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Manual de Direito do Trabalho

Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino


17.ª para 18.ª edição

NOTA À 18.ª EDIÇÃO


Nesta edição, registramos as recentes alterações da jurisprudência do Tribunal
Superior do Trabalho, veiculadas, especialmente, nas Resoluções TST 193, de 11
de dezembro de 2013, e 194, de 19 de maio de 2014, mediante as quais foram
acrescentadas novas súmulas (446 a 458), modificadas outras (262, 288 e 392),
bem como canceladas e(ou) convertidas em súmulas várias orientações
jurisprudenciais.
Para mais desses relevantes pontos, atualizamos a obra com base nas novidades
legislativas surgidas desde a última edição, dentre as quais cabe citar a
publicação das seguintes leis:
a) Lei 12.873, de 24 de outubro de 2013, que equiparou homem e mulher no
direito ao benefício em caso de adoção ou obtenção de guarda judicial para fins
de adoção (licença de 120 dias);
b) Lei 12.964, de 8 de abril de 2014, que dispôs sobre multa por infração à
legislação do trabalho doméstico;
c) Lei 12.997, de 18 de junho de 2014, que passou a considerar perigosas as
atividades de trabalhador em motocicleta, com o fim de atender, especialmente, os
trabalhadores chamados motoboys, muito comuns nos grandes centros urbanos
do País.
Foram, também, acrescentados novos conteúdos doutrinários, com o fim de
albergar os programas exigidos em importantes concursos públicos. Como
exemplos desse aperfeiçoamento doutrinário destacamos a inclusão de um novo
capítulo inteiramente dedicado ao tema “Fontes do Direito do Trabalho” (Capítulo
2) e o tratamento pormenorizado de institutos tais como truck system e gueltas.
Por fim, a obra passa a contar com um Caderno de Questões, contendo
questões de recentes concursos, gabaritadas e separadas por capítulo e por
banca examinadora.
Os Autores

PONTOS DO LIVRO “MANUAL DE DIREITO DO TRABALHO” QUE, EM


VIRTUDE DE ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS OU JURISPRUDENCIAIS
OCORRIDAS DESDE A 17ª EDIÇÃO, FORAM OBJETO DE ATUALIZAÇÃO NA
18ª EDIÇÃO DA OBRA.
OS TEXTOS EM VERMELHO REPRESENTAM SUPRESSÕES E OS TEXTOS
EM AZUL CORRESPONDEM A INCLUSÕES. OS TEXTOS EM FONTE PRETA
NÃO SOFRERAM ALTERAÇÃO E SERVEM APENAS PARA FACILITAR A
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LOCALIZAÇÃO DOS TRECHOS MODIFICADOS, ACRESCENTADOS OU


SUPRIMIDOS.

CAPITULO 4

1) No item 2.3, foi feita a substituição abaixo indicada:

2.3. Distinção entre empregado e trabalhador avulso


..................
Assim, desde 1993, a mão de obra do trabalho portuário avulso deve ser requisitada
ao OGMO. O operador portuário recolherá ao OGMO os valores devidos pelos serviços
executados, acrescidos dos valores referentes ao 13.º salário, às férias, ao FGTS e aos
demais encargos previdenciários e fiscais. O OGMO, então, efetuará o pagamento da
remuneração pelos serviços executados diretamente ao trabalhador portuário.
É importante registrar que, no final de 2012, foi editada a Medida Provisória 595, de 6
de dezembro de 2012, que revogou integralmente a Lei 8.630/1993. Entretanto, embora a
MP 595/2012 tenha efetuado essa revogação, ela não trouxe nenhuma alteração ao
regime jurídico a que se submetem os trabalhadores avulsos portuários – as disposições
pertinentes ao regime jurídico desses trabalhadores que constavam da Lei 8.630/1993
foram reproduzidas, sem modificações substanciais, no texto da MP 595/2012.
Cabe abrir um parêntese para comentar que a repercussão prática da MP 595/2012
para os trabalhadores portuários avulsos pode ser muito significativa. Isso porque ela
possibilita que terminais portuários de uso privado (localizados fora da área do porto
organizado) contratem trabalhadores por prazo indeterminado (empregados), em vez de
utilizarem trabalhadores avulsos. Vale dizer, a MP 595/2012 extinguiu a exclusividade que
os trabalhadores avulsos tinham para exercer determinadas atividades pertinentes ao
trabalho portuário (e que ainda têm, nos portos organizados).
Por essa razão, a MP 595/2012 está suscitando enorme controvérsia entre centrais
sindicais, apoiadas por muitos políticos de variada orientação, e o Poder Executivo
federal. Tanta celeuma – e há outros fortes embates que não interessam à presente
exposição – está a MP 595/2012 provocando, que a verdade é que é grande a
possibilidade de não chegar a ser convertida em lei, ou de sofrer substanciais alterações
na eventual conversão. De toda sorte, vale repetir, a MP 595/2012, mesmo na remota
hipótese de ser aprovada sem alterações no Congresso Nacional, em nada alterou o
regime jurídico a que se sujeitam os trabalhadores avulsos portuários.
É importante registrar que, em junho de 2013, foi promulgada a Lei 12.815/2013,
resultado da conversão da MP 595/2012, a qual revogou integralmente a Lei 8.630/1993.
Entretanto, embora tenha efetuado essa revogação, não houve alteração do regime
jurídico a que se submetem os trabalhadores avulsos portuários – as disposições
pertinentes ao regime jurídico desses trabalhadores que constavam da Lei 8.630/1993
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foram reproduzidas, sem modificações substanciais, no texto da MP 595/2012, e,


posteriormente, na Lei 12.815/2013.
Cabe, porém, abrir um parêntese para comentar que a repercussão prática da Lei
12.815/2013 para os trabalhadores portuários avulsos pode ser muito significativa. Isso
porque as novas regras legais têm, dentre outros, o objetivo de promover a abertura dos
portos à iniciativa privada, franqueando a exploração destas infraestruturas mediante
concessão, arrendamento ou autorização – e poderão repercutir nas futuras contratações
de trabalhadores portuários.
Com efeito, segundo a nova lei, o trabalho portuário de capatazia, estiva, conferência
de carga, conserto de carga, bloco e vigilância de embarcações, nos portos organizados,
será realizado por trabalhadores portuários com vínculo empregatício por prazo
indeterminado e por trabalhadores portuários avulsos (art. 40). No entanto, caso o porto
deseje contratar trabalhadores portuários para atuar com vínculo empregatício por prazo
indeterminado, ele deverá selecioná-los dentre aqueles que já estão registrados no
OGMO como trabalhadores portuários avulsos (art. 40, § 2.º).
Já os terminais portuários de uso privado (localizados fora da área do porto
organizado) foram autorizados pela nova lei a contratar trabalhadores por prazo
indeterminado (empregados), em vez de utilizarem, obrigatoriamente, trabalhadores
avulsos (art. 44).
Em suma, a Lei 12.815/2013 extinguiu a obrigatoriedade de que determinadas
atividades pertinentes ao trabalho portuário sejam exercidas exclusivamente sob o
regime de trabalho avulso.
O OGMO pode ceder trabalhador portuário avulso, em caráter permanente, ao
operador portuário (art. 35). Para atender a requisição de trabalhadores portuários
avulsos, o OGMO pode exigir dos operadores portuários garantia prévia dos respectivos
pagamentos, não se tratando, portanto, de exigência de pagamento prévio, mas apenas
de uma garantia de que o pagamento será feito (art. 33, § 3.º).
O OGMO responde solidariamente com os operadores portuários pela remuneração
devida ao trabalhador portuário avulso e pelas indenizações decorrentes de acidente de
trabalho, não respondendo, contudo, por prejuízos causados pelos trabalhadores
portuários avulsos aos tomadores dos seus serviços ou a terceiros.
Fechado o parêntese e voltando ao trabalho avulso em geral (não portuário), é
necessário anotar que, em 2009, foi publicada a Lei 12.023, de 27 de agosto de 2009. Essa
lei disciplina o trabalho avulso utilizado nas atividades de movimentação de mercadorias em
geral, desenvolvidas em áreas urbanas ou rurais sem vínculo empregatício, mediante
intermediação obrigatória do sindicato da categoria, por meio de acordo ou convenção
coletiva de trabalho.
.......................
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CAPITULO 6

1) No item 1, foi feito o acréscimo abaixo indicado:

1. O EMPREGADO DOMÉSTICO
O empregado doméstico não é regido pela CLT, mas sim por lei especial (Lei 5.859,
de 11 de dezembro de 1972, regulamentada pelo Decreto 71.885/1973).
Entretanto, aplicam-se ao trabalhador doméstico, no que couber, as regras fixadas
pela CLT sobre multas por infração à legislação do trabalho (Lei 5.859/1972, art. 6º-E,
incluído pela Lei 12.964/2014). Vale dizer, os empregadores domésticos que
descumprirem as disposições estabelecidas pela Lei 5.859/1972 estarão sujeitos às
multas por infração à legislação do trabalho fixadas pela CLT.
O trabalhador doméstico é definido pela referida lei como sendo “aquele que presta
serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no
âmbito residencial desta”.
.................

