A rabeca é um instrumento de origem árabe da família dos cordofones, tem-se notícia da
sua utilização desde a Idade Média. Assim como o violino a rabeca é um instrumento de cordas friccionadas, suas cordas podem ser de tripas ou aproveitadas de outros instrumentos como o bandolim, o cavaquinho ou a guitarra elétrica, por exemplo. Chegou ao Brasil na época da colonização, trazida por portugueses e espanhóis. Diferente do violino, cuja origem é italiana e que é considerado um filho da rabeca, a rabeca não possui um padrão de construção constituído. Seu tamanho, sua forma, o material utilizado em sua construção, o número de cordas e a afinação podem variar de região para região, assim como o modo de tocar. Seu som, mais baixo e mais “fanho” que o do violino é, por muitos, considerado mais rústico. A rabeca foi o primeiro instrumento melódico a ser utilizado no forró, antes mesmo da sanfona que por ser um instrumento harmônico/melódico e de maiores recursos acabou sendo mais associada ao ritmo. A rabeca está presente em todo o Brasil e é tocada tradicionalmente em folguedos e brincadeiras da cultura popular, nos bois de reis e cavalos-marinhos da zona da mata nordestina, nas folias de Reis de Minas Gerais, na música caiçara do litoral paulista, nos reisados e danças de São Gonçalo em todo o nordeste, em comunidades de índios Guaranis em São Paulo e no Rio Grande do Sul, na marujada do litoral paraense bem como em outras regiões do Brasil. Os tocadores mais antigos consideram que para ser um verdadeiro rabequeiro a pessoa tem que saber também construir o instrumento. O município de Ferreiros, Zona da Mata Norte de Pernambuco, é considerado como terra da rabeca. Entre os tocadores mais conhecidos destacam-se Mestre Salustiano, Maciel Salú, Mane Pitunga, Mestre Luiz da Paixão, Renata Rosa, Siba, dentre outros.
Origem do pífano
O pífano é um instrumento da classificação dos aerofones, seu som é alcançado a partir
da vibração do ar, pode ser feito de bambu, taboca, taquara, osso, pode também ser fabricado com pvc ou metal por motivos de ausência de matéria prima natural. Alguns estudiosos acreditam que a origem dos pífanos está ligada ao continente europeu. O instrumento atual tocado no Brasil surge a partir de uma mistura de influências, a indígena, a européia e a africana. Possui em geral 7 furos, seis para o dedilhado e um bocal, mas essa quantidade pode variar. Não existe um modelo determinado para construção do pífano. É um instrumento de construção rústica e artesanal, melódico e com propriedades rítmicas, possui uma tessitura curta e é comumente executado em registros agudos. Há 3 tipos de pífano: Meia-Regra (40-45cm), Trê-Quartos (48-50cm) e o Regra-Inteira (acima de meio metro). Segundo Daniel Magalhães, autor do livro "Canudos, Gaitas e Pífanos - As flautas no norte de Minas" o pífano chegou ao Brasil provavelmente pelas mãos dos jesuítas e militares portugueses, sendo em seguida introduzido aos indígenas. O pífano é um instrumento muito utilizado no Nordeste brasileiro, sendo tocado tanto em cerimônias religiosas quanto em festas. As formações de grupos de pífanos variam, sendo muito comuns a banda Cabaçal, com dois pífanos, zabumba, caixa (ou tarol) e pratos, e o Terno, com dois pífanos, zabumba e duas rabecas (às vezes também com um triângulo). Alguns dos pifeiros mais famosos são João do Pife (PE), Zabé da Loca (PB), Zé do Pífano (PE), Chau do Pife (AL). A Banda de Pífanos de Caruaru é a formação mais famosa nacional e internacionalmente, tendo ganho em 2004 o Grammy Latino pela obra No Século XXI, no Pátio do Forró.