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1. Precedentes Históricos
Com o fim do sistema internacional estatuído com a ordem internacional de Westfalia, que
trouxe a noção de soberania absoluta como poder irrefreável no âmbito interno e externo,
orientado pelas visões teóricas de Hobbes, surge uma nova ordem mundial baseada na
relativização do conceito de soberania e responsável pelo surgimento do Direito
Internacional dos Direitos Humanos.
Para FLÁVIA PIOVESAN, a internacionalização dos Direitos humanos é fato recente que
ocorreu em 1945 com o surgimento da ONU. Neste sentido, aponta que o fenômeno teve como
balizas históricas a Liga das Nações ou Sociedade das Nações (SDN), a Organização Internacional
do Trabalho (OIT), o Direito Internacional Humanitário e o Tribunal de Nuremberg.
1. Cooperação
2. A paz;
3. Segurança internacional
4. Respeito ao Direitos Humanos;
5. Solução amigável das controvérsias.
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De forma tênue, o artigo 13 do Pacto da Liga faz referência a solução diplomáticas de
conflitos, entretanto, defende soluções pela via arbitral, com a aplicação de medidas
necessárias para afiançar os efeitos da sentença do Tribunal de arbitragem.
Embora tenha tido tanto sucesso quanto a ONU, no que concerne ao movimento
internacional de relativização das Soberanias Estatais no Século XX, representou um
consenso sobre uma parcela do que se denomina atualmente de Direitos
Humanos, não se podendo dizer assim que foi a instituição responsável pela
internacionalização dos direitos humanos.
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Nesta esteira, em uma primeira análise "o Direito Humanitário constitui o componente
de Direitos Humanos da lei da guerra".
Com o surgimento ainda no Século XIX, em 1864 com a chamada Convenção de Genebra,
tinha como objetivo, aliviar o destino dos militares feridos nos exércitos em campanha.
Foi o primeiro tratado internacional válido para qualquer conflito vindouro entre os
países partes, mas iniciou um processo de sucessivas formalizações de acordos
internacionais sobre o assunto em comento.
Em maio de 1945, foi assinada a rendição dos exércitos alemães, o que envolveu
representantes dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e União Soviética (países
vitoriosos na 2ª Guerra Mundial).
Neste mesmo ano, tais representantes reuniram-se para decidir formas de responsabilização
dos nazistas pelos 6 milhões de mortos civis dos quais 2,5 milhões eram judeus, além de atos
como criação de campos de concentração e pesquisas científicas bizarras que utilizaram seres
humanos como cobaia.
Foi dos Estados Unidos a ideia de criar um Tribunal para julgamentos dos Nazistas. Nesse
sentido em 17 de julho a 8 de agosto de 1945, reunidos na Inglaterra, na “Conferência de
Postdam”, os aliados firmaram a "Carta de Londres", dando origem ao Tribunal Militar
Internacional, o primeiro Tribunal Internacional da história, conhecido como "Tribunal de
Nuremberg" com o objetivo de punir os criminosos de guerra das Potências do Eixo.
1.4.1.Diferentes opiniões
O Tribunal de Nuremberg nasceu polêmico em razão de ter sido criado para o julgamento
de fatos pretéritos (ex post facto). Para muitos foi um progresso do Direito Internacional,
para outros um tribunal improvisado e arbitrário, onde foram negados os mais
elementares postulados do direito penal tradicional, tais como: os "princípios da
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legalidade" e da "irretroatividade da lei penal", sendo conhecido como o "julgamento de
vencedores contra vencidos".
Essa condição de ser um Tribunal criado posteriormente ao fato que irá julgar lhe concede
a caracterização de Tribunal de Exceção, e essa é a crítica ao Tribunal de Nuremberg, pois
não há forma de ser respeitada a legalidade e irretroatividade da lei penal.
Dessa feita, os alemães alegam como defesa, o fato de que só estavam cumprindo ordens
legais. A partir daí sepulta-se de vez o “Positivismo jurídico” que via na perfeição formal
ato, uma condição de validade absoluta da norma.
