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Direitos HumanosIV

A Internacionalização dos Direitos Humanos

1. Precedentes Históricos

Com o fim do sistema internacional estatuído com a ordem internacional de Westfalia, que
trouxe a noção de soberania absoluta como poder irrefreável no âmbito interno e externo,
orientado pelas visões teóricas de Hobbes, surge uma nova ordem mundial baseada na
relativização do conceito de soberania e responsável pelo surgimento do Direito
Internacional dos Direitos Humanos.

Para FLÁVIA PIOVESAN, a internacionalização dos Direitos humanos é fato recente que
ocorreu em 1945 com o surgimento da ONU. Neste sentido, aponta que o fenômeno teve como
balizas históricas a Liga das Nações ou Sociedade das Nações (SDN), a Organização Internacional
do Trabalho (OIT), o Direito Internacional Humanitário e o Tribunal de Nuremberg.

1.1. Liga das Nações – SDN, (1920-1945)

Criada após a Primeira Guerra Mundial tinha por objetivo promover:

1. Cooperação
2. A paz;
3. Segurança internacional
4. Respeito ao Direitos Humanos;
5. Solução amigável das controvérsias.

Para isso, condenou as agressões externas, defendendo a integridade


territorial e a independência política.

O Pacto da Liga, de 1920, contava com dispositivos que restringiam a soberania


absoluta dos Estados, valorizando o respeito aos direitos humanos como
prioridade e objetivo de todos os componentes da sociedade internacional.

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De forma tênue, o artigo 13 do Pacto da Liga faz referência a solução diplomáticas de
conflitos, entretanto, defende soluções pela via arbitral, com a aplicação de medidas
necessárias para afiançar os efeitos da sentença do Tribunal de arbitragem.

Porquê a Liga das Nações é entendida como precedente da


Internacionalização?

A Liga das Nações representou uma primeira tentativa de relativização das


soberanias dos Estados no plano Internacional mediante uma associação entre
membros, e por isso, é entendida como precedente da Internacionalização.

Entretanto, devido à não consecução da prevenção da Segunda Guerra Mundial a Liga


acabou por ser dissolvida em sua 21ª sessão.

1.2. Organização Internacional do Trabalho (1919)


A Organização Internacional do Trabalho (OIT) constituída no ano de 1919 cooperou
demasiadamente com o processo de internacionalização dos Direitos Humanos da seguinte
forma:
1. Promulgando mais 100 de Convenções internacionais, garantindo um modelo
justo e digno nas relações laborais.
2. Foi um dos antecedentes que mais contribuiu à formação do Direito
Internacional dos Direitos Humanos, tendo sido criada após a Primeira Guerra Mundial
para promover parâmetros básicos de trabalho e de bem-estar social.
3. Padronizou as regras de Direito do Trabalho em todo o mundo.
4. Relativizou a noção de soberania em todo mundo, já que os países adotaram
tais regras.

Se foi tão eficiente, porquê não foi por si só, a protagonista da


Internacionalização dos Direitos Humanos?

Embora tenha tido tanto sucesso quanto a ONU, no que concerne ao movimento
internacional de relativização das Soberanias Estatais no Século XX, representou um
consenso sobre uma parcela do que se denomina atualmente de Direitos
Humanos, não se podendo dizer assim que foi a instituição responsável pela
internacionalização dos direitos humanos.

1.3. O Direito Internacional Humanitário

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Nesta esteira, em uma primeira análise "o Direito Humanitário constitui o componente
de Direitos Humanos da lei da guerra".

Tem o Direito Humanitário o condão de ser o regramento que se aplica em hipóteses de


guerra, colocando limites aos atos do Estado, e, afiançando a observância, nesta situação
especial, dos direitos fundamentais dos militares postos fora de combate e da população
civil envolvida no conflito.

Com o surgimento ainda no Século XIX, em 1864 com a chamada Convenção de Genebra,
tinha como objetivo, aliviar o destino dos militares feridos nos exércitos em campanha.

