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Esta obra reúne normas relativas à atividade pesqueira no Brasil, em especial a

Lei no 11.959/2009, que dispõe sobre a Política Nacional de Desenvolvimento


Sustentável da Aquicultura e da Pesca.

Além dos dispositivos constitucionais pertinentes, apresentam-se aqui leis, decretos e


decretos-leis que dizem respeito à pesca e à aquicultura como fonte de alimentação,
emprego, renda e lazer. Essas normas têm por finalidade garantir não só o uso
sustentável dos recursos pesqueiros, mas também o desenvolvimento socioeconômico,
cultural e profissional dos que atuam na área.

Fecha o volume um glossário no qual se definem vários termos – tais como “afretamento
a casco nu”, “arqueação”, “cadaste”, “macho do leme” e “pesca de arrasto” – que
figuram na legislação relacionada à atividade pesqueira.

Legislação pesqueira

2a Edição
Legislação Pesqueira
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2013 – 2014

Senador Renan Calheiros


PRESIDENTE

Senador Jorge Viana


PRIMEIRO-VICE-PRESIDENTE

Senador Romero Jucá


SEGUNDO-VICE-PRESIDENTE

Senador Flexa Ribeiro


PRIMEIRO-SECRETÁRIO

Senadora Ângela Portela


SEGUNDA-SECRETÁRIA

Senador Ciro Nogueira


TERCEIRO-SECRETÁRIO

Senador João Vicente Claudino


QUARTO-SECRETÁRIO

SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senador Magno Malta
Senador Jayme Campos
Senador João Durval
Senador Casildo Maldaner
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas

Legislação Pesqueira
2a edição

Brasília – 2013
Edição do Senado Federal
Diretor-Geral: Antônio Helder Medeiros Rebouças
Secretária-Geral da Mesa: Claudia Lyra Nascimento

Impresso na Secretaria de Editoração e Publicações


Diretor: Florian Augusto Coutinho Madruga

Produzido na Coordenação de Edições Técnicas


Coordenadora: Anna Maria de Lucena Rodrigues

Organização: Paulo Roberto Moraes de Aguiar


Atualização: Flávia Lima e Alves
Revisão: Thiago Adjuto
Editoração eletrônica: Letícia Tôrres
Ficha catalográfica: Vanessa Cristina Pacheco
Capa e ilustrações: Lucas Santos de Oliveira
Projeto gráfico: Raphael Melleiro e Rejane Rodrigues

Atualizada até setembro de 2012.

Legislação pesqueira. – 2. ed. – Brasília : Senado Federal, Coordenação


de Edições Técnicas, 2013.
71 p.

ISBN: 978-85-7018-510-5

Conteúdo: Dispositivos Constitucionais Pertinentes – Normas e


regulamentos federais – Glossário.

1. Pesca, legislação, Brasil. I. Título.

CDDir 341.3476

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Sumário

Dispositivos constitucionais pertinentes


8 Constituição da República Federativa do Brasil

Normas e regulamentos federais


12 Lei no 11.959/2009
20 Lei no 11.699/2008
22 Lei no 11.524/2007
28 Lei no 11.380/2006
30 Lei no 10.849/2004
32 Lei no 10.779/2003
34 Decreto no 6.241/2007
39 Decreto no 5.818/2006
40 Decreto no 5.474/2005
45 Decreto no 4.810/2003
50 Decreto no 2.420/1997
62 Decreto no 1.694/1995
63 Decreto-Lei no 2.467/1988
65 Decreto-Lei no 221/1967

Informações complementares
70 Glossário
Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil

Título I – Dos Princípios Fundamentais XVII – é plena a liberdade de associação


para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
Art. 1 o  A República Federativa do Brasil, XVIII – a criação de associações e, na forma
formada pela união indissolúvel dos Estados e da lei, a de cooperativas independem de autori-
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se zação, sendo vedada a interferência estatal em
em Estado democrático de direito e tem como seu funcionamento;
fundamentos: XIX – as associações só poderão ser compul-
............................................................................... soriamente dissolvidas ou ter suas atividades
II – a cidadania; suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no
III – a dignidade da pessoa humana; primeiro caso, o trânsito em julgado;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre XX – ninguém poderá ser compelido a
iniciativa; associar-se ou a permanecer associado;
............................................................................... XXI – as entidades associativas, quando
expressamente autorizadas, têm legitimidade
Título II – Dos Direitos e Garantias para representar seus filiados judicial ou ex-
Fundamentais trajudicialmente;
Capítulo I – Dos Direitos e Deveres XXII – é garantido o direito de propriedade;
Individuais e Coletivos XXIII – a propriedade atenderá a sua função
social;
Art. 5o  Todos são iguais perante a lei, sem dis- ...............................................................................
tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País Capítulo II – Dos Direitos Sociais
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos Art. 6o  São direitos sociais a educação, a saúde,
termos seguintes: a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer,
............................................................................... a segurança, a previdência social, a proteção
XIII – é livre o exercício de qualquer traba- à maternidade e à infância, a assistência aos
lho, ofício ou profissão, atendidas as qualifica- desamparados, na forma desta Constituição.
ções profissionais que a lei estabelecer; ...............................................................................
XIV – é assegurado a todos o acesso à infor-
mação e resguardado o sigilo da fonte, quando Art. 8o  É livre a associação profissional ou
necessário ao exercício profissional; sindical, observado o seguinte:
XV – é livre a locomoção no território nacio- I – a lei não poderá exigir autorização do
nal em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, Estado para a fundação de sindicato, ressalvado
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou o registro no órgão competente, vedadas ao
dele sair com seus bens; poder público a interferência e a intervenção
Legislação Pesqueira

XVI – todos podem reunir-se pacificamen- na organização sindical;


te, sem armas, em locais abertos ao público, II – é vedada a criação de mais de uma
independentemente de autorização, desde que organização sindical, em qualquer grau, re-
não frustrem outra reunião anteriormente presentativa de categoria profissional ou eco-
convocada para o mesmo local, sendo apenas nômica, na mesma base territorial, que será
exigido prévio aviso à autoridade competente; definida pelos trabalhadores ou empregadores
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interessados, não podendo ser inferior à área o final do mandato, salvo se cometer falta grave
de um Município; nos termos da lei.
III – ao sindicato cabe a defesa dos direi- Parágrafo único.  As disposições deste artigo
tos e interesses coletivos ou individuais da aplicam-se à organização de sindicatos rurais
categoria, inclusive em questões judiciais ou e de colônias de pescadores, atendidas as con-
administrativas; dições que a lei estabelecer.
IV – a assembléia geral fixará a contribuição ...............................................................................
que, em se tratando de categoria profissional,
será descontada em folha, para custeio do sis- Título III – Da Organização do Estado
tema confederativo da representação sindical ...............................................................................
respectiva, independentemente da contribuição
prevista em lei; Capítulo II – Da União
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a ...............................................................................
manter-se filiado a sindicato;
VI – é obrigatória a participação dos sin- Art. 24.  Compete à União, aos Estados e ao Dis-
dicatos nas negociações coletivas de trabalho; trito Federal legislar concorrentemente sobre:
VII – o aposentado filiado tem direito a votar ...............................................................................
e ser votado nas organizações sindicais; VI – florestas, caça, pesca, fauna, conserva-
VIII – é vedada a dispensa do empregado ção da natureza, defesa do solo e dos recursos
sindicalizado a partir do registro da candidatu- naturais, proteção do meio ambiente e controle
ra a cargo de direção ou representação sindical da poluição;
e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após ...............................................................................

Dispositivos constitucionais pertinentes

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Normas e regulamentos federais
Lei no 11.959/2009
Dispõe sobre a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca, regula
as atividades pesqueiras, revoga a Lei no 7.679, de 23 de novembro de 1988, e dispositivos do Decreto-
Lei no 221, de 28 de fevereiro de 1967, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA naturais se dá total ou parcialmente em meio


aquático, implicando a propriedade do estoque
Faço saber que o Congresso Nacional decreta sob cultivo, equiparada à atividade agropecuá-
e eu sanciono a seguinte Lei: ria e classificada nos termos do art. 20 desta Lei;
III – pesca: toda operação, ação ou ato ten-
dente a extrair, colher, apanhar, apreender ou
CAPÍTULO I – Normas Gerais da Política capturar recursos pesqueiros;
Nacional de Desenvolvimento Sustentável da IV – aquicultor: a pessoa física ou jurídica
Aquicultura e da Pesca que, registrada e licenciada pelas autoridades
competentes, exerce a aquicultura com fins
Art. 1o  Esta Lei dispõe sobre a Política Nacio- comerciais;
nal de Desenvolvimento Sustentável da Aqui- V – armador de pesca: a pessoa física ou
cultura e da Pesca, formulada, coordenada e jurídica que, registrada e licenciada pelas au-
executada com o objetivo de promover: toridades competentes, apresta, em seu nome
I – o desenvolvimento sustentável da pesca ou sob sua responsabilidade, embarcação para
e da aquicultura como fonte de alimentação, ser utilizada na atividade pesqueira pondo-a
emprego, renda e lazer, garantindo-se o uso ou não a operar por sua conta;
sustentável dos recursos pesqueiros, bem como VI – empresa pesqueira: a pessoa jurídica
a otimização dos benefícios econômicos decor- que, constituída de acordo com a legislação
rentes, em harmonia com a preservação e a con- e devidamente registrada e licenciada pelas
servação do meio ambiente e da biodiversidade; autoridades competentes, dedica-se, com fins
II – o ordenamento, o fomento e a fiscaliza- comerciais, ao exercício da atividade pesqueira
ção da atividade pesqueira; prevista nesta Lei;
III – a preservação, a conservação e a recu- VII – embarcação brasileira de pesca: a
peração dos recursos pesqueiros e dos ecossis- pertencente a pessoa natural residente e domi-
temas aquáticos; ciliada no Brasil ou a pessoa jurídica constituída
IV – o desenvolvimento socioeconômico, segundo as leis brasileiras, com sede e adminis-
cultural e profissional dos que exercem a ativida- tração no País, bem como aquela sob contrato de
de pesqueira, bem como de suas comunidades. arrendamento por empresa pesqueira brasileira;
VIII – embarcação estrangeira de pesca:
a pertencente a pessoa natural residente e
CAPÍTULO II – Definições domiciliada no exterior ou a pessoa jurídica
constituída segundo as leis de outro país, em
Art. 2o  Para os efeitos desta Lei, consideram-se: que tenha sede e administração, ou, ainda, as
Legislação Pesqueira

I – recursos pesqueiros: os animais e os ve- embarcações brasileiras arrendadas a pessoa


getais hidróbios passíveis de exploração, estudo física ou jurídica estrangeira;
ou pesquisa pela pesca amadora, de subsistên- IX – transbordo do produto da pesca: fase
cia, científica, comercial e pela aquicultura; da atividade pesqueira destinada à transferência
II – aquicultura: a atividade de cultivo de do pescado e dos seus derivados de embarcação
organismos cujo ciclo de vida em condições de pesca para outra embarcação;
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X – áreas de exercício da atividade pesqueira: além do mar territorial, em toda a extensão do
as águas continentais, interiores, o mar territo- prolongamento natural do território terrestre,
rial, a plataforma continental, a zona econômica até o bordo exterior da margem continental,
exclusiva brasileira, o alto-mar e outras áreas ou até uma distância de 200 (duzentas) milhas
de pesca, conforme acordos e tratados interna- marítimas das linhas de base, a partir das quais
cionais firmados pelo Brasil, excetuando-se as se mede a largura do mar territorial, nos casos
áreas demarcadas como unidades de conserva- em que o bordo exterior da margem continental
ção da natureza de proteção integral ou como não atinja essa distância;
patrimônio histórico e aquelas definidas como XIX – defeso: a paralisação temporária da
áreas de exclusão para a segurança nacional e pesca para a preservação da espécie, tendo
para o tráfego aquaviário; como motivação a reprodução e/ou recruta-
XI – processamento: fase da atividade pes- mento, bem como paralisações causadas por
queira destinada ao aproveitamento do pescado fenômenos naturais ou acidentes;
e de seus derivados, provenientes da pesca e da XX – (Vetado);
aquicultura; XXI – pescador amador: a pessoa física,
XII – ordenamento pesqueiro: o conjunto brasileira ou estrangeira, que, licenciada pela
de normas e ações que permitem administrar a autoridade competente, pratica a pesca sem
atividade pesqueira, com base no conhecimento fins econômicos;
atualizado dos seus componentes biológico-pes- XXII – pescador profissional: a pessoa física,
queiros, ecossistêmico, econômicos e sociais; brasileira ou estrangeira residente no País que,
XIII – águas interiores: as baías, lagunas, licenciada pelo órgão público competente,
braços de mar, canais, estuários, portos, angras, exerce a pesca com fins comerciais, atendidos os
enseadas, ecossistemas de manguezais, ainda critérios estabelecidos em legislação específica.
que a comunicação com o mar seja sazonal, e
as águas compreendidas entre a costa e a linha
de base reta, ressalvado o disposto em acordos CAPÍTULO III – Da Sustentabilidade do
e tratados de que o Brasil seja parte; Uso dos Recursos Pesqueiros e da Atividade
XIV – águas continentais: os rios, bacias, ri- de Pesca
beirões, lagos, lagoas, açudes ou quaisquer depó- Seção I – Da Sustentabilidade do Uso dos
sitos de água não marinha, naturais ou artificiais, Recursos Pesqueiros
e os canais que não tenham ligação com o mar;
XV – alto-mar: a porção de água do mar não Art. 3o  Compete ao poder público a regula-
incluída na zona econômica exclusiva, no mar mentação da Política Nacional de Desenvol-
territorial ou nas águas interiores e continentais vimento Sustentável da Atividade Pesqueira,
de outro Estado, nem nas águas arquipelágicas conciliando o equilíbrio entre o princípio da
de Estado arquipélago; sustentabilidade dos recursos pesqueiros e a
XVI – mar territorial: faixa de 12 (doze) obtenção de melhores resultados econômicos
milhas marítimas de largura, medida a partir e sociais, calculando, autorizando ou estabele-
da linha de baixa-mar do litoral continental e cendo, em cada caso:
insular brasileiro, tal como indicada nas cartas I – os regimes de acesso;
Normas e regulamentos federais

náuticas de grande escala, reconhecidas oficial- II – a captura total permissível;


mente pelo Brasil; III – o esforço de pesca sustentável;
XVII – zona econômica exclusiva: faixa IV – os períodos de defeso;
que se estende das 12 (doze) às 200 (duzentas) V – as temporadas de pesca;
milhas marítimas, contadas a partir das linhas VI – os tamanhos de captura;
de base que servem para medir a largura do VII – as áreas interditadas ou de reservas;
mar territorial; VIII – as artes, os aparelhos, os métodos e
XVIII – plataforma continental: o leito e o os sistemas de pesca e cultivo;
subsolo das áreas submarinas que se estendem IX – a capacidade de suporte dos ambientes;
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X – as necessárias ações de monitoramento, I – de espécies, áreas ou ecossistemas ame-
controle e fiscalização da atividade; açados;
XI – a proteção de indivíduos em processo II – do processo reprodutivo das espécies e
de reprodução ou recomposição de estoques. de outros processos vitais para a manutenção e
§ 1o  O ordenamento pesqueiro deve con- a recuperação dos estoques pesqueiros;
siderar as peculiaridades e as necessidades III – da saúde pública;
dos pescadores artesanais, de subsistência e IV – do trabalhador.
da aquicultura familiar, visando a garantir sua § 1o  Sem prejuízo do disposto no caput
permanência e sua continuidade. deste artigo, o exercício da atividade pesqueira
§ 2o  Compete aos Estados e ao Distrito é proibido:
Federal o ordenamento da pesca nas águas I – em épocas e nos locais definidos pelo
continentais de suas respectivas jurisdições, órgão competente;
observada a legislação aplicável, podendo o II – em relação às espécies que devam ser
exercício da atividade ser restrita a uma deter- preservadas ou espécimes com tamanhos não
minada bacia hidrográfica. permitidos pelo órgão competente;
III – sem licença, permissão, concessão,
autorização ou registro expedido pelo órgão
Seção II – Da Atividade Pesqueira competente;
IV – em quantidade superior à permitida
Art. 4o  A atividade pesqueira compreende pelo órgão competente;
todos os processos de pesca, explotação e ex- V – em locais próximos às áreas de lan-
ploração, cultivo, conservação, processamento, çamento de esgoto nas águas, com distância
transporte, comercialização e pesquisa dos estabelecida em norma específica;
recursos pesqueiros. VI – em locais que causem embaraço à
Parágrafo único.  Consideram-se atividade navegação;
pesqueira artesanal, para os efeitos desta Lei, VII – mediante a utilização de:
os trabalhos de confecção e de reparos de artes a) explosivos;
e petrechos de pesca, os reparos realizados em b) processos, técnicas ou substâncias que,
embarcações de pequeno porte e o processa- em contato com a água, produzam efeito se-
mento do produto da pesca artesanal. melhante ao de explosivos;
c) substâncias tóxicas ou químicas que alte-
Art. 5o  O exercício da atividade pesqueira rem as condições naturais da água;
somente poderá ser realizado mediante prévio d) petrechos, técnicas e métodos não permi-
ato autorizativo emitido pela autoridade com- tidos ou predatórios.
petente, asseguradas: § 2o  São vedados o transporte, a comerciali-
I – a proteção dos ecossistemas e a manu- zação, o processamento e a industrialização de
tenção do equilíbrio ecológico, observados os espécimes provenientes da atividade pesqueira
princípios de preservação da biodiversidade e proibida.
o uso sustentável dos recursos naturais;
II – a busca de mecanismos para a garantia Art. 7o  O desenvolvimento sustentável da
da proteção e da seguridade do trabalhador e atividade pesqueira dar-se-á mediante:
das populações com saberes tradicionais; I – a gestão do acesso e uso dos recursos
III – a busca da segurança alimentar e a pesqueiros;
Legislação Pesqueira

sanidade dos alimentos produzidos. II – a determinação de áreas especialmente


protegidas;
Art. 6o  O exercício da atividade pesqueira III – a participação social;
poderá ser proibido transitória, periódica ou IV – a capacitação da mão de obra do setor
permanentemente, nos termos das normas pesqueiro;
específicas, para proteção: V – a educação ambiental;
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VI – a construção e a modernização da in- I – as embarcações brasileiras de pesca;
fraestrutura portuária de terminais portuários, II – as embarcações estrangeiras de pesca
bem como a melhoria dos serviços portuários; cobertas por acordos ou tratados internacio-
VII – a pesquisa dos recursos, técnicas e nais firmados pelo Brasil, nas condições neles
métodos pertinentes à atividade pesqueira; estabelecidas e na legislação específica;
VIII – o sistema de informações sobre a III – as embarcações estrangeiras de pesca
atividade pesqueira; arrendadas por empresas, armadores e coope-
IX – o controle e a fiscalização da atividade rativas brasileiras de produção de pesca, nos
pesqueira; termos e condições estabelecidos em legislação
X – o crédito para fomento ao setor pes- específica.
queiro. § 1o  Para os efeitos desta Lei, consideram-se
equiparadas às embarcações brasileiras de pesca
as embarcações estrangeiras de pesca arren-
CAPÍTULO IV – Da Pesca dadas por pessoa física ou jurídica brasileira.
Seção I – Da Natureza da Pesca § 2o  A pesca amadora ou esportiva somente
poderá utilizar embarcações classificadas pela
Art. 8o  Pesca, para os efeitos desta Lei, classi- autoridade marítima na categoria de esporte
fica-se como: e recreio.
I – comercial:
a) artesanal: quando praticada diretamente Art. 10.  Embarcação de pesca, para os fins des-
por pescador profissional, de forma autônoma ta Lei, é aquela que, permissionada e registrada
ou em regime de economia familiar, com meios perante as autoridades competentes, na forma
de produção próprios ou mediante contrato da legislação específica, opera, com exclusivi-
de parceria, desembarcado, podendo utilizar dade, em uma ou mais das seguintes atividades:
embarcações de pequeno porte; I – na pesca;
b) industrial: quando praticada por pessoa II – na aquicultura;
física ou jurídica e envolver pescadores profis- III – na conservação do pescado;
sionais, empregados ou em regime de parceria IV – no processamento do pescado;
por cotas-partes, utilizando embarcações de V – no transporte do pescado;
pequeno, médio ou grande porte, com finali- VI – na pesquisa de recursos pesqueiros.
dade comercial; § 1o  As embarcações que operam na pesca
II – não comercial: comercial se classificam em:
a) científica: quando praticada por pessoa I – de pequeno porte: quando possui arque-
física ou jurídica, com a finalidade de pesquisa ação bruta – AB igual ou menor que 20 (vinte);
científica; II – de médio porte: quando possui arque-
b) amadora: quando praticada por brasileiro ação bruta – AB maior que 20 (vinte) e menor
ou estrangeiro, com equipamentos ou petrechos que 100 (cem);
previstos em legislação específica, tendo por III – de grande porte: quando possui arque-
finalidade o lazer ou o desporto; ação bruta – AB igual ou maior que 100 (cem).
c) de subsistência: quando praticada com § 2o  Para fins creditícios, são considerados
Normas e regulamentos federais

fins de consumo doméstico ou escambo sem bens de produção as embarcações, as redes e