2) No item 3, ao final do parágrafo abaixo transcrito, foi acrescentada uma nota de


rodapé, desta forma:

3. O TRABALHADOR TEMPORÁRIO
..................
O contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente,
com relação a um mesmo trabalhador, não poderá exceder de três meses, salvo
autorização conferida pelo órgão local do Ministério do Trabalho.1
................

1
A Portaria MTE 789, de 2 de abril de 2014, do Ministério do Trabalho e Emprego, autorizou as seguintes prorrogações,
além dos três meses já previstos na Lei 6.019/1974: por mais 6 (seis) meses, na hipótese de substituição transitória de
pessoal regular e permanente (portanto, nesta hipótese, a duração total do contrato não poderá ultrapassar nove meses);
por mais 3 (três) meses, na hipótese de acréscimo extraordinário de serviços (isto é, neste caso, a duração total não poderá
ultrapassar seis meses).
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CAPITULO 8

1) No item 4, foi feita a substituição abaixo indicada:

4. TRATAMENTO SIMPLIFICADO PARA AS MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE


PEQUENO PORTE
..................................
Além da dispensa de obrigações, a lei, em seu art. 54, apresenta uma regra
processual que objetiva facilitar a atuação da ME e EPP em juízo. Preceitua esse artigo
que “é facultado ao empregador de microempresa ou de empresa de pequeno porte fazer-
se substituir ou representar perante a Justiça do Trabalho por terceiros que conheçam
dos fatos, ainda que não possuam vínculo trabalhista ou societário.”
Há, também, regras de proteção das ME e EPP concernentes às atividades de
fiscalização a que estão sujeitas. Consoante o art. 55 da lei, “a fiscalização, no
que se refere aos aspectos trabalhista, metrológico, sanitário, ambiental e de
segurança, das microempresas e empresas de pequeno porte deverá ter natureza
prioritariamente orientadora, quando a atividade ou situação, por sua natureza,
comportar grau de risco compatível com esse procedimento”. O mesmo artigo, em
seu § 1.º, determina a adoção, nessas atividades de fiscalização, do “critério de
dupla visita para lavratura de autos de infração, salvo quando for constatada
infração por falta de registro de empregado ou anotação da Carteira de Trabalho e
Previdência Social – CTPS, ou, ainda, na ocorrência de reincidência, fraude,
resistência ou embaraço à fiscalização”. As atividades e situações cujo grau de
risco seja considerado alto, conforme regulamentação a ser estabelecida pelos
órgãos e entidades competentes, não estão abrangidas por essas regras
protetivas (art. 55, § 3.º). Tampouco o estão os processos administrativos fiscais
relativos a tributos (art. 55, § 4.º).
Há, também, no art. 55 da LC 123/2006, normas de proteção das ME e EPP
concernentes às atividades de fiscalização a que estão sujeitas. A inobservância
dessas regras, salvo nos casos em que a própria lei as excepciona, implica
atentado aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional da
atividade empresarial (art. 55, § 8º).
Consoante o caput do citado art. 55, “a fiscalização, no que se refere aos
aspectos trabalhista, metrológico, sanitário, ambiental, de segurança e de uso e
ocupação do solo das microempresas e empresas de pequeno porte deverá ter
natureza prioritariamente orientadora, quando a atividade ou situação, por sua
natureza, comportar grau de risco compatível com esse procedimento”. Desde
logo, o mesmo artigo, no seu § 9º, esclarece que essa regra não se aplica a
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infrações relativas à ocupação irregular da reserva de faixa não edificável, de área


destinada a equipamentos urbanos, de áreas de preservação permanente e nas
faixas de domínio público das rodovias, ferrovias e dutovias ou de vias e
logradouros públicos.
O § 1.º do art. 55 determina que, na fiscalização das ME e EPP, seja
observado o “critério de dupla visita para lavratura de autos de infração, salvo
quando for constatada infração por falta de registro de empregado ou anotação da
Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS, ou, ainda, na ocorrência de
reincidência, fraude, resistência ou embaraço à fiscalização”. Esse critério de
dupla visita aplica-se também à lavratura de multa pelo descumprimento de
obrigações acessórias relativas às matérias enumeradas no caput do art. 55
(reproduzido no parágrafo precedente), inclusive quando previsto o seu
cumprimento de forma unificada com matéria de outra natureza, exceto a
trabalhista (art. 55, § 5º). A inobservância do critério de dupla visita, nessas
hipóteses em que a lei impõe a sua adoção, implica nulidade do auto de infração
respectivo, independentemente da natureza principal ou acessória da obrigação
(art. 55, § 6º).
Os órgãos e entidades da administração pública federal, estadual, distrital e
municipal deverão observar o princípio do tratamento diferenciado, simplificado e
favorecido por ocasião da fixação de valores decorrentes de multas e demais
sanções administrativas (art. 55, § 8º).
As atividades e situações cujo grau de risco seja considerado alto, conforme
regulamentação a ser estabelecida pelos órgãos e entidades competentes, não
estão abrangidas pelas regras protetivas aqui expostas (art. 55, § 3.º). Tampouco
o estão os processos administrativos fiscais relativos a tributos (art. 55, § 4.º).
Por fim, cabe mencionar que a LC 123/2006 alterou a CLT, acrescentando o § 3.º ao
seu art. 58, abaixo transcrito:
.........................

CAPITULO 9

1) No item 3.6, foi feita a substituição abaixo indicada:

3.6. Licença-maternidade
.................
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Constitui caso de afastamento do contrato de trabalho em que é mantida a contagem


do tempo de serviço para todos os fins e os depósitos do FGTS, além de fazer a gestante
jus ao salário-maternidade.
Essa hipótese de afastamento, por cento e vinte dias, abrange a licença-
maternidade concedida à empregada gestante e a licença-maternidade a que tem
direito, por extensão, a empregada que adotar ou obtiver guarda judicial de criança para
fins de adoção, nos termos do art. 392-A da CLT.
O salário-maternidade, que é pago à empregada pelo Regime Geral de Previdência
Social durante o período de licença-maternidade, tem a natureza de benefício
previdenciário. O empregador está desonerado desse encargo. Caso o ônus desse
benefício fosse do empregador, estaria o legislador dificultando o acesso da mulher ao
mercado de trabalho, contrariando disposição expressa da Constituição da República, que
exige atuação do legislador visando a proteger o mercado de trabalho da mulher,
mediante incentivos específicos (CF, art. 7.º, XX).
Essa hipótese de afastamento, por cento e vinte dias, abrange a licença-
maternidade concedida à empregada gestante (CLT, art. 392) e a licença por igual
período a que tem direito, por extensão, a empregada que adotar ou obtiver guarda
judicial de criança para fins de adoção, nos termos do art. 392-A da CLT.
É importantíssimo ressaltar que, a partir da vigência da Lei 12.873/2013, que incluiu
o art. 392-C na CLT, homem e mulher foram equiparados no direito ao benefício em
caso de adoção ou obtenção de guarda judicial para fins de adoção. Vale dizer, o
empregado que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção também passou a
fazer jus à licença de cento e vinte dias.
A adoção ou guarda judicial conjunta ensejará a concessão de licença-maternidade
a apenas um dos adotantes ou guardiães empregado ou empregada (CLT, art. 392-A,
§ 5º). Vale dizer, se os dois adotantes – homens ou mulheres, em casais homo ou
heteroafetivos – forem empregados, a licença será concedida a um deles, somente.
Outro aspecto importante: em caso de morte da genitora, é assegurado ao cônjuge
ou companheiro empregado o gozo de licença por todo o período da licença-
maternidade ou pelo tempo restante a que teria direito a mãe, exceto no caso de
falecimento do filho ou de seu abandono (CLT, art. 392-B). Esse direito à transferência
do benefício é estendido, também, ao empregado que adotar ou obtiver guarda judicial
para fins de adoção (CLT, art. 392-C). Enfim, com a morte do segurado que recebia o
benefício – a genitora, ou o homem ou a mulher, no caso de adoção –, o gozo da
licença (com o respectivo pagamento do salário-maternidade pela Previdência Social)
poderá ser transferido ao cônjuge ou companheiro.
O salário-maternidade, que é pago pelo Regime Geral de Previdência Social durante
o período de licença-maternidade, tem a natureza de benefício previdenciário. O
empregador está desonerado desse encargo. Caso o ônus desse benefício fosse do
empregador, estaria o legislador dificultando o acesso da mulher ao mercado de trabalho,
contrariando disposição expressa da Constituição da República, que exige atuação do
legislador visando a proteger o mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos (CF, art. 7.º, XX).
Por outro lado, o salário-maternidade integra a base de cálculo da contribuição
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previdenciária devida à Secretaria da Receita Federal do Brasil (trata-se de hipótese


