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O Modelo de Ação a seguir é um modelo genérico para o tratamento das hepatites B ou C em pacientes
que possuem Planos de Saúde e tem indicação para serem tratados utilizando os medicamentos orais,
livres de interferon.
AVISO LEGAL: O Grupo Otimismo não assume qualquer responsabilidade em relação ao sucesso ou
problemas que possam vir a acontecer entre o autor da ação e o Plano de Saúde, sendo do autor da ação
O presente modelo de Ação contra os Planos de Saúde deve ser impetrado nos chamados JUIZADOS
ESPECIAIS (PEQUENAS CAUSAS). Esta ação é possível na Justiça de Pequenas Causas porque ela
não solicita o medicamento, ela simplesmente solicita que seja cumprida a clausula contratual conforme
o Código de Defesa do Consumidor, já que se trata de um contrato sendo o mesmo um instrumento valido
de direito. A Justiça de Pequenas Causas e extremamente rápida, sem possibilidades de protelações por
parte do Réu nem necessidade de qualquer tipo de perícia, como acontece na Justiça comum.
O médico que indica o tratamento (pode ser qualquer médico que trate das hepatites não sendo
necessário que o mesmo seja credenciado pelo Plano de Saúde) deve especificar na sua receita os
ser relatadas informando se o mesmo sofre de ansiedade, depressão, pressão alta, diabetes, cirroses,
alterações nos resultados de sangue ou, qualquer outra condição ou comorbidades, embasando ainda
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De posse da receita procure a operadora do Plano de Saúde e solicite o tratamento POR ESCRITO
protocolando o pedido na recepção. Guarde este protocolo, pois ele servirá como comprovante de seu
pedido. Não faça a solicitação de forma verbal! A Operadora do Plano têm pela Lei até 3 (TRÊS) dias
O Advogado que utilizar o presente modelo deverá adaptar os termos a situação particular do paciente.
Para facilitar o trabalho do advogado copie (baixe) no seu computador o modelo desta ação, o qual
para facilitar se encontra no formato WORD e depois faça uma copia num disquete ou open-drive e
entregue a seu advogado. Atenção para as partes marcadas em vermelho as quais devem ser alteradas
Solicitamos aos advogados representar o paciente de forma gratuita, combinando antecipadamente (caso
a ação seja ganha) uma participação sobre o valor da indenização por dano moral a ser paga pelo
Plano de Saúde. Trabalhar desta forma será importante para se mostrar solidário com uma pessoa
fragilizada não somente na sua saúde como também pela negativa dos Planos de Saúde.
Ações nos Juizados Especiais podem ser abertas sem necessidade de advogado, porém esta não é uma
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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO _____DO JUIZADO ESPECIAL
CÍVEL DO FÓRUM _______________________DA COMARCA DE
XXXXXXXXXXXXXXXX
___________________________________, __________________,
______________, portador da carteira de identidade nº ______________,
expedida pelo _________, inscrito no CPF/MF sob o nº ______________,
residente e domiciliado na ________________________, por seu advogado
infra assinado (procuração anexa), com escritório na Rua
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, vem, perante V. Exa., ajuizar a presente
DA MATÉRIA DE FATO
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associado ou não a RIBAVIRINA e ao SIMEPREVIR ou DACLATASVIR se
for o caso desse tratamento, caso contrario retirar), como forma
unicamente viável, face às conquistas atuais da medicina acerca de severa
enfermidade que o acomete; de se evitar o agravamento da doença ou sua
morte.
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Além da expressa cobertura no contrato firmado entre as partes,
há que se mencionar a existência de previsão legal – Lei nº 96556/98- acerca
do tratamento pretendido. Esta lei, que dispõe sobre os planos de saúde e
seguros privados de assistência à saúde, em seu artigo 10, institui plano-
referência de saúde determinando cobertura mínima de todos os planos
contratados, in verbis:
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O tratamento é composto de duas (OU TRÊS, o que for o caso)
drogas que não podem ser ministradas separadamente, sob pena do
comprometimento do tratamento e a cura do paciente.