Ao final, se entendeu que uma lei para ser perfeita deve observar não somente um
perfeição formal, mas também de conteúdo, que deve observar os valores morais
universais.
2. A FASE DE INTERNACIONALIZAÇÃO
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Sendo assim foi necessário redefinir o status de indivíduo no cenário
internacional para que se tornasse um verdadeiro sujeito de Direito Internacional,
além dos Estados – que se tornaram sujeitos de direito com a paz de Westfália.
O homem somente como sujeito de Direito Interno submete-se a uma soberania ilimitada que
na “Era Hitler” é marcada pela lógica da destruição da pessoa humana, que promoveu a morte de
11 milhões de pessoas, sendo seis milhões de judeus, além de comunistas, homossexuais e ciganos.
3. ENIGMA DA INTERNACIONALIZAÇÃO
Buscando responder essa pergunta, ANDRÉ DE CARVALHO RAMOS elabora seis possíveis
motivações que orientaram os Estados quando decidiram aderir ao Direito Internacional dos
Direitos Humanos, relativizando suas soberanias.
A lembrança da segunda guerra mundial teve um peso relevante na ratificação constante dos
tratados internacionais de Direitos humanos.
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2º. - O anseio de vários governos de afastar-se de passados ditatoriais e constantes violações
dos direitos humanos e adquirirem legitimidade diante da comunidade internacional.
O Brasil, após a redemocratização ocorrida a partir dos anos 80, vem sistematicamente
aderindo a tratados internacionais de Direitos Humanos e reconheceu inclusive a jurisdição
da Corte Internacional de Direitos Humanos.
3º. A internacionalização intensiva da proteção dos Direitos Humanos explica-se por servir
para o estabelecimento de dialogo entre os povos.
A proteção dos Direitos Humanos se torna fator chave para a convivência dos povos na
comunidade internacional. É possível essa convivência, na medida que a se dá a afirmação
dos Direitos Humanos como agenda mundial comum, levando os Estados a estabelecerem
projetos em comum acordo.
4º. A motivação econômica é uma das motivações para a internacionalização dos direitos
humanos.
As ONG(s) internacionais perceberam que é mais fácil tratar com tratados internacionais de
direitos humanos para consecução de objetivos do que tentar pela via do legislativo, pois seus
objetivos tornam-se inalcançáveis.
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• A lógica da supremacia do indivíduo como ideal do Direito Internacional;
ESTRUTURA DA ONU
1. Assembléia Geral;
2. Conselho de Segurança;
3. Conselho Econômico e Social;
4. Conselho de Tutela;
5. Secretariado.
6. Corte Internacional de Justiça
1.1 Composição
A Assembléia Geral será constituída por todos os Membros das Nações Unidas. Cada
Membro não deverá ter mais de cinco representantes na Assembléia Geral.
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A Assembléia Geral poderá discutir quaisquer questões ou assuntos que estiverem dentro das
finalidades da Carta da ONU ou que se relacionarem com as atribuições e funções de qualquer dos
órgãos nela previstos.
A Assembléia Geral poderá considerar os seguintes princípios gerais para recomendá-los aos
membros ou ao Conselho de Segurança:
Observação:
1. Tal discussão pode ser submetida por qualquer Membro das Nações Unidas, pelo Conselho
de Segurança, ou por Estado que não seja Membro das Nações unidas.
2. Qualquer destas questões, para cuja solução for necessária uma ação, será submetida
ao Conselho de Segurança pela Assembléia Geral, antes ou depois da discussão.
3. A Assembléia Geral poderá solicitar a atenção do Conselho de Segurança para situações que
possam constituir ameaça à paz e à segurança internacionais.
As despesas da Organização serão custeadas pelos Membros, segundo cotas fixadas pela
Assembléia Geral.
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A Assembléia Geral receberá e examinará os relatórios dos outros órgãos das Nações
Unidas,considerará e aprovará o orçamento da organização, considerará e aprovará quaisquer
ajustes financeiros e orçamentários com as entidades especializadas (Art. 57 )
1.4. Votação
1.5. Processo
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A Assembléia Geral adotará suas regras de processo e elegerá seu presidente para cada sessão
e poderá estabelecer os órgãos subsidiários que julgar necessários ao desempenho de suas funções.