fins de lucro e utilizando petrechos previstos os demais petrechos utilizados na pesca ou na
em legislação específica. aquicultura comercial.
§ 3o  Para fins creditícios, são considerados
instrumentos de trabalho as embarcações, as
Seção II – Das Embarcações de Pesca redes e os demais petrechos e equipamentos
utilizados na pesca artesanal.
Art. 9o  Podem exercer a atividade pesqueira § 4o  A embarcação utilizada na pesca artesa-
em áreas sob jurisdição brasileira: nal, quando não estiver envolvida na atividade
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pesqueira, poderá transportar as famílias dos estrangeira de pesca, dependem de autorização
pescadores, os produtos da pequena lavoura e prévia das autoridades competentes, observa-
da indústria doméstica, observadas as normas dos os critérios definidos na regulamentação
da autoridade marítima aplicáveis ao tipo de pertinente.
embarcação. § 1o  A autoridade competente poderá dis-
§ 5o  É permitida a admissão, em embarcações pensar, nos termos da legislação específica, a
pesqueiras, de menores a partir de 14 (catorze) exigência de que trata o caput deste artigo para
anos de idade, na condição de aprendizes de pes- a construção e transformação de embarcação
ca, observadas as legislações trabalhista, previ- utilizada nas pescas artesanal e de subsistência,
denciária e de proteção à criança e ao adolescente, atendidas as diretrizes relativas à gestão dos
bem como as normas da autoridade marítima. recursos pesqueiros.
§ 2o  A licença de construção, de alteração
Art. 11.  As embarcações brasileiras de pesca ou de reclassificação da embarcação de pesca
terão, no curso normal de suas atividades, expedida pela autoridade marítima está condi-
prioridades no acesso aos portos e aos terminais cionada à apresentação da Permissão Prévia de
pesqueiros nacionais, sem prejuízo da exigência Pesca expedida pelo órgão federal competente,
de prévia autorização, podendo a descarga de conforme parâmetros mínimos definidos em
pescado ser feita pela tripulação da embarcação regulamento conjunto desses órgãos.
de pesca.
Parágrafo único.  Não se aplicam à embarca-
ção brasileira de pesca ou estrangeira de pesca Seção III – Dos Pescadores
arrendada por empresa brasileira as normas
reguladoras do tráfego de cabotagem e as refe- Art. 14.  (Vetado)
rentes à praticagem.
Art. 15.  (Vetado)
Art. 12.  O transbordo do produto da pesca,
desde que previamente autorizado, poderá ser Art. 16.  (Vetado)
feito nos termos da regulamentação específica.
§ 1o  O transbordo será permitido, indepen- Art. 17.  (Vetado)
dentemente de autorização, em caso de acidente
ou defeito mecânico que implique o risco de
perda do produto da pesca ou seu derivado. CAPÍTULO V – Da Aquicultura
§ 2o  O transbordo de pescado em área portu-
ária, para embarcação de transporte, poderá ser Art. 18.  O aquicultor poderá coletar, capturar
realizado mediante autorização da autoridade e transportar organismos aquáticos silvestres,
competente, nas condições nela estabelecidas. com finalidade técnico-científica ou comercial,
§ 3o  As embarcações pesqueiras brasileiras desde que previamente autorizado pelo órgão
poderão desembarcar o produto da pesca em competente, nos seguintes casos:
portos de países que mantenham acordo com o I – reposição de plantel de reprodutores;
Brasil e que permitam tais operações na forma II – cultivo de moluscos aquáticos e de ma-
do regulamento desta Lei. croalgas disciplinado em legislação específica.
§ 4o  O produto pesqueiro ou seu derivado
oriundo de embarcação brasileira ou de embar- Art. 19.  A aquicultura é classificada como:
Legislação Pesqueira

cação estrangeira de pesca arrendada à pessoa ju- I – comercial: quando praticada com finali-
rídica brasileira é considerado produto brasileiro. dade econômica, por pessoa física ou jurídica;
II – científica ou demonstrativa: quando
Art. 13.  A construção e a transformação de praticada unicamente com fins de pesquisa,
embarcação brasileira de pesca, assim como a estudos ou demonstração por pessoa jurídica
importação ou arrendamento de embarcação legalmente habilitada para essas finalidades;
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III – recomposição ambiental: quando prati- 24 de agosto de 2001, e nas demais legislações
cada sem finalidade econômica, com o objetivo pertinentes que dispõem sobre as Áreas de
de repovoamento, por pessoa física ou jurídica Preservação Permanente – APP.
legalmente habilitada;
IV – familiar: quando praticada por unidade
unifamiliar, nos termos da Lei no 11.326, de 24 CAPÍTULO VI – Do Acesso aos Recursos
de julho de 2006; Pesqueiros
V – ornamental: quando praticada para fins
de aquariofilia ou de exposição pública, com Art. 24.  Toda pessoa, física ou jurídica, que
fins comerciais ou não. exerça atividade pesqueira bem como a embar-
cação de pesca devem ser previamente inscritas
Art. 20.  O regulamento desta Lei disporá sobre no Registro Geral da Atividade Pesqueira –
a classificação das modalidades de aquicultura RGP, bem como no Cadastro Técnico Federal
a que se refere o art. 19, consideradas: – CTF na forma da legislação específica.
I – a forma do cultivo; Parágrafo único.  Os critérios para a efetiva-
II – a dimensão da área explorada; ção do Registro Geral da Atividade Pesqueira
III – a prática de manejo; serão estabelecidos no regulamento desta Lei.
IV – a finalidade do empreendimento.
Parágrafo único.  As empresas de aquicultura Art. 25.  A autoridade competente adotará,
são consideradas empresas pesqueiras. para o exercício da atividade pesqueira, os
seguintes atos administrativos:
Art. 21.  O Estado concederá o direito de uso I – concessão: para exploração por parti-
de águas e terrenos públicos para o exercício cular de infraestrutura e de terrenos públicos
da aquicultura. destinados à exploração de recursos pesqueiros;
II – permissão: para transferência de permis-
Art. 22.  Na criação de espécies exóticas, é são; para importação de espécies aquáticas para
responsabilidade do aquicultor assegurar a con- fins ornamentais e de aquicultura, em qualquer
tenção dos espécimes no âmbito do cativeiro, fase do ciclo vital; para construção, transforma-
impedindo seu acesso às águas de drenagem de ção e importação de embarcações de pesca; para
bacia hidrográfica brasileira. arrendamento de embarcação estrangeira de
Parágrafo único.  Fica proibida a soltura, pesca; para pesquisa; para o exercício de aqui-
no ambiente natural, de organismos genetica- cultura em águas públicas; para instalação de
mente modificados, cuja caracterização esteja armadilhas fixas em águas de domínio da União;
em conformidade com os termos da legislação III – autorização: para operação de embar-
específica. cação de pesca e para operação de embarcação
de esporte e recreio, quando utilizada na pesca
Art. 23.  São instrumentos de ordenamento esportiva; e para a realização de torneios ou
da aquicultura os planos de desenvolvimento gincanas de pesca amadora;
da aquicultura, os parques e áreas aquícolas e IV – licença: para o pescador profissional e
o Sistema Nacional de Autorização de Uso de amador ou esportivo; para o aquicultor; para o
Normas e regulamentos federais

Águas da União para fins de aquicultura, con- armador de pesca; para a instalação e operação
forme definidos em regulamentação específica. de empresa pesqueira;
Parágrafo único.  A implantação de em- V – cessão: para uso de espaços físicos em
preendimentos aquícolas em áreas de salinas, corpos d’água sob jurisdição da União, dos
salgados, apicuns, restingas, bem como em Estados e do Distrito Federal, para fins de
todas e quaisquer áreas adjacentes a rios, lagoas, aquicultura.
lagos, açudes, deverá observar o contido na Lei § 1o  Os critérios para a efetivação do Regis-
no 4.771, de 15 de setembro de 1965 – Código tro Geral da Atividade Pesqueira serão estabe-
Florestal, na Medida Provisória no 2.166-67, de lecidos no regulamento desta Lei.
17
§ 2o  A inscrição no RGP é condição prévia Art. 30.  A pesquisa pesqueira será destinada
para a obtenção de concessão, permissão, au- a obter e proporcionar, de forma permanente,
torização e licença em matéria relacionada ao informações e bases científicas que permitam
exercício da atividade pesqueira. o desenvolvimento sustentável da atividade
pesqueira.
Art. 26.  Toda embarcação nacional ou estran- § 1o  Não se aplicam à pesquisa científica
geira que se dedique à pesca comercial, além as proibições estabelecidas para a atividade
do cumprimento das exigências da autoridade pesqueira comercial.
marítima, deverá estar inscrita e autorizada pelo § 2o  A coleta e o cultivo de recursos pes-
órgão público federal competente. queiros com finalidade científica deverão ser
Parágrafo único.  A inobservância do dispos- autorizados pelo órgão ambiental competente.
to no caput deste artigo implicará a interdição § 3o  O resultado das pesquisas deve ser
do barco até a satisfação das exigências impos- difundido para todo o setor pesqueiro.
tas pelas autoridades competentes.

CAPÍTULO VIII – Da Fiscalização e das


CAPÍTULO VII – Do Estímulo à Atividade Sanções
Pesqueira
Art. 31.  A fiscalização da atividade pesqueira
Art. 27.  São considerados produtores rurais e abrangerá as fases de pesca, cultivo, desembar-
beneficiários da política agrícola de que trata que, conservação, transporte, processamento,
o art. 187 da Constituição Federal as pessoas armazenamento e comercialização dos recursos
físicas e jurídicas que desenvolvam atividade pesqueiros, bem como o monitoramento am-
pesqueira de captura e criação de pescado nos biental dos ecossistemas aquáticos.
termos desta Lei. Parágrafo único.  A fiscalização prevista no
§ 1o  Podem ser beneficiários do crédito rural caput deste artigo é de competência do poder
de comercialização os agentes que desenvolvem público federal, observadas as competências
atividades de transformação, processamento e estadual, distrital e municipal pertinentes.
industrialização de pescado, desde que atendi-
do o disposto no § 1o do art. 49 da Lei no 8.171, Art. 32.  A autoridade competente poderá
de 17 de janeiro de 1991. determinar a utilização de mapa de bordo e dis-
§ 2o  Fica o Poder Executivo autorizado a positivo de rastreamento por satélite, bem como
criar sistema nacional de informações sobre a de qualquer outro dispositivo ou procedimento
pesca e a aquicultura, com o objetivo de coletar, que possibilite o monitoramento a distância e
agregar, intercambiar e disseminar informações permita o acompanhamento, de forma automá-
sobre o setor pesqueiro e aquícola nacional. tica e em tempo real, da posição geográfica e da
profundidade do local de pesca da embarcação,
Art. 28.  As colônias de pescadores poderão nos termos de regulamento específico.
organizar a comercialização dos produtos pes-
queiros de seus associados, diretamente ou por Art. 33.  As condutas e atividades lesivas aos
intermédio de cooperativas ou outras entidades recursos pesqueiros e ao meio ambiente serão
constituídas especificamente para esse fim. punidas na forma da Lei no  9.605, de 12 de
fevereiro de 1998, e de seu regulamento.
Legislação Pesqueira

Art. 29.  A capacitação da mão de obra será


orientada para o desenvolvimento sustentável
da atividade pesqueira. CAPITULO IX – Disposições Gerais
Parágrafo único.  Cabe ao poder público e à
iniciativa privada a promoção e o incentivo da Art. 34.  O órgão responsável pela gestão do
pesquisa e capacitação da mão de obra pesqueira. uso dos recursos pesqueiros poderá solicitar
18
amostra de material biológico oriundo da ati- exercida de acordo com as normas de sanidade,
vidade pesqueira, sem ônus para o solicitante, higiene e segurança, qualidade e preservação do
com a finalidade de geração de dados e infor- meio ambiente e estará sujeita à observância da
mações científicas, podendo ceder o material legislação específica e à fiscalização dos órgãos
a instituições de pesquisa. competentes.
Parágrafo único. (Vetado)
Art. 35.  A autoridade competente, nos termos
da legislação específica e sem comprometer os Art. 37.  Esta Lei entra em vigor após decorri-
aspectos relacionados à segurança da navega- dos 60 (sessenta) dias de sua publicação oficial.
ção, à salvaguarda da vida humana e às condi-
ções de habitabilidade da embarcação, poderá Art. 38.  Ficam revogados a Lei no 7.679, de 23
determinar que os proprietários, armadores de novembro de 1988, e os arts. 1o a 5o, 7o a 18,
ou arrendatários das embarcações pesqueiras 20 a 28, 30 a 50, 53 a 92 e 94 a 99 do Decreto-Lei
mantenham a bordo da embarcação, sem ônus no 221, de 28 de fevereiro de 1967.
para a referida autoridade, acomodações e
alimentação para servir a: Brasília, 29 de junho de 2009; 188o da Indepen-
I – observador de bordo, que procederá à dência e 121o da República.
coleta de dados, material para pesquisa e infor-
mações de interesse do setor pesqueiro, assim LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Tarso Genro
como ao monitoramento ambiental; – Guido Mantega – Reinhold Stephanes – Carlos
II – cientista brasileiro que esteja realizando Lupi – Izabela Mônica Vieira Teixeira – Altemir
pesquisa de interesse do Sistema Nacional de Gregolin
Informações da Pesca e Aquicultura.
Promulgada em 29/6/2009, publicada no DOU de
Art. 36.  A atividade de processamento do pro- 30/6/2009 e retificada no DOU de 9/7/2009.
duto resultante da pesca e da aquicultura será

Normas e regulamentos federais

19
Lei no 11.699/2008
Dispõe sobre as Colônias, Federações e Confederação Nacional dos Pescadores, regulamentando o
parágrafo único do art. 8o da Constituição Federal e revoga dispositivo do Decreto-Lei no 221, de
28 de fevereiro de 1967.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Art. 5o  As Colônias de Pescadores são au-


tônomas, sendo expressamente vedado ao
Faço saber que o Congresso Nacional decreta Poder Público, bem como às Federações e à
e eu sanciono a seguinte Lei: Confederação a interferência e a intervenção
na sua organização.
Art. 1o  As Colônias de Pescadores, as Federa- Parágrafo único.  São vedadas à Confedera-
ções Estaduais e a Confederação Nacional dos ção Nacional dos Pescadores a interferência e
Pescadores ficam reconhecidas como órgãos de a intervenção na organização das Federações
classe dos trabalhadores do setor artesanal da Estaduais de Pescadores.
pesca, com forma e natureza jurídica próprias,
obedecendo ao princípio da livre organização Art. 6o  As Colônias de Pescadores são criadas
previsto no art. 8o da Constituição Federal. em assembléias de fundação convocadas para
Parágrafo único. (Vetado) esse fim pelos trabalhadores do setor pesqueiro
artesanal da sua base territorial.
Art. 2 o  Cabe às Colônias, às Federações
Estaduais e à Confederação Nacional dos Art. 7o  As Colônias de Pescadores, constitu-
Pescadores a defesa dos direitos e interesses ídas na forma da legislação vigente após feita
da categoria, em juízo ou fora dele, dentro de a respectiva publicação e registrados os docu-
sua jurisdição. mentos no cartório de títulos e documentos,
adquirem personalidade jurídica, tornando-se
Art. 3o  Às Colônias de Pescadores regularmen- aptas a funcionar.
te constituídas serão assegurados os seguintes
direitos: Art. 8o  As Federações têm por atribuição re-
I – plena autonomia e soberania de suas presentar os trabalhadores no setor artesanal de
Assembléias Gerais; pesca, em âmbito estadual, e a Confederação,
II – (Vetado); em âmbito nacional.
III – (Vetado);
IV – representar, perante os órgãos públicos, Art. 9o  As Colônias de Pescadores, as Fede-
contra quaisquer ações de pesca predatória e de rações Estaduais e a Confederação Nacional
degradação do meio ambiente; dos Pescadores providenciarão e aprovarão os
V – (Vetado); estatutos, nos termos desta Lei.
VI – (Vetado);
VII – faculdade de montagem de bens e ser- Art. 10.  Esta Lei entra em vigor na data de
viços para o desenvolvimento profissional, eco- sua publicação.
Legislação Pesqueira

nômico e social das comunidades pesqueiras.


Art. 11.  Revoga-se o art. 94 do Decreto-Lei
Art. 4o  É livre a associação dos trabalhadores no 221, de 28 de fevereiro de 1967.
no setor artesanal da pesca no seu órgão de clas-
se, comprovando os interessados sua condição Brasília, 13 de junho de 2008; 187o da Indepen-
no ato da admissão. dência e 120o da República.
20
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Luiz Paulo Promulgada em 13/6/2008 e publicada no DOU de
Teles Ferreira Barreto – André Peixoto Figueiredo 16/6/2008.
Lima – Paulo Bernardo Silva – Carlos Minc

Normas e regulamentos federais

21
Lei no 11.524/2007
Dispõe sobre a utilização de recursos das exigibilidades de aplicação em crédito rural oriundos da
poupança rural e dos depósitos a vista para financiamentos destinados à liquidação de dívidas de
produtores rurais ou suas cooperativas com fornecedores de insumos, relativas às safras 2004/2005
e 2005/2006; altera as Leis nos 11.076, de 30 de dezembro de 2004, e 11.322, de 13 de julho de 2006,
10.194, de 14 de fevereiro de 2001, 10.696, de 2 de julho de 2003, 7.827, de 27 de setembro de 1989,
8.427, de 27 de maio de 1992, 11.442, de 5 de janeiro de 2007, 11.488, de 15 de junho de 2007,
11.491, de 20 de junho de 2007, e a Medida Provisória no 2.199-14, de 24 de agosto de 2001; e dá
outras providências.

O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, computados no cumprimento das respectivas


no exercício do cargo de PRESIDENTE DA exigibilidades rurais, nos termos a serem defi-
REPÚBLICA, nidos pelo Conselho Monetário Nacional.
§ 5o  As operações realizadas com recursos
Faço saber que o Congresso Nacional decreta das fontes de que trata o caput deste artigo
e eu sanciono a seguinte Lei: poderão ter as suas fontes reclassificadas entre
si, desde que haja autorização do Ministério
Art. 1o  Fica autorizada a utilização de recursos da Fazenda.
das exigibilidades de aplicação em crédito rural § 6o  O prazo para contratação das operações
oriundos da poupança rural e dos depósitos encerra-se em 30 de junho de 2009.
a vista de que trata o art. 48 da Lei no 8.171, § 7o  É autorizada a contratação de penhor
de 17 de janeiro de 1991, para a instituição das safras 2008/2009 a 2011/2012.
de linha de crédito destinada à concessão de
financiamentos com vistas na liquidação de Art. 2o  Na hipótese em que os financiamentos
dívidas contraídas por produtores rurais ou de que trata o art. 1o desta Lei forem concedidos
suas cooperativas com fornecedores de insumos com recursos da exigibilidade da poupança
agropecuários, relativas às safras 2004/2005 e rural ou reclassificados para esta fonte, a União
2005/2006, com vencimento a partir de 1o de deverá conceder subvenção, sob a forma de
janeiro de 2005.1 equalização, sempre que o custo de captação
§ 1o  Os financiamentos serão liquidados dos recursos, acrescida do custo decorrente do
em no máximo 4 (quatro) prestações, com esforço de captação pela instituição financeira,
vencimento, respectivamente, até o dia 31 de for superior à TJLP.
maio de 2009, 2010, 2011 e 2012. § 1o  A subvenção de que trata o caput deste
§ 2o  O montante de recursos fica limitado artigo poderá ser reduzida caso seja autorizada
a R$ 2.200.000.000,00 (dois bilhões e duzentos pelo Conselho Monetário Nacional a utili-
milhões de reais). zação de fator de ponderação para efeito de
§ 3o  Os encargos financeiros das operações cumprimento da referida exigibilidade rural
a serem pagos pelos devedores serão compos- da poupança.
tos pela Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP § 2o  O pagamento de que trata o caput des-
Legislação Pesqueira

acrescida de 5% (cinco por cento) ao ano. te artigo será efetuado mediante a utilização
§ 4o  Os recursos da poupança rural e dos de recursos do órgão Operações Oficiais de
depósitos a vista utilizados nos financiamentos Crédito, unidade Recursos sob supervisão da
de que trata o caput deste artigo poderão ser Secretaria do Tesouro Nacional – Ministério da
Fazenda, condicionado à comprovação de uso
1
Lei no 11.908/2009. dos recursos e apresentação de declaração de
22
responsabilidade pela instituição financeira trata o inciso III deste parágrafo, será rateado
contratante dos financiamentos para fins de conforme definição do Conselho Monetário
liquidação da despesa. Nacional.
§ 3o  A aplicação irregular ou desvio dos § 2o  Ficam as instituições financeiras autori-
recursos provenientes das subvenções sujeitará zadas a financiar a participação dos produtores
o infrator à devolução, em dobro, da equaliza- rurais ou suas cooperativas, em favor do fundo
ção recebida, atualizada monetariamente, sem de liquidez, de que trata o inciso I do § 1o deste
prejuízo das penalidades previstas no art. 44 da artigo.
Lei no 4.595, de 31 de dezembro de 1964.
Art. 4o  Constituído o fundo de liquidez de que
Art. 3   A instituição financeira poderá consti-
o
trata o art. 3o desta Lei, fica a União autorizada
tuir fundo de liquidez para garantia dos finan- a participar, como cotista única, em Fundo
ciamentos contratados na forma do art. 1o desta Garantidor dos financiamentos de que trata
Lei, a ser composto de recursos oriundos das o art. 1o desta Lei, até o limite de 15% (quinze
participações, não restituíveis, a serem pagas por cento) do valor total dos financiamentos
pelos produtores rurais ou suas cooperativas e contratados, acrescido da atualização da TJLP.2
pelos fornecedores de insumos agropecuários. § 1o  O Fundo Garantidor de Financiamen-
§ 1o  Na hipótese de constituição do fundo tos – FGF, sem personalidade jurídica, com na-
na forma prevista no caput deste artigo: tureza privada e patrimônio próprio separado
I – a contratação dos financiamentos pelos do patrimônio da cotista, terá por finalidade
produtores rurais ou suas cooperativas estará garantir os financiamentos de que trata o art.
condicionada ao pagamento de participação 1o desta Lei.
pelos tomadores, em favor do fundo, corres- § 2o  O patrimônio do FGF será constituído
pondente a 10% (dez por cento) do valor atu- por recursos em dinheiro aportados pela cotis-
alizado da dívida mantida com fornecedores; ta, por meio da integralização de cotas, e pelos
II – a liquidação das dívidas com os forne- rendimentos obtidos com sua administração.
cedores estará condicionada ao pagamento de § 3o O FGF terá direitos e obrigações pró-
participação pelos fornecedores, em favor do prias, pelas quais responderá com seu patrimô-
fundo, correspondente a 20% (vinte por cento) nio, não respondendo a cotista por qualquer
do valor atualizado do crédito; obrigação do Fundo, salvo pela integralização
III – deverá ser estabelecido bônus de das cotas que subscrever.
adimplência devido ao produtor rural ou a sua § 4o  O FGF será criado, administrado, geri-
cooperativa, cujo pagamento, limitado a 50% do e representado judicial e extrajudicialmente
(cinqüenta por cento) da respectiva participa- pela instituição financeira a que se refere o art.
ção, está condicionado à existência de saldo 3o desta Lei, a qual será responsável também
remanescente do fundo de liquidez por ocasião pela manutenção de rentabilidade e liquidez
de sua liquidação; do Fundo.
IV – a instituição financeira deverá receber § 5o  O estatuto do FGF, a ser aprovado pelo
a participação a que se referem os incisos I Poder Executivo, disporá inclusive sobre o mo-
e II deste parágrafo no ato da liberação do mento da subscrição e integralização das cotas
Normas e regulamentos federais

