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Manaus
2015
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Resumo
O nervo ulnar é um dos nervos que mais sofrem lesões no membro superior, que geralmente
ocorrem na parte posterior do cotovelo, abaixo da clavícula e no canal de Guyon, geralmente
as causas são indeterminadas e a cirurgia é indicada, sendo assim, o objetivo deste artigo é
demonstrar o uso da técnica de mobilização neural no tratamento de neuropatias
compressivas deste nervo. Por se tratar de uma terapia manual, a mobilização neural, pode
ser realizada por fisioterapeutas aliviando a dor, recuperando a funcionalidade do membro e
evitando procedimentos cirúrgicos. Para isto será feita uma revisão nas literaturas mais
atuais a respeito deste tema, buscando oferecer uma terapia alternativa para fisioterapeutas
utilizarem em seus pacientes no tratamento destas lesões. Portanto a mobilização neural é
uma técnica que está acessível a todos os profissionais fisioterapeutas, e é eficaz no
tratamento de neuropatias compressivas, por isso deve ser aperfeiçoada pelos profissionais
da área e utilizada como tratamento.
Palavras-chaves: Mobilização Neural; Nervo Ulnar; Terapia Manual.
1. Introdução
Uma das principais funções do sistema nervoso periférico (nervos) é de conduzir impulsos
nervosos aos músculos e desta forma realizar contrações musculares que permitem as pessoas
realizarem movimentos, outra função é de receber informações sensitivas do corpo e do
ambiente externo, ou informa ao sistema nervoso central a presença de alguma lesão seja
mecânica, por temperatura ou pressão.
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Fisioterapeuta, Pós graduando em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em terapias manuais
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Fisioterapeuta, Especialista em Metodologia de Ensino Superior e Mestrando em Bioética e Direito em Saúde.
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2. Revisão de Literatura
Uma vez formado, o nervo desce pelo braço, no qual não inerva
nenhum músculo, e no cotovelo passa por meio da goteira condilar,
atrás do epicôndilo medial do olécrano. Após emergir desta goteira
penetra entre as duas cabeças do músculo flexor ulnar do carpo (túnel
cubital), cujo assoalho é formado pelo ligamento medial da articulação
do cotovelo e a porção superior, pela densa aponeurose que conecta
ambas a cabeça umeral e ulnar, do músculo flexor ulnar do carpo. O
tronco principal do nervo ulnar atinge a região do punho, na qual
passa por meio do canal de Guyon que possui os seguintes limites: o
assoalho é composto pelo retináculo flexor e ligamento piso-hamato; a
parede lateral é formada pela superfície ulnar convexa do gancho do
osso hamato e a parede medial pelo osso pisiforme juntamente fibras
tendineas do músculo flexor ulnar do carpo; o teto é composto pelo
fino ligamento carpal e fibras do músculo palmar curto (FERREIRA,
2001).
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O nervo ulnar entra na mão através de uma depressão formada pelo osso pisiforme e o hámulo
do osso hamato e fica coberto pelo ligamento volar do carpo e o músculo palmar curto,
formando o canal de Guyon (KISNER, 2009).
4. Fisiopatologia
Kisner (2009) diz que os nervos são móveis e capazes de torção e de distensão considerável
por causa de seu arranjo. Contudo são suscetíveis a vários tipos de lesões. As lesões
biomecânicas do sistema nervoso periférico resultam mais comumente de fricção, compressão
e distensão.
De acordo com Cambier (2005) as lesões dos troncos nervosos periféricos têm mais
comumente origem mecânica. Podem ser conseqüentes a um grande traumatismo: lesões
penetrantes, fraturas, luxações, agrupam-se aí as paralisias pós-operatórias (com pressão ou
estiramento facilitado pela anestesia), as paralisias obstétricas, as paralisias devida à ação do
gesso, as paralisias acidentais durante a injeção de um medicamento.
A lesão de um nervo periférico pode resultar em comprometimentos motores, sensitivos e/ou
simpáticos. A dor pode ser um sintoma de tensão ou de compressão nervosa, porque o tecido
conjuntivo e as estruturas vasculares ao redor e dentro dos nervos periféricos são inervados
(KISNER, 2009).