Foi o primeiro tratado internacional válido para qualquer conflito vindouro entre os
países partes, mas iniciou um processo de sucessivas formalizações de acordos
internacionais sobre o assunto em comento.

1.4. Tribunal de Nuremberg

Em maio de 1945, foi assinada a rendição dos exércitos alemães, o que envolveu
representantes dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e União Soviética (países
vitoriosos na 2ª Guerra Mundial).

Neste mesmo ano, tais representantes reuniram-se para decidir formas de responsabilização
dos nazistas pelos 6 milhões de mortos civis dos quais 2,5 milhões eram judeus, além de atos
como criação de campos de concentração e pesquisas científicas bizarras que utilizaram seres
humanos como cobaia.

Foi dos Estados Unidos a ideia de criar um Tribunal para julgamentos dos Nazistas. Nesse
sentido em 17 de julho a 8 de agosto de 1945, reunidos na Inglaterra, na “Conferência de
Postdam”, os aliados firmaram a "Carta de Londres", dando origem ao Tribunal Militar
Internacional, o primeiro Tribunal Internacional da história, conhecido como "Tribunal de
Nuremberg" com o objetivo de punir os criminosos de guerra das Potências do Eixo.

1.4.1.Diferentes opiniões

O Tribunal de Nuremberg nasceu polêmico em razão de ter sido criado para o julgamento
de fatos pretéritos (ex post facto). Para muitos foi um progresso do Direito Internacional,
para outros um tribunal improvisado e arbitrário, onde foram negados os mais
elementares postulados do direito penal tradicional, tais como: os "princípios da

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legalidade" e da "irretroatividade da lei penal", sendo conhecido como o "julgamento de
vencedores contra vencidos".

Essa condição de ser um Tribunal criado posteriormente ao fato que irá julgar lhe concede
a caracterização de Tribunal de Exceção, e essa é a crítica ao Tribunal de Nuremberg, pois
não há forma de ser respeitada a legalidade e irretroatividade da lei penal.

1.4.2. Decadência do positivismo jurídico

No Tribunal de Nuremberg, uma das principais dificuldades para incriminar os nazistas


foi o fato de que todas as atividades desumanas estavam previstas em espécies normativas
do ordenamento jurídico alemão.

Dessa feita, os alemães alegam como defesa, o fato de que só estavam cumprindo ordens
legais. A partir daí sepulta-se de vez o “Positivismo jurídico” que via na perfeição formal
ato, uma condição de validade absoluta da norma.

Ao final, se entendeu que uma lei para ser perfeita deve observar não somente um
perfeição formal, mas também de conteúdo, que deve observar os valores morais
universais.

Porquê o Tribunal de Nuremberg é considerado um precedente da


Internacionalização?

O significado do Tribunal de Nuremberg para o processo de internacionalização dos direitos


humanos é triplo:

1. Consolida a idéia da necessária limitação da soberania nacional;


2. Reconhece que os indivíduos têm direitos protegidos pelo direito
internacional;
3. Cria um novo paradigma (pós-positivismo) promovendo a decadência
do positivismo jurídico.

2. A FASE DE INTERNACIONALIZAÇÃO

Para que os Direitos Humanos se internacionalizassem houve a necessidade de se redefinir o


âmbito e o alcance do conceito de soberania, para permitir o advento dos Direitos Humanos, como
questão de legitimo interesse internacional.

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Sendo assim foi necessário redefinir o status de indivíduo no cenário
internacional para que se tornasse um verdadeiro sujeito de Direito Internacional,
além dos Estados – que se tornaram sujeitos de direito com a paz de Westfália.

O homem somente como sujeito de Direito Interno submete-se a uma soberania ilimitada que
na “Era Hitler” é marcada pela lógica da destruição da pessoa humana, que promoveu a morte de
11 milhões de pessoas, sendo seis milhões de judeus, além de comunistas, homossexuais e ciganos.

O legado do nazismo foi condicionar a titularidade de direitos, ou seja, a condição de sujeito de


direito ao pertencimento de determinada raça – a raça pura ariana. O valor da pessoa humana em
função da barbárie do totalitarismo significou a negação da pessoa humana como valor fonte do
Direito.

