Sie sind auf Seite 1von 4

Hot Takes

Grande Argumento do Progressismo, de que “X é apenas


uma construção social” (e que portanto não existe um
critério fixo de valores ao qual possamos nos referir). Esse
argumento não significa nada, é puro ruído diversionário, já
que as sociedades primitivas também têm as suas regras e
suas construções sociais. Por exemplo, elas têm parâmetros
de beleza diferentes dos nossos— mas elas têm padrões de
beleza, e é isso que importa. Os critérios dessas sociedades
funcionam para elas, e os nossos funcionam para os
nossos. A família tradicional, desprezada e atacada pelos
progressistas como apenas uma “construção social”, é uma
tecnologia, um conceito aplicado a um problema (definir
quem cuida do filho de quem, quem herda os bens de quem,
quem tem obrigação para com qual grupo etc). Toda
tecnologia é uma criação humana, assim como os
meridianos do globo terrestre ou a divisão do dia em 24
horas, que não são entidades do mundo concreto, mas sim
convenções que funcionam.

Condicionamento Pavloviano

Nós não somos meros conceitos soltos no ar, que podem ser
mudados indefinidamente por filósofos pretensamente
dotados de objetividade cartesiana sem que isso gere
consequências imprevistas. Nós não nascemos em uma
placa de Petri asséptica e a sociedade não é um laboratório,
mas sim um sistema complexo de causas e efeitos, pesos e
contrapesos que resultam de um longo processo de
desenvolvimento histórico, imperfeito (como tudo mais que
existe, já que a imperfeição é o preço que as coisas pagam
para poder existir), mas cujo funcionamento foi testado e
considerado aceitável pela maioria por séculos — e isso vale
tanto para a civilização nos moldes europeus quanto para as
sociedades primitivas de algum arquipélago selvagem.

Não deixa de ser curioso que os costumes das sociedades


primitivas sejam intocáveis para a sociologia, que preconiza
sua preservação a todo custo mesmo quando isso inclui
infanticídio, mas quando se trata dos costumes da sociedade
ocidental, está liberado o bundalelê. Imagine um sociólogo
chegando para os Korubo e dizendo: “Pessoal, as tradições
de vocês são só construções sociais, esse negócio de ‘rito de
passagem’ pros meninos é um costume arcaico que só
perpetua os estereótipos de gênero, em vez disso inscreve
eles numa oficina de descoberta sexual e exercícios de
alteridade”

A fraqueza fatal do argumento de que “tudo é uma


construção social” é que, se tudo é uma construção social,
então o conceito de que tudo é uma construção
social também é uma construção social, e portanto pode ser
rejeitado junto com todos os outros. O relativismo cultural
se contradiz e cancela a si mesmo e não serve nem pra
descascar um ovo cozido, que dirá organizar uma sociedade.

Existe uma diferença entre autoridade e autoritarismo

autoridade (quando obedecemos felizes porque


concordamos e sabemos que é o certo)
autoritarismo (quando obedecemos sem concordar para
não levar uma bala na nuca).
Como a pulseira “NÃO TRANSE COM
GOLPISTAS” demonstra, “Fora Temer”não passa de
sinalização fática de pré-seleção sexual entre os jovens, e
quando um Greg fala “precisamos aumentar o protagonismo
dos michês”, “protagonismo” é apenas uma “feel-good
word”, um botãozinho que se aperta e evoca sensações
agradáveis e difusas, sem que ninguém se lembre de que o
protagonista de uma história sempre encontra uma série de
dificuldades e obstáculos a ser superados.

“Protagonismo” vem de “proto” (“primeiro”, “mais


importante”) + “agonista” (“competidor”, “o que sofre na
luta pela vitória”, “o que combate/desempenha na primeira
fila”). Essa é a base de todo o drama, e um filme em que o
protagonista não encontrasse obstáculos e tristezas a
superar não teria interesse nenhum. Protagonismo implica
sofrimento, como bem sabem aqueles que abriram mão de
algum prazer pelo dever, pelo papel que tinham a cumprir,
já que as necessidades de muitos devem ser atendidas antes
da necessidade de um só. Progressistas querem um
protagonismo de papel machê onde o protagonista não
sofra, querem a parte boa sem a parte ruim, algo impossível,
uma vez que esta vida imperfeita é um jogo de
compensações onde é necessário perder em certos aspectos
para ganhar em outros, e o discurso do progressismo é
infantil por ignorar isso.

Todas as moças que (ouvi dizer) colocam “quem se define se


limita” na bio do Tinder demonstram a atitude geral do
modernismo, em que limites são imediatamente associados
a algo ruim. Mas é o estabelecimento de limites que
possibilita qualquer ato — é só ao escolher uma perspectiva,
um ponto de apoio, que alguma ação pode ser tomada,
alguma escolha feita. Arte abstrata é ok enquanto nossa
única preocupação é a apreciação estética, mas quando
passamos para áreas pragmáticas (o desenho de uma ponte,
um retrato-falado), o desenho precisa ter linhas ou limites
claros definidos para poder ser utilizado.

Das könnte Ihnen auch gefallen