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pena de revelia. INT. - ADV: MARCIO DA CUNHA
LEOCADIO (OAB 270892/SP)
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4- 2009299-45.2015.8.26.0000 Agravo de Instrumento /
Planos de Saúde
Relator(a): Moreira Viegas
Comarca: São Paulo
Órgão julgador: 5ª Câmara de Direito Privado
Data do julgamento: 25/02/2015
Data de registro: 27/02/2015
Ementa: Agravo de Instrumento Plano de saúde Tutela antecipada
- Negativa de cobertura de medicamento denominado HARVONI
(Sofosbuvir / ledipasvir) a pretexto de ser droga importada e sem
registro na Anvisa - Paciente portador de HEPATITE C Requisitos
do art. 273 do CPC verificados - Exclusão de cobertura -
Abusividade reconhecida Inexistência de aprovação junto a
ANVISA - Irrelevância - Não cabe à ré nem ao paciente a escolha
do medicamento Decisão mantida Recurso não provido.
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motivou o ajuizamento da ação. Há suficiente prova nos autos de
que o autor, diagnosticado com “Hepatite Viral Crônica C, G-1b,
carga viral e enzimas hepáticas elevadas”, bem como de “câncer
hepatocelular”, teve indicada como conduta de tratamento o uso
de medicamentos cuja venda não é autorizada no Brasil: Sovaldi
(Sofosbuvir), associado a ribavirina, mais Olysio (simeprevir) pelo
período de 90 dias (fl. 21/23). O tratamento, de acordo com
relatório médico, mostra-se como sua última chance de vida, pois
os outros protocolos de tratamento existentes foram falhos, com
provável avanço da doença e possível evolução do câncer
hepatocelular, descompensação de sua cirrose, além da
necessidade de transplante hepático. Há, ainda, prova de filiação
ao plano de saúde comercializado pela Ré, documentos estes
suficientes para cognição sumária (fls. 18/20). Embora não haja
prova da negativa formal da Ré, não se pode, considerando a
gravidade da situação, desconsiderar o pedido judicial como
comprovação da negativa. No mais, se não há recusa, base à ré
acolher o pedido inicial, demonstrando o injustificado uso do
direito de ação. Eventual falta de autorização administrativa pela
ANVISA, considerando a ponderação de valores dos bens
jurídicos tutelados, não pode impedir que o autor tenha acesso ao
único meio, ainda que aparente, de cura e sobrevivência. A
ciência da cura, neste ponto, não segue a velocidade lenta das
aprovações administrativas. Neste sentido: “AGRAVO DE
INSTRUMENTO PLANO DE SAÚDE Ação de obrigação de fazer,
decorrente de recusa de fornecimento de medicamento
indispensável para o tratamento de moléstia da autora Decisão
que indeferiu a antecipação de tutela Irresignação da requerente
Cabimento Efeito ativo concedido Prova inequívoca que convence
da verossimilhança das alegações da autora que decorre da
comprovação de ser beneficiária dos serviços de saúde prestados
pela ré e da recomendação expressa, pelo médico responsável
por seu tratamento, da necessidade de utilização do medicamento
“SOVALDI” Receio de dano irreparável ou de difícil reparação à
beneficiária Hipótese que não acarreta probabilidade de risco à
situação econômica da ré Decisão em consonância com a Súmula
95 desta E. Corte Imposição de multa cominatória para o caso de
descumprimento Recurso provido. Por tais fundamentos, DEFIRO
a antecipação da tutela pretendida para determinar que a Ré
UNIMED SÃO CARLOS COOPERATIVA DE TRABALHO
MÉDICO forneça o tratamento com os medicamentos
SOFOSBUVIR 400mg/dia, associado a RIBAVIRINA 1g/dia e
OLYSIO 150mg pelo período de 90 dias, no prazo de 10 dias
úteis, contados da intimação/notificação da presente decisão -
sem prejuízo de novo pedido mediante comprovação da
necessidade por período e/ ou quantidade superiores -, autorizada
a entrega de ofício diretamente pelo procurador da parte, visando
agilizar o cumprimento da liminar. Para o caso de
descumprimento da liminar, imponho multa processual diária de
R$ 1.000,00, limitada a R$ 50.000,00. Servirá esta decisão como
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ofício para o imediato cumprimento junto à ré e ao SERASA,
SCPC ou outra instituição que mantém cadastro de inadimplentes.