Neste cenário torna-se imperativo reconstruir os direitos humanos. Acredita-se que se


houvesse um efetivo sistema de proteção aos Direitos Humanos às monstruosas violações
ocorridas na segunda guerra mundial não teriam acontecido.

Há, por tais motivos repúdio à concepção positivista de um ordenamento jurídico


indiferente a valores éticos, confinado a ótica meramente formal – uma vez que o
nazismo e o fascismo ascenderam sob um quadro de legalidade e promoveram a
barbárie em nome da lei.

3. ENIGMA DA INTERNACIONALIZAÇÃO

Considerando que não receberam “nada em troca”, o que levou os Estados de


quase o mundo todo a abrir mão de suas soberanias e respeitar direitos humanos?

Buscando responder essa pergunta, ANDRÉ DE CARVALHO RAMOS elabora seis possíveis
motivações que orientaram os Estados quando decidiram aderir ao Direito Internacional dos
Direitos Humanos, relativizando suas soberanias.

Seis são os motivos que poderiam justificar tal comportamento:

1º.A necessidade de um arcabouço normativo internacional na defesa de Direitos Humanos

Em face do comportamento da comunidade internacional em não intervir no conflito da


segunda guerra mundial e ainda quando apoiados em ordenamento doméstico os nazistas
perseguiram seus próprios nacionais.

A lembrança da segunda guerra mundial teve um peso relevante na ratificação constante dos
tratados internacionais de Direitos humanos.
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2º. - O anseio de vários governos de afastar-se de passados ditatoriais e constantes violações
dos direitos humanos e adquirirem legitimidade diante da comunidade internacional.

O Brasil, após a redemocratização ocorrida a partir dos anos 80, vem sistematicamente
aderindo a tratados internacionais de Direitos Humanos e reconheceu inclusive a jurisdição
da Corte Internacional de Direitos Humanos.

3º. A internacionalização intensiva da proteção dos Direitos Humanos explica-se por servir
para o estabelecimento de dialogo entre os povos.

Para André de Carvalho Ramos:

A proteção dos Direitos Humanos se torna fator chave para a convivência dos povos na
comunidade internacional. É possível essa convivência, na medida que a se dá a afirmação
dos Direitos Humanos como agenda mundial comum, levando os Estados a estabelecerem
projetos em comum acordo.

4º. A motivação econômica é uma das motivações para a internacionalização dos direitos
humanos.

Os doutrinadores observam que os países desenvolvidos, que exportam capital defendem a


internacionalização dos direitos humanos visando a proteção de um Standard mínimo de
direitos dos investidores (direito de propriedade, do devido processo legal , vedação de
confisco entre outros direitos.

Os países subdesenvolvidos ao contrário utilizam a proteção internacional dos Direitos


Humanos, como forma de exigir mudanças drásticas em outros setores do Direito
Internacional, como o Direito Internacional do Comércio e o Direito Internacional
Econômico.

Exemplo: No Brasil o caso dos remédios da AIDS, quebra de patente.

5º. A sociedade civil organizada impulsiona a internacionalização dos Direitos Humanos.

As ONG(s) internacionais perceberam que é mais fácil tratar com tratados internacionais de
direitos humanos para consecução de objetivos do que tentar pela via do legislativo, pois seus
objetivos tornam-se inalcançáveis.

6ª. A indignação contra o desrespeito aos direitos básicos do ser humano.

Esses fatores implantam no mundo os direitos humanos como tema universal,


consagrando-se a existência de uma normatividade internacional sobre os direitos
humanos por meio de uma dupla lógica:

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• A lógica da supremacia do indivíduo como ideal do Direito Internacional;

• A lógica realista significando a busca da convivência e cooperação pacifica


entre os povos, que se encontrará por meio do diálogo na proteção dos Direitos
Humanos.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS


A Organização das Nações Unidas surgiu no pós-guerra em 1945, a partir da Carta de São
Francisco, tratado Internacional que não só fundou a ONU, como também fez a previsão de seus
objetivos, princípios (já vistos em aula anterior) e órgãos que a compõe.

