Já vi em outras ocasiões,
experiências que, depois fo-
ram apelidadas de arrebata-
mentos espirituais, xingui-
lamentos e transes em cultos
amplos e demorados em es-
paços pouco arejados e com
“fiéis” adultos e até crianças
aprisionados (as) pelo rigor
da vestimenta, como se isso
condicionasse a relação com
Deus e o respeito público. Os
médicos saberão explicar co-
mo o corpo reage quanto sub-
Deus perdoa
sempre, o ho-
mem às ve-
zes e a natu-
reza jamais….
Nunca per-
doa”
25
metido a altas temperaturas,
faltando o precioso Oxigénio
(O2).
É a esse nível que se reco-
menda uma mudança de ati-
tudes pessoais na relação
com a natureza, no cuidado
das nossas casas e na gestão
dos nossos corpos.
Os gestores de templos, lu-
gares de culto, espaços pú-
blicos devem pensar em tu-
do isso. E, fundamentalmen-
te, cada um individualmente
deve olhar para a sua saú-
de independemente do “sta-
tus”. O sol nasce para todos
e o calor aquece a todos. O
Status não protege ninguém
das intempéries da nature-
za quando esta for resulta-
do da agressão humana. E a
agressão humana está bem
visível no modelo de desen-
volvimento não sustentável,
aquele que não se preocupa
com o futuro, que aposta na
cultura da exploração dos re-
cursos sem medida e na cul-
tura do betão. E neste senti-
do invoco o ancião Geraldo
Namolo quando dizia: Deus
perdoa sempre, o homem às
vezes e a natureza jamais….
Nunca perdoa. E assim nes-
te andar sofreremos as con-
sequências da nossa impru-
dência pessoal e colectiva que
será agravada pelo hábito de
usar roupas pouco apropria-
das para cada época contan-
to que estejamos bem visto-
sos aos olhos de quem pas-
sa sem muitas preocupações
com o stress doentio e outras
patologias que dai podem re-
sultar.
Caro Leitor, não sou apolo-
gista da nudez que também
já fez morada entre nós. Ves-
tir de forma adequada não
significa excesso nem mui-
to menos desleixo. In médio
virtus.
 DESPORTO
Petro cruza com
Supersport United
O Petro de Luanda, depois
de ter eliminado o Securi-
ty do Malawi, mede forças
com o Supersport United
da África do Sul, no próxi-
mo mês, em partida refe-
rente à 1ª mão dos 16 avos-
de-final da Taça Nelson
Mandela.
No Estádio 11 de No-
vembro, os tricolores têm
a obrigação de vencer o
embaixador sul-africa-
no, este que ocupa a déci-
ma posição no campeona-
to local.
Apesar de estar a pre-
parar o jogo do Girabola,
a equipa técnica já estuda
o perifl ofensivo e defensi-
vo do adversário, segundo
uma fonte daquele clube.
Nesta Terça-feira, os pe-
trolíferos empataram sem
golos com a equipa do Ma-
lawi.
Mas, na primeira mão,
em Luanda, venceu por
cinco bolas sem respos-
ta, numa partida em que o
adversário não teve mui-
tos argumentos para se
impor.
Campeão nacional defronta
Bidvest Wits da África do Sul
O 1º de Agosto, na primeira mão dos 16 avos-de-final de acesso à
Liga dos Clubes Campeões Africanos, joga no próximo mês com o
emblema da cidade de Joanesburgo
Sebastião Félix
O
1º de Agosto de-
fronta no dia 10 de