excepcional em que há incidência de contribuição social sobre um benefício pago pela
previdência social).
................

CAPITULO 10

1) No item 10.2, foi feita a substituição abaixo indicada:

10.2. Intervalos intrajornada


.....................
IV – Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do
intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o período
para descanso e alimentação não usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional,
na forma prevista no art. 71, caput e § 4.º da CLT.

Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações


de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite
máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra
a totalidade do tempo que exceder a jornada normal (TST, Súmula 366).
Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações
de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite
máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como
extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal (CLT, art. 58, § 1º; TST,
Súmula 366).
Ainda sobre essa regra – inserida na CLT por meio da Lei 10.243/2001 –, o TST
editou a Súmula 449, com o intuito de afastar a validade de cláusula de convenção ou
acordo coletivo que amplie ou flexibilize o mencionado limite de 5 minutos, nestes termos:
449 – A partir da vigência da Lei nº 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou o § 1º ao art.
58 da CLT, não mais prevalece cláusula prevista em convenção ou acordo coletivo que
elastece o limite de 5 minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho para fins de
apuração das horas extras.

Excepcionalmente, a legislação trabalhista estabelece algumas hipóteses nas quais o


intervalo concedido durante a jornada de trabalho é computado na duração da jornada
de trabalho, contando como tempo à disposição do empregador, sendo, portanto,
remunerado. São exemplos de tais intervalos:
a) serviço de mecanografia (CLT, art. 72): nos serviços permanentes de
mecanografia (datilografia, escrituração e cálculo), a cada 90 minutos de trabalho
consecutivo haverá um intervalo de 10 minutos, que será computado na duração normal
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de trabalho. Os digitadores, por aplicação analógica do art. 72 da CLT, equiparam-se aos


trabalhadores nos serviços de mecanografia, razão pela qual têm direito a intervalos de
descanso de 10 minutos a cada 90 minutos de trabalho consecutivo (Súmula 346, TST);
b) serviços frigoríficos (CLT, art. 253): nos serviços no interior de câmaras frias, ou
com movimentação de mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-
versa, após 1 hora e 40 minutos de trabalho consecutivo haverá um intervalo de 20
minutos, que não será deduzido da duração normal de trabalho; o TST adotou
entendimento ampliativo acerca da aplicação desse intervalo previsto no art. 253 da CLT,
estendendo o direito a todos os empregados submetidos a trabalho contínuo em
ambiente artificialmente frio (Súmula 438);
c) trabalho em minas de subsolo (CLT, art. 298): nos serviços no interior de minas,
após 3 horas de trabalho consecutivo haverá um intervalo de 15 minutos, que não será
deduzido da duração normal de trabalho;
d) empregados em serviços de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial,
radiotelegrafia e radiotelefonia, sujeitos a jornada variável (CLT, art. 229): a cada 3 horas
de trabalho contínuo, haverá um intervalo de 20 minutos para descanso, que será
computado na jornada de trabalho.

10.3. Intervalos não previstos


..................

CAPITULO 11

1) No item 8, foi feito o acréscimo abaixo indicado:

8. PERÍODO CONCESSIVO
.....................
Se todo o período de férias é concedido após o período concessivo, todos os dias
correspondentes deverão ser remunerados em dobro. Se houver a concessão de parte
das férias dentro do período concessivo e parte fora desse período, apenas a
remuneração equivalente aos dias gozados fora do prazo é que deverá ser paga em
dobro. Por exemplo, se 12 dias das férias foram concedidos dentro do período concessivo
e 18 dias foram gozados fora desse período, apenas a remuneração equivalente aos 18
dias deverá ser paga em dobro.
Ademais, ainda que as férias tenham sido gozadas dentro do período concessivo, se
o empregador não efetuou o correspondente pagamento dentro do prazo previsto no
art. 145 da CLT (até dois dias antes do início da fruição das férias), o pagamento
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(extemporâneo) também deverá ser efetuado em dobro. Afinal, nessa situação – fruição
das férias sem recebimento do valor a elas correspondente no prazo legal –, o empregado
também é seriamente prejudicado no seu direito ao descanso. É o que reza a Súmula 450
do TST:
450 – É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o terço
constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que gozadas na época própria,
o empregador tenha descumprido o prazo previsto no art. 145 do mesmo diploma legal.

Por outro lado, se o motivo que gerou a concessão das férias fora do prazo não é
imputável à empresa, mas sim ao empregado, não há que se falar em pagamento em
dobro. Se as férias não foram concedidas no período concessivo porque a empregada
entrou em gozo de licença-maternidade, por exemplo, não haverá pagamento em dobro,
pois foi uma circunstância totalmente alheia ao empregador, um fato somente relativo à
obreira, que impediu a fruição das férias. Se as férias do empregado não foram gozadas
por motivo de acidente do trabalho, não há que se falar em pagamento em dobro, pois a
empresa não poderia prever esse infortúnio. Quando o acidentado retornar, deverá gozar
as férias, mesmo fora do período concessivo, com pagamento normal, e não em dobro.
.....................

2) No item 11, ao final, foi feita a substituição abaixo indicada:

11. REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS


..............
As microempresas e empresas de pequeno porte estão dispensadas de anotar a
concessão das férias no livro ou ficha de registro de empregados.
O pagamento das férias e, se for o caso, o do respectivo abono de férias serão
efetuados até 2 dias antes do início do respectivo período de gozo, devendo o empregado
dar quitação do recebimento (CLT, art. 145).
O pagamento das férias e, se for o caso, o do respectivo abono de férias serão
efetuados até 2 dias antes do início do respectivo período de gozo, devendo o
empregado dar quitação do recebimento (CLT, art. 145). Caso esse prazo seja
desrespeitado pelo empregador, o pagamento em atraso deverá ser realizado em dobro,
ainda que as férias tenham sido gozadas integralmente dentro do período concessivo.
É o que estabelece a Súmula 450 do TST, nestes termos:
450 – É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o terço
constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que gozadas na época própria,
o empregador tenha descumprido o prazo previsto no art. 145 do mesmo diploma legal.

CAPITULO 12
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1) No item 2.6, ao final, foi feita a substituição abaixo indicada:

2.6. Participação nos lucros


....................
A participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa está
disciplinada na Lei 10.101, de 19 de dezembro de 2000.
Ainda a respeito do direito do empregado à participação nos lucros e resultados da
empresa, merece destaque a Súmula 451 do TST:
451 – Fere o princípio da isonomia instituir vantagem mediante acordo coletivo ou norma
regulamentar que condiciona a percepção da parcela participação nos lucros e resultados
ao fato de estar o contrato de trabalho em vigor na data prevista para a distribuição dos
lucros. Assim, inclusive na rescisão contratual antecipada, é devido o pagamento da
parcela de forma proporcional aos meses trabalhados, pois o ex-empregado concorreu
para os resultados positivos da empresa.

