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RELATÓRIO DE ESTÁGIO
CURRICULAR I
WETZEL S.A.
DIVISÃO ELETROTÉCNICA
JOINVILLE, 2011
ii
_____________________________
Keila Piacentini
Joinville, 2011
iii
AGRADECIMENTOS
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 2
2.1 ALUMÍNIO ...................................................................................................... 2
2.1.1 APLICAÇÕES .......................................................................................... 2
2.2 LIGAS DE ALUMÍNIO .................................................................................... 3
2.3 ELEMENTOS DE LIGA .................................................................................. 4
2.4 LIGAS DE ALUMÍNIO PARA FUNDIÇÃO ...................................................... 6
2.5 LIGA ALUMÍNIO SILÍCIO ............................................................................... 7
2.6 MÉTODOS DE FUNDIÇÃO ........................................................................... 9
2.6.1 FUNDIÇÃO POR BAIXA PRESSÃO ....................................................... 9
2.6.2 FUNDIÇÃO SOB GRAVIDADE ............................................................. 11
2.6.3 FUNDIÇÃO SOB PRESSÃO ................................................................. 12
2.6.4 TIXOFUNDIÇÃO.................................................................................... 14
2.7 TRATAMENTOS DA LIGA ........................................................................... 14
2.7.1 MODIFICAÇÃO ..................................................................................... 15
2.7.2 GASEIFICAÇÃO .................................................................................... 15
2.7.3 ESCORIFICAÇÃO ................................................................................. 16
2.8 DEFEITOS DE FUNDIÇÃO .......................................................................... 16
2.8.1 POROSIDADE GASOSA ....................................................................... 17
2.8.2 SOLDA FRIA ......................................................................................... 18
2.8.3 RECHUPE ............................................................................................. 19
2.8.4 TRINCAS À QUENTE ............................................................................ 20
3 CONTROLE DA LIGA 50 ................................................................................... 20
3.1 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ...................................................................... 20
3.2 ADIÇÃO DE SILÍCIO .................................................................................... 23
3.3 ADIÇÃO DE MODIFICADOR ....................................................................... 26
3.4 SOLUÇÕES ................................................................................................. 27
3.5 CONCLUSÕES ............................................................................................ 28
4 VERIFICAÇÃO DE REFUGO ............................................................................. 29
4.1 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ...................................................................... 29
4.2 APONTAMENTO DE REFUGO ................................................................... 29
4.3 ESTUDO DE REDUÇÃO DO REFUGO ....................................................... 30
4.4 SOLUÇÕES ................................................................................................. 31
4.5 CONCLUSÕES ............................................................................................ 31
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1. INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 ALUMÍNIO
2.1.1 APLICAÇÕES
liga. São eles: pureza, elemento de liga principal e forma como é oferecida (lingote,
líquido, tarugo etc.). (1)
Cobre: Junto com o silício, é um dos elementos cruciais nas ligas de alumínio.
Facilmente solubilizado no metal líquido, facilita a usinagem das peças, confere
elevada resistência mecânica e reduz significativamente a microporosidade. (8) Por
outro lado, a presença de cobre diminui a resistência a quente e a resistência a
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IS = Fe + 2*Mn + 3*Cr
Onde:
IS é o índice de segregação;
Fe, Mn e Cr são os teores de ferro, manganês e cromo respectivamente, todos
em porcentagem.
– Ligas alumínio-magnésio
São indicadas para peças que posteriormente passarão por tratamento
térmico pois adquirem excelentes propriedades. Estas ligas possuem ductilidade,
resistência mecânica e à corrosão elevadas e são de fácil usinagem, porém são as
ligas que mais apresentam problemas na fundição. São utilizadas principalmente em
locais agressivos, como em contato com água salina. (1)
– Ligas alumínio-cobre
Por normalmente conterem magnésio como elemento secundário, são ligas
tratáveis e de boa usinabilidade. A resistência à oxidação é baixa, o que torna peças
produzidas com estas ligas sujeitas a corrosão externa e intergranular. Tem como
uma das principais aplicações a produção de componentes, principalmente
estruturais, de automóveis. (2)
– Ligas alumínio-silício
Costumam ser ligas não tratáveis termicamente, porém são as mais utilizadas
nos processos de fundição. Isto se deve ao fato de que o silício abaixa o ponto de
fusão do alumínio sem fragilizá-lo e confere excelente fluidez ao material quando
próxima da composição eutética. Porém a usinabilidade é prejudicada, e quando
7
Atualmente estas ligas representam cerca de 95% das peças produzidas por
fundição (4) devido a combinação de propriedades que podem ser atingidas. Entre
elas, as mais importantes: fluidez e baixo coeficiente de expansão que minimiza o
aparecimento de trincas durante a solidificação da peça. Em se tratando de
microestrutura, esta é formada de uma fase primária podendo ser de alumínio ou
silício puro e, uma fase composta por estes elementos em conjunto.
