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Parecer jurídico

I. Regime jurídico aplicável

A situação “in casu” remete-nos ao direito de família como conjunto de normas jurídicas que
disciplinam as relações familiares- casamento, parentesco, afinidade e adopção- e as relações
jurídicas que se estabelecem e desenvolvem na dependência das relações de famílias (obrigação de
alimentos, et al). Portanto, uma vez que os senhores Celorico e Eulalia Vasco Tivane estavam
casados, desde 2008 a 2013, em que da união surgiram duas crianças, pelo que surgem os deveres
de filiação para com os menores bem como o dever de solidariedade para com o cônjuge
separado de facto que tiver a cargo os menores.

Legislação aplicável: CRM, Lei da Família, Lei do abandono da família (Lei nº 2053, de 22 de
Março); Lei de Promoção e protecção dos Direitos da Criança (Lei nº 7/2008, de 9 de Julho), Lei
da Organização Tutelar de Menor (Lei 8/2008, de 15 de Julho), Código de Registo Civil (Lei
nº12/2004, de 8 de Dezembro), Convenção Internacional sobre os Direitos de Criança, ratificada
pela Resolução nº 19/90, de 23 de Outubro, entre outros instrumentos legais aplicáveis

II. Subsunção jurídica

O casamento é uma das instituições sociais muito importante pois dela espera-se formar uma
família que é a célula básica, o garante da continuidade da sociedade.

A partir do momento em que os senhores Celorico e Eulalia Vasco Tivane uniram-se


matrimonialmente, gerando aquelas duas crianças, deveres filiais surgira, a par dos direitos como
pais sobre aquelas, dentre os quais constam os deveres de assistência, auxílio (artigo 280/1 da Lei
da Família, adiante designada por LF). Estes deveres são nucleares para um desenvolvimento
harmonioso da criança (superior interesse da criança nos termos do artigo 47/3 da CRM).

Assim sendo, a criança tem o direito à protecção familiar (artigo 121/1 da CRM) e em momento
algum os pais devem se furtar desse dever de cuidado da sua criação.

O senhor Celorico ao ter-se recusado a abrir a porta para a entrada da sua esposa, viola os deveres
conjugais elementares consignados na Lei como é o caso do dever de respeito, dever de
confiança, dever de fidelidade. Ao ter recusado abrir a porta nega a liberdade de uma mulher
exercer qualquer actividade ou profissional (artigos 93-98 da LF), como bem esta explicito que ela

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havia saído para uma entrevista de emprego. Ao ter ordenado que ela abandonasse o lar conjugal
e fosse a casa dos seus pais, incorre à falta de respeito para com a sociedade conjugal por eles
formada e usando do autoritarismo machista para lograr seus intentos.

No mesmo sentido, ao ter colocado uma outra mulher na residência comum do casal, revela ainda
de forma flagrante a falta de respeito para a cônjuge, violando dolosamente o dever de fidelidade,
pois não havia separado-se de sua cônjuge muito menos divorciado para que ele pudesse assim
agir, revelando seu plano de infidelidade premeditado.

Deixando a sua cônjuge e seus dois filhos à sua sorte e construir a sua nova residência sem que
olhe para os seus filhos, viola ainda o dever que ele tem para com os seus filhos. O dever de
assistência se estende ate no momento em que as pessoas estejam separadas com a custódia dos
filhos e pode a cônjuge exigir que ele forneça o sustento, o lar, uma habitação condigna para os
seus filhos, trata-se de um dever fundamental, nos termos do artigo 97/3 da LF.

III. SOLUÇÃO HIPOTÉTICA

O senhor Celorico tem o dever de prestar assistência ao cônjuge e aos seus filhos, no caso
estamos em sede do direito aos alimentos tanto aos filhos como a mãe (artigos 97, 413/1, a), d))
tendo em conta as necessidades reais, actuais ou futuras, dos beneficiários, o que é imperioso que
a sra. Eulalia possa desencadear uma acção no tribunal de menores para alimentos provisórios
tudo isso para atender a situação urgente dos seus filhos. Os alimentos incluem o sustento diário,
a morada, entre outras necessidades mais urgentes (artigo 128 e seguintes da Lei da Organização
Tutelar de Menores).

1850,00 MZN não são suficientes para o sustento de duas crianças, haja vista as despesas
correntes para menores são frequentes, aliando ainda o facto do custo de vida na Cidade de
Maputo que está a subir a cada dia que nasce.

Portanto, a sra. Eulalia deve dirigir-se ao Tribunal de Menores da Cidade de Maputo, sita nas
esquinas entre as avenidas Amílcar Cabral e Ahmed Sekou Touré, e abrir um processo contra o
cônjuge faltoso.

MAPUTO, 10 DE MAIO DE 2018

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