2) No item 8.2.3, foi feita a substituição abaixo indicada:

8.2.3. Adicional de insalubridade


..............
A partir dessas novas orientações do Supremo Tribunal Federal, podemos concluir,
resumidamente, o seguinte a respeito da base de cálculo do adicional de insalubridade:
(a) o salário mínimo não pode ser utilizado como base de cálculo do adicional de
insalubridade; (b) é vedado ao Poder Judiciário determinar a substituição da base de
cálculo do adicional de insalubridade prevista na CLT (o salário mínimo) por outra
qualquer; (c) a alteração da base de cálculo do adicional de insalubridade e do
correspondente critério de reajuste dependerá de lei de iniciativa do Poder Executivo; (d)
a nova base de cálculo do adicional de insalubridade poderá ser fixada, também, por meio
de instrumento coletivo (acordo ou convenção coletiva), desde que respeitada a base de
cálculo mínima prevista em lei; (e) enquanto não for superada a inconstitucionalidade por
meio de lei ou convenção coletiva, o adicional de insalubridade deve continuar sendo
calculado com base no valor equivalente ao salário mínimo.
O reconhecimento da atividade como insalubre, para o fim de percepção do
respectivo adicional, depende de perícia técnica comprovando a insalubridade do
trabalho.
O reconhecimento da atividade como insalubre, para o fim de percepção do
respectivo adicional, depende, em primeiro lugar, de perícia técnica comprovando a
insalubridade do trabalho. Em seguida, faz-se necessária a classificação da atividade
pelo Ministério do Trabalho e sua inclusão em relação oficial (quadro) desse órgão. Tal
entendimento – e outro, relativo à higienização de instalações sanitárias de uso público ou
coletivo de grande circulação – está consolidado na Súmula 448 do TST, nestes termos:
I – Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o
empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classificação da
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atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho.


II – A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande
circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e
escritórios, enseja o pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo, incidindo o
disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE nº 3.214/78 quanto à coleta e
industrialização de lixo urbano.

Observe-se que, na prática, o item I da Súmula 448 limita as atividades que podem
ser consideradas insalubres, ao determinar que uma atividade apenas será caracterizada
como insalubre para efeitos de pagamento do adicional se estiver prevista na Norma
Regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego. Não basta, assim, que laudo
pericial ateste a insalubridade da atividade, devendo ela constar na classificação oficial do
MTE para que o empregado faça jus ao recebimento do respectivo adicional.
Já o item II coloca fim à controvérsia existente acerca da possibilidade de
recebimento do adicional de insalubridade por aqueles que exercem atividade de
higienização de instalações sanitárias e a respectiva coleta de lixo, dispondo que a
insalubridade restará caracterizada apenas quando o serviço for prestado em instalações
sanitárias de uso público ou coletivo de grande circulação. O TST considera, assim, que
não se pode equiparar a higienização e coleta de lixo de instalações sanitárias de uso
público ou coletivo de grande circulação à limpeza de residências e escritórios – apenas
na primeira hipótese caracteriza-se a insalubridade em grau máximo.
.....................

3) No item 8.2.4, foram feitos os três acréscimos abaixo indicados:

8.2.4. Adicional de periculosidade


.............
Com a nova redação dada ao art. 193 da CLT pela Lei 12.740, de 8 de dezembro de
2012, tal dispositivo legal passou a disciplinar a periculosidade para todas as atividades
perigosas – que impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do
trabalhador a inflamáveis, explosivos ou energia elétrica, bem como a roubos ou outras
espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou
patrimonial –, nos termos a seguir expostos.2
A partir da edição da Lei 12.997, de 18 de junho de 2014 – que acrescentou o § 4º ao
art. 193 da CLT –, são também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em
motocicleta. Essa inovação legislativa veio atender, especialmente, aos trabalhadores
chamados motoboys, muito comuns nos grandes centros urbanos do País.
O trabalhador fará jus ao pagamento do adicional na forma da regulamentação

2
A Lei 12.740/2012 revogou expressamente a Lei 7.369/1985, que regrava a periculosidade para os empregados no setor
de energia elétrica. Com isso, a periculosidade dos eletricitários passou, também, a ser disciplinada pelo art. 193 da
CLT.
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17.ª para 18.ª edição

aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego.


..............
Reconhecida pelo Ministério do Trabalho a condição de periculosidade, o empregado
fará jus ao pagamento do adicional de 30% sobre o seu salário contratual, sem os
acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.
Entretanto, a caracterização e a classificação da periculosidade por profissional do
Ministério do Trabalho, na forma do art. 195 da CLT, são dispensadas na hipótese de a
empresa pagar espontaneamente, por mera liberalidade, o adicional de periculosidade.
É o que estabelece a Súmula 453 do TST, nos termos seguintes:
453 – O pagamento de adicional de periculosidade efetuado por mera liberalidade da
empresa, ainda que de forma proporcional ao tempo de exposição ao risco ou em
percentual inferior ao máximo legalmente previsto, dispensa a realização da prova técnica
exigida pelo art. 195 da CLT, pois torna incontroversa a existência do trabalho em
condições perigosas.

O adicional de periculosidade não é acumulável com o de insalubridade, devendo o


empregado, uma vez configuradas as duas situações, optar por um deles (CLT, art. 193, §
2.º).
.............
Em relação à atividade de vigilância, como, mesmo antes da obrigação legal, era
comum que fosse previsto em norma coletiva o pagamento de adicionais de
periculosidade aos trabalhadores, dispõe a CLT que serão descontados ou compensados
do adicional de periculosidade outros da mesma natureza eventualmente já concedidos
ao vigilante por meio de acordo coletivo (art. 193, § 3.º).
No final de 2013, tivemos a edição da Súmula 447 do TST, na qual o Tribunal
consolidou o seu entendimento sobre o não cabimento do adicional de periculosidade
em caso de permanência da tripulação na aeronave durante o abastecimento, haja vista
que o trabalhador, nessa hipótese, não se encontra em contato permanente com o
combustível, nem se sujeita à condição de risco acentuado. É a seguinte a redação da
Súmula 447:
447 – Os tripulantes e demais empregados em serviços auxiliares de transporte aéreo que,
no momento do abastecimento da aeronave, permanecem a bordo não têm direito ao
adicional de periculosidade a que aludem o art. 193 da CLT e o Anexo 2, item 1, "c", da NR
16 do MTE.

8.2.5. Adicional de transferência


......................

4) No item 9.3, ao final, foi feito o acréscimo abaixo indicado:

9.3. Ação de equiparação


.....................
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Por fim, cabe destacar que a equiparação salarial aqui estudada aplica-se, também, aos
empregados públicos das sociedades de economia mista, entidades integrantes da
chamada Administração Pública Indireta. É o entendimento do TST, consolidado na
Súmula 455, nestes termos:
455 – À sociedade de economia mista não se aplica a vedação à equiparação prevista no
art. 37, XIII, da CF/1988, pois, ao admitir empregados sob o regime da CLT, equipara-se a
empregador privado, conforme disposto no art. 173, § 1º, II, da CF/1988.

CAPITULO 14

1) No item 1.1.3, foram feitas as substituições abaixo indicadas:

1.1.3. Valor do benefício


.....................

A título de exemplo, apresentamos a tabela vigente a partir de 1.º de janeiro de 2013


(toma por base o salário mínimo de R$ 678,00, vigente a partir de 1.º de janeiro de 2013):

FAIXAS DE SALÁRIO MÉDIO VALOR DA PARCELA

Até R$ 1.090,43.
Multiplica-se o salário médio por 0.8 (80%).

O que exceder a 1.090,43 multiplica-se por


De R$ 1.090,44 até R$ 1.817,56.
0,5 (50%) e soma-se a 872,35.