financiamento a débito da conta bancária do e a remuneração de seu administrador, além de


fornecedor; deliberar sobre as demonstrações financeiras a
V – a instituição financeira faz jus a remu- serem apresentadas pelo gestor.
neração correspondente a até 4% (quatro por § 6o  A garantia do FGF só será acionada
cento) do valor dos financiamentos contratados caso o total da inadimplência dos financiamen-
para cobertura dos custos de originação, estru- tos exceda os recursos do fundo de liquidez
turação e distribuição das operações; e aportados na forma do art. 3o desta Lei.
VI – o saldo remanescente do fundo, após
o pagamento do bônus de adimplência de que 2
Lei no 11.775/2008.
23
§ 7o  A quitação de débito pelo FGF importará liquidação financeira de ativos autorizado
sua sub-rogação nos direitos do credor, na mes- pelo Banco Central do Brasil, no prazo de até
ma proporção dos valores honrados pelo Fundo. 30 (trinta) dias, contado da data de emissão
§ 8o  A dissolução do FGF, na forma do es- dos títulos, no qual constará o respectivo
tatuto, ficará condicionada à prévia quitação da número de controle do título, de que trata o
totalidade dos débitos garantidos ou à liberação inciso II do caput do art. 5o desta Lei.
das garantias pelo credor. ...........................................................................
§ 9o  Dissolvido o Fundo, o seu patrimônio § 3o Vencido o prazo de 30 (trinta) dias sem o
retornará à cotista, com base na situação patri- cumprimento da providência a que se refere
monial na data da dissolução. o caput deste artigo, deverá o depositante
§ 10.  A instituição financeira a que se refere solicitar ao depositário o cancelamento dos
o art. 3o desta Lei fará jus a remuneração pela títulos e sua substituição por novos ou por
administração do FGF, a ser estabelecida em recibo de depósito, em seu nome.”
seu estatuto. “Art. 17.............................................................
§ 1o Os registros dos negócios realizados com
Art. 5 o  O risco de crédito das operações o CDA e com o WA, unidos ou separados,
contratadas na forma desta Lei que exceder serão atualizados eletronicamente pela en-
os recursos do fundo de liquidez aportados tidade registradora autorizada.
na forma do art. 3o desta Lei e aqueles do FGF § 2o Se, na data de vencimento do WA, o
poderá ser assumido por investidores privados. CDA e o WA não estiverem em nome do
§ 1o  A assunção de risco de crédito pelos mesmo credor e o credor do CDA não
investidores privados não poderá resultar em houver consignado o valor da dívida, na
outros condicionantes para os produtores rurais forma do inciso II do § 1o do art. 21 desta
ou suas cooperativas ou para os fornecedores Lei, o titular do WA poderá, a seu critério,
de insumos agropecuários, além daqueles já promover a execução do penhor sobre:
previstos nesta Lei. I – o produto, mediante sua venda em leilão
§ 2o  O produto da recuperação dos créditos a ser realizado em bolsa de mercadorias; ou
garantidos nos termos desta Lei será destinado, II – o CDA correspondente, mediante a
após descontadas as despesas de cobrança, na venda do título, em conjunto com o WA, em
seguinte ordem: bolsa de mercadorias ou de futuros, ou em
I – aos investidores privados, em caso de mercado de balcão organizado.
acionamento de sua garantia; § 3o Nas hipóteses referidas nos incisos I e II
II – ao FGF, em caso de acionamento de sua do § 2o deste artigo, o produto da venda da
garantia; e mercadoria ou dos títulos, conforme o caso,
III – ao fundo de liquidez. será utilizado para pagamento imediato do
crédito representado pelo WA ao seu respec-
Art. 6o  Os arts. 1o, 15, 17 e 45 da Lei no 11.076, tivo titular na data do vencimento, devendo
de 30 de dezembro de 2004, passam a vigorar o saldo remanescente ser entregue ao titular
com a seguinte redação: do CDA, após debitadas as despesas compro-
“Art. 1o.............................................................. vadamente incorridas com a realização do
........................................................................... leilão da mercadoria ou dos títulos.
§ 2o O WA é título de crédito representativo § 4o O adquirente dos títulos no leilão po-
de promessa de pagamento em dinheiro que derá colocá-los novamente em circulação,
Legislação Pesqueira

confere direito de penhor sobre o CDA cor- observando-se o disposto no caput deste
respondente, assim como sobre o produto artigo, no caso de negociação do WA sepa-
nele descrito. rado do CDA.”
......................................................................... ” “Art. 45.  Fica autorizada a emissão do CDA
“Art. 15.  É obrigatório o registro do CDA e do WA até 31 de dezembro de 2009 por
e do WA em sistema de registro e de armazéns que não detenham a certificação
24
prevista no art. 2o da Lei no 9.973, de 29 de V – em caso de divergência apurada na aferi-
maio de 2000, mas que atendam a requisitos ção de que trata o inciso IV deste parágrafo,
mínimos a serem definidos pelo Ministério o agente financeiro devolverá ao Tesouro
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.” Nacional a diferença apontada, atualizada
pela variação a que se refere o inciso II deste
Art. 7o  O art. 15 da Lei no  11.322, de 13 de parágrafo, no prazo de até 5 (cinco) dias a
julho de 2006, passa a vigorar acrescido do partir da constatação pelo Banco Central
seguinte § 7o: do Brasil.”
“Art. 15. ...........................................................
........................................................................... Art. 8o  Nas operações de crédito rural celebra-
§ 7o No momento da quitação das parcelas das com recursos dos depósitos de poupança
vencidas em 2006, regularizadas até 30 de rural, poderá ser pactuado cláusula de encargos
setembro de 2007, das operações renego- financeiros com base:
ciadas nos termos da Lei no  10.437, de 25 I – na remuneração básica aplicável aos de-
de abril de 2002, não adquiridas ou não pósitos de poupança com data de aniversário
desoneradas de risco pela União ao amparo no dia da assinatura dos respectivos contratos,
do art. 2o da Medida Provisória no 2.196-3, mais taxa de juros;
de 24 de agosto de 2001, e não liquidadas II – em taxas pré-fixadas.
perante o Tesouro Nacional, incidirá sobre
os valores devidos o bônus de adimplência Art. 9 o  O Conselho Monetário Nacional
de que trata a alínea d do inciso V do § 5o estabelecerá as condições necessárias à imple-
do art. 5o da Lei no 9.138, de 29 de novembro mentação e à operacionalização das disposições
de 1995, e não incidirá a correção do preço constantes desta Lei.
mínimo de que trata o inciso III do § 5o do Parágrafo único.  Dentre essas condições,
art. 5o da Lei no 9.138, de 29 de novembro incluem-se as necessárias para comprovar a
de 1995, nos termos do § 5o do art. 1o da Lei mora decorrente da aquisição de insumos.
no 10.437, de 25 de abril de 2002, observadas
ainda as seguintes condições: Art. 10.  As sociedades cooperativas de crédito
I – o recolhimento ao Tesouro Nacional passarão a contribuir para o Serviço Nacional
deverá ocorrer até 31 de outubro de 2007; de Aprendizagem do Cooperativismo, na forma
II – da data de vencimento da parcela até do disposto no inciso I do caput do art. 10 da
a data do efetivo pagamento, deve ser apli- Medida Provisória no 2.168-40, de 24 de agosto
cada a variação pro rata die da taxa média de 2001, em substituição à contribuição adicio-
ajustada dos financiamentos diários apu- nal prevista no § 1o do art. 22 da Lei no 8.212,
rados no Sistema Especial de Liquidação e de 24 de julho de 1991.
de Custódia – SELIC para títulos públicos
federais; Art. 11.  O art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de
III – os agentes financeiros deverão encami- fevereiro de 2001, passa a vigorar com a se-
nhar à Secretaria do Tesouro Nacional, até guinte redação:
31 de outubro de 2007, relação contendo o “Art. 1 o É autorizada a constituição de
Normas e regulamentos federais

nome dos mutuários cujas parcelas: Sociedades de Crédito ao Microempreendedor


a) foram regularizadas nos termos deste e à Empresa de Pequeno Porte, as quais:
parágrafo; I – terão por objeto social a concessão de
b) vencidas em 2006, foram recolhidas ao financiamentos a pessoas físicas, a micro-
Tesouro Nacional em função do risco; empresas e a empresas de pequeno porte,
IV – o Banco Central do Brasil definirá os com vistas na viabilização de empreendi-
critérios para a aferição dos dados enca- mentos de natureza profissional, comercial
minhados nos termos do inciso III deste ou industrial, equiparando-se às instituições
parágrafo; e financeiras para os efeitos da legislação em
25
vigor, podendo exercer outras atividades de- “Art. 11. ...........................................................
finidas pelo Conselho Monetário Nacional; ...........................................................................
......................................................................... ” § 6o O disposto no § 5o deste artigo não
se aplica aos contratos ou conhecimentos
Art. 12.  Para as operações de crédito rural con- de transporte em que houver cláusula ou
tratadas a partir de 1o de agosto de 2007 e até 31 ajuste dispondo sobre o tempo de carga ou
de julho de 2012, não se aplica o disposto no § 2o descarga.”
do art. 16 da Lei no 8.880, de 27 de maio de 1994.
Art. 17.  É a União autorizada a indenizar os
Art. 13.  O art. 19 da Lei no 10.696, de 2 de julho proprietários de redes de espera do tipo caçoeira,
de 2003, passa a vigorar com a seguinte redação: utilizadas para a captura de lagostas das espécies
“Art. 19............................................................. Panulirus argus, lagosta vermelha, e Panulirus
........................................................................... laevicauda, lagosta cabo verde, que, volunta-
§ 3o O Poder Executivo constituirá Grupo riamente, entregarem as citadas redes à União.
Gestor, formado por representantes dos § 1o  Os proprietários terão o prazo de 30
Ministérios do Desenvolvimento Agrário; (trinta) dias para entregar as redes de espera do
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; tipo caçoeira, contado da publicação do regula-
da Fazenda; do Planejamento, Orçamento mento desta Lei, para ter direito à indenização.
e Gestão; do Desenvolvimento Social e § 2o  A indenização será paga aos proprie-
Combate à Fome; e da Educação, para a tários no ato de entrega das redes de espera do
operacionalização do Programa de que trata tipo caçoeira ao órgão competente, nos termos
o caput deste artigo. do regulamento.
......................................................................... ” § 3o  Presumir-se-á a boa-fé dos proprietá-
rios que entreguem as redes de espera do tipo
Art. 14.  O art. 14-A da Lei no 7.827, de 27 de caçoeira na forma estabelecida neste artigo.
setembro de 1989, passa a vigorar acrescido do § 4o  As redes de espera do tipo caçoeira
seguinte parágrafo único: serão entregues mediante recibo e destruídas
“Art. 14-A. ....................................................... pelos órgãos competentes da União, nos termos
Parágrafo único. O Ministério da Integração do regulamento.
Nacional exercerá as competências re- § 5o  As redes de espera do tipo caçoeira ou
lativas aos Conselhos Deliberativos das quaisquer outros petrechos e equipamentos de
Superintendências de Desenvolvimento pesca apreendidos pelos órgãos de fiscalização
das Regiões Norte e Nordeste, de que trata não serão objeto do pagamento de indenização.
o art. 14 desta Lei, até que sejam instalados § 6o  Os recursos necessários para o cum-
os mencionados Conselhos.” primento do disposto neste artigo serão con-
signados em crédito orçamentário específico.
Art. 15.  O art. 1o da Lei no 8.427, de 27 de maio
de 1992, passa a vigorar com a seguinte redação: Art. 18.  O disposto no art. 17 desta Lei aplica-
“Art. 1o ............................................................. -se aos proprietários de compressores de ar
Parágrafo único. Consideram-se, igualmen- utilizados exclusivamente para a captura por
te, subvenção de encargos financeiros os mergulho das espécies Panulirus argus, lagosta
bônus de adimplência e os rebates nos saldos vermelha, e Panulirus laevicauda, lagosta cabo
devedores de financiamentos rurais conce- verde, nos termos do regulamento.
Legislação Pesqueira

didos, direta ou indiretamente, por bancos


oficiais federais e bancos cooperativos.” Art. 19.  É a União autorizada a conceder, pelo
prazo máximo de 3 (três) meses, no exercício
Art. 16.  O art. 11 da Lei no  11.442, de 5 de de 2007, assistência financeira mensal, no valor
janeiro de 2007, passa a vigorar acrescido do de R$ 380,00 (trezentos e oitenta reais), aos
seguinte § 6o: pescadores artesanais que se dedicam à pesca
26
da lagosta nas águas jurisdicionais brasileiras I – o reparcelamento, inclusive das contribui-
e que estão impedidos de exercer a atividade ções previdenciárias que foram reparceladas; e
em razão das Instruções Normativas no  138, II – a concessão de novo parcelamento, ainda
de 6 de dezembro de 2006, e no 144, de 3 de que não integralmente pago o parcelamento
janeiro de 2007, do Instituto Brasileiro do Meio anterior relativo ao mesmo tributo ou qualquer
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis outra exação.
– IBAMA, e que constam da base de dados do § 1o  Ao reparcelamento ou ao parcelamento
Seguro-Desemprego do Ministério do Trabalho de que tratam os incisos I e II do caput deste
e Emprego. artigo aplicam-se as demais disposições da:
§ 1o  O órgão competente da União expedirá I – Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, quan-
documento comprobatório de que o pescador to aos débitos relativos a contribuições sociais
requerente se enquadra nas disposições do previstas nas alíneas a e c do parágrafo único de
caput deste artigo, para os efeitos de habili- seu art. 11, instituídas a título de substituição e
tação, concessão e pagamento da assistência devidas por lei a terceiros; e
financeira de que trata este artigo, nos termos II – Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002,
do regulamento. quanto aos débitos relativos aos demais tributos
§ 2o  A concessão da assistência financeira administrados pela RFB, no que não dispuser
mensal de que trata este artigo está vinculada de forma contrária.
à inscrição e permanência do pescador reque- § 2o  A concessão de novo parcelamento por
rente em curso de qualificação adequado à ocasião da opção pelo Simples Nacional, nos
sua recolocação no mercado de trabalho, nos termos do inciso II do caput deste artigo, não
termos do regulamento. é causa de exclusão de outros parcelamentos
§ 3o  Os recursos necessários ao cumprimen- anteriormente concedidos.
to do disposto neste artigo serão consignados § 3o  Ressalvadas as contribuições e os débi-
em crédito orçamentário específico. tos previstos nos arts. 2o e 3o e no caput e § 1o
do art. 16 da Lei no 11.457, de 16 de março de
Art. 20. (Vetado) 2007, o disposto neste artigo não se aplica aos
débitos inscritos em Dívida Ativa da União.
Art. 21. (Vetado)
Art. 23. (Vetado)
Art. 22.  Excepcionalmente, até 31 de outubro
de 2007, em relação aos débitos relativos a tri- Art. 24.  Esta Lei entra em vigor na data de
butos administrados pela Secretaria da Receita sua publicação.
Federal do Brasil, será permitido à Microem-
presa – ME e à Empresa de Pequeno Porte – Brasília, 24 de setembro de 2007; 186o da Inde-
EPP integrantes do Regime Especial Unificado pendência e 119o da República.
de Arrecadação de Tributos e Contribuições
devidos pelas Microempresas e Empresas de JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA – Guido
Pequeno Porte – Simples Nacional, de que trata Mantega – Reinhold Stephanes – Carlos Lupi
a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro
Normas e regulamentos federais

de 2006: Promulgada em 24/9/2007 e publicada no DOU de


25/9/2007.

27
Lei no 11.380/2006
Institui o Registro Temporário Brasileiro para embarcações de pesca estrangeiras arrendadas ou
afretadas, a casco nu, por empresas, armadores de pesca ou cooperativas de pesca brasileiras e dá
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA III – empresa brasileira de pesca: pessoa


jurídica constituída segundo as leis brasileiras,
Faço saber que o Congresso Nacional decreta com sede no Brasil, devidamente inscrita no
e eu sanciono a seguinte Lei: Registro Geral da Pesca, que tenha por objeto
a pesca comercial;
IV – cooperativa de pesca brasileira: as-
CAPÍTULO I – Da Aplicação sociação autônoma de pessoas que se unem,
voluntariamente, segundo as leis brasileiras,
Art. 1o  Esta Lei institui o Registro Temporário para satisfazer aspirações econômicas e sociais
Brasileiro para as embarcações de pesca estran- que, devidamente inscrita no Registro Geral da
geiras arrendadas ou afretadas, a casco nu, por Pesca, tem por finalidade o exercício da pesca
empresas, armadores de pesca ou cooperativas comercial;
de pesca brasileiras, com suspensão provisória V – arrendamento ou afretamento a cas-
de bandeira no país de origem. co nu: contrato pelo qual o arrendatário ou
Parágrafo único.  As empresas, os arma- afretador tem a posse, o uso e o controle da
dores de pesca ou as cooperativas de pesca embarcação, por tempo determinado, incluin-
brasileiras de que trata o caput deste artigo do o direito de designar o comandante e a
deverão ser registradas no Tribunal Marítimo tripulação; e
como Armador de Pesca, bem como inscritos VI – suspensão provisória de bandeira:
no Registro Geral da Pesca nas categorias de ato pelo qual o proprietário da embarcação
Indústria Pesqueira ou Armador de Pesca pela estrangeira, arrendada ou afretada, suspende,
Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da temporariamente, o uso da bandeira do país de
Presidência da República, na forma da legis- origem, a fim de que a embarcação seja inscrita
lação específica. em registro de outro país.

CAPÍTULO II – Das Definições CAPÍTULO III – Da Bandeira das


Embarcações
Art. 2o  Para os efeitos desta Lei, são estabele-
cidas as seguintes definições: Art. 3o  As embarcações de pesca arrendadas ou
I – embarcação de pesca: é aquela que, devi- afretadas a casco nu, com suspensão provisória
damente autorizada, se dedica, exclusivamente, de bandeira no país de origem, inscritas no Re-
à captura, ao processamento ou ao beneficia- gistro Temporário Brasileiro, deverão arvorar
mento do pescado, com finalidade comercial; a bandeira brasileira.
Legislação Pesqueira

II – armador de pesca: pessoa física re- Parágrafo único.  Nas embarcações de pesca
sidente e domiciliada no País, devidamente de bandeira brasileira, de que trata o caput
registrada no Tribunal Marítimo, que, em seu deste artigo, 2/3 (dois terços) da tripulação
nome ou sob sua responsabilidade, apresta devem ser, obrigatoriamente, brasileiros,
a embarcação de pesca para sua exploração incluindo o Comandante e o Chefe de Má-
comercial; quinas.
28
CAPÍTULO IV – Do Registro de III – por solicitação da empresa brasileira de
Embarcações de Pesca Arrendadas ou pesca, do armador de pesca ou da cooperativa
Afretadas de pesca brasileira, arrendatária ou afretadora,
que tenha requerido o registro;
Art. 4o  O Registro Temporário Brasileiro será IV – quando efetuado o Registro de Proprie-
efetuado pelo Tribunal Marítimo para todas as dade Marítima no Tribunal Marítimo da mes-
embarcações de pesca estrangeiras arrendadas ma embarcação de pesca, em decorrência de
ou afretadas a casco nu, com suspensão pro- aquisição por empresa ou armador brasileiro;
visória de bandeira, não suprimindo e sendo V – quando o registro do armador for can-
complementar ao Registro de Propriedade celado pelo Tribunal Marítimo;
Marítima, nos termos da Lei no 7.652, de 3 de VI – por afretamento da embarcação a em-
fevereiro de 1988, e ao Registro Geral da Pesca, presa estrangeira, devidamente informado ao
instituído pelo Decreto-Lei no  221, de 28 de Tribunal Marítimo;
fevereiro de 1967. VII – por venda da embarcação, informada
§ 1o  O Tribunal Marítimo expedirá Cer- ao Tribunal Marítimo;
tificado de Registro Temporário – CRT, com VIII – quando o registro da empresa ou coo-
validade igual à do contrato de arrendamento perativa de pesca for cancelado pela Secretaria
ou afretamento, não podendo exceder o perí- Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência
odo de 5 (cinco) anos. da República;
§ 2o  O CRT deverá ser renovado quando IX – por rescisão do contrato de arrenda-
a prorrogação do contrato de arrendamento mento ou afretamento, informado ao Tribunal
ou afretamento for autorizada pela Secretaria Marítimo e à Secretaria Especial de Aqüicultura
Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência e Pesca da Presidência da República; e
da República, conforme competência instituída X – quando deixarem de ser satisfeitas as
pela Lei no 10.683, de 28 de maio de 2003. condições previstas nesta Lei para o Registro
Temporário Brasileiro e na legislação comple-
Art. 5o  Caberá ao Poder Executivo Federal mentar específica.
regulamentar o Registro Temporário Brasileiro,
estabelecendo as normas complementares ne-
cessárias ao seu funcionamento e as condições CAPÍTULO VI – Disposições Finais
para a inscrição de embarcações.
Art. 7o  Caberá à Autoridade Marítima a fis-
calização do Registro Temporário Brasileiro.
CAPÍTULO V – Do Cancelamento
Art. 8o  Esta Lei entra em vigor na data de sua
Art. 6   O cancelamento do Registro Temporá-
o
publicação.
rio Brasileiro ocorrerá nas seguintes situações:
I – ex officio, quando do término do prazo Brasília, 1o de dezembro de 2006; 185o da Inde-
concedido ou se for revogada a suspensão pro- pendência e 118o da República.
visória de bandeira no país de origem;
Normas e regulamentos federais

II – quando a autorização para o arrenda- LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Waldir Pires
mento ou afretamento da embarcação de pesca
for cancelada pela Secretaria Especial de Aqüi- Promulgada em 1o/12/2006 e publicada no DOU
cultura e Pesca da Presidência da República; de 4/12/2006.