ESTRUTURA DA ONU

Ficam estabelecidos como órgãos principais das Nações Unidas:

1. Assembléia Geral;
2. Conselho de Segurança;
3. Conselho Econômico e Social;
4. Conselho de Tutela;
5. Secretariado.
6. Corte Internacional de Justiça

1. Assembléia Geral (art 9º)

1.1 Composição

A Assembléia Geral será constituída por todos os Membros das Nações Unidas. Cada
Membro não deverá ter mais de cinco representantes na Assembléia Geral.

1.2 Funções e atribuições

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A Assembléia Geral poderá discutir quaisquer questões ou assuntos que estiverem dentro das
finalidades da Carta da ONU ou que se relacionarem com as atribuições e funções de qualquer dos
órgãos nela previstos.

Poderá fazer recomendações aos Membros das Nações Unidas ou ao Conselho


de Segurança ou a este e àqueles, conjuntamente, com referência a qualquer
daquelas questões ou assuntos, menos nos casos em que o Conselho de Segurança
esteja discutindo o mesmo assunto (a menos que solicite).

Considera e aprova o orçamento da ONU.

A Assembléia Geral poderá considerar os seguintes princípios gerais para recomendá-los aos
membros ou ao Conselho de Segurança:

1. Cooperação na manutenção da paz e da segurança internacionais;


2. Desarmamento e a regulamentação dos armamentos;

Observação:

1. Tal discussão pode ser submetida por qualquer Membro das Nações Unidas, pelo Conselho
de Segurança, ou por Estado que não seja Membro das Nações unidas.
2. Qualquer destas questões, para cuja solução for necessária uma ação, será submetida
ao Conselho de Segurança pela Assembléia Geral, antes ou depois da discussão.
3. A Assembléia Geral poderá solicitar a atenção do Conselho de Segurança para situações que
possam constituir ameaça à paz e à segurança internacionais.

As atribuições da Assembléia Geral enumeradas neste Artigo não limitarão a


finalidade geral do Artigo 10.

Assembléia Geral receberá e examinará os relatórios anuais e especiais do Conselho de


Segurança. Esses relatórios incluirão uma relação das medidas que o Conselho de Segurança tenha
adotado ou aplicado a fim de manter a paz e a segurança internacionais.

1.3. Despesas da ONU

As despesas da Organização serão custeadas pelos Membros, segundo cotas fixadas pela
Assembléia Geral.

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A Assembléia Geral receberá e examinará os relatórios dos outros órgãos das Nações
Unidas,considerará e aprovará o orçamento da organização, considerará e aprovará quaisquer
ajustes financeiros e orçamentários com as entidades especializadas (Art. 57 )

Examinará os orçamentos administrativos de tais instituições especializadas com o fim de


lhes fazer recomendações

O Membro das Nações Unidas que estiver em atraso no pagamento de sua


contribuição financeira à Organização não terá voto na Assembléia Geral, se o total
de suas contribuições atrasadas igualar ou exceder a soma das contribuições
correspondentes aos dois anos anteriores completos.

A Assembléia Geral poderá entretanto, permitir que o referido Membro vote, se


ficar provado que a falta de pagamento é devida a condições independentes de sua
vontade.

1.4. Votação

Cada Membro da Assembléia Geral terá um voto.

As decisões da Assembléia Geral, em questões importantes, serão tomadas por maioria de


dois terços dos Membros presentes e votantes.

1. Recomendações relativas à manutenção da paz e da segurança internacionais;


2. Eleição dos Membros não permanentes do Conselho de Segurança;
3. Eleição dos Membros do Conselho Econômico e Social;
4. Eleição dos Membros do Conselho de Tutela, de acordo como parágrafo 1 (c) do
Artigo 86; à admissão de novos Membros das Nações Unidas;
5. Suspensão dos direitos e privilégios de Membros; à expulsão dos Membros; questões
referentes o funcionamento do sistema de tutela e questões orçamentárias.

1.5. Processo

A Assembléia Geral reunir-se-á em sessões anuais regulares e em sessões especiais exigidas


pelas circunstâncias.

