Estudos sobre o processo de escravatura no Brasil deu-se inicio em
solos de outro continente, mas precisamente o continente africano, com a chegada dos portugueses ao Brasil recorreram à uma mão de obra para a construção da nova colônia de Portugal e assim iniciou a exportação de mão de obra africana. No fim do século XIX, segundo alguns historiadores a escravidão era o sistema, mas impiedoso, porém o, mas eficiente para se controlar a mão de obra necessária para qualquer finalidade. A escravidão passou a ser racial por que de acordo com alguns estudiosos como Alberto Costa e Silva, a Europa estava passando pelo ápice da influência cristã desta forma a escravidão tornou-se uma afronta ao seu semelhante religioso, então optaram por uma vertente diferente, a mão de obra pagã. Acreditando que o escravo é diferente e conhecendo a cultura africana que não era cristã ocidental encontravam lá a distancia dos dogmas católicos e o argumento necessário para a exportação da mão de obra. Com a guerra civil que acontecia em terras africanas era oportuno à compra e venda de mão de obra escrava. A maior parte da escravização veio da Guiné, Porto de Castiele e o porto de Bissau da Costa dos escravos os principais portos foram, Porto da Ajudá, Pagus, Aque, Badario, Porto Seguro, Porto Novo, Popó pequeno, Popó Grande, Congo, Icapinga, Capinga e Ipinga, Angola, Porto de Luanda, Benguela e Mocambique. Os escravos que foram trazidos para o Brasil eram presos políticos essa situação tinha mudança constante. A politica africana determinava qual porto naquele momento iria fornecer os escravos que embarcariam para o Brasil. Durante o fim do século 18 inicio do século 19 a guerra civil urbana desmontou o reino de oió e varias cidades estados iorubas. Neste momento existe um grande número de iorubas embarcados para o Brasil, mas precisamente para a Bahia. O termo ioruba era aplicado aos oiós do reino de Xangô (Orixá africano). Com o fornecimento sendo feito de portos diferentes e isto implicando em uma diversidade de povos embarcados para o Brasil, houve uma união desses reinos que aqui ficaram conhecidos como Nagôs ( É uma parte do povo yoruba, mas não representa todos os yorubas.) Durante a travessia muitos negros morreram não se sabe ao certo os números que saíram e que ficaram em auto mar esta discursão perpassa até os dias atuais entre os estudiosos do continente no período da escravidão. Sabe-se que grande parte desembarcou em solos soteropolitanos onde até então era apenas o porto da colônia de Portugal. Os negros que chegaram eram de partes urbanizadas do continente africano isto colaborou para as tentativas de organização enquanto sociedade. E durante as “acomodações” iniciam-se as divisões de tarefa onde os negros que apresentavam uma resistência maior eram colocados nas lavouras os de melhor aparência eram colocados em volta de casa isto servia tanto para mulheres como homens. Após um tempo e com a queda da produção nas lavouras as mulheres passaram a vender nas feiras e foram as primeiras a terem acesso a dinheiro e a oportunidade da alforria. As cartas de Alforria passaram a fazer parte da economia durante o século 19 com a necessidade do retorno financeiro os senhores investiam alto nessas cartas e os escravizados buscavam se empenhar para a conquista da liberdade, este fato acontecia principalmente na Bahia onde havia uma maior concentração de negros, e por ter maior território de lavouras. Nos outros estados como Minas Gerais a facilidade das alforrias se dava por conta do acesso ao ouro que os escravos tinham em São Paulo devido a transição da monocultura da cana de açúcar para o café. Fatores políticos também influenciaram neste processo de compra pela liberdade com as leis emancipatórias, houve uma necessidade de libertar os que estavam ainda sendo escravizados segundo alguns pesquisadores o Brasil foi uma das ultimas colônias a abolirem a escravidão. Com todos esses fatores a liberdade tornava-se obrigatória, porém ainda não estava acessível a todos, os escravos urbanos eram os que tinham maior probabilidade à liberdade e as mulheres, que eram minoria no meio escravizado estavam relativamente, mas próxima. Ao trazer de África a cultura de ser negociante nas feiras e ao chegar no Brasil e permanecer com os costumes de troca e barganha de mercadoria as mulheres não apenas tornam-se as primeiras a serem alforriadas como ocupam um lugar social ao tentar compra a liberdade dos seus irmãos. A sua importância no ambiente da feira é não somente para a troca e a barganha, mas também a troca de bens simbólicos como noticias, modas receitas musicas danças. Tudo o que deixa “vivo” as suas raízes. Durante esta construção histórica existe um fator histórico / geográfico o que chamamos de Diáspora. Dentro da escrita sobre escravidão muito se fala sobre diásporas, mas pouco se entende o conceito da palavra em seu cerni o dicionário diz que Diáspora: É um substantivo feminino com origem no termo grego "diasporá", que significa dispersão de povos, por motivos políticos ou religiosos. (Dicionário online) Este conceito surgiu pela primeira vez graças à dispersão dos judeus no mundo antigo, principalmente depois do exílio babilônico, dispersão que continuou a ocorrer ao longo dos séculos e que se verifica até hoje. Apesar da sua origem, o termo diáspora não é usado exclusivamente no caso dos judeus e serve para descrever qualquer comunidade étnica ou religiosa que vive dispersa ou fora do seu lugar de origem. O conceito que buscamos aqui é de uma diáspora africana também conhecida como Diáspora Negra consistiu no fenômeno histórico e sociocultural que ocorreu muito em função da escravatura, quando indivíduos africanos eram forçosamente transportados para outros países para trabalharem. (Dicionário online) Com os conceitos de diáspora é possível entender um fator que acontece no Brasil com os negros, as misturas das culturas e o surgimento do SINCRETISMO É a fusão de diferentes doutrinas para a formação de uma nova, seja de caráter filosófico, cultural ou religioso. O sincretismo mantém características típicas de todas as suas doutrinas-base, sejam rituais, superstições, processos, ideologias e etc.. Considerando que ele faz parte de tudo desde a saída dos negros do solo africano com uma “dispersão” desordenada por motivos estratégicos com o intuito de não alimentar a organização para qualquer reação a escravidão esta mistura que acontece nas fazendas, cidades e localidades onde os negros eram colocados. Com esta mistura estratégica alguns conceitos e cargos que eram das mulheres africanas por motivos políticos e econômicos, chegam ao Brasil com ressignificação e passam a ser dado como titulo religioso dentro do candomblé.