29
Lei no 10.849/2004
Cria o Programa Nacional de Financiamento da Ampliação e Modernização da Frota Pesqueira
Nacional – Profrota Pesqueira, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA julho de 2004, e dos Fundos Constitucionais de


Financiamento do Norte – FNO e do Nordeste
Faço saber que o Congresso Nacional decreta – FNE, instituídos pela Lei no 7.827, de 27 de
e eu sanciono a seguinte Lei: setembro de 1989, podendo ser realizado em
bases e condições diferenciadas das vigentes
Art. 1o  Fica criado o Programa Nacional de Fi- para os respectivos Fundos. 4
nanciamento da Ampliação e Modernização da § 1o (Revogado)
Frota Pesqueira Nacional – Profrota Pesqueira. § 2o  O regulamento desta Lei especificará:
I – as metas globais do Programa com cro-
Art. 2o  O Profrota Pesqueira compreende nogramas anuais, por fonte de financiamento,
financiamentos para a aquisição, construção, levando em consideração a sustentabilidade
conversão, modernização, substituição, adap- ambiental da atividade;
tação e equipagem de embarcações pesqueiras II – as bases e condições de financiamento,
com o objetivo de reduzir a pressão de captura garantindo tratamento diferenciado pelo porte
sobre estoques sobre-explotados, proporcionar do beneficiário, em especial para as cooperati-
a eficiência e sustentabilidade da frota pesqueira vas e associações de míni e pequeno porte, e
costeira e continental, promover o máximo segundo aspectos ambientais;
aproveitamento das capturas, aumentar a pro- III – as embarcações, por espécie pesqueira,
dução pesqueira nacional, utilizar estoques a serem objetos dos financiamentos;
pesqueiros na Zona Econômica Exclusiva bra- IV – os critérios e requisitos para aprovação
sileira e em águas internacionais, consolidar a dos projetos de financiamento;
frota pesqueira oceânica nacional e melhorar V – os limites financeiros anuais para a
a qualidade do pescado produzido no Brasil.3 concessão de financiamentos ao amparo do
Parágrafo único.  São beneficiárias do Pro- Programa; e
frota Pesqueira as pessoas físicas e jurídicas, VI – outros critérios necessários à eficiente
inclusive cooperativas e associações, devida- implementação e operacionalização do Profrota
mente inscritas no Registro Geral da Atividade Pesqueira.
Pesqueira – RGP nas categorias de Armador
de Pesca, Pescador Profissional, Indústria ou Art. 4o  Para fins do disposto no caput do art.
Empresa Pesqueira, classificadas por porte, 2o desta Lei, os financiamentos observarão os
conforme critérios a serem definidos em re- seguintes parâmetros:5
gulamento. I – limite dos financiamentos para as moda-
I – (Revogado); lidades de construção, substituição, moderni-
II – (Revogado). zação e conversão: até 90% (noventa por cento)
do valor do projeto aprovado;
Legislação Pesqueira

Art. 3o  O Profrota Pesqueira será financiado II – prazos de amortização, em parcelas


com recursos do Fundo da Marinha Mercan- anuais, iguais e sucessivas:
te – FMM, previsto na Lei no 10.893, de 13 de
4
Lei no 12.712/2012.
3
Lei n  12.712/2012.
o 5
Lei no 12.712/2012.
30
a) modalidades de construção e de substitui- Longo Prazo – TJLP ou índice oficial que vier
ção: até 20 (vinte) anos, incluídos até 4 (quatro) a substituí-la.7
anos de carência; Parágrafo único.  As despesas com a equa-
b) modalidade de modernização: até 10 (dez) lização prevista no caput deste artigo correrão
anos, incluídos até 3 (três) anos de carência; e à conta de dotações orçamentárias específicas
c) modalidade de conversão: até 15 (quinze) alocadas no Orçamento Geral da União, obser-
anos, incluídos até 4 (quatro) anos de carência; vados os limites de movimentação e empenho
III – (Revogado); e de pagamento da programação orçamentária
IV – (Revogado); e financeira anual.
V – (Revogado).
§ 1o  Nas aquisições de barcos para a pesca Art. 8o  Constituem requisitos mínimos para a
oceânica, será observado o seguinte: aprovação dos projetos no âmbito do Profrota
I – limite de financiamento: 50% (cinquenta Pesqueira:
por cento) do valor do barco; I – a homologação, pela Secretaria Especial
II – prazo de financiamento de até 20 (vinte) de Aqüicultura e Pesca da Presidência da Re-
anos, sendo 2 (dois) de carência e até 18 (de- pública, dos aspectos técnicos das propostas,
zoito) para amortização. bem como da habilitação do proponente para
§ 2 o  Os financiamentos de aquisição e o desenvolvimento da atividade pretendida;
instalação de equipamentos contarão com até II – a concessão de permissão prévia de
5 (cinco) anos para amortização e até 3 (três) pesca pela Secretaria Especial de Aqüicultura
anos de carência, após a entrega. e Pesca da Presidência da República; e
§ 3o  Os financiamentos para reparo de em- III – a licença de construção e conversão
barcações contarão com até 3 (três) anos para do barco emitida pelo Comando da Marinha.
amortização e até 2 (dois) anos de carência,
após a entrega. Art. 9o  O Poder Executivo regulamentará o
disposto nesta Lei.
Art. 5o (Revogado)6
Art. 10.  Esta Lei entra em vigor na data de
Art. 6o  Serão concedidos bônus por adim- sua publicação.
plemento sobre os encargos das dívidas das
operações de financiamento no âmbito do Brasília, 23 de março de 2004; 183o da Indepen-
Profrota Pesqueira vinculados a fatores de or- dência e 116o da República.
dem ambiental, social e de estímulo à captura
de novas espécies, na forma a ser definida em LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Antonio
regulamento. Palocci Filho – Guido Mantega – Ciro Ferreira
Gomes – Marina Silva
Art. 7o  É a União autorizada a equalizar as
taxas dos financiamentos realizados no âmbito Promulgada em 23/3/2004 e publicada no DOU de
do Profrota Pesqueira, tendo como parâmetro 24/3/2004.
de remuneração dos Fundos a Taxa de Juros de
Normas e regulamentos federais

6
Lei no 12.712/2012. 7
Lei no 10.893/2004.
31
Lei no 10.779/2003
Dispõe sobre a concessão do benefício de seguro desemprego, durante o período de defeso, ao pescador
profissional que exerce a atividade pesqueira de forma artesanal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA da Previdência ou da Assistência Social, exceto


auxílio acidente e pensão por morte; e
Faço saber que o Congresso Nacional decreta IV – atestado da Colônia de Pescadores a
e eu sanciono a seguinte Lei: que esteja filiado, com jurisdição sobre a área
onde atue o pescador artesanal, que comprove:
Art. 1o  O pescador profissional que exerça sua a) o exercício da profissão, na forma do art.
atividade de forma artesanal, individualmente 1o desta Lei;
ou em regime de economia familiar, ainda que b) que se dedicou à pesca, em caráter ininter-
com o auxílio eventual de parceiros, fará jus rupto, durante o período compreendido entre
ao benefício de seguro-desemprego, no valor o defeso anterior e o em curso; e
de um salário-mínimo mensal, durante o pe- c) que não dispõe de outra fonte de renda
ríodo de defeso de atividade pesqueira para a diversa da decorrente da atividade pesqueira.
preservação da espécie. Parágrafo único.  O Ministério do Trabalho
§ 1o  Entende-se como regime de economia e Emprego poderá, quando julgar necessário,
familiar o trabalho dos membros da mesma exigir outros documentos para a habilitação
família, indispensável à própria subsistência e do benefício.
exercido em condições de mútua dependência
e colaboração, sem a utilização de empregados. Art. 3o  Sem prejuízo das sanções civis e penais
§ 2 o  O período de defeso de atividade cabíveis, todo aquele que fornecer ou benefi-
pesqueira é o fixado pelo Instituto Brasileiro ciar-se de atestado falso para o fim de obtenção
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais do benefício de que trata esta Lei estará sujeito:
Renováveis – IBAMA, em relação à espécie I – a demissão do cargo que ocupa, se ser-
marinha, fluvial ou lacustre a cuja captura o vidor público;
pescador se dedique. II – a suspensão de sua atividade, com can-
celamento do seu registro, por dois anos, se
Art. 2o  Para se habilitar ao benefício, o pesca- pescador profissional.
dor deverá apresentar ao órgão competente do
Ministério do Trabalho e Emprego os seguintes Art. 4o  O benefício de que trata esta Lei será
documentos: cancelado nas seguintes hipóteses:
I – registro de pescador profissional devi- I – início de atividade remunerada;
damente atualizado, emitido pela Secretaria II – início de percepção de outra renda;
Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência III – morte do beneficiário;
da República, com antecedência mínima de um IV – desrespeito ao período de defeso; ou
ano da data do início do defeso; V – comprovação de falsidade nas informa-
II – comprovante de inscrição no Institu- ções prestadas para a obtenção do benefício.
Legislação Pesqueira

to Nacional do Seguro Social – INSS como


pescador, e do pagamento da contribuição Art. 5o  O benefício do seguro-desemprego a
previdenciária; que se refere esta Lei será pago à conta do Fundo
III – comprovante de que não está em gozo de Amparo ao Trabalhador – FAT, instituído
de nenhum benefício de prestação continuada pela Lei no 7.998, de 11 de janeiro de 1990.

32
Art. 6o  Esta Lei entra em vigor na data de sua LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Jaques
publicação. Wagner

Art. 7o  Fica revogada a Lei no 8.287, de 20 de Promulgada em 25/11/2003 e publicada no DOU
dezembro de 1991. de 26/11/2003.

Brasília, 25 de novembro de 2003; 182o da In-


dependência e 115o da República.

Normas e regulamentos federais

33
Decreto no 6.241/2007
Regulamenta os arts. 17, 18 e 19 da Lei no 11.524, de 24 de setembro de 2007, que trata da indenização
aos proprietários de redes de espera do tipo caçoeira e compressores de ar utilizados para a pesca
da lagosta, e da assistência financeira mensal aos pescadores impedidos de exercerem a pesca de
lagostas, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da e Panulirus laevicauda (lagosta verde) por


atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, mergulho, conforme disposto no art. 18 da Lei
da Constituição, e tendo em vista o disposto no 11.524, de 2007, será realizada pela Secretaria
na Lei no 11.524, de 24 de setembro de 2007, Especial de Aqüicultura e Pesca.
§ 1o  Para fazer jus à indenização, os pro-
DECRETA: prietários deverão entregar os equipamentos,
contando, minimamente, com compressor,
Art. 1o  A indenização aos proprietários das polia, reservatório de ar (vulgarmente conhe-
redes de espera do tipo caçoeira, conforme cido como “balão”), mangueira e válvula de
disposto no art. 17 da Lei no 11.524, de 24 de respiração (também chamada “respirador” ou
setembro de 2007, cuja utilização foi proibida “segundo estágio”).
para a pesca de lagostas das espécies Panulirus § 2o  O comprimento mínimo da mangueira
argus (lagosta vermelha) e Panulirus laevicauda referida no § 1o será de cinqüenta metros.
(lagosta verde), será realizada pela Secretaria § 3o  O valor da indenização corresponderá a
Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência R$ 1.000,00 (mil reais) por equipamento.
da República, segundo os seguintes critérios:
I – a rede tipo caçoeira multifilamento, devi- Art. 3o  A Secretaria Especial de Aqüicultura e
damente entralhada e na forma que se utilizava Pesca disponibilizará um ponto de recebimento
para pesca, incluindo pano, bóias, chumbadas fixo na sede do Escritório Estadual do Pará,
e cordas de entralhe, será indenizada ao preço Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,
de R$ 1,34 (um real e trinta e quatro centavos) Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e
o metro, considerando uma panagem mínima Espírito Santo, onde ocorre a pesca da lagosta.
e contínua de vinte e cinco metros e excluindo- Parágrafo único.  A Secretaria Especial de
-se, para efeitos de medição, os espaços entre Aqüicultura e Pesca designará, além dos Escritó-
panagens vulgarmente chamados “bocas”; rios Estaduais, unidades volantes que percorrerão
II – a rede tipo caçoeira monofilamento, de- os principais Municípios pesqueiros dos Estados,
vidamente entralhada e na forma que se usava visando facilitar os procedimentos de entrega
para pesca, incluindo pano, bóias, chumbadas dos equipamentos de pesca a serem indenizados.
e cordas de entralhe, será indenizada ao preço
de R$ 0,30 (trinta centavos) o metro, consi- Art. 4o  Os equipamentos de pesca referidos
derando uma panagem mínima e contínua nos arts. 1o e 2o serão devidamente medidos,
de vinte e cinco metros e excluindo-se, para inutilizados, ensacados e lacrados na presença
efeitos de medição, os espaços entre panagens do proprietário a ser indenizado, que firmará
Legislação Pesqueira

vulgarmente chamados “bocas”. recebido conforme modelo constante do Anexo


I deste Decreto.
Art. 2o  A indenização dos proprietários dos Parágrafo único.  Os equipamentos de pesca
equipamentos do tipo compressor de ar, utili- recolhidos pela Secretaria Especial de Aqüicul-
zados exclusivamente para a captura de lagostas tura e Pesca serão inutilizados e encaminhados
das espécies Panulirus argus (lagosta vermelha) para destinação final adequada.
34
Art. 5o  Os proprietários dos equipamentos poderão se inscrever para os cursos referidos
de pesca especificados nos arts. 1o e 2o terão no art. 12 e para recebimento da assistência fi-
o prazo de trinta dias, a contar da data de nanceira nos Escritórios Estaduais da Secretaria
publicação deste Decreto, para entregar os Especial de Aqüicultura e Pesca especificados
referidos equipamentos à Secretaria Especial no art. 3o.
de Aqüicultura e Pesca.
§ 1o  As indenizações de que tratam os arts. Art. 10.  Os pescadores profissionais artesanais,
1 e 2o serão efetivadas por meio de instituição
o
no ato de inscrição para recebimento da assis-
financeira oficial, mediante emissão de autori- tência financeira, deverão preencher o formu-
zação de pagamento nominal e intransferível ao lário de inscrição e a declaração de que estão
beneficiário assinada por pessoal credenciado impedidos de exercer a pesca da lagosta no ano
pela Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca. de 2007 em razão das Instruções Normativas
§ 2o  Para efeitos documentais e de com- IBAMA nos 138/2006 e 144/2007 e da SEAP/
provação fiscal, os beneficiários das indeni- PR no 01/2007, conforme modelo constante no
zações deverão apresentar, no ato de entrega Anexo II deste Decreto.
dos materiais de pesca, o Cadastro de Pessoa § 1o  Os pescadores profissionais artesanais
Física – CPF. deverão, no ato da inscrição, anexar os seguin-
tes documentos:
Art. 6o  A indenização dos equipamentos de I – cópia do Registro Geral da Pesca (RGP)
que tratam os arts. 1o e 2o não gerará direitos ou do protocolo do RGP;
para futuros permissionamentos de barcos para II – cópia de documento de identidade com
a pesca de lagosta. foto;
III – cópia do CPF;
Art. 7o  Os equipamentos de pesca referidos nos IV – cópia da inscrição no Programa de
arts. 1o e 2o, bem como quaisquer outros petre- Integração Social – PIS.
chos apreendidos pelos órgãos de fiscalização, § 2o  O prazo para inscrição será de dezes-
não serão objeto do pagamento de indenização. sete dias a contar da data de publicação deste
Decreto.
Art. 8o  Para fazer jus à assistência financeira
mensal a que se refere o art. 19 da Lei no 11.524, Art. 11.  A Secretaria Especial de Aqüicultura
de 2007, os pescadores profissionais artesanais e Pesca publicará, no Diário Oficial da União,
deverão atender aos seguintes requisitos: a relação dos pescadores que poderão receber
I – constar da base de dados do seguro a assistência financeira mensal, em até vinte e
desemprego do Ministério do Trabalho e Em- três dias, contados da publicação deste Decreto.
prego, ano base 2006, beneficiados em 2007;
II – comprovar, por meio de declaração, que Art. 12.  Para receber a assistência financeira
está impedido de exercer a pesca da lagosta em mensal, os pescadores profissionais artesanais
razão das Instruções Normativas do IBAMA nos deverão se inscrever e freqüentar curso de alfa-
138/2006 e 144/2007 e da SEAP/PR no 03/2007; betização ou de qualificação, conforme disposto
III – inscrever-se e freqüentar os cursos de no § 2o art. 19 da Lei no 11.524, de 2007.
Normas e regulamentos federais

que trata o art. 12. § 1o  Para a realização dos cursos de alfabe-
Parágrafo único.  Aos pescadores profissio- tização e de qualificação, a Secretaria Especial
nais artesanais beneficiados com a assistência de Aqüicultura e Pesca poderá celebrar convê-
financeira de que trata o caput é vedado o acesso nios e outros ajustes com entidades de direito
ao seguro desemprego proveniente do defeso da público e privado.
pesca da lagosta no ano de 2007. § 2o  Os locais e os períodos de realização
dos cursos de alfabetização e qualificação serão
Art. 9o  Os pescadores profissionais artesanais divulgados pela Secretaria Especial de Aqüi-
que se enquadrarem nos requisitos do art. 8o cultura e Pesca, juntamente com a relação dos
35
pescadores profissionais artesanais que poderão por cento às aulas integrantes dos cursos de
receber a assistência financeira. qualificação.
§ 3o  Os cursos de alfabetização terão carga § 2o  As instituições executoras procederão
horária de cento e oitenta e nove horas/aula, ao pagamento da assistência financeira, após
divididos em três módulos. autorização da Secretaria Especial de Aqüicul-
§ 4o  Os cursos de qualificação terão carga tura e Pesca.
horária de cento e vinte horas/aula, divididos
em três módulos. Art. 14.  Este Decreto entra em vigor na data
de sua publicação.
Art. 13.  As instituições executoras dos cursos
de alfabetização e qualificação deverão enca- Brasília, 19 de outubro de 2007; 186o da Inde-
minhar à Secretaria Especial de Aqüicultura e pendência e 119o da República.
Pesca, ao final de cada módulo, a freqüência dos
pescadores matriculados no referidos cursos, LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Dilma
para fins de comprovação. Rousseff
§ 1o  Para ter direito à assistência financei-
ra, os pescadores inscritos deverão possuir Decretado em 19/10/2007 e publicado no DOU de
freqüência mínima mensal de setenta e cinco 22/10/2007.
Legislação Pesqueira

36
Normas e regulamentos federais

37
Legislação Pesqueira

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Decreto no 5.818/2006
Dá nova redação ao art. 7o e ao inciso I do § 2o do art. 14 do Decreto no 5.474, de 22 de junho de 2005.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das “Art. 14 ............................................................


atribuições que lhe confere o art. 84, incisos § 2o ...................................................................
IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo I – independentemente da fonte do recurso,
em vista o disposto na Lei no 10.849, de 23 de a homologação prévia dos projetos pela
março de 2004, Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca
da Presidência da República;
DECRETA: ......................................................................... ”

Art. 1o  O art. 7o e inciso I do § 2o do art. 14 Art. 2o  Este Decreto entra em vigor na data de
do Decreto no 5.474, de 22 de junho de 2005, sua publicação.
passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 7o O risco pela operação poderá ser Brasília, 26 de junho de 2006; 185o da Indepen-
integralmente assumido pelo agente fi- dência e 118o da República.
nanceiro ou compartilhado com o Fundo
Constitucional, nos termos do art. 6o da Lei LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Bernard
no 10.177, de 12 de janeiro de 2001. Appy – Dilma Rousseff
Parágrafo único. O del credere do agente
financeiro, no caso de compartilhamento do Decretado em 26/6/2006 e publicado no DOU de
risco, será reduzido em percentual idêntico 27/6/2006.
ao garantido pelos Fundos Constitucionais.”