O valor da parcela será de R$ 1.235,91


Acima de R$ 1.817,56.
invariavelmente.
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É importante ressaltar que, da aplicação da tabela acima, não poderá resultar, em


hipótese alguma, um valor para a parcela do seguro-desemprego inferior ao salário
mínimo. Por exemplo, se o salário médio do trabalhador for de R$ 750,00, a aplicação da
tabela acima resultaria em um valor de RS 600,00 (80% de R$ 750,00) para a parcela do
seguro-desemprego. Entretanto, nesse caso, a parcela será de R$ 678,00 (salário mínimo
a partir de 1.º de janeiro de 2013), porque o valor do benefício não pode, em nenhuma
hipótese, ser inferior ao salário mínimo.

A título de exemplo, apresentamos a tabela vigente a partir de 11 de janeiro de 2014


(toma por base o salário mínimo de R$ 724,00, vigente a partir de 1.º de janeiro de 2014):

FAIXAS DE SALÁRIO MÉDIO VALOR DA PARCELA

Até R$ 1.151,06. Multiplica-se o salário médio por 0.8 (80%).

.
O que exceder a R$ 1.151,06 multiplica-se
De R$ 1.151,07 até R$ 1.918,62.
por 0,5 (50%) e soma-se a R$ 920,85.

O valor da parcela será de R$ 1.304,63


Acima de R$ 1.918,62.
invariavelmente.

É importante ressaltar que, da aplicação da tabela acima, não poderá resultar, em


hipótese alguma, um valor para a parcela do seguro-desemprego inferior ao salário
mínimo. Por exemplo, se o salário médio do trabalhador for de R$ 750,00, a aplicação da
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tabela acima resultaria em um valor de RS 600,00 (80% de R$ 750,00) para a parcela do


seguro-desemprego. Entretanto, nesse caso, a parcela será de R$ 724,00 (salário mínimo
a partir de 1.º de janeiro de 2014), porque o valor do benefício não pode, em nenhuma
hipótese, ser inferior ao salário mínimo.

1.1.4. Prazo para requerimento


.....................

2) No item 2.1, foram feitas as substituições abaixo indicadas:

2.1. Beneficiários
Considerando o valor do salário mínimo vigente a partir de 1.º de janeiro de 2013 (R$
678,00), o salário-família é devido, mensalmente, ao segurado empregado, urbano e rural,
e ao trabalhador avulso com remuneração até R$ 971,78 (novecentos e setenta e um
reais e setenta e oito centavos).
O valor da cota do salário-família por filho ou equiparado de qualquer condição, até
quatorze anos de idade incompletos, ou inválido de qualquer idade, é de R$ 33,16 (trinta
e três reais e dezesseis centavos) para o segurado com remuneração mensal até R$
646,55 (seiscentos e quarenta e seis reais e cinquenta e cinco centavos), e de R$ 23,36
(vinte e três reais e trinta e seis centavos) para o segurado com remuneração mensal
superior a R$ 646,55 (seiscentos e quarenta e seis reais e cinquenta e cinco centavos) e
igual ou inferior a R$ 971,78 (novecentos e setenta e um reais e setenta e oito centavos).

Valor do Salário-Família – Tabela válida a partir de


1.º de janeiro de 2013.

FAIXA DE SALÁRIO VALOR DO SALÁRIO-FAMÍLIA

até R$ 646,55 R$ 33,16

de R$ 646,56 a R$ 971,78 R$ 23,36


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acima de R$ 971,78 não é devido

Considerando o valor do salário mínimo vigente a partir de 1.º de janeiro de 2014 (R$
724,00), o salário-família é devido, mensalmente, ao segurado empregado, urbano e rural,
e ao trabalhador avulso com remuneração até R$ 1.025,81 (mil e vinte e cinco reais e
oitenta e um centavos).
O valor da cota do salário-família por filho ou equiparado de qualquer condição, até
quatorze anos de idade incompletos, ou inválido de qualquer idade, é de R$ 35,00 (trinta
e cinco reais) para o segurado com remuneração mensal até R$ 682,50 (seiscentos e
oitenta e dois reais e cinquenta centavos), e de R$ 24,66 (vinte e quatro reais e sessenta
e seis centavos) para o segurado com remuneração mensal superior a R$ 682,50
(seiscentos e oitenta e dois reais e cinquenta centavos) e igual ou inferior a R$ 1.025,81
(mil e vinte e cinco reais e oitenta e um centavos).

Valor do Salário-Família – Tabela válida a partir de


1.º de janeiro de 2014.

FAIXA DE SALÁRIO VALOR DO SALÁRIO-FAMÍLIA

até R$ 682,50 R$ 35,00

de R$ 682,51 a R$ 1.025,81 R$ 24,66

não é devido
acima de R$ 1.025,81
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O benefício é devido ao segurado que tiver filho menor de 14 anos, ou inválido de


qualquer idade, podendo ser equiparados ao filho o enteado e o menor que esteja sob
sua tutela e não possua bens suficientes para o próprio sustento e educação.
......................
Em síntese, são os seguintes os beneficiários:

a) o segurado empregado e trabalhador avulso com remuneração mensal não superior a R$


646,55, que fará jus a uma cota de R$ 33,16; e o segurado empregado e trabalhador avulso
com remuneração mensal superior a R$ 646,55 e igual ou inferior a R$ 971,78, que tem direito a
uma cota de R$ 23,36;
a) o segurado empregado e trabalhador avulso com remuneração mensal não superior a R$
682,50, que fará jus a uma cota de R$ 35,00; e o segurado empregado e trabalhador avulso
com remuneração mensal superior a R$ 682,50 e igual ou inferior a R$ 1.025,81, que tem direito
a uma cota de R$ 24,66;
b) o segurado empregado doméstico, na forma disciplinada em lei;
.......................

3) No item 2.2, foi feita a substituição abaixo indicada:

2.2. Possibilidade de acumulação


..........................
Se houver divórcio, separação judicial ou de fato dos pais, ou em caso de abandono
legalmente caracterizado ou perda do pátrio-poder, o salário-família passará a ser pago
diretamente àquele a cujo cargo ficar o sustento do menor, ou a outra pessoa, se houver
determinação judicial nesse sentido.
Assim, mãe e pai casados, sendo os dois empregados, com salário de contribuição
inferior ou igual a R$ 971,78 e que tenham em comum cinco filhos menores de 14 anos,
receberão, cada qual, cinco salários-família. Caso se divorciem, e a guarda judicial dos
filhos fique com a mãe, a partir da separação os cinco salários-família relativos ao emprego
do pai passarão a ser pagos pela empresa diretamente à mãe. Esta, portanto, receberá dez
salários-família ao todo: cinco relativos ao seu emprego e cinco referentes ao do pai.
Assim, mãe e pai casados, sendo os dois empregados, com salário de contribuição
inferior ou igual a R$ 1.025,81 e que tenham em comum cinco filhos menores de 14 anos,
receberão, cada qual, cinco salários-família. Caso se divorciem, e a guarda judicial dos
filhos fique com a mãe, a partir da separação os cinco salários-família relativos ao emprego
do pai passarão a ser pagos pela empresa diretamente à mãe. Esta, portanto, receberá dez
salários-família ao todo: cinco relativos ao seu emprego e cinco referentes ao do pai.

2.3. Carência e condições para concessão


.......................
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4) No item 2.4, foi feita a substituição abaixo indicada:

2.4. Pagamento
............................
O salário-família do trabalhador avulso independe do número de dias trabalhados no
mês, devendo o seu pagamento corresponder ao valor integral da cota.
Portanto, se o trabalhador empregado foi admitido ou dispensado no dia 15 do mês,
receberá, em relação a este mês, proporcionalmente. No caso, somente lhe serão pagos
50% da quota do salário-família (metade de R$ 33,16 ou de R$ 23,36, a depender da sua
faixa salarial). Diversamente, se o trabalhador avulso trabalhou, por exemplo, apenas 13
dias em um mês, receberá, ainda assim, a quota integral (R$ 33,16 ou R$ 23,36, de
acordo com a sua faixa salarial).
Portanto, se o trabalhador empregado foi admitido ou dispensado no dia 15 do mês,
receberá, em relação a este mês, proporcionalmente. No caso, somente lhe serão pagos
50% da quota do salário-família (metade de R$ 35,00 ou de R$ 24,66, a depender da sua
faixa salarial). Diversamente, se o trabalhador avulso trabalhou, por exemplo, apenas 13
dias em um mês, receberá, ainda assim, a quota integral (R$ 35,00 ou R$ 24,66, de
acordo com a sua faixa salarial).
O salário-família correspondente ao mês de afastamento do trabalho será pago
integralmente pela empresa, pelo sindicato ou órgão gestor de mão de obra, conforme
o caso, e o do mês da cessação de benefício pelo INSS.
.........................