Deverá o advogado da parte autora, sem a necessidade de
comparecer ao cartório judicial, sem filas e sem perda de tempo,
no site do Tribunal de Justiça (Consulta/Processo/1ª
instancia/Capital/Processos Cíveis/Nome da parte ou numero dos
autos/pesquisar/visualizar o ofício), ou, caso não possua senha,
habilitar-se no portal, (na tarja 1, destinado aos advogados, no
item “habilite-se - Serviços Eletronicos) e obter cópia do
ofício/despacho/documento desejado, com a assinatura digital do
MM. Juiz e, diretamente, encaminhá-lo à parte requerida. Deverá
a parte autora comprovar seu encaminhamento no prazo de 5
(cinco) dias, sob pena de revogação da medida. 2. Após o
recolhimento das custas de citação, CITE-SE a (o) ré(u) para os
termos da ação em epígrafe, cuja cópia da inicial segue em
anexo, ficando advertida (o) do prazo de 15 (quinze) dias para
apresentar a defesa, sob pena de serem presumidos como
verdadeiros os fatos articulados na inicial, nos termos do artigo
285 do Código de Processo Civil
Servirá a presente, por cópia digitada, como carta de citação,
ficando, ainda, ciente de que o recibo que a acompanha valerá
como comprovante de que esta citação se efetivou. Cumpra-se na
forma e sob as penas da Lei. Intime-se. - ADV: TANIA
BRUNHERA KOWALSKI (OAB 146243/SP)
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motivo para a recusa da requerida, segundo entendimento
jurisprudencial objeto da Súmula 95 do Tribunal de Justiça de São
Paulo: “Havendo expressa indicação médica, não prevalece a
negativa de cobertura do custeio ou fornecimento de
medicamentos associados a tratamento quimioterápico.” Oportuno
considerar que a recusa de cobertura é hábil a gerar
desvantagem exagerada à autora, de forma que, dado o risco de
dano irreparável, está obrigada a arcar com os custos
correspondentes, até porque a opção pelo medicamento, via de
administração, com ou sem internação é de competência
exclusiva do profissional médico. Acresço que o contrato
contempla cobertura da doença que acometeu a autora hepatite
viral C - e não cabe à requerida escolher, entre os vários
existentes, o tratamento adequado, até porque não é dela a
responsabilidade direta pelos resultados da opção terapêutica.
Ademais, a cobertura há de abranger todos os medicamentos
postos à disposição no mercado, de forma a dar ao contrato
interpretação voltada à sua função, que deve, necessariamente,
incorporar a evolução médica. Não afasta a obrigação de dar
cobertura ao tratamento o fato de se tratar de medicamento
importado. Com efeito, “os artigos estabelecem a necessidade da
adequação dos produtos e serviços à expectativa legítima do
consumidor. É evidente que, ao contratar um plano de assistência
privada à saúde, o consumidor tem a legítima expectativa de que,
caso fique doente, a empresa contratada arque com os custos
necessários ao restabelecimento de sua saúde. As cláusulas
restritivas atentam contra a expectativa legítima do consumidor de
integral assistência para o restabelecimento da saúde (Roberto
Augusto Castellanos Pfeiffer, in Saúde e responsabilidade 2 A
nova assistência privada à saúde, São Paulo, RT, 2008, p. 37). É
pacífico o entendimento da Corte paulista: “Plano de saúde. Ação
para compelir operadora de saúde a fornecer medicamento
indispensável à manutenção da visão da paciente. Medicação
especial que, porém, não se enquadra como “tratamento
experimental”, somente aplicável a medicamentos e
procedimentos sem comprovação científica. Medicamento idôneo,
autorizado pela ANVISA e comercializado normalmente no
mercado nacional. Irrelevância de se tratar de medicamento
importado. Abusividade de cláusulas contratuais de exclusão de
cobertura, quando redigidas de forma genérica e sem destaque,
em manifesta desvantagem ao consumidor. Negativa de cobertura
que representa quebra do equilíbrio contratual. Ação procedente.
Recurso improvido.” (TJSP, Apelação nº 0020603-
52.2010.8.26.0032, 4ª Câmara de Direito Privado, Rel. Francisco
Loureiro, j. 26/05/2011), sem destaque no original. 4.
