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RESUMO
Este artigo é fruto de uma pesquisa que teve como objetivo discutir as possibilidades de
atuação do psicopedagogo, ao utilizar o psicodrama como ferramenta de intervenção no
contexto escolar. Tratou-se de pensar sua atuação institucional com alunos que
apresentavam algum déficit em relação aos conteúdos, idade e série, de forma que este
grupo pudesse resignificar sua experiência escolar em um ambiente lúdico, dinâmico e
criativo, a partir de suas próprias vivências. A pesquisa trará como amparo a experiência
o estágio realizado em uma escola municipal de ensino fundamental ao longo de um
semestre. A partir das oficinas psicopedagógicas, ancoradas no psicodrama, foi possível
perceber sua potencialidade como instrumento que pode viabilizar a intervenção em
grupos possibilitando às crianças uma releitura de suas ações e a flexibilização de
comportamentos.
INTRODUÇÃO
1
Mestranda em Psicologia e Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
Especialista em Psicopedagogia Clinica e Institucional. Pedagoga da rede Municipal de Ensino de São
Paulo.
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Neste sentido, sem perder de vista a especificidade dos indivíduos que compõem
o coletivo escolar, sejam professores, alunos e demais agentes, a pesquisa se propõe a
refletir sobre a importância do fazer psicopedagógico em contexto institucional.
A autora ressalta, que embora o ideário escola-novista tenha trazido uma nova
forma de pensar a educação, inclusive no que se refere ao seu caráter de vanguarda nas
transformações sociais de democratização do acesso a escola, esta não veio
acompanhada de investimentos públicos que possibilitassem a efetivação da expansão
de acesso às camadas populares.
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Assim, nas décadas de 1920 e 1930 a psicologia passou a ser a ciência de base
da educação. Ancorada na perspectiva da higiene mental, trabalhava com a ideia de
anormal, baseada em caracteres individuais, herança biológica e criança problema,
baseada nas relações sociais estabelecidas pela criança nos diversos contextos, tendo em
vista a formação de sua personalidade. Em 1960, surgiu nos Estados Unidos a Teoria da
carência ou privação cultural que, embora considerasse mais amplamente os aspectos
sociais atrelados à aprendizagem, “desconsidera os fatores intraescolares, funcionais e
estruturais da escola” (AMARAL, 2010, p. 24).
E ainda que:
[...] o Homem precisa ser educado; mas, aqui, educação implica mais
do que o mero esclarecimento intelectual, não se trata apenas de uma
questão de deficiência na inteligência do Homem e é algo mais do que
o esclarecimento emocional; não é apenas uma questão de insight,
mas, ao contrário, é um problema de deficiência na espontaneidade de
se usar a inteligência disponível e de se mobilizar as emoções
esclarecidas.” (ibidem, p.23)
em conserva.” (MORENO, 1984, p.97) Para o autor, a educação pautada pelo exercício
e pelo treino da espontaneidade é o tema principal da escola do futuro, em que: “O
processo reprodutivo de aprendizagem deve passar para segundo plano; a ênfase
principal deve ser colocada no processo produtivo, espontâneo-criativo da
aprendizagem.” (ibidem)
Por fim, recorremos aos estudos freudianos como forma de fundamentar nossa
leitura a respeito das associações simbólicas e imaginárias vividas na experiência
psicodramática. Considerarmos esta abordagem de especial valia para o entendimento
de nosso objeto, dadas as especificidades da pesquisa psicanalítica em sua face
interdisciplinar, ao trabalhar com a compreensão das concepções de subjetividade,
resistência e inconsciente.(NUBILE, 2011)
CONTEXTO ESCOLAR
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De modo geral, nos foi possível refletir sobre alguns aspectos que produzem
e/ou contribuem para o agravamento de um fenômeno social deletério, o fracasso
escolar. Embora não tenha sido objetivo deste estudo, a partir da fala dos alunos ficou
evidente a importância de o profissional psicopedagogo perceber as questões latentes
atreladas às subjetividades dos professores, que englobam suas próprias dificuldades em
lidar com os alunos considerados defasados em relação aos conteúdos trabalhados em
sala de aula, seja na relação coletiva ou singular.
REFERÊNCIAS
NUBILE, Marisa Vieira Ferraz Cunha. Uma viagem pelo território das letras:
ressonâncias do feminino na escrita numa perspectiva psicanalítica. Tese de
Doutorado. Faculdade de Educação. Universidade de São Paulo – FEUSP. 2011.
SALVARI, Lucia de Fatima Carvalho. A relação entre família e problemas de
aprendizagem: o que pensam os psicólogos e pedagogos? Dissertação (Mestrado).
Centro de Teologia e Ciência Humanas. Universidade Católica de Pernambuco. Recife.
2004.
SOUSA, S. M. S. Aprender não - aprender: os múltiplos fatores que interferem
nesse processo. Unisa Digital. 2011.