2.CONSELHO DE SEGURANÇA
2.1 Composição
2.2.Membros permanentes
1)A República da China; 2) França; 3) União das Repúblicas Socialistas Soviéticas; 4) Reino
Unido da Grã-Bretanha; 4) Irlanda do norte; 5) Estados Unidos da América
A Assembléia Geral elegerá dez outros Membros das Nações Unidas para Membros não
permanentes do Conselho de Segurança, tendo especialmente em vista, em primeiro lugar, a
contribuição dos Membros das Nações Unidas para a manutenção da paz e da segurança
internacionais e para osoutros propósitos da Organização e também a distribuição geográfica
equitativa.
2.4.Mandato
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2.6.Votação
2.7.Consultas –
Qualquer membro das Nações Unidas, que não for membro do Conselho de Segurança,
poderá participar, sem direito a voto, na discussão de qualquer questão submetida ao Conselho de
Segurança, sempre que este considere que os interesses do referido Membro estão especialmente
em jogo.
Qualquer Membro das Nações Unidas poderá solicitar a atenção do Conselho de Segurança
ou da Assembléia Geral para qualquer controvérsia, ou qualquer situação, da natureza das que se
acham previstas no Artigo 34.
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A fim de evitar que a situação se agrave, o Conselho de Segurança poderá, antes de fazer as
recomendações ou decidir a respeito das medidas previstas no Artigo 39, convidar as partes
interessadas a que aceitem as medidas provisórias que lhe pareçam necessárias ou aconselháveis.
Tais medidas provisórias não prejudicarão os direitos ou pretensões , nem a situação das partes
interessadas. O Conselho de Segurança tomará devida nota do não cumprimento dessas medidas.
O Conselho de Segurança decidirá sobre as medidas que, sem envolver o emprego de forças
armadas, deverão ser tomadas para tornar efetivas suas decisões e poderá convidar os Membros
das Nações Unidas a aplicarem tais medidas. Estas poderão incluir a interrupção completa ou
parcial das relações econômicas, dos meios de comunicação ferroviários, marítimos, aéreos ,
postais, telegráficos, radiofônicos, ou de outra qualquer espécie e o rompimento das relações
diplomáticas.
Todos os Membros das Nações Unidas, a fim de contribuir para a manutenção da paz e da
segurança internacionais, se comprometem a proporcionar ao Conselho de Segurança, a seu
pedido e de conformidade com o acordo ou acordos especiais, forças armadas, assistência e
facilidades, inclusive direitos de passagem, necessários à manutenção da paz e da segurança
internacionais.
A fim de habilitar as Nações Unidas a tomarem medidas militares urgentes, os Membros das
Nações Unidas deverão manter, imediatamente utilizáveis, contingentes das forças aéreas
nacionais para a execução combinada de uma ação coercitiva internacional. A potência e o grau
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de preparação desses contingentes, como os planos de ação combinada, serão
determinados pelo Conselho de Segurança com a assistência da Comissão de Estado
Maior, dentro dos limites estabelecidos no acordo ou acordos especiais a que se refere o Artigo
43.
A Comissão de Estado Maior será composta dos Chefes de Estado Maior dos Membros
Permanentes do Conselho de Segurança ou de seus representantes. Todo Membro das Nações
Unidas que não estiver permanentemente representado na Comissão será por esta convidado a
tomar parte nos seus trabalhos, sempre que a sua participação for necessária ao eficiente
cumprimento das responsabilidades da Comissão.
3.1.Composição
O Conselho Econômico e Social será composto de 54 Membros das Nações Unidas eleitos
pela Assembléia Geral. Dezoito Membros do Conselho Econômico e Social serão eleitos cada ano
para um período de três anos, podendo, ao terminar esse prazo, ser reeleitos para o período
seguinte.
