Boletim Operário 495
Caxias do Sul, 26 de maio de 2018.
A Época
Rio de Janeiro
3 de outubro de 1912.
Página 4
Edição 65
Um guarda freios ferido
Ficou também ferido os guarda-
freios nº 218, Julio Galdino dos
Santos, que viajava no expresso.
Os ferimentos foram na perda
direita, braço e cabeça.
O infeliz esteve durante longo
tempo ao relento, sem que a
administração da Central se
lembrasse de mandar socorrer
aquela sua vitima.
As 11h30min da manhã, não tinha
ainda Santos recebido qualquer
socorro médico.
É o cumulo!
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A Época
Rio de Janeiro
3 de outubro de 1912.
Página 4
Edição 65
Telegramas Estrangeiros
Espanha
Ainda a greve dos ferroviários
As providências do governo
Madrid, 2 – O presidente do
Conselho de Ministros, Senhor
Canalejas, tomou várias resoluções a
propósito da parede dos ferroviários,
as quais fará publicar oportunamente
no jornal oficial, guardando, porém,
sobre elas absoluta reserva neste
momento.
Apesar disso, muito interpelado pelos
jornalistas, o Senhor Canalejas
declarou que impedira a ação dos
anarquistas na Espanha.
Várias comissões e personalidades
em destaque da classe comercial
visitaram o Presidente do Conselho,
apresentando-lhe os seus protestos
contra a greve dos ferroviários e
pedindo-lhe que proceda com toda
energia.
Workers’ Bulletin
A Época
Rio de Janeiro
3 de outubro de 1912.
Página 4
Edição 65
A polícia e os “chauffeurs”
Continua a polícia na prática de
violências e a vitima, desta vez, foi o
chauffeur Appolinário B. Braz Callado
do auto 859.
Indo esse auto para a oficina de
Almeida, Lopes & C., sofreu reparos,
nos dias 7, 8 e 9 de setembro último.
O chauffeur Braz Callado passou a
trabalhar em outro carro, enquanto
aquele era concertado.
E estava assim trabalhando, quando
teve apreendida a carteira sob o
pretexto de que em um daqueles
dias citados se excedera na
velocidade.
O Chauffeur apresentou, em defesa,
uma declaração da firma Almeida,
Lopes & C, em que se provou que o
auto estando em conserto no podia
andar com excessiva velocidade.
A polícia respondeu metendo Braz
Callado no xadrez por 24 horas,
preso porque procurou defender-se.
Interessante justiça, essa.