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AULA 12 – DIREITO INTERNACIONAL

DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS (DIDH)


As bases do atual direito internacional dos direitos humanos foram lançadas na década
de 1940 pela Carta da ONU e pela Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH). Todavia,
o DIDH possui normas bem anteriores a esses dois documentos. Por exemplo, a proibição da
escravidão remonta ao século XIX; os tratados celebrados após a Primeiro Guerra Mundial
tiveram o cuidado de garantir direitos humanos a certas minorias; a criação da OIT no âmbito
do Tratado de Versalhes em 1919 consolidou normas de matéria trabalhistas no âmbito do
direito internacional.
O que não havia antes de 1945 era um conjunto amplo e sistemático de normas de
direitos humanos que protegesse todo e qualquer indivíduo pelo simples fato desse individuo
ser um ser humano.
O artigo 1º da Carta ONU menciona, entre os objetivos principais dessa organização
internacional, o objetivo de promover e de estimular o respeito aos direitos humanos e as
garantias fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião. Os dois
outros artigos fundamentais em matéria de direitos humanos na Carta da ONU são os artigos
55 e 56. (Esses dois artigos complementam o disposto no artigo 1º.)
O artigo 55 da Carta ONU, em particular na alínea c, estabelece que a ONU deve atuar
para promover e estimular o respeito dos direitos humanos e as garantias fundamentais para
todos.
O artigo 56 determina que os Estados-membros da ONU devem individual e
coletivamente atuar junto à ONU para a concretização dos princípios mencionados no artigo 55.
Embora a Carta ONU seja um tratado e crie obrigações para seus participantes, as
obrigações, todavia criadas por ela eram obrigações vagas e genéricas: não eram imediatas, não
foram identificadas quais normas de direitos humanos os Estados em particular deveriam
promover e respeitar nem foi estabelecido qualquer órgão especifico de monitoramento.
Nesse momento histórico, o artigo 2, parágrafo 7 da Carta da ONU possuía grande
alcance – princípio da não intervenção. Com base nele, nenhum órgão da ONU com exceção do
Conselho de Segurança podia intervir em temas da jurisdição doméstica de um Estado. E por
mais de 20 anos, os direitos humanos eram assim considerados. Havia um amplo campo
discricionário de atuação para os Estados.
Em 1946, surgiu a Comissão de Direitos Humanos da ONU. Essa comissão foi extinta na
década passada e em seu lugar foi criado pela Assembleia Geral, por meio da Resolução 60/251,
o atual Conselho de Direitos Humanos da ONU. Esse conselho criou o sistema da revisão
periódica universal – todos os Estados-membros são objeto de investigação. O conselho é
formado por 47 representantes dos Estados-membros.
Quando a Comissão de Direitos Humanos surgiu, ela tinha poderes para fazer estudos,
promover recomendações e propor projetos de tratado em matéria de direitos humanos. Foi
através da Resolução 1235/67 do ECOSOC que a comissão recebeu poderes para investigar
violações graves de direitos humanos. A comissão sempre foi um órgão fraco de monitoramento
à medida que ela só pode fazer sugestões e recomendações. Essa sistemática permanece com
o Conselho de Direitos Humanos. Uma das primeiras tarefas atribuídas a Comissão foi a de
produzir um documento que pudessem preencher as lacunas deixadas pela Carta da ONU.
A comissão, ao começar a preparar esse documento, se deparou com um impasse
político. Para superá-lo, a Comissão decidiu dividir seus trabalhos em duas etapas. Em um
primeiro momento, ela se preocupou em criar simplesmente um documento não vinculante que
pudesse mencionar os direitos humanos aos quais todos os povos deveriam almejar. Esse
esforço da Comissão teve sucesso e, com base nesse documento, a Assembleia Geral da ONU
em sua Resolução 217A-III de 10 de dezembro de 1948 adotou a Declaração Universal dos
Direitos do Homem.
Quando a DUDH de 1948, surgiu ela não era considerada de um documento jurídico
vinculante. Inicialmente, a DUDH somente possuía força moral e política. Todavia, com o passar
do tempo vários, senão a maioria dos princípios de direitos humanos contidos na DUDH,
passaram a ser considerados obrigatórios segundo o direito internacional. Isso aconteceu na
medida em que princípios passaram a ser parte integrante do costume internacional. Podemos
afirmar que a DUDH de 1948 é o documento que melhor complementa a Carta ONU.
Há ainda alguns princípios na DUDH de 1948 que não são considerados obrigatórios no
âmbito do direito internacional, por exemplo: o artigo 15 prevê o direito a nacionalidade1.
Em um segundo momento, após 1948, a Comissão se preocupou em produzir um
projeto de tratado que pudesse obrigar os Estados participantes no futuro. Houve um novo
impasse. A Comissão dividiu, então, seus trabalhos em dois projetos independentes de tratados
de direitos humanos: um sobre direitos civis e políticos e outro sobre direitos econômicos,
sociais e culturais. Essa divisão trouxe bons resultados e, com base nesses projetos, a Assembleia
Geral, em sua Resolução 2200A de 1966, adotou os dois pactos internacionais de direitos
humanos:
• Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (PIDCP);
• Paco Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais(PIDESC).