CAPITULO 15

1) No item 16, foi feito o acréscimo abaixo indicado:

16. ATIVIDADES INSALUBRES


.........................
Os efeitos pecuniários da insalubridade serão devidos a contar da data da inclusão da
respectiva atividade nos quadros aprovados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (CLT,
art. 196).
Observe-se que são duas as condições para que o empregado passe a ter direito à
percepção do adicional de insalubridade: (a) perícia técnica a cargo de Médico do
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Trabalho ou Engenheiro do Trabalho constatando a insalubridade do trabalho; e (b)


classificação e inclusão da atividade insalubre na relação oficial (quadro) do Ministério
do Trabalho e Emprego (TST, Súmula 448, item I).
Estabelecida a insalubridade da atividade pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o
não pagamento do adicional pela empresa possibilita ao empregado ingressar com
reclamação na justiça, seja pessoalmente, seja por meio do sindicato. O juiz designará
um perito que fará o laudo e, comprovando-se a situação, receberá o empregado inclusive
as parcelas vencidas, desde que não prescritas.
......................

2) No item 17, foram feitos os acréscimos abaixo indicados:

17. ATIVIDADES PERIGOSAS


.....................
Com efeito, a Lei 7.369/1985, que disciplinava a periculosidade para os
empregados no setor de energia elétrica, foi expressamente revogada pela Lei
12.740/2012. Em decorrência, a periculosidade dos eletricitários passou, também, a ser
disciplinada pelo art. 193 da CLT. Pela mesma razão, restou superada a Súmula 191 do
TST, na parte em que, amparada no art. 1.º da antiga Lei 7.363/1985, estabelecia base de
cálculo diferenciada para a incidência do adicional de periculosidade aos eletricitários.3
A partir da edição da Lei 12.997, de 18 de junho de 2014 – que acrescentou o § 4º ao
art. 193 da CLT –, são também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em
motocicleta. Essa inovação legislativa veio atender, especialmente, aos trabalhadores
chamados motoboys, muito comuns nos grandes centros urbanos do País.
Têm direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente a
condições de risco e também o empregado que, de forma intermitente, está sujeito a tais
condições. O adicional é indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual,
assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, ocorre por tempo extremamente
reduzido (TST, Súmula 364).
........................
O trabalho dos eletricitários, dos vigilantes (segurança pessoal ou patrimonial) e dos
empregados que operam bomba de gasolina (TST, Súmula 39) é considerado perigoso,
ensejando direito ao adicional de periculosidade.
Por outro lado, os tripulantes e demais empregados em serviços auxiliares de
transporte aéreo que, no momento do abastecimento da aeronave, permanecem a bordo
não têm direito ao adicional de periculosidade (Súmula 447).
O trabalho em condições de periculosidade dá ao empregado o direito ao adicional de

3
A parte final da Súmula 191 do TST estabelecia que, em relação aos eletricitários, o cálculo do adicional de
periculosidade fosse efetuado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial.
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periculosidade, no valor de 30% sobre o seu salário contratual básico, sem os


acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa
(CLT, art. 193, § 1.º).
.......................
Uma vez estabelecida a periculosidade da atividade pelo Ministério do Trabalho e
Emprego, se a empresa não paga o adicional, o empregado pode ingressar com
reclamação na justiça, seja pessoalmente, seja por meio do sindicato. O juiz designará
um perito que fará o laudo e, comprovando-se a situação, receberá o empregado inclusive
as parcelas vencidas, desde que não prescritas.
Entretanto, a caracterização e a classificação da periculosidade por profissional do
Ministério do Trabalho, na forma do art. 195 da CLT, são dispensadas na hipótese de
pagamento espontâneo, por mera liberalidade da empresa, do adicional de
periculosidade. É o que estabelece a Súmula 453 do TST, nos termos seguintes:
453 – O pagamento de adicional de periculosidade efetuado por mera liberalidade da
empresa, ainda que de forma proporcional ao tempo de exposição ao risco ou em
percentual inferior ao máximo legalmente previsto, dispensa a realização da prova técnica
exigida pelo art. 195 da CLT, pois torna incontroversa a existência do trabalho em
condições perigosas.

O direito do empregado ao adicional de periculosidade cessará com a eliminação do


risco à sua saúde ou integridade física.

CAPITULO 17

1) No item 1, foi feita a substituição abaixo indicada:

1. TRABALHO DA MULHER
........................
A Constituição confere à mulher gestante o direito de licença, sem prejuízo do salário
e do emprego, com duração de 120 dias (art. 7.º, XVIII).
O caput do art. 392 da CLT, com a redação dada pela Lei 10.421, de 15.04.2002,
praticamente repete o texto constitucional, asserindo que “a empregada gestante tem
direito à licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do
salário.
O afastamento da empregada gestante poderá ocorrer entre 28 (vinte e oito) dias
antes do parto e a ocorrência deste. A empregada deve, mediante atestado médico,
notificar o seu empregador da data do início do afastamento do emprego (CLT, art. 392, §
1.º). Os períodos de repouso, antes e depois do parto, poderão ser aumentados de 2
(duas) semanas cada um, mediante atestado médico (CLT, art. 392, § 2.º). Em caso de
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parto antecipado, a mulher terá direito aos mesmos 120 (cento e vinte) dias de licença.
O direito à licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias é também assegurado à
empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção,
independentemente da idade da criança (CLT, art. 392-A). Assim, a empregada que
adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança terá direito à licença-
maternidade nos mesmos moldes em que assegurada à gestante, vale dizer, a
empregada adotante terá direito ao mesmo período de licença da gestante (120 dias),
independentemente da idade da criança adotada.
O caput do art. 392 da CLT praticamente repete o texto constitucional, preceituando
que “a empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias,
sem prejuízo do emprego e do salário.”
O afastamento da empregada gestante poderá dar-se entre 28 (vinte e oito) dias
antes do parto e a ocorrência deste, devendo a empregada, mediante atestado médico,
notificar o seu empregador da data do início do afastamento do emprego (CLT, art. 392, §
1.º). Os períodos de repouso, antes e depois do parto, poderão ser aumentados de 2
(duas) semanas cada um, mediante atestado médico (CLT, art. 392, § 2.º). Em caso de
parto antecipado, a mulher terá direito aos mesmos 120 (cento e vinte) dias de licença
(CLT, art. 392, § 3º).
Essa hipótese de afastamento, por cento e vinte dias, alcança também a
empregada que adotar ou obtiver guarda judicial de criança para fins de adoção, nos
termos do art. 392-A da CLT.
Nesse último caso (guarda ou adoção), para obter a licença, a empregada deverá,
obrigatoriamente, apresentar o termo judicial de guarda à adotante ou guardiã (CLT, art.
392-A, § 4º).
É importantíssimo ressaltar que, a partir da vigência da Lei 12.873/2013, que incluiu
o art. 392-C na CLT, homem e mulher foram equiparados no direito ao benefício em
caso de adoção ou obtenção de guarda judicial para fins de adoção. Vale dizer, o
empregado que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção também passou a
fazer jus à licença de cento e vinte dias, nos termos do art. 392-A da CLT.
Em face dessa igualdade de tratamento ao homem e à mulher, se em um casal
adotante a mulher não for empregada, mas o marido ou companheiro for, poderá ele
requerer o benefício, sendo afastado do trabalho durante o período aa licença para
cuidar da criança.
A adoção ou guarda judicial conjunta ensejará a concessão de licença-maternidade
a apenas um dos adotantes ou guardiães empregado ou empregada (CLT, art. 392-A,
§ 5º). Assim, se os dois adotantes – homens ou mulheres, em casais homo ou
heteroafetivos – forem empregados, a licença será concedida a um deles, somente.
Outro aspecto relevante: em caso de morte da genitora, é assegurado ao cônjuge
ou companheiro empregado o gozo de licença por todo o período da licença-
maternidade ou pelo tempo restante a que teria direito a mãe, exceto no caso de
falecimento do filho ou de seu abandono (CLT, art. 392-B). Esse direito à transferência
do benefício é estendido, também, ao empregado que adotar ou obtiver guarda judicial
para fins de adoção (CLT, art. 392-C). Enfim, com a morte do segurado que recebia o
benefício – a genitora, ou o homem ou a mulher, no caso de adoção –, o gozo da
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licença (com o respectivo pagamento do salário-maternidade pela Previdência Social)