Março o Bidvest
Wits da África do
Sul, em partida
refrente à primei-
ra mão dos 16 avos-de-final da
Liga dos Clubes Campeões Afri-
canos, no Estádio 11 de Novem-
bro, em Luanda.
O campeão nacional, depois de
ter eliminado ontem o Platinum
FC do Zimbabwe em Harare por
2-1, tem pela frente o 11º classi-
ficado do campeonato sul-afri-
cano.
Com este triunfo, o técnico dos
26 O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018
militares, Zoran Maki, regressa
ao país com o sentimento do de-
ver cumprido.
Ainda assim, terá a obrigação
de acompanhar os próximos de-
safios da formação afecta à cida-
de de Joanesburgo.
O técnico da formação fun-
dada em 1977 adiantou que não
quer ser surpreendido nesta
competição.
Por saber que a fase de grupos
da Liga dos Campeões é o ob-
jectivo, não perde tempo em co
nhecer estudar melhor as fra-
Avançado do 1º de quezas do seu adversário.
Agosto, Jacques, Posto isto, Zoran Maki tem
voltou a fazer gosto motivos para continuar a apos-
ao pé ontem na tar no onze que se bateu em Ha-
cidade de Harare,
no Zimbabwe rare, bem como na competição
doméstica. No dia 28 do corren-
DANIEL MIGUEL
te mês, o campeão nacional de-
fronta o Progresso do Sambizan-
ga, no 11 de Novembro.
O jogo não se realizou antes
por causa do envolvimento dos
militares na Afrotaças, compe-
tição em que Jacques, atacante
saído do Kabuscorp do Palanca,
continua a dar cartas.
Ontem em Harare, o avança-
do voltou a fazer gosto ao pé no
triunfo dos militares aos 90+5
minutos.
Jacques, no embate da primei-
ra mão em Luanda, marcou dois
dos três golos que garantiram a
vitória ao embaixador angolano.
No meio campo, Ibukun inau-
gurou o marcador aos 55 minu-
tos, deixando sempre para trás
os seus adversários nas joga-
das ofensivas. O comportamen-
to ofensivo do campeão nacional
surpreendeu os donos de casa,
por isso conseguiram conser-
var a vantagem. No reatamento
da partida, Chinyengetere redu-
ziu a vantagem aos 65 minutos.
Depois do golo, ainda tenta-
ram reagir, mas sem sucesso,
porque o sector defensivo dos
militares teve argumentos para
impedir que o adversário finali-
zasse em golo.
O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018
Mário Soares reconhece falhas
no ataque do Desportivo da Huíla
João Katombela, na Huíla
D
epois de ter empatado nas
duas últimas jornada com
o Interclube e o Sagra-
da Esperança da Lunda-Norte,
o Desportivo da Huíla prepara o
jogo de Domingo com o Cuando
Cubango FC, referente à 3ª jorna-
da do Girabola Zap.
Apesar de os últimos resulta-
dos não serem animadores, o ti-
moneiro dos militares da Região
Sul, Mário Soares, disse que a pre-
paração está a ser feita para ven-
cer o desafio em casa.
Nesta Quarta-feira, o treina-
dor adiantou que foram aprimo-
rados os aspectos técnicos e tácti-
cos, bem como a recuperação físi-
ca na Piscina do Hotel Messe.
Mário Soares disse que os erros
que impediram a vitória da equi-
pa nas duas primeiras rondas es-
tão indentificados.
Para se mudar o quadro, expli-
