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CONSTITUIÇÕES LATINO-AMERICANAS.
No processo de evolução dos direitos, estuda-se suas gerações ou dimensões que servem de
base para a elaboração das diversas normas do plano internacional, observando-se que cada vez
mais os direitos se ampliam, chegando ao ponto de incluir seres não-humanos. Após a Declaração
Universal dos Direitos Humanos de 1948, surgem a Declaração Universal dos Direitos do Animais
em 1978, a Declaração Universal dos Direitos das Plantas em 1988 e mais recentemente, a
Declaração Universal dos Direitos da Mãe Terra de 2010. Seguindo essa esteira, o presente artigo
tratará do normativismo ecocêntrico com enfoque nas Constituições latino-americanas. Como se irá
deduzir, tais direitos se consolidam cada vez mais nessa região, onde se opera uma verdadeira
revolução do Direito, a partir da constitucionalização dos direitos da natureza. Para isso é fornecido
um paralelo entre a teoria antropocêntrica e a ecocêntrica, fazendo uma distinção entre conceitos e
traçando todo um histórico que permitiu a formação dessas teorias e suas concepções durante a
história. Destaca-se a mitigação do antropocentrismo face às necessidades cada vez maiores da
preservação do bens comuns. As constituições latino-americanas eram fortemente influenciadas
pelos costumes e valores europeus, assim, fez-se necessário uma mudança de paradigma, que, no
presente século, foi concretizada pelas constituições hodiernas, marcadas pela tentativa de
valorização social e cultural, em forma de reformulação de suas instituições e a tentativa de
integração com os outros países vizinhos. Tais constituições buscam superar a dualidade:
Desenvolvimento e proteção à natureza, buscando a plena justiça social associada ao
desenvolvimento sustentável. Conclui-se que, o ecocentrismo surge para limitar o
antropocentrismo, concebendo os outros seres e o próprio meio ambiente, como sujeitos de direitos.
Limita, portanto, as ações do homem na natureza, inclusive quando os seus interesses estiverem em
contramão aos “direitos” da natureza. Essa visão tem ganhado força nos países latinos americanos,
principalmente nos do Cone Sul, como é o caso da Bolívia, Equador e Venezuela. Não se adota-se
no Brasil a teoria ecocêntrica, mas a Constituição de 88 mitigou a teoria antropocêntrica, pois a
finalidade última da proteção à natureza disposta na Carta Magna de outubro não é a própria