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Paul R. House
“Sansão fez tudo que se esperava dele, quer dizer, exceto consagrar-se sem ressalvas ao Deus
que reagiu com misericórdia a cada uma das súplicas sinceras de livramento feitas pelo povo.”
Cada profeta possui uma personalidade distinta, o que se percebe mesmo mediante uma
rápida olhada nas pessoas mencionadas acima, mas o que une todos eles é uma mensagem
precisa cuja origem é o apego deles à palavra de Deus.
Débora personifica a maioria dessas características, o que a assinala como uma verdadeira
profetiza dentro da história contada nos Profetas Anteriores.
Ela prediz o futuro com precisão, pois os israelitas obtêm de fato a vitória que ela diz que
vai acontecer. Ela compõe um hino de vitória semelhante ao que Miriã escreve em Êxodo
15.1-18. O principal interesse de Débora é que os inimigos de Yahweh pereçam, o que indica
que ela está firme a favor da aliança. O único elemento ausente é uma declaração de que o
Espírito de Deus a dirige, mas, considerando-se o apego dela aos padrões mosaicos para os
profetas, esse enchimento pelo Espírito é uma conclusão segura.
A maneira como os juízes são apresentados reflete a natureza ambígua da carreira da
maioria deles. Hebreus 11.32 declara que Gideão, Baraque, Sansão e Jefté exerceram fé na
execução de seus deveres. Ao mesmo tempo, 2Reis 23.22 recorda esse período como uma
época em que não se comemorava a Páscoa, Salmos 78.56-58 fala dos dias dos juízes como
um período de idolatria e pecaminosidade, e Juízes 3.7—16.31 apresenta claramente a era
dos juízes como dias incertos quer religiosa, quer politicamente. Os juízes não são nenhuma
solução definitiva, seja para o problema do pecado, seja para a crise de liderança que Israel
experimenta devido à morte de Josué.
O resultado foi uma terrível guerra civil. O Senhor reage, deixando que a nação se entregue
às suas tendências violentas e destrutivas, as quais são a consequência natural de sua fé
dividida em Yahweh e de seu amor ostensivo por outros deuses. Deus deixa que Israel seja
livrado pelos deuses em quem o povo confia e permite que o povo seja esmagado debaixo
do peso do próprio pecado, a única realidade que seus deuses possuem.
Síntese canônica: o preço da depravação sexual
O autor faz algumas observações onde possivelmente a narrativa dos últimos capítulos de
Juízes tenham sido usados:
“Deus me mandou como profeta para avisar o seu povo, mas em todos os lugares
eles armam armadilhas para me pegar. Até no Templo de Deus eles me
perseguem! Eles se afundaram tanto no pecado quanto o povo que estava em Gibeá.
Deus lembrará dos pecados deles e os castigará.” (Os. 9:8,9)
“O SENHOR Deus diz: Desde o tempo em que pecou em Gibeá, o povo de Israel não
tem parado de pecar. Por isso, em Gibeá a guerra alcançará essa gente perversa.” (Os
10:9)
A tentativa pelo populacho de estuprar os homens em Juízes 19 relembra o episódio
de (Gn 19.1-11)
(Rm 1.26,27). Essa interpretação do contexto social de Paulo equipara-se ao tom de
Juízes, visto que a sexualidade descontrolada caracteriza os dois contextos.
“Por causa das coisas que essas pessoas fazem, Deus as entregou a paixões vergonhosas. Pois até as
mulheres trocam as relações naturais pelas que são contra a natureza. 27E também os homens deixam
as relações naturais com as mulheres e se queimam de paixão uns pelos outros. Homens têm relações
vergonhosas uns com os outros e por isso recebem em si mesmos o castigo que merecem por causa dos
seus erros.”
CONCLUSÃO
1. Os temas do livro soam muito parecidos com a situação de Gênesis 3—6, antes de o
Senhor destruir o mundo e também com a condição de Israel em Números.
2. O povo não cumpre a aliança, o que por sua vez impede-os de ser sacerdotes para si
mesmos ou para seus vizinhos. Desse modo os israelitas não são uma bênção para
todas as nações (Gn 12.1-9).
4. Quarto, continua sem solução a questão de uma liderança idônea para Israel. Apesar
do surgimento de Débora e do profeta desconhecido, não há uma presença profética
contínua.