Normas e regulamentos federais

39
Decreto no 5.474/2005
Regulamenta a Lei no 10.849, de 23 de março de 2004, que cria o Programa de Financiamento da
Ampliação e Modernização da Frota Pesqueira Nacional – Profrota Pesqueira, institui o Grupo
Gestor do Profrota Pesqueira e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das ou associações de miniprodutores, tenham seu


atribuições que lhe confere o art. 84, incisos quadro social ativo constituído por pelo menos
IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo setenta por cento de mini e pequenos produtores;
em vista o disposto na Lei no 10.849, de 23 de VII – cooperativas e associações de médios
março de 2004, produtores: aquelas que, não sendo coope-
rativas ou associações de mini ou pequenos
DECRETA: produtores, tenham seu quadro social ativo
constituído por pelo menos setenta por cento
Art. 1o  São beneficiárias do Programa de Fi- de mini, pequenos e médios produtores; e
nanciamento da Ampliação e Modernização da VIII – cooperativas e associações de grandes
Frota Pesqueira Nacional – Profrota Pesqueira produtores: aquelas que, não sendo cooperati-
as empresas pesqueiras industriais, assim vas ou associações de mini, pequenos ou mé-
definidas como sendo as pessoas jurídicas, as dios produtores, contem em seu quadro social
pessoas físicas equiparadas à pessoa jurídica e as ativo com a participação de grandes produtores.
cooperativas que se dediquem à atividade pes-
queira, classificadas por porte, conforme abaixo: Art. 2o  Os financiamentos do Profrota Pes-
I – microempresa: aquela com receita bruta queira destinam-se à construção, aquisição e
anual de até R$ 433.755,14 (quatrocentos e modernização de embarcações.
trinta e três mil, setecentos e cinqüenta e cinco § 1o  A construção e a simultânea equipagem
reais e quatorze centavos); de embarcações tem por objetivo:
II – pequena empresa: aquela com receita I – a ampliação da frota dedicada à pesca
bruta anual acima de R$ 433.755,14 (quatro- oceânica; e
centos e trinta e três mil, setecentos e cin- II – a substituição das embarcações da frota
qüenta e cinco reais e quatorze centavos) até costeira ou continental, visando a sua renovação.
R$ 2.133.222,00 (dois milhões, cento e trinta e § 2o  A aquisição de embarcações construí-
três mil, duzentos e vinte e dois reais); das há no máximo cinco anos tem por objetivo
III – média empresa: aquela com receita exclusivo a ampliação da frota oceânica.
bruta anual acima de R$ 2.133.222,00 (dois § 3o  A modernização de embarcações tem
milhões, cento e trinta e três mil, duzentos e por objetivo:
vinte e dois reais) até R$ 8.000.000,00 (oito I – a conversão para readequação da em-
milhões de reais); barcação e respectivo método de pesca, com
IV – grande empresa: aquela com receita abdicação da permissão de pesca original;
bruta anual acima de R$ 8.000.000,00 (oito II – a adaptação para fins de reparo ou jum-
milhões de reais); borização (aumento da capacidade de carga); e
Legislação Pesqueira

V – cooperativas e associações de minipro- III – a equipagem, compreendendo a aquisi-


dutores: aquelas com pelo menos setenta por ção e instalação de equipamentos ou petrechos
cento do quadro social ativo constituído de de pesca.
miniprodutores;
VI – cooperativas e associações de pequenos Art. 3o  Os financiamentos concedidos no âm-
produtores: aquelas que, não sendo cooperativas bito do Profrota Pesqueira para a construção
40
e a simultânea equipagem de embarcações, III – prazo de carência: dois anos;
conforme previsto nos incisos I e II do § 1o do IV – encargos: taxas de juros de doze por
art. 2o, observarão as seguintes condições: cento ao ano, para empresas, cooperativas e as-
I – limite dos financiamentos: até noventa por sociações de grande porte; de dez por cento ao
cento dos itens financiáveis do projeto aprovado; ano, para empresas, cooperativas e associações
II – prazo de amortização: a ser definido de médio porte; e de sete por cento ao ano, para
de acordo com a capacidade de pagamento do micro e pequenas empresas e para cooperativas
beneficiário, observado o prazo máximo de e associações de mini e pequeno porte;
dezoito anos, incluído o prazo de carência, em V – bonificação por adimplemento sobre os
parcelas anuais, iguais e sucessivas; encargos fixados, desde que as parcelas sejam
III – prazo de carência: até três anos, incluído pagas até o vencimento, de cinco por cento, nas
o prazo de construção; operações de financiamento da aquisição de
IV – encargos: taxas de juros de doze por embarcações destinadas à captura de espécies
cento ao ano, para empresas, cooperativas e as- subexplotadas ou ainda inexplotadas na ZEE e
sociações de grande porte; de dez por cento ao em águas internacionais; e
ano, para empresas, cooperativas e associações VI – del credere de até seis por cento ao
de médio porte; e de sete por cento ao ano, para ano, já incluído na taxa de juros, para fazer jus
micro e pequenas empresas e para cooperativas à remuneração e aos custos administrativos e
e associações de mini e pequeno porte; tributários do agente financeiro.
V – bonificação por adimplemento sobre os
encargos fixados, desde que as parcelas sejam Art. 5 o  Os financiamentos concedidos ao
pagas até o vencimento: amparo do Profrota Pesqueira para a moder-
a) de trinta por cento, na construção de nização de embarcações, compreendendo a
embarcação para substituição, quando houver conversão, adaptação (reparos ou jumboriza-
deslocamento de atividade pesqueira sobreex- ção) e equipagem (aquisição de equipamentos
plotada, para a pesca de espécies sob menor ou petrechos de pesca), observarão as seguintes
pressão de captura; bases e condições:
b) de vinte por cento, nas operações de I – limite dos financiamentos: até noventa
financiamento da construção de embarcações por cento dos itens financiáveis do projeto
destinadas à captura de espécies subexplotadas aprovado;
ou ainda inexplotadas na ZEE – Zona Econô- II – prazos de amortização e carência:
mica Exclusiva e em águas internacionais; e a) conversão e adaptação de embarcações
VI – del credere de até seis por cento ao para fins de jumborização (aumento da capa-
ano, já incluído na taxa de juros, para fazer jus cidade de carga) e conversão: de acordo com
à remuneração e aos custos administrativos e a capacidade de pagamento do beneficiário,
tributários do agente financeiro. amortização em até dez anos, incluído o prazo
de carência, em parcelas anuais, iguais e suces-
Art. 4o  Os financiamentos concedidos no âm- sivas, sendo a carência de até três anos, incluído
bito do Profrota Pesqueira, para a aquisição de o prazo de construção;
embarcações, construídas há no máximo cinco b) adaptação de embarcações para fins de re-
Normas e regulamentos federais

anos, destinadas à ampliação da frota pesqueira paro: de acordo com a capacidade de pagamen-
oceânica, observarão as seguintes condições: to do beneficiário, amortização em até cinco
I – limite dos financiamentos: até cinqüenta anos, incluído o prazo de carência, em parcelas
por cento do valor do barco; anuais, iguais e sucessivas, sendo a carência de
II – prazo de amortização: a ser definido até dois anos, incluído o prazo da obra;
de acordo com a capacidade de pagamento do c) equipagem de embarcações, compre-
beneficiário, observado o prazo máximo de até endendo a aquisição e instalação de equipa-
catorze anos, incluído o prazo de carência, em mentos ou petrechos de pesca: de acordo com
parcelas anuais, iguais e sucessivas; a capacidade de pagamento do beneficiário,
41
amortização em até cinco anos, incluído o compartilhado com o Fundo Constitucional,
prazo de carência, em parcelas anuais, iguais e nos termos do art. 6o da Lei no 10.177, de 12 de
sucessivas, sendo a carência de até dois anos, janeiro de 2001.9
incluído o prazo da equipagem; Parágrafo único. O del credere do agente
III – encargos: taxas de juros de doze por financeiro, no caso de compartilhamento do
cento ao ano, para empresas, cooperativas e as- risco, será reduzido em percentual idêntico ao
sociações de grande porte; de dez por cento ao garantido pelos Fundos Constitucionais.
ano, para empresas, cooperativas e associações
de médio porte; e de sete por cento ao ano, para Art. 8o  A bonificação por adimplemento sobre
micro e pequenas empresas e para cooperativas os encargos fixados nos arts. 3o, 4o e 5o não
e associações de mini e pequeno porte; poderá ser cumulativa.
IV – bonificação por adimplemento sobre os Parágrafo único.  No caso de desvio na apli-
encargos fixados, desde que as parcelas sejam cação dos recursos, o mutuário perderá, sem
pagas até o vencimento: prejuízo das medidas judiciais cabíveis, inclu-
a) de trinta por cento, nas operações de sive de natureza executória, todo e qualquer
modernização da embarcação para conversão benefício, especialmente os relativos ao bônus
quando houver deslocamento de atividade pes- de adimplência.
queira sobreexplotada para pesca de espécies
sob menor pressão de captura; Art. 9o  O cumprimento das condicionantes
b) de vinte por cento, nas operações de mo- que dão direito à bonificação será acompanha-
dernização de embarcação para equipagem, do, avaliado, aferido e atestado pela Secretaria
que implique a substituição de equipamentos Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência
e petrechos de pesca de alto impacto ambien- da República.
tal e de grande potencial de risco à saúde dos
trabalhadores; e Art. 10.  Os limites financeiros anuais, no perí-
V – del credere de até seis por cento ao ano, odo de 2005 a 2015, para a concessão de finan-
já incluído na taxa de juros, para fazer jus à ciamentos ao amparo do Profrota Pesqueira, por
remuneração e aos custos administrativos e fonte de recursos, são os abaixo estabelecidos:10
tributários do agente financeiro. I – até R$ 140.000.000,00 (cento e quarenta
milhões de reais), quando os recursos forem
Art. 6o  Nas operações de financiamento, além provenientes do Fundo da Marinha Mercante
de serem permitidas as garantias usuais do – FMM;
crédito, deverão ser apresentadas uma ou mais II – até R$ 40.000.000,00 (quarenta milhões
das seguintes garantias:8 de reais), quando os recursos forem oriundos
I – alienação fiduciária da embarcação do Fundo de Financiamento do Norte – FNO; e
financiada; III – até R$ 120.000.000,00 (cento e vinte
II – arrendamento mercantil da embarcação milhões de reais), quando os recursos forem
financiada; provenientes do Fundo de Financiamento do
III – hipoteca da embarcação financiada; Nordeste – FNE.
IV – hipoteca de outras embarcações; Parágrafo único.  Os limites estabelecidos
V – fundo de aval; e neste artigo poderão ser anualmente revistos
VI – Fundo de Garantia para a Construção quando, no ano anterior, não forem efetiva-
Naval – FGCN, nos termos do inciso III do § 2o do mente alcançados.
Legislação Pesqueira

art. 4o da Lei no 11.786, de 25 de setembro de 2008.


Art. 11.  As despesas com a equalização das
Art. 7o  O risco pela operação poderá ser inte- taxas dos financiamentos do Profrota Pes-
gralmente assumido pelo agente financeiro ou
9
Decreto no 5.818/2006.
8
Decreto n  6.746/2009.
o 10
Decreto no 6.746/2009.
42
queira, efetuadas com base na Taxa de Juros pública, dos aspectos técnicos das propostas,
de Longo Prazo – TJLP ou índice oficial que bem como da habilitação do proponente para
vier a substituí-la, correrão à conta de dotações o desenvolvimento da atividade pretendida;
orçamentárias específicas alocadas no Orça- II – concessão de permissão prévia de pesca
mento Geral da União, observados os limites de pela Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca
movimentação e empenho e de pagamento da da Presidência da República; e
programação orçamentária e financeira anual III – licença de construção ou conversão
da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca do barco emitida pelo Comando da Marinha.
da Presidência da República. Parágrafo único.  As especificações técnicas
§ 1o  O limite financeiro anual para efeito de que trata o caput devem estar em conso-
de equalização das taxas de financiamento do nância com manual técnico e ambiental, a
Profrota Pesqueira é de até R$ 32.550.000,00 ser elaborado conjuntamente pela Secretaria
(trinta e dois milhões e quinhentos e cinqüenta Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência
mil reais). da República, Ministério do Meio Ambiente
§ 2o  O limite previsto no § 1o poderá ser e Ministério da Defesa, e disponibilizado por
anualmente revisto em ato do Poder Executivo. aquela Secretaria Especial.

Art. 12.  Os recursos do Programa serão des- Art. 14.  Os projetos e as propostas de constru-
tinados, exclusivamente, à equalização de ope- ção, aquisição e modernização de embarcações
rações de financiamento, de modo a permitir: no âmbito do Profrota Pesqueira deverão ser
I – a equalização das taxas dos contratos encaminhados, primeiramente, à Secretaria
de financiamento, sem aplicação de bônus de Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência
adimplência, tendo por parâmetro a projeção da República, para análise do mérito, habilita-
da TJLP ou índice que vier a substituí-la, a ser ção e homologação, e posteriormente ao agente
disponibilizada pela Secretaria do Tesouro financeiro.11
Nacional; § 1o  Após os procedimentos pertinentes no
II – a equalização do custo decorrente da âmbito da Secretaria Especial de Aqüicultura
concessão de bônus de adimplência aos toma- e Pesca da Presidência da República, no caso
dores de empréstimo; e de financiamentos com recursos do FMM, os
III – a equalização da volatilidade da TJLP, no projetos e propostas de construção, aquisição
cálculo da equalização mencionada no inciso I. e modernização de embarcações no âmbito do
§ 1o  Após a contratação de operações de Profrota Pesqueira deverão ser encaminhados
financiamento, os correspondentes recursos ao Conselho Diretor do Fundo da Marinha
relativos às equalizações citadas neste artigo Mercante – CDFMM, para análise.
serão liberados, pelo seu total, a valor presente § 2o  Constitui pré-requisito à aprovação
e em parcela única. dos financiamentos pelos agentes financeiros:
§ 2o  As condições operacionais da equali- I – independentemente da fonte do recur-
zação serão especificadas em portaria conjunta so, a homologação prévia dos projetos pela
do Ministério da Fazenda e da Secretaria Es- Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da
pecial de Aqüicultura e Pesca da Presidência Presidência da República;
Normas e regulamentos federais

da República. II – em se tratando de financiamento com


recursos do FMM, a submissão e aprovação do
Art. 13.  Além de estarem sujeitos a análise projeto pela CDFMM; e
econômico-financeira, os projetos e as propostas III – em se tratando de financiamento com
de construção, aquisição e modernização de em- recursos do FNE e FNO, a análise econômico-
barcações deverão apresentar especificação téc- -financeira do agente do Fundo.
nica detalhada e atender aos seguintes requisitos:
I – homologação, pela Secretaria Especial
de Aqüicultura e Pesca da Presidência da Re- 11
Decreto no 5.818/2006.
43
Art. 15.  Fica criado o Grupo Gestor do Profro- V – determinar os procedimentos de contro-
ta Pesqueira, composto por um representante le das operações das embarcações financiadas;
de cada órgão ou entidade a seguir indicados: VI – acompanhar, controlar e avaliar a
I – Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca execução do programa, de modo a assegurar
da Presidência da República, que o coordenará; o cumprimento dos seus objetivos e metas,
II – Ministério do Meio Ambiente; propondo a reorientação das ações dos órgãos e
III – Ministério da Defesa; entidades envolvidos, no tocante a seus aspectos
IV – Ministério da Integração Nacional; técnicos e operacionais.
V – Ministério da Fazenda; Parágrafo único.  No prazo máximo de trinta
VI – Ministério dos Transportes; dias, a contar da data de publicação deste De-
VII – Ministério do Planejamento, Orça- creto, o Grupo Gestor deverá propor portaria
mento e Gestão; conjunta à Secretaria Especial de Aqüicultura e
VIII – Banco do Nordeste do Brasil S.A. – Pesca da Presidência da República e ao Ministé-
BNB; rio da Fazenda, para cumprimento do disposto
IX – Banco da Amazônia S.A. – BASA; e nos incisos I a III.
X – Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social – BNDES. Art. 17.  A Secretaria Especial de Aqüicultura
Parágrafo único.  Os membros e respectivos e Pesca da Presidência da República, o Minis-
suplentes do Grupo Gestor serão indicados tério da Defesa, por intermédio do Comando
pelos titulares dos órgãos e entidades repre- da Marinha, e o Ministério do Meio Ambiente,
sentados e designados pelo Secretário Espe- por intermédio do Instituto Brasileiro do Meio
cial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
República. – IBAMA, de acordo com suas respectivas com-
petências, instituirão procedimentos específi-
Art. 16.  Compete ao Grupo Gestor: cos de controle e fiscalização das atividades das
I – fixar as especificações das embarca- embarcações financiadas, com a publicação de
ções, por modalidade de pesca, a ser objeto relatórios anuais, de modo a assegurar o cum-
de financiamentos, em consonância com o primento das finalidades do Profrota Pesqueira.
manual técnico ambiental, conforme disposto
no parágrafo único do art. 13, observando as Art. 18.  Os casos omissos ou alterações nas
recomendações da Secretaria Especial de Aqüi- condições de financiamento, incluindo o del
cultura e Pesca da Presidência da República e credere do agente financeiro, serão definidos
do Ministério do Meio Ambiente; pelo Conselho Monetário Nacional.
II – detalhar as metas, para cada fonte de fi-
nanciamento, observados os limites financeiros Art. 19.  Este Decreto entra em vigor na data
de que tratam os arts. 10 e 11; de sua publicação.
III – distribuir o número de barcos por mo-
dalidade de pesca e região, de acordo com os Art. 20.  Fica revogado o Decreto no 5.095, de
termos fixados na Lei no 10.849, de 23 de março 1o de junho de 2004.
de 2004, observado o disposto no inciso I e as
recomendações da Secretaria Especial de Aqüi- Brasília, 22 de junho de 2005; 184o da Indepen-
cultura e Pesca da Presidência da República e dência e 117o da República.
do Ministério do Meio Ambiente;
Legislação Pesqueira

IV – propor a redefinição das metas do LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Antonio


Profrota Pesqueira, observados os limites fi- Palocci Filho
nanceiros de que tratam os arts. 10 e 11, com
as devidas justificativas, e observados os tetos Decretado em 22/6/2005 e publicado no DOU de
fixados na Lei no 10.849, de 2004; 23/6/2005

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Decreto no 4.810/2003
Estabelece normas para operação de embarcações pesqueiras nas zonas brasileiras de pesca, alto
mar e por meio de acordos internacionais, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da § 6o  A embarcação pesqueira em operação


atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, nas zonas brasileiras de pesca deverá expor no
da Constituição, e tendo em vista o disposto no casco, de forma legível, o número de inscrição
Decreto-Lei no 221, de 28 de fevereiro de 1967, no Registro Geral da Pesca concedido pela
nas Leis nos 7.679, de 23 de novembro de 1988, Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da
8.617, de 4 de janeiro de 1993, 9.537, de 11 de Presidência da República, bem como o código
dezembro de 1997, 9.605, de 12 de fevereiro de da permissão de pesca, na forma do ato auto-
1998, e no Decreto no 1.290, de 21 de outubro rizador ou normativo.
de 1994,
Art. 2o  Consideram-se embarcações pesquei-
DECRETA: ras as que, devidamente inscritas no Registro
Geral da Pesca, se dediquem exclusiva e
Art. 1o  As operações de embarcações pesquei- permanentemente à captura, transformação
ras nas zonas brasileiras de pesca, alto mar e por ou pesquisa dos seres animais e vegetais que
meio de acordos internacionais ficam sujeitas tenham nas águas seu meio natural ou mais
ao que disciplina este Decreto. freqüente de vida.
§ 1o  Entende-se por zonas brasileiras de § 1o  A embarcação de pesca, estrangeira ou
pesca: brasileira, para exercer atividades de pesquisa,
I – território nacional, compreendendo as ficará sujeita a norma específica.
águas continentais, as águas interiores e o mar § 2o  Entende-se por transformação, qual-
territorial; quer forma de beneficiamento do pescado, após
II – plataforma continental; a sua captura, incluindo as fases de conservação,
III – zona econômica exclusiva. estocagem, congelamento, entre outras consi-
§ 2o  Na zona de que trata o inciso I do § 1o, as deradas indispensáveis, dependendo do tipo de
atividades pesqueiras serão exercidas somente produto a ser elaborado.
por embarcações brasileiras de pesca. § 3o  As operações das embarcações pesquei-
§ 3o  Nas zonas de que tratam os incisos II ras que atuam na transformação do produto das
e III do § 1o, as atividades pesqueiras poderão pescarias estão sujeitas ao prévio cumprimento
ser exercidas por embarcações brasileiras e das normas higiênico-sanitárias e tecnológicas
estrangeiras arrendadas, de conformidade com do órgão competente do Ministério da Agricul-
o disposto neste Decreto. tura, Pecuária e Abastecimento.
§ 4o  Fica reservada à embarcação brasileira
Normas e regulamentos federais

de pesca a permissão para captura, na zona eco- Art. 3o  O Ministério do Meio Ambiente fixará,
nômica exclusiva e na plataforma continental, periodicamente, para ser observado nas zonas
de espécies cujo esforço de pesca seja limitado. brasileiras de pesca, o volume a ser capturado,
§ 5 o  A embarcação pesqueira, quando a modalidade de pesca, o petrecho permitido
estiver operando sob o amparo de acordo e o tamanho mínimo de captura por espécies
internacional de pesca firmado pelo Brasil, passíveis de serem capturadas por embarcações
exercerá suas atividades nas condições e nos pesqueiras.
limites estabelecidos no pacto, sem prejuízo do Parágrafo único.  No caso das espécies al-
cumprimento da legislação brasileira. tamente migratórias e das que estejam subex-
45
plotadas ou inexplotadas, caberá à Secretaria Estrangeira de Pesca de que trata o art. 4o deste
Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência Decreto.
da República a autorização e o estabelecimento § 1o  O pedido de Autorização para Arren-
de medidas que permitam os aproveitamentos damento de Embarcação Estrangeira de Pesca
adequados, racionais e convenientes desses deverá conter informações que permitam a ava-
recursos pesqueiros. liação da intensidade dos benefícios previstos
no art. 4o deste Decreto, além de:
Art. 4o  O arrendamento de embarcação es- I – satisfazer as prioridades e os critérios de-
trangeira de pesca por empresa ou cooperativa finidos para as atividades de pesca na zona eco-
de pesca brasileira é considerado instrumento nômica exclusiva e na plataforma continental;
da política de desenvolvimento da pesca oce- II – comprovar a capacidade jurídica e a re-
ânica nacional, visando propiciar os seguintes gularidade fiscal da empresa ou da cooperativa
benefícios:12 de pesca arrendatária.
I – aumento da oferta de pescado no merca- § 2o  A Autorização para Arrendamento de
do interno e geração de divisas; Embarcação Estrangeira de Pesca será conce-
II – aperfeiçoamento de mão-de-obra e ge- dida pela Secretaria Especial de Aqüicultura
ração de empregos no setor pesqueiro nacional; e Pesca da Presidência da República, desde
III – ocupação racional e sustentável da zona que precedida de edital público, segundo pro-
econômica exclusiva; cedimentos e critérios estabelecidos em ato
IV – estimulo à formação de frota nacional normativo da Secretaria, ouvido o Ministério
capaz de operar em águas profundas e utilização do Meio Ambiente.
de equipamentos que incorporem modernas
tecnologias; Art. 6o  A Autorização para Arrendamento
V – expansão e consolidação de empreendi- de Embarcação Estrangeira de Pesca terá o
mentos pesqueiros; prazo máximo de até dois anos, podendo ser
VI – fornecimento de subsídios para apro- prorrogado até por igual período, a critério da
fundamento de conhecimentos dos recursos Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da
vivos existentes na plataforma continental e na Presidência da República, observado o disposto
zona econômica exclusiva; nos arts. 4o e 5o deste Decreto.
VII – aproveitamento sustentável de recur- § 1o  O prazo de vigência da Autorização
sos pesqueiros em águas internacionais. inicia-se na data da emissão do termo de vis-
§ 1o  Para efeito do disposto neste Decreto, toria pela Capitania dos Portos ou pelo órgão
entende-se como empresa ou cooperativa de subordinado que possua jurisdição sobre o
pesca a pessoa jurídica brasileira, com sede no porto de registro.
Brasil, que se enquadre na categoria de indús- § 2o  A Autorização será considerada sem
tria pesqueira, na forma estabelecida no art. efeito se, no prazo de seis meses da data de sua
18 do Decreto-Lei no 221, de 28 de fevereiro publicação no Diário Oficial da União, não se
de 1967. efetivar a vistoria da embarcação.
§ 2o  A sistemática e os critérios para arren- § 3o  O pedido de prorrogação da Autoriza-
damento de embarcação estrangeira serão defi- ção deverá ser apresentado com antecedência
nidos em ato normativo da Secretaria Especial mínima de noventa dias, contados a partir da
de Aqüicultura e Pesca. data do seu vencimento.
Legislação Pesqueira