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3.2.Funções e atribuições
Poderá convocar, de acordo com as regras estipuladas pelas Nações Unidas, conferências
internacionais sobre assuntos de sua competência.
3.3.Votação
As nações Unidas estabelecerão sob sua autoridade um sistema internacional de tutela para a
administração e fiscalização dos territórios que possam ser colocados sob tal sistema em
consequência de futuros acordos. Esses territórios serão, daqui em diante, mencionados como
territórios tutelados.
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a) favorecer a paz e a segurança internacionais;
c) estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem
distinção de raça, sexo língua ou religião e favorecer o reconhecimento da interdependência de
todos os povos; e
d) assegurar igualdade de tratamento nos domínios social, econômico e comercial para todos
os Membros das nações Unidas e seus nacionais e, para estes últimos, igual tratamento na
administração da justiça, sem prejuízo dos objetivos acima expostos e sob reserva das disposições
do Artigo 80.
O sistema de tutela será aplicado aos territórios das categorias seguintes, que
venham a ser colocados sob tal sistema por meio de acordos de tutela:
c) territórios voluntariamente colocados sob tal sistema por Estados responsáveis pela sua
administração.
Composição
O Conselho de Tutela será composto dos seguintes Membros das Nações Unidas:
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b) aqueles dentre os Membros mencionados nominalmente no Artigo 23, que não estiverem
administrando territórios tutelados; e
c) quantos outros Membros eleitos por um período de três anos, pela Assembléia Geral,
sejam necessários para assegurar que o número total de Membros do Conselho de Tutela fique
igualmente dividido entre os Membros das Nações Unidas que administrem territórios tutelados e
aqueles que o não fazem.
A Corte Internacional de Justiça será o principal órgão judiciário das Nações Unidas.
Funcionará de acordo com o Estatuto anexo, que é baseado no Estatuto da Corte Permanente de
Justiça Internacional e faz parte integrante da presente Carta.
Todos os Membros das Nações Unidas são ipso facto partes do Estatuto da Corte
Internacional de Justiça.
Um Estado que não for Membro das Nações Unidas poderá tornar-se parte no Estatuto da
Corte Internacional de Justiça, em condições que serão determinadas, em cada caso, pela
Assembléia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança.
Cada Membro das Nações Unidas se compromete a conformarse com a decisão da Corte
Internacional de Justiça em qualquer caso em que for parte.
6. O SECRETARIADO
7. AGÊNCIAS ESPECIALIZADAS
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O Sistema da ONU está formado pelos seis principais órgãos da Organização,
Organização e também,
Programas, Fundos e Agências Especializadas.
Há muitas organizações e agências das Nações Unidas que funcionam para trabalhar sobre
questões específicas. Algumas das agências
a mais conhecidas: Agência Internacional de Energia
Atómica, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a UNESCO
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), o Banco Mundial e a
Organização Mundial de Saúde.
É por meio dessas agências que a ONU realiza a maior parte de seu trabalho humanitário.
Exemplos incluem programas de vacinação em massa (através da OMS), de prevenção da fome e
da desnutrição (através do trabalho do PAM) e a proteção dos mais vulneráveis
vuln e as pessoas
deslocadas (por exemplo, o ACNUR).
A Carta das Nações Unidas prevê que cada órgão principal da ONU pode
estabelecer várias agências especializadas para cumprir suas funções.
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3 OACI Organização da Aviação Civil Internacional 1947
4 IFAD Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola 1977
5 OIT Organização Internacional do Trabalho 1946
6 OMI Organização Marítima
M Internacional 1948
7 FMI Fundo Monetário Internacional 1944
8 UIT União Internacional de Telecomunicações 1947
9 UNESCO Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura 1946
10 UNIDO Organização para o Desenvolvimento Industrial 1967
11 UPU União Postal Universal 1947
12 BM Banco Mundial 1945
13 PAM Programa Alimentar Mundial 1963
14 OMS Organização Mundial da Saúde 1948
15 OMPI Organização Mundial da Propriedade Intelectual 1974
16 OMM Organização Meteorológica Mundial 1950
17 OMT Organização Mundial do Turismo 1974
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