As sessões especiais serão convocadas pelo Secretário-Geral, a pedido do Conselho de


Segurança ou da maioria dos Membros das Nações Unidas.

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A Assembléia Geral adotará suas regras de processo e elegerá seu presidente para cada sessão
e poderá estabelecer os órgãos subsidiários que julgar necessários ao desempenho de suas funções.

2.CONSELHO DE SEGURANÇA

2.1 Composição

O Conselho de Segurança será composto de quinze Membros das Nações Unidas.

2.2.Membros permanentes

1)A República da China; 2) França; 3) União das Repúblicas Socialistas Soviéticas; 4) Reino
Unido da Grã-Bretanha; 4) Irlanda do norte; 5) Estados Unidos da América

2.3.Membros não permanentes

A Assembléia Geral elegerá dez outros Membros das Nações Unidas para Membros não
permanentes do Conselho de Segurança, tendo especialmente em vista, em primeiro lugar, a
contribuição dos Membros das Nações Unidas para a manutenção da paz e da segurança
internacionais e para osoutros propósitos da Organização e também a distribuição geográfica
equitativa.

2.4.Mandato

Os membros não permanentes do Conselho de Segurança serão eleitos por um período de


dois anos.

2.5. Funções e atribuições

As principais funções são:

1. Responsabilidade na manutenção da paz e da segurança internacionais e concordam em


que no cumprimento dos deveres impostos por essa responsabilidade o Conselho de
Segurança aja em nome deles.

O Conselho de Segurança submeterá relatórios anuais e, quando necessário, especiais à


Assembléia Geral para sua consideração.

Os Membros das Nações Unidas concordam em aceitar e executar as decisões do Conselho de


Segurança, de acordo com a presente Carta.

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2.6.Votação

Cada membro do Conselho de Segurança terá um voto, as decisões do conselho de Segurança,


em questões processuais, serão tomadas pelo voto afirmativo de nove Membros.

2.7.Consultas –

Qualquer membro das Nações Unidas, que não for membro do Conselho de Segurança,
poderá participar, sem direito a voto, na discussão de qualquer questão submetida ao Conselho de
Segurança, sempre que este considere que os interesses do referido Membro estão especialmente
em jogo.

O Conselho de Segurança poderá investigar sobre qualquer controvérsia ou situação


suscetível de provocar atritos entre as Nações ou dar origem a uma controvérsia, a fim de
determinar se a continuação de tal controvérsia ou situação pode constituir ameaça à manutenção
da paz e da segurança internacionais.

Qualquer Membro das Nações Unidas poderá solicitar a atenção do Conselho de Segurança
ou da Assembléia Geral para qualquer controvérsia, ou qualquer situação, da natureza das que se
acham previstas no Artigo 34.

Medidas do Conselho de Segurança

1) Tentativa de soluções pacíficas – art. 33


2) Medidas provisórias art. 41
3) Uso da força – art. 42. Intervenção Humanitária (Ação coercitiva internacional)

2.8.SEGURANÇA, PAZ MUNDIAL E RECOMENDAÇÕES.

O Conselho de Segurança determinará a existência de qualquer ameaça à paz, ruptura da paz


ou ato de agressão, e fará recomendações ou decidirá que medidas deverão ser tomadas de acordo
com os Artigos 41 e 42, a fim de manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais.

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A fim de evitar que a situação se agrave, o Conselho de Segurança poderá, antes de fazer as
recomendações ou decidir a respeito das medidas previstas no Artigo 39, convidar as partes
interessadas a que aceitem as medidas provisórias que lhe pareçam necessárias ou aconselháveis.
Tais medidas provisórias não prejudicarão os direitos ou pretensões , nem a situação das partes
interessadas. O Conselho de Segurança tomará devida nota do não cumprimento dessas medidas.