Art. 5o  A Secretaria Especial de Aqüicultura Art. 7o  A nacionalização de embarcação es-
e Pesca da Presidência da República, mediante trangeira de pesca será regulamentada em ato
ato normativo, disciplinará o pedido de Auto- normativo específico da Secretaria Especial de
rização para Arrendamento de Embarcação Aqüicultura e Pesca da Presidência da Repú-
blica, observando as competências dos demais
12
Decreto no 6.772/2009. órgãos da administração pública federal.
46
Art. 8o  A embarcação estrangeira de pesca da Presidência da República, ao final de cada
arrendada por empresa ou cooperativa de pesca viagem ou semanalmente, mesmo quando
equipara-se à embarcação brasileira de pesca, operando conforme o disposto no art. 12,
ressalvadas as disposições específicas em con- responsabilizando-se pela veracidade das in-
trário constantes deste Decreto. formações neles registradas.
§ 1o  A empresa e a cooperativa da pesca
Art. 9o  Os proprietários, armadores ou ar- arrendatária de embarcação estrangeira ficam
rendatários das embarcações pesqueiras, para obrigadas a manter em execução, direta ou
operar nas zonas brasileiras de pesca, ficam indiretamente, programa permanente de capa-
obrigados: citação de mão-de-obra brasileira, vinculada ao
I – a obter inscrição da embarcação na Ca- setor pesqueiro, comprovando sua realização a
pitania dos Portos ou o registro de propriedade fim de atender a apropriação de tecnologia, na
no Tribunal Marítimo, mediante apresentação forma do ato normativo.
da Permissão Prévia de Pesca concedida pela § 2o  A tripulação da embarcação pesqueira
Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da estrangeira arrendada deverá ser composta com
Presidência da República; a proporcionalidade de brasileiros prevista na
II – a obter o registro da embarcação e a legislação em vigor, podendo ser permitido em
permissão de pesca junto à Secretaria Espe- regulamentação específica e mediante autori-
cial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da zação do Ministério do Trabalho e Emprego
República; proporcionalidade inferior, desde que haja
III – a manter atualizados registros, licen- insuficiência de brasileiros capacitados para a
ças, permissões e outros documentos exigidos função de que se tratar.
pela legislação brasileira, e a embarcação em § 3o  Nas embarcações estrangeiras arren-
condições de operar na modalidade de pesca dadas, será parte obrigatória da tripulação
a que se destina; brasileira, técnico brasileiro ou observador
IV – a manter a bordo da embarcação, sem de bordo de que trata o inciso IV deste artigo,
ônus para a União, acomodações e alimentação conforme critérios estabelecidos pela Secretaria
para servir a técnico brasileiro ou observador Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência
de bordo, quando designado pela Secretaria da República.
Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência § 4o  Fica a empresa e a cooperativa de pesca
da República ou pelo Ministério do Meio Am- arrendatária obrigadas a informar a data de
biente para proceder à coleta de dados e infor- início e fim das operações de pesca à Secretaria
mações de interesse do setor pesqueiro nacional Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência
e do monitoramento e fiscalização ambiental; da República.
V – a exercer as operações pesqueiras de § 5o  A inobservância das obrigações previs-
modo a assegurar o aproveitamento sustentável tas neste artigo implicará o arresto da embar-
dos recursos vivos marinhos das zonas de pesca; cação pela Autoridade Marítima, quando de
VI – a utilizar equipamentos que permi- oficio, por solicitação do Instituto Brasileiro
tam o rastreamento ou monitoramento por do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
satélite, quando exigidos em ato normativo da Renováveis – IBAMA ou da Secretaria Espe-
Normas e regulamentos federais

Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da cial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da


Presidência da República ou do Ministério do República, até o cumprimento das exigências
Meio Ambiente; estabelecidas.
VII – a manter condições adequadas para a
acomodação e o trabalho da tripulação, de acor- Art. 10.  O comandante de embarcação pes-
do com as normas pertinentes da Autoridade queira, para operar nas zonas brasileiras de
Marítima e dos órgãos públicos competentes; pesca, deverá:
VIII – a entregar os Mapas de Bordo a I – conhecer e cumprir as leis e os regula-
Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca mentos brasileiros;
47
II – utilizar e preencher mapas de bordo, Art. 14.  A fiscalização da atividade pesqueira
segundo critério e modelos fornecidos pela será exercida pelo IBAMA, quanto ao acesso
Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da e uso sustentável dos recursos pesqueiros, e
Presidência da República; pela Autoridade Marítima e pelo Ministério da
III – usar somente processos e equipamentos Agricultura, Pecuária e Abastecimento no que
indicados na permissão de pesca emitida pela se refere aos aspectos de suas competências.
Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Parágrafo único.  A fiscalização poderá ser
Presidência da República. exercida por órgãos estaduais e municipais, me-
diante convênio ou delegação de competência
Art. 11.  O armador nacional de embarcação conferida pelos órgãos por ela responsáveis.
brasileira de pesca ou de embarcação estrangei-
ra de pesca arrendada na forma deste Decerto, Art. 15.  A Secretaria Especial de Aqüicultura
mediante requerimento e prévia autorização e Pesca da Presidência da República adotará
da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca procedimentos administrativos para coibir
da Presidência da República, poderá ter o pro- o descumprimento dos atos decorrentes das
duto da pescaria descarregado por embarcação licenças, permissões, autorizações e registros
especificada em portos de países que mante- de sua competência.
nham acordos com o Brasil, que permitam
tais operações. Art. 16.  Os comandantes de embarcações
Parágrafo único.  É obrigatório o registro brasileiras de pesca e os dos navios da frota
da declaração para despacho aduaneiro de mercante nacional, quando detectarem em-
exportação no Sistema Integrado de Comércio barcações estrangeiras exercendo atividades de
Exterior (SISCOMEX) do produto da pescaria pesca nas zonas brasileiras, deverão comunicar
de que trata o caput, podendo tal registro ser à Autoridade Marítima, para as devidas e ime-
efetuado após saída da embarcação das zonas diatas providências, a data, a hora e a posição
brasileiras de pesca, observada a regulamenta- geográfica das embarcações, no momento da
ção especifica. ocorrência, informando, ainda, nome e nacio-
nalidade.
Art. 12.  A embarcação pesqueira estrangeira
arrendada somente poderá efetuar transbordo Art. 17.  A embarcação brasileira de pesca e a
do produto da pescaria nas infra-estruturas embarcação estrangeira arrendada, operando
portuárias e de terminais pesqueiros nacionais nas zonas brasileiras de pesca, estarão sujeitas
ou em suas respectivas áreas portuárias. às penalidades e multas previstas na legislação
§ 1o  O descumprimento do disposto neste em vigor.
artigo constitui infração a legislação, podendo a
embarcação ser arrestada, independentemente Art. 18.  Quando for infringido qualquer
da apreensão de seus equipamentos, dos petre- dispositivo deste Decreto ou qualquer outra
chos e da carga, e da apuração da responsabi- norma legal aplicável ou por distrato do contra-
lidade do armador e comandante ou patrão de to, poderão ser suspensos ou cancelados, sem
pesca, nos termos da legislação vigente. indenização a qualquer título, as autorizações
§ 2o  O IBAMA poderá solicitar apoio dos de arrendamento de embarcação estrangeira, a
demais órgãos públicos na repressão ao delito permissão de pesca e o registro de embarcações
de que trata este artigo. brasileiras ou estrangeiras arrendadas.
Legislação Pesqueira

Parágrafo único.  Os cancelamentos e as


Art. 13.  O conjunto de conhecimentos técni- suspensões das autorizações de arrendamento
cos e científicos obtidos no decorrer de opera- de embarcação estrangeira de que trata este
ções de embarcações estrangeiras arrendadas, artigo serão efetivados mediante solicitação
na forma deste Decreto, será de domínio da expressa e justificada de órgão responsável pela
União. fiscalização da pesca ou por comprovação do
48
distrato, por meio de ato da Subsecretaria de Art. 21.  Este Decreto entra em vigor na data
Desenvolvimento de Aqüicultura e Pesca da de sua publicação.
Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da
Presidência da República. Art. 22.  Revoga-se o Decreto no 2.840, de 10
de novembro de 1998.
Art. 19.  A empresa ou cooperativa de pesca,
beneficiada com autorização de arrendamento Brasília, 19 de agosto de 2003; 182o da Indepen-
de embarcações estrangeiras, garantirão o livre dência e 115o da República.
acesso de representante ou mandatário de
órgãos públicos competentes às suas depen- LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – José Viegas
dências e embarcações e aos seus registros con- Filho – Antonio Palocci Filho – Luiz Fernando
tábeis, para fiscalização, avaliação e pesquisa. Furlan – Marina Silva – José Dirceu de Oliveira
e Silva
Art. 20.  A Secretaria Especial de Aqüicultura
e Pesca da Presidência da República e o Minis- Decretado em 19/8/2003 e publicado no DOU de
tério do Meio Ambiente baixarão, em conjunto, 20/8/2003.
no que couber, as normas complementares para
execução deste Decreto no prazo de noventa
dias, a contar da data de sua publicação.

Normas e regulamentos federais

49
Decreto no 2.420/1997
Promulga a Convenção número 126, da Organização Internacional do Trabalho, sobre Alojamento
a Bordo dos Navios de Pesca, concluída em Genebra, em 21 de junho de 1966.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das passando o mesmo a vigorar, para o Brasil, em


atribuições que lhe confere o artigo 84, inciso 12 de abril de 1995, na forma de seu artigo 20,
VII, da Constituição,
DECRETA:
Considerando que a Convenção número 126,
da Organização Internacional do Trabalho, Art. 1o  A Convenção número 126, da Organi-
sobre Alojamento a Bordo dos Navios de Pesca, zação Internacional do Trabalho, sobre Aloja-
foi concluída em Genebra, em 21 de junho de mento a Bordo dos Navios de Pesca, concluída
1966; em Genebra, em 21 de junho de 1966, apensa
por cópia a este Decreto, deverá ser cumprida
Considerando que a Convenção ora promulga- tão inteiramente como nela se contém.
da foi oportunamente submetida ao Congresso
Nacional, que a aprovou por meio do Decreto Art. 2o  O presente Decreto entra em vigor na
Legislativo número 10, de 9 de fevereiro de data de sua publicação.
1994;
Brasília, 16 de dezembro de 1997; 176o da In-
Considerando que a Convenção em tela entrou dependência e 109o da República.
em vigor internacional em 6 de novembro de
1968; FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Luiz
Felipe Lampreia
Considerando que o Governo brasileiro de-
positou a Carta de Ratificação do instrumento Decretado em 16/12/1997 e publicado no DOU de
multilateral em epígrafe em 12 de abril de 1994, 17/12/1997.

Anexo

Convenção no 126
Convenção Referente ao Alojamento a Bordo dos Navios de Pesca
Legislação Pesqueira

A Conferência Geral da Organização Interna- Convocada em Genebra pelo Conselho de


cional do Trabalho, Administração da Repartição Internacional do

50
Trabalho, e tendo se reunido naquela cidade arqueação para os fins da presente convenção;
em 1o de julho de 1966, em sua qüinquagésima nesse caso a convenção não se aplica aos navios e
sessão; barcos com comprimento inferior a 24,4 metros
(80 pés).Todavia, quando a autoridade o decidir,
Após decidir adotar diversas propostas referen- após consulta às organizações de armadores de
tes ao alojamento a bordo dos navios de pesca, pesca e organizações de pescadores, caso exis-
questão que se encontra incluída no sexto item tam que isso é razoável e exeqüível, a convenção
da agenda da sessão; aplicar-se-á aos navios e barcos com 13,7 a 24,4
metros (45 a 80 pés) de comprimento.
Após decidir que essas propostas tomariam
a forma da convenção internacional, adota, 5. A convenção não se aplica:
neste vigésimo primeiro ano do mês de junho
do ano de mil e novecentos e sessenta e seis, a a) aos navios e barcos normalmente utilizados
convenção abaixo que será denominada Con- para a pesca desportiva ou o lazer;
venção sobre o alojamento a bordo dos navios
de pesca, 1966. b) aos navios e barcos cujo principal meio de
propulsão for a vela, mas que sejam equipados
com motores auxiliares;
PARTE I – Disposições Gerais
c) aos navios e barcos dedicados à pesca da
Artigo 1o baleia ou a operações análogas;

1. A presente Convenção se aplica a todos d) aos navios de pesquisa ou proteção às pes-


os navios e barcos marítimos com propulsão queiras.
mecânica, quaisquer que sejam, de prioridade
pública ou privada, dedicados à pesca marítima 6. As seguintes disposições não se aplicam aos
em águas salgadas e registrados num terri- navios que, normalmente, não voltam ao seu
tório para o qual esteja vigorando a presente porto de registro durante períodos inferiores
convenção. a trinta e seis horas e cuja tripulação não vive
em permanência a bordo quando se encontram
2. A legislação nacional determinará as condi- no porto:
ções nas quais os navios e barcos serão consi-
derados navios e barcos marítimos para os fins a) art. 9o, § 4o;
da aplicação da presente convenção.
b) art. 10;
3. A presente convenção não se aplica aos
navios e barcos que desloquem menos de 75 c) art. 11;
toneladas; todavia, quando a autoridade com-
petente decidir, após consulta às organizações d) art. 12;
de armadores de pesca e organizações de
Normas e regulamentos federais

pescadores, caso existam, que isso é razoável e e) art. 13, § 1o;


exeqüível, a convenção aplicar-se-á aos navios
e barcos que desloquem de 25 a 75 toneladas. f) art. 14;

4. A autoridade competente pode, após con- g) art. 16.


sultar as organizações de armadores de pesca
e organizações de pescadores, caso existam, Todavia, os navios mencionados acima deverão
utilizar como critério o comprimento em luar da ser equipados com instalações sanitárias sufi-

51
cientes e instalações necessárias a fim de que a f) o termo “alojamento da tripulação” com-
tripulação possa tomar suas refeições, preparar preende os postos de descanso, refeitórios e
alimentos e descansar. instalações sanitárias previstas para o uso da
tripulação;
7. Poderão ser derrogadas à plena aplicação
das disposições da parte III da presente g) o termo “prescrito” significa prescrito pela
Convenção em relação a qualquer navio se, legislação nacional ou pela autoridade com-
após consulta às organizações de armadores petente;
de pesca e organizações de pescadores, caso
existam, a autoridade competente julgar que h) o termo “aprovado” significa aprovado pela
as modalidades da derrogação acarretarão autoridade competente;
vantagens que tenham por efeito estabelecer
condições que, em seu conjunto, não serão i) o termo “novo registro” significa novo re-
menos favoráveis do que aquelas que teriam gistro por ocasião de mudança simultânea de
decorrido da plena aplicação da convenção. bandeira e propriedade de um navio.
Detalhes relativos a todas as derrogações dessa
natureza serão comunicados pelo Membro Artigo 3o
interessado ao Diretor Geral da Repartição
Internacional do Trabalho que informará aos 1. Todo Membro para o qual a presente conven-
Membros da Organização Internacional do ção está vigorando, compromete-se a manter
Trabalho. em vigor uma legislação adequada para asse-
gurar a aplicação das disposições contidas nas
Artigo 2o partes II, III e IV da Convenção.

Para os fins da presente convenção: 2. A referida legislação:

a) os termos “navios de pesca” ou “barcos” de- a) obrigará a autoridade competente a notificar


signam todo navio ou barco ao qual se aplica a todos os interessados as disposições que serão
esta convenção; tomadas;

b) o termo “toneladas” significa as toneladas de b) especificará as pessoas que serão encarrega-


arqueação bruta; das de zelar pela sua aplicação;

c) o termo “comprimento” significa distância c) preverá a instituição e conservação de um


entre, por um lado, o ponto de interseção da regime de fiscalização próprio para assegurar
frente de roda de proa e da linha que prolonga efetivamente a observação das disposições
o convés, e, por outro lado, a parte de ré do tomadas;
cabeçote do cadaste, ou a frente do macho do
leme quando não houver cadaste; d) prescreverá sanções adequadas para toda
infração;
d) o termo “oficial” significa toda pessoa, com
exclusão do patrão, que seja considerado oficial e) obrigará a autoridade competente a consultas
de acordo com a legislação nacional ou, na periódicas com as organizações de armadores
Legislação Pesqueira

falta de tal legislação, de acordo as convenções de pesca e organizações de pescadores, caso


coletivas ou o costume; existam, com vistas à elaboração dos regula-
mentos e colaboração em toda medida possível
e) o termo “pessoal subalterno” significa todo com as partes interessadas na aplicação desses
membro da tripulação outro do que um oficial; regulamentos.

52
PARTE II – Estabelecimento das Plantas e em relação às outras partes do navio de pesca
Fiscalização do Alojamento da Tripulação serão tais que assegurarão segurança suficiente,
proteção contra as intempéries e o mar, bem
Artigo 4o como um isolamento o contra o calor, o frio,
o barulho excessivo e os odores ou emanações
Antes do início da construção de um navio provenientes das outras partes do navio.
de pesca e antes que seja modificado de modo
importante, ou reconstruído, o alojamento 2. As diferentes partes do alojamento da tripu-
da tripulação a bordo de navio de pesca exis- lação deverão ser providas de saídas de emer-
tente, as plantas detalhadas desse alojamento, gência na medida que for necessário.
acompanhadas de todas as informações úteis,
serão submetidas para aprovação à autoridade 3. Será evitada, em toda a medida do possível,
competente. toda a abertura direta ligando os postos de des-
canso ao porão para peixe ou farinha de peixe,
Artigo 5o às salas das máquinas ou caldeiras, cozinhas,
depósito de lanternas, almoxarifado para as
1. A autoridade competente inspecionará todo tintas, almoxarifado do convés e da máquina e
navio de pesca e assegurar-se-á que o alojamen- outros almoxarifados gerais, os secadores, locais
to da tripulação está conforme as condições dedicados aos cuidados de higiene coletivos ou
exigidas pela legislação quando: sanitários. As partes de divisórias que separam
esses locais dos postos de descanso, bem como
a) for feito o primeiro registro ou novo registro as divisórias externas a esses serão conveniente-
do navio; mente edificadas de aço ou todo outro material
aprovado, e serão impermeáveis à água e gases.
b) o alojamento da tripulação tiver sido modi-
ficado de modo importante ou reconstruído; 4. As paredes externas dos postos de descanso
e refeitórios terão conveniente isolamento tér-
c) quer uma organização de pescadores reconhe- mico. Os encaixes de máquinas, bem como as
cida e representando toda ou parte da tripulação, divisórias que limitam as cozinhas ou outros
quer um número ou uma percentagem prescrita locais que produzam calor, serão conveniente-
dos membros da tripulação, se tiver queixado mente isolados termicamente cada vez que esse
à autoridade competente, na forma prescrita e calor poderá incomodar nas instalações e coxias
bastante cedo para evitar todo atraso ao navio de adjacentes. Medidas serão igualmente tomadas
pesca, que o alojamento da tripulação não está para realizar uma proteção contra o calor libe-
conforme as disposições da convenção. rado pelas tubulações de vapor e água quente.