Quando adicionada a quantidade do eutético de silício ao alumínio, a
microestrutura deixa de possuir duas fases, passando a ser composta totalmente
pela fase eutética. Ligas com teor de silício entre 11% e 13% são consideradas
eutéticas, porém a concentração exata em que todo o alumínio fica combinado com
silício é de 12,7%. Sendo assim, as ligas com porcentagem menor são chamadas
hipoeutéticas e as com porcentagem maior hipereutéticas.
- Hipoeutéticas
São as ligas mais utilizadas na fundição sob pressão. A solidificação destas
ligas acontece em um intervalo bastante extenso, 590 - 520 ºC e ocorre de forma
pastosa, devido à formação de dendritas de alumínio puro ao invés de agulhas de
alumínio-silício. (3)
O grande intervalo de solidificação permite que a liga se „acomode‟ melhor
enquanto volta a forma sólida, garantindo uma melhor compactação da peça. A
solidificação pastosa é altamente benéfica para o processo de fundição sob pressão,
uma vez que a pressão exercida sobre o metal líquido é transmitida mais
uniformemente e por mais tempo do que se o processo ocorresse por casca. Isto
8
Boa fluidez;
Baixa tendência a formação de trincas a quente;
Extenso intervalo de solidificação.
- Eutéticas
Como já citado, são as ligas com composição entre 11% e 13% de silício em
peso. Possuem um intervalo de solidificação bem mais estreito, de 585 – 575 ºC e
esta ocorre sem passar por um estágio pastoso, sendo uma transformação
diratamente de líquido para sólido, ou também chamada de solidificação por casca.
(3)
Os teores mais elevados de silício aumentam ainda mais a fluidez do metal
líquido, porém estas ligas são mais utilizadas em fundição sob gravidade. A
solidificação por casca prejudica a transmissão de pressão pelo material na injeção
da fundição sob pressão, aumentando a probabilidade de ocorrência de rechupes.
Como estes defeitos são mais acentuados em regiões com grande concentração de
material, esta composição de liga é indicada para peças que não possuam muitas
variações de espessura ou massas isoladas e que não dependam de sanidade
interna. As principais características das ligas eutéticas são:
Excelente fluidez;
Resistência à formação de trincas a quente;
Intervalo de solidificação estreito;
Minimiza os defeitos superficiais, levando-os para o interior da peça.
- Hipereutéticas
São ligas utilizadas quase que somente na fundição sob gravidade. Ao invés
de alumínio primário, estas ligas apresentam silício primário em sua microestrutura,
na forma de plaquetas. Esta fase de silício possui elevada dureza e confere às
peças uma alta resistência ao desgaste, porém piora drasticamente a usinabilidade
destas, diminuindo a vida útil das ferramentas de usinagem. (6)
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Figura 1: Metalografia de uma liga Hipoeutética (dir.) e de uma liga Hipereutética (esq.)
Aumento de 100x.
para reduzir a aderência do material à cavidade uma vez que quando com teores
menores do que 1,3% de Fe, a liga reage com o ferro do molde. (3)
As vantagens deste modo de fundição:
Transferência controlada do material, reduzindo agitação do mesmo;
Redução de retrabalho e processos de acabamento;
Bom rendimento de produção;
Bom rendimento metalúrgico.
E como desvantagens podemos citar:
Custo elevado do ferramental;
Limitado a espessuras de parede maiores;
Acabamento superficial inferior quando comparado com a fundição sob pressão.