O Conselho de Segurança decidirá sobre as medidas que, sem envolver o emprego de forças
armadas, deverão ser tomadas para tornar efetivas suas decisões e poderá convidar os Membros
das Nações Unidas a aplicarem tais medidas. Estas poderão incluir a interrupção completa ou
parcial das relações econômicas, dos meios de comunicação ferroviários, marítimos, aéreos ,
postais, telegráficos, radiofônicos, ou de outra qualquer espécie e o rompimento das relações
diplomáticas.

2.9.USO DA FORÇA (INTERVENÇÃO HUMANITÁRIA)

No caso de o Conselho de Segurança considerar que as medidas previstas no Artigo 41 seriam


ou demonstraram que são inadequadas, poderá levar a efeito, por meio de forças aéreas, navais ou
terrestres, a ação que julgar necessária para manter ou restabelecer a paz e a segurança
internacionais. Tal ação poderá compreender demonstrações, bloqueios e outras operações, por
parte das forças aéreas, navais ou terrestres dos Membros das Nações Unidas.

Todos os Membros das Nações Unidas, a fim de contribuir para a manutenção da paz e da
segurança internacionais, se comprometem a proporcionar ao Conselho de Segurança, a seu
pedido e de conformidade com o acordo ou acordos especiais, forças armadas, assistência e
facilidades, inclusive direitos de passagem, necessários à manutenção da paz e da segurança
internacionais.

Quando o Conselho de Segurança decidir o emprego de força, deverá, antes de solicitar a um


Membro nele não representado o fornecimento de forças armadas em cumprimento das
obrigações assumidas em virtude do Artigo 43, convidar o referido Membro, se este assim o
desejar, a participar das decisões do Conselho de Segurança relativas ao emprego de contingentes
das forças armadas do dito Membro.

2.10.COMISSÃO DO ESTADO MAIOR

A fim de habilitar as Nações Unidas a tomarem medidas militares urgentes, os Membros das
Nações Unidas deverão manter, imediatamente utilizáveis, contingentes das forças aéreas
nacionais para a execução combinada de uma ação coercitiva internacional. A potência e o grau

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de preparação desses contingentes, como os planos de ação combinada, serão
determinados pelo Conselho de Segurança com a assistência da Comissão de Estado
Maior, dentro dos limites estabelecidos no acordo ou acordos especiais a que se refere o Artigo
43.

O Conselho de Segurança, com a assistência da Comissão de Estado Maior, fará


planos para a aplicação das forças armadas.

2.11. Composição do Estado Maior.

A Comissão de Estado Maior será composta dos Chefes de Estado Maior dos Membros
Permanentes do Conselho de Segurança ou de seus representantes. Todo Membro das Nações
Unidas que não estiver permanentemente representado na Comissão será por esta convidado a
tomar parte nos seus trabalhos, sempre que a sua participação for necessária ao eficiente
cumprimento das responsabilidades da Comissão.

A Comissão de Estado Maior será responsável, sob a autoridade do Conselho de


Segurança, pela direção estratégica de todas as forças armadas postas à disposição
do dito Conselho. As questões relativas ao comando dessas forças serão resolvidas
ulteriormente.

A Comissão de Estado Maior, com autorização do Conselho de Segurança e


depois de consultar os organismos regionais adequados, poderá estabelecer sub-
comissões regionais.

A ação necessária ao cumprimento das decisões do Conselho de Segurança para


manutenção da paz e da segurança internacionais será levada a efeito por todos os
Membros das Nações Unidas ou por alguns deles, conforme seja determinado pelo
Conselho de Segurança.

3. CONSELHO ECONÔMICO E SOCIAL

3.1.Composição

O Conselho Econômico e Social será composto de 54 Membros das Nações Unidas eleitos
pela Assembléia Geral. Dezoito Membros do Conselho Econômico e Social serão eleitos cada ano
para um período de três anos, podendo, ao terminar esse prazo, ser reeleitos para o período
seguinte.

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3.2.Funções e atribuições

O Conselho Econômico e Social fará ou iniciará estudose relatórios a respeito de assuntos


internacionais de caráter econômico, social, cultural, educacional, sanitário e conexos e poderá
fazer recomendações a respeito de tais assuntos à Assembléia Geral, aos Membros das Nações
Unidas e às entidades especializadas interessadas.