2. A autoridade competente poderá elevar a 5. As divisórias internas serão construídas


efeito inspeções periódicas cada vez que o num material aprovado, que não possa abrigar
desejar. insetos repelentes.
Normas e regulamentos federais

6. Os postos de descanso, refeitórios, salas de


PARTE III – Prescrições Relativas ao lazer e coxias situadas no interior do alojamento
Alojamento da Tripulação da tripulação serão convenientemente isolados
de modo a evitar toda condensação ou calor
Artigo 6o excessivo.

1. A localização, os meios de acesso, a constru- 7. As principais tubulações de vapor e escapa-


ção e a disposição do alojamento da tripulação mento dos guindastes e outros aparelhos auxilia-

53
res semelhantes não deverão passar pelo aloja- Artigo 7o
mento da tripulação nem pelas coxias que levam
a esse alojamento, a menos que tecnicamente 1. Os postos de descanso e os refeitórios serão
seja impossível evitá-lo. Nesse último caso, convenientemente ventilados.
as tubulações deverão ser convenientemente
isoladas termicamente e colocados em encaixe. 2. O sistema de ventilação será regulável, de
modo a manter o ar em condições satisfatórias
8. Os painéis ou pranchas internos serão feitos e assegurar circulação suficiente por qualquer
de material cuja superfície possa facilmente ser tempo e sob todos os climas.
conservada em estado de limpeza. As tábuas
unidas por encaixe e lingüeta ou qualquer outra 3. Todo navio pesqueiro, dedicado de modo regu-
forma de construção que possa dar abrigo a lar à navegação nos trópicos ou em outras regiões
insetos repelentes não deverão ser utilizadas. em que reinem condições climáticas similares,
será equipado, na medida em que as referidas
9. A autoridade competente decidirá em que condições assim o exigirem, ao mesmo tempo
medida dispositivos destinados a prevenir in- por meios mecânicos de ventilação e ventiladores
cêndios ou retardar sua propagação deverão ser elétricos, ficando entendido que um único desses
tomados na construção do alojamento. meios poderá ser utilizado nos locais onde esse
meio assegure ventilação satisfatória.
10. As paredes e tetos dos postos de descanso e
refeitórios deverão poder ser facilmente manti- 4. Todo navio pesqueiro dedicado à navegação
dos em estado de limpeza e, se forem pintados, foras dessas áreas será equipado ou com um
sê-lo com cor clara; o emprego de coberturas à sistema de ventilação mecânica ou ventilado-
base de cal será proibido. res elétricos. A autoridade competente poderá
dispensar desse dispositivo todo barco que
11. As paredes internas serão refeitas ou con- navegue normalmente em mares frios dos
sertadas, quando for necessário. hemisférios norte e sul.

12. Os materiais e modo de construção dos 5. A força motriz necessária para fazer funcionar
revestimentos de convés em todo local desti- os sistemas de ventilação previstos nos parágra-
nado ao alojamento da tripulação deverão ser fos 3o e 4o deverá estar disponível, na medida em
aprovados; esses revestimentos deverão ser que isto for exeqüível durante todo tempo em
impermeáveis à umidade e sua conservação em que a tripulação morar ou trabalhar a bordo, e
estado de limpeza deverá ser fácil. isso no caso em que o exigirem as circunstâncias.

13. Os convés descobertos cobrindo o aloja- Artigo 8o


mento da tripulação serão revestidos de isola-
mento de madeira ou material análogo. 1. Uma instalação conveniente de calefação será
prevista para o alojamento da tripulação na
14. Quando os revestimentos de convés forem medida em que as condições climáticas assim
de matéria compósita, as juntas com as paredes o exigirem.
serão arredondadas de modo a evitar as frestas.
2. A instalação de calefação deverá funcionar,
Legislação Pesqueira

15. Dispositivos suficientes serão previstos para na medida em que for exeqüível, quando a
o escoamento das águas. tripulação viver ou trabalhar a bordo ou se as
circunstâncias o exigirem.
16. Todas as medidas possíveis serão tomadas
para impedir a penetração de moscas e outros 3. Serão proibidos os sistemas de calefação com
insetos no alojamento da tripulação. chama exposta.
54
4. A instalação de calefação deverá estar em Artigo 10
condição de manter, no alojamento da tripu-
lação, a temperatura a nível satisfatório nas 1. Os postos de descanso serão situados
condições normais de tempo e clima que o no meio ou à ré da embarcação; em casos
navio venha a encontrar durante a navegação; especiais, a autoridade competente poderá
a autoridade competente deverá prescrever as autorizar a instalação dos postos de descanso
condições a serem realizadas. à proa da embarcação – mas, em caso algum,
além da divisória de abordagem – quando
5. Os radiadores ou outros aparelhos de calefa- em qualquer outro sítio não seria razoável
ção serão colocados – e eventualmente providos ou prático, em virtude do tipo da embarca-
de proteção e equipados com dispositivos de ção, suas dimensões ou serviço para o qual
segurança – de modo a evitar o risco de incên- é destinada.
dio e não constituir uma fonte de perigo ou
incômodo para os ocupantes dos locais. 2. A área por ocupante de todo posto de des-
canso, deduzida a área ocupada pelos beliches
Artigo 9o e os armários, não será inferior às seguintes
cifras:
1. Todos os locais reservados para a tripu-
lação serão convenientemente iluminados. a) a bordo das embarcações cuja arqueação for
A iluminação natural nos locais de morada igual ou superior a 25 toneladas, mas inferior
deverá possibilitar a pessoa com acuidade a 50 toneladas..........0,5 metro quadrado (5,4
visual normal ler, por tempo claro e durante pés quadrados);
o dia, um jornal impresso comum em todo
ponto de espaço disponível para a circulação. b) a bordo das embarcações cuja arqueação for
Um sistema de iluminação artificial, dando igual ou superior a 50 toneladas, mas inferior
o mesmo resultado, será instalado, quando a 100 toneladas..........0,75 metro quadrado (8,1
não será possível obter iluminação natural pés quadrados);
conveniente.
c) a bordo das embarcações cuja arqueação for
2. Todo navio será provido, tanto quanto pos- igual ou superior a 100 toneladas, mas inferior
sível, de uma instalação que possibilite a ilumi- a 250 toneladas..........0,9 metro quadrado (9,7
nação elétrica do alojamento da tripulação. Se pés quadrados);
não existir a bordo duas fontes independentes
de produção de eletricidade, um sistema su- d) a bordo das embarcações cuja arqueação for
plementar de iluminação de emergência será igual ou superior a 250 toneladas..........1 metro
previsto mediante lâmpadas ou aparelhos de quadrado (10,8 pés quadrados).
iluminação de modelo adequado.
3. Se se decidir a autoridade competente, de
3. A iluminação artificial será disposta de modo acordo com o parágrafo 1o, parágrafo 4o, empre-
a que os ocupantes do local se beneficiem ao gar, para os fins da presente convenção, adotar
Normas e regulamentos federais

máximo da mesma. o critério de comprimento, a área por ocupante


de qualquer posto de descanso, deduzidas as
4. Além da iluminação normal do camarote, áreas ocupadas pelos beliches e os armários,
deverá haver para cada beliche uma iluminação não será inferior às seguintes cifras:
individual que possibilite a leitura.
a) a bordo das embarcações cujo comprimento
5. Uma iluminação azulada permanente deverá for igual ou superior a 13,7 metros (45 pés), mas
além disso ser prevista, nos postos de descanso, inferior a 19,8 metros (65 pés).........0,5 metro
durante a noite. quadrado (5,4 pés quadrados);
55
b) a bordo das embarcações cujo comprimento para os fins da presente Convenção, o critério
for igual ou superior a 19,8 metros (65 pés), mas do comprimento, o número dos membros do
inferior a 26,8 metros (88 pés)..........0,75 metro pessoal subalterno autorizados a ocupar cada
quadrado (8,1 pés quadrados); posto de descanso não deverá, em caso algum,
ultrapassar as seguintes cifras:
c) a bordo das embarcações cujo comprimento
for igual ou superior a 26,8 metros, (88 pés), a) a bordo de embarcações cujo comprimento
mas inferior a 35,1 metros (115 pés)..........0,9 for igual ou superior a 35,1 metros (115 pés):
metro quadrado (9,7 pés quadrados); quatro pessoas;

d) a bordo das embarcações cujo compri- b) a bordo de embarcações cujo comprimento


mento for igual ou superior a 35,1 metros for inferior a 35,1 metros (115 pés): seis pes-
(115 pés)..........1 metro quadrado (10,8 pés soas.
quadrados).
8. Em casos especiais, a autoridade competente
4. O pé direito dos postos de descanso da tri- poderá autorizar derrogações às disposições
pulação deverá ter, em todos os casos em que dos parágrafos 6o e 7o, quando, por força do
for possível, pelo menos 1,9 metro (seis pés tipo de embarcações, suas dimensões e serviço
três polegadas). para o qual for destinado, a aplicação dessas
disposições não seria razoável ou prática.
5. Os postos de descanso serão em número
suficiente para que cada turno da tripulação 9. O número máximo de pessoas a serem alo-
disponha de um ou vários postos distintos; jadas em posto de descanso será indicado, de
todavia, a autoridade competente poderá modo legível e indelével, num lugar do posto
conceder derrogações a essa disposição no onde a inscrição poderá ser facilmente vista.
que se refere às embarcações de pequeno
deslocamento. 10. Os membros da tripulação disporão de
beliches individuais.
6. O número de pessoas autorizadas a ocupar
cada posto de descanso não ultrapassará as 11. Os beliches não serão colocados lado a lado
seguintes cifras máximas: de modo a que só se possa ter acesso a um deles
passando por cima de outro.
a) oficiais: um ocupante por camarote se possí-
vel, e em caso algum mais do que dois; 12. A sobreposição de mais de dois beliches
é proibida. No caso em que beliches forem
b) pessoal subalterno: duas ou três pessoas colocados ao longo do costado da embarca-
por posto se possível, o número dos ocupantes ção, será proibido sobrepor beliches no lugar
não devendo, em caso algum, ultrapassar as em que uma vigia for situada acima de um
seguintes cifras: beliche.

i) a bordo de embarcações cuja arqueação 13. Quando beliches forem superpostos, o


for igual ou superior a 250 toneladas: quatro beliche inferior não será colocado a menos de
pessoas; 0,3 metro (12 polegadas) acima do assoalho;
Legislação Pesqueira

o beliche superior será disposto à meia altura


ii) a bordo das embarcações cuja arqueação seja mais ou menos entre o fundo do beliche inferior
inferior a 250 toneladas: seis pessoas. e parte inferior dos barrotes do teto.

7. Se a autoridade competente decidir de 14. As dimensões internas mínimas de um be-


acordo o artigo 1o, parágrafo 4o, empregar, liche serão tanto quando possível de 1,9 metros
56
sobre 0,68 metro (6 pés 3 polegadas sobre 2 pés de capacidade, quando possível, pelo menos
3 polegadas). igual a 0,056 metros cúbicos (2 pés cúbicos).

15. O quadro de um beliche e, eventualmente, 24. As vigias dos postos de descanso serão
à tábua de balanço serão de material aprovado, guarnecidas com cortinas.
duro, liso e não suscetível de corrosão ou abri-
gar insetos repelentes. 25. Todo posto de descanso será provido de um
espelho, de pequenos armários para os apetre-
16. Se quadros tubulares forem utilizados na chos de higiene, de uma estante para livros e
construção dos beliches, serão absolutamente de número suficiente de ganchos para roupa.
fechados e sem furos que possam se constituir
em acesso para os insetos repelentes. 26. Na medida do possível, os beliches serão
distribuídos de modo a que sejam separados
17. Todo beliche será provido ou de estrado os turnos e que um homem do turno diurno
elástico, ou de fundo elástico e de colchão es- não compartilhe do mesmo posto do que os
tofado, ambos de matéria provada. A utilização, homens que vão para seu turno.
para enchimento de colchão, de palha ou outro
material de natureza a abrigar insetos repelentes Artigo 11
será proibida.
1. Refeitórios separados dos postos de descanso
18. Quando beliches forem superpostos, um serão instalados a bordo de todos os navios
fundo impermeável ao pó, de madeira, lona ou de pesca com uma tripulação com mais de
outro material conveniente, será afixado abaixo dez pessoas. Cada vez que isso for possível, o
do beliche superior. mesmo deverá ocorrer em embarcações com
uma tripulação menos numerosa; todavia, se
19. Todo posto de descanso será arrumado e isso não for possível, o refeitório poderá ser
mobiliado de modo a que seja facilitada a sua conjugado ao posto de descanso.
boa manutenção e assegurar conforto razoável
a seus ocupantes. 2. A bordo das embarcações que praticam a
pesca em alto mar e tenham uma tripulação de
20. A mobília compreenderá, para cada ocu- mais de vinte pessoas, um refeitório separado
pante, um armário provido de dispositivo poderá ser previsto para o patrão e os oficiais.
de fechamento por cadeado e de um varão
que possibilite pendurar roupas em cabides. 3. As dimensões e o equipamento dos refei-
A autoridade competente zelará para que tórios deverão ser suficientes para o número
esses armários sejam tão espaçosos quanto provável de pessoas que farão uso deles ao
possível. mesmo tempo.

21. Todo posto de descanso será provido de 4. Todo refeitório será provido de mesas e as-
mesa ou escrivaninha de modelo fixo, com sentos aprovados em número suficiente para o
Normas e regulamentos federais

dobradiças ou corrediço, e, em função das número provável de pessoas que farão uso deles
necessidades, de assentos confortáveis. ao mesmo tempo.

22. O material será construído com material liso 5. Os refeitórios serão colocados tão perto
e duro, que não possa deformar-se ou corroer- quanto possível da cozinha.
-se ou dar abrigo a insetos repelentes.
6. Uma instalação conveniente para a lavagem
23. A mobília compreenderá, para cada ocu- dos utensílios de mesa, bem como armários
pante, uma gaveta ou um espaço equivalente suficientes para a arrumação desses utensílios,
57
serão previstos quando as copas não forem fície lisa, não suscetível de rachar, descascar
diretamente acessíveis pelos refeitórios. ou corroer-se.

7. O tampo das mesas e dos assentos serão de 5. O arejamento de todo sanitário far-se-á por
material resistente à umidade, sem gretas e de comunicação direta com o ar livre, indepen-
fácil limpeza. dentemente de toda outra parte dos locais de
habitação.
8. Na medida do possível, os refeitórios serão
planejados, mobiliados e equipados de modo 6. O equipamento sanitário colocado nos sa-
a poder servir de salas de lazer. nitários será de modelo aprovado e provido
de descarga possante, em constante estado de
Artigo 12 funcionamento a qualquer momento e que
possa ser acionada individualmente.
1. Instalações sanitárias suficientes, incluindo
pias de lavar as mãos, bem como banheiras ou 7. Os canos de descida e descarga serão de
duchas, serão instaladas a bordo de todo navio dimensões suficientes e instalados de modo
de pesca. a reduzir ao máximo, os riscos de obstrução
e facilitar a limpeza. Não deverão atravessar
2. Instalações sanitárias para todos os membros tanques de água doce ou água potável nem, se
da tripulação que não ocuparem camarotes ou for possível, passar sob os tetos dos refeitórios
postos que possuam uma instalação sanitária e postos de descanso.
particular serão, na medida em que for possível,
previstas para cada serviço, a razão de: 8. As instalações sanitárias destinadas a serem
utilizadas por mais de uma pessoa obedecerão
a) uma banheira ou uma ducha para cada oito às seguintes prescrições:
pessoas, pelo menos;
a) os revestimentos do solo serão de material
b) um sanitário para cada oito pessoas, pelo durável aprovado, de fácil limpeza e imper-
menos; meáveis à umidade; serão providos de sistema
eficiente de escoamento das águas;
c) uma pia para seis pessoas ou menos.
b) as divisórias serão de aço ou qualquer outro
Todavia, se o número das pessoas de um serviço material estanque numa altura de pelo menos
ultrapassar em menos da metade do número 0,23 metro (9 polegadas) a contar do convés;
indicado, um múltiplo exato daquele número,
o excedente poderá ser desprezado para a apli- c) os locais serão suficientemente iluminados,
cação da presente disposição. aquecidos e ventilados;

3. Água doce, quente e fria ou meios para aque- d) os sanitários serão situados em lugar facil-
cer a água serão fornecidos em todos os locais mente acessível a partir dos postos de descanso
comuns destinados aos cuidados de higiene. e dos locais destinados aos cuidados de higiene,
A autoridade competente terá a faculdade de mas serão separados dos mesmos; não abrirão
determinar, após consulta às organizações de diretamente nos postos de descanso nem numa
Legislação Pesqueira

armadores de pesca e organizações de pesca- passagem que constituiria somente um acesso


dores, caso existam, a quantidade mínima de entre o posto de descanso e os sanitários; to-
água doce a ser fornecida por homem e por dia. davia, essa última disposição não será aplicável
aos sanitários situados entre dois postos de
4. As pias e as banheiras serão de dimensões descanso, cujo número total de ocupantes não
suficientes e de material aprovado, com super- ultrapassar quatro;
58
e) se vários sanitários forem instalados num Artigo 16
mesmo local, serão suficientemente fechados
para assegurar seu isolamento. 1. Os navios de pesca serão equipados com
instalações adequadas para a preparação dos
9. Meios de lavagem e secagem de roupa serão alimentos, colocadas tanto quanto possível
previstos num local separado dos postos de numa cozinha separada.
descanso, refeitórios e sanitários e suficiente-
mente ventilados e aquecidos, providos de varal 2. A cozinha terá dimensões suficientes e será
e outros dispositivos para estender a roupa. bem iluminada e ventilada.

Artigo 13 3. A cozinha será equipada com todos os uten-


sílios necessários armários e estantes, pias e
1. Na medida do possível, um camarote espe- escorredouros de louça feitos de material ino-
cial isolado será previsto para o caso em que xidável e dotados de dispositivo de escoamento
um membro da tripulação se ferir ou adoecer. sanitário. A cozinha será alimentada em água
Uma enfermaria será prevista nas embarcações potável por canalizações; quando a alimentação
que deslocam pelo menos 500 toneladas. Se for feita sob pressão, disposições deverão ser to-
a autoridade competente decidir, de acordo madas para evitar os recalques. Se a cozinha não
com o artigo primeiro, parágrafo 4, empregar tiver abastecimento de água quente, será dotada
para fins da presente convenção, o critério de de uma instalação de aquecimento de água.
comprimento, uma enfermaria será prevista
nas embarcações cujo comprimento seja, pelo 4. A cozinha será equipada com o material ne-
menos, 45,7 metros (150 pés). cessário a fim de que, em qualquer momento,
possam ser preparadas bebidas quentes para a
2. Todo navio de pesca que não levar médico tripulação.
deverá ser provido de uma farmácia de bordo,
do tipo aprovado, acompanhada de instruções 5. Será prevista uma dispensa de volume
facilmente compreensíveis. A autoridade com- adequado; deverá ser ventilada e pode ser
petente deverá levar em conta, a esse respeito, conservada seca e fresca, para evitar que os
a recomendação sobre as farmácias de bordo, mantimentos estraguem. Se necessário for,
1958, e recomendações sobre consultas médicas geladeira ou outros meios de estocagem com
no mar, 1958. baixa temperatura serão previstos.

Artigo 14 6. Os botijões de gás butano ou propano utili-


zados, eventualmente, para a cozinha deverão
Guarda-roupas, em número suficiente e con- ser colocados no convés aberto.
venientemente arejados destinados a receber
as capas de chuva, serão instalados na parte
externa dos postos de descanso, mas serão PARTE IV – Aplicação desta Convenção aos
facilmente acessíveis desses últimos. Navios de Pesca Existentes
Normas e regulamentos federais

Artigo 15 Artigo 17

O alojamento da tripulação será mantido em 1. Ressalvando as disposições dos parágrafos 2,


estado de limpeza e nas condições de habi- 3 e 4 deste artigo, a presente convenção aplicar-
tabilidade conveniente; não servirá de lugar -se-á aos navios de pesca cuja quilha tiver sido
para armazenar mercadorias ou abastecimento montada posteriormente à entrada em vigor
que não sejam propriedade pessoal de seus da convenção para o território no qual está
ocupantes. registrada a embarcação.
59
2. No caso em que um navio de pesca inteira- Essas modificações constituirão uma aplicação
mente terminado na data em que a convenção definitiva dos termos da convenção, a menos
entrará em vigor no território em que a embar- que seja levado a efeito novo registro do navio.
cação está registrada e que está aquém das pres-
crições formuladas na Parte III da convenção, a
autoridade competente poderá, após consulta PARTE V –Disposições Finais
às organizações de armadores de pesca e orga-
nizações de pescadores, caso existam, exigir que Artigo 18
sejam feitas na embarcação, para fazer com que
preencha as exigências desta convenção, tais mo- Nada na presente convenção afetará lei alguma,
dificações que julgar possíveis, levando em conta sentença, costume ou acordo entre os arma-
problemas práticos que estarão em jogo quando: dores da pesca e os pescadores que assegure
condições mais favoráveis do que as previstas
a) a embarcação for novamente registrada; nesta convenção.

b) importantes modificações de estrutura ou Artigo 19


consertos maiores forem feitos na embarcação
conseqüentemente a plano preestabelecido, e As ratificações formais desta convenção serão
não conseqüentemente a acidente ou caso de comunicadas ao Diretor-Geral da Repartição
urgência. Internacional do Trabalho e por ele registradas.