cou que durante a sessão de trei-
nos o conjunto trabalhou mais a
finalização.
“Nós tivemos uma prestação
não muito boa, tendo em conta
os objectivos traçados pelo Clube
ao longo desta jornada, aliás de-
finimos como prioridade empa-
tar fora de casa e ganhar em to-
dos os jogos feitos na nossa casa,
mas assim não aconteceu nas du-
as últimas jornadas, por isso tra-
balhamos também a componen-
te motivacional”, disse.
Por outro lado, Mário Soares
disse que o sector ofensivo no
FACI realiza Grande Prémio em Luanda
A Federação Angolana de Ciclismo
(FACI), em parceria com a Associa-
ção Provincial da modalidade em
Luanda, realizam de 23 a 25 do cor-
rente mês o Grande Prémio Sonan-
gol. A competição visa saudar mais
um aniversário da Sociedade Nacio-
nal de Combustíveis de Angola, a co-
memorar-se no dia 23 de Fevereiro,
bem como dinamizar mais o ciclis-
mo nacional. O certame, segundo a
organização, contará com a partici-
pação dos melhores atletas angola-
nos.
27
plantel inspira cuidados. Por is- dades de golo, porém, os nossos
so, é importante aproveitar as jogadores não têm aproveitado
oportunidades de golo. da melhor forma”, frisou o trei-
“Temos tido muitas oportuni- nador dos huílanos.
Mário Soares fez saber que
nos dois últimos jogos bateram-
se melhor do que as equipas ad-
versárias.
“Nós tivemos No Dundo, frente ao Sagrada,
uma prestação foi a mesma coisa, infelizmen-
te não tiraram partido das situ-
não muito ações criadas pelos avançados.
boa...”
DANIEL MIGUEL
Ataque huílano promete melhorias no próximo Domingo em casa
ARQUIVO/OPAÍS
Ciclistas angolanos numa das etapas do nacional
Acção de formação fortalece
capacidade colectiva
Isandra Capita
O
técnico brasileiro de atle-
tismo, Everaldo Brazus,
disse ontem a OPAÍS que
a acção de formação da Comu-
nidade dos Países de Língua Por-
tuguesa (CPLP) vai ajudar a for-
talecer a capacidade individual
e colectiva dos atletas paralím-
picos.
Everaldo Brazus adiantou no
Decífer Sport Resort, no Lar do
Patriota, em Luanda, local on-
de decorre o Campo de Treinos,
que os formandos estão cada vez
mais interessados em aprender.
Na acção de formação realiza-
da pelo Comité Paralímpico An-
golano (CPA) e a Agitos Funda-
tion, órgão afecto ao Comité Pa-
ralímpico Internacional (IPC), os
formadores ensinam novas téc-
nicas para aprimorar o nível dos
atletas da CPLP.
“Está a ser uma troca de expe-
riências positiva, porque nós co
Marit Björgen recordista
de medalhas olímpicas
A esquiadora norueguesa Marit
Björgen tornou-se ontem na atleta
mais medalhada de sempre em Jo-
gos Olímpicos de Inverno, ao con-
quistar em PyeongChang o 14.º pó-
dio, o bronze na prova de sprint por
equipas. Björgen, de 37 anos, ultra-
passou o seu compatriota Ole Einar
Björndalen, detentor de 13 meda-
lhas em Jogos Olímpicos de Inver-
no. No Sábado, Marit Björgen igua-
lou Björndalen, ao conquistar a me-
dalha de ouro na estafeta.
CLASSIFICADOS 28 O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018