Poderá, igualmente, fazer recomendações destinadas a promover o respeito e a observância


dos direitos humanos e das liberdades fundamentais para todos, preparar projetos de convenções
a serem submetidos à Assembléia Geral, sobre assuntos de sua competência.

Poderá convocar, de acordo com as regras estipuladas pelas Nações Unidas, conferências
internacionais sobre assuntos de sua competência.

O conselho Econômico e Social poderá estabelecer acordos com qualquer das


entidades a que se refere o Artigo 57, a fim de determinar as condições em que a
entidade interessada será vinculada às Nações Unidas. Tais acordos serão
submetidos à aprovação da Assembléia Geral.

Poderá coordenar as atividades das entidades especializadas, por meio de consultas e


recomendações às mesmas e de recomendações à Assembléia Geral e aos Membros das Nações
Unidas. Comunicando à Assembléia Geral suas observações a respeito desses relatórios.

O Conselho Econômico e Social poderá fornecer informações ao Conselho de Segurança e, a


pedido deste, prestar-lhe assistência.

3.3.Votação

Cada Membro do Conselho Econômico e Social terá um voto. As decisões do Conselho


Econômico e Social serão tomadas por maioria dos membros presentes e votantes.

4. SISTEMA INTERNACIONAL DE TUTELA (art. 75)

As nações Unidas estabelecerão sob sua autoridade um sistema internacional de tutela para a
administração e fiscalização dos territórios que possam ser colocados sob tal sistema em
consequência de futuros acordos. Esses territórios serão, daqui em diante, mencionados como
territórios tutelados.

Os objetivos básicos do sistema de tutela serão:

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a) favorecer a paz e a segurança internacionais;

b) fomentar o progresso político, econômico, social e educacional dos habitantes dos


territórios tutelados e o seu desenvolvimento progressivo para alcançar governo próprio ou
independência, como mais convenha às circunstâncias particulares de cada território e de seus
habitantes e aos desejos livremente expressos dos povos interessados e como for previsto nos
termos de cada acordo de tutela;

c) estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem
distinção de raça, sexo língua ou religião e favorecer o reconhecimento da interdependência de
todos os povos; e

d) assegurar igualdade de tratamento nos domínios social, econômico e comercial para todos
os Membros das nações Unidas e seus nacionais e, para estes últimos, igual tratamento na
administração da justiça, sem prejuízo dos objetivos acima expostos e sob reserva das disposições
do Artigo 80.

O sistema de tutela será aplicado aos territórios das categorias seguintes, que
venham a ser colocados sob tal sistema por meio de acordos de tutela:

a) territórios atualmente sob mandato;

b) territórios que possam ser separados de Estados inimigos em conseqüência da Segunda


Guerra Mundial; e

c) territórios voluntariamente colocados sob tal sistema por Estados responsáveis pela sua
administração.

O sistema de tutela não será aplicado a territórios que se tenham tornado


Membros das Nações Unidas, cujas relações mútuas deverão basear-se no respeito
ao princípio da igualdade soberana.

4.1.CONSELHO DE TUTELA (art. 86).

Composição

O Conselho de Tutela será composto dos seguintes Membros das Nações Unidas:

a) os Membros que administrem territórios tutelados;

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b) aqueles dentre os Membros mencionados nominalmente no Artigo 23, que não estiverem
administrando territórios tutelados; e

c) quantos outros Membros eleitos por um período de três anos, pela Assembléia Geral,
sejam necessários para assegurar que o número total de Membros do Conselho de Tutela fique
igualmente dividido entre os Membros das Nações Unidas que administrem territórios tutelados e
aqueles que o não fazem.

5. A CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA (art. 92).

A Corte Internacional de Justiça será o principal órgão judiciário das Nações Unidas.
Funcionará de acordo com o Estatuto anexo, que é baseado no Estatuto da Corte Permanente de
Justiça Internacional e faz parte integrante da presente Carta.

Todos os Membros das Nações Unidas são ipso facto partes do Estatuto da Corte
Internacional de Justiça.