O Brasil só aderiu a esses pactos em 1992.


O PIDCP entrou em vigor em marco de 1976 e o PIDESC entrou em vigor em janeiro de
1976.
A Carta Internacional dos Direitos Humanos é formada pela DUDH de 1948, pelos dois
Pactos de 1966 e pelos protocolos adicionais a esses pactos.
Existem hoje diversos outros tratados de direitos humanos, mas eles são pontuais.
No PIDCP existem dois protocolos adicionais. O Brasil só passou a participar de ambos
em 2009. O Protocolo I permite que individuo vitimado por violação do PIDCP por Estado-parte
possa formular petição junto ao Comitê de Direitos Humanos. Esse comitê não tem vínculo com
os outros órgãos da ONU, ele foi criado pelo PIDCP e é formado por 18 membros independentes.
Ele também só pode emitir recomendações. A petição individual depende do esgotamento
prévio dos recursos internos, quando efetivos.
O Protocolo II é responsável por proibir a pena de morte, mas permite uma reserva:
pena de morte em caso de guerra declarada.
Ao PIDESC, há um único protocolo (2008) – ele permite que indivíduos2 vitimados
possam recorrer ao Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais quando o PIDESC é
violado. Esse comitê é composto por 18 membros independentes. Ele foi criado pelo ECOSOC
na década de 1980. O Brasil não participa desse protocolo.
As obrigações em matéria de direitos humanos no PIDCP e no PIDESC são distintas. No
âmbito no PIDCP, segundo seu artigo 2º, estamos diante de um tratado self-executed – são
normas autoaplicáveis. Os Estados participantes têm a obrigação imediata de garantir os direitos
humanos previstos no PIDCP a todos em seu território ou sob sua jurisdição. O PIDESC abrange
as normas non self-executing – normas não autoaplicáveis. Seu artigo 2º diz que os direitos
humanos previsto nesse documento somente são tidos como obrigatórios até o máximo dos
recursos disponíveis. Essa regra é mitigada pela exigência de garantia do mínimo existencial –
dignidade da pessoa humana.

1 O artigo 20 do Pacto de San José (1969) estabelece que se a pessoa é apátrida, o território onde a pessoa em
questão nasceu tem de dar a nacionalidade a ela.
2 Aqui também existe a regra do esgotamento prévio dos recursos internos quando efetivos.
Leituras Obrigatórias:
Celso – Parágrafos 311A ao 314 do Capítulo XXIX
Guido – Parágrafo 15.1 (recomendado)
Accioly – Parágrafos 4.1, 4.2, e 7.5 ao 7.8
Rezek – Parágrafos 132 a 137

Leituras Avançadas:
Amaral Júnior – Parágrafos 16.3 a 16.5
Mazzuoli – Seção IV do Capítulo I da Parte IV
Portela – Capítulo III da Parte III

Leitura complementar em língua estrangeira:


Kälin/Künzli – Chapters 2, 7 and 8

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