emprego imobiliário diversos

O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018 29

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 NECROLOGIA 28 O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018

NECROLOGIA

Amélia Manuel Cambamba Alfredo Manuel Cambamba

Domingos Cambamba e Esperança Manuel (pais), Stela Cambamba de Carvalho, José Cambam-
ba, João Cambamba, Angelina Neto, Feliciana Cambamba (irmãos), Daniel Capita e Júnior Capita
(filhos) cumprem o doloroso dever de comunicar o falecimento de Amélia Manuel Cambamba e
Alfredo Manuel Cambamba ocorrido no Domingo, vítima de acidente de viação, na província do
Uíje. A data do funeral será anunciada oportunamente.
Domingos Cambamba e Esperança Manuel (pais), Stela Cambamba de Carvalho, José
Cambamba, João Cambamba, Angelina Neto, Feliciana Cambamba (irmãos), Daniel Capita e
Júnior Capita (filhos) cumprem o doloroso dever de comunicar o falecimento de Amélia Manuel
Cambamba e Alfredo Manuel Cambamba ocorrido no Domingo, vítima de acidente de viação,
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Manuel
Vicente Costa Milonga
Editor Jornalista

Maria Adão
Sinal Mais
 OPINIÃO
MIGUEL FILHO
Terá o nosso ensino qualidade?
D
ebruçar-se sobre
a ‘Qualidade da
educação’ é muito
delicado e chega a
ser até melindroso
exteriorizar o que
nos vai na alma sobre os critérios e
indicadores na hora de reflectir so-
bre a sua avaliação. Motivado por
um debate televisivo, ‘abrilhanta-
do’ por um painel constituído por
representantes do Ministério da
Educação, do sindicato, de uma
Associação cívica e da Associação
do ensino Particular, consegui
acumular coragem para depositar
aqui o meu raciocínio, sem certe-
za de que venha convencer qual-
quer dos partícipes desse concla-
ve, todos eles, coincidentemente,
profissionais muito competentes
nas suas áreas.
No meu exercício de ‘Mestre-
escola’ tenho recomendado aos
meus discípulos a iniciarem a
conceitualização de expressões,
partindo do seu sentido episte-
mológico, mas isso é apenas o
começo. Há expressões usadas
em determinados contextos, cujo
significado deve ser analisado
como o fazemos com uma
“expressão idiomática”, ou seja,
a sua compreensão não é possível
mediante o sentido literal do
termo que constitui a expressão,
por ter um significado não
dedutível dos significados dos
elementos que a constituem.
Verifiquei que um dos pontos
mais altos do debate consistiu nas
distintas visões de conceituali-
zação da qualidade. Concluí que
ninguém estava errado, faltou,
simplesmente, a simbiose das
posições. Ainda na ressaca do
debate, no qual publicamente o
representante do Ministério da
Educação serviu-se da pior fatia,
houve uma troca de opiniões, em
off, manifestado timidamente
pelos colegas, amigos comuns
das partes, para não ferir
sensibilidades ou ‘tomar partido’.
A qualidade, vista ‘à secas’,
é um conceito subjectivo, é o
modo de ser, é a propriedade de
qualificar os mais diversos ser-
OPAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018
viços, objectos, indivíduos etc.
No entanto, há várias definições
para qualidade, como o produto
estar em conformidade com as
exigências dos clientes, ter valor
agregado, algo que produtos
similares não possuem, relação
custo/benefício etc. Existe
também o controlo da qualidade,
garantia da qualidade e gestão
da qualidade que são conceitos
relacionados com a qualidade na
indústria e serviços.
Mensuração da qualidade
O erro cometido frequentemente
por oradores sejam eles políticos
ou professores é o de desassociar
o termo ‘qualidade’ às diversas
percepções e factores como a
cultura, modelos mentais, tipo
de produto ou serviço prestado,
necessidades e expectativas que
influenciam directamente na
percepção da qualidade.
A qualidade pode ser boa
ou má, em função de quem
a observa ou atendendo a
certos parâmetros previamente
estabelecidos. Por exemplo
saber como medir a qualidade
do atendimento ao cliente
envolve análises baseadas em
dados — tanto qualitativos
quanto quantitativos — e o uso
da tecnologia para transformar
esses dados em poderosos
insights.
Nesse caso, ao se comparar dois
objectos, na análise quantita-
tiva dos mesmos ou serviços
semelhantes, pode-se dizer que
um possui mais ‘qualidades’
(plural) que os demais e não
‘mais qualidade’ (singular). Se
o que se analisa é o conjunto de
qualidades que compõem um
tipo de produto ou um tipo de
serviço, o correcto é dizer-se
que um determinado produto ou
serviço ‘é de melhor qualidade
ou que possui melhor qualidade
que outro(s)’. Portanto, quando
alguém diz: temos educação de
qualidade... Que qualidade? Óp-
tima qualidade, boa qualidade,
razoável ou péssima qualidade?
Não se está dizendo nada. De
facto, dá-se a impressão de que
muitos usam esta expressão
para ‘embrulhar’, má-fé ou por
ignorância do uso correcto do
termo na língua portuguesa. O
mesmo serve para transporte de
qualidade, ensino de qualidade,
