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A educação no País

Levantamentos da FIESP e do IBGE dão a medida das


dificuldades que o País vem enfrentando na formação de
capital humano, condição indispensável para a passagem a
níveis mais sofisticados de produção

O Estado de S.Paulo
20 Maio 2018 | 05h00

Na mesma semana em que a Federação das Indústrias do Estado de


São Paulo (Fiesp) divulgou uma pesquisa sobre o conceito de Indústria
4.0 e os problemas que precisam ser enfrentados para sua adoção,
dentre os quais a necessidade de mão de obra altamente qualificada, o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados
da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua de
2017 que mostram que o cenário da educação brasileira, apesar de
alguns avanços pontuais, continua trágico.

Os dois levantamentos dão a medida das dificuldades que o País vem


enfrentando na formação de capital humano, condição indispensável
para a passagem a níveis mais sofisticados de produção. O conceito de
Indústria 4.0 engloba as principais inovações tecnológicas dos campos
de automação, controle e tecnologia da informação, aplicadas aos
processos de manufatura. Os números da Pnad ajudam a compreender
os problemas que as entidades empresariais têm pela frente. Além da
falta de mão de obra qualificada para trabalhar com as novas
tecnologias, pelo levantamento do IBGE o Brasil não teria nem mesmo
mão de obra qualificável, ou seja, com um mínimo de instrução para
poder ser treinada e qualificada.
Segundo a Pnad, a proporção de brasileiros com menos de 1 ano de
estudo caiu de 7,8% para 7,2% da população com mais de 25 anos,
entre 2016 e 2017. Mas, dos 48,5 milhões de pessoas que tinham entre
15 e 29 anos de idade em 2017, 11,2 milhões – o equivalente a 23% do
total – não trabalhavam, não estudavam e não se qualificavam. Em
2016, o índice foi de 21,9%. Em números absolutos, o crescimento
desse contingente foi de 619 mil pessoas.

Pela meta 9 do Plano Nacional de Educação (PNE), que foi aprovado


em 2014, o País deveria ter em 2015 até 6,5% da população com 15
anos ou mais sem saber ler ou escrever um bilhete simples. Os dados
da Pnad mostraram que o índice foi de 7,7% naquele ano, tendo
baixado para 7% em 2017, não atingindo, portanto, a meta. Em
números absolutos, são 11,5 milhões de pessoas com mais de 15 anos
que não sabem ler e escrever. A meta que previa que 85% dos
estudantes do ensino médio estivessem na idade esperada nas três
séries desse ciclo educacional também não foi atingida. Segundo o
IBGE, em 2017 apenas 68% dos alunos desse ciclo de ensino estavam
na etapa esperada.

Os dados da Pnad revelam ainda que o número de pessoas com mais de


15 anos matriculadas no sistema de Educação de Jovens e Adultos
(EJA) cresceu 3,4% entre 2016 e 2017. Contudo, nos cursos de
alfabetização voltados especificamente para adultos, o número de
matrículas, que foi de 153 mil em 2016, caiu para 118 mil no ano
passado. Em 2017, além disso, 7,2% da população com idade acima de
25 anos não tinha instrução e 33,8% tinham o ensino fundamental
incompleto. Na prática, isso significa que 41% da população adulta é
analfabeta funcional. São pessoas que sabem escrever o nome, mas não
conseguem ler e compreender manuais de instrução para a operação de
máquinas e equipamentos.

Os números da Pnad demonstram, mais uma vez, que a qualidade do


sistema de ensino do País continua insatisfatória, a maior parte dos
estudantes permanece defasada, o tempo médio de estudo é menor que
nas economias com maior presença no comércio internacional e as
taxas de evasão permanecem altas. Esse cenário sombrio decorre,
basicamente, do modo inepto como o sistema educacional foi gerido
pelos quatro governos petistas. Em vez de concentrarem a atenção em
objetivos básicos, como o ensino de Português, Matemática e Ciências,
eles adotaram políticas marcadas por prioridades erradas e orientadas
por modismos pedagógicos e pelo discurso da democratização do
ensino, descuidando da formação básica das novas gerações e do
fortalecimento do ensino médio, o que resultou nas dificuldades que o
País enfrenta para adotar novas tecnologias e modernizar a economia.

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