Um Estado que não for Membro das Nações Unidas poderá tornar-se parte no Estatuto da
Corte Internacional de Justiça, em condições que serão determinadas, em cada caso, pela
Assembléia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança.

Cada Membro das Nações Unidas se compromete a conformarse com a decisão da Corte
Internacional de Justiça em qualquer caso em que for parte.

6. O SECRETARIADO

O Secretariado será composto de um Secretário-Geral e do pessoal exigido pela Organização.


O Secretário-Geral será indicado pela Assembléia Geral mediante a recomendação do Conselho de
Segurança. Será o principal funcionário administrativo da Organização.

O Secretário-Geral atuará neste caráter em todas as reuniões da Assembléia Geral, do


Conselho de Segurança, do Conselho Econômico e Social e do Conselho de Tutela e desempenhará
outras funções que lhe forem atribuídas por estes órgãos. O Secretário-Geral fará um relatório
anual à Assembléia Geral sobre os trabalhos da Organização.

O Secretário-Geral poderá chamar a atenção do Conselho de Segurança para qualquer


assunto que em sua opinião possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais.

7. AGÊNCIAS ESPECIALIZADAS

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O Sistema da ONU está formado pelos seis principais órgãos da Organização,
Organização e também,
Programas, Fundos e Agências Especializadas.

Atualmente as Nações Unidas têm 26 programas, fundos e agências vinculados de diversas


formas com a ONU apesar de terem seus próprios orçamentos e estabelecerem suas
próprias regras e metas. Todos os organismos têm uma área específica de atuação e prestam
assistência técnica e humanitária nas mais diversas áreas.

Eles são organizações separadas, autônomas, com seus próprios orçamentos e


funcionários internacionais e estão ligados à ONU através de acordos internacionais.
internacionais

Inclusive, alguns deles são anteriores


anteriores à criação da ONU, como por exemplo a Organização
Internacional do Trabalho (OIT), que existe desde 1919 ou a União Postal Internacional (UPU),
criada em 1875.

Os Programas e Fundos da ONU trabalham


trabalh com a Assembléia
ia Geral e com o ECOSOC,
enquanto que as Agências Especializadas desenvolvem suas funções em parceria como todos os
órgãos principais da ONU, mas, via de regra, com o ECOSOC.
ECOSOC

Há muitas organizações e agências das Nações Unidas que funcionam para trabalhar sobre
questões específicas. Algumas das agências
a mais conhecidas: Agência Internacional de Energia
Atómica, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a UNESCO
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), o Banco Mundial e a
Organização Mundial de Saúde.

É por meio dessas agências que a ONU realiza a maior parte de seu trabalho humanitário.
Exemplos incluem programas de vacinação em massa (através da OMS), de prevenção da fome e
da desnutrição (através do trabalho do PAM) e a proteção dos mais vulneráveis
vuln e as pessoas
deslocadas (por exemplo, o ACNUR).

A Carta das Nações Unidas prevê que cada órgão principal da ONU pode
estabelecer várias agências especializadas para cumprir suas funções.

Algumas das agências especializadas da ONU:

Agências especializadas das Nações Unidas


Nº Acrônimo Bandeira Agência Fundada em
1 FAO Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura 1945
2 AIEA Agência Internacional de Energia Atómica 1957

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3 OACI Organização da Aviação Civil Internacional 1947
4 IFAD Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola 1977
5 OIT Organização Internacional do Trabalho 1946
6 OMI Organização Marítima
M Internacional 1948
7 FMI Fundo Monetário Internacional 1944
8 UIT União Internacional de Telecomunicações 1947
9 UNESCO Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura 1946
10 UNIDO Organização para o Desenvolvimento Industrial 1967
11 UPU União Postal Universal 1947
12 BM Banco Mundial 1945
13 PAM Programa Alimentar Mundial 1963
14 OMS Organização Mundial da Saúde 1948
15 OMPI Organização Mundial da Propriedade Intelectual 1974
16 OMM Organização Meteorológica Mundial 1950
17 OMT Organização Mundial do Turismo 1974

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