Figura 4: Esquema de uma injetora de câmara fria (esq.) e outra de câmara quente (dir.)(3)
Apesar de ser o mais utilizado, o processo de fundição sob pressão não é
ideal para produção de todos os tipos de peça, apesar de, no geral, ser muito viável.
Vantagens:
Pode produzir peças com paredes de até 1 mm;
Alta velocidade de produção devido ao resfriamento rápido do metal;
Ótimo acabamento superficial;
Boa precisão dimensional.
Porém, velocidades de preenchimento de até 60 m/s acarretam alguns pontos
negativos:
Desgaste acelerado do molde;
Tendência a aderência das peças ao molde, obrigando o uso de teores elevados
de ferro;
Preenchimento turbulento, permitindo formação de filmes de óxido e porosidades
na peça.
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2.6.4 TIXOFUNDIÇÃO
2.7.1 MODIFICAÇÃO
2.7.2 GASEIFICAÇÃO
2.7.3 ESCORIFICAÇÃO
usinagem. Os defeitos de fundição, na maioria das vezes visíveis a olho nú, podem
gerar desde problemas que afetam apenas aspectos estéticos até defeitos que
obrigam a peça a ser descartada.
Vários gases podem causar defeitos por poros, porém o mais importante é o
hidrogênio, devido à grande presença deste no ambiente da fundição. O H2 pode
entrar no alumínio através de
Superaquecimento do banho
Umidade do ar
Lingotes ou retornos úmidos
Insumos com umidade
Machos, ferramentas e qualquer equipamento que entre em contato com o
material sem ser previamente aquecido e seco.
2.8.3 RECHUPE
último, sendo assim, enquanto o alumínio contrai no interior da peça, metal líquido
da região do massalote completa a falha criada.
Como o nome indica, são trincas que surgem enquanto a peça se encontra
quente, durante a solidificação ou momentos após esta. Durante o resfriamento da
peça, o material, antes dilatado, começa a retrair-se. O molde da peça por sua vez
mantém suas dimensões. Sendo assim, formam-se tensões no metal vazado que
podem vir a gerar trincas. Esse problema é influenciado por (8):
Composição química da liga, sendo que quanto mais pura, maior a probabilidade
do surgimento de trincas. Pode ser minimizado alterando-se a composição da liga
utilizada e pela adição de elementos modificadores, alterando a microestrutura da
liga.
3 CONTROLE DA LIGA 50
como já na forma líquida. A composição química destas duas ligas citadas pode ser
conferida na tabela abaixo.
Resto
13,5 4 1,2 0,55 0,6 1,1 0,6 0,35 0,25 3 0,2
9,5 - - 0,3 - - - - - - 0,08
EM AC-Al Si10Mg Liga 54
10,5 0,03 0,4 0,4 0,45 0,15 0,05 0,05 0,05 0,1 0,12
diversas vezes foram analisadas ligas com teores acima de 13% de silício, algumas
vezes chegando a concentração de 13,85%, caracterizando uma liga hipereutética
com fases de silício primário, prejudicial para as ferramentas de usinagem.
Para evitar casos como os citados, recomenda-se a realização de uma
análise composicional do material do forno, seguida de correções quando
necessárias, logo no começo da produção ou possivelmente antes mesmo desta
começar. Em alguns períodos de produção, no setor de fundição por gravidade, são
vazadas peças com duas ligas diferentes. Na troca de turnos, os novos funcionários,
na maioria das vezes, continuam utilizando aquele mesmo material. A prática da
análise de liga elimina qualquer possível falha de comunicação que possa vir a
acontecer, evitando que aconteçam casos pontuais, como o observado em um dia
de acompanhamento, em que, uma peça que era para ser produzida com liga 50, foi
vazada com 54.
Figura 7: Microestrutura 1 hora (esq.) e 2 horas (dir.) após adição do silício. Aumento de 200x
0,12
0,06
0,04
0,02
0
0 50 100 150 200 250
Tem po Decorrido (m in.)