atendimento de qualidade, etc.
Que é a educação de qualidade?
É uma pergunta recorrente no
debate educativo, associadas às
seguintes: Que é uma educação
de qualidade? Que elementos
deveria ter? Entre os diversos
conceitos, abracei o seguinte:
“A educação de qualidade é o
processo de aprendizagem per-
manente que abarca as distintas
etapas da vida das pessoas e que
tem como finalidade alcançar o
seu desenvolvimento espiritual,
ético, moral, afectivo, intelec-
tual, artístico e físico, mediante
a transmissão e a cultura de
valores, conhecimentos e des-
trezas. Enquadra-se no respeito
e avaliação dos direitos humanos
e das liberdades fundamentais,
da diversidade multicultural e
da paz, e da identidade nacional,
capacitando as pessoas para
conduzir a sua vida de forma
plena, para conviver e participar
de forma responsável, tolerante,
solidária, democrática e activa
na comunidade, e para trabalhar
e contribuir para o desenvolvi-
mento do país”. “A qualidade não
está no que se acostuma, sim,
no que se aprende, por isso, na
prática dita qualidade está cada
vez mais centrada no sujeito
educativo “(Arrien, 1996).
Uma boa qualidade no ensino
alcança-se quando os processos
satisfazem as necessidades do
indivíduo e da sociedade em
geral. Isto consegue-se quando
os recursos são suficientes e
aproveitados de forma adequada
para que a educação seja equitati-
va e eficaz. Se um adolescente
completa a educação secundária
e não tem os conhecimentos
necessários para continuar com
êxito uma carreira universitária
ou para inserir-se no mercado
31
laboral, terá sido vítima de um
sistema com uma qualidade
educativa deficiente. Pelo
contrário, se a escola prepara o
aluno para enfrentar os desafios
da vida adulta, a qualidade
educativa será digna de destacar.
Nos referimos a uma educação
sem discriminação de nenhuma
natureza, implica transitar para
uma direcção que considere
a diversidade de identidades,
necessidades e capacidades das
pessoas, favorecendo o pleno
acesso, a conclusão de estudos e
os benefícios das aprendizagens
de todos, com especial atenção
a quem se encontre em situação
ou risco de exclusão. Será esse, o
ensino que praticamos?
Qualidade na educação superior
O conceito de qualidade
aplicado às Instituições de
Ensino Superior faz referência a
um atributo do serviço público
da educação em general e, em
particular, ao modo como esse
serviço se presta, segundo o tipo
de instituição de que se trate.
A qualidade da educação
superior é a razão de ser de um
Sistema Nacional de Acreditação.
A qualidade, assim entendida,
supõe o esforço contínuo das
instituições para cumprir de
forma responsável com as exi-
gências próprias de cada uma das
suas funções. Segundo Amílcar
Inácio Evaristo, professor da
USCISA-UAN: “Verificamos
com muito desagrado que são
poucas as IES que se preocupam
com a superação académica e
científica dos seus professores e
pessoal não docente, o que afecta
a qualidade de ensino que se
ministra, a transição de categoria
e por conseguinte os índices
motivacionais dos mesmos.”
O que faz uma boa instituição
de Ensino Superior são vários
critérios, mas com certeza, é
incontestável: a qualidade de
seus cursos, ou seja, a formação
que oferece aos seus estudantes.
Geralmente, pesam significa-
tivamente, na avaliação das
Instituições de ensino superior,
cinco indicadores importantes:
investigação científica, qualidade
do ensino, internacionalização,
mercado de trabalho e Inovação.
A avaliação dos cursos do
ensino superior é importante
porque além de constituir uma
importante ferramenta para a
escolha do curso e da escola onde
o aluno vai estudar, valoriza e
reconhece a excelência no ensino
e fomenta a busca por melhorias
nas demais instituições.
Uma das críticas sobre as
divergências de critérios entre os
rankings aponta para a desvan-
tagem de se colocar instituições
com características tão distintas
num mesmo pacote e daí tirar
um número final para classificá-
las. No nosso caso, por exemplo,
avaliar com a mesma ‘vara’ a
Universidade Agostinho Neto e
a Universidade Católica é como
colocar num ringue de boxe,
Tyson e Tony Kicanga. Aceita-se,
sim, que se comparem os cursos.
Outra divergência pode colocar-
se entre o CIS (cursos de ciências
sociais) e o ISPKatangoji (cursos
de engenharia), independen-
temente do reconhecimento do
trabalho por elas desenvolvido.
Avaliar as nossas instituições
torna-se confrangedor porque
mais de 90% das instituições do
ensino superior tem menos de
20% de professores em tempo
integral com dedicação exclusi-
va, e destes, menos de 20% são
mestres e doutores. A avaliação
dos cursos do ensino superior
seria uma tarefa capciosa porque
mais de 50% dos docentes não
reúne requisitos legislados para
leccionar no ensino superior,
oferecendo consequentemente,
um ensino universitário de baixa
qualidade.
*Professor
 ÚLTIMA 32 O PAÍS Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018

