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Barcellos et al. (2002) destacam que a análise das situações de saúde depende de um
processo de territorialização dos sistemas locais, de modo a reconhecer porções do
território segundo a lógica das relações entre condições de vida, saúde e acesso a
serviços de saúde. A análise das situações de saúde tem uma lógica territorial, porque no
espaço se distribuem população humanas segundo similaridades culturais e
socioeconômicas e o Estado organiza-se e implementa ações nessa base territorial.
Por fim, após o reconhecimento do atual cenário, buscou-se identificar, com base na
literatura de referência, o atual estágio de implantação da análise geográfica em saúde
na SESAI, avaliando quais são as potencialidades e os desafios a serem superados.
Sousa et al. (2007) analisaram o SIASI, contemplando aspectos relativos à sua criação,
implantação, funcionamento, potencialidades e limitações, frisando a importância de um
sistema de informação em saúde especifico para os povos indígenas em decorrência de
suas especialidades socioculturais e demográficas.
O Sistema visa à coleta, processamento e análise de informações, em forma de
relatórios, para o acompanhamento da saúde das comunidades indígenas. Abrange
diversas áreas relativas à atenção básica, como demografia (incluindo nascimentos e
óbitos), imunização, morbidade, saúde bucal, saúde da mulher, vigilância alimentar e
nutricional e ações coletivas de promoção à saúde, conforme a tabela abaixo.
Embora o SIASI não consolide banco de dados geográfico, ele agrega informações
importantes necessárias à análise territorial em diferentes escalas geográficas, como
DSEI, Polo Base, Aldeia, Imóvel, tendo como unidade de entrada do dado o indivíduo
indígena.
Através da integração dos dados entre o SIASI e o GEOSI é possível realizar a análise
territorial em saúde em diferentes escalas e níveis de agregação de dados: DSEI, Polo
Base, Aldeia e domicílios/imóveis. Pode-se também estabelecer correlação entre
condições sanitárias e condições de saúde.
Um novo módulo no GEOSI Web irá viabilizar a sistematização de mapas temáticos que
são demandados atualmente pelas áreas técnicas responsáveis pela atenção básica à
saúde e infraestrutura de saneamento indígena. Esses são desenvolvidos manualmente e
atendem apenas o nível central.
Estágios da implantação
da inteligência Potencialidade Desafios
geográfica em saúde na Força/Oportunidade Fraqueza/Ameaça
SESAI.
O SIASI dispõe de grande Aperfeiçoar metodologia de
quantidade de dados em saúde; coleta de dados na escala
O GEOSI já possui estrutura e dos imóveis para que seja
metodologia desenvolvida para possível o relacionamento
coleta de dados das condições de entre os dados do GEOSI e
saneamento e meio ambiente das do SIASI;
aldeias indígenas; Aperfeiçoamento do
O GEOSI disponibiliza dados GEOSI;
1. Disponibilidade de
espaciais; Infraestrutura para
Dados de saúde,
Já foi desenvolvido em ambiente implantação dos sistemas;
saneamento e meio
SIG a base territorial da saúde Qualificação do dado a
ambiente. E
indígena abrangendo os limites partir da coleta;
disponibilidade de
territoriais dos DSEI e dos Polos Melhoria no fluxo de
dados espaciais.
Base. numeração dos imóveis
residenciais indígenas para
viabilizar a
interoperabilidade entre
dados espaciais do GEOSI
e dados em saúde do SIASI,
para análises na escala da
aldeia.
SIASI disponibiliza a base cadastral Desenvolver um módulo
dos estabelecimentos, exceto das nos sistemas de informação
2. Disponibilidade de UBSI; desenvolvidos para a coleta
Dados geográficos dos de coordenadas geográficas
Ampliar o conhecimento quanto à
estabelecimentos de destes dados;
organização territorial dos serviços
saúde indígena (UBSI,
de saúde;
CASAI, Farmácia, Sede
Contribuir com análises quanto à
do Polo Base e Sede do
logística dos serviços de saúde a
DSEI) e mapeamento
partir do conhecimento dos trajetos
dos fluxos entre os
e modal dos Polos Base e Unidades
estabelecimentos de
de Saúde até as aldeias.
saúde indígena.
Esse foi elaborado através de várias oficinas e reuniões com técnicos da Secretaria,
coordenadores dos 34 DSEI e presidentes do Conselho Distrital da Saúde Indígena
(Condisi). Abaixo informações dos Indicadores (Tabela 4), Resultados estratégicos e
Metas (Figura 3) da saúde indígena.
Tabela 4 - Indicadores estratégicos da Saúde Indígena
A maioria desses dados são captados através do banco de dados do SIASI, com exceção
para os de números 03, 16, 20, 22-25, 30-48, e para todos os indicadores do Saneamento
Ambiental podem ser subsidiados através do GEOSI. Corroborando para uma
interoperabilidade entre os sistemas na produção de mapas temáticos para esses
indicadores.
Ao analisar estes produtos cartográficos constatou-se que são em grande parcela, mapas
de nível elementar ou de correlação, conforme definição de Guimarães e Ribeiro. 2010,
apresentado na tabela 5.
Quanto à utilização dos mapas no processo de trabalho, constatou-se que os mesmos são
utilizados em reuniões de gestão e subsidiam decisões em nível central para estratégias
de programas de morbidades específicas da equipe de atenção à Saúde. Por outro lado,
muitos mapas são utilizados apenas como forma alternativa de apresentação de
resultados de diagnóstico sem apresentar muitos avanços na análise geográfica do
fenômeno.
Considerações finais
Até o atual momento existem poucos estudos divulgados no meio acadêmico para
análises geográficas sobre o perfil epidemiológico, sociodemográfico e da organização
dos serviços de saúde dirigidos aos povos indígenas. Um desses estudos foi realizado
por Garnelo et. al em 2005, os quais definiram gradientes da intensidade do risco de
adoecimento indígena por tuberculose, malária e mortalidade infantil nos anos de 2000
a 2002, que foram comparados com os coeficientes encontrados na população não
indígena no mesmo período.
BRASIL. Lei nº. 9.836 de 23 de setembro de 1999. Acrescenta dispositivos à Lei 8.080
de 19/09/1990, instituindo o subsistema de atenção à saúde indígena. Diário Oficial da
União 1999, 24 set.
BRASIL. Portaria do Ministério da Saúde n.º 254, de 31 de janeiro de 2002, DOU n.º 26
- Seção 1, p. 46-49, de 6 de fevereiro de 2002.