Compressão (pressão mantida aplicada externamente em decorrência do pinçamento de um
osso tumor ou tecido mole e que resulta em lesão mecânica ou isquêmica). (KISNER, 2009)
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Cambier (2005) afirma que o nervo ulnar pode ser lesado em qualquer ponto do seu trajeto,
mas está exposto a microtraumas em duas regiões: nas proximidades do cotovelo e na palma
da mão.
Em função de sua proximidade, muitas das lesões que afetam o nervo mediano e radial
também podem lesar o ulnar na axila e a porção proximal do braço. A goteira condilar é um
local raso no qual o nervo se encontra apenas recoberto por pele e gordura subcutânea, sendo
um local onde pode ser facilmente lesado (FERREIRA, 2001).
Kisner (2009) afirma que a lesão ou irritação do nervo ulnar no canal entre o hámulo do
hamato e o pisiforme é decorrente de pressão mantida, como ao escrever durante um tempo
prolongado ou inclinar-se para frente sobre os punhos estendidos (como no ciclismo). Ocorre
pelo uso repetitivo da ação de garra dos 4º e 5º dedos, como ao tricotar, fazer nós ou usar
alicates ou grampeadores, ou ainda em decorrência de um trauma, como cair sobre a borda
ulnar do punho.
Ferreira (2001) diz que o nervo ulnar pode ser comprimido no túnel cubital, entre as duas
cabeças do flexor ulnar do carpo, na borda de sua aponeurose (ligamento arqueado ou arco
aponeurótico), constituindo a Síndrome do túnel cubital
Cambier (2005) afirma que a compressão de um nervo provoca em alguns minutos uma
interrupção funcional. O problema é revertido imediata e completamente pela liberação da
compressão.
5. Tratamento
A mobilização neural é um conjunto de técnicas que tem como objetivo impor ao sistema
nervoso maior tensão, mediante determinadas posturas para que, em seguida, sejam aplicados
movimentos lentos e rítmicos direcionados aos nervos periféricos e à medula espinhal,
proporcionando melhora na condutibilidade do impulso nervoso (MACHADO, 2010).
Como recurso terapêutico da mobilização neural, procura restaurar o
movimento elástico ao sistema nervoso, promovendo o retorno às
funções normais. A mobilização do sistema nervoso visa devolver a
mobilidade do sistema nervoso. Deste modo a continuidade do sistema
assegura sua capacidade em se mover ou de ser influenciado por
estruturas circundantes (BUTLER, 2003).
De acordo com os estudos de Lima (2012) a mobilização neural centra-se na hipótese de
movimentos anatômicos suaves das estruturas próximas aos elementos neurais que estão
sendo comprometidos. Durante a mobilização do sistema nervoso a abordagem deve ser
eficaz e com progressões específicas.
Para o tratamento com a técnica mobilização neural é necessário
apenas uma maca, conhecimento teórico e treino das técnicas. Este é
diferenciado de acordo com o estado da patologia, podendo esta ser
irritável (fisiopatológica) ou não-irritavel (patomecânico). Embora as
duas possam estar presentes há sempre o predomínio de uma, dando
prioridade ao tratamento (BUTLER, 2003).
Segundo Magee (2002), os testes Neurodinâmico, ou teste de tensão neural é também
denominado teste de estiramento neural. São seqüências de movimentos, realizados para
avaliar a mecânica e a fisiologia de uma parte do sistema nervoso. Considera-se o teste
positivo quando houver diminuição da amplitude de movimento ou quando sintomas
dolorosos e de alongamento profundo forem reproduzidos,quando a resposta no lado
envolvido variar unilateralmente entre respostas normais, e quando houver diferenciação
estrutural de uma fonte neurogênica. Sabe-se que nem todos os sintomas provocados pelos
testes podem ser considerados patológicos, como o tecido neural também é inervado, o seu
estiramento pode causar dor, sendo, portanto, necessário que se conheça tais respostas e as
diferenças entre indivíduos sintomáticos e assintomáticos.
6. Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo bibliográfico com objetivo de apresentar os estudos e as
diferentes correntes teóricas já desenvolvidas pelos estudiosos relacionados ao tema
(ZANELLA, 2009).
Os métodos quantitativos supõem uma população de objetos de observação comparável entre
si e os métodos qualitativos enfatizam as especificidades de um fenômeno em termos de suas
origens e de sua razão de ser (HAGUETTE, 1995).
O presente estudo consiste em uma revisão bibliográfica, onde foram pesquisados livros de
graduação no período de Janeiro de 2015 até o fim de setembro de 2015, para esta pesquisa
foram utilizadas as palavras-chaves: mobilização neural, anatomia do nervo ulnar,
mecanismos de lesão dos nervos periféricos, neuropatias compressivas e terapias manuais.
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A revisão da literatura foi realizada com ênfase nas publicações mais recentes escritas em
língua portuguesa. As fontes bibliográficas foram: acervos bibliográficos das faculdades
Uninorte e Universidade Paulista (Unip), revistas cientificas e artigos publicados em sítios
científicos da internet. Foram selecionados os assuntos referentes aos temas deste artigo.
7. Resultados e discussão
O sistema nervoso periférico e central são geralmente lesionados por compressão pelas
estruturas adjacentes ou estiramento. Quando há compressão, a deformação mecânica e a
isquemia levam à perda das propriedades mecânicas e funcionais das fibras nervosas devido a
vários mecanismos: obstrução local do movimento, inflamação e fibrosamento, proteção
reflexa muscular local, excesso de tensão ao longo de um trajeto da fibra, além de outros
mecanismos ainda não compreendidos. (MARINZECK, 2007).
Butler (2003), afirma que o tratamento de uma disfunção aguda é um desafio para os
fisioterapeutas, pois os pacientes apresentam dor constante e facilmente desencadeada,
levando um longo tempo para diminuir. A técnica a ser aplicada deve proporcionar o máximo
de conforto para o paciente, com grande amplitude, lento e rítmico, iniciando à distância da
área dolorosa e sem inicialmente provocar sintomatologia ou aumentá-la. Sua progressão é
aproximando de locais mais próximos da área lesada, posteriormente pode-se aumentar o
número de repetições e progredir aumentando a amplitude de movimento até o aparecimento
dos sintomas ou a resistência do movimento. São exemplos de lesões comuns deste estado
traumas leves e neuropatias inflamatórias agudas.
Junior & Teixeira (2007) afirmam em seu estudo, sobre as indicações e aplicações da
mobilização do sistema nervoso como recurso diagnóstico e terapêutico, que a técnica de
mobilização neural é eficaz tanto para a avaliação quanto no tratamento das mais diversas
patologias que acometem as raízes nervosas.
Vasconcelos (2011) diz em seu estudo avaliativo sobre técnica de mobilização neural no
ganho de amplitude na extensão de cotovelo em indivíduos neurologicamente assintomáticos
aponta que a mobilização neural visa restaurar o movimento e a elasticidade do sistema
nervoso, e é utilizada como método de diagnóstico e tratamento das disfunções de origem
neural. Considerando que essa patologia também limita o movimento, presumiu-se que sua
resolução ou diminuição por meio da mobilização neural resultaria numa melhor dinâmica
neural e, conseqüentemente, permitiria uma maior amplitude de movimento. Isso se deve ao
fato de os pacientes com síndrome do túnel do carpo apresentarem um déficit na mecânica do
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6. Conclusão
neuropatias compressivas não apenas do nervo ulnar mais de todas as áreas que são
suscetíveis a danos mecânicos por compressão.
A mobilização neural se torna uma ótima escolha de tratamento para profissionais da saúde a
ser utilizada em pacientes, porque não é necessário comprar nenhum tipo de equipamento
especial, basta apenas ter os conhecimentos teóricos e uma maca, então é uma técnica que está
ao alcance de todos os profissionais.
8. Referências
CAMBIER, Jean. Neurologia. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
MAGEE DJ. Cotovelo In: Magee, DJ, editor. Disfunção Musculoesquelética. 3ª. ed. São
Paulo: Manole; 2002.