3. No caso em que um navio de pesca em cons- Artigo 20


trução ou em reforma na data em que a presente
convenção entrar em vigor para o terrritório em 1. A presente Convenção vinculará apenas os
que está registrado, a autoridade competente po- Membros da Organização Internacional do
derá, após consulta às organizações de armado- Trabalho cuja ratificação tenha sido registrada
res de pesca e organizações de pescadores, caso pelo Diretor-Geral.
existam, exigir que sejam feitas, à embarcação,
para fazer com que sejam respeitadas as exigên- 2. Entrará em vigor doze meses após que as
cias da convenção, determinadas modificações ratificações de dois Membros tiverem sido
que julgar possíveis, levando em conta problemas registradas pelo Diretor-Geral.
práticos que entrará em jogo; essas modificações
constituirão uma aplicação definitiva dos termos 3. Posteriormente, esta Convenção entrará em
desta convenção, a menos que não seja levado a vigor para cada Membro doze meses após a data
efeito novo registro da embarcação. do registro da sua ratificação.

4. Quando um navio de pesca – a menos que se Artigo 21


trate de embarcação mencionada nos parágrafos
2o e 3o deste artigo ou a qual a presente conven- 1. Todo Membro que tenha ratificado a presente
ção era aplicável no decurso da construção – for Convenção pode denunciá-la no termo de um pe-
novamente registrado num território após a data ríodo de dez anos após a data da entrada em vigor
na qual entrou em vigor a presente convenção, inicial da Convenção, mediante ato comunicado
a autoridade competente poderá, após consulta ao Diretor-Geral da Repartição Internacional
Legislação Pesqueira

às organizações de armadores de pesca ou orga- do Trabalho e por ele registrado. A denúncia só


nizações de pescadores, caso existam, exigir que tomará efeito um ano após ter sido registrado.
sejam feitas, a embarcação com vistas a torná-la
conforme às exigências da convenção, tais modi- 2. Todo Membro que tenha ratificado a presente
ficações que julgará possíveis, levando em conta Convenção e que, num prazo de um ano após
os problemas práticos que entrarão em jogo. o termo do período de dez anos mencionado
60
no parágrafo anterior, não fizer uso da facul- Conselho de Administração no termo de cada
dade de denúncia prevista pelo presente artigo período de dez anos a contar da data de entrada
ficará vinculado, por um período de dez anos em vigor. Foi substituído, nessas Convenções,
e, posteriormente, poderá denunciar a presente pelo texto atual nos termos da Convenção (no
Convenção no termo de cada período de dez 116) relativa à revisão dos artigos finais, 1961.
anos nas condições previstas no presente artigo.
Artigo 25
Artigo 22
1. No caso em que a Conferência adotaria uma
1. O Diretor-Geral da Repartição Internacional nova Convenção relativa à total ou parcial da
do Trabalho notificará todos os Membros da presente Convenção e a menos que a nova
Organização Internacional do Trabalho o registro Convenção disponha de outra maneira:
de todas as ratificações e denúncias que lhe forem
comunicadas pelos Membros da Organização. a) a ratificação, por um Membro, da nova
Convenção relativa à nova Convenção, acar-
2. Ao notificar aos Membros da Organização o retaria de pleno direito, não obstante o artigo
registro da segunda ratificação que lhe tiver sido 3o acima, denúncia imediata desta Convenção,
comunicada, o Diretor-Geral chamará a aten- ressalvando-se que a nova Convenção relativa
ção dos Membros da Organização para a data à revisão tenha entrado em vigor;
na qual a presente Convenção entrará em vigor.
b) a partir da data de entrada em vigor da
Artigo 23 nova Convenção relativa à revisão, a presente
Convenção deixaria de estar aberta à ratificação
1. O Diretor-Geral da Repartição Internacional dos Membros.
do Trabalho comunicará ao Secretário-Geral
das Nações Unidas, para fins de registro, de 1. A presente Convenção permanecerá em todo
acordo com o artigo 102 da Carta das Nações caso, em vigor em sua forma e conteúdo, para
Unidas, informações completas a relativamente os Membros que a tivessem ratificado e que
a todas as ratificações e todos atos de denúncia não ratificassem a Convenção relativa à revisão.
que tiverem sido registrados, de acordo com os
artigos anteriores. Nota: essa disposição não se encontra nas
Convenções nos 1-26. As Convenções nos 27-33
Nota: Essa disposição não se encontra nas não contêm o membro da frase “e a menos que
Convenções nos 1-67, mas aplica-se a essas a nova Convenção disponha de outra forma”.
convenções por força do artigo 1o, parágrafo
3, da Convenção (no 80) sobre a revisão dos Artigo 26
artigos finais, 1946.
As versões francesa e inglesa do texto da pre-
Artigo 24 sente Convenção fazem igualmente fé.
Normas e regulamentos federais

Cada vez que julgar necessário, o Conselho de Nota: Nas Convenções nos 1-67, essa disposição
Administração da Repartição Internacional do tem a seguinte redação: “Os textos francês e
Trabalho apresentará à Conferência Geral, um inglês da presente Convenção farão fé um e
relatório sobre a presente Convenção e examinará outro”.
se é o caso de inscrever, na agenda da Confe-
rência, a questão de sua revisão total ou parcial. O Presidente da Conferência, L. Chajn

Nota: Nas Convenções nos 1-98, o texto ini- O Diretor Geral da Repartição Internacional
cial dessa disposição previa um relatório do do Trabalho, David A. Morse
61
Decreto no 1.694/1995
Cria o Sistema Nacional de Informações da Pesca e Aqüicultura – SINPESQ, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das ais, municipais, instituições de ensino e pesquisa


atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e entidades envolvidas com o setor pesqueiro.
e VI, da Constituição, Parágrafo único.  Caberá à Fundação IBGE,
em conjunto com os ministérios de que trata
DECRETA: o caput deste artigo, a elaboração de plano
operativo definindo as atribuições e respectivos
Art. 1o  Fica criado o Sistema Nacional de In- responsáveis pelas ações decorrentes da imple-
formações da Pesca e Aqüicultura – SINPESQ, mentação do SINPESQ.
com o objetivo de coletar, agregar, processar,
analisar, intercambiar e disseminar informações Art. 4o  As despesas decorrentes do SINPESQ
sobre o setor pesqueiro nacional. correrão à conta das dotações próprias das
entidades referidas no art. 3o.
Art. 2o  Fica a Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE encarregada de Art. 5o  Este Decreto entra em vigor na data de
coordenar a implantação, o desenvolvimento e sua publicação.
a manutenção do SINPESQ.
Brasília, 13 de novembro de 1995; 174o da In-
Art. 3   O SINPESQ conterá, basicamente,
o
dependência e 107o da República.
dados e informações produzidos pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Pedro
pelos Ministérios da Agricultura, do Abaste- Malan – José Eduardo de Andrade Vieira –
cimento e da Reforma Agrária, da Fazenda, da Dorothea Werneck – José Serra – José Israel
Indústria, do Comércio e do Turismo, do Meio Vargas – Gustavo Krause
Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia
Legal e da Ciência e Tecnologia, assim como as Decretado em 13/11/1995 e publicado no DOU de
disponíveis nos demais órgãos federais, estadu- 14/11/1995.
Legislação Pesqueira

62
Decreto-Lei no 2.467/1988
Altera o Decreto-Lei no 221, de 28 de fevereiro de 1967, que dispõe sobre a proteção e estímulos à
pesca, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da nacional, sem prévia inscrição no Registro


atribuição que lhe confere o art. 55, item II, da Geral da Pesca, sob a responsabilidade da
Constituição, Superintendência do Desenvolvimento da
Pesca – SUDEPE, mediante pagamento da
DECRETA: taxa anual no valor correspondente a 50
OTNs.
Art. 1o  Os dispositivos abaixo, do Decreto-Lei Parágrafo único. .............................................
no 221, de 28 de fevereiro de 1967, passam a Art. 29. ............................................................
vigorar com a seguinte redação: § 1o A concessão da licença ao pescador
“Art. 6o Toda embarcação nacional ou estran- amador ficará sujeita ao pagamento de uma
geira que se dedique à pesca, além do cumpri- taxa anual nos valores correspondentes a:
mento das exigências das autoridades maríti- a) 10 OTNs – para pescador embarcado;
mas, deverá ser inscrita na Superintendência b) 3 OTNs – para pescador desembarcado.
do Desenvolvimento da Pesca – SUDEPE, § 2o ...................................................................
mediante pagamento anual de taxa, variável § 3o ...................................................................
conforme o comprimento total da embarca- Art. 31  ............................................................
ção, no valor correspondente a: Parágrafo único. Os clubes e associações
I – até 8m – isento; referidos neste artigo pagarão anualmente
II – acima de 8m até 12m – 5 OTNs; taxas de registro no valor correspondente a:
III – acima de 12m até 16m – 25 OTNs; a) até 250 associados – 5 OTNs;
IV – acima de 16m até 20m – 50 OTNs; b) de 251 a 500 associados – 10 OTNs;
V – acima de 20m até 24m – 80 OTNs; c) de 501 até 750 associados – 15 OTNs;
VI – acima de 24m até 28m – 105 OTNs; d) mais de 750 associados – 20 OTNs;
VII – acima de 28m até 32m – 125 OTNs; ...........................................................................
VIII – acima de 32m – 140 OTNs. Art. 51. ............................................................
§ 1o As taxas fixadas neste artigo serão acresci- Parágrafo único. Os aqüicultores pagarão
das em cinqüenta por cento quanto se tratar de uma taxa anual conforme a tabela anexa.
embarcação licenciada para a pesca de crustá- Art. 52. As empresas que comerciarem com
ceos e em vinte por cento quando se tratar de animais aquáticos ficam sujeitas ao paga-
embarcação licenciada para a pesca de sardi- mento de taxa anual no valor equivalente
nha (Sardinella brasiliensis), pargo (Lutjanus a 10 OTNs.
purpureus), piramutaba (Brachyplastystoma ...........................................................................
Normas e regulamentos federais

vaillantti) e de peixes demersais capturados Art. 93. ............................................................


em pesca de arrasto na Região Sudeste-Sul. Parágrafo único. O registro dos armadores
§ 2o A inobservância deste artigo implica- de pesca será feito mediante o pagamento de
rá na interdição do barco até a satisfação uma taxa anual correspondente a 20 OTNs.
das exigências impostas pelas autoridades ......................................................................... ”
competentes.
........................................................................... Art. 2o  A Superintendência do Desenvolvi-
Art. 19.  Nenhuma indústria pesqueira mento da Pesca – SUDEPE fixará, anualmente,
poderá exercer suas atividades no território os preços que prestar.
63
Art. 3o  Este Decreto-Lei entra em vigor na Brasília, 1o de setembro de 1988; 167o da Inde-
data de sua publicação, aplicando-se os novos pendência e 100o da República.
valores decorrentes das alterações do art. 1o a
partir do exercício de 1989. JOSÉ SARNEY – Iris Resende Machado

Art. 4o  Revogam-se as disposições em con- Decretado em 1o/9/1998 e publicado no DOU de


trário. 2/9/1988.
Legislação Pesqueira

64
Decreto-Lei no 221/1967
Dispõe sôbre a proteção e estímulos à pesca e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando tratar de embarcação licenciada para a pesca


das prerrogativas que lhe confere o § 2o do art. de crustáceos e em vinte por cento quando se
9o do Ato Institucional no 4, de 7 de dezembro tratar de embarcação licenciada para a pesca de
de 1966, sardinha (Sardinella brasiliensis), pargo (Lutja-
nus purpureus), piramutaba (Brachyplastystoma
DECRETA: vaillantti) e de peixes demersais capturados em
pesca de arrasto na Região Sudeste-Sul.
§ 2o  A inobservância deste artigo impli-
CAPÍTULO I – Da Pesca cará na interdição do barco até a satisfação
das exigências impostas pelas autoridades
Arts. 1o a 4o  (Revogados)13 competentes.

Arts. 7o a 17. (Revogados)16


CAPÍTULO II – Da Pesca Comercial
TÍTULO I – Das Embarcações Pesqueiras
TÍTULO II – Das Emprêsas Pesqueiras
Art. 5o  (Revogado)14
Art. 18.  (Revogado)17
Art. 6   Toda embarcação nacional ou estran-
o

geira que se dedique à pesca, além do cumpri- Art. 19.  Nenhuma indústria pesqueira poderá
mento das exigências das autoridades maríti- exercer suas atividades no território nacional,
mas, deverá ser inscrita na Superintendência sem prévia inscrição no Registro Geral da Pes-
do Desenvolvimento da Pesca – SUDEPE, ca, sob a responsabilidade da Superintendência
mediante pagamento anual de taxa, variável do Desenvolvimento da Pesca – SUDEPE,
conforme o comprimento total da embarcação, mediante pagamento da taxa anual no valor
no valor correspondente a:15 correspondente a 50 OTNs.18
I – até 8m – isento; Parágrafo único.  Qualquer infração aos dis-
II – acima de 8m até 12m – 5 OTNs; positivos dêste artigo importará na interdição
III – acima de 12m até 16m – 25 OTNs; do funcionamento do estabelecimento respec-
IV – acima de 16m até 20m – 50 OTNs; tivo sem prejuízo da multa que fôr aplicável.
V – acima de 20m até 24m – 80 OTNs;
VI – acima de 24m até 28m – 105 OTNs; Art. 20.  (Revogado)19
VII – acima de 28m até 32m – 125 OTNs;
Normas e regulamentos federais

VIII – acima de 32m – 140 OTNs. Art. 21.  (Revogado)20


§ 1o  As taxas fixadas neste artigo serão
acrescidas em cinqüenta por cento quanto se
16
Lei no 11.959/2009.
17
Lei no 11.959/2009.
13
Lei no 11.959/2009. 18
Decreto-Lei no 2.467/1988.
14
Lei no 11.959/2009. 19
Lei no 11.959/2009.
15
Decreto-Lei no 2.467/1988. 20
Lei no 11.959/2009.
65
TÍTULO III – Da Organização do Trabalho Arts. 30 a 32.  (Revogados)26
e Bordo das Embarcações de Pesca

Arts. 22 a 25.  (Revogados)21 CAPÍTULO IV – Das Permissões, Proibições


e Concessões
TÍTULO I – Das Normas Gerais
TÍTULO IV – Dos Pescadores Profissionais
Arts. 33 a 38.  (Revogados)27
Arts. 26 a 28.  (Revogados) 22

TÍTULO II – Dos Aparelhos de Pesca e sua


CAPÍTULO III – Das Licenças para Utilização
Amadores de Pesca e para Cientistas
Art. 39.  (Revogado)28
Art. 29.  Será concedida autorização para o
exercício da pesca a amadores, nacionais ou
estrangeiros, mediante licença anual.23 TÍTULO III – Da Pesca Subaquática
§ 1o  A concessão da licença ao pescador
amador ficará sujeita ao pagamento de uma taxa Art. 40.  (Revogado)29
anual nos valores correspondentes a:
a) 10 OTNs – para pescador embarcado;
b) 3 OTNs – para pescador desembarcado. TÍTULO IV – Da Pesca e Industrialização de
§ 2o  O amador de pesca só poderá utilizar Cetáceos
embarcações arroladas na classe de recreio.
§ 3o  Fica dispensados da licença de que trata Arts. 41 a 45.  (Revogados)30
este artigo os pescadores amadores que utilizem
linha na mão e que não sejam filiados aos clubes
ou associações referidos no art. 3124, desde que, TÍTULO V – Dos Invertebrados Aquáticos
em nenhuma hipótese, venha a importar em e Algas
atividade comercial.
§ 4o  Ficam dispensados do pagamento da Arts. 46 a 49.  (Revogados)31
taxa de que trata o § 1o deste artigo, os aposen-
tados e os maiores de sessenta e cinco anos, se
do sexo masculino, e de sessenta anos, se do TÍTULO VI – Da Aquicultura e seu
sexo feminino, que utilizem, para o exercício Comércio
da pesca, linha de mão, caniço simples, caniço
com molinete, empregados com anzóis simples Art. 50.  (Revogado)32
ou múltiplos, e que não sejam filiados aos clubes
ou associações referidos no art. 3125, e desde que Art. 51.  Será mantido registro de aquicultores
o exercício da pesca não importe em atividade amadores e profissionais.33
comercial.
26
Lei no 11.959/2009.
27
Lei no 11.959/2009.
Legislação Pesqueira

21
Lei no 11.959/2009. 28
Lei no 11.959/2009.
22
Lei no 11.959/2009. 29
Lei no 11.959/2009.
23
Decreto-Lei no 2.467/1988, Leis nos 6.585/1978 e 30
Lei no 11.959/2009.
9.059/1995. 31
Lei no 11.959/2009.
24
Revogado pela Lei no 11.959/2009. 32
Lei no 11.959/2009.
25
Revogado pela Lei no 11.959/2009. 33
Decreto-Lei no 2.467/1988.
66
Parágrafo único.  Os aqüicultores pagarão TÍTULO II – Das Deduções Tributárias para
uma taxa anual conforme a tabela anexa. Investimentos

Art. 52.  As empresas que comerciarem com Arts. 80 a 90.  (Revogados)40


animais aquáticos ficam sujeitas ao pagamento
de taxa anual no valor equivalente a 10 OTNs.34
CAPÍTULO IX – Disposições Finais

CAPÍTULO V – Da Fiscalização Art. 91.  (Revogado)41

Art. 53.  (Revogado)35 Art. 92.  (Revogado)42

Art. 54.  (Revogado)36 Art. 93.  Fica instituído o Registro Geral da


Pesca, sob a responsabilidade da SUDEPE.43
Parágrafo único.  O registro dos armadores
CAPÍTULO VI – Das Infrações e das Penas de pesca será feito mediante o pagamento de
uma taxa anual correspondente a 20 OTNs.
Arts. 55 a 64.  (Revogados)37
Arts. 94 a 99.  (Revogados)44

CAPÍTULO VII – Das Multas Brasília, 28 de fevereiro de 1967; 146o da Inde-


pendência e 79o da República.
Arts. 65 a 72.  (Revogados)38
H. CASTELLO BRANCO – Octavio Bulhões
– Severo Fagundes Gomes – Roberto Campos
CAPÍTULO VIII – Disposições Transitórias
e Estimulativas Decretado em 28/2/1967 e publicado no DOU de
TÍTULO I – Das Isenções em Geral 28/2/1967.

Arts. 73 a 79.  (Revogados)39

Normas e regulamentos federais

34
Decreto-Lei no 2.467/1988.
35
Lei no 11.959/2009. 40
Lei no 11.959/2009.
36
Lei no 11.959/2009. 41
Lei no 11.959/2009.
37
Lei no 11.959/2009. 42
Lei no 11.959/2009.
38
Lei no 11.959/2009. 43
Decreto-Lei no 2.467/1988.
39
Lei no 11.959/2009. 44
Lei no 11.959/2009.
67
Informações complementares
Glossário
Afretamento a Casco Nu Guindaste
Forma de contrato, entre o proprietário e o Aparelho elevatório de carga disposto no convés
afretador, em que a embarcação é cedida “nua”, principal do navio.
ou seja, sem equipamentos, para utilização e
controle, mediante pagamento efetuado ao fim Hélices
de períodos determinados. Pás de propulsão do navio (três ou quatro)
localizadas na parte submersa da popa, ligadas
Aquicultura a um eixo transmissor da força motriz da em-
Desenvolvimento de criação de peixes, maris- barcação, e cujo movimento giratório permite
cos ou crustáceos em área aquática fechada, o deslocamento dela na água.
para fins comerciais ou de preservação am-
biental. Macho do Leme
Pino inserido em uma engrenagem que move o
Armador leme para a direita ou para a esquerda.
Empresário do setor de construção naval ou do
comércio marítimo. Pesca de Arrasto
Pesca realizada perto da costa, por pescadores
Arqueação ou cooperativas de pescadores, e com redes de
Medição da capacidade de carga das embar- malha fina, geralmente artesanais.
cações.
Popa
Cadaste Parte traseira da embarcação.
Curvatura da popa do navio, conformada de
maneira a permitir a inserção das hélices e o Porão
fechamento da quilha. Grande compartimento interno, na parte infe-
rior da embarcação, onde se situam as caldeiras
Calefação e a casa de máquinas, responsáveis pela propul-
Sistema de aquecimento dos compartimentos são da embarcação, e a área para acomodação
internos de uma embarcação. de cargas ou pescado.

Camarote Posto de Descanso


Espaço interno de uma embarcação, de acesso Espaço interno de uma embarcação, de acesso
privativo, destinado a dormitório da tripulação. livre ou privativo, destinado a descanso da
Também chamado Cabine. tripulação.

Convés Proa
Um dos pisos estendidos horizontalmente de Parte dianteira da embarcação.
proa a popa em uma embarcação. Chama-se
convés principal o piso que encaixa na parte Quilha
Legislação Pesqueira

superior da quilha e é visível externamente. Estrutura de aço que reveste a parte exterior
do navio e entra em contato com a água e
Coxia sobre a qual ele flutua. Nela se apoiam todas
Parte central da embarcação, na qual ficam ge- as demais estruturas do barco. Também cha-
ralmente os mastros e os postos de observação. mada Casco.

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Ré Roda de Proa
Parte traseira da embarcação, também chamada Curvatura da proa do navio, conformada para
Popa. permitir o encontro e o fechamento dos dois
lados da quilha no seu eixo central.
Rede Caçoeira
Rede de malhas volumosas e entrelaçadas, Sistema de Ventilação
usada por empresas pesqueiras para colher Conjunto de canos provenientes das entradas de
grandes tonelagens de pescado, geralmente em ar do convés principal, cuja função é conduzir,
áreas mais distantes da costa. por força de motores elétricos, a ventilação para
os compartimentos internos da embarcação.

Informações complementares

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