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10/02/2016 História Militar ­ Carlos Daroz: ORGANIZAÇÃO DO EXÉRCITO PORTUGUÊS A TRÊS LINHAS

segunda­feira, 14 de setembro de 2009
ORGANIZAÇÃO DO EXÉRCITO PORTUGUÊS A TRÊS LINHAS
Com  a  Restauração  em  Portugal,  João  IV,  necessitando  de  se  defender  dos  espanhóis,  dá  mais  um
passo,  criando  aquilo  que  poderá  já  ser  considerado  como  um  primeiro  exército  permanente,
organizando o exército a em Distritos de Recrutamento e em Unidades Territoriais, uma vez que a sua
responsabilidade era a de assegurar o recrutamento, instrução e disciplina das tropas.

Ao  mesmo  tempo  em  que  constituía  as  tropas  em  três  escalões:  o  Exército  de  Linha,  as  Tropas
Auxiliares e as Tropas Territoriais.

A esta nova organização militar corresponderia:

­ Exército de linha: constituído pelos «soldados pagos», ou seja, uma força profissional paga, que era
levantada entre as ordenanças, proporcionalmente ao número de homens alistados, devendo ter cerca
de  20.000  infantes  e  4.000  cavaleiros,  organizados  em  terços,  sustentados  pelos  impostos  que  as
Cortes permitiriam;

­Tropas auxiliares (Milicias): constituídas pelos «soldados auxiliares», que eram os que tinham ficado
excluídos das levas; composta pelas milícias e tropas auxiliares, também organizados em terços, mas
de  recrutamento  e  comando  local,  podendo  ser  usados  para  apoiar  e  reforçar  as  forças  de  primeira
linha, e guarnecer fortificações;

­ Tropas  territoriais  (Ordenanças):  constituídas  pelas  Ordenanças  às  quais  competia  dar  apoio  às
forças de primeira linha e substituir na guarnição das praças as tropas em campanha. Eram compostas
por todos os homens válidos dos 16 aos 70 anos, e que teria meramente uma função de defesa local e
de mobilização ocasional.

Esta  organização  passaria  a  ser  referida  e  conhecida  como  sendo  constituída  por  tropas  de  1ª  e  2ª
linhas.,  sendo  esta  ultima  dividida  em  duas  (tropas  auxiliares  ou  Milícias  e  as  Tropas  territoriais  ou
Ordenanças).
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10/02/2016 História Militar ­ Carlos Daroz: ORGANIZAÇÃO DO EXÉRCITO PORTUGUÊS A TRÊS LINHAS

Como  sempre  neste  Reino,  a  estrutura  era  bem  organizada  em  termos  de  “papel”,  mas  em  termos
reais, não se aproximava em nada da realidade. O exército de linha nunca atingiu os efetivos previstos,
salvo  em  raras  ocasiões,  e  os  seus  efetivos  eram  sistematicamente  completados  por  elementos  dos
terços Auxiliares (milícias) , e mesmo quando necessário, por ordenanças da zona onde operava.

Só  após  o  fim  da  campanha  do  Rossilhão,  entre  1  e  7  de  Agosto  de  1796  foi  promulgada  legislação
tendente  à  reorganização  do  exército,  prevendo  entre  outros  o  aumento  de  efetivos  da  cavalaria,
artilharia e infantaria, a criação de regimentos de Milícia, em substituição dos Terços Auxiliares.
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Efetivamente, em 7 de Agosto de 1796, tenta­se criar uma verdadeira segunda linha, dando aos terços
auxiliares,  agora  denominados  regimentos  de  milícias,  uma  organização  regimental  idêntica  aos
regimentos  de  primeira  linha.  Assim,  os  43  Terços  Auxiliares  das  comarcas  passaram  a  ser
denominados Regimentos de Milícias.

Em 1806­1807 foram reorganizados os regimentos de linha, as milícias e as brigadas de ordenanças.
A estrutura da Infantaria, criada em 1640, não foi modificada significativamente até 1836, com o fim da
guerra civil. Foi com base na organização original de 1640, que a arma evoluiu durante 200 anos. No
entanto,  na  estrutura  interna,  o  número  dos  seus  efetivos  foi  evoluindo,  de  acordo  com  os
acontecimentos, as necessidades, o desenvolvimento da técnica e da tática militares.

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Postado por Carlos Daróz às 21:11 
Marcadores: História Militar Portuguesa

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