Tocoistas querem levar Evangelho

minhar a pé para chegar ao local e
prestar a sua homenagem.
Os tocoistas reclamam um maior
reconhecimento dos feitos do reli-

de volta a todo mundo

A nota dominante é a chuva que não dá tréguas e a chegada de para todo o país.
“Quando um país tem uma igre-
cada vez mais gente, mesmo que para tal se tenha de passar por ja que se expande pelo mundo, os
peripécias. A organização calcula que estejam em Ntaya milhares seus cidadãos têm motivos para se
orgulhar disso, pois a prosperidade
de peregrinos, alguns deles chegados do estrangeiro de um povo depende da forma co-
mo este trata e venera os seus an-
ANDRÉ MUSSAMO tepassados”, asseverou o religioso.
ta, esclareceu que o objectivo prin- O bispo Afonso Nunes agrade-
André Mussamo
cipal da conferência é levar ao co- ceu o apoio do Governo provincial
enviado a Maquela do Zombo
nhecimento dos peregrinos, co- do Uíge que apesar das dificuldades
gioso e nacionalista. Para eles, To-
co é uma figura que deve ser estu-
dada nas mais variadas dimensões
desde a religiosa, como a política e
social, com destaque para o papel
desempenhado no despertar das
consciências dos africanos.
“O mundo tem mais facilidade
em reconhecer um santo de origem
europeia ou americana do que afri-
cana, esquecendo-se de que neste
continente também surgiram ho-
mens que se dignificaram ao lon-
go da sua trajectória”, frisou o ac-
tual líder dos tocoistas.

A
munidade nacional e internacional “tem na medida do possível, apoia- Afonso Nunes referiu que a mis-
rranca hoje na localida- os feitos do profeta Simão Gonçal- do o evento”. são dos tocoistas, enquanto religião
de do Ntaya a Conferen- ves Toco e a sua vida e obra. Don Afonso estende os seus agra- genuinamente africana e fazendo
cia Internacional sobre a “Quando se fala do pan-africa- decimentos ao Presidência da Re- jus à sua denominação, “Igreja de
vida e obra do profeta Si- nismo esquece-se, quase sempre, publica que disponibilizou três ca- Nosso Senhor Jesus Cristo no Mun-
mão Gonçalves Toco, enquadrada da figura de Simão Gonçalves Toco, miões de produtos diversos, entre do”, é de retornar o evangelho aos
nas festividades do centenário do uma das pessoas que esteve tam- bens alimentares, colchões e ou- países de onde saiu para o conti-
seu nascimento, a celebrar-se a 24 bém associada a este movimento”, tros em apoio a este grande ajun- nente africano mas agora como que
do mês corrente. lamentou o clérigo que vê na reali- tamento de fiéis religiosos. numa outra vertente.
Em Ntaya estão já milhares de zação deste evento uma oportuni- A principal atracção do dia de on- “Os europeus usaram o evange-
peregrinos tocoistas, assim como dade para “trazer a verdade sobre tem foi a visita à localidade de Zu- lho como forma de colonização dos
os prelectores e representantes in- esta figura nas várias dimensões, lumongo, 14 quilómetros de Ntaya, povos africanos, enquanto a Igre-
ternacionais vindos de diferen- entre profética, patriótica e outras”. sem acesso a veículos automóveis. ja Tocoista está a divulgar as mes-
tes igrejas desta denominação re- Afonso Nunes está convencido de Na localidade nasceu o fundador mas escrituras mas na vertente de
ligiosa pelo mundo. que a conferência é um ganho não do tocoísmo, Simão Gonçalves To- libertação do homem em todos os
Dom Afonso Nunes, líder tocois- D. Afonso Nunes, líder tocoista só para os tocoistas, mas também co, e os fiéis crentes tiveram de ca- domínios”, sentenciou o clérigo.

Fonte: INAMET
TEMPO
PREVISÃO DE TEMPO NAS PRÓXIMAS 24 HORAS.

PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, Das 18 horas do dia 21 às 18 horas do
dia 22 de Fevereiro de 2018
válida de 22 a 24 de Fevereiro de 2018 REGIÃO NORTE: PROVÍNCIAS DE CABINDA, ZAIRE, BEN-
GO, LUANDA, UIGE, MALANJE, CUANZA NORTE, CUANZA
INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGOA E GEOFÍSICA - CENTRO NACIONAL DE PREVISÃO DE TEMPO (CNPT)
SUL, LUNDA NORTE, LUNDA SUL
INAMET PREVISÃO DO TEMPO *** 3 DIAS *** PARA AS PRINCIPAIS CIDADES, válida de 22 à 24 de Fevereiro 2018 Céu pouco ou parcialmente nublado, apresentando-se
temporariamente muito nublado durante a madrugada
Data 22 / 02 / 2018 Data 23 / 02 / 2018 Data 24 / 02 / 2018
em quase toda a região. Períodos de ocorrência de chuva
CIDADE Mín Máx Estado do Tempo Mín Máx Estado do Tempo Mín Máx Estado do Tempo moderada que pode ser localmente forte, acompanhada
por vezes de trovoada em alguns municípios das provín-
LUANDA 26 31 Nublado, Chuva fraca/ moderada pela manhã 25 32 Parcialmente nublado 26 33 Pouco ou parcialmente nublado, chuvisco
cias de Luanda, Bengo, Cabinda, Zaire, Uíge, Malanje, Lun-
Parcialmente nublado, chuva fraca/ moderada Pouco ou parcialmente nublado Nublado, chuva moderada/ forte
CABINDA 25 32 24 33 25 32
da Norte, Lunda Sul e Cuanza Norte.
SUMBE 25 31 Nublado 26 33 Parcialmente nublado 25 31 Parcialmente nublado