Gráfico 1: Tamanho das plaquetas de silício Vs. Tempo decorrido desde sua adição
Não existe nenhum tipo de controle relacionado ao que foi estudado, sendo
que o material preparado é utilizado para abastecer os fornos de espera sempre que
estes se encontram com um nível baixo de metal fundido, não importando se a liga
foi recém preparada. Houve ocasiões em que uma liga estava sendo utilizada na
produção apenas uma hora e meia após sua preparação. A figura 8 mostra a
microestrutura de uma amostra de material retirado de um forno de espera que
estava sendo utilizado na produção, apresentando um número bastante elevado de
plaquetas de silício primário.
Figura 8: Microestrura de uma amostra de material retirado durante a produção. Aumento 100x.
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3.4 SOLUÇÕES
Visto que não existe apenas um ponto a ser corrigido tratando-se do controle
da liga, seria necessário um conjunto de ações a fim de melhorar ou solucionar este
caso. Seria necessário o desenvolvimento de uma rotina de verificação de amostras
do material, mantendo um controle do material que está sendo manuseado desde o
momento em que este chega a fábrica, enviado pelo fornecedor, até o momento em
que é usado na produção de peças.
Uma rotina de verificação eficiente seria:
1. Análise de composição do alumínio líquido e dos lingotes fornecidos assim
que estes chegam a fábrica.
2. Preparação da liga a ser distribuída aos fornos de espera de acordo com a
composição e quantidade de cada matéria prima adicionada e outra
análise composicional assim que o preparo for finalizado.
3. Devido a presença de elementos mais densos que tendem a se depositar
no fundo do forno, seria ideal que fosse feita outra análise química do
material toda vez que a liga fosse retirada do forno intermediário para
reabastecimento dos fornos de espera.
4. Após o abastecimento total do forno de espera, deve-se então adicionar o
modificador de acordo com a capacidade total do forno, sendo
interessante o uso de uma caneca de medida graduada.
5. Também é possível que se façam análises químicas do material sempre
que surja alguma dúvida quanto a composição da liga, pois o processo de
verificação é rápido e de baixo custo.
3.5 CONCLUSÕES
4 VERIFICAÇÃO DE REFUGO
4.4 SOLUÇÕES
4.5 CONCLUSÕES
É visto que toda causa de refugo pode ser amenizada, cada uma com um
conjunto de ações adequadas, seja alterando-se a liga utilizada, adaptando-se o
ferramental ou variando-se parâmetros da fundição. Porém, para que isso possa ser
realizado, é necessário que se conheçam as verdadeiras causas dos problemas,
uma vez que, cada defeito exige uma ação corretiva em particular.
Sendo assim, para que uma rotina de redução de refugo possa ser
implantada na Divisão Eletrotécnica, deve-se primeiro conseguir que o
preenchimento da folha de produção seja feito de forma correta, assim, conhecendo-
se as causas reais, as verdadeiras inconformidades podem ser corrigidas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 BIBLIOGRAFIA
(6) ROAY, L. E. Aluminum and Aluminum Alloys. Metals Handbook (9th ed., Vol. II).
7 ANEXOS
Anos 30 - Em 1932 foi fundada a Schmidt Wetzel & Cia a partir da sociedade entre
Wigando Schmidt e os irmãos Arnoldo e Erwino Wetzel.
Pioneira no processo de fundição sob pressão na América Latina, já em seu
início destaca-se na fabricação de torneiras e registros.
Anos 60 - Para ampliar sua atuação, já nos anos 60, inclui em sua produção
eletroferragens em alumínio fundido para linhas de transmissão e distribuição de
energia elétrica.
Em 1966, para se adequar a gama de produtos oferecidos e sua crescente
competência, torna-se sociedade anônima, mudando para Metalúrgica Wetzel S.A.
Em pleno crescimento com Joinville, dá-se mais um passo para ampliação da
linha de produção, atendendo à crescente demanda de eletroferragens, agora em
componentes de ferro fundido zincado.
Hoje - A Wetzel representa hoje uma nova e moderna fase. Organizando-se em três
unidades de negócio, a empresa está pronta para enfrentar novos desafios e levar o
nome de Joinville e do Brasil para o mundo.
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CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
SEMANAS
Setembro Outubro Novembro Dezembro
ATIVIDADES
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15