Fundamentos expostos, DEFIRO A TUTELA ANTECIPADA e
determino à requerida que preste cobertura integral ao tratamento
contra hepatite viral C, mediante a utilização dos medicamentos
SOFOSBUVIR e SIMEPREVIR e qualquer outro prescrito pelo
médico responsável, quer seja nacional, quer seja importado,
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registrado ou não na ANVISA, segundo dosagem e periodicidade
prescritas pelo médico, por via oral, venosa, subcutânea ou
arterial, em ambiente domiciliar ou hospitalar, ambulatorial ou
mediante internação. Descumprimento desta ordem dará ensejo à
incidência de multa de R$ 15.000,00 por evento, até o limite de
R$ 300.000,00, que reverterá em benefício da autora, a título de
indenização, sem prejuízo da adoção, pelo juízo, de providências
práticas voltadas à cobertura, inclusive bloqueio de ativos
financeiros. Cópia desta decisão serve de ofício e de mandado de
intimação da ré para imediato cumprimento da ordem e de citação
da ré para resposta em quinze dias, com as advertências legais.
Cumpra-se com urgência, em regime de plantão. Oportunamente,
comprove a autora o recolhimento das despesas de diligência e
de impressão da petição inicial para servir de contrafé. - ADV:
MARCIO DA CUNHA LEOCÁDIO (OAB 270892/SP)
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tratamento prescrito é a única chance que possui de sobrevida, já que sem o
mesmo ser realizado a evolução da doença é a morte.
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tratamento a evitar graves comprometimentos e até a morte, já está há muito
padecendo com sua grave moléstia, ainda tem que suportar negativa de
autorização para o seu tratamento, única esperança que lhe resta. Sem
dúvidas existe a obrigação da reparação de danos morais, pois quem passa
pela situação de ser portador de uma doença gravíssima, de evolução rápida,
ainda ter que suportar a recusa da parte ré em suportar o custeio e, em
consequência, uma demanda judicial, sabe como lhe é custoso.
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e de tranquilidade para realização de cirurgia e
posterior recuperação. A conduta do agravante
obrigou a recorrida a procurar outra seguradora, o
que atrasou seu tratamento em aproximadamente 06
(seis) meses. Somente o fato de recusar
indevidamente a cobertura pleiteada, em momento
tão difícil para a segurada, já justifica o valor
arbitrado, presentes a aflição e o sofrimento
psicológico. (AgRg no AG nº 520.390/RJ, 3ª Turma,
Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, DJe de
05.04.2004)
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No âmbito do Tribunal do Estado do Rio de Janeiro, a presente
celeuma encontra-se pacificada, sendo matéria de Enunciado, que passou
constituir jurisprudência predominante do E. Tribunal de Justiça, inclusive para
fins do artigo 557, CPC:
DA TUTELA ANTECIPADA
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O requisito específico – juízo de possibilidade quanto à existência
de dano jurídico de difícil ou impossível reparação, também se encontra
identificado, e tem lugar no estado de saúde do autor e na necessidade vital da
realização do tratamento indicado para o seu caso – “hepatite crônica pelo
vírus C da hepatite, com infecção viral (RNA positivo) e atividade
inflamatória com dano histológico confirmado por exame específico”, cujo
tratamento, se não for seguido rigorosamente, trará grandes
comprometimentos a sua saúde, pois já é portador de fibrose no fígado
(patologia que provoca o endurecimento daquele órgão, sem possibilidade de
recuperação) com paralisação de suas funções, que podem lhe ser fatais;
tratamento esse que, seu alto custo financeiro, lhe é inacessível, sendo o seu
patrocínio de total responsabilidade da ré.
. SOFOSBUVIR;
. RIBAVIRINA (se for o caso)
. SIMEPREVIR ou DACLATASVIR (se for o caso)
. MEDICAMENTOS NECESSÁRIOS AOS EFEITOS COLATERAIS OU
ADVERSOS DO TRATAMENTO
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Protesta-se por todos os meios de provas em direito admitidos,
especialmente, documental indispensável para a comprovação dos fatos
alegados, dando-se à causa o valor de R$ 27.120,00 (vinte e sete mil cento e
vinte reais).
N.Termos.
P. Deferimento.
Nome do Advogado
OAB/XX nº XXXXXXXXXXX
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