poderá ser transferido ao cônjuge ou companheiro.
Para obter a licença, a empregada deverá, obrigatoriamente, apresentar o termo
judicial de guarda à adotante ou guardiã (art. 392-A, § 4.º).
A Lei 11.770, de 9 de setembro de 2008, autorizou a prorrogação da licença-
maternidade por mais 60 (sessenta) dias, totalizando 180 (cento e oitenta) dias, para
as empregadas de pessoas jurídicas que aderirem ao assim chamado “Programa
Empresa Cidadã”, desde que a empregada requeira tal prorrogação até o final do
primeiro mês após o parto e seja concedida logo depois da fruição da licença-
maternidade de 120 (cento e vinte) dias, de que trata a Constituição Federal (art. 7.º,
XVIII). Essa prorrogação é garantida, também, à empregada de empresa que tenha
aderido ao “Programa Empresa Cidadã”, na hipótese de adoção ou de obtenção de
guarda judicial para fins de adoção de criança, nos termos do art. 392-A da CLT.
A comprovação da gravidez durante o aviso prévio dará direito à empregada ao
salário-maternidade, pois o período de aviso prévio integra o contrato de trabalho.
Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico, a mulher terá um
repouso remunerado de 2 semanas, ficando-lhe assegurado o direito de retornar à função
que ocupava antes de seu afastamento (CLT, art. 395).
É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada desde a
confirmação da gravidez até 5 (cinco) meses após o parto (ADCT, art. 10, II, “b”). Essa
garantia de emprego protege a empregada mesmo na hipótese de admissão mediante
contrato por tempo determinado (TST, Súmula 244), e é extensível à empregada
doméstica (Lei 5.859/1972, art. 4.º-A).
É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada desde a
confirmação da gravidez até 5 (cinco) meses após o parto (ADCT, art. 10, II, “b”).
Essa garantia constitucional de emprego:
a) protege a empregada mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por
tempo determinado (TST, Súmula 244);
b) aplica-se também à empregada doméstica (Lei 5.859/1972, art. 4.º-A);
c) é exigível quando a confirmação do estado de gravidez advém no curso do
contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou
indenizado (CLT, art. 391-A); e
d) será assegurada, caso ocorra o falecimento da genitora, a quem detiver a
guarda do seu filho (Lei Complementar 146/2014, art. 1º).
A Súmula 244 do TST trata especificamente dessa licença, enunciando em seus
itens três importantes orientações:
I – O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao
pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT).
II – A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o
período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos
correspondentes ao período de estabilidade.
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III – A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II,
alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de
admissão mediante contrato por tempo determinado.

Mediante atestado médico, é facultado à mulher romper o contrato de trabalho, desde


que este seja prejudicial à gestação (CLT, art. 394). Nessa hipótese, a mulher estará
dispensada de conceder aviso prévio à empresa, mas não terá direito a indenização.
.....................

CAPITULO 18

1) No item 2.4, foram feitos os acréscimos abaixo indicados:

2.4. Gestante
....................
Portanto, a empregada gestante tem direito subjetivo à estabilidade provisória no
emprego, sendo suficiente para obtenção dessa garantia social constitucional a
confirmação objetiva do estado fisiológico de gravidez. Não depende de sua prévia
comunicação ao empregador, mesmo quando pactuada em negociação coletiva.
Para a empregada fazer jus à garantia de emprego, a confirmação do estado de
gravidez deve dar-se no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do
aviso prévio trabalhado ou indenizado. É o que prevê o art. 391-A da CLT, incluído
pela Lei 12.812/2013, nestes termos:
Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho,
ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada
gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias.

Se eventualmente for dispensada no período de estabilidade, antes de ter cientificado


o empregador do seu estado gravídico, essa omissão em nada prejudicará o seu direito à
garantia de emprego. Caso o reconhecimento do direito se dê durante o período de
estabilidade, fará jus à reintegração ao emprego, com todos os pagamentos decorrentes.
Se ocorrer em momento futuro, já decorrido o período de estabilidade, não terá direito à
reintegração, mas, apenas, ao pagamento dos salários e demais direitos correspondentes
ao período de estabilidade.
......................
Cabe repisar que, de acordo com o disposto no item III da Súmula 244, mesmo no
caso de celebração de contrato de trabalho por prazo determinado a empregada
gestante tem direito à estabilidade provisória.
Ademais, nos casos em que ocorrer o falecimento da genitora, tal garantia de
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emprego será assegurada a quem detiver a guarda do seu filho (Lei Complementar
146/2014, art. 1º).
Essa estabilidade constitucionalmente assegurada à empregada regida pela
Consolidação das Leis do Trabalho foi legalmente estendida à empregada doméstica
gestante pela Lei 11.324, de 19.07.2006, que acrescentou o art. 4.º-A à Lei 5.859/1972,
com a seguinte redação:
......................

2) A redação do item 2.9 foi inteiramente substituída por esta, abaixo (reprodução
integral do item):

2.9. Estabilidade do empregado público


Além das estabilidades aplicáveis aos trabalhadores da iniciativa privada
(dirigente sindical, gestante etc.), existe a estabilidade própria do setor público,
prevista no art. 41 da Constituição Federal. Esse artigo, literalmente, confere a
estabilidade nele prevista aos “servidores nomeados para cargo de provimento
efetivo em virtude de concurso público”, “após três anos de efetivo exercício”,
desde que eles sejam aprovados em “avaliação especial de desempenho por
comissão instituída para essa finalidade”.
São os seguintes os termos do art. 41 da Carta Política:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1.º O servidor público estável só perderá o cargo:
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla
defesa;
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma
de lei complementar, assegurada ampla defesa.
(...)
§ 4.º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação
especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Existe alguma controvérsia acerca da aplicação dessa estabilidade do art. 41


da CF/1988 ao empregado público (regime trabalhista).
De início, é necessário diferenciar os empregados públicos cujo vínculo
funcional dá-se com pessoas jurídicas de direito público – empregados
públicos porventura existentes nas administrações públicas diretas, em autarquias
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e em fundações públicas de direito público – dos empregados públicos das


empresas públicas e das sociedades de economia mista – entidades que, embora
integrem formalmente a administração pública, têm personalidade jurídica de
direito privado.
Aqueles que negam a extensão da estabilidade a qualquer ocupante de
emprego público, sejam empregados das administrações diretas, de autarquias e
de fundações públicas, sejam empregados de empresas públicas e de
sociedades de economia mista, alinhavam essencialmente estes argumentos:

a) deve-se atentar para o texto do art. 41 da CF/1988: a estabilidade nele prevista restringe-
se aos ocupantes de cargo publico de provimento efetivo; não há dúvida de que
empregados públicos não ocupam cargo, e sim emprego público;
b) a estabilidade não é a regra no regime trabalhista: a estabilidade decenal foi substituída
pelo FGTS, existindo apenas uns poucos empregados remanescentes, que adquiriram a
estabilidade antes da promulgação da CF/1988; as outras hipóteses de estabilidade são
relativas ou provisórias, como a do membro da CIPA, do dirigente sindical, da gestante
etc.;
c) a exigência de aprovação em concurso público é condição necessária, mas não suficiente,
para a aquisição de estabilidade; a contratação de empregados públicos mediante
concurso visa, sobretudo, a atender ao princípio da isonomia, bem como aos da
moralidade e da impessoalidade, de observância obrigatória em toda a administração
pública.