CAXITO 24 33 Nublado, Chuva fraca/ moderada pela manhã 25 32 Parcialmente nublado 24 31 Pouco ou parcialmente nublado, chuvisco REGIÃO CENTRO: PROVINCIAS BENGUELA, HUAMBO, BIÉ
MBANZA CONGO 19 31 Nublado, chuva fraca 20 32 Parcialmente nublado 18 31 Nublado, chuva fraca E MOXICO
UIGE 19 29 Muito nublado, chuva matinal 20 27 Parcialmente nublado 19 29 Nublado, chuvisco/ chuva fraca
Céu parcialmente nublado, apresentando-se muito nu-
blado durante a madrugada e pela manhã em toda a re-
NDALATANDO 18 29 Parcialmente nublado, chuva fraca 20 30 Parcialmente nublado 19 28 Muito nublado, chuva fraca
gião. Chuva moderada que pode ser localmente forte,
MALANJE 16 29 Parcialmente nublado, chuva fraca 18 31 Pouco ou parcialmente nublado 19 29 Nublado, chuva moderada
acompanhada por vezes de trovoada em alguns municí-
DUNDO 20 31 Nublado, chuva/ trovoada 21 30 Parcialmente nublado, chuva fraca 20 31 Parcialmente nublado, chuva fraca pios das províncias do Huambo, Bié e Moxico. Chuva fraca
SAURIMO 19 28 Parcialmente nublado, chuva fraca/ moderada 20 32 Parcialmente nublado, chuva fraca 19 29 Nublado, aguaceiros/ trovoada em alguns municípios da província de Benguela.
BENGUELA 26 30 Parcialmente nublado 26 32 Pouco ou parcialmente nublado 25 30 Pouco ou parcialmente nublado

Parcialmente nublado, chuva/ trovoada Parcialmente nublado Parcialmente nublado, chuva fraca
REGIÃO SUL : PROVINCIAS NAMIBE, HUÍLA, CUNUNE E
HUAMBO 14 25 15 27 14 25
CUANDO CUBANGO
KUITO 16 26 Parcialmente nublado, chuva fraca 16 26 Pouco ou parcialmente nublado 17 25 Nublado, aguaceiros/ trovoada
Céu parcialmente nublado, apresentando-se tempora-
LUENA 16 29 Parcialmente nublado, chuva/ trovoada 17 29 Parcialmente nublado, chuva fraca/ moderada 18 28 Parcialmente nublado, chuva fraca/ moderada
riamente muito nublado pela madrugada e manhã nas
LUBANGO 18 29 Pouco ou parcialmente nublado 19 27 Pouco ou parcialmente nublado, chuvisco 18 29 Pouco ou parcialmente nublado
províncias de Namibe e Cunene. Chuva moderada a forte,
MENONGUE 16 28 Muito nublado, chuva moderada 17 30 Parcialmente nublado, chuva fraca 16 28 Parcialmente nublado, chuva fraca em alguns municípios das províncias do Cunene e Cuan-
MOÇÂMEDES 22 32 Nublado 23 31 Pouco nublado por vezes limpo 21 32 Pouco ou parcialmente nublado do Cubango. Chuva fraca em alguns municípios da pro-
ONDJIVA 21 32 Parcialmente nublado, chuvisco 22 34 Pouco ou parcialmente nublado, chuva fraca 21 32 Pouco ou parcialmente nublado víncia da Huíla.
Os Meteorologistas: Rita Ndoki, Miguel Pedro e Urssula Gonçalves Luanda, 21 Fevereiro de 2018

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