Em que pese a argumentação exposta, verifica-se, a nosso ver, quanto ao


primeiro grupo de empregados públicos a que acima nos referimos – o dos
empregados de pessoas jurídicas de direito público –, tendência de boa parte da
doutrina e de nossa jurisprudência trabalhista a propugnar a aplicação do art. 41
da Constituição.
Com efeito, esse entendimento é explicitado na Súmula 390 do Tribunal
Superior do Trabalho, consoante se lê no seu inciso I: “O servidor público
celetista da administração direta, autárquica ou fundacional é beneficiário da
estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988.”
Devemos ressalvar, contudo, que, no âmbito do Supremo Tribunal Federal, a
matéria não está inteiramente definida.
Não obstante, conforme afirmamos anteriormente, pensamos que a
estabilidade do art. 41 da Constituição aplica-se aos empregados públicos
eventualmente existentes nas administrações diretas, em autarquias e em
fundações públicas.
Em primeiro lugar, esses órgãos e entidades não podem ser equiparados a
empresas privadas. Ademais, a estabilidade prevista no art. 41 da Carta Política
tem em conta o exercício de função pública, consubstanciando instrumento
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assecuratório de que os agentes públicos dele incumbidos observarão a


impessoalidade em seu mister e estarão aptos a resistir a pressões políticas e
econômicas, muitas vezes contrárias ao interesse público.
Por essa razão – ser a garantia do exercício imparcial e desassombrado da
função pública o fundamento do instituto da estabilidade do art. 41 da CF/1988 –
ela independe do regime jurídico adotado, estatutário ou celetista, no
estabelecimento do vínculo funcional com os agentes públicos que devam exercer
atribuições de natureza pública.
Vale notar, ainda, que o FGTS é perfeitamente compatível com as diversas
hipóteses de estabilidades previstas em nosso ordenamento, exceto, unicamente,
com a estabilidade decenal.
Diferente é a situação dos empregados públicos das empresas públicas e
das sociedades de economia mista. Quanto a estes, já decidiu o Supremo
Tribunal Federal, em acórdão prolatado na sistemática de repercussão geral,
pela inaplicabilidade da estabilidade estabelecida no art. 41 da Constituição da
República.4 Transcrevemos o excerto pertinente, da ementa do aresto respectivo
(grifamos):
II – Em atenção, no entanto, aos princípios da impessoalidade e isonomia, que regem a
admissão por concurso publico, a dispensa do empregado de empresas públicas e
sociedades de economia mista que prestam serviços públicos deve ser motivada,
assegurando-se, assim, que tais princípios, observados no momento daquela admissão, sejam
também respeitados por ocasião da dispensa.
III – A motivação do ato de dispensa, assim, visa a resguardar o empregado de uma possível
quebra do postulado da impessoalidade por parte do agente estatal investido do poder de
demitir.
IV – Recurso extraordinário parcialmente provido para afastar a aplicação, ao caso, do art. 41
da CF, exigindo-se, entretanto, a motivação para legitimar a rescisão unilateral do
contrato de trabalho.

Observe-se que essa orientação corrobora a jurisprudência do Tribunal


Superior do Trabalho, mais antiga, consolidada no inciso II da sua Súmula 390,
cujo texto, sem fazer distinção entre a atividade desempenhada pela empresa
pública ou sociedade de economia mista – se prestação de serviço público ou
atuação no domínio econômico em sentido estrito –, categoricamente exclui a
aplicação do art. 41 da Constituição aos respectivos empregados públicos. É a
seguinte a redação do inciso II da Súmula 390 do TST: “Ao empregado da
empresa pública ou de sociedade de economia mista, ainda que admitido
mediante aprovação em concurso público, não é garantida a estabilidade prevista
no art. 41 da CF/1988.”
Em síntese, perfilhamos a tese – que não é incontroversa – segundo a qual o
art. 41 da Constituição aplica-se aos empregados públicos (celetistas) das

4
RE 589.998/PI, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 20.03.2013 (vide Informativo 699 do STF).
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pessoas jurídicas de direito público. Diferentemente, o Supremo Tribunal


Federal já pacificou o entendimento (na mesma linha sustentada pelo Tribunal
Superior do Trabalho) de que a estabilidade prevista no art. 41 da Carta Política
não se aplica aos empregados das empresas públicas e das sociedades de
economia mista, seja qual for o objeto destas (prestação de serviço público ou
exploração de atividade econômica).

CAPITULO 23

1) No item 2, foram feitos os acréscimos abaixo indicados:

2. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO


.....................
Asseverou o STF, ainda, que, em relação à contribuição social referente ao salário
cujo pagamento foi determinado em decisão trabalhista, é fácil identificar o crédito
exequendo e, por conseguinte, admitir a substituição das etapas tradicionais de sua
constituição (o lançamento, a notificação, a apuração etc.) por ato típico, próprio, do
magistrado, haja vista que, nessa hipótese, a base de cálculo para essa contribuição é o
valor mesmo do salário que foi objeto da condenação. Já a contribuição social referente
ao salário cujo pagamento não foi objeto da sentença condenatória, e, portanto, não
está no título exequendo, dependeria, para ser executada, da constituição do crédito
pelo magistrado sem que este tivesse determinado o pagamento do salário, que é
exatamente a causa e a base da sua justificação. Ademais, a execução de ofício de
contribuição social antes da constituição do crédito, apenas com base em sentença
trabalhista que reconhece o vínculo empregatício sem fixar quaisquer valores, violaria
também o direito ao contraditório e à ampla defesa.
Cabe destacar que essa competência alcança também a execução da contribuição
referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), nos termos da Súmula 454 do
TST:
454 – Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição referente
ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a
seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, “a”, da CF), pois se destina ao
financiamento de benefícios relativos à incapacidade do empregado decorrente de
infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei nº 8.212/1991).

f) as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de


Mão de Obra (OGMO) decorrentes da relação de trabalho;
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....................

22 – A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de


indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho
propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não
possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda
Constitucional n.º 45/04.

De sua parte, a Súmula 392 do TST assim dispõe:

392 – Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do
Trabalho é competente para processar e julgar ações de indenização por dano moral e
material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de
trabalho e doenças a ele equiparadas.

Esclarecemos, porém, que esse entendimento – competência da Justiça do Trabalho


– é restrito às ações propostas por empregado contra empregador, visando à obtenção de
indenização pelos danos oriundos de acidente de trabalho, não se aplicando às ações,
ajuizadas contra o INSS, em que seja pleiteado benefício previdenciário decorrente de
acidente do trabalho. Nestas – ações contra o INSS buscando o recebimento de benefício
previdenciário decorrente de acidente de trabalho –, a competência é da Justiça Comum
Estadual, por força da ressalva constante da parte final do art. 109, inciso I, da
Constituição, que afasta a competência da Justiça Federal, não obstante ser o INSS uma
autarquia federal.

2) No item 5, foi feita, ao final, a substituição abaixo indicada:

5. RITO SUMARÍSSIMO NO DISSÍDIO INDIVIDUAL


....................
Observamos que são características do rito sumaríssimo, a simplificação
procedimental, a redução do formalismo e a maior celeridade nos julgamentos. Além
disso, o legislador preocupou-se em reduzir as possibilidades de recursos e estabeleceu
determinações tendentes a acelerar a tramitação dos recursos ordinários à segunda
instância (TRT). Assim, determinou que o recurso ordinário seja imediatamente
distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de
dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para
julgamento, sem revisor (CLT, art. 895, § 1.º, II). O acórdão consistirá unicamente na
certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das
razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios
fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão
(CLT, art. 895, § 1.º, IV). O recurso de revista para o TST somente será admitido nas
hipóteses de contrariedade à súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do
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Trabalho e de violação direta da Constituição (CLT, art. 896, § 6.º).


Observamos que são características do rito sumaríssimo, a simplificação
procedimental, a redução do formalismo e a maior celeridade nos julgamentos. Além
disso, o legislador preocupou-se em reduzir as possibilidades de recursos e estabeleceu
determinações tendentes a acelerar a tramitação dos recursos ordinários à segunda
instância (TRT). Assim, determinou que o recurso ordinário seja imediatamente
distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de
dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para
julgamento, sem revisor (CLT, art. 895, § 1.º, II). O acórdão consistirá unicamente na
certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das
razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios
fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão
(CLT, art. 895, § 1.º, IV). O recurso de revista para o TST somente será admitido nas
hipóteses de contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do
Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por violação direta da
Constituição Federal (CLT, art. 896, § 9.º).

FIM

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